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Filosofia

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Filósofos Pré-Socráticos
1. Tales de Mileto
Nascido na cidade de Mileto, região da Jônia, Tales de Mileto (624 a.C. - 548 a.C.) acreditava que a água era o principal elemento, ou seja, era a essência de todas as coisas. "Tudo é água.
2. Anaximandro de Mileto
Discípulo de Tales nascido em Mileto, para Anaximandro (610 a.C. - 547 a.C.), o princípio de tudo estava no elemento denominado “ápeiron”, uma espécie de matéria infinita.
"De onde as coisas têm seu nascimento, ali também devem ir ao fundo, segundo a necessidade; pois têm de pagar penitência e de ser julgadas por suas injustiças, conforme a ordem do tempo.
3. Anaxímenes de Mileto
Discípulo de Anaximandro nascido em Mileto, para Anaxímenes (588 a.C. - 524 a.C.), o princípio de todas as coisas estava no elemento ar.
"Como nossa alma, que é ar, nos mantém unidos, assim um espírito e o ar mantêm unido também o mundo inteiro; espírito e ar significam a mesma coisa.
4. Heráclito de Éfeso
Considerado o “Pai da Dialética”, Heráclito (540 a.C. - 476 a.C.) nasceu em Éfeso e explorou a ideia do devir (fluidez das coisas). Para ele, o princípio de todas as coisas estava contido no elemento fogo.
"Nada é permanente, exceto a mudança.
5. Pitágoras de Samos
Filósofo e matemático nascido na cidade de Samos. Pitágoras (570 a.C. - 497 a.C.) afirma que os números foram seus principais elementos de estudo e reflexão, do qual se destaca o “Teorema de Pitágoras”.
Ele também foi responsável por chamar de "amantes do conhecimento" aqueles que buscavam explicações racionais para a realidade, dando origem ao termo filosofia ("amor ao conhecimento").
"O universo é uma harmonia de contrários.
6. Xenófanes de Cólofon
Nascido em Cólofon, Xenófanes (570 a.C. - 475 a.C.) foi um dos fundadores da Escola Eleática, se opondo contra o misticismo na filosofia e o antropomorfismo.
"Enquanto eterno, o ente também é ilimitado, pois não possui começo a partir do qual pudesse ser, nem fim, onde desapareça.
7. Parmênides de Eléia
Discípulo de Xenófanes, Parmênides (530 a.C. - 460 a.C.) nasceu em Eléia. Focou nos conceitos de “aletheia” e “doxa”, onde o primeiro significa a luz da verdade, e o segundo, é relativo à opinião.
"O ser é e o não ser não é.
8. Zenão de Eléia
Discípulo de Parmênides, Zenão (490 a.C. - 430 a.C.) nasceu em Eléia. Foi grande defensor das ideias de seu mestre filosofando, sobretudo, acerca dos conceitos de “Dialética” e “Paradoxo”.
"O que se move sempre está no mesmo lugar agora.
9. Demócrito de Abdera
Nascido na cidade de Abdera, Demócrito (460 a.C. - 370 a.C.) foi discípulo de Leucipo. Para ele, o átomo (o indivisível) era o princípio de todas as coisas, desenvolvendo assim, a “Teoria Atômica”.
"Nada existe além de átomos e do vazio.
Fim da Filosofia Pré-Socrática
A filosofia pré-socrática tem seu fim com a mudança do pensamento que tinha como foco a natureza. Com a intensificação da vida pública, as atenções dos filósofos passaram a se relacionar com a vida pública e a atividade humana.
Esse novo período tem o filósofo Sócrates como marco da mudança e é chamado também de período antropológico da filosofia.
Os filósofos pré-socráticos fazem parte do primeiro período da filosofia grega. Eles desenvolveram suas teorias do século VII ao V a.C., e recebem esse nome pois são os filósofos que antecederam Sócrates.
Esses pensadores buscavam nos elementos natureza as respostas sobre a origem do ser e do mundo. Focando principalmente nos aspectos da natureza, eram chamados de “filósofos da physis” ou "filósofos da natureza".
Foram eles os responsáveis pela transição da consciência mítica para a consciência filosófica. Assim, buscaram dar uma explicação racional para a origem de todas as coisas.
A mitologia grega explicava o universo através da cosmogonia (cosmo, "universo" e gónos, "gênese", "nascimento"). A cosmogonia dá sentido a tudo o que existe através da ideia de nascimento a partir de uma relação (sexual) entre os deuses.
Os filósofos pré-socráticos abandonaram essa ideia e construíram a cosmologia, explicação do universo baseado no lógos ("argumentação", "lógica", "razão"). Os deuses deram lugar à natureza na compreensão sobre a origem das coisas.
A filosofia nascida com esses primeiros filósofos deu origem a toda uma produção de conhecimento e de representação da realidade. Toda essa construção serviu como base para o desenvolvimento da cultura ocidental
Sócrates
Sócrates (c. 469-399 a.C.) nasceu em Atenas, que em meados do século V a.C. tornou-se a metrópole da cultura grega.
Da sua infância pouco se sabe para além de sua origem pobre. Ele era filho de um escultor, Sofronisco, e uma parteira, Fenarete, da qual Sócrates pegaria a ideia do parto para sua forma de fazer filosofia.
Homem feito, chamava atenção não só pela sua inteligência mas também pela estranheza de sua figura e seus hábitos. Corpulento, olhos saltados, vestes rotas e pés descalços, era considerado o homem mais feio de Atenas.
Costumava ficar horas mergulhado em seus pensamentos. Quando não estava meditando solitário, conversava com seus discípulos, procurando ajudá-los na busca da verdade.
Nessa época, teve início a segunda fase da filosofia grega, conhecida como socrática ou antropológica, onde Sócrates foi o principal filósofo desse período da filosofia antiga. Nessa fase, os filósofos passaram a se preocupar com os problemas relacionados ao indivíduo e a organização da humanidade.
Passaram a perguntar: O que é verdade? O que é o bem? O que é a justiça?, uma vez que na primeira fase da filosofia grega a preocupação era com a origem do mundo, fase que ficou conhecida como periodo pré-socrático da filosofia.
Principais Ideias de Sócrates
Para Sócrates, existiam verdades universais, válidas para toda a humanidade em qualquer espaço e tempo. Para encontrá-las, era necessário refletir sobre elas. Essa percepção da verdade como alcançável é um fator de diferenciação entre Sócrates e os sofistas.
O princípio da filosofia de Sócrates estava na frase "Conhece-te a ti mesmo", um oráculo universal dado pelo deus Apolo na mitologia grega. Antes de lançar-se em busca de qualquer verdade, o homem precisa se auto analisar e reconhecer sua própria ignorância.
O próprio Sócrates ao consultar o Oráculo de Delfos recebeu a mensagem de que ele era o mais sábio entre os gregos.
Sócrates percebeu que ele era sábio porque, dentre os sábios, era o único que julgava não saber e buscava o verdadeiro conhecimento. Da afirmação de sua própria ignorância faz surgir a célebre frase:
"Só sei que nada sei."
A partir desta ideia, é desenvolvido o Método Socrático. O filósofo inicia uma discussão e conduz seu interlocutor ao reconhecimento de sua própria ignorância através do diálogo: é a primeira fase de seu método, chamada de ironia ou refutação.
