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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ 
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS 
DISCIPLINA DE ECONOMIA 
 
 
 
 
 
 
GABRIELLE LETICE DOS SANTOS SOARES 
 
 
 
 
 
 TRABALHO DE ECONOMIA: Socialismo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teresina 
 
2019
Professor: DIOGENES DE MELLO REBELLO 
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RESUMO 
 
Este trabalho discorre sobre o Sistema Econômico Socialismo, apresentando os históricos 
desse sistema até então desenvolvido e existente atualmente. Este documento também traz uma 
comparação entre o sistema econômico capitalismo e uma análise, por fim, e conclusão sobre 
o Socialismo. 
 
 
 
 
Palavras-chave: Trabalho acadêmico. Sistemas econômicos, Socialismo. Economia. 
 
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SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO (CAPÍTULO 1) 1 
1.1 HISTÓRIA 2 
2 TIPOS DE SOCIALISMO (CAPÍTULO 2) 3 
2.1 SOCIALISMO UTÓPICO 3 
2.2 SOCIALISMO INDUSTRIALISTA 7 
2.3 SOCIALISMO DE TROCAS 9 
2.4 SOCIALISMO MARXISTA 10 
3 O SOCIALIMSO NO BRASIL E NO MUNDO (CAPÍTULO 3) 13 
4 CONCLUSÕES (CAPÍTULO 4) 20 
 
REFERÊNCIAS 22 
 
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1 INTRODUÇÃO (CAPÍTULO 1) 
Socialismo refere-se a qualquer uma das várias teorias de organização econômica que 
advogam a administração e propriedade pública ou coletiva dos meios de produção e 
distribuição de bens, propondo-se a construir uma sociedade caracterizada pela igualdade de 
oportunidades e meios para todos os indivíduos, com um método isonômico de compensação. 
Atualmente, teorias socialistas são partes de posições da esquerda política, relacionadas com as 
atuações de Estado de bem-estar social. 
O socialismo moderno surgiu no final do século XVIII tendo origem na classe intelectual 
e nos movimentos políticos da classe trabalhadora que criticavam os efeitos da industrialização 
e da sociedade sobre a propriedade privada. Karl Marx afirmava que a luta de classes era 
responsável pela nossa realidade social, e que este conflito inevitavelmente resultaria no 
socialismo através de uma revolução do proletariado, tornando-se uma fase de transição do 
capitalismo para um novo modelo de sociedade que não é dividido em classes sociais 
hierárquicas, um modelo essencialmente comunista. 
A maioria dos socialistas possuem a opinião de que o capitalismo concentra injustamente 
a riqueza e o poder nas mãos de um pequeno segmento da sociedade - denominado por Marx 
de Burguesia - que controla o capital e deriva a sua riqueza através da exploração, criando uma 
sociedade desigual, que não oferece oportunidades iguais para todos a fim de maximizar suas 
potencialidades. Friedrich Engels, um dos fundadores da teoria socialista moderna, e o 
socialista utópico Henri de Saint Simon defendem a criação de uma sociedade que permite a 
aplicação generalizada das tecnologias modernas de racionalização da atividade econômica, 
eliminando o caos na produção do capitalismo. Isto permitiria que a riqueza e o poder fossem 
distribuídos com base na quantidade de trabalho despendido na produção, embora não haja 
concordância entre os socialistas sobre como e em que medida isso poderia ser alcançado. 
Assim, Marx e Friedrich Engels lançarem as bases do chamado socialismo científico, 
regime que deveria ser implantado, não simplesmente com o objetivo de promover a justiça, 
mas como solução racional para as condições que apontavam na sociedade capitalista. 
O socialismo não é uma filosofia de doutrina e programa fixos; seus ramos defendem um 
certo grau de intervencionismo social e racionalização econômica (geralmente sob a forma de 
planejamento econômico), às vezes opostas entre si, como o socialismo de estado e o socialismo 
libertário. Uma característica da divisão do movimento socialista é entre os reformistas, 
chamados de socialistas democráticos, e revolucionários sobre como uma economia socialista 
deveria ser estabelecida. Alguns socialistas defendem a nacionalização completa dos meios de 
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produção, distribuição e troca, outros defendem o controle estatal do capital no âmbito de uma 
economia de mercado. 
 
1.1 HISTÓRIA 
Socialistas inspirados no modelo soviético de desenvolvimento econômico têm defendido 
a criação de economias de planejamento central dirigido por um Estado que controla todos os 
meios de produção. Sociais democratas propõem a nacionalização seletiva das principais 
indústrias nacionais nas economias mistas, mantendo a propriedade privada do capital da 
empresa e de empresas privadas. Sociais democratas também promovem programas sociais 
financiados pelos impostos e regulação dos mercados. Muitos democratas sociais, 
especialmente nos estados de bem-estar europeus, referem-se a si mesmos como socialistas. O 
socialismo libertário (incluindo o anarquismo social e o marxismo libertário) rejeita o controle 
estatal e de propriedade da economia e defende a propriedade coletiva direta dos meios de 
produção através de conselhos cooperativos de trabalhadores e da democracia no local de 
trabalho. O socialismo de mercado também busca uma economia com a ascensão da 
propriedade social dos meios de produção (cooperativas) mas, quando não mutualista, favorece 
a existência de um Estado administrador, mas não proprietário da atividade econômica, com 
exceção de setores estratégicos. 
O socialismo moderno se originou no século XVIII em movimentos políticos intelectuais 
e da classe trabalhadora, criticando os efeitos da industrialização e da propriedade privada na 
sociedade. Os socialistas utópicos, incluindo Robert Owen (1771-1858), tentaram encontrar 
formas de criar comunas autossustentáveis por secessão de uma sociedade capitalista. Henri de 
Saint Simon (1760-1825), o primeiro a utilizar o termo socialismo, foi o pensador original que 
defendia a tecnocracia e o planejamento industrial. Os primeiros socialistas previram um mundo 
melhor, através da mobilização de tecnologia e combinando-a com uma melhor organização 
social. Os primeiros pensadores socialistas tendem a favorecer uma autêntica meritocracia 
combinada com planejamento social racional, enquanto muitos socialistas modernos têm uma 
abordagem mais igualitária. Vladimir Lenin, com base em ideias de Karl Marx, de “baixa” e 
“alta” fases do socialismo, definiu o “socialismo” como uma fase de transição entre o 
capitalismo e o comunismo. 
 
