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DIREITO EMPRESARIAL E TRIBUTÁRIO Professora Esp. Renata Monteiro de Andrade GRADUAÇÃO Unicesumar C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; ANDRADE, Renata Monteiro de. Direito Empresarial e Tributário. Renata Monteiro de Andrade. (Reimpressão) Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. 188 p. “Graduação - EaD”. 1. Direito. 2. Empresarial. 3. Tributário. 4. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 341 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 ISBN 978-85-459-0534-9 Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Direção Operacional de Ensino Kátia Coelho Direção de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Direção de Operações Chrystiano Mincoff Direção de Mercado Hilton Pereira Direção de Polos Próprios James Prestes Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida Direção de Relacionamento Alessandra Baron Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli Gerência de Produção de Conteúdo Juliano de Souza Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Coordenador de Conteúdo José Manoel da Costa Lideranças de área Angelita Brandão, Daniel F. Hey, Hellyery Agda Design Educacional Isabela Agulhon Ventura Iconografia Ana Carolina Martins Prado Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa André Morais de Freitas Editoração Victor Augusto Thomazini Revisão Textual Daniela Ferreira dos Santos Pedro Afonso Barth Ilustração Bruno Cesar Pardinho Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e so- lução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilida- de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos- sos farão grande diferença no futuro. Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume o compromisso de democratizar o conhe- cimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi- tário Cesumar busca a integração do ensino-pes- quisa-extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consci- ência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al- meja ser reconhecido como uma instituição uni- versitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con- solidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrati- va; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relaciona- mento permanente com os egressos, incentivan- do a educação continuada. Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu- nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con- tribuindo no processo educacional, complementando sua formação profissional, desenvolvendo competên- cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessá- rios para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cresci- mento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além dis- so, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendiza- gem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória acadêmica. A U TO R A Professora Esp. Renata Monteiro de Andrade Especialização em Empreendimentos e Negócios Imobiliários pelo Centro Universitário Cesumar (Unicesumar/2015). Especialização em Direito Empresarial pela Universidade Paranaense (UNIPAR/2006). Graduação em Direito pela UNIPAR (2005). Atualmente é professora titular do Unicesumar. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Empresarial. Lattes: <http://lattes.cnpq.br/9101607861095025>. SEJA BEM-VINDO(A)! Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)! Neste livro, trataremos de temas importantes tanto para o desenvolvimento profissional quanto para o pessoal, tendo em vista que se trata do Direito Empresarial e Tributário, duas esferas do direito de grande importância para desenvolvimento econômico e so- cial, visto que, em nossa sociedade capitalista, as empresas possuem objetivo principal em auferir lucro, e dessa forma por meio dos pagamentos dos impostos e salários mo- vimentam a economia. Dois ramos do Direito diferentes, mas relacionados entre si, e para tanto, imprescindível entender conceito do Direito Empresarial, bem como os princípios específicos relacio- nados à atividade, para entender quem pode exercer atividade empresarial, quais seus requisitos diante do entendimento do que significa empresa e atividade, sem esquecer do estabelecimento e da legalização da empresa. Após visualizar conceitos sobre empresas e empresários, entendemos que alguns as- pectos sobre as sociedades e suas classificações, formas de constituição e, principal- mente, como constituir estabelecendo as diferenças entre cada uma delas, como ocorre a administração de acordo com as leis aplicadas para discernir qual a melhor forma de sociedade é mais adequada à sua necessidade, finalizando com as operações societárias que podem ser realizadas. Seguimos para as noções do Direito Tributário e seus aspectos relevantes principalmen- te na existência da relação jurídica entre as pessoas e o ente público sendo primordial entender o momento do surgimento dessa relação e o motivo pelo qual ela surge, par- tindo do pressuposto de conceitos do direito tributário seguindo para fontes que são essenciais para interpretação de qualquer direito. Como funciona o sistema tributário nacional, como são instituídos os tributos e quais são os princípios e limites desse poder tão relevante atualmente, são temas debatidos atualmente em nossas câmaras legislativas. Em seguida, passaremos a conhecer as principais leis aplicadas ao Direito Tributáriopara entender sua aplicabilidade e conhecer as formas de aplicação. Para que não haja qual- quer sanção, é necessário compreender o motivo do surgimento da obrigação tributária para instituir a responsabilidade tributária a quem for de direito, finalizando esta unida- de com formas de suspensão, exclusão e extinção do crédito tributário. E, finalmente, conheceremos a competência tributária e as espécies de tributos, princi- palmente, os principais tributos instituídos pela União, Estados e Municípios, apresen- tando algumas regras encerrando nossos estudos com funcionamento das taxas, contri- buições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais. Bons estudos! Prof.ª Renata Monteiro de Andrade APRESENTAÇÃO DIREITO EMPRESARIAL E TRIBUTÁRIO SUMÁRIO 09 UNIDADE I DO DIREITO EMPRESARIAL 15 Introdução 16 Direito Empresarial 21 Conceitos de Empresário 27 Cônjuges 28 Empresa e Atividade Empresarial 33 Registro e Legalização das Empresas 39 Contabilista 40 Considerações Finais 45 Referências 47 Gabarito UNIDADE II SOCIEDADES 53 Introdução 54 Conceito de Sociedades 55 Classificação das Sociedades 73 Sociedade Comum 76 Desconsideração da Personalidade Jurídica 78 Considerações Finais 83 Referências 84 Gabarito SUMÁRIO 10 UNIDADE III NOÇÕES DE DIREITO TRIBUTÁRIO 87 Introdução 88 Noções de Direito Tributário 90 Fontes do Direito Tributário 95 Sistema Tributário Nacional 96 Funções dos Tributos 100 Princípios e Limitações do Poder de Tributar 105 Considerações Finais 110 Referências 111 Gabarito UNIDADE IV DAS OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS 115 Introdução 116 Legislação Tributária 126 Relação Jurídica Tributária 131 Capacidade Tributária 133 Crédito Tributário 141 Considerações Finais 147 Referências 148 Gabarito SUMÁRIO 11 UNIDADE V DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA E OS TRIBUTOS EM ESPÉCIE 153 Introdução 154 Competência Tributária 158 Espécies de Tributos 181 Considerações Finais 185 Referências 186 Gabarito 188 CONCLUSÃO U N ID A D E I Professora Esp. Renata Monteiro de Andrade DO DIREITO EMPRESARIAL Objetivos de Aprendizagem ■ Entender os conceitos do Direito Empresarial. ■ Compreender os princípios específicos da atividade empresarial. ■ Conceituar empresário e saber quem possui capacidade para ser empresário. ■ Aprender quem não pode ser empresário. ■ Assimilar conceito de empresa e atividade empresarial. ■ Instruir-se de como se realiza o registro e legalização das empresas. