Buscar

DIREITO INTELECTUAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1
DIREITO INTELECTUAL: MARCA TRIDIMENSIONAL
Jeferson Stohr Guiotto[footnoteRef:1] [1: Acadêmico do Curso de direito da Celer Faculdades. ] 
Márcio Roberto Bitelbron[footnoteRef:2] [2: Mestre em Direito pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões. Campus Santo Ângelo - RS. Professor do curso de Direito da Celer Faculdades Xaxim. ] 
RESUMO: O presente trabalho tem como tema Direito intelectual e a marca tridimensional sabe-se que é importante proteger a propriedade intelectual, pois, é a melhor forma de resguardar seu patrimônio criativo e suas inovações. Percebeu-se que o direito intelectual garante o direito sobre criações e inovações tecnológicas por meio de patentes que são indispensáveis na sociedade de forma global, objetivando a conquista de espaço no mercado. Com isso o direito intelectual destaca-se por estimular o processo de desenvolvimento tecnológico do país, é considerado uma inovação no Brasil, mas, ainda tem pouco reconhecimento, pois, a produtividade de patentes é baixa. Por fim, o direito intelectual proporciona crescimento no desenvolvimento econômico, tecnológico e social. Muito embora esse seja o temor de países em crescimento, no Brasil as discussões pertinentes ao assunto não estão tendo reflexão merecida, e a ausência de divulgação sobre o assunto, inclusive no meio acadêmico, pode transportar resultados indesejáveis ao nosso futuro econômico. Em um mundo cada vez mais integrado e aberto a mudanças comerciais, a proteção das marcas, assim como das indicações geográficas e tudo que elas significam economicamente, precisa ser acrescentado e divulgado. 
Palavras chave: Direito. Direito intelectual. Marca tridimensional 
1 INTRODUÇÃO 
O Direito conduz os seres humanos na sociedade, em qualquer estrutura da vida social é preciso ter regras para que se possa viver em um ambiente protegido pelo direito e pela segurança em sua liberdade de ir e vir. O direito tem a função primordial de dar a cada um o que é seu, sem prejudicar o outro. 
O Direito está dividido em várias áreas, como direito Civil, trabalhista, previdenciários, criminal e muitos outros. Portanto o presente trabalho tem como objetivo apresentar conceitos sobre o Direito intelectual, seus aspectos e analisar a Marca Tridimensional dos produtos ou embalagens, pois, para ter exclusividade sobre o nome de um serviço ou produto, é preciso registrar uma marca. 
O Brasil foi um dos primeiros países a regulamentar o direito de propriedade intelectual, antes da Independência do Brasil já era exclusividade aos inventores e introdutores de novas máquinas e invenções, como um benefício para as indústria e as artes. Hoje em dia, a questão da propriedade intelectual vem sendo cada vez mais discutida. Afinal, trata-se de um aspecto fundamental de inovação, tanto na indústria como no mercado em geral, e por isso merece toda a nossa atenção.
Nos dias de hoje é importante destacar que os avanços tecnológicos fazem parte da rotina de toda a sociedade humana e empresarial. Diariamente são criadas marcas e produtos novos e é possível ver em lojas, locais de trabalho, outdoor, ect. Essas criações são chamadas de ideias intelectuais e virou uma disputa de poder entre os indivíduos. 
Grande parte dessas ideias, marcas ou produtos que utilizamos são protegidos por leis e são patenteadas, no século XXI, quase tudo tem um dono, esses bens intelectuais são protegidos pela propriedade intelectual que está incluída nos direitos e garantias fundamentais previsto na Constituição Federal de 1988. 
A propriedade intelectual divide o direito em autorais e industrial. Um se dedica ao estudo dos direitos autorais, sendo alocado dentro do Direito Civil, enquanto o outro ramo inclui a chamada propriedade industrial e tem seu estudo sistematizado principalmente no âmbito do Direito Comercial.
Como ocorre em países mais desenvolvidos, a questão da propriedade intelectual receberá cada vez mais atenção por aqui. E é uma questão fundamental para as micro e pequenas empresas, já que estas são consideradas os principais agentes da inovação de uma economia.
O embasamento teórico conata com os seguinte tópicos: conceito de direito, o princípio da função social da propriedade, direito intelectual, patentes e marca tridimensional. Acredita-se que o aprofundamento do tema é de grande relevância para os acadêmicos do Direito, pois, é uma forma de obter conhecimento e buscar a capacitação profissional. 