 
 
 
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2 TIPOS DE SOCIALISMO (CAPÍTULO 2) 
O termo socialismo é muito usado, seja para classificar a linha de pensamento de uma 
pessoa, partido e/ou candidato político e até como crítica. No entanto, a expressão é muitas 
vezes usada de maneira errônea, visto que, primeiramente, não existe apenas um tipo de 
socialismo. A seguir será abordado os tipos de socialismo. 
 
2.1 Socialismo utópico (espiritualista) 
 
 Esta corrente socialista surge com o. advento da grande indústria e 
desenvolve-se sobretudo até à época em que apareceu "O Capital", de Marx: estende-se, pois, 
de fins do século XVIII ao último terço do século XIX. Difunde-se, principalmente, na França 
e na Inglaterra. Os autores desses dois países lhe imprimirão as formas mais conhecidas e os 
seus filósofos vão fornecer-lhe os traços característicos mais acentuados, exceção do marxismo 
que, mais tarde, irá buscar na filosofia alemã a própria essência do seu pensamento. 
Esse socialismo utópico apresenta duas características principais: espiritualista e 
voluntarista espiritualista, e não materialista, está todo impregnado de um ideal de justiça e de 
fraternidade. Com a melhoria do meio econômico busca realizar mais do que um acréscimo de 
bem-estar material, ou seja, uma organização social equitativa e mais justa repartição per capita- 
Este o ideal jamais abandonado por Owen, Fourier, Saint-Simon ou Proudhon. Esse, também, 
o traço que melhor definirá esse socialismo. 
Voluntarista, e não determinista, confia esse socialismo no poder da razão para descobrir 
as falhas da organização econômica existente e os remédios conducentes a essa melhoria. 
Voluntarista,inspira-se esse socialismo na tradição da liberdade de Descartes, contrapondo-se 
à dialética de Hegel. Admite a possibilidade de atuar a vontade humana sobre a evolução 
econômica, de modo a reformá-la, orientando-a no sentido do progresso. Por acreditar na 
possibilidade de uma ação progressiva, por confiar nas forças humanas e morais, é este 
socialismo otimista. E por isso evita, na maioria das vezes, o emprego de toda e qualquer 
violência para a consecução do seu objetivo. Tal objetivo — ou seja, a correção do liberalismo 
à medida que os resultados econômicos parecem maus — poderá ser alcançado de diferentes 
maneiras. A despeito, pois, da homogeneidade dos seus traços característicos, apresenta o 
socialismo espiritualista, ao ser aplicado, inúmeras modalidades. Alguns socialistas 
espiritualistas procurarão transformar o liberalismo, utilizando-se sobretudo da associação. 
Outros procurarão atingir o mesmo objetivo, atuando sobre a produção e, particularmente, sobre 
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a produção industrial. Finalmente, julgarão outros indispensáveis, antes do mais, a modificação 
do regime de trocas, se é que se deseja realizar a necessária reforma da sociedade. 
Poder-se-á distinguir, assim, neste socialismo espiritualista, três correntes principais: a corrente 
associacionista, a industrialista e a corrente de trocas. 
 
2.2 Socialismo industrialista (Sansimonismo) 
Os socialistas, cujos sistemas foram discutidos até aqui, partem de uma crítica à 
organização econômica característica dos primórdios do século XIX, chegando ao projeto de 
criação de um novo meio com base na associação. Outros, tomando como ponto de partida uma 
crítica semelhante, buscam a necessária reforma do setor da produção através da própria 
produção. Dentre estas correntes "produtivistas", o sansimonismo — ou socialismo 
industrialista — é a mais interessante e característica. 
Saint-Simon (1760-1825) encabeça essa corrente doutrinária, imprimindo-lhe o primeiro 
e profundo impulso. Suas ideias serão retomadas posteriormente por discípulos entusiastas que 
as reforçarão. Desenvolvendo o pensamento do mestre, vão torná-lo mais preciso, não obstante 
adulterarem-no por vezes; conservar-lhe-ão, todavia, as características essenciais. A 
contribuição de Saint-Simon e a dos sansimonistas formam um todo: o sansimonismo. 
A concepção geral do sansimonismo é o industrialismo. Saint-Simon apresenta uma 
teoria da dinâmica social baseada na história e tentará realizá-la, mas não teve muito sucesso; 
o que vai ter influência posteriormente será sua observação histórica. 
Ele não estuda os problemas econômicos e sociais tomando o homem como individuo 
isolado e sim em seu quadro social (em sociedade e considerando as características dessa 
sociedade), na coletividade subordinada a leis de organização e evolução. A finalidade do 
sansimonismo não é a liberdade e sim coisas úteis a vida, noção positiva e de evolução. 
Evolução para ele é igual a progresso e por sinal é igual a industrialismo, o mais moderno estado 
de produção na história humana. Simon acredita, assim como Fourier, ser um messias que 
tratará um sistema salvador. 
Sua regra de organização é: 
“A cada um segundo sua capacidade, a cada um segundo suas obras” – regra de interesse geral 
que é quando cada homem se dedica a tarefa ou ao trabalho que está apto. O desenvolvimento 
da indústria constitui a lei de organização da humanidade e é essa indústria a etapa final; 
 
 
 
