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Rebeca Woset PARASITOLOGIA CLASSE NEMATOIDES Os nematoides são vermes cilíndricos que apresentam boca, cavidade corporal e ânus. A maioria vive em liberdade na natureza e alguns são parasitos de plantas e animais. A maioria dos gêneros apresenta dimorfismo sexual, é ovípara e seu meio de infecção é pela ingestão de L3. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS Corpo: Vermes de corpo cilíndrico, com pseudoceloma (cavidade corporal) Corpo com simetria bilateral revestido por uma cutícula externa resistente de cor clara. Abaixo da cutícula, está a hipoderme (contém glicogênio, mitocôndrias e lipídios) e, mais internamente, a camada de fibras musculares, composta de músculos lisos e segmentados A cutícula pode apresentar cristas, espinhos ou asas (essas podem ser cefálicas, cervicais ou caudais) Sistema digestivo completo (lábios, vestíbulo oral, boca, faringe, esôfago, intestino e ânus ou abertura anal) Dimorfismo sexual (embora existam fêmeas partenogenéticas). Os machos são menores que as fêmeas e têm espículos para a cópula (com exceção de Trichinella). Boca Boca simples, sem cavidade bucal Coroa franjada na parte anterior Cavidade bucal arredondada, triangular ou hexagonal Lamelas ou dentes no interior da cavidade bucal (hematófagos) Boca com dois a seis lábios ou com interlábios. Esôfago. Simples ou filariformes (típico de estrongilídeos) Com bulbo duplo; há uma constrição na sua parte média (típico de oxiurídeos) Com expansões anterior e posterior (típico de Strongyloides) Capilar, muito fino (típico de trichurídeo) Esôfago muscular-glandular (típico de filarídeos e espirurídeos). Intestino É um tubo simples, que se estende do esôfago até o ânus, podendo este ter sua abertura externa no final do corpo ou no meio do corpo. Sistema genital A maioria dos nematoides tem sexos separados. Os órgãos sexuais ficam livres na cavidade corporal. Na cópula, o macho introduz seus espículos na vulva, onde os espermatozoides são injetados e, posteriormente, migram para o útero e o oviduto – órgão que funciona como um receptáculo seminal. Sist. Genital Feminino Na maioria dos nematoides, é composto por dois ovários, dois ovidutos, um útero, um ovoejetor, uma vagina e uma vulva. Os órgãos sexuais da fêmea partem da vulva e sua disposição depende da localização da vulva no corpo da fêmea, podendo ser: Opistodelfas: a vulva próximo da parte anterior. O útero fica voltado para a parte posterior do corpo Prodelfas: a vulva se abre na parte posterior do corpo e o útero fica voltado para a parte anterior do corpo Anfidelfas: a vulva se abre na metade do corpo, o útero é dividido e os ovários ficam um em cada lado do corpo. Sist. Genital Masculino É composto por dois testículos, dois canais deferentes, um canal ejaculador, um ou dois espículos (estruturas quitinizadas para condução do sêmen à abertura genital que podem ser simples, com ganchos ou ornamentadas), um gubernáculo (pode ou não existir e tem a função de orientar os espículos durante a cópula) e uma bolsa copuladora com raios bursais, dividida em Rebeca Woset PARASITOLOGIA troncos que servem para abraçar a fêmea durante a cópula. FORMAS INFECTANTE P/ HOSP Larva L3 Penetração cutânea Por artrópodes hematófagos OVOS Podem ser redondos, ovais, em formato de bastão ou subglobulares e ter os lados diferentes; a superficie pode ser lisa, rugosa e com perfurações e alguns podem ter filamento. Tipos mais comuns Simples: casca lisa sem protuberâncias. Por exemplo: ovo de Ancylostoma Operculados: com uma protuberância em uma das extremidades. Por exemplo: ovos de Oxyuris Bioperculados: com duas protuberâncias, uma em cada extremidade. Por exemplo: ovos de Trichuris Larvados: com uma larva no interior. Por exemplo: ovos de Strongyloides Os ovos podem ser encontrados em fezes, urina e expectoração brônquica. A casca pode apresentar três camadas: Membrana lipídica: responsável pela impermeabilidade do ovo. É a parte mais interna Membrana quitinosa: responsável pela rigidez do ovo Membrana proteica: só aparece em alguns helmintos, e esses