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Resenha Caroline Ribeiro Batista - Obra /Como Não se Faz um Trabalho de Conclusão (Salo de Carvalho)

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UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UnC 
CURSO DE DIREITO 9° FASE 
DOCENTE: PAULO SILAS TAPOROSKI FILHO 
 
 
 
 
CAROLINE RIBEIRO BATISTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMO NÃO SE FAZ UM TRABALHO DE CONCLUSÃO – SALO DE 
CARVALHO 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CANOINHAS 
2021 
Como não fazer um trabalho de conclusão: 
 A obra não versa sobre os métodos condizentes com as normas da 
ABNT, pelo contrário o livro foi escrito justamente pelo autor detestar 
metodologia e julga-la maçante. Acredita na desnecessidade de existir uma 
disciplina descrita como ‘’metodologia da pesquisa’’ haja vista que o correto é 
efetuar investigação, é necessário discussão em todas as aulas e entre 
orientando e orientador. Formalizar a metodologia significa agregar valor aos 
procedimentos e não ao conteúdo propriamente dito. 
É possível notar a problemática das formas convencionais de criar uma 
monografia, demonstra os erros encontrados quando se valoriza mais o 
procedimento do que a investigação do tema. Bem como, propõe soluções 
para extirpar o procedimento burocrático, que tem sido responsável pela 
paralisação nas pesquisas. 
Dividido em duas pautas, o trabalho conta como não fazer uma 
pesquisa. Em momento posterior aponta saídas possíveis para realmente fazer 
uma pesquisa, com base em suas experiências, momento que explana 
apresentação de casos de trabalho de conclusão que entende ser relevantes 
em termos de análise. Demonstrando assim. Outros meios além da revisão 
bibliográfica. Espera assim, que através do livro os acadêmicos possam 
diagnosticar o problema com a percepção de novas formas de investigação a 
fim de promover uma discussão qualificada entre orientador e orientando. 
Relata sobre um grupo de alunos que trabalham a serviço da assessoria 
jurídica gratuita da faculdade, eles lhe pediram bibliografias sobre um tema 
específico. Ao examinar a biblioteca separou dissertações de mestrados e 
teses de doutorado, objetivando leitura especializada, haja vista que através 
disso é possível obter acesso a obras que certamente colaborariam com a 
construção do de pensamento teórico-crítico. Notou que havia diversos 
trabalhos semelhantes no que tange a sua estrutura. Para problematizar o 
tema apresenta assim um sumário exemplificativo, apontando o vício do 
método, que impede que possamos realmente avançar no tema específico. 
Adiante, demonstra dois problemas, 1. como os temas de pesquisas que 
deveriam ser cuidados pelos estudantes e professores são negligenciados. 2. A 
estrutura universal, abordagem que permite a estagnação do tema de 
pesquisa, se mostrando como a razão de inexistir avanço em pesquisas. 
Dessa maneira, fica demonstrado a necessidade de se respeitar a 
história, trabalhos conseguem percorrer séculos em páginas, não se tem 
dimensão da impossibilidade de tratar de períodos históricos como blocos 
harmônicos, não se leva em consideração que o período anterior esteve em 
constante movimento, com alterações de interpretações, mutações no texto 
normativo, vícios que se mantém nas pesquisas, como cita Foucault, 
‘’sobretudo porque é sempre falho olhar para o passado e interpretá-lo com as 
ferramentas intelectuais que temos na atualidade’’. Tratar dessa forma, reduz a 
história a uma entidade sem vida, a história fica conceituada como um passeio 
turístico superficial, junto a isso tem-se a falsa percepção de que o 
conhecimento da história se apresenta em etapas, uma delas seria revisionista, 
onde se corrige as lacunas, e a outra que faz crítica aos modelos anteriores, 
constituindo alternativa metodológica os conhecimento do momento anterior. 
Certamente, deve se estudar história se aproximando o máximo possível dela, 
de forma exemplificativa seria aproveitar o conhecimento em uma cidade para 
se ter dimensão do estilo de vida, não se deve empilhar história sem ao menos 
ter conhecimento das mudanças e variações daquele tempo. 