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A obra crítica do sansimonismo: 
Pelo fato de a sociedade existente não poder permitir sua regra interesse geral vem a 
crítica contra esta. Sua má organização está na ordem jurídica (direito de sucessão hereditário) 
que na produção impossibilita a regra de interesse geral. 
Em primeiro lugar, sendo hereditária não poderá reconhecer a capacidade de cada um: 
trabalhador versus ociosos. Em segundo lugar, por levar para o indivíduo isolado o 
desenvolvimento da produção. A repartição é injusta por dar a alguns rendimentos sem trabalhar 
e a outros um rendimento inferior ao seu trabalho – exploração do homem pelo homem. 
O remédio para os problemas é o princípio norteador do sansimonismo: Do plano da 
crítica passa para o plano construtivo. O pessimismo resultante da análise da sociedade atual 
(época de Saint-Simon) é substituída pelo otimismo da sociedade futura acreditada por ele. 
A construção da obra de Simon apresenta dois aspectos principais: 
O sistema de Saint-Simon é autoritário: 
• A tarefa de acabar com os vícios do liberalismo ficará confiada a homens “capazes” 
como produtores, técnicos, cientistas e artistas; 
• O poder é atribuído aos mais capazes (caracterizados acima); 
• Troca a administração das coisas para administração das pessoas; 
A organização social repousaria em três Câmaras: 
 
• Câmara de invenções – composta por engenheiros e artistas; 
• Câmara dos exames – sábios que julgarão os trabalhos propostos pelas Câmaras de 
invenção; 
• Câmaras de execução – industriais que executarão os trabalhos propostos pela Câmara 
de invenção; 
O Sistema de organização é coletivista. 
É abolido o direito hereditário, o Estado é proprietário único do meio de produção e do capital 
e distribuirá os meios de produção conforme a capacidade de cada um; não é apenas um sistema 
econômico, é uma ditadura de renovação social, um sistema geral de um novo mundo; o 
industrialismo que criara será o “Novo Cristianismo”. 
 
 
 
 
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2.3 Socialismo de trocas (PROUDHONISMO) 
 
 
Proudhon, tal como os reformadores anteriores, julga defeituosa a organização das 
relações econômicas da sociedade. E, além disso, acredita serem impotentes e inoportunos os 
meios até então propostos pelos seus predecessores ou contemporâneos socialistas para 
modificar este estado de coisas. 
A reforma da sociedade, segundo Proudhon, deve ter como princípio 
de ação a justiça, sinônimo de igualdade e de liberdade. E será levada a efeito introduzindo-se 
modificações, não mais na produção ou na repartição, mas na circulação, pois é no ato de troca 
que Proudhon vê surgir a injustiça em toda a sua força, a qual se comunica, a seguir, a toda a 
economia. O proudhonismo formula, portanto, de início, uma crítica — aliás dupla — contra o 
liberalismo e contra o socialismo. Constrói, em seguida, um edifício, ou seja, um sistema 
baseado na reforma do regime de trocas. 
Em resumo: o proudhonismo é um socialismo de trocas, se encarado pelos meios 
preconizados, e espiritualista, se pelos seus fins. Espiritualista, de fato, pela incessante busca 
de justiça na sociedade econômica, justiça pela igualdade e pela liberdade, justiça que é 
iminente ao indivíduo e à qual a ordem e as relações sociais têm de se submeter. Para realizar 
tal justiça é, pois, a transformação do direito que se impõe. Ao direito individualista deve 
suceder um direito social — um direito "econômico" —; à conservação dos privilégios 
individuais, fundados ou não, deve-se seguir à procura da equidade das relações sociais. 
A busca da igualdade — fala-se, com razão, da paixão igualitarista de Proudhon — faz 
com que o proudhonismo se contraponha ao liberalismo. E a sua preocupação com a realização 
da liberdade, põe em contraste com o socialismo anterior. Mas, o espiritualismo, mais completo 
no proudhonismo que nos outros socialistas da primeira metade do século XIX, não era menos 
visível em Owen, Fourier, Louis Blanc ou Saint-Simon: este, pois, o traço característico comum 
às diversas correntes socialistas, traço esse pelo qual se torna possível incluí-las no mesmo 
grupo. Será ainda esta característica que vai fazer com que se contraponham todos eles ao 
socialismo marxista, desdenhoso das forças morais e espirituais e explicando a evolução 
econômica, pela qual anseia, através de forças materiais. 
 
 
 
 
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2.4 Socialismo Marxista (CIENTÍFICO) 
 
 
O marxismo apresenta-se como vasta doutrina socialista, e isto sob dois aspectos.Vasta, 
primeiro, pelo seu conteúdo. Karl Marx e Friedrich Engels construíram, em suas obras, uma 
imponente doutrina, baseada em amplíssima documentação. Deve-se estudá-la sobretudo no 
Manifesto Comunista (1848) e em O Capital (1867). Vasta também pelas interpretações, pois 
o marxismo deu lugar a comentários diferentes e, muitas vezes, contraditórios. Dentro dos 
estreitos limites em que somos obrigados a nos manter, neste capítulo, convém examinar este 
socialismo "científico" em suas linhas principais e no essencial da contribuição dada à história 
das doutrinas econômicas. Constitui, um conjunto doutrinário que se decompõe em certo 
número de elementos, distintos, os quais se deduzem logicamente uns dos outros, Marx é um 
lógico. 
O marxismo apresenta-se como formado de duas partes diferentes: uma sociológica e 
filosófica e outra econômica. A parte sócio-filosófica tem por base a concepção do materialismo 
histórico, à qual está intimamente ligada a noção de luta de classes: nesta dupla filosofia 
econômica e social vai buscar o marxismo o traço científico que o caracteriza. 
A parte econômica contém duas teses: a da exploração e a da evolução. A primeira delas 
— a causa — é estática e explicativa; A segunda — a consequência — é dinâmica e descritiva. 
A seguir, será detalhado estas duas partes da doutrina. 
 