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Direito empresarial ■ Conceitos de empresário ■ Cônjuges ■ Empresa e atividade empresarial ■ Registro e legalização das empresas ■ Contabilista INTRODUÇÃO Olá, caro(a) aluno(a), esta unidade tem por objetivo a sua compreensão sobre o Direito Empresarial, assunto que estará presente tanto na vida profissional de qualquer gestor ou administrador. Devemos entender os conceitos trazidos pelos grandes doutrinadores sobre Direito Empresarial para que possamos delinear as obrigações estabelecidas na legislação, principalmente motivos e as relações existentes entre as pessoas e a empresa para que não haja qualquer prejuízo à empresa ou ao profissional. Em sequência, entendemos as características próprias do Direito empresa- rial, baseada na simplicidade e facilidade na compreensão, bem como princípios constitucionais estabelecidos. O conteúdo trazido nesta unidade não será utilizado apenas como forma de avaliação ou em trabalhos posteriores, visto que faz parte de um universo repleto de informações que serão utilizadas no cotidiano da vida de cada um. O mundo da legislação é repleto de informações e, para que exista uma compreensão desta, devemos absorver os conceitos de empresário, empresa, atividade comercial e, principalmente, as exceções existentes, sem esquecer que para todos os atos esbarramos na plena capacidade civil, visto que para exercí- cio da atividade deve o empresário possuir requisitos legais para tal e proibições que devem ser conhecidas. Vamos aprender o conceito de empresário individual, a nova modalidade de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI). Após enten- der conceitos essenciais e suas aplicações, teremos uma breve explanação sobre registro e legalização das empresas, que será tratado mais profundamente na próxima unidade. Seria imprudente entender sobre espécies de empresa sem abranger os con- ceitos de estabelecimento e ponto comercial, por isso, vamos também abordar este tema. Nosso objetivo é trazer o máximo de conhecimento e informação para que haja a construção desse universo cheio de dúvidas que surgirão no decorrer de nossos estudos, lembrando que estaremos juntos nesta busca incessante. Vamos lá! Ótimo estudo! Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 15 ©shutterstock DO DIREITO EMPRESARIAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E16 DIREITO EMPRESARIAL Caro(a) aluno(a), precisamos compreender as mudanças ocorridas na legisla- ção que foram muito importantes para o desenvolvimento do instituto. Antes da vigência do Código Civil ocorrida em 2002, o Direito Empresarial era tratado como Direito comercial, havendo inclusive um código específico que foi revo- gado quase inteiramente pelo Código Civil de 2002, mantendo somente em vigor a segunda parte que trata exclusivamente do comércio marítimo. Essa modificação na terminologia se deve à modificação da teoria adotada pelos códigos, ou seja, o Código Comercial adotava a teoria dos atos do comér- cio, por isso, era tratado como Direito comercial. O Código Civil atualizado em 2002 adotou a teoria de empresa passando a ser mais abrangente que a teoria ante- rior, não considerando atividade empresarial apenas as de natureza intelectual. Para Teixeira (2013, p. 32): Direito empresarial seria apenas a expressão ‘Direito Comercial’ atuali- zada. Boa parte da doutrina continua a usar Direito Comercial, inclusi- ve nos títulos das obras. Independentemente da terminologia, trata-se de um ramo do Direito. Segundo Santos (2010, p. 13): “[...] o Direito Empresarial é o ramo do Direito que tem por objeto a regulamentação da atividade econômica daqueles que atuam na circulação ou produção de bens, bem como na prestação de serviços”. Direito Empresarial Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 17 Nossa Constituição Federal (1988) assegura autonomia do Direito Empresarial estabelecida em seu artigo 22, inciso II que define: “Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - Direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho” (BRASIL, 1988, on-line)1. Coelho (2002, p. 04) nos ensina: O direito comercial cuida do exercício dessa atividade econômica orga- nizada de fornecimento de bens ou serviços, denominada empresa. Seu objeto é o estudo dos meios socialmente estruturados de superação dos conflitos de interesses envolvendo empresários ou relacionados às em- presas que exploram. As leis e a forma pela qual são interpretadas pela jurisprudência e doutrina, valores prestigiados pela sociedade, bem as- sim o funcionamento dos aparatos estatal e paraestatal, na superação desses conflitos de interesses e formam o objeto da disciplina. Lembremo-nos que as regras do Direito também são estabelecidas por suas fon- tes, de acordo com ensinamentos de Teixeira (2013) tratadas como primárias ou secundárias em que as primeiras são as leis, por exemplo, Lei de falência, Lei da franquia, Lei da Duplicata mercantil, inclusive a Constituição Federal, entre outras. A segunda ou secundárias sãousos e costumes que são as práticas reiteradas que passam a ser aceitas pelos empresários como regras, passando a vigorar quando não houver norma expressa sobre assunto, por exemplo, emis- são de pagamento de boletos bancários. Dentro do Direito Empresarial, tratamos de direito societário, direito falimen- tar, direito industrial, direito cambiário, direito concorrencial, direito bancário, direito de mercado de capitais, direito marítimo, direito securitário, entre outros. Segundo Teixeira (2013, p. 38): “[...] objeto do direito empresarial é essen- cialmente, regular as relações entre empresários e dispor sobre as regras das sociedades empresariais”. Gomes (2007) apresenta algumas características que diferenciam o Direito Empresarial por apresentar características próprias que são: ■ Simplicidade: afigura-se como um elemento próprio do comércio, visto que ele atende às necessidades da sociedade e tais necessidades (como ali- mentos, o vestuário e mesmo o crédito) são imediatas, daí a ausência de formas rígidas para prática dos atos jurídicos no Direito comercial, que valoriza as práticas adotadas, ou seja, os costumes. DO DIREITO EMPRESARIAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E18 ■ Universalismo: todas as pessoas em qualquer lugar no mundo necessitam de alimentos e de vestuário, tais necessidades são muitas vezes comuns e universais, tudo isso, inegavelmente, imprimiu no direito comercial um caráter universal ou cosmopolita e conduziu à padronização de muitas das normas nesta matéria. ■ Onerosidade: a onerosidade é um elemento incluído a toda relação comercial. O empresário desenvolve sua atividade de produção de bens, circulação de bens ou de serviços de forma a obter lucro. O elemento- -chave nesse ponto é a especulação com a finalidade de lucro. ■ Individualismo: o lucro é a preocupação imediata do interesse individual. ■ Fragmentarismo: há um conjunto de regras que os norteiam, pois, direito empresarial vincula-se a outros ramos do direito, mesmo que haja carac- terísticas próprias, ela deve estar em harmonia com outras leis. ■ Dinamismo: o Direito Empresarial é dinâmico e está sempre em cons- tante desenvolvimento, aderindo a novas tecnologias, o que resulta na prática de novas práticas comerciais. Como todos os ramos do Direito, atividade empresarial também possui seus prin- cípios específicos, estes trazidos pela Constituição Federal (1988), que estabelece: Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: I - soberania nacional. II - propriedade privada. III - função social da propriedade. IV - livre concorrência. V - defesa do consumidor. VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferen- ciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação. Direito Empresarial Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 19 IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte cons- tituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer ati- vidade econômica, independentemente de autorização de órgãos públi- cos, salvo nos casos previstos em lei (BRASIL, 1988, on-line)1. No caput, apresenta-se Valorização do Trabalho humano, em resumo, o empre- sário realiza sua atividade empregando seu capital na valorização do trabalho humano assumindo os riscos do negócio para obtenção do lucro. O princípio da livre iniciativa nos ensinamentos de Coelho (2007) se desdobra em quatro condições fundamentais para o funcionamento eficiente do modo de produção capitalista: 1) imprescindibilidade da empresa privada para que a sociedade tenha acesso aos bens e serviços de que necessita para sobreviver; 2) busca do lucro como principal motivação dos empresários; 3) necessidade jurídica de proteção do investimento privado e 4) reconhe- cimento da empresa privada como polo gerador de empregos e de riquezas para a sociedade. Não havendo necessidade de autorização do Estado para exercício da atividade econômica, o governo exerce somente a função de fis- calização e regulamentação, lembrando que sem a livre iniciativa não há economia de mercado. O princípio da Soberania Nacional, diferentemente do apresentado pelo art. 1.