Na segunda fase, a "maiêutica" (técnica de trazer à luz), Sócrates solicita vários exemplos particulares do que está sendo discutido.
Por exemplo, ao ser questionado sobre a coragem, desenvolve um diálogo com um general muito respeitado por sua atuação em guerras. O general (Laques) lhe dá exemplos de atos corajosos. Não satisfeito, Sócrates analisa esses casos com a finalidade de descobrir o que é comum a todos eles.
Esse algo comum poderia representar o conceito de coragem, a essência dos atos heroicos, que existirá em qualquer ato corajoso, independente das circunstâncias que o cercarem.
A "técnica de trazer à luz" pressupõe uma crença de Sócrates, segundo a qual a verdade está no próprio homem, mas ele não pode atingi-la porque não só está envolto em falsas ideias, em preconceitos, como está desprovido de métodos adequados.
Derrubado esses obstáculos, chega-se ao conhecimento verdadeiro, que Sócrates identifica como virtude, contraposta ao vício, o qual se deve unicamente à ignorância.
"Ninguém faz o mal voluntariamente."
A Morte de Sócrates
Sócrates era uma figura célebre de Atenas. Por onde ia, carregava consigo uma quantidade imensa de seguidores e discípulos, sobretudo jovens.
Esse comportamento deu a Sócrates inimigos entre as figuras mais poderosas de Atenas.Em pouco tempo, o filósofo foi acusado de corromper a juventude e atentar contra os deuses gregos.
Seu julgamento foi realizado em duas partes. Na primeira, a votação sobre sua culpa ou inocência teve uma margem apertada a favor de sua condenação (280 a 220).
Posteriormente, Sócrates propõe como pena alternativa o pagamento de uma multa. Essa pena é amplamente recusada e a condenação é a favor da pena capital (360 a 141).
Sócrates aceita o julgamento e despede-se com a frase:
"É a hora de irmos: eu para a morte, vós para as vossas vidas; quem terá a melhor sorte? Só os deuses sabem."
O legado de Sócrates
Sócrates não deixou obra escrita, achava mais eficiente o intercâmbio de ideias, mediante perguntas e respostas entre duas pessoas e acreditava que a escrita enrijecia o pensamento.
São quatro as fontes básicas para o conhecimento de Sócrates: o filósofo Platão, seu discípulo, em cujos Diálogos o mestre figura sempre como personagem central.
A segunda fonte é o historiador Xenofonte, amigo e frequentador assíduo das reuniões que Sócrates participava.
O dramaturgo Aristófanes cita Sócrates como personagem em algumas de suas comédias, mas sempre o ridiculariza.
A última fonte é Aristóteles, discípulo de Platão, e que nasceu 15 anos após a morte de Sócrates. Essas fontes nem sempre são coerentes entre si.
Platão
Platão nasceu em Atenas, provavelmente no ano de 428 a.C. De família nobre, estudou leitura, escrita, música, pintura, poesia e ginástica.
Excelente atleta, participou dos Jogos Olímpicos como lutador. Desejava fazer carreira política mas, muito cedo, tornou-se discípulo de Sócrates, com quem aprendeu a discutir os problemas do conhecimento do mundo e das virtudes humanas.
Quando Sócrates morreu, desiludiu-se com a política e dedicou-se à filosofia. Resolveu eternizar os ensinamentos do mestre, que não havia redigido nenhum livro, escreveu vários diálogos onde a figura principal é Sócrates.
Platão opôs-se à democracia ateniense e abandonou sua terra. Viajou para Megara, onde estudou Geometria, foi ao Egito, onde dedicou-se à Astronomia, em Cyrene (Norte da África) dedicou-se à matemática, em Crotona (Sul da Itália) reuniu-se com os discípulos de Pitágoras.
Esses estudos deram-lhe a formação intelectual necessária para formular suas próprias teorias, aprofundando os ensinamentos de Sócrates e a filosofia grega.
Quando voltou à Atenas, por volta de 387 a.C., fundou sua escola filosófica "Academia", onde reunia seus discípulos para estudar Filosofia, Ciências, Matemática e Geometria.
Tal foi a influencia de Platão, que sua Academia subsistiu, mesmo após sua morte. Em 529, o imperador romano Justiniano mandou fechar a Academia, mas a doutrina platônica já tinha sido amplamente difundida. O Platonismo designa o conjunto das ideias de Platão.
A Sociedade Ideal e a República de Platão
Aplicando sua filosofia, Platão imaginou na "República", uma sociedade ideal dividida em três classes, levando em conta a capacidade intelectual de cada indivíduo.
A primeira camada, mais presa às necessidades do corpo, seria encarregada da produção e distribuição de gêneros para toda a comunidade: lavradores, artífices e comerciantes.
A segunda classe, mais empreendedora se dedicava à defesa: os soldados. A classe superior, capacitada para servir-se da razão, seria a dos intelectuais, com poder político, assim os reis teriam de ser escolhidos entre os filósofos.
Platão e o Mito da Caverna
Platão escreveu em forma de diálogo, no livro VII da "República", a história "mito da caverna", onde relata a vida de alguns homens que desde a infância se encontram aprisionados em uma caverna, com uma pequena abertura por onde penetra a luz.
Os homens passam o tempo olhando para uma parede de fundo. Lá fora, nas costas dos cativos, brilha um fogo aceso sobre uma colina e entre ela e os presos, passam homens carregando pequenas estátuas. As sombras desses passantes são projetadas no fundo da caverna.
As vozes ouvidas são atribuídas às próprias sombras, para eles a única realidade. Quando um dos cativos consegue evadir-se, percebe que tinha vivido num mundo irreal.
Platão usa todas essas imagens para dizer que o mundo que percebemos com nossos sentidos, é um mundo ilusório e confuso, é o mundo das sombras.
Mas esta realidade sensível não é todo o universo. Há um reino mais elevado, espiritual, eterno, onde está o que existe de verdade, é o mundo das ideias, que só a razão pode conhecer, e que apenas os filósofos podem perceber.
Aristóteles
Aristóteles nasceu em Estagira, na Macedônia, em 384 a.C. Com 17 anos, partiu para Atenas e começou a frequentar a Academia de Platão. Por conta do local de seu nascimento o autor é chamado comumente de "o Estagirita".
De origem aristocrática, causou admiração pelo seu comportamento requintado e pela sua inteligência. Logo se tornou o discípulo predileto do mestre, que observou:
“Minha Academia se compõe de duas partes: o corpo dos estudantes e o cérebro de Aristóteles”.
Com a morte de Platão, em 347 a.C., o brilhante e famoso aluno se considerava o substituto natural do mestre na direção da Academia. Porém, foi rejeitado e substituído por um ateniense nato.
Decepcionado, deixou Atenas e partiu para Atarneus, na Ásia Menor – então grega. Foi conselheiro de estado de um antigo colega, o filósofo político Hermias.
Casou com Pítria, filha adotiva de Hermias, mas quando os persas invadiram o país e mataram seu governante, ficou novamente sem pátria.
Em 343 a.C., foi convidado por Filipe II da Macedônia para preceptor de seu filho Alexandre. O rei queria que seu sucessor fosse um requintado filósofo. Assim, como preceptor na corte da Macedônia durante quatro anos, teve a oportunidade de prosseguir suas pesquisas e desenvolver muitas das suas teorias.