CONCEPÇÃO SOCIOLÓGICA DO MARXISMO 
 
O marxismo se diz científico. Associa-se às críticas formuladas contra a sociedade pelos 
socialistas anteriores. Refuta, todavia, essas "utopias" sentimentais e idealistas, base dos 
"sistemas" da nova organização. Enquanto os socialistas espiritualistas julgam poder o homem, 
através de sua razão e vontade, organizar um mundo novo, graças a um princípio ativo que lhe 
é peculiar, Marx, divorciando-se desse idealismo, qualifica-o de "utópico". Admite, em 
consonância com Hegel e contrariamente a Descartes, ser a racionalidade das coisas que cria a 
sua realidade e não a ideia que precede as coisas na marcha do conhecimento. 
Em "dado sistema de realidades" não há lugar para o conhecimento "imediato". É apenas 
através das coisas — isto é, da história, do direito, da moral, da religião e da filosofia — que o 
espírito adquire a consciência de si. Essa consciência é, em si mesma, um produto social.E, 
portanto, se de início Marx se associa aos "utopistas", a fim de criticar o capitalismo, a sua 
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concepção materialista o leva logo a deles se separar: é um entrave para que admita ele a 
hipótese de ser possível ao homem imaginar ou "pensar" em uma nova ordem. Todavia, essa 
concepção faz com que retorne Marx à ideia de uma ordem natural e espontânea, a qual seria a 
melhor ordem para a sociedade e, por via da história, a leva a aceitar o fato da realização dessa 
ordem por meio da evolução fatal.Não se deve perder de vista esta posição de Marx em relação 
aos fenômenos econômicos, sob pena de serem as suas ideias mal interpretadas. Por essa atitude 
é que foi levado a uma análise evolutiva, e não funcional, destes fenômenos. E, portanto, estuda 
as variações, os movimentos dos fenômenos econômicos e os liames entre eles existentes no 
decurso do seu desenvolvimento; interessa-lhe sobretudo descobrir, não as leis de uma 
economia já no seu ponto morto, ou seja, parada, mas de uma economia em movimento, em 
transformação.E é essencialmente através do estudo da história e por meio da dedução que Marx 
pretende pôr em evidência esta evolução, para ele tão certa e inevitável quanto à forma da 
sociedade futura que daí deve resultar. 
Serve-se o marxismo da concepção do materialismo histórico para interpretar 
a história, interpretação essa subjacente a toda a sua obra. Que se deve entender por 
materialismo histórico? Segundo a análise mais corrente, consiste na tese de acordo com a qual 
as transformações de ordem material determinarão todas as transformações de ordem ideológica. 
Essas transformações materiais dependem, por sua vez, das que se operam na técnica de 
produção: "O moinho de vento vos dará a sociedade com o suserano e o moinho a vapor a 
sociedade com o capitalismo industrial." Em outros termos, a infraestrutura econômica da 
sociedade — quer dizer a maneira de se produzir — determina a superestrutura, ou seja, a moral, 
a arte, a literatura, a religião. "As relações sociais estão intimamente ligadas às forças 
produtivas." 
Além disso, este materialismo histórico constitui para Marx, não só um método de 
interpretação dos fatos passados, mas também um auxílio à dedução, um instrumento exato de 
previsão. As maneiras de se produzir e o regime da propriedade eram ambos, no passado, 
individuais. Hoje, a produção tornou-se coletiva — pois, por necessidade técnica, com a 
concentração do trabalho nas fábricas, consequência do progresso da técnica (em particular do 
maquinismo), o operário vende o seu trabalho aos detentores do capital — enquanto a 
propriedade dos meios de produção contínua sob o regime individualista. A evolução da 
infraestrutura já se consumou. Nestas condições, portanto, inevitável e obrigatório se tornou o 
reajustamento da superestrutura e, principalmente, do direito e do regime de propriedade. 
Uma vez coletivizada a produção, o mesmo se verificará com os meios de produção e o 
produzido. Esta evolução, cujo sentido é indicado de maneira imperativa pelo materialismo 
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histórico, contém em si a sua causa determinante: o antagonismo entre as classes. A História 
indica, com efeito, que a produção acarretou sempre, em todas as épocas, uma divisão das 
sociedades em dois grupos opostos: um, o dos detentores dos meios de produção, e outro o dos 
fornecedores da força de trabalho. 
Assim, a sociedade antiga estava dividida em senhores e escravos; a feudal, em senhores 
e servos; a capitalista, em patrões — os capitalistas — e empregados — os proletários. Os 
primeiros se esforçam por manter intactos os seus privilégios; os últimos tentarão a sua 
supressão ou procurarão transformar-se em seus beneficiários. O proletariado é, portanto, uma 
classe social que se define objetivamente pela ausência de posse dos meios de produção e, 
subjetivamente, por uma tomada de consciência de que não somente pertence a uma classe, mas 
também do papel histórico de que está incumbido. A evolução da sociedade prossegue em meio 
a violentos conflitos, sempre renovados. Foi através destas constantes lutas de classe que se 
operou, no passado, o ajustamento do regime de propriedade à produção, foi assim que o 
capitalismo tomou o lugar do feudalismo e é por este meio — ainda mais brutal e violento na 
época atual, em virtude da crescente industrialização da sociedade e da melhor organização da 
classe proletária, cada vez mais forte — que a propriedade passará de individual a coletiva, 
sendo o capitalismo substituído pelo coletivismo e prosseguindo, assim, a sociedade, na sua 
inexorável evolução. "O comunismo não é para nós um ideal segundo o qual a realidade deve 
ser regulada. Chamamos de comunismo o movimento real que abolirá o estado atual. As 
condições desse movimento resultam das bases atualmente existentes" (Ideologia alemã). 
 
CONCEPÇÃO ECONÔMICA DO MARXISMO 
 
A tese da exploração é apresentada por Marx sob dois aspectos complementares: primeiro, 
o econômico — o trabalho constitui o valor dos produtos; segundo, o social — o valor do 
produzido deve pertencer a quem fornece o trabalho, ou seja, ao operário. Ora, o empregador e 
o capitalista reservam para si uma parte do valor produzido; o operário não recebe, pois, o 
produto integral do seu trabalho, ao qual tem direito. 
O aspecto econômico dessa exploração é desenvolvido na teoria marxista do valor-
trabalho e o aspecto social vem expresso na teoria da mais-valia. 
 
