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A EROSÃO DOS SOLOS

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SUSCETIBILIDADE DOS SOLOS A EROSÃO LINEAR
Compreende-se por erosão dos solos o processo de desprendimento, transporte e deposição das partículas, tendo como principais agentes o vento, a água e ações humanas. As práticas que desiquilibram as condições naturais, aceleram-se os processos erosivos originando a erosão. É um fenômeno de grande importância, visto que traz prejuízos tanto para a agropecuária, quanto ao meio ambiente, promovendo o assoreamento, a poluição e a eutrofização das águas superficiais, com detrimento na quantidade e qualidade dos recursos hídricos. 
Sabe-se que processo de urbanização e as alterações do meio físico decorrentes do uso do solo constituem não somente um fator gerador de problemas ambientais, mas um problema ambiental em si (BRAGA, BRITO, FREITAS e MARQUES 2004).
Desta forma, o aumento da população, incorporado à ausência de planejamento de áreas ocupadas faz com que se use de forma inadequada o espaço urbano, causando a ocorrência de desequilíbrios ambientais.
Normalmente, tais desequilíbrios são compreendidos em áreas com características físicas impróprias à ocupação, resultantes da combinação de fatores geológicos, geomorfológicos, pedológicos e topográficos, o que favorece os processos erosivos e movimentos de massa.
Conforme Teixeira (2000) há uma definição simples que se adapta aos propósitos das Ciências da Terra e que considera o solo como um produto do intemperismo, do remanejamento, e da organização das camadas superiores da crosta terrestre, sob ação da atmosfera, da hidrosfera, da biosfera, e das trocas de energia envolvidas. Os solos encontrados na superfície da Terra apresentam grande diversidade em função das diferentes combinações de seus fatores de formação. 
Desta forma para a realização da cartografia dos solos, processo essencial para sua correta utilização nos diferentes domínios de aplicação, é de fundamental importância sua classificação (Teixeira et al., 2000).
Para Brady (1989), a influência dos fenômenos que definem a formação dos solos, ocorre em razão determinados fatos se manifestam simultaneamente, em diferentes intensidades, são os processos pedogenéticos. Sua formação desenvolve-se a partir do intemperismo físico, desintegração física e mecânica das rochas e químico, na presença de água e temperatura favorável ao desenvolvimento de reações, alterando os minerais. Portanto, os solos são definidos, com frequência, em características decorrentes das influências combinadas de clima e atividades bióticas, modificados pela topografia, que atua sobre os materiais originários, no decorrer do tempo.
Sendo assim, faz-se necessário analisar o potencial de uso do solo e as suas limitações, e para isso devem ser consideradas características do meio físico que irão intervir na susceptibilidade à erosão e movimento de massa, limitando ou possibilitando o uso e ocupação do solo. Viana (2000), diz que o grau de susceptibilidade de um terreno é definido a partir da combinação de fatores geológicos, morfológicos e hidrogeológicos.
No estudo em questão, há uma ampla área da região geomorfológica do Planalto da Campanha, composto por rochas vulcânicas que variam de basaltos a andesitos-basaltos (WILDNER et al, 2006) e solos rasos, comumente hidromórficos.
Conforme Xavier(2003), a erosão hídrica pode ser tanto laminar, como linear. A erosão laminar decorre do escoamento difuso das águas pluviais, principalmente em áreas desmatadas e sob condições inadequadas de uso ou manejo, sobre solos cuja capacidade e aptidão estão condicionadas a limitações associadas às altas declividades, textura, estrutura, espessura, solos, etc. 
Já a erosão linear é ocasionada em decorrência do escoamento superficial ou subsuperficial concentrado, associada também a essas condições, e podem ser atribuídas também ao pisoteio de animais, bem como às faixas de divisões por cercas, caminhos e estradas, que se tornam canais preferenciais de escoamento(Xavier, 2003, p.45).