ficam mais resistentes às condições ambientais (como os ascarídeos). Ela é secretada pelo útero da fêmea e deixa o ovo mais espesso e viscoso. TIPOS DE FÊMEAS Ovovivíparas: postura dos ovos já com um embrião ou larva formada no seu interior Ovíparas: postura da fêmea de ovos no primeiro estágio (sem segmentação) Vivíparas: as fêmeas fazem a postura de larvas. MEIOS DE INFECÇÃO Picada de insetos Ingestão de ovos Ingestão de larvas Ingestão do hospedeiro intermediário (HI) Infecção cutânea (penetração). É importante observar que a resistência da larva no ambiente decorre, principalmente, de sua cutícula. Em cada muda, a larva perde uma cutícula e ganha outra, mas, na passagem de L2 para L3, a L3 retém a cutícula da L2 e fica com as duas, tornando-se, assim, mais resistente às condições do meio ambiente. A L3 perde essa cutícula somente quando estiver no corpo do hospedeiro. A L3, ao ser ingerida pelo hospedeiro, segue seu desenvolvimento, trocando a cutícula para passar a L4 e depois para L5; esta última é considerada a fase de adultos jovens (macho e fêmea). ORDEM SPIRURIDA ESPÉCIE DRASCHIA MEGASTOMA Hospedeiros Definitivos: equinos Intermediários: moscas (principalmente Musca domestica). Localização. Estômago (geralmente, em nódulos na parede do estômago, raramente livres). Características morfológicas São menores do que as espécies de Habronema e apresentam constrição na região anterior Os lábios não são divididos e a cápsula bucal tem forma de funil Os machos têm cauda espiralada, asa caudal e papilas pedunculadas; um dos espículos é 2 vezes maior que o outro Ovos larvados de casca fina. Ciclo Larvas ou ovos larvados são eliminados junto com as fezes do hospedeiro definitivo e são ingeridos por larvas de moscas que se desenvolvem nas fezes. O estágio infectante (L3) é alcançado quando a L3 da mosca chega à fase de pupa. Rebeca Woset PARASITOLOGIA Quando as moscas vão se alimentar pousando no lábio, nos orifícios nasais e em lesões dos animais, a L3 do nematoide é liberada. Moscas podem ser ingeridas acidentalmente na água ou no alimento dos equinos. Após a digestão do díptero, as L3 contidas no seu interior são liberadas no tubo digestivo do equino. s L3, chegando ao estômago, passam a L4 e L5 (adultos), macho ou fêmea; estes copulam e a fêmea inicia a postura de ovos, que saem com as fezes para o meio ambiente. Somente as L3 de D. megastoma penetram na mucosa da parede estomacal, onde mudam para L4 e L5 e permanecem como adultos, produzindo nódulos grandes com aspecto de tumores. GÊNERO DIROFILARIA Espécie Dirofilaria immitis Hospedeiros Definitivos: cães, ocasionalmente gatos e raramente humanos Intermediários: mosquitos Culicidae. Localização. Ventrículo direito e artéria pulmonar. Características morfológicas Grandes e finos; machos medem de 12 a 16 cm e fêmeas, 25 a 30 cm de comprimento Extremidade anterior simples Machos com extremidade posterior espiralada, espículos diferentes em tamanho e estrutura, papilas pré e pós- cloacais presentes Fêmeas larvíparas. Carac. Morfológicas Extremidade anterior simples Machos com extremidade posterior espiralada, espículos diferentes em tamanho e estrutura, papilas pré e pós- cloacais presentes Fêmeas larvíparas. Ciclo biológico Os adultos habitam o coração e a artéria pulmonar. As L1 (microfilárias) são eliminadas pelas fêmeas na circulação sanguínea e são ingeridas pelo mosquito durante o repasto sanguíneo. O desenvolvimento até L3 dura aproximadamente 15 dias; nesse período, as L3 dirigem-se para a região da cabeça do mosquito, instalam-se nas peças bucais e, durante o repasto sanguíneodo mosquito, infectam o cão. As L3 inoculadas no cão migram para o tecido subcutâneo, sofrem duas mudas e, como adultos jovens, migram pela circulação venosa até o coração, onde chegam à fase adulta. Os adultos podem sobreviver por vários anos. OU Microfilárias L1 presentes na circulação são ingeridas pelo mosquito, viram L2 e L3 dentro do mesmo, quando eles picam outro animal tem inoculação de L3, vão pela curculação até o coração onde viram L4 e L5.
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