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Hidrologia 2021 26/04/2021 Aula 01 O que é Hidrologia? A Hidrologia é a ciência que estuda a água na Terra, sua ocorrência, circulação, distribuição, suas propriedades físicas e químicas e sua relação com o meio ambiente. É uma ciência que está voltada para a representação dos processos físicos que ocorrem na bacia hidrográfica, baseando-se na observação dos processos envolvidos (TUCCI, 2001). TUCCI (2001) considera ainda que a água é um mineral presente em toda a natureza, nos estados sólido, líquido e gasoso. Além de ser essencial para a sobrevivência de homens e animais, a água pode exercer a função de receber, diluir e transportar efluentes. É considerada um recurso natural peculiar, pois se renova pelos processos físicos do ciclo hidrológico. Segundo Da Paz (2004), podemos definir de forma bem genérica que a Hidrologia é a ciência que estuda a distribuição, a circulação e o comportamento da água no sistema terrestre. Também estuda suas propriedades físico-químicas e sua interação com o meio ambiente (biótico e abiótico). Hidrometeorologia – estudo da água na atmosfera; Oceanografia – estudo dos oceanos; Limnologia – estudo de águas interiores (lagos e reservatórios); Fluviologia – estudo de rios e cursos d'água; Glaciologia - estudo da água na forma de neve e gelo; e Hidrogeologia – estudo das águas subterrâneas. Em relação à Hidrogeologia e incluindo os aspectos ambientais, a Hidrologia vem se aprofundando e se subdividindo em subáreas do conhecimento, como por exemplo: A Hidrologia baseia-se, essencialmente, em elementos observados e medidos no campo; o que mostra a importância da fase correspondente à coleta de dados. De um modo geral, os estudos hidrológicos baseiam-se na quase repetição dos regimes de precipitação e de escoamento dos rios, ao longo do tempo. Isto é, ainda que uma sucessão histórica de eventos (vazão ou precipitação), contatada no passado, não se repita exatamente para o futuro, suas grandes linhas mantêm-se aproximadamente as mesmas. Em suma, os projetos de obras futuras são elaborados com base em elementos do passado, considerando-se ou não a probabilidade de se verificarem alterações com relação ao passado. Conforme Mendonça (2009) a Hidrologia é a ciência que trata da água na Terra, sua ocorrência, circulação e distribuição, suas propriedades físicas e químicas, suas relações com o meio ambiente, incluindo suas relações com a vida. Aplicações da Hidrologia Os estudos hidrológicos são fundamentais para: Água: o combustível da vida Segundo relatório da ONU (2015), a água é um recurso natural de valor econômico, estratégico e social, essencial à existência, ao bem-estar do homem e à manutenção dos ecossistemas; a água é o maior bem da humanidade. O mesmo relatório discrimina ainda que o planeta Terra deveria se chamar ‘Água’, já que tem 70% de sua superfície coberta por oceanos. Isso, sem mencionar geleiras — que cobrem os polos e áreas próximas destes —, a água presente na atmosfera, nos reservatórios do subsolo, além de rios e lagos. O volume total de água, na Terra, é estimado em 1,4 bilhões de quilômetros cúbicos Utilização Os recursos hídricos no mundo são assim empregados: A disponibilidade renovável de água doce, nos continentes, pode ser estimada em porcentagens conforme segue: A crise de água Vários autores destacam esse tema, citamos os principais problemas discorridos por Tunidisi (2008) para a crise: Intensa urbanização, aumentando a demanda pela água, ampliando a descarga de recursos hídricos contaminados e com grandes demandas de água para abastecimento e desenvolvimento econômico e social. Estresse e escassez de água em muitas regiões do planeta em razão das alterações na disponibilidade e aumento de demanda. Infraestrutura pobre e em estado crítico, em muitas áreas urbanas com até 30% de perda na rede após o tratamento das águas. Problemas de estresse e escassez em razão de mudanças globais com eventos hidrológicos extremos aumentando a vulnerabilidade da população humana e comprometendo a segurança alimentar (chuvas intensas e períodos intensos de seca). Problemas na falta de articulação e falta de ações consistentes na governabilidade de recursos hídricos e na sustentabilidade ambiental. Destaca ainda o autor que esse conjunto de problemas apresenta dimensões em âmbito local, regional, continental e planetário. Segundo o Relatório Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos — Água para um mundo sustentável, as perspectivas futuras de utilização e demanda de recursos hídricos são destacadas a seguir: 27/04/21 Aula 02 O que é a Hidrologia. É a ciência que estuda a água em nosso planeta, sua ocorrência, circulação, distribuição, propriedades