 
 
 
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I. A TEORIA DO VALOR-TRABALHO 
 
Marx quer dar bases científicas à sua doutrina. Na parte sociológica caracteriza-se este 
traço científico pela interpretação do materialismo histórico.Na parte econômica, resulta das 
análises técnicas que pretendem constituir um encadeamento e uma conclusão lógica das 
principais teorias da escola clássica. 
Marx aceita as teorias da Escola Clássica na mesma disposição de espírito com que 
observa as manifestações da economia liberal: considera estas teorias e estes fatos como a 
expressão do sistema capitalista, pretendendo pôr em evidência o sentido da sua evolução. 
Assim, pois, a sua teoria do valor-trabalho nada mais é que o prolongamento consciente 
da teoria do valor-trabalho exposta por Adam Smith e por Ricardo. O socialismo marxista 
apresenta-se, assim, antes como continuador do que como adversário da ciência clássica. E por 
este traço se distingue dos socialistas seus antecessores. 
Conforme foi visto, ao tratar da teoria do valor na escola clássica inglesa, chegara Ricardo 
a uma dupla conclusão: 
 
a) ser o trabalho a fonte de todo o valor; 
b) ser impossível adquirir o operário, com o salário, o produto do seu trabalho; 
 
Adotando Marx estas conclusões, faz sua a teoria clássica do valor, acrescentando-lhe 
apenas alguns elementos de ordem secundária: enquanto dizia Ricardo constituir o trabalho a 
fonte de todo o valor, escreveu Marx que "o valor é o trabalho cristalizado". Simples diferença 
de forma. Mas, de modo mais incisivo que Ricardo, estabeleceu Marx uma relação de 
casualidade, direta e absoluta, entre o trabalho e o valor: estas duas noções identificam-se de 
maneira completa. O valor de uma mercadoria será maior ou menor segundo o maior ou menor 
número de horas necessárias para a sua fabricação e produção. Tentando, então, tornar precisa 
esta medida do valor, enuncia Marx ser o valor das coisas fixadas pela “quantidade de trabalho 
socialmente necessário" à sua produção. 
Adam Smith procura, também, tornar precisa esta noção do trabalho como base do valor. 
Distinguira o trabalho fácil do trabalho difícil, exigindo este último prévia aprendizagem. Marx 
retoma a diferença, dando-lhe uma nova terminologia. Distingue o trabalho simples do trabalho 
qualificado. Este último representa um múltiplo do trabalho simples: uma hora de trabalho 
qualificado valerá 2, 3, 4, 5 horas de trabalho simples. Esclarece tratar-se de um trabalho 
“socialmente necessário", tal como o executado com o auxílio de meios técnicos, cujo emprego 
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é habitual em determinado meio social, para a fabricação de determinado produto. Por exemplo: 
em uma região onde o trigo é ordinariamente ceifado à mão, considerar-se-á como unidade, 
para o estabelecimento do preço regulador, este gênero de trabalho manual; em uma região onde 
o trigo é cortado à máquina, o preço será regulado tornando-se este trabalho mecânico como 
unidade. 
Postas de lado estas minúcias excessivas, limitou-se Marx tão somente a adotar a teoria 
do valor-trabalho, na forma que lhe dera Ricardo, utilizando- a para fins inteiramente diversos. 
Com efeito, do aspecto econômico da exploração deduziu Marx consequências de ordem social 
que os clássicos não haviam percebido ou se recusaram a perceber, consequências essas que. 
podem ser assim resumidas: sendo todo valor criado pelo trabalho, justo será ir ter todo o valor 
às mãos de quem forneceu o trabalho, isto é, do trabalhador. Ora, o trabalhador não recebe o 
valor integral do seu trabalho. Impossível lhe é, pois, adquirir o produzido com ele; e, assim, é 
vítima, na sociedade capitalista, que é uma verdadeira exploração social. Esta exploração não 
depende, aliás, da vontade do patrão, nem da aquiescência do operário: decorre da própria 
natureza das trocas no regime capitalista. 
 