º da Constituição Federal, é o poder do Estado por meio dos instrumen- tos legais para gerenciar a ordem econômica fazendo com que sejam cumpridas. Princípio Função Social da propriedade: garantir e defender a proprie- dade privada dos meios de produção é pressuposto fundamental do regime capitalista de livre mercado. Ausente a propriedade privada, não há também mercado, obviamente. “Não havendo mercado, não há como negociar os bens e serviços em produção e circulação de forma legítima e eficiente” (RAMOS, 2014, p. 49). Princípio da livre concorrência estabelecida pela Constituição Federal (1988) em seu art. 173 § 4.º determina: DO DIREITO EMPRESARIAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E20 Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a explora- ção direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quan- do necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. [...] § 4.º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros (BRASIL, 1988, on-line)1. Esse princípio foi regulamentado pela Lei nº 12.529/2011, dispondo sobre sis- tema brasileiro de defesa da concorrência e prevenção e repressão às infrações contra a ordem econômica. Os empresários possuem a garantia constitucional de concorrer livremente entre si sem a intervenção do Estado, desde que não pratique qualquer infra- ção legal. Princípio da Defesa do consumidor: ganhou bastante importância no decorrer dos tempos, tanto que passou a ser regulamentado pelo seu próprio código. Este princípio determina que a atividade econômica deve sempre pro- teger a parte mais fraca na relação. Princípio da Defesa do meio ambiente: a partir da Emenda Constitucional 42, inovou o tratamento a esse princípio valorando àquele que se preocupa com o meio ambiente e penalizando aquele que o desrespeita, trazendo obrigações constitucionais e submetendo responsabilidades aos Estados de acordo com o agente que o pratica. Princípio do Tratamento favorecido às empresas de pequeno porte: visando a redução das desigualdades, o Estado cria Leis para incentivar os pequenos empresários para que exerçam sua atividade econômica em igual- dade com as grandes empresas. Esse princípio foi regulamentado por uma Lei complementar nº 123/2006, estabelecendo empresa de pequeno porte, criando o sistema SIMPLES. Contudo, nos ensina Teixeira (2013, p. 43): [...] a todos é assegurado o direito de participar da economia, por meio desenvolvimento de atividade industrial, comercial ou prestação de serviço, desde que atendidos os requisitos de capacidade do agente e o respeito aos impedimentos legais. ©shutterstock Conceitos de Empresário Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 21 CONCEITOS DE EMPRESÁRIO Coelho (2012, p. 145) define empresário como sendo: [...] a pessoa que toma a iniciativa de organizar uma atividade econô- mica de produção ou circulação de bens ou serviços. Essa pessoa pode ser tanto a física, que emprega seu dinheiro e organiza a empresa indi- vidualmente como a jurídica, nascida da união de esforços de seus in- tegrantes. A pessoa jurídicaempresária é cotidianamente denominada ‘empresa’, e os seus sócios são chamados ‘empresários’. O conceito de empresário é apresentado pelo Código Civil em seu artigo 966 que determina: “Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços” (BRASIL, 2002, on-line)2. Para melhor compreensão, utilizaremos os ensinamentos de Coelho (2002, p. 11) para entendermos a definição de cada parte: Profissionalismo: a noção de exercício profissional de certa atividade é associada, na doutrina, às considerações de três ordens. A primeira diz respeito à habitualidade. Não se considera profissional quem reali- za tarefas de modo esporádico. Não será empresário, por conseguinte, aquele que organizar episodicamente a produção de certa mercadoria, mesmo destinando-a à venda no mercado. Se está apenas fazendo um teste, com o objetivo de verificar se tem apreço ou desapreço pela vida empresarial ou para socorrer situação emergencial em suas finanças, e não se torna habitual o exercício da atividade, então, ele não é empresá- rio. O segundo aspecto do profissionalismo é a pessoalidade. O empre- sário, no exercício da atividade empresarial, deve contratar empregados. São estes que, materialmente falando, produzem ou fazem circular bens ou serviços. O requisito da pessoalidade explica por que não é o em- DO DIREITO EMPRESARIAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E22 pregado considerado empresário. Enquanto este último, na condição de profissional, exerce a atividade empresarial pessoalmente, os empre- gados, quando produzem ou circulam bens ou serviços, fazem-no em nome do empregador. Estes dois pontos normalmente destacados pela doutrina, na discussão do conceito de profissionalismo, não são os mais importantes. A decorrência mais relevante da noção está no monopólio das informações que o empresário detém sobre o produto ou serviço objeto de sua empresa. Este é o sentido com que se costuma empre- gar o termo no âmbito das relações de consumo. Como o empresário é um profissional, as informações sobre os bens ou serviços que oferecem ao mercado — especialmente as que dizem respeito às suas condições de uso, qualidade, insumos empregados, defeitos de fabricação, riscos potenciais à saúde ou vida dos consumidores — costumam ser de seu inteiro conhecimento. Porque profissional, o empresário tem o dever de conhecer estes e outros aspectos dos bens ou serviços por ele forneci- dos, bem como o de informar amplamente os consumidores e usuários. Atividade: se empresário é o exercente profissional de uma atividade econômica organizada, então, empresa é uma atividade; a de produção ou circulação de bens ou serviços. É importante destacar a questão. Na linguagem cotidiana, mesmo nos meios jurídicos, usa-se a expressão “empresa” com diferentes e impróprios significados. Se alguém diz “a empresa faliu” ou “a empresa importou essas mercadorias”, o termo é utilizado de forma errada, não técnica. A empresa, enquanto atividade, não se confunde com o sujeito de direito que a explora, o empresário. É ele que fale ou importa mercadorias. Similarmente, se uma pessoa ex- clama “a empresa está pegando fogo!” ou constata “a empresa foi refor- mada, ficou mais bonita”, está empregando o conceito equivocadamen- te. Não se pode confundir a empresa com o local em que a atividade é desenvolvida. O conceito correto nessas frases é o de estabelecimento empresarial; este sim pode incendiar-se ou ser embelezado, nunca a atividade. Por fim, também é equivocado o uso da expressão como si- nónimo de sociedade. Não se diz “separam-se os bens da empresa e os dos sócios em patrimônios distintos”, mas, “separam-se os bens sociais e os dos sócios”; não se deve dizer “fulano e beltrano abriram uma em- presa”, mas “eles contrataram uma sociedade”. Econômica: a atividade empresarial é econômica no sentido de que busca gerar lucro para quem a explora. Note-se que o lucro pode ser o objetivo da produção ou circulação de bens ou serviços, ou apenas o instrumento para alcançar outras finalidades. Religiosos podem prestar serviços educacionais (em uma escola ou universidade) sem visar espe- cificamente o lucro. É evidente que, no capitalismo, nenhuma atividade econômica se mantém sem lucratividade e, por isso, o valor total das mensalidades deve superar o das despesas também nesses estabeleci- Conceitos de Empresário Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 23 mentos. Mas a escola ou universidade religiosa pode ter objetivos não lucrativos, como a difusão de valores ou criação de postos de emprego para os seus sacerdotes. Neste caso, o lucro é meio e não fim da atividade econômica. Organizada: a empresa é atividade organizada no sentido de que nela se encontram articulados, pelo empresário, os quatro fatores de pro- dução: capital, mão de obra, insumos e tecnologia. Não é empresário quem explora atividade de produção ou circulação de bens ou servi- ços sem alguns desses fatores. O comerciante de perfumes que leva ele mesmo, à sacola, os produtos até os locais de trabalho ou residência dos potenciais consumidores explora atividade de circulação de bens, fá-lo com intuito de lucro, habitualidade e em nome próprio, mas não é em- presário, porque em seu mister não contrata empregado, não organiza mão de obra. A tecnologia, ressalte-se, não precisa ser necessariamente de ponta, para que se caracterize a empresarialidade. Exige-se apenas que o empresário se valha dos conhecimentos próprios aos bens ou serviços que pretende oferecer ao mercado — sejam estes sofisticados ou de amplo