física e química. Sub-Áreas Importantes: · Hidrometeorologia-Estuda os movimentos da água, concentrações em torno da atmosfera. · Oceonografia-Estudo dos oceanos. · Limnologia-É o estudo de águas interiores (lagos e reservatórios). · Fluviologia-Estudo de rios e cursos d’água. · Glaciologia-Estudo da água em forma de neve e gelo. · Hidrogeologia-Estudo das águas subterrâneas. Aplicações da hidrologia · Projeções e dimensionamentos de obras hidráulicas. · Abastecimento urbano-75% da população do Brasil estão em áreas urbanas. · Avaliação e Aproveitamento de recursos hídricos. · Hidrelétricas-Mais de 90% da energia produzida no país. · Irrigação-Escolha dos mananciais e estudos de evaporação e infiltração. · Navegabilidade-obtenção de dados e estudos sobre construção e manutenção de canais. · Drenagem-estudo de precipitações, bacias de contribuição e o nível d’água nos cursos d’água. · Regularização de cursos d’água- estudo das variações de vazão. Controles · Inundações; · Previsão de secas; · Poluição; Utilização de Recursos Hídrigos Os recursos hídricos no mundo são assim empregados. · 70% para a agricultura; · 22% para a indústria; · 8% para residências. Disponibilidade Renovável de Água África: 10% América do Norte:18% América do Sul:23,1% Ásia:31,6% Europa:7% Oceania:5,3% Antártida:5% A crise da Água Intensa Urbanização. Infraestrutura pobre e em estado crítico. Ações Consistentes na governabilidade. Atividade A importância da água nas atividades do ser humano. Importância da Hidrologia na gestão dos resíduos Hídricos. 04/05/21 Aula 03 Ciclo Hidrológico Em milhões de m3 Regime de Escoamento: Barragem altera o escoamento superficial e altera o regime de escoamento. Conceitos De uma forma geral, uma bacia hidrográfica é formada pelas águas superficiais encaminhadas para as partes mais baixas de um determinado terreno, ocasionando a formação de riachos e rios, sendo que, nas partes mais elevadas, brotam as nascentes de água que descem e juntam-se a outros pequenos rios, aumentando o volume e formando os primeiros rios, esses rios intermediários continuam fluindo e recebem água de outros tributários, formando rios maiores até desembocarem no oceano. A figura a seguir ilustra uma bacia hidrográfica: Segundo Tucci (2006), para cada seção de um rio existirá uma bacia hidrográfica. Considerando esta seção, a bacia é toda a área que contribui por gravidade para os rios até chegar à seção que define a bacia. Lima e Zakia (2000), acrescentam ao conceito geomorfológico da bacia hidrográfica, uma abordagem sistêmica. Para esses autores, as bacias hidrográficas são sistemas abertos, que recebem energia por meio de agentes climáticos e perdem energia através do deflúvio, podendo ser descritas em termos de variáveis interdependentes, que oscilam em torno de um padrão, e, desta forma, mesmo quando perturbadas por ações antrópicas, encontram-se em equilíbrio dinâmico. Barrella (2001) define bacia hidrográfica como um conjunto de terras drenado por um rio e seus afluentes, formado nas regiões mais altas do relevo por divisores de água, onde as águas das chuvas escoam superficialmente criando os riachos e rios ou infiltram no solo para formação de nascentes e do lençol freático.Características fisiográficas das bacias hidrográficas As características fisiográficas das bacias hidrográficas são destacadas a seguir: A hidrogeologia é de suma importância para experimentos que visam ao estudo de variabilidade espacial e temporal de alguns atributos do solo e estabelecer uma base de informações que será útil para justificar eventuais comportamentos hidrológicos na bacia hidrográfica. Como exemplo, podemos destacar o Rio São Francisco. Segundo a CHESF, “Velho Chico” é um rio perene, e a bacia do rio possui, aproximadamente, 168 afluentes, sendo que 99 desses são perenes e 69 são rios intermitentes. Vejamos: Segundo dados da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (CHESF), a Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco abrange 639.219 km² de área de drenagem (7,5% do país) e vazão média de 2.850 m³/s (2% do total do país). O Rio São Francisco tem 2.700 km de extensão e nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais, escoando no sentido Sul-Norte pela Bahia e Pernambuco, quando altera seu curso para esse, chegando ao Oceano Atlântico através da divisa entre Alagoas e Sergipe A bacia possui sete unidades da federação: · Bahia (48,2%); · Minas Gerais (36,8%); · Pernambuco (10,9%); · Alagoas (2,2%); · Sergipe (1,2%); · Goiás (0,5%); · Distrito Federal (0,2%); · e 507 municípios (cerca de 9% do total de municípios do país). · As principais características hidroclimáticas da Região Hidrográfica do São Francisco estão sumarizadas