 
II. A TEORIA DA MAIS-VALIA 
 
Marx, retomando uma distinção feita por Adam Smith, considera a circulação e a 
constituição do capital, para distinguir os dois aspectos da circulação, segundo se trate do 
período pré-capitalista ou do período capitalista.No decurso do período pré-capitalista — até 
ao século XVII — a circulação do capital se fazia de um modo simples: realizava-se, demaneira 
geral, entre os lavradores proprietários de seus utensílios. Esta 
circulação tinha início com uma mercadoria e terminava também com uma mercadoria. Um 
camponês produzia trigo; vendia-o a determinado seu preço e com o seu produto comprava 
objetos de consumo. A quantidade do trabalho contido e "cristalizado" no trigo vendido era 
igual à quantidade do trabalho incluído nos objetos de consumo adquiridos. Constituindo a 
igualdade e a lei das trocas, a troca, assim realizada no período pré-capitalista, era justa. No 
período capitalista a circulação complica-se. Tem início com amoeda e termina com a moeda. 
O empreendedor adquire, por intermédio da moeda, máquinas, matérias-primas, paga a mão-
de-obra. Uma vez terminada a produção, vende seu produto, recebendo, em troca, moeda. 
Admitindo-se serem as somas necessárias para a produção iguais a 100, teríamos o 
empreendedor, dono do produto resultante do trabalho de sua empresa, vendendo este produto 
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por uma soma elevada: 130, por exemplo. Desaparece, assim, a igualdade entre a quantidade 
de trabalho cristalizado no produto e a quantidade de trabalho cuja aquisição este produto 
possibilitará. O capital do empreendedor aumenta ao circular no ciclo da produção. Embora 
continue a igualdade a ser a -lei das trocas, já não é possível garanti-la. No regime capitalista 
as trocas são, portanto, desiguais; já não se fazem em uma base justa. 
Em vista de não se fazerem mais de acordo com a estrita igualdade das quantidades de 
trabalho contido em cada produto, acabam as trocas por uma exploração do trabalhador: este já 
não recebe o valor integral do seu trabalho e, por conseguinte, não pode adquirir a totalidade 
do produzido.Marx, retomando uma distinção feita por Adam Smith, considera a circulação e a 
constituição do capital, para distinguir os dois aspectos da circulação, segundo se trate do 
período pré-capitalista ou do período capitalista. 
No decurso do período pré-capitalista — até ao século XVII — a circulação do capital se fazia 
de um modo simples: realizava-se, de maneira geral, entre os lavradores proprietários de seus 
utensílios. Esta circulação tinha início com uma mercadoria e terminava também com uma 
mercadoria. Um camponês produzia trigo; vendia-o a determinado preço e com o seu produto 
comprava objetos de consumo. A quantidade do trabalho contido e "cristalizado" no trigo 
vendido era igual à quantidade do trabalho incluído nos objetos de consumo adquiridos. 
Constituindo a igualdade e a lei das trocas, a troca, assim realizada no período pré-capitalista, 
era justa. 
No período capitalista a circulação complica-se. Tem início com a moeda e termina com 
a moeda. O empreendedor adquire, por intermédio da moeda, máquinas, matérias-primas, paga 
a mão-de-obra. Uma vez terminada a produção, vende seu produto, recebendo, em troca, moeda. 
Admitindo- se serem as somas necessárias para a produção iguais a 100, teríamos o 
empreendedor, dono do produto resultante do trabalho de sua empresa, vendendo este produto 
por uma soma elevada: 130, por exemplo. Desaparece, assim, a igualdade entre a quantidade 
de trabalho cristalizado no produto e a quantidade de trabalho cuja aquisição este produto 
possibilitará. O capital do empreendedor aumenta ao circular no ciclo da produção. Embora 
continue a igualdade a ser a -lei das trocas, já não é possível garanti-la. No regime capitalista 
as trocas são, portanto, desiguais; já não se fazem em uma base justa. Em vista de não se fazerem 
mais de acordo com a estrita igualdade das quantidades de trabalho contido em cada produto, 
acabam as trocas por uma exploração do trabalhador: este já não recebe o valor integral do seu 
trabalho e, por conseguinte, não pode adquirir a totalidade do produzido. 
3 O SOCIALIMSO NO BRASIL E NO MUNDO (CAPÍTULO 3) 
 
13 
 
 
Os chamados países socialistas abrangem atualmente um terço da população mundial. Noinício do século XX não havia nenhum país socialista, que adotasse uma economia planificada. 
O primeiro a fazê-lo foi a União Soviética em 1917, que acabou se dissolvendo na última década. 
Após a Segunda guerra mundial ( 1939 – 1945), outros países se tornaram socialistas, como a 
Iugoslávia, Polônia, China, Vietnã, Coréia do Norte, Cuba, Albânia, Bulgária, Romênia, 
Checoslováquia, Hungria, etc. 
O que existe em comum entre os países socialistas é a aplicação rigorosa da economia 
planificada, onde tornaram-se publicas todas as empresas desses países, que antes eram 
particulares. 
Dessa forma, as decisões econômicas cabem ao Estado, por intermédio dos técnicos que 
elaboram os planos econômicos. Porém existem diferenças econômicas entre esses países de 
economia planificada. Há nações super-industrializadas, por outro lado, há nações agrícolas e 
de pouca industrialização. Apesar dessas diferenças, os países de baixa industrialização 
possuem rendas nacionais bem distribuídas e sua população apresenta menos desigualdade 
sociais. 
 
 Capitalismo versus Socialismo – A chamada Guerra Fria 
 
 A competição pela liderança econômica do mundo foi muito serrada entre Estados 
Unidos um país capitalista e União Soviética um país socialista. Ambos queriam a manutenção 
e a expansão de áreas de influência de seus interesses. Essa competição teve início na Segunda 
Guerra Mundial, em 1945, os Estados Unidos consolidaram sua oposição de superpotência 
capitalista, e a União Soviética, que tinha implantado o socialismo em 1917, surgia como nação 
forte e respeitada por todas as demais. No pós-guerra intensificaram-se as disputas entre Estado 
Unidos capitalista e Unido Soviética socialista pela liderança do mundo. Cada uma das 
superpotências procurou consolidar sua liderança sobre outros países e ampliar sua área de 
influência. 
De um lado a potência socialista conseguem influenciar muitos países do leste europeu 
que deixam de ser capitalistas e se tomaram socialistas como a Iugoslávia que tomou-se 
socialista em 1945; a Albânia e a Bulgária, em 1946;a Polônia e a Romênia, em 1947; a 
Checoslováquia, em 1948;a Hungria, em 1949; a República Democrática Alemã Oriental, em 
1949. Também na Ásia, alguns países optaram pelo socialismo: o Vietnã do Norte, em 1945; 
14 
 