Os acadêmicos costumam acreditar equivocadamente, que quanto mais 
elencarem no direito comparado de acordo com o sumário explicativo ‘A’ a ‘Z’ é 
que estará mais completo o conteúdo. Geralmente nessa espécie de 
comparação é reduzido o fenômeno jurídico aos dispositivos legais é a base 
incompleta de investigar o direito comparado. Normalmente se vê exposições 
com descrições legislativas sem uma compreensão de como os dispositivos 
legais são interpretados e qual o seu impacto no país. Não há duvidas que 
quanto ao direito legislado e o direito na prática existem lacunas, todavia 
esquecendo-se disso são feitos vários trabalhos acadêmicos, expondo a lei 
vigente como se refletisse sua eficácia. Portanto, sendo necessário o estudo 
comparado acerca de outros países, deve-se levar em consideração as formas 
e formulas jurídicas de outros países, investindo-se em um único problema. 
Em relação aos princípios, percebe-se que geralmente os princípios são 
abordados no inicio do trabalho em capitulo exclusivo, não há negação desse 
assunto pela parte do autor, todavia sua compreensão deve ser feito a partir de 
análises do tema, complementando o texto, os princípios que norteiam o 
trabalho não podem ficar desconectados dos problemas. O tema deve estar 
embasado pelos princípios, e os problemas de interpretação e aplicação devem 
estar tensionados a partir dos princípios. A forma expostas nos trabalhos, 
mantém os princípios em lógica apartada, no momento de realizar a crítica a 
sua violação não consegue perceber sua força. Compreender a necessidade 
de abordagem sobre outro ângulo em relação aos princípios tem sido um dos 
problemas nos trabalhos acadêmicos. 
Sobre conceitos dogmáticos tem sido usada constantemente, a 
conceituação do seu instituto, definição de sua natureza jurídica, classificação 
e a diferenciação dos seus institutos análogos, espécies, definição dos efeitos 
derivados. Na área do direito penal, geralmente inicia-se pela reconstrução 
histórica do bem jurídico e pela descrição das teorias da pena, veja-se que a 
delimitação de estruturação é específica, bem jurídico, critérios de imputação, 
causas que autorizam o injusto, formas de responsabilidade do injusto. O autor 
exemplifica uma estruturação sobre o tema assistência familiar, os crimes 
contra a assistência familiar, conceito, classificação e diferenciação, tipicidade 
objetiva (objeto material e bem jurídico). Sujeito ativo e passivo, consumação e 
tentativa, dolo e culpa, causas de exclusão de tipicidade, penal e 
jurisprudência. Modelo totalmente utilizado, porém definido como síndrome 
manual, traduz a confusão, isso considerando que não se trata de um material 
reflexivo e sim um manual de consulta rápida, explica-se da seguinte forma: 
não há como se ter conhecimento a partir de uma fragmentação como essa. 
A verdade cientifica é possível de ser encontrada a partir de quatro 
operações metodológica, isolar o objeto, fragmentar o objeto no maior número 
de partes possíveis, investigar isoladamente o fragmento em toda a sua 
extensão, reconstruir o objeto fragmentado a partir de conclusões obtidas nas 
fases anteriores (Descartes, 2004). Ocorre que o fragmento do problema, em 
grande parte impede a compreensão plena da do problema, a soma de várias 
partes não expressa um todo, tanto que alguns fenômenos só podem ser 
apreciados em sua integralidade. 
O autor propõe que seja utilizada a dogmática como instrumento 
interpretativo que mantenha diálogo com a principiologia constitucional. 
Conforme a ancoragem: O uso de jurisprudência na atualidade tem se tornado 
com mais relevância em relação as proposições doutrinárias, por se tratar de 
produto dos tribunais. Os quais sempre ofereceram conteúdo relevante. O uso 
da jurisprudência como instrumento por um acadêmico para sustentar sua tese, 
haja vista que tornará o trabalho um mero apêndice de pesquisa. De outro 
sentido, é coerente essa utilização por um advogado, uma vez que se trata de 
um parecer,prática legitima no cotidiano forense. 
O autor entende a possibilidade de duas formas de trabalho com 
jurisprudência, no primeiro caso trata-se de um método em que o acadêmico 
irá criar um banco de dados com julgados semelhantes, verificando os 
argumentos utilizados, analisando o perfil decisório dos julgados sobre os 
temas relacionados. O segundo caso, seria a seleção de decisão de referência 
que indica a consolidação das posições divergentes, em qualquer um dos 
casos cabe ao investigador analisar detalhadamente os argumentos que são 
basilares da decisão, a exposição dos fundamentos teóricos utilizados pelos 
julgadores, o que é utilizado é os próprios julgados como objeto de 
investigação e não um argumento entre tantos. 