conhecimento — ao estruturar a organização econômica. ■ Produção de bens ou serviços: produção de bens é a fabricação de produtos ou mercadorias. Toda atividade de indústria é, por definição, empresarial. Produção de serviços, por sua vez, é a prestação de serviços. São exemplos de empresários que produzem bens: os donos de monta- dora de veículos, fábrica de eletrodomésticos, confecção de roupas; e dos que produzem serviços: os de banco, seguradora, hospital, escola, esta- cionamento, provedor de acesso à internet. ■ Circulação de bens ou serviços: a atividade de circular bens é a do comér- cio, em sua manifestação originária: ir buscar o bem no produtor para trazê-lo ao consumidor. E a atividade de intermediação na cadeia de esco- amento de mercadorias. O conceito de empresário compreende tanto o atacadista como o varejista, tanto o comerciante de insumos como o de mercadorias prontas para o consumo. Os donos de supermercados, con- cessionárias de automóveis e lojas de roupas são empresários. Circular serviços é intermediar a prestação de serviços. A agência de turismo não presta os serviços de transporte aéreo, traslados e hospedagem, mas, ao montar um pacote de viagem, os intermedia. DO DIREITO EMPRESARIAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E24 ■ Bens ou serviços: até a difusão do comércio eletrônico via internet, no fim dos anos 1990, a distinção entre bens ou serviços não comportava, na maioria das vezes, maiores dificuldades. Bens são corpóreos, enquanto os serviços não têm materialidade. A prestação de serviços consistia sem- pre em uma obrigação de fazer. Com a intensificação do uso da internet para a realização de negócios e atos de consumo, certas atividades resis- tem à classificação nesses moldes. Para Teixeira (2014, p. 58): As modalidades podem ser desenvolvidas individualmente ou conco- mitantemente pelo empresário. Hipoteticamente, uma empresa pode produzir e circular bens ao mesmo tempo (como uma fábrica que man- tém loja varejista na porta do seu estabelecimento industrial); ou pode circular bens e prestar serviço concomitantemente (por exemplo, umaconcessionária que vende veículos e realiza assistência técnica). CAPACIDADE DE SER EMPRESÁRIO A Lei determina que poderá exercer atividade como empresário aquele que esteja em pleno gozo da capacidade civil (art. 972 Código Civil), e não haja qualquer impedimento legal para exercício. Desse modo, primeiro, vamos entender o que apresenta o Código Civil acerca da capacidade em seu art. 5.º e parágrafo único: Art. 5.º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pes- soa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos. II - pelo casamento. III - pelo exercício de emprego público efetivo. IV - pela colação de grau em curso de ensino superior. V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de re- lação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria (BRASIL, 2002, on-line)2. Conceitos de Empresário Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 25 Observa-se o inciso V, “[...] se o menor tem autonomia econômica, o juiz deve reconhecer essa autonomia para que uma situação de fato passe a ser de direito, devendo assim ser levado a registro” (FERREIRA, 1962, p. 109). Ainda com relação à capacidade, importante observar que poderá um inca- paz por meio de seu representante ser empresário, de acordo com a legislação, conforme art. 974 do Código Civil: Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. § 1º Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros. § 2º Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização. § 3º O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Co- merciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de socie- dade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjun- ta, os seguintes pressupostos: I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade. II – o capital social deve ser totalmente integralizado. III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais (BRASIL, 2002, on-line)2. No entanto, existem alguns impedimentos legais para exercício da atividade, tra- zidos pela legislação: O Falido não reabilitado de acordo com Lei de falências nº 11.101/2005 em seu art. 102 e 181 § 1.º: Art. 102. O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade em- presarial a partir da decretação da falência e até a sentença que extingue suas obrigações, respeitado o disposto no § 1o do art. 181 desta Lei. DO DIREITO EMPRESARIAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E26 Parágrafo único. Findo o período de inabilitação, o falido poderá re- querer ao juiz da falência que proceda à respectiva anotação em seu registro. Art. 181. São efeitos da condenação por crime previsto nesta Lei: [...] § 1º Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença, e perdurarão até 5 (cinco) anos após a extinção da punibilidade, podendo, contudo, cessar antes pela reabilitação penal (BRASIL, 2005, on-line)3. Funcionário Público: eis que não devem se preocupar com situações que não se referem ao cargo que ocupam, e ainda dependendo do cargo, o exercício da atividade pode favorecer uma empresa ou pessoa, o que é vedado por lei, neste sentido estabelece a Lei nº 8.112/90: Art. 117. Ao servidor é proibido: X - participar de gerência ou adminis- tração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exer- cer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditá- rio (BRASIL, 1990, on-line)4. Caso o funcionário público descumpra o que estabelece a legislação, estará sujeito à sanção administrativa, podendo até perder seu cargo. Militar: considerado um funcionário público, valendo-se da mesma justifica- tiva, no entanto, há disposição específica Decreto-lei nº 1.001/69 em seu art. 204: Art. 204. Comerciar o oficial da ativa, ou tomar parte na administração ou gerência de sociedade comercial, ou dela ser sócio ou participar, exceto como acionista ou cotista em sociedade anônima, ou por cotas de responsabilidade limitada: Pena - suspensão do exercício do pôsto, de seis meses a dois anos, ou reforma (BRASIL, 1969, on-line)5. Devedor do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS): Lei nº 8.212/91, art. 95, § 2º: […]§ 2º A empresa que transgredir as normas desta Lei, além das outras sanções previstas, sujeitar-se-á, nas condições em que dis- puser o regulamento: d) à interdição para o exercício do comércio, se for sociedade mercantil ou comerciante individual[…] (BRA- SIL,1991, on-line)6. ©shutterstock Cônjuges Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 27 Há outras restrições aos devedores do INSS, como o impedimento para participar de licitações públicas; além de eventuais dificuldades para realizar o encerra- mento da atividade econômica, entre outras. Estrangeiros podem exercer atividade comercial, mas os limites estão estabeleci- dos na Constituição Federal (1988), especificamente art. 176 §1.º e 222 que determina: Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra. § 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se refere o “caput” deste artigo somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no País, na forma da lei, que esta- belecerá as condições específicas quando essas atividades se desenvol- verem em faixa de fronteira ou terras indígenas. Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão so- nora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturali- zados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País (BRASIL, 1988, on-line, grifo nosso)1. CÔNJUGES De acordo com o Código Civil, os cônjuges podem constituir sociedades empresárias entre si ou com terceiros, mas a lei reserva uma exceção para aqueles casados em regime comunhão universal de bens ou em separação obrigatória, ©shutterstock DO DIREITO EMPRESARIAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E28 conforme estabelece o artigo: “Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar socie- dade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória” (BRASIL, 2002, on-line)2. Caro(a) aluno(a), para explicar as exceções, pensemos que no caso da união com comunhão universal de bens, ou seja, comunicam-se todos os bens adqui- ridos antes ou depois do casamento,de modo que seria como uma sociedade a uma só pessoa, portanto, não haveria segurança jurídica, já que se trata de uma universalidade de bens, além da falha na administração acarretaria um grande prejuízo familiar. Já o regime de separação obrigatória é para evitar fraudes, um ficar transferindo para outros os bens e prejudicando terceiros. Todos os atos (inclusive os da vida civil) que envolvam o empresário devem ser registrados no Registro Público das Empresas Mercantis, como doação, pacto antenupcial, separação etc. (CC, arts. 979 e 980), visando que aqueles que contratem com o empresário possam ter aces- so às informações e noção de como está o seu patrimônio, para fins de cumprimento das obrigações, principalmente no caso de desconsidera- ção da personalidade jurídica (TEIXEIRA, 2016, p. 88). EMPRESA E ATIVIDADE EMPRESARIAL Caro(a) aluno(a), diante do conceito de empresário, ficou evidente a definição de empresa que é atividade eco- nômica organizada exercida profissionalmente. Asquini (apud TEIXEIRA, 2016, p. 58) define empresa segundo teoria poliédrica explicita- dos da seguinte forma: Empresa e Atividade Empresarial Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 29 1) objetivo: a empresa significa patrimônio, ou melhor, estabeleci- mento, enquanto conjunto de bens destinados ao exercício da empresa (nesse sentido: art. 1.142 do Código Civil). 