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CURSO DE PSICOLOGIA Eber Hypolito Vicktória Chaves Veras RELATÓRIO FINAL DE ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO Foz do Iguaçu 2021 Eber Hypolito Vicktória Chaves Veras RELATÓRIO FINAL DE ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO Foz do Iguaçu 2021 Relatório Final de Psicologia Experimental apresentado à disciplina de Análise Experimental do Comportamento no curso de Psicologia do Centro de Ensino Superior de Foz do Iguaçu Professora: Fabiana Albertim Kaiser RESUMO O Objetivo deste Estudo é demonstrar conceitos fundamental da disciplina Análise Experimental do Comportamento do Curso de Psicologia, e a sua aplicabilidade através de experimentos com um rato virtual. Foi utilizado o Programa Eletrônico Virtual denominado Sniffy Pro versão 2.0. E também tem a finalidade de apresentar uma visão geral dos Conceitos de Comportamento, através de pesquisas teóricas e apresentar Técnicas de Controle e Modificação do Comportamento utilizando os seguintes experimentos: Comportamento Nível Operante, Treino ao Comedouro, Reforço Contínuo, Modelagem, Esquemas de reforço por razão fixa, além de apresentar noções sobre Extinção e seus efeitos. Obtivemos êxito em cinco dos seis experimentos. Ao aplicarmos técnicas de reforço, percebemos o aumento na probabilidade da resposta voltar acontecer, da mesma forma que ao diminuir o reforço observamos a diminuição na probabilidade da resposta voltar acontecer, e com a supressão do reforço observamos o comportamento se extinguir, ainda que tenha ocorrido uma resistência a essa extinção. Palavras-chave: Comportamento, Controle, Esquemas, Reforço, Resposta. ABSTRACT The objective of this study is to demonstrate the fundamental concepts of the discipline Experimental Analysis of Behavior in the Psychology Course, and its applicability through experiments with a virtual mouse. The Virtual Electronic Program called Sniffy Pro, version 2.0, was used. It also has the purpose of presenting an overview of the Behavior Concepts, through theoretical researches and to present Behavior Control and Modification Techniques using the following experiments: Operant Behavior, Feeder Training, Continuous Reinforcement, Modeling, Reinforcement Schemes for a fixed reason, in addition to presenting notions about Extinction and its effects. We were successful in five of the six experiments. When we applied reinforcement techniques, we noticed an increase in the probability of the response happening again, in the same way that when decreasing the reinforcement, we observed a decrease in the probability of the response happening again, and with the suppression of the reinforcement, we observed the behavior going out that there has been resistance to this extinction. Keyword: Behavior, Control, Schemes, Reinforcement, Response. INTRODUÇÃO Não seria apropriado iniciar este Estudo sem mencionar o trabalho árduo de alguns pioneiros do Estudo Comportamental. Segundo Schulz, Duane P. Sydney Ellen Schultz, História da Psicologia Moderna, 2009, um dos pioneiros foi Robert Yerkes que iniciou suas pesquisas em 1900 usando diversos animais. Segundo Duane P. Sydney Ellen Schultz, “não era fácil ser um profissional da psicologia animal. Tanto os governantes como os administradores das universidades, sempre atentos às questões orçamentárias, não enxergavam na área nenhum valor prático. O reitor da Universidade de Harvard dizia não ver “futuro no tipo de psicologia comparativa de Yerkes. “Além de malcheirosa e cara, parece não oferecer nenhuma aplicação prática para o serviço público” (Reed, 1987ª, p.94)”. Foi com o fisiologista russo Ivan Pavlov (1849-1936) que se estabeleceu uma psicologia animal mais objetiva, pois, era dotada de um método e um objeto de estudo, que alcançou lugar de destaque na história da Psicologia, com o estudo dos reflexos condicionados. A primeira experiência foi analisar o comportamento de um cachorro, que ao ver um alimento salivava. Inicialmente Pavlov denominou essa reação de reflexo inato ou não-condicionado, pois até então entendia que era um reflexo do sistema digestivo e não envolvia aprendizagem, porém, com o aprofundamento dos estudos entendeu que a salivação provocada pela visão da comida não era reflexiva, mas deveria ser aprendida. Chamou então a reação de reflexo condicionado, pois segundo ele diversos estímulos poderiam produzir a resposta de salivação condicionada, desde que o estímulo fosse capaz de atrair a atenção do animal. Para melhor compreensão do presente estudo vale à pena entender em que consistia o experimento de condicionamento de Pavlov, pois dele teremos o primeiro contato com os termos: reflexo condicionado, estímulo condicionado, estímulo incondicionado, pareamento, associação e reforço. O experimento de Condicionamento: Primeiro, apresentava-se o estímulo condicionado (uma luz), ou seja, acendia-se uma luz. Imediatamente apresentava o estímulo incondicionado (a comida). Depois de repetidas apresentações da luz seguida da comida (pareamento luz e comida) o animal passava a salivar com a simples visão da luz. O animal passou a fazer uma associação ou uma ligação entre a luz e a comida, assim o animal era condicionado a responder mediante a apresentação do estímulo condicionado (a luz). Esse condicionamento ou aprendizagem não ocorre ao menos que a luz seja seguida da apresentação de comida, determinada vezes suficiente. Desse modo, o reforço (neste caso, receber a comida) é