a Coréia do Norte, em 1948; a China, em 1949; o Tibet, em 1950, como província da China e, 
depois, em 1953, independente. 
Outros países optaram pelo socialismo nos anos 60, 70 e 80. Por outro lado os Estados 
Unidos com receio do avanço do socialismo sobre os países da Europa ocidental que estava 
destruída devido a guerra e temendo perdê-los de sua área de influência, elaboraram um plano 
de ajuda econômica para que esses países pudessem recuperar sua economia. Os países 
europeus que mais receberam ajuda dos Estados foram: Reino Unido, França, Alemanha e Itália. 
A partir de 1945 após o lançamento das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, os Estados 
Unidos também prestou ajuda militar e economicamente ao Japão, aplicando vultosas somas de 
dinheiro para recuperar a economia japonesa e, assim, assegurar seu apoio. Essa disputa pela 
superioridade internacional entre os Estados Unidos e a União Soviética, logo após a Segunda 
Guerra Mundial, gerou a Guerra Fria. 
A Guerra Fria , foi uma disputa não declarada. Cada uma das nações procurava ampliar 
suas áreas de influência sobre o mundo, Foi também uma disputa ideológica, isto é, em que se 
defrontavam os dois tipos de organização econômica, política e social: o capitalismo e o 
socialismo. 
Essa guerra fria gerou durante anos muitos acordos , tratados e apoio estabelecendo um 
clima de competição, entre as duas superpotências. Estas que rivalizaram-se em poder militar e 
econômico, procurando ultrapassar um ao outro. Os Estados Unidos combatiam o avanço do 
socialismo. A Unido Soviética procurava dificultar a expansão americana na formação de áreas 
de influências, além de difundir o socialismo. Posteriormente, as superpotências passaram a 
dispor da bomba de hidrogênio. Sabiam que numa guerra nuclear não haveria vencidos nem 
vencedores. Essa realidade criou um novo equilíbrio, o equilíbrio de terror. 
Em 1956 os Estados Unidos reconheceram as áreas de influência da União Soviética, fato 
que marcou o declínio da Guerra Fria. Contudo, não terminaram as disputas entre as duas 
superpotências. 
Tanto a OTAN tratado criado pelos capitalistas, quanto o Pacto de Varsóvia criado pelos 
socialistas constituíram, alianças militares que se opuseram. Esses tratados são resultados da 
disputa entre as duas superpotências e seus aliados pela preservação de seus interesses no 
mundo. O mundo pós-guerra formou um sistema de dependência no qual as duas superpotências 
tornaram-se os países centrais. 
E muitas disputas ocorrem entre essas duas potências ao longos dos anos. Porém a União 
Soviética começa a perder campo, primeiramente em 1991 e dissolvido o Pacto de Varsóvia e 
em 21 de dezembro de 1991, a URSS deixou formalmente de existir. Onze das doze repúblicas 
15 
 
que permaneceram concordaram em criar a chamada Comunidade dos Estados Independentes 
(CEI). Gorbatchov renunciou em 25 de dezembro e no dia seguinte o Parlamento soviético 
proclamou a dissolução da URSS. 
No momento os Estados Unidos lidera a economia Mundial predominando assim o 
sistema capitalista. 
 
 A dissolução da União Soviética provoca o fim do “socialismo real” 
 
Na última década do século XX chegou ao fim, de forma inesperada, o modelo socialista 
criado pela União Soviética. O próprio país, herdeiro do antigo império russo, deixou de existir. 
Nos anos que se seguem cientistas políticos das mais diversas tendências se dedicaram a estudar 
as causas e conseqüências de um fato histórico e político de tanta relevância. Dentre os fatores 
explicativos do fim do chamado “socialismo real” da União Soviética destacam-se a 
incapacidade do país de acompanhar a revolução tecnológica contemporânea, especialmente na 
área da informática, a ausência de práticas democráticas e a frustração das expectativas de 
progresso material da população. As explicações sobre o colapso da União Soviética abrangem 
os demais países do leste europeu que, apesar de suas especificidades, partilharam das mesmas 
carências. 
A crise econômica mundial das duas últimas décadas do século XX, que teve papel 
preponderante no colapso da União Soviética, afetou também os países europeus de governo 
socialista ou social-democrata. Na França, Suécia, Itália e Espanha os partidos socialistas e 
social-democratas foram responsabilizados pelo aumento do desemprego e do custo de vida. 
Políticos e ideólogos neoliberais conservadores apressaram-se em declarar a morte do 
socialismo, enquanto os lideres socialistas tentavam redefinir suas linhas de atuação e encontrar 
caminhos alternativos para a execução das idéias socialistas e a preservação do estado de bem-
estar social. 
 
 
 
O socialismo surgiu no Brasil 
 
O socialismo surgiu no Brasil, como teoria e como prática, circunstanciado pelas 
contradições criadas pelo capitalismo, a partir da separação definitiva e radical dos produtores 
16 
 
dos seus meios de produção, opondo a “classe mais numerosa e pobre da sociedade” (Saint-
Simon) aos proprietários dos meios de produção, aos donos do capital. 
Na época em que o socialismo é mencionado e até defendido aqui no Brasil (meados do 
século XIX) por um Abreu e Lima e Antonio Pedro de Figueiredo, considerados precursores 
do socialismo em nosso país, vivia-se numa sociedade caracterizada pelas relações de produção 
escravista, em que as relações do trabalho assalariado eram inexpressivas para definir nosso 
modo de produção como capitalista. 
Só nos finais do século XIX, inicio do século XX, é que as ideias socialistas se apresentam 
melhor definidas nas obras de Higino Cunha, Clóvis Bevilácqua, Tobias Barreto, entre outros, 
namedida em que se começa a se compreender as diferenças entre as várias tendências do 
socialismo. É também a partir daí que começa a surgir uma imprensa operária e socialista, com 
uma maior clareza em termos das reivindicações operárias e das propostas socialistas, sob a 
influência da tendência socialdemocrata e mais fortemente do anarco-sindicalismo. Podemos 
mesmo afirmar, que enquanto a primeira tendência ficava circunscrita às atividades jornalísticas 
e suas ações se voltavam às discussões políticas acerca da democracia, de combate ao domínio 
oligárquico do poder, a segunda tendência se aproximava das massas trabalhadoras, 
desenvolvendo atividades políticas de contestação ao próprio sistema político e de luta em 
defesa da melhoria das condições de vida e de trabalho das massas trabalhadoras. Foi sob a 
influência do anarco-sindicaismo que aconteceram as primeiras greves operárias mais 
significativas dos primeiros anos do século XX, como as primeiras Conferências e Congressos 
Operários que não só mobilizaram várias categorias de trabalhadores, como também fez 
desencadear uma onda de repressão contra a classe trabalhadora e contra os formadores de 
opinião que atuavam na imprensa e nas associações operárias, defendendo os princípios 
anarquistas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
4 CONCLUSÕES (CAPÍTULO 4) 
 