2) subjetivo: a empresa é entendida como sujeito de direitos, no caso, o empresário, individual (pessoa natural) ou sociedade empresária (pes- soa jurídica), que possui personalidade jurídica, com a capacidade de adquirir direitos e contrair obrigações (nesse sentido: arts. 966 e 981 do Código Civil). 3) corporativo: a empresa significa uma instituição, como um conjun- to de pessoas (empresário, empregados e colaboradores) em razão de um objetivo comum: um resultado produtivo útil. 4) funcional (ou dinâmico): a empresa significa atividade empresa- rial, sendo uma organização produtiva a partir da coordenação pelo empresário dos fatores de produção (capital, trabalho, matéria-prima e tecnologia) para alcançar sua finalidade (que é o lucro). Para Coelho (2012, p. 145): A pessoa jurídica empresária é cotidianamente denominada “em- presa”, e os seus sócios são chamados “empresários”. Em termos téc- nicos, contudo, empresa é a atividade, e não a pessoa que a explora; e empresário não é o sócio da sociedade empresarial, mas a própria sociedade. É necessário, assim, acentuar, de modo enfático, que o integrante de uma sociedade empresária (o sócio) não é empresário; não está, por conseguinte, sujeito às normas que definem os direitos e deveres do empresário. Atividade empresarial é “[...] o elemento da empresa que implica a organização racional dos fatores de produção” (GOMES, 2007, p. 36). Já Teixeira (2016, p. 60) esclarece que “[...] pode-se dizer que a atividade é uma organização profissional para produção ou circulação de bens ou de serviços com a finalidade de lucro”. No entanto, existem atividades que não são consideradas empresariais em razão das exceções trazidas pelo Código Civil no parágrafo único do artigo 966 que estabelece: Art. 966 [...] Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profis- são constituir elemento de empresa (BRASIL, 2002, on-line)2. DO DIREITO EMPRESARIAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E30 Para Teixeira (2016, p. 61): As atividades intelectuais são aquelas que necessitam de um esforço criador que, por sua vez, está na mente do profissional que a realiza, como no caso de médicos, arquitetos etc. São atividades personalíssi- mas, por não se admitir, via de regra, a fungibilidade do devedor quan- to à sua prestação, ou seja, o devedor não pode ser substituído. Para melhor entender, o autor complementa com conceitos de atividades cien- tífica, literária e artística: A atividade de natureza científica está relacionada com quem é pesqui- sador ou cientista, ou seja, alguém especializado em uma ciência (co- nhecimentos sistêmicos). As atividades realizadas pelos profissionais de uma das áreas do conhecimento (humanas, exatas e biológicas) podem se enquadrar na atividade intelectual, citando-se, como exemplos, o preparador físico, o fisioterapeuta, o psicólogo, o químico, médico etc. Pode-se dizer que esses são cientistas nas suas respectivas áreas. Já a atividade de natureza literária está relacionada com a expressão da linguagem, ideias, sentidos e símbolos, especialmente por meio da escrita. Nesse sentido, o escritor, o compositor, o poeta, o jornalista etc. São exemplos de profissionais que exercem atividade de natureza literá- ria. O literário é intelectual, mas pode não ser universitário. Por sua vez, a atividade de natureza artística está relacionada com a arte, que é a produção de algo extraordinário com a utilização de ha- bilidades e certos métodos para a realização. Também está relacionada com a expressão de sentidos e símbolos por meio de linguagem não es- crita. Exercem atividade de natureza artística o ator e o cantor (que são intérpretes), o desenhista, o fotógrafo, o artista plástico etc. A contra- tação de auxiliares ou colaboradores pelo profissional intelectual não caracteriza sua atividade como empresarial (TEIXEIRA, 2016, p. 64). Para ilustrar os conceitos, podemos citar o exemplo do médico, se ele atuar sozi- nho, mesmo que contrate uma secretária e uma enfermeira ou auxiliar ainda continua a exercer atividade intelectual, pois é em razão do trabalho “específico daquele médico” que ele é procurado por seus pacientes, por isso, não desenvolve atividade empresarial. Entretanto, se este médico passar a ser uma clínica ou um hospital passará a exercer uma atividade empresarial, visto que será conhecido por sua empresa e não pelo seu trabalho, ele passou a ser organizador na fun- ção de médico fundador deixando sua profissão intelectual em segundo plano. Empresa e Atividade Empresarial Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 31 EMPRESÁRIO INDIVIDUAL Para o exercício da atividade empresarial individual, é necessário possuir capa- cidade plena de exercício no qual de acordo com nossa legislação pátria ocorre aos 18 anos de idade, ou o incapaz que for emancipado ou ainda pelas hipóte- ses legais trazidas pelo parágrafo único do artigo 5º do Código Civil. Além da capacidade, ainda devemos considerar que inexiste qualquer impedimento para o exercício da atividade. Campinho (2009, p. 12): [...] chama a atenção para o fato de que o empresário individual é a pessoa física titular de uma atividade empresarial, que por sua vez não se confunde com o sócio da sociedade empresária. O sócio não é em- presário, mas, sim, integrante do quadro social de uma sociedade em- presária. Ressalta-se que o empresário individual não goza de limitação de responsabili- dade e da separação patrimonial. Os benefícios de se tornar empresário individual restringe-se a alguns direitos assegurados como: recuperação de empresas, uso dos livros contábeis como prova em processo judicial; vantagens tributárias (que somente são possíveis se tiver um Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) mantido pela Receita Federal do Brasil, sem prejuízo de outros requisitos). EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA (EIRELI) Essa figura de empresa surgiu em razão da dificuldade de encontrar sócios em caso de dissolução parcial da empresa, para evitar o fechamento que ocorria após 180 dias, agora, surgiu a faculdade da transformação da empresa em EIRELI, regulamentada pela lei nº 12.441/2011. Como a própria designação apresenta,embora seja uma empresa individual, responsabilidade limitada, desde que o capital esteja integralizado, este capital não poderá ser inferior a 100 salários mínimos. A designação também apre- senta-se pelo termo EIRELI conforme estabelece o art. 980-A do Código Civil. DO DIREITO EMPRESARIAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E32 Santos (2012) apresenta um quadro explicativo sobre as diferenças entre as regras aplicáveis ao empresário individual e EIRELI: Quadro 01 - Diferenças entre empresário individual e EIRELI EMPRESÁRIO INDIVIDUAL EIRELI Não adquire personalidade jurídica Adquire personalidade jurídica. Patrimônio: dívidas pessoais e dívidas empresariais. Patrimônio do titular: responde pelas dívidas pessoais. Patrimônio da EIRELI: responde pelas dívidas empresariais. Não é possível desconsideração da pessoa jurídica. É possível desconsideração da pessoa jurídica nas hipóteses legais. Não possui capital social mínimo. Capital social mínimo de 100 salários mínimos. Nome: Firma individual. Nome: firma ou denominação + EIRELI. Fonte: Santos (2012, p. 24). Os Direitos e as Obrigações do Titular do Capital Social da Empresa Individu- al de Responsabilidade Limitada (EIRELI) A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI), instituída pela Lei nº 12.441, de 11 de julho de 2011, que entrou em vigor em 8 