Sobre fontes bibliográficas, justifica-se a ausência de bibliografia pela 
dificuldade de acesso, argumento que não se sustenta, a CAPES (periódicos) 
possibilita acesso aos principais periódicos científicos, a agência criou banco 
de teses que permitem que haja verificação de todas as investigações sobre o 
tema, que muitas vezes não foram publicadas. A partir disso o pesquisador 
consegue ter um parâmetro do que há de mais avançado na sua área. 
 
Possibilidade de fazer um trabalho de conclusão: 
É possível perceber que a valorização da harmonia do sistema tem 
superado qualquer preocupação com a realidade das pessoas que buscam 
amparo do direito. A questão a ser debatida existente é a optação de manter 
um sistema isento de lacunas e de contradições, no lugar de oferecer 
respostas efetivas aos problemas das pessoas. Em decorrência da verdade 
que move a racionalidade formal-burocrática, passa pelo sacrifício dos direitos 
e das garantias, mesmo que o caso demonstre resposta favorável. A tendência 
do acadêmico é elaborar uma narrativa abstrata, simples revisão bibliográfica 
de conceitos. 
Quando se utiliza interação viva com a jurisprudência, os estudos de 
casos parecem fornecer perspectivas inovadoras para a academia jurídica, 
rompendo assim com a ideia de que a pesquisa de direito vire mera revisão de 
bibliografia. Por outro lado, torna-se ilógico ver acadêmicos com medo de 
tornar seu trabalho sem consistência. 
O autor demonstra a necessidade de iniciar um projeto de pesquisa 
enfrentando o problema concreto ao invés de iniciar com o contexto histórico, 
narrando sua manifestação legislativa no maior número de países. A ideia de 
abordar o problema remetendo sempre no museu histórico, ou para o 
tratamento da legislação estrangeira, não há como avançar na pesquisa por 
somente explorar o contexto histórico, o que ocorre é que após nos 
encontramos sem energia para o que realmente importa, o ponto inicial. O erro 
ocorre em função da metodologia burocrática, que nos faz ficarmos estagnados 
na pesquisa. 
Não entenda que não é necessário utilizar relatório bibliográfico, porém 
não se justifica a elaboração de um trabalho somente através de um relatório 
de pesquisa. O que ocorre geralmente são duas patologias, reduz a pesquisa à 
exclusiva análise dos autores; a segunda restringe a investigação ao mero 
levantamento de dados. Note-se que em ambos os casos trata-se apenas de 
um relatório de pesquisa. O levantamento bibliográfico não constitui um 
trabalho teórico e sim de profundas reflexões, o estudante deve realizar algo 
além do mero relatório, seja bibliográfico ou empírico. Preferencialmente que 
produza uma reflexão teórica problematizada do tema. 
 O autor explana textos que considera relevante e inovadores, os quais 
apresentam profunda capacidade de problematização, de forma alguma podem 
ser qualificados como mero levantamento bibliográfico ou relatório teórico, na 
grande maioria são trabalhos que cruzam com outras áreas das humanidades, 
notadamente a filosofia, a literatura, a sociologia, a antropologia, a psicologia; 
as possibilidades de investigar as ciências sociais ultrapassam a análise dos 
julgados. 
Lembre-se trabalho de conclusão de curso não é peça processual, 
análise de decisões no trabalho é importante, mas deve receber tratamento 
específico. A pesquisa jurisprudencial necessita de um tratamento 
metodológico que torne possível refletir sobre determinadas tendências, 
divergências ou inovações. 
Dentro os mais úteis procedimentos de pesquisa para a área de direito, 
temos o que realizam análise de discurso e tendência. Estudos que permitem 
ao leitor visualizar as principais linhas de interpretação dos tribunais. Dessa 
forma, primeiramente o pesquisador estabelece critérios para escolha dos 
julgados, delimitando o tema e definindo os problemas, que formam banco de 
dados e depois cria um instrumento de interpretação que verifique várias 
correntes jurisprudenciais. Os procedimentos mais úteis são aqueles que 
realizam análise de discurso e de tendências. O aluno precisa compreender 
que o trabalho objetiva a compreensão de um problema e não a defesa de uma 
tese processual. 
Para criação de banco de dados, é necessário delimitar o tema, e definir 
problemas e objetivos. Essa forma de pesquisa se encaixa no exemplo: Projeto 
de Monografia – analise de discursos jurisprudenciais sobre o aborto de fetos 
anencefálicos. É necessário compreender que o trabalho de conclusão possui 
como intuito a compreensão de um problema. 