A erosão laminar é de difícil percepção, a qual é dirigida pelas evidências, tais como detrimento de horizontes superficiais de solo, exposição de raízes, assoreamento de vertentes por colúvios, entre outros fatores, a linear é aparente, uma vez que é observada em incisões alongadas na superfície dos terrenos, formando sulcos, ravinas e voçorocas (BERTONI & LOMBARDI NETO, 1994; IPT, 1998, SALOMÃO, 1994 e 1999).
Quanto à ocorrência dos processos erosivos lineares, baseia-se no conhecimento das características do meio físico relacionadas à sua ocupação. Desta forma, serão utilizadas cinco classes de riscos, baseadas na ideia de Canil (2000), sendo elas: 
•Nulo: áreas constituídas de terrenos com declividade praticamente nula, e em que o tipo de uso da terra caracteriza-se pela preservação da vegetação original; 
• Baixo: áreas onde a concentração de fluxos de água e a declividade favorecem a suscetibilidade natural ao ravinamento, mas que o uso e manejo adequados minimizam os processos erosivos lineares; 
• Médio: áreas constituídas por setores da vertente próxima aos fundos de vales e com declividades suficientes para o escoamento superficial, exigindo um nível de manejo que possa impedir os processos erosivos lineares; 
• Alto: áreas favoráveis à concentração dos fluxos de água e em que os processos erosivos se desenvolvem em função do tipo e manejo do uso das terras;
Começaremos analisando cada tipo de solo para ter-se uma ideia das características que cada um apresenta e a probabilidade maior ou menor de apresentar erosão linear. 
Viana (2000), define a erosão linear como a ação de remoção de uma delgada e uniforme camada do solo superficial, provocada por fluxo hídrico não concentrado, perpendiculares às curvas de nível de solo. 
Se observarmos os tipos de solos, embora há a necessidade de uma pesquisa mais apurada, visto que é variável de uma região para outra, podemos observar que alguns tipos de solos apresentam menor ou maior suscetibilidade de erosão linear. 
Desta forma, de maneira genérica, faremos um apanhado de alguns tipos de solo, observando a suscetibilidade de erosão linear em função de suas características geomórficas. 
ARGISSOLOS 
Este conjunto, conforme Oliveira (2008), compreende solos minerais, que apresentam características diferenciais a presença de horizonte B textural de argila de atividade baixa, ou alta, conjugada com saturação por bases baixa, ou caráter alítico.
 Ainda conforme o autor, o horizonte B textural (Bt) localiza-se imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte superficial, exceto o hístico, sem apresentar, no entanto, as condições instituídas para serem encaixados nas classes dos Luvissolos, Planossolos, Plintossolos ou Gleissolos.
Para Zaroni e Santos (2006), estes solos são de profundidade variável, desde forte a imperfeitamente drenados, de cores avermelhadas ou amareladas, e mais raramente, brunadas ou acinzentadas. A textura muda de arenosa a argilosa no horizonte A e de média a muito argilosa no horizonte Bt, sempre ocorrendo um aumento de argila daquele para este.
 Essa relação, quando alcança valores mais elevados, indica solos cada vez mais erosináveis, conservadas as mesmas condições de cobertura vegetal e declividade. São suscetíveis a erosão os argissolos com a presença de mudança textural abrupta, os quais, no nível de subordem, são identificados pelo termo Vermelho-Amarelos Distrófico abrúpticos, mas em geral apresentam uma média suscetibilidade a erosão linear (OLIVEIRA, 2008). 
Conforme o mesmo autor, o horizonte Bt pode-se encontrar a variadas profundidades, o que implica que entre solos de uma mesma subordem e em mesmas condições de relevo e uso pode haver condutas variadas, conforme a espessura. 
CAMBISSOLOS
Os Cambissolos, em razão de seu fraco estruturamento e maturidade, foram classificados como suscetíveis a erosão. Compreendem os solos minerais com horizonte B incipiente (Bi) subjacente a horizonte A de qualquer tipo, exceto hístico com 40cm ou mais de espessura, ou horizonte A chernozêmico, quando o B incipienteapresentar argila de atividade alta e saturação por bases alta (CAMPAGNOLI 2001).