necessário para que a aprendizagem ocorra. Pavlov também pesquisou fenômenos como estimulo, reforço, extinção da resposta, recuperação espontânea, generalização e outros comportamentos que abordaremos mais detalhadamente no decorrer deste estudo. Segundo Duane P. Sydney Ellen Schultz, foi Vladimir M. Bekhterev (1857-1927), que aplicou os princípios de Pavlov nos músculos, que descobriu os reflexos associados constatados mediante a analise das respostas motoras, por exemplo, o movimento de afastar o dedo de um objeto que dar choque elétrico, era provocado não apenas pelo estímulo não-condicionado (choque), mas, também pelo estimulo que se associa ao estimulo original. Chegamos a John. B. Watson (1878-1958), fundador do Behaviorismo metodológico. Para ele o homem é produto do meio, que a psicologia deveria ter como objeto de estudo o comportamento observável e descartar qualquer referência a introspecção, pois, somente o comportamento humano poderia ser cientificamente estudado em laboratório para análise com rigor científico. Sobre B.F. Skinner (1904-1990), Duane P. Sydney Ellen Schultz, fala que de acordo com o ponto de vista de Skinner, a vida é produto da história de reforços, pois acreditava que suas experiências estavam relacionadas exclusivamente e diretamente aos estímulos do próprio ambiente. Skinner desenvolveu o que ele chamou de Condicionamento operante, que é aquele que ocorre sem qualquer estímulo antecedente externo observável. Neste estudo será analisado através do primeiro experimento. Na clássica experiência da caixa de Skinner, ele colocou um rato privado de comida dentro de uma caixa, ficando livre para explorar o ambiente. No curso desta exploração, o rato pressionava uma barra ativando um mecanismo que liberava uma bolinha de ração em uma bandeja, depois de conseguir algumas bolinhas (reforço), o condicionamento geralmente se estabelecia com rapidez. Skinner observou que o comportamento do rato (pressionando a barra) atuou sobre o ambiente e assim serviu como instrumento para a obtenção do alimento. Duane P. Sydney Ellen Schultz, p.299, observa que Skinner tinha consciência que no mundo real, o reforço nemsempre é assim consistente ou contínuo, muito embora a aprendizagem ocorra e o comportamento persista, mesmo quando o reforço seja intermitente, pois Skinner afirma; “Nem sempre encontramos uma boa camada de gelo ou uma boa neve quando vamos patinar ou esquiar (...). Nem sempre temos uma ótima refeição nos restaurantes, porque os cozinheiros não são muito previsíveis. Nem sempre que telefonamos a um amigo conseguimos falar com ele, porque nem sempre ele está em casa (...). Os reforços característicos do trabalho e do estudo são quase sempre intermitentes porque não é viável controlar o comportamento reforçando toda resposta. (Skinner, 1953, p.99)” Assim Skinner desejava saber de que forma o reforço variável influenciava o comportamento. No experimento do rato, Skinner perguntou o que aconteceria se reforçasse apenas uma vez a cada minuto, independentemente do número de resposta que apresentasse, elaborou uma série de experiências para testar diferentes taxas e intervalos de reforço (Ferster e Skinner, 1957; Skinner, 1969). Destas experiências derivam os Esquemas de reforço, ou seja, condições que envolvem diferentes razões ou intervalos de tempo entre reforços, que estudaremos mais detalhadamente no decorrer deste trabalho. Assim neste Estudo veremos e analisaremos os comportamentos do Rato Sniffy. Porém o que é Comportamento? Qual a importância de compreender a Definição de Comportamento? Compreender a definição correta e precisa, é de suma importância para a aplicação de técnicas de Mudança deste Comportamento. De acordo com Miltenberger, R.G. Modificação do Comportamento: Teoria e Prática. São Paulo, SP: CENGAGE, 2018, Cap. 1, comportamento é o que as pessoas fazem e dizem. Portanto, segundo o autor, envolve ação, tem dimensões que podem ser medidas, podem ser observados, descritos e registrados, tem impacto no meio físico ou social e é legitimado, isto é, sua ocorrência é sistematicamente influenciada por eventos ambientais e os comportamentos podem ser evidentes ou ocultos. “Depois de entender os eventos ambientais que fazem comportamentos ocorrerem, você pode alterar os eventos no ambiente para modificar o comportamento” (Miltenberger, R.G, 2018, Cap. 1). O autor citado define Modificação de Comportamento como uma ciência aplicada e uma prática profissional direcionada a analise e à modificação do comportamento humano. Porém, precisamos também, compreender os conceitos de estímulo, resposta, reflexo, intensidade de estimulo e magnitude de resposta. Para tanto utilizaremos os seguintes conceitos abordados por Moreira e Medeiros 2008, cap. 3. P28, que define Estimulo como “qualquer alteração ou parte do ambiente que produza uma mudança no organismo”. Resposta como “qualquer alteração no organismo, produzida por uma alteração no ambiente (estímulo)”. Reflexo como “uma relação entre um estimulo específico e uma resposta específica”. Intensidade de estimulo como “a força (ou quantidade) de um determinado estimulo” e Magnitude de resposta como “a força de uma determinada resposta”. Importante também é a compreensão das Leis ou Propriedades do Reflexo, que Moreira e Medeiros 2008, cap. 2, abordam sendo a primeira a “Lei da Intensidade- magnitude que estabelece que a intensidade de estimulo é diretamente proporcional à magnitude da resposta, ou seja, em um reflexo quanto maior a intensidade