2 CONCEITO DE DIREITO 
O termo direito originou-se da palavra latina directum, que significa o certo, o correto, o mais adequado. De acordo com a etimologia o direito é definido como qualidade daquilo que é regra. É uma norma legislativa, as leis descrevem como o ser humano deve agir perante as normas descritas em determinado tempo e lugar. 
Na visão de Reale (1994, p. 63) fato, norma e valor são:
O elemento fato faz referência ao mundo da natureza e do ser, atuando como determinantes dos acontecimentos históricos. O elemento valor traduz o mundo ético ou da cultura, estando presentes a moral e os costumes. A norma como último elemento representa a ciência do direito e as normas de conduta desejável pelo e para o meio social.
No Brasil, as leis direcionadas a sociedade de modo geral são determinadas de acordo com o Congresso Nacional e de acordo com a Câmara Estadual e Municipal, ambos compõe o Direito Positivo. Com isso, o direito é para todos as pessoas que fazem parte da sociedade e impõe direitos e deveres. 
O direito como conjunto de normas também se divide em positivo ou natural. O direito positivo são as normas criadas e postas em vigor pelo Estado; o direito natural são as normas derivadas da natureza, ou seja, são as leis naturais que orientam o comportamento humano, os direitos fundamentais (REALE, 1994).
As fontes do direito são fundamentais na construção do direito positivo: o direito escrito e interpretado que rege as relações humanas na atualidade. As principais fontes são as leis, os costumes, a doutrina e a jurisprudência dos tribunais. Sendo que o costume é caracterizado quando existe a reiteração de uma conduta na convicção da mesma ser obrigatória, a doutrina é construída pelos estudiosos da área jurídica quando da interpretação do direito, e a jurisprudência é o resultado de decisões judiciais no mesmo sentido, que resultam em novos entendimentos e compreensões do direito (NASCIMENTO, 2008).
Tanto as leis como as normas devem obedecer a hierarquia do Brasil, portanto, as leis internacionais não podem interferir na legislação brasileira, mas podem ser aplicadas desde que atendam os critérios nacionais e não se contraponha aos normativos brasileiros, em especial a Constituição Federal.
O direito se constitui primordialmente como um sistema de normas coativas permeado por uma lógica interna de validade que legitima, a partir de uma norma fundamental, todas as outras normas que lhe integram. O direito se compõe de normas de ordem coativa, que tem validade se fundada numa norma fundamental. Em miúdos, a lei, componente do Direito, para ter eficácia e vigência válidas, deve esposar-se na previsão do legislador originário que a estabeleceu na Constituição (KELSEN, 1986).
Enfim, o direito é aquilo que uma sociedade ou grupamento social compreende como ideal de retidão e correto para a sua coletividade. A forma concreta de estabelecer os parâmetros da convivência social se materializa no conjunto de leis e normativos, respeitada a hierarquia das leis, exatamente para evitar que direitos de maior abrangência não sejam suplantados por direitos e regramentos inferiores.
2.1 O PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE
O direito de propriedade está assegurado pela Constituição Federal e é uma garantia fundamental e deve ser utilizado em prol do interesse social, independente da função social. a propriedade, adquire uma função social na medida em que se modificam as relações de produção. 
De acordo com Silva (2008, p. 282):
A função social da propriedade seria um elemento da estrutura da propriedade, razão por que não seconfundiria com as limitações, obrigações e ônus que lhe são impostas pelo direito de propriedade. Ademais, como componente fundamental da propriedade, seria um princípio de aplicação imediata. Quando se fala em função social da propriedade não se indicam as restrições ao uso e gozo dos bens próprios. Estas últimas são limites negativos aos direitos do proprietário. Mas a noção de função, no sentido em que é empregado o termo nesta matéria, significa um poder, mais especificamente, o poder de dar ao objeto da propriedade destino determinado, de vinculá-lo a certo objetivo. O adjetivo social mostra que esse objetivo corresponde ao interesse coletivo e não ao interesse próprio do dominus: o que não significa que não possa haver harmonização entre um e outro. Mas, de qualquer modo, se está diante de um interesse coletivo, essa função social da propriedade corresponde a um poder-dever do proprietário, sancionável pela ordem jurídica. 