Campagnoli (2001), lembra que devido à heterogeneidade do material de origem, das formas de relevo e das condições climáticas, as características destes solos variam muito de um local para o outro.
 Portanto, conforme Queiroz e Neto (2001), a classe suporta desde solos fortemente a imperfeitamente drenados, de rasos a profundos, de cor bruna a brunoamarelada até vermelho-escuro, e de alta a baixa saturação por bases e atividade química da fração coloidal. Ainda conforme os autores, tendência de erosão linear nestes solos é baixa. 
Os autores corroboram, acrescentando que tais solos se classificam em: 
a) CAMBISSOLOS HÁPLICOS Tb Distróficos (CXbd) - é o solo predominante em regiões serranas. Normalmente, ocorre associado aos Latossolos VermelhoAmarelos, do qual se diferencia pela pouca espessura do horizonte B dos Cambissolos, em relevo montanhoso; ou ainda associados a Solos Litólicos nas áreas de relevo mais acidentado das escarpas serranas. 
Solos distróficos, saturação por base menor que 50% na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B, horizonte A moderado com textura média argilosa a argilosa, possuindo argila de baixa atividade, bem drenado, abancado em relevo montanhoso.
b) CAMBISSOLOS HÁPLICOS Tb Eutróficos (CXbe) - em situação completamente diversa, algumas baixadas fluviais, de relevo aplainado, são também ocupadas por Cambissolos. Esses solos são constituídos por elevadas quantidades de argila e silte. Solos eutróficos, ou seja, saturação por base maior que 50% na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B, horizonte A moderado com textura média argilosa a argilosa, possuindo argila de baixa atividade, assentado em relevo plano, com menor possibilidade de erosão linear. 
CHERNOSSOLOS
Estes solos se caracterizam por conter um horizonte escuro, rico em matéria orgânica, bem espesso e com alto teor de cálcio. Ocorrem em áreas de pradarias, sob vegetação gramínea, e de clima frio e semi-árido (XAVIER, 2003). 
Solos de desenvolvimento não muito avançado, originários de rochas ricas em cálcio e magnésio e presença de minerais esmectíticos que conferem alta atividade da argila e eventual acumulação de carbonato de cálcio, promovendo reação aproximadamente neutra ou moderadamente ácidos a fortemente alcalinos, com enriquecimento em matéria orgânica.
Em geral o risco de erosão linear dos Chernossolos é média para baixa, visto que o tipo de clima e a vegetação contribuem para isso.
 São classificados pela presença de horizonte diagnóstico superficial. A chernozêmico de alta saturação por bases, teores elevados de carbono orgânico e de carbonato de cálcio acima de um horizonte B textural ou com caráter argilúvico e argila de atividade alta, segundo critérios definidos pelo SiBCS (ZARONI e SANTOS, 2006).
Ainda, segundo Zaroni e Santos (2006), devido às características físicas, por serem solos pouco profundos a profundos, podem apresentar alguma suscetibilidade aos processos erosivos lineares pela presença de horizonte subsuperficial B textural ou de horizonte com caráter argilúvico.  
PLANOSSOLOS 
Conforme Alves e Robaina (2010), os planossolos são solos minerais imperfeitamente ou mal drenados, com evidências de processos de redução, com ou sem segregação de ferro, que se manifesta nos atributos de cor, expressão de desargilização intensa evidenciada pela nítida diferenciação entre o horizonte diagnóstico B plânico e os horizontes precedentes A ou E. 
Apresentam mudança textural abrupta o que os torna imperfeitamente drenados e muito susceptíveis a erosão (OLIVEIRA, PINTO, LOMBARDI NETO, 2007, p.67). 
GLEISSOLOS-nula
Os gleissolos, encontram -se constante ou periodicamente saturados por água, desde que não sejam drenados artificialmente. A água se conserva- estancada internamente ou a saturação é por fluxo lateral no solo( SUERTEGARAY et.al, 2001). 
 Caracterizam-se, assim, pela forte gleização, em decorrência da umidade redutor, potencialmente livre de oxigênio dissolvido, em decorrência da saturação por água por um longo período, acompanhado à alta demanda de oxigênio pela atividade biológica.