O autor cita que definiu com o acadêmico que separaria o material, e 
formaria banco de dados, em junção faria relato dos casos julgados pelo 
tribunal. A partir daí têm-se o primeiro capítulo, com a descrição metodológica 
de cada caso e a formação do banco de dados e relatórios dos casos julgados. 
A descrição dos casos constrói naturalmente a segunda parte do trabalho, haja 
vista que depois as divergências e os critérios de decisão vão aparecendo, o 
que possibilita a problematização do tema. O Segundo acontece com a 
apresentação das divergências e dos critérios de decisão do tribunal sobre o 
assunto, o terceiro trata de um diálogo com a doutrina, com a principiologia que 
orienta a inaplicabilidade das causas de exclusão. Trata-se de 3 capítulos 
construídos a partir de casos concretos, em pesquisa representativa, pois foi 
realizada com todos os julgados de um Estado. Possibilitando um diagnóstico 
do entendimento da corte, e como as decisões estariam alinhadas aos 
argumentos. 
No caso 2, pesquisa acadêmica – investigação dos discursos 
jurisprudenciais sobre as circunstâncias de aplicação de pena. Considerado um 
dos maiores incentivadores da pesquisa, o Ministro de Justiça, através da 
secretaria de assuntos legislativos. Explana a respeito de projeto da área pena 
mínima, o projeto foi intitulado; Dos critérios da aplicação da Pena no Brasil: 
análise doutrinária e jurisprudencial da conveniência da determinação da pena 
mínima, o objetivo foi avaliar os critérios que orientam os tribunais superiores 
na interpretação das circunstâncias que regem a aplicação da pena, 
juntamente com o diagnóstico acerca dos critérios da aplicação da pena no 
Brasil e as formas de controle de atividade judicial. Para criar o banco de dados 
de julgados, usou-se: quais as circunstâncias de aplicação de pena que mais 
influenciam o juiz e quais os critérios mínimos que impedem sua aplicação no 
mínimo ou abaixo do mínimo cominado?. O autor então chama a atenção para 
esse exemplo, uma vez que é possível uma análise ampla, tendo assim o 
diagnóstico, os problemas, e as tendências com formas diferentes de análises, 
bem como a fim de apresentar inúmeras reflexões ao tema. Trabalhos como 
esse se tornam importante por diagnosticarem as formas de julgamento e de 
representar a posição dos membros. 
Caso 5: Ensaio – caso de referência sobre interceptações telefônicas. 
Uma forma diferente de abordar a jurisprudência, trabalho oriundo de 
levantamento documental, pode ser centralizado na série de decisões que 
definiu determinada posição jurisprudencial, exemplo julgados que deram 
origem a determinada súmulaou decisões altamente inovadoras que rompem 
com a tradição jurídica em determinada área ou que projetam novas 
concepções sobre temas relativamente novos ainda não enfrentados pelos 
Tribunais. O diagnóstico é necessário, a questão é utilizar confronto entre 
dispositivos legais e constitucionais apresentado pela doutrina de forma 
simplificada, normalmente em capítulos que não se conectam, produzindo 
assim congelamento do problema. Se eximindo assim da análise crítica do 
tema na complexidade do sistema constitucional (seus valores, seus princípios 
configuradores e a suas regras de aplicabilidade). 
Quando o acadêmico se propõe a realização de análise mais 
aprofundada, os vícios metodológicos que permitem que a conclusão seja 
apenas limitada a crítica do legislador que não observou determinados 
princípios constitucionais ou do judiciário que não realizou o efetivo controle de 
constitucionalidade. Nessa hipótese ficam direcionado, as condições de 
construção das leis (plano do dever-se) e aos critérios de interpretação no caso 
concreto (plano do ser), circunstância que transforma o trabalho em uma 
espécie de oráculo, um discurso de verdade sobre como as leis deveriam ser 
elaboradas e interpretadas. 
Estudos documentais de casos processuais mediados por observação 
(passiva e participativa). A observação participativa identifica procedimento de 
pesquisa que realiza efetivamente imersão no campo. Um exemplo seria o 
pesquisador integrar o grupo convivendo e experimentando as situações no 
cotidiano, o envolvimento permite o conhecimento, diferente da observação 
passiva na qual o investigador procura ao máximo passar despercebido na 
cena investigada. A técnica apontada participativa fomenta encontros e 
diálogos com a diversidade. 