do estímulo maior será a magnitude da resposta”. A segunda é a Lei do Limiar que estabelece “que para todo reflexo, existe uma intensidade mínima do estímulo para que a resposta seja eliciada”. E também a Lei da Latência onde “Latência é nome dado a um intervalo entre dois eventos, No caso dos reflexos, latência é o tempo decorrido entre a apresentação do estimulo e a ocorrência resposta”. Para a realização do trabalho, nós utilizaremos os princípios da Análise Experimental do Comportamento e a noção de comportamento operante, desenvolvido por Skinner. De acordo com Skinner (apud Moreira e Medeiros, 2008) comportamento operante é aquele tipo de comportamento capaz de produzir consequências de tal modo, que tais consequências interferem na probabilidade de ocorrência futura deste comportamento. De acordo com Moreira e Medeiros, 2008, p.49, o comportamento é afetado (é controlado) por suas consequências, ou seja, as consequências de nossos comportamentos vão influenciar suas ocorrências futuras. Assim, “se os comportamentos das pessoas (e também de animais não humanos) são controlados por suas consequências, isso significa que podemos modificar os comportamentos das pessoas (e também de animais não humanos), programando consequências especiais para seus comportamentos. (Moreira e Medeiros, 2008, p.50). Para exemplificar; para cada vez que o Sniffy que está em uma caixa de condicionamento operante (Caixa de Skinner) pressiona uma barra um reforço lhe é dado. Enquanto tal situação se mantiver, o ratinho continuará pressionando a barra. “Podemos dizer que o comportamento do ratinho é controlado por suas consequências, ou seja, pressionar a barra é mantido, porque continua produzindo a mesma consequência”. (Moreira e Medeiros, 2008, p.50). O Reforço para Skinner é “consequência que aumenta a probabilidade de ocorrência de uma resposta” (SKINNER, 1958, p. 3). E Moreira e Medeiros, 2008, p.53- 55, apresenta os efeitos do reforço, pois “além de aumentar a freqüência de um comportamento reforçado, o reforço (conseqüência reforçadora) tem dois outros efeitos sobre os comportamentos dos organismos. Uma delas é a diminuição da freqüência de outros comportamentos, diferentes do comportamento reforçado” e cita que no exemplo do rato na Caixa de Skinner “Basta compararmos a freqüência de alguns comportamentos antes e depois de a contingência de reforço ser estabelecida (comportamento em seu nível operante), percebemos que, após o comportamento de pressionar a barra ser reforçado, não só a sua freqüência aumentou, como também a freqüência dos comportamentos “limpar-se”, “farejar-se” diminuiu”. E os autores continuam “Outro refeito do reforço é a diminuição na variabilidade da topografia (forma) da resposta (do comportamento reforçado)”, ou seja, nos primeiros pressionamentos da barra, o ratinho faz de maneira variada, com o passar do tempo irá fazer de forma mais semelhantes. Ou seja, Moreira e Medeiros esclarecem que em função das conseqüências reforçadoras (reforço) de nossos atos, adotamos, abandonamos ou diminuímos a freqüência de uma infinidade de comportamentos no nosso dia a dia e também diminuímos a variabilidade na topografia da resposta reforçada, ou seja, quanto mais se responde e este responder é reforçado, mais parecidas serão as respostas seguintes. Mas, o que é Extinção Operante? É exatamente ao contrário, se retiramos o reforço de um comportamento, verificamos que a probabilidade desse comportamento diminui, ou seja, retorna ao nível operante (antes do comportamento ser reforçado), haverá a extinção do comportamento operante, segundo (Moreira e Medeiros, 2008, p 55). Importante salientar que ocorre também o processo de resistência à extinção, que o mesmo autor define como o tempo ou o número de vezes que um organismo continua emitindo uma resposta (comportamento) após a suspensão do seu reforço. Moreira e Medeiros, 288, p 57, indagam porque alguns indivíduos são mais persistentes e teimosos do que outros? Porque alguns comportamentos são mais persistentes do que outros? Os autores respondem dizendo que três fatores influenciam a resistência à extinção, o primeiro é o número de reforços anteriores, ou seja, quanto maior o número ou o tempo de reforço mais resistente à extinção ele será. O segundo fator é o custo da resposta, ou seja, quanto mais esforço o sujeito precisar emitir para gerar o comportamento menor será a resistência à extinção, em outras palavras se for mais difícil a desistênciaé mais rápido. E o terceiro fator são os esquemas de reforça mento, que pode ser entendido inicialmente como quando um comportamento às vezes é reforçado e às vezes não é reforçado, ou seja, acontece de forma intermitente e não de forma contínua, sua resistência à extinção é maior. Com relação aos esquemas de reforçamento intermitente abordaremos um pouco mais adiante. E Moreira e Medeiros, 2008, p.58-59, abordam também três outros efeitos da extinção. O primeiro “Aumento na freqüência da resposta no inicio do processo da extinção; antes de freqüência da resposta começar a diminuir, ela aumenta abruptamente”, ou seja, logo no inicio do processo de extinção ocorre um pico na freqüência da resposta, que caracteriza uma resistência a extinção. O segundo efeito da extinção é “Aumento na variabilidade da topografia (forma) da resposta, logo no inicio do processo de extinção, a forma como o comportamento estava sendo emitido começa a modificar-se”. Isto significa que o sujeito percebendo a extinção tentará outras técnicas para conseguir o reforço. E o terceiro efeito da extinção, abordado pelos autores é “Eliciação de respostas emocionais (raiva, ansiedade, irritação, frustração, etc.)”