De acordo com Embrapa (2006), são solos hidromórficos, compostos por material mineral, que apresentam horizonte glei, que pode ser um horizonte subsuperficial (C, B ou E) ou superficial A. 
O horizonte superficial apresenta cores desde cinzentas até pretas, espessura normalmente entre 10 e 50 cm e teores médios a altos de carbono orgânico, são solos muito mal drenados, em condições naturais(EMBRAPA, 2006). 
 Apesar de ser menos resistente a penetração, para Oliveira, Pinto et.al (2007), apresenta tendências de compactação em subsuperfície indicando alguma possibilidade de erosão linear superficial por saturação do solo, embora este tipo de solo seja um dos menos suscetíveis a este tipo de erosão.
Assim, Monteiro (200), diz que uma vez que a água permanece estagnada e a saturação advém do fluxo lateral, e têm colorações acizentadas, azuladas ou esverdeadas. Nesses tipos de solos há ocorrências erosivas lineares, principalmente nos Neossolos Quartzarênicos,
LATOSSOLOS ARGILOSOS
Como os latossolos, conforme Almeida et.al(2006), os argilosos caracterizam-se por serem solos minerais, homogêneos, com pouca diferenciação entre os horizontes ou camadas, reconhecido facilmente pela cor quase homogênea do solo com a profundidade.
Ainda de acordo com os autores, solos possuem semelhante teor de argila no perfil, ao contrário dos Argissolos que possuem teor de argila bem mais elevado no horizonte B em relação ao horizonte A. 
Assim, apenas nos Argissolos o horizonte B é o de grande acúmulo água, disponibilizada ao longo do tempo, mas o risco de erosão linear é baixo. 
NEOSSOLOS 
Os neossolos, encontram-se em relevo ondulado, beneficiando a erosão. Isso ocorre porque esses solos apresentam, abaixo do horizonte A, um horizonte arenoso (horizonte E) sobre um horizonte argiloso (horizonte B textural, ou simplesmente Bt). De acordo com a rocha-mãe, normalmente são ácidos, pobres em nutrientes e suscetíveis à erosão, mas não a linear que é considerada baixa neste tipo de solo, embora saibamos que todo solo sem vegetação sempre é suscetível a processos erosivos(BRAGA, et.al, 2004).
 Braga et. al (2004), acrescenta que estes solos normalmente estão desprovidos de cobertura vegetal, portanto são suscetíveis à ocorrência de processos erosivos lineares. 
Os Neossolos quartzarênicos, areias quartzosas, abarcam solos compostos por material mineral ou material orgânico pouco espesso com pequena expressão dos processos pedogenéticos em razão da baixa intensidade de atuação destes processos, que não conduziram a modificações expressivas do material originário pela resistência às intempéries ou composição química, ou mesmo as categorias de relevo que previnem ou limitam sua evolução (ALMEIDA FILHO, 2001). 
Já para Ahmed(2009), Neossolos Quartzarênicos, são solos constituídos por grãos de areia simples e não apresentam coesão, sendo, portanto, facilmente mobilizados pelos fluxos hídricos superficiais e subsuperficiais, o que resulta em alta suscetibilidade à erosão(AHMED, 2009).
Assim, mesmo os de textura média já apresentam certo grau de coesão exercido pela fração argila presente. A estrutura pedológica é mais estável e se o solo apresentar uma cobertura vegetal adequada opõe uma resistência maior à erosão linear. 
Para Oliveira (2008), são solos minerais pouco evoluídos, constituídos por um horizonte A assente diretamente sobre a rocha, ou sobre um horizonte C ou B incipiente pouco espesso, sem alteração expressiva em relação ao material originário devido ao baixo desempenho dos processos pedogenéticos. 
Os Neossolos Flúvicos são solos desenvolvidos em sedimentos aluviais e estão localizados em relevo aplainado ou deprimido, portanto, sem problemas relacionados à erosão (OLIVEIRA, 2008). 