de janeiro de 2012, constitui a mais recente espécie de pessoa jurídica no Direito brasi- leiro a ser analisada no presente trabalho. Ocorre, porém, que se tem procurado identificar na EIRELI uma proximidade com o empresário individual, embora as normas que disciplinam tal pessoa jurídica prevejam a aplicação subsidiária da sociedade limitada. Independentemente da alusão ao “empresário individual”, contida na ex- pressão que identifica a EIRELI e a aplicação subsidiária da disciplina da sociedade limitada, em vista de se tratar de uma pessoa jurídica, há de se precisar as características e as funções que lhe são próprias, a exemplo do que se faz com as demais espécies de pessoa jurídica. Fonte: Pigliesi et al. (2013, p. 306, on-line)7. ©shutterstock Registro e Legalização das Empresas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 33 REGISTRO E LEGALIZAÇÃO DAS EMPRESAS A inscrição é uma obrigação legal estabelecida também pelo Código Civil em seu art. 1.150 que estabelece: Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comer- ciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a so- ciedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária (BRA- SIL, 2002, on-line)2. A regularidade do exercício da atividade empresarial depende do registro de sua atividade, de acordo com a Lei nº 8.934/1994 que estabelece quais são os órgãos responsáveis pelo registro: Art. 3º Os serviços do Registro Público de Empresas Mercantis e Ativi- dades Afins serão exercidos, em todo o território nacional, de manei- ra uniforme, harmônica e interdependente, pelo Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis (Sinrem), composto pelos seguintes órgãos: I - O Departamento Nacional de Registro do Comércio, órgão central Sinrem, com funções supervisora, orientadora, coordenadora e norma- tiva, no plano técnico; e supletiva, no plano administrativo. II - As Juntas Comerciais, como órgãos locais, com funções executora e administradora dos serviços de registro (BRASIL, 1994, on-line)8. Lembremos que para ser levado a registro o ato constitutivo deve obedecer aos requisitos trazidos pelos artigos 997 a 1.000 do Código Civil. Teixeira (2016, p. 66) explica que a inscrição do empresário tem como finalidade: DO DIREITO EMPRESARIAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E34 a) tornar pública a sua atividade, bem como sua finalidade empresarial e suas disposições do ato constitutivo. Conforme os arts. 29 e 30 da Lei nº 8.934/94, qualquer pessoa, sem precisar demonstrar a razão, pode consultar os registros existentes nas Juntas Comerciais desde que pague o preço fixado pelo órgão, podendo assim requerer a expedição de certidões. b) efetuar o cadastro do empresário, o que gera um número de matrí- cula conhecido como Número de Inscrição no Registro de Empresas (NIRE) que, entre outras coisas, servirá para a obtenção do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) – junto à Receita Federal. c) proteger sua identificação e seu nome empresarial, o que é garantido pelo princípio da anterioridade, ou seja, quem primeiro registrar aque- le nome goza de proteção. d) estabelecer o início de sua existência (CC, art. 45) e assegurar a se- paração patrimonial e a limitação de responsabilidade patrimonial dos sócios por dívidas sociais, pois com a inscrição a sociedade adquire personalidade jurídica (CC, art. 985). Como a toda regra há uma exceção, a sociedade de advogados, embora não seja considerada atividade empresarial, ela deve ser registrada e regulamentada pelo Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) (Lei nº 8.906/94) que estabelece: Art. 15. Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de pres- tação de serviços de advocacia ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, na forma disciplinada nesta Lei e no regulamento geral. § 1.º A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia adquirem personalidade jurídica com o registro aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede. [...] Art. 16. Não são admitidas a registro nem podem funcionar todas as espécies de sociedades de advogados que apresentem forma ou ca- racterísticas de sociedade empresária, que adotem denominação de fantasia, que realizem atividades estranhas à advocacia, que incluam como sócio ou titular de sociedade unipessoal de advocacia pessoa não inscrita como advogado ou totalmente proibida de advogar (BRASIL, 1994, on-line)9. Registro e Legalização das Empresas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 35 Sendo assim além da Junta Comercial a OAB também é responsável pelo regis- tro apenas das sociedades de advogados. Além do registro, a Lei ainda prevê algumas obrigações ao empresário que são ensinadas por Teixeira 2016, p. 67: 1. a escrituração uniforme de livros mercantis (CC, art. 1.179, caput, 1ª parte) significa que a escrituração deve ser feita respeitando os princípios da Contabilidade, como a ordem crescente de datas em dia, mês e ano. 2. o levantamento anual do balanço patrimonial e do resultado eco- nômico (CC, art. 1.179, caput, 2ª parte). O balanço patrimonial re- flete todo o histórico da empresa, ativo passivo e patrimônio líqui- do. Já o balanço de resultado econômico mostra apenas as receitas e as despesas de determinado período, por exemplo, o último ano de exercício. 3. a adoção de livros obrigatórios (CC, art. 1.180, caput) – o Diário é obrigatório para todos os empresários; porém, dependendo da circunstância, existem outros livros obrigatórios, como o Livro de Registro de Duplicatas para empresários que emitem duplicatas. 4. a boa guarda da escrituração, da correspondência e dos demais documentos concernentes à atividade empresarial (CC, art. 1.194) – a conservação deve ocorrer pelo período mínimo dos prazos de prescrição e decadência, dependendo de cada tipo de obrigação. O registro para a atividade empresarial não é requisito para o exercício dessa ati- vidade; apenas delineia a sua regularidade. Santos nos enriquece ressaltando que: [...] cooperativa por ser uma sociedade simples, o local adequado para seu registro deveria ser no Cartório de Registro Civil de Pessoasjurídi- cas, de acordo com o art. 998, caput, do CC, mas, de acordo com o art. 18 da Lei nº 5.764/1971 - Lei do Cooperativismo - e com o art. 32, II, da Lei nº 8.934/1994, o registro da cooperativa deve ocorrer na Junta Comercial, o que faz com que, na prática, a cooperativa continue tendo seus atos registrados na Junta Comercial (SANTOS, 2010, p. 23). E complementa que quem exerce atividade “rural” pode requerer seu registro na junta Comercial do Estado no qual se encontra (art. 971 do CC). “Quem exerce a atividade rural tem, portanto, a faculdade de registrar sua atividade e não a obrigação de registrar sua atividade. E nesse caso, só será considerado empre- sário, se for realizado o registro na junta Comercial” (SANTOS, 2010, p. 23). DO DIREITO EMPRESARIAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E36 LIVROS EMPRESARIAIS Além da regularidade com registro da empresa, é necessário adotar, de acordo com o que estabelece o nosso Código Civil, que determina: “Art. 1.179., em cor- respondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico” (BRASIL, 2002, on-line)2. O sistema deve demonstrar anualmente os balanços contábeis e o resultado econômico. A obrigatoriedade se apresenta em apenas um livro que pode ser substitu- ído pelo livro de balancetes Diários e Balanços, se adotados o sistema de fichas de lançamento, de acordo com Art. 1.185 do Código Civil: Art. 1.185. O empresário ou sociedade empresária que adotar o siste- ma de fichas de lançamentos poderá substituir o livro Diário pelo livro Balancetes Diários e Balanços, observadas as mesmas formalidades ex- trínsecas exigidas para aquele (BRASIL, 2002, on-line)2. Além dos livros obrigatórios, o empresário ou sociedade empresária podem ado- tar outros livros que acharem necessários (parágrafo único do art. 1.181 do CC), por exemplo, o Livro de Contas Correntes, o Livro de Vendas etc. ESTABELECIMENTO COMERCIAL E PONTO COMERCIAL Estabelecimento comercial é um elemento essencial para o desenvolvimento do negócio. Filho definiu como um “[...] complexo de meios materiais e imateriais, pelos quais o comerciante explora determinada espécie de comércio” (BARRETO FILHO, 1969, p. 73). Diante do cenário brasileiro, o empreendedor precisa compreender os fato- res que interferem na decisão. É melhor manter a empresa na informalidade ou regularizar? Registro e Legalização das Empresas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 37 Nosso Código Civil define em seu artigo 1.142: “Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária” (BRASIL, 2002, on-line)2. Ao tratar do estabelecimento, Bulgarelli (1999, p. 320) transcreve interes- sante lição de Barreto Filho: Economicamente, o capital é a base do estabelecimento e se compõe de elementos estáticos (os bens) e de elementos dinâmicos (os serviços). Daí conclui Oscar Barreto Filho: Os bens (oriundos do capital) e serviços (provenientes do trabalho) são conjugados com função do fim colimado, e aí surge o elemento estru- tural: a organização - a combinação do capital, trabalho e organização para o exercício da atividade produtiva é que se denomina estabeleci- mento comercial. [...] Com base no exame da doutrina e das várias legislações, o professor Oscar Barreto Filho alinhou os seus elementos principais, a saber: 1. é um complexo de bens, corpóreos e incorpóreos, que constituem os instrumentos de trabalho do comerciante, no exercício de sua atividade produtiva. 