Caso 06: dissertação – análise comparativa de casos julgados pelo 
Tribunal do Júri. As cidade eleitas foram Santa Cruz do Sul, de colonização 
alemã e Ro Pardo com formação cultural lusitana. A questão chave foi ‘’quem 
são os julgadores que condenam ou absolvem?’’ para responder essa questão 
se deve averiguar as condições socioeconômicas e profissionais do corpo de 
jurados e o número de vezes em que tiveram participação em julgamento. A 
conclusão permitiu o autor deslocar o eixo de interpretação e desmitificar a 
ideia naturalizada de que a comunidade portuguesa por ser mais tolerante 
absolveria; ao contrário da comunidade alemã. 
Caso 07: Dissertação – análise de casos e observação participativa em 
processos de porte de drogas ilícitas. O autor procurou mapear os significados 
atribuídos aos diferentes usos de drogas no espaço urbano, como ferramenta 
metodológica utilizou como pesquisa o juizado especial criminal em caso de 
porte de drogas para consumo pessoa, objetivando diagnosticar as respostas 
penais atualmente adotadas e seus efeitos sociais decorrentes, além da 
análise dos processos sobre drogas, o autor procurou criar condições para 
encontrar e estabelecer diálogo com os sujeitos processados que acabam 
silenciados pelo sistema penal. 
Em hipótese inicial foi verificado os casos penais relativos a esse tema, 
almejava analisar os discursos envolvidos no caso penal (autor do fato, 
policiais, promotores, advogados, juízes), contudo deparou-se com a escassez 
de dados, uma vez que foi possível encontrar processos mecânicos com 
discursos de audiência praticamente semelhante sem considerar 
especificidades. Dessa forma, traçou panorama das relações entre uso de 
drogas, desvio e reação social formal e informal. Através de entrevistas com 
usuários de drogas. Todas aceitaram a transação penal e tiveram a 
punibilidade extinta. 
Também realizou pesquisa com pessoas usam drogas e que nunca 
foram selecionadas pelo sistema penal, nesse caso a etnografia teve lugar na 
rotina do pesquisador. O levantamento dos dados qualitativos permitiu o 
quadro geral dos dados sobre o tipo de droga mais frequente flagrada, os 
locais de consumo e o perfil dos selecionados, além dos dados processuais, foi 
possível concluir que o sistema penal não possui nenhuma capacidade de lidar 
com o fenômeno. Haja vista que funciona de modo automático, oferecendo-se 
a mesma receita para todos. 
Caso 09: dissertação – pesquisa documental em processos de execução 
sobre tráfico de drogas. A pesquisadora busca refletir sobre a produção das 
sensibilidades jurídicas e os dispositivos de poder presentes nas práticas 
judiciais de execução penal, sobretudo na tensão entre os discursos dos atores 
que habitam este campo, as especificidades das práticas e dos saberes que 
modelam a execução das penas. A proposta foi verificar os pedidos de 
progressão de regime que produziram recursos aos condenados por tráfico de 
entorpecente. A razão se deu pelas representações sociais aqueles que 
cometem esse delito e a sensibilidade em torno da categoria traficante em 
decorrência do aumento de número de crimes. A pesquisa foi abordada pela 
forma etnográfica, como foco as especificidades das narrativas burocráticas. A 
questão dos laudos aparece como estruturante dos julgamentos, os julgadores, 
decidem pautados pela noção de criminoso trazida pelos técnicos 
penitenciários, cujas noções são culturalmente construídas, distintas daqueles 
que são exigidas na execução das penas de prisão. O conteúdo geralmente 
extrapola os limites discursivos permitidos pelo direito, fornece regras para 
avaliações morais dos condenados, situação que reproduz e reforça 
estereótipos mascarados por cientificidade. 
Pesquisa em direito comparado e comparação de experiências jurídicas. 
Grande parte do que é identificado como direito comparado é na verdade 
descrição de legislação estrangeira há uma enorme diferença entre narrar 
dispositivos legais e verificar a forma pela qual esta legislação se efetiva no 
cotidiano. A pesquisa de direito comparado é complexa e implica no estudo da 
forma pela qual a doutrina e a jurisprudência de determinado país efetivam a 
lei. 