no Quadro para cada uma de suas regiões fisiográficas. Vejamos 05/05/21 Várias formas; Mantem o ciclo hidrológico; Reduzir Erosão; Aula 11/05 Hidrologia / Aula 4 - Caracterização flúvio-morfológica de Bacias Hidrográficas Introdução Umas das maneiras de se avaliar as modificações causadas pelo uso antrópico é utilizar a bacia hidrográfica como forma de planejamento, pois essa unidade permite que se consiga compreender de uma melhor maneira as alterações sofridas sobre a paisagem de uma área e assim avaliar os diferentes graus de antropização (TUCCI e MENDES, 2006). As características fluvio-morfológicas estudadas numa bacia hidrográfica podem gerar dados importantes para as diversas análises. Podemos utilizar mecanismos para que se possa qualificar, quantificar e avaliar as alterações das formas das bacias, onde podemos destacar a densidade de drenagem, fator de forma, coeficiente de compacidade, índice de compacidade e outras. Dando continuidade ao tema bacias hidrográficas Quando utilizamos as análises fluvio-morfométricas, estamos procurando caracterizar o ambiente dessa bacia. Estas quantificações e análises abrangem parâmetros que irão permitir uma melhor caracterização desta e a possibilidade de observação de alguns eventos normais ou atípicos, e a incompatibilidade com atividades humanas e/ou uso e ocupação do solo. Como exemplo de utilização desses parâmetros, temos a avaliação e quantificação da possibilidade concreta da ocorrência de eventos ligados a processos erosivos e de inundações. Características do relevo de uma bacia As características do relevo de uma bacia são dadas a partir dos seguintes elementos: a curva hipsométrica, a declividade do álveo e o tempo de concentração. Vejamos: 18/05/2021 Precipitação Conceito e formas de precipitação Por precipitação, entende-se como sendo todas as formas de umidade transferida da atmosfera para superfície terrestre. Conforme Sousa & Sousa (2010), a previsão de vazão em um sistema hídrico é uma das técnicas utilizadas para minimizar o impacto das incertezas do clima sobre o gerenciamento dos recursos hídricos podendo-se considerá-la um dos principais desafios relacionados ao conhecimento integrado da climatologia e hidrologia. As formas de precipitação serão descritas a seguir: Saraiva É a precipitação sob a forma de pequenas pedras de gelo arredondadas com diâmetro em torno de 5 mm. Granizo É a precipitação sob a forma de pedras de gelo, podendo ser de forma arredondada ou irregular, porém com diâmetro superior a 5 mm. Neve É a precipitação sob a forma de cristais de gelo que durante a queda coalescem formando blocos de dimensões e formas variadas. Orvalho É a condensação do vapor d’água do ar sobre objetos expostos ao ambiente durante a noite, devido à redução da temperatura do ar até o ponto de orvalho. Geada É a formação de cristais de gelo a partir do vapor de água, de maneira semelhante ao orvalho, porém à temperatura inferior a 0º C. Chuvisco, neblina e garoa São formas de precipitação da água na fase líquida muito fina e de baixa intensidade. Chuva É a ocorrência da precipitação na forma líquida com intensidades superiores à anterior. Formação da chuva e tipos de precipitação Segundo FRAGOSO e NEVES (2015), a fase atmosférica da precipitação, desde a formação até atingir o solo, é a de mais interesse para nossos estudos. Quando a água atinge o solo, torna-se o elemento básico da hidrologia. A umidade é o elemento primordial para a formação da chuva, mas outros requisitos são necessários, como resfriamento do ar e a presença de núcleos higroscópicos ou partículas nucleares. Vários autores relatam o processo de formação das chuvas, para entendermos o fenómeno da chuva, descrevemos a seguir de uma forma geral o respectivo processo: Nuvens Quentes (nuvens com temperatura acima do ponto de congelamento da água (0° C)) Quando o ar úmido da baixa atmosfera aquece, este torna-se mais leve e sofre uma ascensão. A partir dessa ascensão, o ar aumenta de volume e esfria na razão de 1ºC por 100 m, até atingir a condição de saturação (nível de condensação). A partir desta etapa e em condições favoráveis, acontecem inicialmente à existência de núcleos higroscópicos, onde o vapor de água condensa formando minúsculas gotas em torno destes núcleos. As gotas mantêm-se em suspensão até que atinjam tamanho suficiente para a queda. O mecanismo de crescimento das gotas podem ser por coalescência ou por difusão de vapor. Precipitação Em função da forma como a parcela de ar se eleva e atinge a saturação existem três tipos de chuva: Precipitação Em função da forma como a parcela de ar se eleva e atinge a saturação existem três tipos de chuva:
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