. Agora que entendemos o que é comportamento operante, reforço e o que é extinção passaremos à compreensão do que é Modelagem. Segundo Miltenberger, R.G, 2018, Cap. 9, p.117, Modelagem é utilizada para desenvolver um comportamento-alvo, que uma pessoa não exibe no momento presente. É definida como o reforço diferencial de aproximações sucessivas de um comportamento-alvo até que a pessoa exiba o comportamento-alvo. Envolve princípios de reforço e extinção – enquanto um comportamento é reforçado e os outros não. Naturalmente o comportamento reforçado aumenta de frequência enquanto que aqueles que não os são diminuem. A modelagem ocorre em um processo. Primeiro identifica-se um comportamento inicial que se aproxime do comportamento-alvo, reforçando este comportamento o sujeito o emitirá com maior regularidade. Tendo esse comportamento se tornado frequente, pode-se estabelecer um novo comportamento como referencial (ainda mais próximo do comportamento-alvo) deixando o comportamento anterior em extinção, isso deve acontecer sucessivamente até se alcançar o comportamento alvo. Quais são as técnicas de observação e registro dos comportamentos? De acordo com Miltenberger, 2018, Cap. 2, existem dois tipos de avaliação comportamental: a Avaliação Indireta e a Avaliação Direta. A Avaliação Indireta envolve o uso de entrevista, questionários e escalas de avaliação para obter informações sobre o comportamento-alvo da pessoa, que exibe o comportamento, ou de outras pessoas como pais, professores e amigos. Já na Avaliação Direta, uma pessoa observa e registra o comportamento-alvo à medida que ocorre e deve estar muito próximo da pessoa que exibe o comportamento. Miltemberger, 2018, também classifica a avaliação do comportamento como estruturada, quando as instruções ou atividades ocorrem durante o período da observação e não estruturada que ocorre quando nenhum evento ou atividade especifica é organizada e nenhuma instrução é dada durante o período de observação. Os comportamentos são mantidos por Esquemas de Reforço, assim podemos perguntar: Todos os comportamentos são reforçados quando emitidos? Segundo Moreira e Medeiros, 2008, p 117, quanto trata de Esquemas de Reforço, a resposta é não, pois não há a necessidade de haver reforço todas as vezes que ele ocorre, para que continue sendo emitido, ou seja, pode se estabelecer critérios que uma resposta deve atingir para que haja reforço, ou definir condições para que o reforço seja liberado. Existem dois tipos de Esquemas de Reforço, o contínuo e o intermitente. No Esquema de reforço contínuo (CRF) toda resposta é seguida de reforço, por exemplo, toda vez que o botão do controle remoto da TV é apertado ela liga, o comportamento é apertar o botão o reforço é TV ligada, ou no caso do rato que ao pressionar a barra, recebe o reforço. Este tipo é o mais indicado para aprendizado de novos comportamentos e também o que entra em extinção mais facilmente, já que o organismo perceberá mais facilmente a ausência de reforço. Os Esquemas de reforço Intermitentes, por sua vez, são mais eficazes para manutenção do comportamento, pois são mais difíceis de serem extintos. Os efeitos da extinção são mais amenos, não há aumento na taxa de respostas após extinção e nem respostas emocionais. Há diminuição lenta na frequência do responder. A extinção pode demorar bastante para acontecer. Segundo o Psicólogo Caio Moura, em artigo Esquemas de Reforço: Contínuo (CRF) e Intermitente (FR, VR, FI, VI) “Geralmente, pessoas com maior repertório comportamental em CRF tendem a desistir mais facilmente de seus objetivos (pouca resistência à extinção), ao passo que aquelas em Reforço Intermitente possuem mais “perseverança” (maior resistência à extinção)”. Já no Esquema de Reforço intermitente algumas respostas são reforçadas e outras não. Nem todas as respostas são reforçadas, por exemplo; um vendedor que só recebe comissão se atingir uma meta por três meses consecutivos. Ou seja, atingir a meta apenas uma ou duas vezes não é reforçado com comissão. Foi estabelecido o critério para que ocorra o recebimento da comissão se ele atingir a meta por três meses consecutivos, caso contrário não receberá. Os Esquemas de reforçamento intermitente não são iguais, podendo haver variações no número de respostas emitidas ou em intervalos de tempo. Quanto ao número de resposta emitida, para cada reforçador, pode ser de razão fixa (FR), por exemplo, a cada cinco (FR: 5) pressionamento da barra o rato ganha um reforço, ou pode ser de razão variável (VR), por exemplo, se no experimento do rato ele emitir 600 respostas e receber 20 reforços, ou seja, em média a cada 30 (VR: 30) resposta uma será reforçada. Da mesma forma o Intervalo de Tempo entre os reforçadores, pode ser um Intervalo Fixo (FI). No exemplo citado do vendedor que precisa atingir a meta por três meses consecutivos o intervalo é fixo (FI: 3), ou, por exemplo, no experimento do rato à resposta de pressionar a barra ocorrer o reforço a cada 1 minuto. Ou pode ser um Intervalo Variável (VI), onde não há uma regularidade temporal como no intervalo fixo. No exemplo do vendedor que atinge a meta de venda em média a cada cinco meses, ou seja, às vezes ele bate a média, às vezes não. No exemplo do rato, considerando um intervalo de tempo variável significa que o reforço estará disponível a cada 