Quando retornou a Atenas, em 335 a.C., Aristóteles decidiu fundar sua própria escola chamada Liceu por estar situada no edifício dedicado ao deus Apolo Lício.
Além dos cursos técnicos para os discípulos, dava aula ao povo em geral. No Liceu, estudava-se geometria, física, química, botânica, Astronomia, Matemática, etc.
Em 323 a.C., com a morte de Alexandre Magno, rei da Macedônia, que então dominava a Grécia, Aristóteles foi acusado de ter apoiado o governo déspota e resolveu abandonar novamente Atenas.
Um ano depois, em 322 a.C., Aristóteles morreu em Cálcis, na Eubeia. Em seu testamento determinou a libertação dos seus escravos.
A influência de Aristóteles sobre o desenvolvimento da Filosofia no mundo ocidental foi enorme, notadamente na Filosofia Cristã de São Tomás de Aquino durante a Idade Média. Sua influência se faz sentir até os nossos dias.
Platão e Aristóteles
Aristóteles, muitas vezes, fez objeções ao idealismo de seu mestre Platão.
Para Platão existem duas categorias de seres: o mundo sensível (aparência) x mundo inteligível (essência). Assim, nenhum objeto concreto conseguiria representar a si mesmo na sua totalidade. Somente a ideia asseguraria o conhecimento seguro que seria acessada pelo intelecto, pela razão.
Por sua vez, Aristóteles afirmava que só havia um mundo. A grande diferença era como conhecemos este mundo, pois captaremos através dos sentidos e do intelecto.
Por exemplo:
Pense numa cadeira. Se fizermos esta pergunta para dez pessoas, certamente cada pessoa imaginará uma cadeira diferente.
Platão diria que não seria possível entender a "cadeira" através de um objeto concreto, pois há várias diferenças entre elas. Somente a ideia de "cadeira" é que nos garantiria a existência desse objeto.
Por sua parte, Aristóteles afirmaria que era possível superar a ideia abstrata e conhecer a cadeira através de características como o material, a forma, a origem e a finalidade de um objeto.
Ele cria o conceito de substância ao afirmar que não existe a ideia de um objeto e o dito objeto.
Por sua vez, Aristóteles afirmava que só havia um mundo. A grande diferença era como conhecemos este mundo, pois captaremos através dos sentidos e do intelecto.
O Estagirita (Aristóteles) manifestou a opinião de que todos os objetos da Natureza estavam emconstante movimento. Classificou, pela primeira vez, os tipos de movimento, reduzindo-os a três fundamentais: nascimento, destruição e transformação.
Principais Ideias de Aristóteles
A filosofia de Aristóteles abrange a natureza de Deus (Metafísica), do homem (Ética) e do Estado (Política).
Metafísica Aristotélica
A metafísica foi um termo utilizado por um dos discípulos de Aristóteles, Andrônico de Rodes, para classificar os textos aristotélicos destinados a estudar a relação dos seres e suas essências, para além das relações físicas (meta significa "para além").
Aristóteles afirmava que a filosofia primeira (metafísica) se ocupava da investigação "do ser enquanto ser".
Para Aristóteles, Deus não é o Criador, mas o motor do universo. Deus não pode ser resultado de alguma ação, não pode ser escravo de amo algum.
Ele é a fonte de toda a ação, o amo de todos os amos, o instigador de todo o pensamento, primeiro e último Motor do Mundo.
Aristóteles trata dos seguintes princípios:
Identidade - Uma proposição é sempre ela mesma;
Não contradição - Uma proposição somente pode ser falsa ou verdadeira e não ambas;
Terceiro excluído - Não existe terceira hipótese para uma proposição: apenas falsa e verdadeira.
Além disso, sugere as quatro causas para a existência das coisas:
Causa material - indica do que é feita a coisa;
Causa formal - indica qual a forma da coisa;
Causa eficiente - indica o que dá origem à coisa;
Causa final - indica qual a função da coisa.
Eudaimonia, a felicidade ética em Aristóteles
Segundo Aristóteles tudo tende ao bem, pois o bem é o fim de todas as coisas.
Acrescenta que há duas formas de alcançar o bem. Uma através de atividades práticas, onde se incluem ética e política, outra através de atividades produtivas, onde se incluem artes e técnicas.
Segundo o pensamento aristotélico, a felicidade (eudaimonia) é o único objetivo do homem. E se para ser feliz, é preciso fazer o bem a outrem, então o homem é um ser social e, mais precisamente, um ser político. Com efeito, cabe ao Estado “garantir o bem-estar e a felicidade dos seus governados”.
A busca pela felicidade seria uma finalidade natural dos seres humanos. A felicidade é um fim em si mesma, (ser feliz é o objetivo da própria felicidade) os seres humanos buscam a boa-vida, justa e feliz.
Para isso, é necessário buscar o justo-meio, a prudência e o conhecimento prático capaz de conduzir o indivíduo no caminho virtuoso para o bem.
O ser humano como animal político
Como Platão, Aristóteles escreveu em um período de profunda crise na Democracia escravista.
Preocupou-se com as formas de governo, considerando legítimas a Monarquia, a Aristocracia e a Democracia. Escreveu um longo tratado “A Política” onde analisou os regimes políticos e as formas do Estado.
O Estagirita afirmava que a cidade (pólis) era anterior ao indivíduo e este só podia realizar-se através da vida em sociedade, através da atividade política.
Etimologicamente, a palavra política é derivada da palavra pólis que significa "cidade". A palavra, originalmente, designaria a "atividade própria da pólis".
Para Aristóteles, os seres humanos são seres políticos, ou melhor, são animais políticos (zoon politikon), como definiu.
Frases de Aristóteles
"Nunca existiu uma grande inteligência sem uma veia de loucura."
"As pessoas dividem-se entre aquelas que poupam como se vivessem para sempre e aquelas que gastam como se fossem morrer amanhã."
"O sábio nunca diz tudo o que pensa, mas pensa sempre tudo o que diz."
"A alegria que se tem em pensar e aprender faz-nos pensar e aprender ainda mais."
"Valor fundamental da vida depende da percepção e do poder de contemplação ao invés da mera sobrevivência."
"Nosso caráter é o resultado da nossa conduta."
"Valor final da vida depende mais da consciência e do poder de contemplação, que da mera sobrevivência."
"Tive pena do ser humano por trás do erro, e não de seu caráter."
Patrística
A Patrística, Escola Patrística ou Filosofia Patrística, foi uma corrente filosófica cristã da época medieval que surgiu no século IV.
Recebe esse nome, pois ela foi desenvolvida por diversos padres e teólogos da Igreja, os quais eram chamados de “Pais da Igreja”.
Sua figura mais importante foi Santo Agostinho de Hipona.
Características da Patrística
A Patrística é considerada a primeira fase da filosofia medieval. Sua principal característica era a expansão do Cristianismo na Europa e o combate aos hereges.
Por isso, essa doutrina filosófica foi representada pelo pensamento dos Padres da Igreja, que gradualmente auxiliaram na construção da teologia cristã.
Baseada na filosofia grega, os filósofos desse período tinham como objetivo central compreender a relação entre a fé divina e o racionalismo científico. Ou seja, eles buscavam a racionalização da fé cristã.
Portanto, os principais temas explorados estavam ancorados nas vertentes do maniqueísmo, ceticismo e neoplatonismo. São eles: criação do mundo; ressurreição e encarnação; corpo e alma; pecados; livre arbítrio; predestinação divina.