LUVISSOLOS
Trentim e Robaina (2006), mostram que estes solos apresentam cores bastante fortes, vermelhasou amarelas . Exibem o caráter eutrófico (alta saturação por bases nos horizontes subsuperficiais) que favorece o enraizamento em profundidade. Outro aspecto refere-se à presença de minerais primários facilmente intemperizáveis e grande reserva nutricional.
Ocorrem em regiões de elevada restrição hídrica, restringindo-se ao Nordeste do Brasil, onde se distribuem principalmente na zona semiárida, geralmente em áreas de relevo suave ondulado. São solos rasos, ou seja, raramente ultrapassam 1 m de profundidade e apresentam usualmente mudança textural abrupta (TRENTIN e ROBAINA, 2006). 
Os autores relacionam ainda que as limitações de uso se relacionam à quantidade de pedras no horizonte superficial que pode dificultar o uso de mecanização agrícola e a suscetibilidade à compactação. Assim, como apresentam mudanças abruptas, são suscetíveis à erosão, mas não a linear, visto que há a limitação quanto à água disponível no solo, uma vez que este tipo de solo é semiárido.
Níveis categórico do SiBCS (SUBGRUPOS):
Nos quadros abaixo são demonstradas as classes dos Luvissolos Crômicos no quarto nível categórico do SiBCS, suas características.
Luvissolos crômicos Pálicos-
	Arênicos
	Solos com textura arenosa desde a superfície do solo até no mínimo 50 cm e no máximo 100 cm de profundidade. Suscetíveis à erosão.
	planossólicos
	Presença de altos teores de argila dispersa que pode causar a formação temporária de um lençol de água suspenso.
	abrúpticos plínticos
	A diferença textural dificulta a infiltração de água no solo e o torna suscetível à erosão. A presença de plintita indica drenagem imperfeita e restrição da profundidade efetiva do solo.
	Abrúpticos
	A diferença textural dificulta a infiltração de água no solo e o torna suscetível à erosão.
	petroplínticos
	Solos com petroplintita e/ou concreções dentro de 200 cm da superfície. Sua presença indica drenagem imperfeita e restrição da profundidade efetiva do solo, mas apresenta baixo nível de erosão.
	cambissólicos
	Solos com fragmentos de rochas e minerais primários pouco alterados ou horizonte incipiente dentro de 200 cm da superfície.
	Saprolíticos
	Restrição à penetração de raízes na subsuperfície.
	Típicos
	Não apresentam nenhuma característica restritiva no quarto nível de classificação.
Fonte: Embrapa-2020. Disponível em: https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/solos_tropicais/arvore/CONT000gn230xhm02wx5ok0liq1mqv181o7y.html Acesso em: 01 de jun. de 2021.
Luvissolos crômicos órticos
	Íticos
	Restrição à drenagem devido ao contato lítico na subsuperfície.
	planossólicos vertissólicos
	O adensamento pode ser limitante à penetração de raízes, com fendilhamento vertical, argila pesada tornando o solo muito duro quando seco, portanto pouco suscetível a erosão linear.
	planossólicos  solódicos
	O adensamento pode ser limitante à penetração de raízes e presença de sódio tolerada pela maioria das plantas. Também ocorre baixo nível de erosão. 
	planossólicos
	O adensamento pode ser limitante à penetração de raízes.
	vertissólicos solódicos
	Fendilhamento vertical, argila pesada tornando o solo muito duro quando seco e presença de sódio tolerada pela maioria das plantas. Baixo nível de erosão linear.
	vertissólicos
	Solos intermediários para Vertissolos, com fendilhamento vertical, argila pesada tornando o solo muito duro quando seco. Não apresenta restrição ao desenvolvimento de plantas podendo, no entanto, afetar o desempenho dos implementos agrícolas.
	Salinos
	Presença de sais prejudicial à maioria das plantas.
	Solódicos
	Presença de sódio tolerada pela maioria das plantas
	Típicos
	Não apresentam nenhuma característica restritiva no quarto nível de classificação.
Fonte: Embrapa-2020. Disponível em: https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/solos_tropicais/arvore/CONT000gn230xhm02wx5ok0liq1mqv181o7y.html Acesso em: 28 de mai. de 2021. 