2. não se configura com o complexo de relações jurídicas do comer- ciante no exercício do comércio, e não constitui um patrimônio comer- cial distinto do patrimônio civil. 3. é formado por bens econômicos, ou seja, por elementos patrimo- niais, sendo duvidoso se compreende elementos pessoais. 4. é uma reunião de bens ligados por uma destinação unitária que lhe é dada pela vontade do comerciante. 5. apresenta um caráter instrumental em relação à atividade econômica exercida pelo comerciante. Constituem como elementos do estabelecimento comercial os bens móveis e imóveis como balcões, vitrines, máquinas, veículos e imóveis. Os bens incor- póreos que não possuem expressão propriamente física ainda que podem ser visualmente perceptíveis: ponto comercial, nome empresarial, título de estabelecimento, marcas e patentes, tecnologia, contratos, créditos, clien- tela e freguesia. DO DIREITO EMPRESARIAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E38 Importante entender com as palavras de Gomes (2007, p. 34) que ensina a definição de estabelecimento comercial: [...] é um ativo totalmente incorpóreo, integrante do estabelecimento empresarial, e como tal se reveste de extrema importância, não somen- te na hipótese em que o imóvel seja de propriedade do empresário ou sociedade empresária, mas também naquelas hipóteses, muito comuns na prática empresarial, em que o imóvel ocupado pelo empresário ou pela sociedade empresária seja alugado. Em ambos os casos é comum surgir a cobrança das chamadas “luvas”. É interessante a esse respeito a lição de Silva (2001, p. 132): São chamadas popularmente de “luvas” as quantias pagas pelos locatá- rios para obtenção do contrato de locação. Em princípio, pode-se argumentar que a cobrança de “luvas” por parte do locador está vedada pela Lei de Locações: “Art. 43. Constitui con- travenção penal, punível com prisão simples de 5 (cinco) dias a 6 (seis) meses ou multa de 3 (três) a 12 (doze) meses do valor do último aluguel atualizado, revertida em favor do locatário: I - exigir, por motivo de locação ou sublocação, quantia ou valor além do aluguel e encargos permitidos; [...]”. Contudo, é de se admitir a cobrança de “luvas” por parte do locatário que pretenda vender o seu direito ao ponto comercial ou mesmo todo o estabelecimento a terceiro. Essas “luvas” correspondem ao valor eco- nômico do ponto comercial. O ponto comercial, elemento incorpóreo do estabelecimento, é juridicamente protegido porque também é dotado de valor econômico. Trata-se do endereço em que o empresário desenvolve sua atividade. É o local onde está a empresa, lugar físico em que foi fixado o estabelecimento. Quando o empresário ou a sociedade empresária desenvolve suas atividades econômicas em imóvel alu- gado, essa locação será chamada de não residencial e estará amparada pela Lei de Locações (Lei nº 8.245/91), nos arts. 51 e 52 e 71 a 75. ©shutterstock Contabilista Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 39 CONTABILISTA Contabilista é o profissional responsável por toda a escrituração dos livros do empresário. Ele pode ser empregado contratado da empresa ou apenas presta- dor de serviços. Deve ser profissional inscrito no órgão competente, estando legalmente habilitado (art. 1.182 do Código Civil) . A atuação de contabilista é obrigatória, mas a lei dispensa sua presença se na localidade não houver pro- fissional da área. O contabilista faz os assentos em livros e fichas da empresa e, salvo se fei- tos de má-fé, valem como se tivessem sido elaborados pelo próprio preponente (art. 1.177 do Código Civil). Os resultados provêm do aproveitamento das oportunidades e não da solu- ção dos problemas. A solução de problemas só restaura a normalidade. As oportunidades significam explorar novos caminhos. (Peter Drucker) DO DIREITO EMPRESARIAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E40 CONSIDERAÇÕES FINAIS Querido(a) aluno(a), nesta unidade, podemos compreender os aspectos do Direito Empresarial, sua evolução de acordo com o tempo e por qual motivohouve alte- ração na forma de tratar Direito Empresarial ou Direito Comercial. Vimos que estão relacionados com a teoria adotada que devemos entender para compreen- der o funcionamento deste ramo do direito atualmente. Em seguida, passou-se ao estudo do Conceito e a finalidade desse direito, compreendendo como devemos tratar e de que maneira vamos reconhecer essa disciplina dentre tantas outras relacionadas ao Direito, principalmente em sua autonomia trazida pela Constituição Federal de 1988. Ainda tratamos das fontes das últimas atualizações legislativas e inovações, bem como as fontes do Direito Comercial, importantes pois nele são aceitas práticas reiteradas. Depois vêm os princípios importantes para vislumbrar e interpretar as leis de acordo com as situações que serão vivenciadas no dia a dia do profissional. O Sistema legislativo brasileiro passa por constantes modificações, pois muito embora saibamos que o processo na maioria das vezes se torna demo- rado, passamos por grandes transformações nos últimos 15 anos. As mudanças não pararam por aí, o processo ainda continua evoluindo, e com isso o profissio- nal deve acompanhar todas essas modificações sendo imprescindível conhecer o passado e as evoluções para entender o presente. Adentramos sobre o universo do Direito Comercial apresentado por suas características e princípios específicos descritos na nossa Constituição Federal de 1988 e, posteriormente, entender quem pode ser empresário, quais as exigên- cias legais e, o melhor, quais são os impedimentos e exceções. Vimos ainda os conceitos de Empresa e atividade empresarial, notáveis dife- renças necessárias para aplicabilidade na vida profissional exemplificando com casos práticos. Finalizamos com as formas de registro e legalização das empresas. 41 1. O que é Direito Empresarial? 2. A que se deve a mudança na utilização dos termos Direito empresarial e Direi- to comercial? 3. Quais são as fontes do Direito Comercial? 4. Quais são as características próprias do Direito Empresarial? 5. Quais os princípios específicos do Direito Empresarial? 6. Qual a definição de empresário e empresa segundo Asquini? 7. Quem possui capacidade para ser empresário? Podem cônjuges participarem juntos da sociedade? 8. Quem não pode ser empresário? 9. Qual a diferença entre a empresa individual e EIRELI? 10. Explique em que consiste Estabelecimento Comercial. 