30 segundos em média. Ainda segundo Moreira e Medeiros, 2008, p 121, nos esquemas de intervalo o número de respostas não é relevante, bastando apenas uma resposta para a obtenção do reforçador. O tempo decorrido desde o último reforçador é o principal determinante de uma nova resposta ser ou não reforçada. Neste estudo, um dos experimentos realizado em laboratório é o que se refere ao nível operante, por isso precisando entender do que se trata. Moreira e Medeiros, 2008, p 169, define Nível Operante como “a forma com que o sujeito opera (age) sobre o ambiente antes de qualquer intervenção experimental”. A importância deste experimento é fundamental, pois podemos comparar os dados registrados antes de qualquer intervenção com os dados obtidos após as intervenções e assim analisar como o sujeito se comportou. METODOLOGIA Instrumentos: Todos os experimentos foram supervisionados pela Professora, titular da Piscina Analise e Experiência do Comportamento, do Curso de Graduação Superior do Centro de Ensino Superior de Foz do Iguaçu-PR, CESUFOZ, Fabiana Albertin Kaisen, que utilizou o Programa Eletrônico Virtual denominado Sniffy Pro versão 2.2. Este programa apresenta um Rato virtual, quesubstitui a necessidade de animais reais em experimento de laboratório. Todos os experimentos ocorreram em uma caixa virtual, que simula a Caixa Skinner, composta por uma barra que libera comida (reforço) quando pressionada. Para marcação do tempo foi utilizado cronometro e/ou relógio digital, também foi utilizado Folha de Registro em todos os Experimentos. Importante salientar que em um experimento com rato real, que tem um alimento como reforçador condicionado, o sujeito está sujeito ao efeito de saciação, ou de privação. Na medida em que há saciação, ocorre uma redução na probabilidade do responder, porém, com rato virtual este efeito é mais difícil de identificar. Todo material bibliográfico, utilizado para fundamentação teórica, consta relacionado no final deste trabalhando em Referências Bibliográficas. MÉTODO EXPERIMENTAL Procedimento Experimento 1: Nível Operante, Foi utilizado o método de Avaliação Direta e Estruturada. A Professora Fabiana Bertin Kaisen, foi a Supervisora do Experimento, que definiu o tempo do experimento em 20 minutos. Neste período registramos o número de vezes que o sujeito pressionou a barra de reforço, o número que se limpou, andou, ergueu-se, farejou ou executou qualquer outro tipo de comportamento. O experimento começou as 21h00min horas e terminou às 21h20min horas do dia 15 de março de 2021, com o preenchimento da folha de registro. Durante este experimento não foi apresentado ao sujeito nem tipo de reforço. Foi elaborado a Tabela do Experimento e o Gráfico do Experimento 01 Nível Operante. Procedimento Experimento 2: Treino ao Comedouro Com pareamento do som com a comida. A professora Fabiana Bertin Kaisen, definiu que deveria ser observada a quantidade de pelotas consumidas pelo sujeito. O experimento iniciou às 20h12min horas e terminou as 20; 40 horas do dia 29 de março de 2021. Inicialmente foi liberado o alimento quando o sujeito se aproximou do comedouro, para que ele percebesse a presença da comida naquele locou. Com o decorrer do tempo, com o afastamento do sujeito do comedouro, foi liberada a comida para que se pudesse identificar que o sujeito conseguiu relacionar a comida ao som do alimento. Foi oferecido um reforço (alimento) pareamento com um som, com objetivo de fazer o sujeito associar o som à oferta de alimento. Ao término foi elaborado somente a Tabela do Experimento 02 Treino ao Comedouro, não foi elaborado gráfico. Procedimento Experimento 3: Modelagem Este experimento foi feito em dois dias, no dia 15 de março de 2021, começou às 21h11min horas e terminou às 22h15min horas e no dia 05 de abril iniciou às 19h34min horas e terminou às 19h56min horas. Assim como os anteriores, também foi utilizado a Caixa de Skinner Virtual. Consistiu em quatro etapas. Na primeira etapa, realizada dia 15 de março, o comportamento de ser erguer, ou seja, ficar de pé nas duas patas trazeiras em qualquer lugar da caixa foi liberado um reforço. Na segunda etapa (dia 15 de março) foi reforçado somente o comportamento de erguer-se próximo da barra. Na terceira foi reforçado o comportamento de erguer-se na barra. Esta etapa foi feita em dois dias diferentes, iniciamos no dia 15 de março e concluímos no dia 05 de abril. E na quarta fase, também realizada no dia 05 de abril, quando o sujeito pressionou a barra. Com os resultados descritos na folha de registro foi elaborado a Tabela do Experimento 03, Modelagem da Resposta de pressão a barra. Não foi elaborado gráfico para este experimento. Procedimento Experimento 4: Reforço continuo da resposta de pressão a barra (CRF). Este experimento foi feito em etapa única que começou às 21h33min horas e terminou às 21h53min horas do dia 05 de abril de 2021. Também foi utilizado a Caixa de Skinner Virtual. Foi muito parecido com o experimento 01, Nível Operante, também registramos o número de vezes que o sujeito pressionou a barra de reforço, o número que se limpa, andou, ergueu-se, farejou ou executou qualquer outro tipo de comportamento. A diferença é que neste experimento, toda vez que o sujeito pressionou a barra, este comportamento foi reforçado com a liberação de alimento. Com os resultados descritos na folha de registro foi elaborado a Tabela do Experimento 04 e o Gráfico 04, com o título Reforço contínuo da resposta de pressão a barra. Procedimento