Caso 10: Tese – pesquisa de direito comparado sobre cultura de 
emergência. Objetiva compreender a emergência da emergência do fenômeno 
descrito como pânico moral. Dessa forma, verificar como o medo modela 
formas de gestão e de controle dos desvios puníveis através de legislações 
tipicamente de exceção, assim fica demonstrado como germens autoritários 
são cultivados e sutilmente infiltrados no Estado de Direito, ocasionando a 
sobreposição nas regras de valores constitucionais, tornando existente a 
exceção. 
Denominado servilismo acadêmico, trata-se de tendência de 
pesquisadores que interpretam a cultura jurídica nacional como inferior às 
tradições dos países centrais, propondo a transposição dos países centrais, 
propondo a transposição como ferramenta inovadora. Assim o pesquisador 
buscou identificar quais garantias fundamentais se tornaram alvo de ataque da 
cultura emergencial nos processos de conhecimento, cautelar e de execução. 
O diagnóstico permitiu verificar que há a incidência de institutos desvirtuados 
na legislação brasileira, a exposição do direito comparado demonstra a 
incidência reiterada da cultura emergencial, foi incorporado ao direito pátrio o 
arrependido; incrementou-se a prisão temporária em casos emergenciais; 
alteraram-se as normas prisionais; a constituição passa a ser exceção. 
Caso 11: dissertação – pesquisa de campo com análise de experiência 
comparada sobre tratamento de drogas. Propõe avaliar formas de tratamento 
de saúde para usuário de drogas em distintos modelos políticos-criminais. 
Embora tenha sido determinada a impossibilidade de submissão do usuário de 
drogas ilícitas ao sistema carcerário, foi mantido a lógica criminalizadora, 
confrontado com a experiência antiproibicionista espanhola, no país ibérico o 
porte não constitui delito. O trabalho de campo no ALBA foi orientado por uma 
postura etnográfica, pela técnica de observação, com acréscimo do 
levantamento de documentos(relatórios e memoriais explicativos) e de 
entrevistas com profissionais usuários dos serviços. A autora procurou 
desenvolver pesquisa similar no CIARB. Após construir o problema das 
toxicomanias, a pesquisadora confronta as suas experiências como respostas 
possíveis em caso de uso problemático de drogas. 
O que significa um trabalho teórico? Como demonstrado através dos 
casos exemplificados necessitam de uma base, de um instrumental teórico 
para que se possa refletir sobre o tema. Do contrário uma pesquisa empírica, 
se não tiver amparada de uma estrutura teórica de compreensão, o trabalho 
será um mero relatório, todavia a pesquisa com profundidade gera maior 
sustentação as hipóteses. Pode ser considerado que a pesquisa inicia pelo 
estado de arte que se concentra no relatório, porém não se esgota a partir 
disso. É muito visto professores que não permitem que o aluno explane suas 
posições no trabalho, porém esse modelo impede a reflexão e a crítica, 
transformando alunos que se limitam a repetir fórmulas e preencher 
formulários. Logicamente que não se trata de expor opinião sem sustentação 
teórica. Trabalho teórico implica em reflexão sobre temas, de forma a produzir 
problematizações, gerar dúvida, operar desconstruções, realizar rupturas ou 
propor avanços. 
Caso 12: dissertação – aplicação de teoria criminológica em problema 
empírico. Crime e cidade: violência urbana e a escola de Chicago. O tema é a 
pesquisa de violência urbana e como problema de investigação as 
possibilidades de controle nas grandes metrópoles da atualidade. Projeta sua 
pesquisa com objetivo de encontrar alternativas à redução das violências a 
partir do controle social informal. Utilizando um problema muito bem definido, a 
criminalidade violenta na cidade de São Paulo, sustentada através de 
relatórios. O autor propõe estratégia de intervenção (otimização dos 
mecanismos informais). A proposta é prevenir a violência com estratégias e 
não reprimi-la, através da escola Chicago, com intervenções urbanísticas e 
intervenções de reforço do controle social informal. O ponto de enfoque é que é 
possível verificar importante diagnóstico com ótimo referencial teórico, e 
posteriormente apresentado interessante estratégia, sem referir intervenções 
no campo penal e processual penal, proposta que inevitavelmente nos faz 
refletir sobre a necessidade de mudança do eixo e foco de análise do problema 
de criminalidade e da violência. 