 
Como visto, o socialismo não é uma filosofia de doutrina e programa fixos, pois seus 
diversos ramos defendem um certo grau de intervencionismo social e racionalização econômica 
(geralmente sob a forma de planejamento econômico), às vezes opostas entre si, como o 
socialismo de estado e o socialismo libertário. 
O socialimo utópico, por exemplo, difundiu-se, principalmente, na França e na Inglaterra, 
e apresenta duas características principais: espiritualista e voluntarista espiritualista, e não 
materialista. Além disso, sua base é feita no ideal de justiça e de fraternidade. Esta corrente 
procura com a melhoria do meio econômico buscar realizar mais do que um acréscimo de bem-
estar material, ou seja, uma organização social equitativa e mais justa repartição per capita.Vale 
lembrar também que os socialistas utópicos evitam o uso de violência para atingir seus objetivos 
e tem uma visão mais otimista por confiar nas forças humanas e morais. 
Já o socialismo industrialista, é uma corrente que parte da mudança do setores de 
produção para alcançar seus objetivos. Saint-Simon (1760-1825) encabeça essa corrente 
doutrinária ( que é também chamada de sansimonismo ). Ele não encara os problemas 
econômicos e sociais tomando o homem como individuo isolado e sim em seu quadro social 
(em sociedade e considerando as características dessa sociedade), na coletividade subordinada 
a leis de organização e evolução. Para Saint-Simon a finalidade do sansimonismo não é a 
liberdade e sim coisas úteis a vida, noção positiva e de evolução e evolução para ele significa 
progresso, o que por sua vez significa industrialização. De forma geral, o sistema de Saint-
Simon é autoritário, pois separa muito bem o papel de cada pessoa nessa sociedade, é coletivista 
pois abole os direitos hereditários e os meios de produção são distribuídos. 
O socialismo de trocas ( também conhecido como PROUDHONISMO ), coloca que a 
reforma da sociedade deve ter como princípio de ação a justiça, sinônimo de igualdade e de 
liberdade. Esse efeito seria possível introduzindo-se modificações, não mais na produção ou na 
repartição, mas na circulação, pois é no ato de troca que Proudhon vê surgir a injustiça em toda 
a sua força, a qual se transmite para toda a economia. O proudhonismo formula, portanto, uma 
crítica dupla contra o liberalismo e contra o socialismo. Constrói, em seguida um sistema 
baseado na reforma do regime de trocas. Em resumo: o proudhonismo é um socialismo de trocas, 
se encarado pelos meios preconizados, e espiritualista, se pelos seus fins. Espiritualista, de fato, 
pela incessante busca de justiça na sociedade econômica, justiça pela igualdade e pela liberdade. 
18 
 
O último tipo de socialismo abordado foi o socialismo científico ( marxismo), o qual 
apresenta-se como vasta doutrina socialista elaborado por Karl Marx e Friedrich Engels. O 
socialismo científico refuta as "utopias" sentimentais e idealistas, base dos "sistemas" dos tipos 
de socialismos discutidos até então.Marx, admite, em consonância com Hegel e contrariamente 
a Descartes, ser a racionalidade das coisas que cria a sua realidade e não a ideia que precede as 
coisas na marcha do conhecimento adotando-se então uma concepção materialista. Assim, 
serve-se o marxismo da concepção do materialismo histórico para interpretar a história, sendo 
que este consiste na tese que afirma que as transformações de ordem material determinarão 
todas as transformações de ordem ideológica. Para Marx, o que leva a sociedade ao sistema 
socialista é essencialmente a divisão da sociedade, e portanto a luta, em duas classes 
antagonistas: proletariado e burguesia, a primeira fornece a força de trabalho e a segunda detém 
os meios de produção. No socialismo científico, o operário não recebe, pois, o produto integral 
do seu trabalho, ao qual tem direito, sendo assim explorado.O aspecto econômico dessa 
exploração é desenvolvido na teoria marxista do valortrabalho e o aspecto social vem expresso 
na teoria da mais-valia. 
Nestas condições é portanto, inevitável e obrigatório o reajustamento da superestrutura e, 
principalmente, do direito e do regime de propriedade. Portanto, é através da luta ( violenta ) 
para tomar os meios de produção que se atinge seus objetivos. Uma vez coletivizada a produção, 
o mesmo se verificará com os meios de produção e o produzido. 
O socialismo no mundo atualmente é praticado por poucos países ( entre eles China e 
Cuba) , pois após a guerra fria e a dissolução da União Soviética evidenciou-se o fracasso do 
sistema ( mesmo este sendo uma tipo de socialismo chamado REAL, que não foi abordadado 
nesse trabalho ) e o “triunfo” do sistema capitalista no mundo. 
Assim, torna-se muito complexo avaliar se o Socialismo é mesmo um sistema econômico 
praticável, pois apesar de todo principio básico de igualdade e divisão, na presença da escassez 
de meios, a diferença entre riqueza e pobreza na verdade consiste na escolha adequada sobre os 
usos alternativos dos meios, ou seja, sobre que fins serão atendidos e quais serão deixados de 
lado, ou ainda sobre o que (e também quanto, quando e onde) deve ser produzido. 
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REFERÊNCIAS 
 
 
 
HUGON, Paul. História das doutrinas econômicas. Editora Atlas, 1973. 
 
SPINDEL, Arnaldo. O que é socialismo. Brasiliense, 2017. 
 
POJETO HISTÓRIA. Teóricos e teorias: O Socialismo chamado Utópico: Saint-Simon. 
Disponível em: < http://historianointerior.blogspot.com/2012/02/o-socialismo-chamado-
utopico-saint.html >. Acesso em 5 maio 2019. 
 
 
http://historianointerior.blogspot.com/2012/02/o-socialismo-chamado-utopico-saint.html
http://historianointerior.blogspot.com/2012/02/o-socialismo-chamado-utopico-saint.html

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