NITOSSOLOS
Os nitossolos, conforme Enriquéz (2012), têm alto risco de erosão linear, devido aos relevos acidentados a que estes solos estão associados. Os mesmos apresentam textura com cores vermelhas, são argilosos ou bastante argilosos. 
 A estrutura em blocos fortemente desenvolvidos, derivados de rochas básicas e ultrabásicas, com diferenciação de horizontes pouco notável. Corresponde ao que se denominava anteriormente de Terra Roxa Estruturada (ENRIQUÉZ, 2012). 
Apresenta grande valor agronômico. Mesmo os distróficos e álicos respondem bem à aplicação de corretivos e assim apresentam um grande risco de erosão linear. 
 PLINTOSSOLOS-
 
O Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (SiBCS) define esta classe de solos como solos constituídos por material mineral, apresentando horizonte plíntico, litoplíntico ou concrecionário, todos provenientes da segregação localizada de ferro, que atua como agente de cimentação (Embrapa, 2006). 
São fortemente ácidos, e de acordo com Barreiros (2013), podem apresentar saturação por bases baixa (distróficos) ou alta (eutróficos), predominando os de baixa saturação. Constatam-se também solos com propriedades solódica e sódica.
São solos predominantes de zonas quentes e úmidas,mormente com estação seca bem definida ou que, pelo menos, apresentem um período com decréscimo acentuado das chuvas. No entanto, ocorrem também na zona equatorial perúmida e mais esporadicamente em zona semiárida(BARREIROS, 2013). 
Uma vez que são formados, sob condições de restrição à percolação da água ou sujeitos ao efeito temporário de excesso de umidade, são normalmente, imperfeitamente ou mal drenados. Paula (2006), diz que parte dos solos desta classe, como os solos com horizonte plíntico tem ocorrência relacionada a terrenos de várzeas, áreas com relevo plano ou suavemente ondulado e, menos frequentemente, ondulado, em zonas geomórficas de baixada. 
 Ocorrem também em terços inferiores de encostas ou áreas de surgentes, sob condicionamento quer de oscilação do lençol freático, quer de alagamento ou encharcamento periódico por efeito de restrição à percolação ou escoamento de água, portanto apresentam risco médio de erosão linear. (PAULA,2006).
Bortoluzzi (1974), corrobora dizendo que como são solos com predomínio de horizonte concrecionário, apresentam melhor drenagem e ocupam posições mais elevadas, por isso o risco de erosão linear é quase nulo. 
Encontram-se normalmente em bordas de platôs e áreas ligeiramente dissecadas de chapadas e chapadões das regiões central e Norte do Brasil, do Piauí e Maranhão.
 
 NITOSSOLOS
Os nitossolos de cores vermelhas e vermelho-escuras, argilosos e muito argilosos, estrutura em blocos fortemente desenvolvidos, derivados de rochas básicas e ultrabásicas, com diferenciação de horizontes pouco notável. Corresponde ao que se denominava anteriormente de Terra Roxa Estruturada(SCCOTI, ROBAINA e TRENTIN, 2013). 
 São solos que apresentam grande importância agronômica. Mesmo os distróficos e álicos respondem bem à aplicação de corretivos.
Apresentam alto risco de erosão, segundo Suertegaray(2001), devido aos relevos acidentados a que estes solos estão associados. Ocorrem em extensas áreas encontradas nos planaltos basálticos que se estendem desde São Paulo até o Rio Grande do Sul. 
Além destas ocorrências principais, podem ser identificados, com certa amplitude espacial, nos estados de Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Mato grosso do Sul e em pequenas áreas na cidade de Altamira, no Pará.
 
Terceiro nível categórico do SiBCS (GRANDES GRUPOS):
Os Nitossolos Vermelhos podem ser classificados no terceiro nível categórico do SiBCS como Alíticos, Alumínicos, Distroférricos, Distróficos, Eutroférricos ou Eutróficos. 