A Patrística e Santo Agostinho
Santo Agostinho (354-430) foi teólogo, bispo, filósofo e o principal expoente da Patrística. Seus estudos estiveram voltados para a luta do bem e do mal (maniqueísmo), bem como do neoplatonismo.
Além disso, ele focou no desenvolvimento do conceito de “pecado original” e do “livre arbítrio” como forma de livrar do mal. A “predestinação divina”, associada à salvação dos homens pela graça divina, também foi um dos temas explorados por Agostinho.
Acreditava na fusão da fé (representada pela Igreja) e da razão (representada pela Filosofia) para encontrar a verdade. Ou seja, as duas poderiam trabalhar juntas, cuja razão auxiliaria a busca da fé, que por sua vez, não poderia ser atingida sem o pensamento racional.
Patrística e Escolástica
A Patrística foi o primeiro período da filosofia medieval que permaneceu até o século VIII. Durante sete séculos, a filosofia esteve voltada para os ensinamentos dos “homens da Igreja” (teólogos, padres, bispos, etc.).
Logo depois, surgiu a Escolástica no século IX e permaneceu até o início do Renascimento, no século XVI.
São Tomás de Aquino (1225-1274), chamado de “Príncipe da Escolástica”, é o maior representante dessa escola e seus estudos ficaram conhecidos como Tomismo. Ele foi nomeado Doutor da Igreja Católica, em 1567.
Como a Patrística, a filosofia Escolástica também esteve inspirada na filosofia grega e na religião cristã. Seu método dialético de unir a fé e a razão tinha como intuito o crescimento humano.
Importante destacar que seus estudos estiveram inspirados no realismo aristotélico, enquanto os de Santo Agostinho estavam voltados para o idealismo de Platão.
Sendo assim, a Patrística focou na disseminação dos dogmas associados ao Cristianismo, por exemplo, defendendo a religião cristã e refutando o paganismo.
Já a Escolástica, através do racionalismo, tentou explicar a existência de Deus, do céu e do inferno, bem como as relações entre o homem, a razão e a fé.
René Descartes
René Descartes nasceu em Haye, antiga província de Touraine (hoje Descartes), na França, no dia 31 de março de 1596.
Entre os anos de 1607 e 1615, estudou no colégio jesuíta Royal Henry – Le Grand, estabelecido no castelo de La Fleche, doado aos jesuítas pelo rei Henrique IV.
Estudou Direito na Universidade de Poitiers, concluindo o curso em 1616, mas nunca exerceu o Direito.
Decepcionado com o ensino, afirmou que a filosofia escolástica não conduz a nenhuma verdade indiscutível. Só a matemática demonstra aquilo que afirma.
Em 1618, iniciou os estudos da matemática com o cientista holandês Isaac Beeckman.
Com 22 anos começou a formular sua geometria analítica e seu método de raciocinar corretamente.
Rompeu com a filosofia de Aristóteles, adotada nas academias e, em 1619, propõe uma ciência unitária e universal, lançando as bases do método científico moderno.
Descartes alistou-se no exército do príncipe Maurício de Nassau. Entre 1629 e 1649 viveu na Holanda, servindo ao exército em várias viagens.
Realizou diversos trabalhosna área da filosofia, ciências e matemática. Relacionou a álgebra com a geometria, fato que fez surgir a geometria analítica e o sistema de coordenadas, conhecido hoje como Plano Cartesiano.
Em “O Tratado do Mundo”, uma obra de física, Descartes aborda a tese do heliocentrismo. Porém, em 1633 abandona o plano de publicá-la, devido à condenação de Galileu pela Inquisição.
Em 1649, foi para Estocolmo, Suécia, como professor a convite da rainha Cristina. No dia 11 de fevereiro de 1650, René Descartes falece, acometido por uma pneumonia.
Descartes e a Filosofia
Descartes propôs uma filosofia que nunca acreditasse no falso, que fosse totalmente fundamentada na verdade. Sua preocupação era com a clareza.
Sugeriu uma nova visão da natureza, que anulava o significado moral e religioso da época. Acreditava que a ciência deveria ser prática e não especulativa.
Principais Ideias de Descartes
O Discurso sobre o Método, obra de 1637 de Descartes, é um tratado filosófico e matemático que lançou as bases do racionalismo como a única fonte de conhecimento.
Acreditava na existência de uma verdade absoluta, incontestável. Para atingi-la desenvolveu o método da dúvida, que consistia em questionar todas as ideias e teorias preexistentes.
Expõe 4 regras para se chegar ao conhecimento:
1. Nada é verdadeiro até ser reconhecido como tal;
2. Os problemas precisam ser analisados e resolvidos sistematicamente;
3. As considerações devem partir do mais simples para o mais complexo;
4. O processo deve ser revisto do começo ao fim para que nada importante seja omitido.
Para isso, Descartes criou o método da dúvida. Ao duvidar de tudo o quanto for possível, alcançaria o conhecimento verdadeiro, algo seguro que não pode ser duvidado (indubitável).
Inicialmente, o filósofo duvida dos sentidos, pois o sentidos podem ser fontes de engano.
A seguir, chama a atenção para a impossibilidade de reconhecer um sonho. Deste modo, tudo o que chamamos de realidade pode ser apenas elementos integrantes de um sonho.
Mas, percebe que mesmo nos sonhos as regras matemáticas não são alteradas. Descartes afirma que a matemática é um conhecimento um pouco mais puro. Entretanto, podemos estar sob a influência de um gênio maligno, um deus enganador, que nos faz acreditar em certas coisas (por exemplo, 2 + 2 = 4 ou que um triângulo possui três lados).
Descartes convenceu-se de que a única verdade possível era sua capacidade de duvidar, reflexo de sua capacidade de pensar.
Assim, a verdade absoluta estaria sintetizada na fórmula “eu penso”, a partir da qual concluiu sua própria existência. Sua teoria passou a ser resumida na frase “Penso, logo existo” (em latim, Cogito, ergo sum).
Frases de Descartes
Além de sua frase mais célebre "Penso, logo existo", segue abaixo algumas sentenças do filósofo, as quais traduzem parte de seu pensamento.
"Viver sem filosofar é o que se chama ter os olhos fechados sem nunca os haver tentado abrir.”
"Se quiser buscar realmente a verdade, é preciso que pelo menos um vez em sua vida você duvide, ao máximo que puder, de todas as coisas."
"Não existem métodos fáceis para resolver problemas difíceis."
"Não há nada no mundo que esteja melhor distribuído do que a razão: toda a gente está convencida de que a tem de sobra.”
"Para examinar a verdade, é necessário, uma vez na vida, colocar todas as coisas em dúvida o máximo possível.”
"Não é suficiente ter uma boa mente: o principal é usá-la bem.”
David Hume
Nascido em Edimburgo, na Escócia, em 1711, Hume foi integrante de uma família de nobre escoceses e desde pequeno demostrou interesse pelas artes e filosofia.
Estudou Direito na Universidade de Edimburgo entre 1724 e 1726. Já que não se interessou muito pelo curso, Hume se aprofundou nos conhecimentos sobre literatura, economia e filosofia. Nas palavras do filósofo: "uma aversão insuperável a tudo o que não fossem as buscas da filosofia e do conhecimento em geral".