42 Fórum permanente se reúne para debater lei geral Durante dois dias, integrantes do Fórum vão discutir sobre Desoneração e Desburocratização para facilitar a vida das micro e pequenas empresas Em Brasília, na sede da Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE), a Reunião de Grupos de Trabalho do Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Peque- no Porte, que tem o objetivo de divulgar e promover o fortalecimento das micro e pe- quenas empresas brasileiras. A pauta principal abordada no encontro é a questão da desoneração e desburocratização, temas que têm sido discutidos e que são de extrema importância para simplificar as atividades das MPEs. Na abertura da Reunião de Grupos o secretário executivo da SMPE, Nelson Hervey, falou sobre a importância da realização desse encontro tão perto do sanção da Lei Geral das MPE (LC nº 123/2006). “Estamos vivendo um momento muito importante, próximo da sanção. Já tivemos muitos avanços, mas ainda é preciso fazer mais. Temos limitações, a questão da substituição tributária, limitação de produtos. Precisamos continuar de- batendo no Fórum para fazermos um esforço conjunto com objetivo de simplificar e facilitar a vida das micro e pequenas empresas”, disse Nelson Hervey. O secretário de Racionalização e Simplificação da SMPE, José Constantino de Bastos Jú- nior, também esteve na abertura e lembrou a importância de se criar mecanismos para facilitar o processo de encerramento de empresas. “Os pontos de simplificação são de extrema importância. É preciso ter um cadastro único, um sistema virtual para que não haja burocracia na abertura e encerramento de uma empresa. Outro assunto importan- te é o licenciamento, os estados ainda não tiveram avanço nisso. A ideia é que tudo seja feito pela internet e que as empresas que não representam risco, ou seja 95% dos casos, possam tirar seu licenciamento. E também regularizar a situação de quem precisa do licenciamento ao invés de impedir a licença”, afirmou. Entre outros assuntos que serão tratados nas reuniões do Fórum estão as compras pú- blicas, comércio exterior, Redesim, faixa das tabelas, ESocial e mudança de microempre- endedor para microempresário. Após a realização dos debates, no encerramento das atividades do Fórum, o Grupo de Trabalho formado por Instituições e Órgãos Governamentais Federais, Fóruns Estaduais das MPE e as Entidades de Apoio e de Representação Nacional do seg- mento, irá reunir sugestões que poderão ser regulamentadas no âmbito da deso- neração e desburocratização. Sobre o Fórum Como espaço de debates e conjugação de esforços entre o governo federal e as entida- des nacionais de apoio e representação nacional, o Fórum Permanente é responsável por tratar dos aspectos não tributários da LC nº 123/06, excetuando-se a competência legal do Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Le- galização de Empresas e Negócios (CGSIM), também vinculado à SMPE/PR. 43 O Fórum Permanente tem apresentado propostas que se consolidaram em efetivas me- lhorias para o segmento em todo o país. Entretanto, a própria evolução da organização definiu a necessidade de criação de um ponto focal governamental capaz de receber e transformar as propostas do Fórum Permanente em resultados positivos mais rápidos e consolidados. Nesse sentido, uma das propostas do Fórum Permanente era a criação no governo federal de uma sede das políticas públicas para o segmento das micro e pequenas empresas. Sobre a Lei Geral n° 123/06 – Simples Nacional O Projeto de Lei permite ao Simples ampliar o acesso a novos setores. É a chamada uni- versalização do Simples, que apoia o princípio de que é o porte (receita) que determina o que é a microempresa e a empresa de pequeno porte, não a atividade. Isso porque essas empresas geram mais formalização, emprego, cidadania, proteção previdenciária para empresários e suas famílias, renda fluindo na sociedade, além de trazer desenvol- vimento econômico e social. Essa medida, segundo as primeiras projeções, deve bene- ficiar mais de 400 mil empresas. Outro aspecto importante é a proposta de impedir que a substituição tributária conti- nue anulando os efeitos do Simples Nacional. Quando foi estabelecido pela Lei Geral que a MPE pagaria o ICMS pelo faturamento, e não pelo valor agregado, imediatamente as Fazendas estaduais implantaram o contragolpe, expandindo a substituição tributária antes restrita às cadeias econômicas homogêneas (cigarros, bebidas, pneus, combustí- veis, sorvetes etc.). Nessas cadeias, o preço final é conhecido e as margens também, portanto é racional a substituição. Outro ponto fundamental é a vedação da substituição tributária incidindo sobre a micro e pequena empresa para uma série de produtos, na verdade ela fixa que só aqueles produtos podem incidir. Fonte: Fernandes (2014, on-line)10. MATERIAL COMPLEMENTAR O Dilema da Inovação: Quando as Novas Tecnologias Levam Empresas ao Fracasso Clayton M. Christensen Editora: M Books Sinopse: este livro assume a posição radical de que grandes empresas fracassam exatamente porque fazem tudo certo. Ele demonstra porque boas empresas, mesmo mantendo sua antena competitiva ligada, ouvindo os clientes e investindo agressivamente em novas tecnologias, perderam sua liderança no mercado quando se confrontaram com mudanças tecnológicas de ruptura e incrementais na estrutura do mercado. E conta como evitar um destino semelhante. Usando as lições de sucesso e fracasso de companhias líderes, ‘O Dilema da Inovação’ apresenta um conjunto de regras para capitalizar o fenômeno dainovação de ruptura/incremental. Esses princípios ajudarão os administradores a determinarem quando é certo não ouvir os clientes, quando investir no desenvolvimento de produtos com menor desempenho que prometem margens menores e quando podem buscar mercados menores às custas daqueles aparentemente maiores e mais lucrativos. REFERÊNCIAS 45 BARRETO FILHO, O. Teoria do estabelecimento comercial. São Paulo: Max Limo- nad, 1969. BRASIL. Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências. Lei 8.212/1991. BULGARELLI, W. Sociedades Comerciais. 08. ed., São Paulo: Atlas, 1999. CAMPINHO, S. O direito de empresa à luz do novo Código Civil. 10. ed., Rio de Janeiro: Renovar, 2009. COELHO, F. U. Manual do Direito Comercial. 13. ed., São Paulo: Saraiva 2002. _____. Manual do Direito Comercial. 18. ed., São Paulo: Saraiva 2007. _____. Curso de direito comercial. 16. ed., São Paulo: Saraiva, 2012. FERREIRA, W. M. Tratado de direito comercial. São Paulo: Saraiva, 1962. GOMES, F. B. Manual de Direito Comercial. 02. ed., Barueri/SP: Manole, 2007. RAMOS, A. L. S. C. Direito empresarial esquematizado. 04. ed., Rio de Janeiro: Fo- rense, 2014. SANTOS, E. T. V. dos. Direito empresarial. 10. ed., rev e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. ______. Direito empresarial. 11. ed. rev e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012. SILVA, B. M. Curso elementar de direito comercial: parte geral e contratos mercan- tis. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2001. TEIXEIRA, T. Direito empresarial sistematizado: Doutrina e Prática. 02. ed., São Paulo: Saraiva: 2013. _____. Direito empresarial sistematizado: Doutrina e Prática. 05. ed., São Paulo: Saraiva, 2016. REFERÊNCIAS Referências on-line 1 Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Aces- so em: 14 out. 2016. 2 Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Acesso em: 14 out. 2016. 3 Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/lei/l11101.htm>. Acesso em: 14 out. 2016. 4 Em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm>. Acesso em: 14 out. 2016. 5 Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1001.htm>. Acesso em: 14 out. 2016. 6 Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm>. Acesso em: 14 out. 2016. 7 Em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/sequencia/article/view/2177-7055.2013v- 34n66p305/25070>. Acesso em: 14 out. 2016. 8 Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8934.htm>. Acesso em: 14 out. 2016. 9 Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8906.htm>. Acesso em: 14 out. 2016. 10 Em: <http://www.smpe.gov.br/noticias/forum-permanente-se-reune-para-deba- ter-lei-geral-das-mpes>. Acesso em: 15 out. 2016. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/lei/l11101.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/lei/l11101.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/lei/l11101.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/lei/l11101.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/lei/l11101.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/lei/l11101.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/lei/l11101.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/lei/l11101.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/lei/l11101.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/lei/l11101.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/lei/l11101.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/lei/l11101.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/lei/l11101.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/lei/l11101.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/lei/l11101.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/lei/l11101.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/lei/l11101.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/lei/l11101.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/lei/l11101.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm https://periodicos.ufsc.br/index.php/sequencia/article/view/2177-7055.2013v34n66p305/25070 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