 VERTISSOLOS 
Os vertissolos, são solos minerais não hidromórficos ou com séria restrição temporária à percolação de água, com 30% ou mais de argila ao longo do perfil, e que apresentam pronunciada mudança de volume de acordo com a variação do teor de umidade ( SUERTEGARAY, 2006).
Ainda conforme o autor, a maior parte desses solos é utilizada com pastagens naturais de boa qualidade e, em áreas menosextensas, com culturas anuais como trigo, milho e sorgo, predominante no bioma pampa. 
Guadagnin e Trentin (2014), apontam que são áreas planas são cultivados com arroz irrigado como na região Sul do país, em terrenos próximos a rios e banhados. 
 As características morfológicas mostram a presença de fendas de retração largas e profundas que se expandem desde o topo do perfil, nos períodos secos, superfícies de fricção (slickensides) em seções mais internas do perfil portadoras de unidades estruturais grandes e inclinadas em relação ao prumo do perfil, portanto apresentam baixo risco de erosão linear, visto que já são terrenos bastante úmidos (GUADAGNIN E TRENTIN, 2014).
REFERÊNCIAS
AHMED, C. R. M. Fatores que influenciam a erodibilidade nos solos do município de campos dos Goytacazes- RJ sob uma análise multicritério. 
Dissertação de Mestrado Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro,2009. Disponível em: https://uenf.br/posgraduacao/engenharia-civil/wp-content/uploads/sites/3/2015/09/. Acesso em: 30 de mai. de 2021.
ALMEIDA FILHO, G.S. Diagnóstico, prognóstico e controle de erosão. In: VII Simpósio Nacional de Controle de Erosão. Goiânia. 2001. Apostila.
ALMEIDA, Eliane de Paula Clemente  ; ZARONI,  Maria José;   SANTOS Humberto Gonçalves dos . Características dos solos. Embrapa, 2006. 
ALVES, F. S.; ROBAINA L. E. S. Estudo Morfolitológico da Bacia Hidrográfi ca do Arroio Lajeado Grande – Oeste do RS. Ciência e Natura, UFSM, 32 (2): 141-162, 2010.
BARBALHO , M. G. da S. ; SILVA, A. A. ; RAMOS, D; XAVIER, L.S.; PEREZ FILHO, A.; CASTRO S. S. Caracterização Geo-Ambiental: Uso e Ocupação das Terras – Região do Alto Curso do Rio Araguaia – (GO/MT). Anais VIII Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada , Recife, novembro 2001.
BERTOLINE, D. & LOMBARDI NETO, F. Controle de Voçorocas in: Manual Técnico de Manejo e Conservação do Solo e Água. Tecnologias Disponíveis para a Implementação de Técnicas Complementares no Solo, vol. V; Centro de Comunicação Rural - CECOR - CATI/SAA, Campinas - S.P, 1994.
BERTRAND, Georges. Paisagem e geografia física global: esboço metodológico. Caderno de Ciências da Terra, São Paulo, v. 1, n. 13, p. 1- 27, 1972.
BRAGA, T. M., BRITO, F., FREITAS, A. N. G., MARQUES, D. H. F. Sustentabilidade e condições de vida em áreas urbanas: medidas e determinantes nas Regiões Metropolitanas de São Paulo e Belo Horizonte. In: Encontro Nacional de Estudos Populacionais, 2004, Caxambu. Disponível em: http://www.abep.nepo.unicamp.br/site_eventos_abep/PDF/ ABEP2004_341.pdf. Acesso em: 29 de mai. de 2021.
BARREIROS, A. M. Estudo sobre a pedogênese na transição arenitos – basaltos na bacia do córrego Gurupá (Floraí,PR). Dissertação de Mestrado – Departamento de Geografi a – USP – 2013. 131p.
BORTOLUZZI, C.A. Contribuição à geologia da Formação Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. Pesquisas, Porto Alegre, 4(I):7-86, 1974.
CANIL, Kátia. Processos Erosivos e Planejamento Urbano: Carta de Risco de Erosão das Áreas Urbana e Periurbana do Município de Franca - SP. Universidade de São Paulo – FFLCH. Dissertação de Mestrado. 2000.
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