Experimento 5: Esquema de Reforço Intermitente de Razão Fixa (FR) Este experimento também foi feito em etapa única que começou às 21h14min horas e terminou às 21h34min horas do dia 19 de abril de 2021. Foi utilizado o esquema de razão fixa (FR: 5), ou seja, para cada 5 vezes que a barra era pressionada a última era reforçada. Não foi levada em consideração a pausa pós-reforço, que é o fenômeno de uma pausa, que ocorre logo após uma taxa maior de respostas consecutivas para obtenção do reforçador. Procedimento Experimento 6: Extinção Operante Foi realizado no dia 26 de abril de 2021, com inicio às 19h54min h e término às 20h14min h. Não foi apresentado em nenhum momento qualquer tipo de reforço. Igualmente ao experimento 01 de Comportamento operante e ao experimento 04, registramos o número de vezes que o sujeito pressionou a barra de reforço, o número que se limpa, andou, ergueu-se, farejou ou executou qualquer outro tipo de comportamento. RESULTADOS E DISCUSSÃO Análise do Experimento 01: Comportamento Nível Operante. Através de uma Avaliação Direta, da Tabela e do Gráfico do Experimento 01 pode-se entender que o rato em seu contato com a caixa de Skinner (ambiente), sem nenhuma contingência de reforço, pressionou a barra de reforço apenas cinco vezes em 20 minutos, o que corresponde a um por cento (1%) do total e a RPB por minuto ficou em média igual a 0,25. Passou mais tempo andando 171 vezes (34%), seguido pelo comportamento de farejar, 146 vezes (29%) e também chama a atenção que o rato também se limpou 103 vezes (21%). E se ergueu apenas 77 vezes (15%). Conforme abordamos na Introdução deste estudo o objetivo do Experimento de Nível operante é observar o comportamento do sujeito no ambiente, antes que ocorra qualquer intervenção como, por exemplo, o reforço. Observamos, conforme os dados demonstrados acima, que sem nenhuma contingência de reforço, o comportamento foi aleatório, o sujeito andou e farejou muito, como em busca de algo. Com relação a este primeiro experimento podemos dizer que o sujeito apresentou comportamento operante, pois a resposta do sujeito do experimento foi espontânea e ele se comportou aleatoriamente (operou modificando o ambiente) mesmo sem ter recebido nenhum estímulo, assim corrobora com Moreira e Medeiros 2008, p 47 “comportamento operante, termo cunhado por B.F.Skinner. Classificamos como operante aquele comportamento aquele que produz conseqüências (modificações no ambiente) e é afetado por elas” Análise do Experimento 02: Treino ao comedouro (pareamento do som com a comida). O objetivo deste experimento é treinar o sujeito a fazer associação de um som à oferta do alimento, disponível em um comedouro. Isto ocorreu com o consumo 305 pelotas, conforme Tabela do Experimento 02 abaixo. O objetivo de treinar (associar) que no comedouro tem alimento toda vez que houver um som, foi alcançado com sucesso num período de 28 minutos. Com um rato real, é provável que este experimento acontecesse em um intervalo menor, já que segundo orientação da professora o experimento seria feito com um rato que estaria com privação de alimento, assim com certeza o rato procuraria pelo alimento mais rapidamente. Com o decorrer do tempo, com o afastamento do sujeito do comedouro, foi liberada a comida para que se pudesse identificar que o sujeito conseguiu relacionar a comida ao som do alimento. No inicioo sujeito teve certa dificuldade de fazer essa correspondência, som versus alimento, pois nem sempre ele percebeu, mais com o tempo começou a haver essa percepção de que um som representava a oferta de um alimento. Através deste experimento, percebemos a aplicação prática de alguns princípios e conceitos estudados na introdução deste trabalho, como por exemplo, assim como exemplo Moreira e Medeiros p 31, diz que “o que Pavlov fez foi emparelhar (apresentar um e logo em seguida o outro) para o cão a carne (estimulo que naturalmente eliciava a resposta de salivação) e o som da sineta. (estimulo que não eliciava a resposta de salivação), no nosso experimento pareamos o som (que não eliciava resposta) à comida (que elicia a resposta). Outra aplicação refere-se Leis ou propriedades do reflexo inato, que também estudamos na Introdução deste trabalho através de Moreira e Medeiros p 22—23. Pois constatamos que, conforme estudamos, quanto maior a intensidade do estimulo maior a magnitude da resposta, ou seja, não conseguiríamos êxito sem o som seguido da apresentação de comida um número de vezes suficiente para o aprendizado, em outras palavras quanto maior a apresentação do estimulo mais fácil a associação som com a comida. Constatamos que foi necessária uma quantidade mínima de estimulo para eliciar a resposta, para que o sujeito relacionasse a comida ao som. Análise do Experimento 03: Modelagem O objetivo deste experimento é gradativamente e sucessivamente, modelar o sujeito para alcançar um comportamento-alvo, deixando entrar em extinção comportamentos anteriores. Se considerarmos, de acordo com a Tabela do Experimento 03, que o experimento durou uma hora e vinte seis minutos e durante esse período o sujeito executou um total de 173 comportamentos diferentes. Foi definido como objetivo inicial, modelar o sujeito para aprender o comportamento de se erguer, ou seja, ficar de pé nas duas patas traseiras em qualquer lugar da caixa. Isto ocorreu na primeira fase, aconteceu 54 vezes, ou seja, 31% dos comportamentos. No final desta etapa o sujeito começou a se levantar com frequência maior, caracterizando o