A pesquisa falha quando o campo é demasiado hostil: Qualquer 
pesquisa pode apresentar problemas que em determinados momentos 
possuem obstáculos na conclusão. A pesquisa teórica pode levar a uma má 
compreensão das categorias do autor ou da pressuposição equivocada de 
alguma hipótese da investigação. As pesquisas empíricas podem gerar 
situações que levam os pesquisadores a um estado de pânico. O fato 
preponderante é que obstáculos se bem trabalhados, podem revelar algo 
diferente e transformar o projeto com virtudes maiores ainda, conforme o caso 
de cinco amigos que sonham em chegar ao cume do Monte Sarmiento 
localizado no extremo sul da Patagônia Chilena, na terra do fogo em que uma 
experiência falha resultou em um documentário de sucesso pela emocionante 
dificuldade de se obter êxito, considerando os desafios e perigos encontrados. 
Caso 15: dissertação – trabalho de campo e entrevista com agentes 
penitenciários. O trabalho foi: relações de violência e existência no trabalho do 
agente penitenciário. A proposta central foi dar voz e visibilidade aos 
profissionais que atuam nessa área, buscando demonstrar como o processo de 
prisionalização não atinge apenas os condenados, mas todo o seu entorno 
afetivo, bem como os profissionais. A partir disso a autora buscou por agentes 
que narrassem o a sua trajetória, através de entrevistas, todavia o plano foi 
frustrado, pela perda de vínculo entre a pesquisadora e os agentes e pessoas 
altamente desconfiadas em prestar informações sobre seu ambiente 
institucional, após essa dificuldade decidiu a pesquisadora em restringir a 
apenas um agente. 
Todavia em momento posterior o entrevistado desiste da autorização 
que havia firmado, após diversas reuniões o agente autoriza a publicação da 
entrevista, mas caso ele não autorizasse, ainda assim a pesquisa teria uma 
excelente dissertação a partir da dificuldade de construção de interlocução com 
os agentes penitenciários. O trabalho metodológico também constitui pesquisa, 
sendo assim cabe aos orientadores e orientados traçarem estratégias para que 
a trajetória fique visível no trabalho. Assim um projeto falho, se transforma. 
Tela em branco: como iniciar o trabalho de conclusão? Não se inicia 
um trabalho do zero, o trabalho exige que o acadêmico tenha ao menos 
conhecimento prévio sobre o assunto, que conheça minimamente os 
problemas inerentes ao tema e os autores de referência. O trabalho não deve 
ser iniciado com objetivo de começar o aprendizado, o real sentido é 
aprofundar temas que tenha sido trabalhado ao longo do curso. Não deve ser o 
início de uma trajetória e sim o encerramento de um percurso. Então assim, vê-
se a importância dos grupos de pesquisas, uma vez que o acadêmico já está 
em ambiente familiarizado, se não houve trabalho de pesquisa, o orientador 
deve questionar o orientando a respeito do domínio do tema, quais livros lidos 
e consultados, principais artigos sobre o tema, quais as principais teses e 
dissertações, quais os problemas que o tema envolve e quais as implicações 
da escolha. Se o aluno não tiver domínio do tema, o correto é direcionar para a 
área que tenha afinidade de forma a harmonizar os conhecimentos e 
habilidades adquiridos na graduação. 
Depois da escolha do tema, o problema é habitual: como iniciar o 
trabalho? Inicialmente o aluno deve possuir o hábito de trabalhar 
frequentemente em seu projeto, até mesmo nos momentos de falta de 
inspiração. Mesmo que isso seja elaborar a bibliografia, organizar citações, 
formatar o trabalho, não se deve terceirizar essas funções, uma vez que isso 
reforça o contato. É recomendado somente a correção de português, pois isso 
revela o respeito com o leitor. A primeira exposição que o acadêmico deve 
redigir é a justificativa do trabalho, depois o problema da análise, para realizar 
essa tarefa o acadêmico precisa ter muito claro o seu tema. 
Essa narrativa será utilizada diversas vezes, sobretudo na introdução e 
conclusão. A justificativa serve para definir a trajetória do trabalho de maneira 
a impedir que haja algum desvio de tema. É comum os acadêmicos 
transformarem variáveis em problemas, embora sejam importantes, não devem 
ser aprofundadas nesse momento, assim se torna importante ter claro o 
problema de investigação. Após tratar da justificativa o caminho enfrentar 
diretamente tema e problema, sem receio ou protelações. Uma das formas de 
enfrentar o problema é através de relatório, logicamente que a pesquisa não 
deve se resumir a isso, todavia é essa descrição inicial que permitirá que o 
acadêmico problematize o tema e a partir disso possa desenvolver reflexões. 