Foi na França, em 1748, que escreveu sua Magnus Opus: Ensaio sobre o Entendimento Humano. Além de escritor, ocupou cargos públicos, foi comerciante, professor e bibliotecário. Faleceu em 1776, com 65 anos em sua cidade natal.
Teoria do Conhecimento
Hume desenvolveu sua teoria através de um método experimental de raciocínio. Para o filósofo, o conhecimento é desenvolvido através da experiência sensível do ser humano, a qual está dividida em duas partes: impressões e ideias.
A primeira estaria associada aos sentidos do ser humano (visão, tato, audição, olfato e paladar), enquanto a segunda estaria associada as representações mentais resultantes das impressões
Essa teoria foi analisada em sua obra mais emblemática “Ensaio sobre o Entendimento Humano”, publicada em 1748.
Empirismo e Racionalismo
O empirismo é uma corrente filosófica baseada na experiência e no saber científico, que por sua vez, critica a metafísica donde não há experimentação.
Nesse caso, o empirismo critica a fé ou senso comum como gerador de conhecimentos, posto que não tem fundamentação científica. Em resumo, para Hume, as impressões seria as causas das ideias.
O racionalismo, por sua vez, difere do empirismo na medida em que está baseado no desenvolvimento dos conhecimentos através das ciências exatas e não das experiências sensíveis.
Immanuel Kant
Immanuel Kant nasceu em Königsberg, na Prússia Oriental, no dia 22 de abril de 1724.
Foi o quarto de nove filhos do casal Johann Georg Kant, fabricante de arreios para cavalgaduras, e Anna Regina Kant.
Viveu uma vida modesta e devota ao luteranismo. Estudou no "Colégio Fredericianum" antes de ir para a "Universidade de Königsberg".
Assim, após passar a adolescência estudando num colégio protestante, vai para a Universidade de Königsberg, em 1740.
Ali, será livre-docente conferencista associado somente em 1755, quando doutorou-se em filosofia, estudando também física e matemática, além de lecionar Ciências Naturais.
Em 1770, assume a Cátedra de Lógica e Metafísica na Universidade de Königsberg. Nesse momento, termina a chamada fase pré-crítica kantiana, na qual predomina a filosofia dogmática.
Seus textos mais emblemáticos dessa época foram “A História Universal da Natureza” e “Teoria do Céu”, de 1775.
Na segunda fase do autor, é superada a “letargia dogmática” a partir do choque sofrido pela leitura dos escritos do filósofo David Hume (1711-1776). Nessa fase, Kant irá escrever “A Crítica da Razão Pura” (1781) e “Crítica da Razão Prática” (1788).
Ademais, foi contemporâneo da Independência Americana e da Revolução Francesa, tendo visto pessoalmente Napoleão Bonaparte conquistar a Prússia.
Kant, um homem metódico e de saúde frágil, foi professor de Física, Antropologia, Geografia, Lógica, Metafísica, etc. Além disso, escreveu alguns ensaios sobre história e política.
Morreu aos 80 anos, em Königsberg, no dia 12 de fevereiro de 1804.
Curiosidades
Kant nada fez de célebre até 50 anos de idade, quando tem início sua segunda fase, na qual produziu freneticamente.
Immanuel Kant era metódico, sistemático e pontual. Precisamente às 15h30, ele saía para passear, sendo esse um evento para regular os relógios na cidade.
Principais Ideias de Kant
Kant revela que o espírito ou razão, modela e coordena as sensações, das quais as impressões dos sentidos externos são apenas matéria prima para o conhecimento.
O julgamento estético e teleológico unem nossos julgamentos morais e empíricos, de modo à unificar o seu sistema.
Vale citar que Kant foi um entusiasta do Iluminismo europeu e estadunidense, onde publicou a obra "O que é o Iluminismo?" (1784).
Nessa obra, ele sintetiza a possibilidade do homem seguir sua própria razão, o qual seria, ao mesmo tempo, a saída do homem de sua menoridade.
Essa é definida como a incapacidade do homem de fazer uso do seu próprio entendimento.
Ou seja, o fato de não ousar pensar, por motivos de covardia e a preguiça, principais motivos do permanecimento humano na menoridade.
A "Crítica Kantiana" e "Os Juízos"
Na obra "Crítica da razão pura" (1781), Kant busca formular maneiras para fazermos um bom uso do entendimento.
Ao perceberque somos limitados pelo que nos é dado conhecer, não podermos conhecer a verdades sobre o mundo “como ele é em si”. Isso porque percebemos e pensamos o mundo de formas determinadas.
Assim, é capital estudar como o conhecimento pode ser limitado, pois isso leva à suas possibilidades e suas aplicações reais.
Já em "Crítica da razão prática" (1788), Kant formula as bases de sua filosofia moral. O que funda a ação humana e o que nos é dado fazer, constituem assim, um tratado sobre a moral humana.
Nesta obra, o autor desvela a moralidade de forma similar ao modo como formula sua abordagem acerca do conhecimento. Ele discute os princípios da ação moral enquanto forma de separar a moral de uma fundamentação religiosa.
Para ele, a razão era suficientemente capaz de resolver as questões relativas à moralidade, sem precisar do apelo à superstição ou elementos sobrenaturais. Nisso, desenvolve seu imperativo categórico, uma fórmula racional para a resolução de questões morais.
Por conseguinte, Kant formula o "juízo sintético" para tratar da experimentação enquanto garantia dos conhecimentos verdadeiros. Segundo ele, não se pode alcançar à verdade apenas pela análise de suas proposições.
Já o "juízo analítico", por outro lado, está fundado no princípio de identidade. Nele, o predicado aponta um atributo contido no sujeito e, quando se nega o sujeito, se nega o predicado (vice-versa).
O "juízo estético", por sua vez, somente seria possível para aqueles com a faculdade de julgar. Esses seriam os únicos capazes de uma investigação crítica a respeito do conceito de "belo".
Frases de Kant
“A missão suprema do homem é saber o que precisa para ser homem.”
"Duas coisas que me enchem a alma de crescente admiração e respeito: o céu estrelado sobre mim e a lei moral dentro de mim."
“O sábio pode mudar de opinião. O ignorante, nunca.”
“Não somos ricos pelo que temos, e sim pelo que não precisamos ter.”
“Ciência é o conhecimento organizado. Sabedoria é vida organizada.”
“O juízo em geral é a faculdade de pensar o particular como compreendido sob o universal.”
“A felicidade é o estado no mundo de um ser razoável, a quem, em todo o curso da sua existência, tudo acontece segundo a sua aspiração e a sua vontade.”
Maquiavel
Nicolau Maquiavel foi um importante teórico, pensador político, filósofo, historiador, diplomata, músico e escritor do Renascimento. Considerado o "Pai do Pensamento Político Moderno", nasceu em Florença, Itália, no dia 03 de maio de 1469. Pertencente a uma família pobre, Nicolau desde cedo aprendeu línguas e foi estimulado nos estudos.
Em 1498, com 29 anos, entra para a política, exercendo o cargo de "Secretário da Segunda Chancelaria". Teve uma vasta carreira política, o qual ocupou alguns cargos sendo, muitas vezes, indicado para realizar missões diplomáticas.
Defensor dos ideais republicanos, sua teoria estava pautada nos princípios morais e éticos para a Política. Foi o primeiro a separar a Política da Ética com o intuito de estudar a cultura política como ela é realmente e não como ela deveria ser.