aprendizado, portanto o objetivo foi alcançado o que permitiu passar para etapa seguinte. Na segunda etapa foi definido como objetivo modelar (treinar) o sujeito para o comportamento de erguer-se próximo da barra. A frequência foi de 67 vezes e o percentual de 39%. Na terceira foi reforçado o comportamento de erguer-se na barra. A freqüência foi de 36 vezes e o percentual de 21%. Podemos observar, tanto na segunda etapa como na terceira, alguns dos efeitos abordados por Moreira e Medeiros 2008 cap. 2, e que constam na introdução deste estudo, pois ocorreu a resistência à extinção já que em algum momento foi necessário regredir e reforçar o comportamento anterior, e ocorreu também o efeito do aumento da freqüência da resposta no inicio da extinção, portanto ele continuou emitindo a resposta da etapa anterior e até aumentou sua freqüência. Outro efeito observado, também abordado pelos autores citados, é que vencida a resistência à extinção, podemos observar uma diminuição na variabilidade topografia (forma), da resposta percebemos que o sujeito pressionava a barra de forma mais uniforme e constante, mais isso só aconteceu no final da terceira etapa. Nas duas etapas, anteriores, quando o sujeito manteve a resposta de forma consistente, começou a emitir esse comportamento seguidamente, consideramos que o objetivo foi alcançado. Quarta e última etapa; quando o sujeito pressionou a barra ele recebeu reforço. Nesta fase o sujeito, já estava bem condicionado, reconhecendo com maior facilidade a associação som com alimento. O sujeito manteve uma frequência constante mais facilmente, portanto o objetivo foi alcançado rapidamente. O processo de resistência à extinção da fase anterior foi bem menor. Análise do Experimento 04: Reforço contínuo da resposta de pressão a barra (CRF). Considerando que o sujeito (rato Sniffy) do experimento, passou pelo processo de modelagem anteriormente na caixa de Skinner, pode-se observar neste experimento com contingência de reforço ao pressionar a barra, que ele a pressionou 302 vezes, ou seja, 50%, o que pode ser constatado através da Tabela do Experimento 04 e do Gráfico do Experimento 04. Além disso, andou 150 vezes (7,5%), seguido pelo comportamento de farejar 105 vezes (5,25%), limpou-se 28 vezes (1,4%). E ergueu-se apenas 17 vezes (0,85%). Para análise mais detalhada, referente à análise de resposta de Pressão a Barra em relação aos comportamentos de andar e farejar, o gráfico pode ser dividido em seis fases: Fase 01 que transcorre do minuto 01 ao minuto 05. Nesta fase percebe-se que o sujeito ainda está adaptando-se ao ambiente, porém, o comportamento de pressionar a barra oscila de 11 a 18 vezes, valor bem superior à frequência de andar seis vezes e farejar com frequências médias igual a 4,6 vezes. Fase 02 transcorre do minuto 06 ao minuto 08. Nesta fase temos o comportamento crescente de pressionar a barra de 13 a 18 vezes e decrescente ao andar de 8 a 6 vezes e farejar 7 a 5. vezes. Ou seja, quanto mais o sujeito se dedica a pressionar a barra para se alimentar, menos ele anda e fareja neste intervalo de tempo, portanto são comportamentos inversamente proporcionais. Fase 03 transcorre do minuto 09 ao minuto 10. Nesta fase ocorre o fato inverso à fase anterior, ou seja, diminuiu a frequência de pressionar a barra de 16 para 13 vezes, porém, aumentou a frequência de andar de 10 para 12 vezes e farejar de 06 para 08 vezes. Ou seja, deixou de pressionar a barra e se alimentar e passou a andar e farejar. Os comportamentos da fase 02 repetem-se na fase 04 e na fase 06, os comportamentos da fase 03 repetem-se na fase 05. Podemos perceber claramente com este experimento a aplicação do que Moreira e Medeiros, 2008, p.53-55, abordou sobre os efeitos do reforço, como vimos no inicio deste estudo. Vimos que além de aumentar a freqüência do comportamento reforçado, concomitantemente apresentou dois outros efeitos sobre o comportamento do sujeito. Um foi diminuição da freqüência de outros comportamentos, diferentes do comportamento reforçado, pois ao compararmos os resultados do Experimento 01, ou seja, o Comportamento em seu nível operante com os resultados obtidos neste experimento (Reforço contínuo da resposta de pressão a barra - CRF) observamos alterações na freqüência de alguns comportamentos antes e depois da contingência de reforço ser estabelecida. Percebemos que, após o comportamento de pressionar a barra ser reforçado, não só a sua freqüência aumentou como também a freqüência dos comportamentos “limpar-se”, “farejar-se” diminuiu. E também observamos outro refeito do reforço que foi a diminuição na variabilidade da topografia (forma) da resposta (do comportamento reforçado), ou seja, no experimento a nível operante os pressionamentos da barra, são de ritmos e intensidade variada, no experimento de Reforço contínuo da resposta de pressão a barra existe uma uniformidade, são mais semelhantes. Assim entende-se, que o sujeito na maioria do tempo ou estava alimentando-se após conseguir o reforço por pressionar a barra, ou estava andando e farejando. Isso nos leva a fazer uma analogia com os morcegos, pois assim como este, se orienta pelas vibrações sonoras. O sujeito do estudo se comporta orientado pelo faro em busca de alimentação, ou seja, precisa andar para farejar o alimento. Em uma escala muito menor também pode estar limpando-se ou ficando de pé. Assim o experimento 03 e 04 corrobora com Moreira e Medeiros, 2008, p.50, quando ensina: “Podemos dizer que o comportamento do