Assim, para iniciar o trabalho é eficaz, descrever o caso, por exemplo no 
caso do aborto anencefálico, o primeiro passo após a justificativa e a coleta de 
julgados (banco de dados) foi descrever os acórdãos de referência s, expor os 
casos narrando 1 - as decisões e as especificidades dos casos, 2 – os 
argumentos utilizados pelo juiz na sentença 3 – teses que originaram os 
recursos, hipóteses apresentadas pela defesa 4- conclusões dos 
desembargadores em cada caso específico. Essa descrição irá construir 
provavelmente o primeiro capítulo do trabalho, isso funciona de modo que nos 
próximos capítulos os leitores vão estar por dentro do assunto de maneira a 
realizarem reflexões. 
Outra dica é trabalhar com arquivos simultâneos, no inicio do trabalho o 
acadêmico irá se deparar com dúvidas, problemas e conclusões,contudo 
quando se está na descrição do tema não deve se expor essas questões nessa 
fase do trabalho. Todavia para que o aluno não se esqueça essas memórias, 
poderá criar arquivo simultâneo que identificará o caso e os apontamentos. Se 
o pesquisador for disciplinado e anotar tudo que se questionar, notará que no 
final da redação do capítulo (relatório) terá questionamentos suficientes para 
explorar a conclusão. 
As 3 fases de redações sugeridas não apenas esboçam uma 
monografia, como desenham sua estrutura, capítulo inicial justificativa, se 
refere a importância do tema, contexto que motiva a pesquisa e estado de 
investigações sobre o tema. Capítulo de desenvolvimento, narrativa dos casos, 
das teorias dos autores de referência, capítulo conclusivo, problematização 
com questionamentos e conclusões possíveis. 
Questões centrais na pesquisa: Tema, problema, objetivos, 
justificativa, metodologia. Os motivos apresentados ao longo desse texto 
explana a justificativa do trabalho. O ponto de partida de qualquer trabalho 
precisa ser o problema de pesquisa, ao longo dos anos verificando o modelo 
burocratizado de pensamento das faculdades, relacionado ao ensino jurídico 
ou da metodologia jurídica, especificamente no tema de monografia, foi 
possível estruturar um problema central. Como delimitação do tema, 
alternativas à padronização dos trabalhos. Já quanto a objetivos pretendeu 
explanar como a burocratização, se materializa nos trabalhos, em objetivos 
específicos, identificar os padrões que orientam a elaboração do trabalho, 
descrever as formas habituais de redação, localizar vícios nas abordagens, 
propor a apresentação de casos como forma alternativa, e ao fim demonstrar 
as virtudes de um trabalho empírico com devidamente fundamentado. 
A fim de desenvolver a estrutura, foi feito a divisão em duas partes, 
inicialmente a partir de um sumário fictício identificar os principais vícios de 
elaboração, posteriormente problematização das questões, justificar o motivo 
pelo qual entendo equivocado determinada construção. Na segunda parte, 
procurou demonstrar como é possível a elaboração a fim de transformar 
trabalhos. No momento principal do trabalho utilizaram-se como forma de 
abordagem ou estratégia metodológica os estudos de caso, de forma 
possibilitar visualização concreta de possibilidade de inexistir trabalho 
entediante e sem vida. Ademais, o orientando deve escolher seu tema e seu 
problema, a fim de mergulhar com vivacidade na pesquisa. 
Com objetivo de concluir o autor explana sobre métodos e fetiches 
metodológicos, a problemática da prevalência da forma em detrimento do 
conteúdo, a criminologia enfrenta profunda crise em decorrência do método. 
Conforme antecipou Nietzsche ‘’a ciência deveria ser ensinada como uma 
concepção entre muitas e não como o único caminho para a verdade e a 
realidade.’’ É injustificável que as aulas de metodologias se limitem a 
apresentação de técnicas burocráticas de preenchimento de formulário, 
sobretudo por haver diversas maneiras de transformar abordagens 
metodológicas através de experimentos. Essa escrita se objetivou através do 
modus habitual das faculdades, do ponto de vista do autor essa forma, não 
favorece o desenvolvimento da pesquisa, pelo contrário só reforça uma 
estagnação de pesquisa, dessa maneira cabe aos pesquisadores proporem 
alternativas.

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