Ademais seus estudos estão baseados nos conceitos: união da teoria e da prática; empirismo e método indutivo; Estados imaginários Perfeitos e imutabilidade da natureza humana. A partir disso, em 1520, Maquiavel recebe o título de mais importante historiador de Florença. Em 1527, com a queda dos Médici, foi considerado um tirano e morre nesse ano no dia 21 de junho de 1527.
Obras
Sua obra que mais se destaca é "O Príncipe", escrita em 1513, publicada postumamente em 1532, no qual propõe a unificação da Itália por meio da figura de um Príncipe. Maquiavel, foi um importante teórico do Renascimento e escreveu sobre política, ética, natureza humana, além de peças de teatro e contos. Suas obras: "Decenal" (1506), "Relatos sobre os Fatos na Alemanha" (1508), "Retrato das coisas da França" (1510), “Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio” (1513 a 1521), “A arte da Guerra” (1517 e 1520), "A Mandrágora" (1518).
Curiosidade
O adjetivo "Maquiavélico", é inspirado no nome "Maquiavel" e, na maioria das vezes, está associado à maldade.
Montesquieu
Montesquieu foi um dos mais importantes filósofos e pensadores do iluminismo francês, ao lado de Voltaire e Rousseau. Considerado um dos criadores da “Filosofia da História”, sendo sua maior contribuição teórica, a separação dos poderes estatais, sistematizados em três tipos: executivo, legislativo e judiciário.
Biografia
Filho de Marie Françoise de Pesnel, de origem inglesa e Jacques Secondat, de descendência francesa, Charles-Louis de Secondat, nasceu em Bordeaux, França, no dia 18 de Janeiro de 1689. Pertencente à uma família aristocrática, Charles ficou conhecido como Barão de La Brède e principalmente, por Montesquieu. Teve uma boa educação e com apenas 16 anos ingressou na Universidade de Bordeaux, no curso de Direito.
Em 1714, com a morte do pai, tornou-se Conselheiro do Parlamento da cidade de Bordeaux, sob responsabilidade de seu tio, o Barão de Montesquieu. Entretanto, com a morte de seu tio, herdou uma boa herança, sendo nomeado Barão de Montesquieu, no qual, passa da posição de conselheiro, para assumir a presidência do Parlamento de Bordeaux. Em 1715, casou-se com a abastada protestante Jeanne de Lartigue, com quem teve dois filhos.
Em Paris, estudou na Academia Francesa donde fazia parte dos grandes círculos intelectuais da cidade. Viajou pela Europa expandindo seus conhecimentos e acrescentando à sua formação intelectual, segundo ele: “Quando vou a um país, não examino se há boas leis, mas se as que lá existem são executadas, pois boas leis há por toda a parte”. Em Londres, iniciou-se na maçonaria e, em 1729, foi eleito membro da "Royal Society". Por fim, aos 66 anos, faleceu em Paris, dia 10 de Fevereiro de 1755, vítima de uma febre.
Principais Ideias
Foi um crítico do absolutismo e do catolicismo, defensor da democracia, sendo sua obra mais destacada “O Espirito das Leis”, publicada em publicação em 1748, um tratado de teoria política, no qual aponta para a divisão dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário).
Ademais, criticou as autoridades políticas e religiosas, atitude muito comum no pensamento iluminista da época. Vale destacar que o Iluminismo foi um movimento cultural e intelectual europeu do século XVIII. Atualmente, essa obra é referência mundial para cientistas sociais e advogados.
Frases
“O estudo foi para mim o remédio soberano contra os desgostos da vida, não havendo nenhum desgosto de que uma hora de leitura me não tenha consolado.”
“As conquistas são fáceis de fazer, porque as fazemos com todas as nossas forças; são difíceis de conservar, porque as defendemos só com uma parte das nossas forças.”
“Se quiséssemos ser apenas felizes, isso não seria difícil. Mas como queremos ficar mais felizes do que os outros, é difícil, porque achamos os outros mais felizes do que realmente são.”
“As viagens dão uma grande abertura à mente: saímos do círculo de preconceitos do próprio país e não nos sentimos dispostos a assumir aqueles dos estrangeiros.”
“A corrupção dos governantes quase sempre começa com a corrupção dos seus princípios.”
“Sempre vimos boas leis, que fizeram com que uma pequena república crescesse, transformarem-se depois num peso para ela, depois de grande.”
“É preciso saber o valor do dinheiro: os pródigos não o sabem e os avaros ainda menos.”
Curiosidade
Montesquieu também contribuiu para a concepção da célebre Enciclopédia (Dictionnaire Raisonné des Sciences, des Arts et des Métiers), juntamente com Denis Diderot (1713-1784) e Jean le Rond D'Alembert (1717-1783).
Iluminismo
O Iluminismo foi um movimento intelectual que se tornou popular no século XVIII, conhecido como "Século das Luzes".
Surgido na França, a principal característica desta corrente de pensamento foi defender o uso da razão sobre o da fé para entender e solucionar os problemas da sociedade.
Resumo sobre Iluminismo
Os iluministas acreditavam que poderiam reestruturar a sociedade do Antigo Regime. Defendiam o poder da razão em detrimento ao da fé eda religião e buscaram estender a crítica racional em todos os campos do saber humano.
Através da união de escolas de pensamento filosóficas, sociais e políticas, enfatizavam a defesa do conhecimento racional para desconstruir preconceitos e ideologias religiosas. Por sua vez, essas seriam superadas pelas ideias de progresso e perfectibilidade humana.
Em suas obras, os pensadores iluministas argumentavam contra as determinações mercantilistas e religiosas.
Também foram avessos ao absolutismo e aos privilégios dados à nobreza e ao clero. Estas ideias eram consideradas polêmicas, pois isso abalava os alicerces da estrutura política e social do Antigo Regime.
Desta maneira, filósofos como Diderot e D’Alembert buscaram reunir todo o conhecimento produzido à luz da razão num compêndio dividido em 35 volumes: a Enciclopédia (1751-1780).
A publicação da Enciclopédia contou com a participação de vários expoentes iluministas como Montesquieu e Jean-Jacques Rousseau.
Suas ideias se difundiram principalmente entre a burguesia, que detinha a maior parte do poder econômico. Entretanto, não possuíam nada equivalente em poder político e ficavam sempre à margem das decisões.
Características do Iluminismo
O iluminismo rejeitava a herança medieval e, por isso, passaram a chamar este período de "Idade das Trevas". Foram esses pensadores que inventaram a ideia que nada de bom havia acontecido nesta época.
Vejamos, a seguir, as principais ideias iluministas sobre economia, política e religião.
Economia
Em oposição ao Mercantilismo, praticado durante o Antigo Regime, os iluministas afirmavam que o Estado deveria praticar o liberalismo. Ao invés de intervir na economia, o Estado deveria deixar que o mercado a regulasse. Essas ideias foram expostas, principalmente, por Adam Smith.
Alguns, como Quesnay, defendiam que a agricultura era a fonte de riqueza da nação, em detrimento do comércio, como defendido pelos mercantilistas.
Quanto à propriedade privada não havia consenso entre os iluministas. John Locke enfatizava que a propriedade era um direito natural do homem, enquanto Rousseau, apontava que esta era a razão dos males da humanidade.
Política e Sociedade
Contrários ao Absolutismo, os iluministas afirmavam que o poder do rei deveria ser limitado por um conselho ou uma Constituição.