ratinho é controlado por suas conseqüências, sou seja, pressionar a barra é mantido porque continua produzindo a mesma conseqüência”. Antes de apresentar oreforço o Sniffy apresentava um comportamento operante aleatório, com a introdução de reforço seu comportamento foi modificado, ou seja, obtivemos êxito no experimento. Análise do Experimento 05: Esquema de Reforço Intermitente de Razão Fixa (FR). O importante neste experimento é o número de resposta e não a passagem do tempo. Para cada cinco respostas (FR: 5) a última foi reforçada (liberou o reforçador), assim, uma característica importante deste experimento foi o número de comportamento que exigiu uma produtividade do sujeito, ele precisou pressionar a barra para atingir o número de 5 respostas, para receber o reforço. Observamos uma taxa de resposta bem alta, não levamos em consideração as pausas pós reforço, por ter sido muito sutil, conforme orientação da Supervisora. Observando os resultados conforme a Tabela principal do Experimento 05: Esquema de Reforço Intermitente de Razão Fixa (FR: 5), o gráfico e a tabela auxiliar, percebemos uma alta taxa de resposta de pressão a barra (RPB: 476), no intervalo de 20 minutos. Foi observado, de acordo com a tabela auxiliar que as respostas foram uniformes, seguiu a mesma média 23,8 RPB por minuto, tanto nos primeiros dez minutos (primeira metade) quanto nos dez minutos finais (segunda metade) Num experimento com rato real, seria normal o efeito da saciação, neste experimento somente em dois intervalos poderíamos interpretar este efeito, o primeiro entre os minutos 10 e 11 onde se observa uma redução de RPB de 27 para 12 e o segundo entre os minutos 14 e 15 com uma redução menos significativa de 20 para 12. Como mencionamos na introdução deste estudo Skinner desejava saber de que forma o reforço variável influenciava o comportamento. Ele elaborou, assim, uma série de experiências para testar diferentes taxas e intervalos de reforço (Ferster e Skinner, 1957; Skinner, 1969). No experimento 05, reforçando a uma razão fixa, ou seja, para cada cinco respostas (FR: 5) a última foi reforçada (liberou o reforçador), ficou caracterizado que houve o aprendizado do Esquema de Razão. Analise do Experimento 6: Extinção Operante; Para auxiliar na analise dos resultados dos dados obtido através da Tabela principal do Experimento 06 e do gráfico, construímos a tabela auxiliar, que nos permitiu uma visão numérica dos valores encontrados. Matematicamente, portanto de forma fria e calculista, sem levar em conta nenhum outro fator, podemos visualizar que não houve extinção operante. O número total de RPB foi de 722 vezes, sendo que na primeira metade do experimento ocorreu um total 388 RPB, correspondente em percentual a 54% e na segunda metade do experimento o número foi de 334 RPB, correspondente a 46%, portanto o que houve foi uma pequena redução na segunda metade do experimento de apenas 8%. Se o experimento fosse feito em um período de tempo maior e se esse percentual de redução persistisse, então poderia ocorrer a extinção (o que pode ser percebido pela linha de tendência de RPB demonstrada no gráfico, mas isso é uma hipótese). Porém o Objetivo do experimento era demonstrar a extinção operante, mas não foi isso que aconteceu, o que podemos entender é que ficou caracterizado a resistência à extinção, tema que já abordamos em outros momentos neste estudo. CONCLUSÃO Concluímos que pesquisadores como Robert Yerkes, Pavlov, Watson, Skinner entre muitos outros, foram homens que estavam além do seu tempo, que deixaram um legado e hoje mais de 100 anos depois, suas pesquisas são repetidas em Universidades no mundo todo. Ou seja, O reitor da Universidade de Harvard estava completamente equivocado. Vimos e analisamos o comportamento do Rato Sniffy e perguntamos na introdução deste estudo, o que é Comportamento? Através dos experimentos realizados, realmente constatamos, aprendemos com Miltenberger, R.G. Modificação do Comportamento: Teoria e Prática. São Paulo, SP: CENGAGE, 2018, Cap. 1, que comportamento é o que as pessoas fazem e dizem, ou seja, envolve ação e tem consequências que alteram o meio. Mensuramos, modelamos, controlamos, extinguimos e avaliamos o comportamento do sujeito do experimento. Entendemos também que podemos alterar os eventos no ambiente para modificar o comportamento e compreendemos que se os comportamentos são controlados por suas consequências, isso significa que podemos modificá-los, programando consequências especiais para esses comportamentos. Assim aplicamos em seis experimentos diferentes, técnicas de Treino ao Comedouro, Reforço Contínuo, Modelagem, Esquemas de reforço por razão fixa, além de apresentar noções sobre Extinção e seus efeitos, que comprovaram que é possível controlar comportamentos através da modificação de suas consequências. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Coloque aqui todas as referências que utilizou – livros, artigos, manuais, etc. Usar normas da ABNT. MOREIRA, M.B., MEDEIROS, C.A. (2008). Princípios Básicos de Análise do Comportamento. Porto Alegre: Artmed. MILTENBERGER, R. G. Modificação do Comportamento: Teoria e Prática. São Paulo, SP: CENGAGE, 2018, Cap. 1 https://www.psicologocaiomoura.com.br/esquemas-de-reforcamento-continuo-crf-e- intermitente-fr-vr-fi-vi/ Schulz, Duane P. Sydney Ellen Schultz, História da Psicologia Moderna, 2009 Schinner, B.F. (1953), Science And human Behavior. New York; Free Press.
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