O escritor Montesquieu, por exemplo, defendia um modelo de Estado onde o governo estaria dividido em três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário. Assim, haveria equilíbrio e menos poder concentrado numa só pessoa. Esta ideia de governo foi adota por quase todos os países do mundo ocidental.
Igualmente, os súditos deveriam ter mais direitos e serem tratados de forma igualitária.Com isso queria se afirmar que todos deveriam pagar impostos e minorias, como os judeus, tinham que ser reconhecidos como cidadãos plenos. É preciso lembrar que no Antigo Regime, as minorias religiosas como judeus e muçulmanos, forma obrigados a se converter ou a deixar os países onde estavam para escapar das perseguições.
Embora houvesse algumas vozes a favor das mulheres e até pensadoras iluministas, como Émilie du Châtelet ou Mary Wollstonecraft, nenhum homem defendeu realmente a concessão de direitos para elas.
Religião
A religião foi muito criticada por vários pensadores iluministas.
A maioria, defendia a limitação dos privilégios do clero e da igreja; bem como o uso da ciência para questionar as doutrinas religiosas.
Havia aqueles que compreendiam o poder da religião na formação do ser humano, mas preferiam que houvessem duas esferas distintas: a religião e o Estado. De igual maneira, alguns iluministas defendiam o fim da igreja como instituição e a fé deveria ser uma expressão individual.
Despotismo esclarecido
As ideias iluministas se espalharam de tal modo que muitos governantes buscaram implantar medidas embasadas no iluminismo para modernizar seus respectivos Estados.
Isso acontecia sem que os monarcas abdicassem de seu poder absoluto, apenas conciliando-o aos interesses populares. Deste modo, estes governantes faziam parte do Despotismo Esclarecido.
Iluminismo no Brasil
O Iluminismo chegou ao Brasil através das publicações que eram contrabandeadas para a colônia.
Igualmente, vários estudantes que iam à Universidade de Coimbra também tiveram contato com as ideias iluministas e passaram a difundi-las.
Essas ideias passavam a questionar o próprio sistema colonial e fomentar o desejo de mudanças. Assim, o movimento das Luzes influenciou a Inconfidência Mineira (1789), a Conjuração Baiana (1798) e a Revolução Pernambucana (1817).
Consequências do Iluminismo
Os ideais iluministas tiveram sérias implicações sociopolíticas. Como exemplo, o fim do colonialismo e do absolutismo e implantação do liberalismo econômico, bem como a liberdade religiosa, o que culminou em movimentos como a Revolução Francesa (1789).
Utilitarismo
Utilitarismo é uma corrente filosófica que foi criada no século XVIII pelos filósofos britânicos Jeremy Bentham (1748-1832) e John Stuart Mill (1806-1873).
Esse modelo é caracterizado por ser um sistema filosófico moral e ético onde uma ação útil é denominada como a mais correta, e daí surge seu nome. Nesse viés, a busca pelo prazer é uma importante característica.
Portanto, as ações almejam um fim onde as consequências sejam focadas no prazer e na felicidade, bem como na utilidade desses atos.
Sendo assim, ela investiga as ações e os resultados que proporcionam o bem-estar aos seres sencientes, ou seja, aqueles que de forma consciente possuem sentimentos.
De modo empírico os homens são capazes de regular e escolher suas ações. Assim, torna-se possível e por meia da consciência alcançar o prazer, em detrimento do sofrimento e da dor.
Principais Pensadores
Jeremy Bentham (1748-1832)
Filósofo inglês e quem utilizou o termo “utilitarismo” pela primeira vez na obra "Uma Introdução aos Princípios da Moral e da Legislação" (1789).
Para este filósofo, o que vale é uma visão quantitativa de prazer, chamado de hedonismo quantitativo. Nesse viés, quanto maior a duração e a intensidade das ações corretas, maior serão as consequências positivas, ou mesmo a felicidade gerada.
Foi somente mais tarde, com John Stuart Mill, que o conceito de utilitarismo foi amplamente conceituado.
John Stuart Mill (1806-1873)
Em contraposição a Bentham, Mill propõe que o prazer como base da filosofia utilitária não deve ser marcado pela quantidade e sim, pela qualidade desses atos.
Sua teoria foi publicada em 1861 na obra "Utilitarismo". Essa obra abrange o aspecto ético relacionado com o conceito, chamado também de hedonismo qualitativo. Nessa perpectiva, devemos incluir a qualidade dos prazeres além do tempo de duração e intensidade.
Mill dividiu os prazeres em duas categorias. A primeira, considerada superior, estaria relacionada com as emoções, os sentimentos e a cognição. Por outro lado, os prazeres ditos inferiores, estariam associados aos prazeres carnais.
Obs: Além deles podemos destacar o economista francês Jean-Baptiste Say (1767-1832) e o filósofo francês Étienne Bonnot de Condillac (1715-1780).
Hegel
Hegel nasceu em 27 de agosto de 1770, em Stuttgart, na Alemanha. Era o mais velho de três irmãos, filhos de um funcionário público do ducado de Württemberg. Fez seus estudos em casa com tutores e a mãe, mas também no colégio local, onde permaneceu até os 17 anos.
Aprendeu latim com a mãe, além de estudar grego, francês e inglês e muito cedo teve contato com os clássicos gregos e romanos. Apesar de sua sólida educação humanista, Hegel teve uma ótima formação científica. Perdeu a mãe aos 13 anos, e ficou aos cuidados de uma irmã, Cristiana.
Com incentivo do pai, em 1788, ingressou no seminário da Universidade Tübingen a fim de ser pastor. Entre seus companheiros estavam o filósofo Friedrich Wilhelm Joseph von Schelling (1775- 1854) e o poeta Friedrich Hölderlin (1770 - 1843).
Quando Hegel tinha 18 anos, ocorre a Queda da Bastilha, e mais tarde os eventos que comporiam a Revolução Francesa. Entre as consequências do fato histórico está a posterior invasãoda Prússia pelo exército francês.
A essa altura, a Alemanha não estava organizada como Estado unificado sendo conglomerado de ducados, principados e condados.
Em 1793, começa a atuar como tutor privado em Berna, na Suíça. No ano seguinte, aconselhado por Hölderlin, começa a análise dos escritos de Immanuel Kant (1724-1804) e Johann Fichte (1762-1814).
Em conjunto com Schelling, Hegel escreveu "O Mais Antigo Programa de um Sistema de Idealismo Alemão". Entre as ideias da obra está a de que o Estado é puramente mecânico.
Por isso é necessário transcender o Estado e os homens livres devem ser tratados como parte da engrenagem que permite seu funcionamento.
Hegel deixa a tutoria em 1779, e passa a viver da herança paterna. A partir de 1801, Hegel vai trabalhar na Universidade de Jena, onde permanece até 1803, em companhia de Schelling.
No período em que deu aulas em Jena, Hegel esgotou o legado deixado pelo pai e passou a trabalhar no jornal de orientação católica Bamberger Zeitung, em Nuremberg. Nessa fase da vida, se casa, tem três filhos e continua os estudos da Fenomenologia.
Enquanto viveu em Nuremberg, Hegel publicou vários fascículos de a "Ciência da Lógica" nos anos de 1812, 1813 e 1816. A partir de 1816, o filósofo aceita ser professor de filosofia na Universidade de Heidelberg.
Morre em Berlim, em 14 de novembro de 1831, vítima de uma epidemia de cólera.
Filosofia
A filosofia de Hegel pode ser compreendida através de sua obra principal “A Fenomenologia do Espírito”, escrita em 1807.
Trata-se de uma introdução ao sistema lógico criado por Hegel que compreende três partes: a Lógica, Filosofia da Natureza e a Filosofia do Espírito.
Este livro pretende superar a dualidade entre o sujeito cognoscente e o sujeito cognitivo e assim aproximá-lo do Absoluto, da Ideia Absoluta, da Verdade.
Para chegar ao Absoluto, o homem precisa questionar suas certezas e neste caminho de dúvidas, estará pronto para pensar filosoficamente e então, conhecer o Absoluto.
O Absoluto age através do homem e se manifesta no desejo que este tem de conhecer a verdade. Desta forma, quanto mais o sujeito se conhece, mais está perto do Absoluto.
Para Hegel tudo aquilo que pode ser pensado é real e tudo que é real pode ser pensado. Não existiria, a priori, limite para o conhecimento, na medida em que a racionalização pode ser realizada através do sistema dialético.
Dialética
A dialética é um conceito filosófico que é utilizado por vários pensadores. A dialética de Platão, por exemplo, seria uma forma de diálogo onde era possível chegar a obter o conhecimento.
Hegel aponta que toda ideia – tesis – pode ser contestada através de uma ideia contrária, a antítese.
Essa disputa entre a tesis e antítese seriam a dialética. Assim, o processo é regido por uma lógica dialética. No entanto, longe de prejudicar a tesis, a discussão entre duas ideias opostas dariam origem a síntese que seria uma ideia aperfeiçoada.
O método dialético proposto por Hegel inclui a noção de movimento, processo ou progresso para chegar ao resultado do conflito de opostos.
Estas ideias seriam aproveitadas por filósofos posteriores como Karl Marx e Friedrich Engels.
Hegel x Marx
Se para Hegel o que faz movimentar o mundo são as ideias, Marx vai afirmar que será a luta de classe e as relações de produção.
Isto porque Marx era um filósofo materialista que levava em conta as condições materiais da vida humana, da sobrevivência do dia a dia.
Assim, a História seria movida pela ação daqueles que não detém os meios de produção em chegar a uma posição mais elevada.
De certa maneira, podemos afirmar que a dialética de Hegel ficava no plano das ideias e do irrealizável. Enquanto Marx, buscava adaptar a dialética para o mundo real.
Frases de Hegel
"A tarefa da filosofia é entender o que é a razão."
“Nada de grande se realizou no mundo sem paixão.”
“A realidade é racional e que toda a racionalidade é real.”
“A necessidade geral da arte é a necessidade racional que leva o homem a tomar consciência do mundo interior e exterior e a lazer um objeto no qual se reconheça a si próprio.”
“A história ensina é que os governos e as pessoas nunca aprendem com a história.”
“Quem quer algo de grande, deve saber limitar-se. Quem, pelo contrário, tudo quer, nada, em verdade, quer e nada consegue.”
Zygmunt Bauman
Zygmunt Bauman nasceu na Polônia, em 19 de novembro de 1925, numa família judia.
Eles fugiram para a União Soviética, em 1939, diante da invasão nazista sobre o país. Aliou-se ao exército e participou de duas batalhas. Após o término da Segunda Guerra seria oficial na divisão que combateria os nacionalistas ucranianos.
Retornou à Polônia onde lecionou na Universidade de Varsóvia até ser perseguido e expulso do Partido Comunista. Neste momento, Bauman começava a distanciar-se das correntes mais ortodoxas do marxismo.
Por conta da censura às suas obras e do expurgo político ocorridos em 1968 resolve imigrar para Israel. Para isso, teve que renunciar à sua nacionalidade polonesa.
Em Israel, dá aulas na Universidade de Tel Aviv onde encontra resistência por conta das suas posições contra o sionismo. Bauman acusava certos grupos de judeus de usar o Holocausto como justificativa para cometer seus próprios crimes.
No entanto, foi na Universidade de Leeds, Inglaterra, que desenvolveu seus principais conceitos como o da "modernidade líquida". Esta ideia o tornaria um sociólogo e filósofo respeitado em todo mundo.
Suas concepções sobre a modernidade e sua crítica ao mundo capitalista encontraram eco nos movimentos anti-globalização e anti-capitalistas.
Casou-se com a escritora Janina Lewinson-Bauman (1926-2009) com quem teve três filhas. Faleceu no dia 9 de janeiro de 2017.
Modernidade Líquida
Para entender o conceito de modernidade líquida, precisamos recordar quais são as propriedades dos líquidos. Estes se caracterizam pela instabilidade, falta de coesão e de uma forma definida.
A modernidade líquida, portanto, se caracteriza por uma sociedade e um tempo onde tudo é volátil e adaptável. Se contrapõe à década anterior, a modernidade sólida, onde a sociedade era ordenada, coesa, estável e previsível.
Nada está fixo, parado ou inalterado na modernidade líquida. Ela é mutante e instável ou em outras palavras, caótica. Tudo pode ser adaptável seja a profissão, os relacionamentos, a religião, etc.
O que teria provocado esta mudança? Bauman aponta algumas razões:
As empresas são cada vez mais poderosas, mais ainda que os governos. As grandes transnacionais tem o poder de mudar leis, economia, o meio-ambiente, etc.
A velocidade das mudanças tecnológicas cada vez mais rápidas com a Internet.
A migração de pessoas que se deslocam rapidamente impactando de forma abrupta os lugares onde se instalam e geram impactos culturais e sócio-econômicos.
Amor Líquido
Se todos os aspectos da nossa vida se viram afetados pela sociedade de consumo e pela tecnologia, os relacionamentos também o foram.
Na chamada sociedade sólida, normalmente, o casamento durava para sempre. Escorados no ideal do amor romântico, criou-se a crença que o ser humano só era capaz de apaixonar-se uma única vez.
No entanto, com o advento das tecnologias, conectar-se com as pessoas é muito fácil. Por outro lado, desconectar-se dessas mesmas pessoas também é igualmente fácil.
Frases de Bauman
“Como se pode lutar contra as adversidades do destino sozinho, sem a ajuda de amigos fiéis e dedicados, sem um companheiro de vida, pronto para compartilhar os altos e baixos?”
“A preocupação com a administração da vida parece distanciar o ser humano da reflexão moral”.
“Três décadas de orgia consumista resultaram em uma sensação de urgência sem fim”.
“O fim desta confiança engendra, por outro lado, um ambiente em que ‘ninguém assume o controle’, em que os assuntos do estado e seus sujeitos estão em queda livre, e prever com alguma certeza que caminho seguir, sem falar em controlar o curso dos acontecimentos, transcende a capacidade humana individual e coletiva”.
“A incapacidade de escolher entre atração e repulsão, entre esperanças e temores,redunda na incapacidade de agir”.
“Na era da informação, a invisibilidade é equivalente à morte”.
“A vida é muito maior que a soma de seus momentos”.
“Loucos são apenas os significados não compartilhados. A loucura não é loucura quando compartilhada”.
“Viver entre uma multidão de valores, normas e estilos de vida em competição, sem uma garantia firme e confiável de estarmos certos é perigoso e cobra um alto preço psicológico”.

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