O princípio da função social autoriza a intervenção do Estado sempre que a propriedade não cumprir a sua função social. o cumprimento da função social é obrigação que se impõe ao titular da propriedade, uma contrapartida que se coloca ao seu direito de usar e gozar da propriedade, mas sempre em observância aos interesses sociais. 
Os conservadores da constituinte, contudo, insistiram para que a propriedade privada figurasse como um dos princípios da ordem econômica, sem perceber que, com isso, estavam relativizando o conceito de propriedade, porque submetendo-o aos ditames da justiça social, de sorte que se pode dizer que ela só é legítima enquanto cumpra uma função dirigida à justiça social. A função social da propriedade ganha maior substancialidade sobre a propriedade dos bens de produção, que, no capitalismo, são dinamizados. Fala-se, por isso, em função social da empresa (SILVA, 2008)
A função social da empresa deve ser obedecida pelo proprietário ou controlador da empresa, Quando os bens de produção se destinam à exploração empresarial, o poder-dever de cumprir a função social da empresa é responsabilidade do controlador ou administrador da empresa, tendo em vista que o controle não se confunde com a propriedade. 
Nessa linha, o controlador ou administrador da empresa, pessoa física ou jurídica, tem o dever de fazer com que a empresa realize o seu objeto e cumpra a sua função social, em consonância não apenas com os interesses dos outros sócios da empresa, mas também com os daqueles que nela trabalham, com ela colaboram e da própria coletividade (NONES, 2012)
Com isso, os direitos do trabalho, do meio ambiente e do consumidor são bases da função social da empresa, sendo certo, ademais, que os princípios constitucionais da redução das desigualdades regionais e sociais constituem, igualmente, responsabilidades da empresa.
2.2 DIREITO INTELECTUAL E SEUS ASPECTOS
Direito intelectual abrange expressões da mente e da personalidade humana, é uma área do direito que preserva ideias que resultam em vantagens econômicas para o indivíduo responsável para criação. Proteger as ideias criativas da mente humana é o mesmo que proteger estratégias de uma empresa. 
A propriedade intelectual é o dispositivo legal que garante que uma inovação será protegida, e que o responsável por ela. Na visão de Diniz (2018, p. 02) envolvem expressões da mente humana, e de acordo com as normas são classificadas em três tipos jurídicos:
Os direitos do autor: encontram-se presentes no artigo 5º, incisos XXVII e XXVIII da Constituição Federal de 1988, e regulados, antigamente, pela Lei nº 5.988/73 e, hoje, pela nova Lei de Direitos Autorais (Lei nº 9.610/98).
Os direitos da propriedade industrial: têm previsão no artigo 5º, inciso XXIX, da Carta Magna, e, como lei específica, tinha o antigo Código de Propriedade Industrial (Lei nº 5.772/71) e, atualmente (a partir de maio de 1997), tem a Lei de Patentes (Lei nº 9.279/96).
Os direitos relativos ao desenvolvimento de programas de computadores, os chamados softwares: Já, os direitos relativos à criação e utilização de software, também abrangidos pelos dispositivos constitucionais acima citados, são aqueles que possuíam regulamentação na antiga Lei nº 7.646/87 e, hoje, na Lei nº 9.609/98.
O direito intelectual está interligado com o direito individual de personalidade e estabiliza laços com o direito do trabalho, em virtude da necessidade de contratar uma terceira pessoa, ou seja um colaborador para funções e serviços diversos. Portanto, discussões são levantadas em relação ao proprietário do direito intelectual durante a efetivação do contrato de trabalho, se é o empregador ou do colaborador.
A Propriedade Intelectual é a soma dos direitos relativos às obras literárias, artísticas e científicas, às interpretações dos artistas intérpretes às execuções dos artistas instrumentistas, aos fonogramas e às emissões de radiodifusão, às invenções em todos os domínios da atividade humana, às descobertas científicas, aos desenhos e modelos industriais, às marcas industriais, comerciais e de serviços, bem como às firmas comerciais e denominações comerciais, à proteção contra a concorrência desleal, e a todos os outros direitos inerentes à atividade intelectual nos domínios industrial, científico, literário e artístico (BARBOSA, 2008).
O Direito de Propriedade Intelectual divide-se em duas grandes áreas: Propriedade Industrial e Direito Autoral, segundo Barbosa (2008, p. 88):
O Direito de Propriedade Industrial é espécie de propriedade intelectual voltada para a utilidade das criações, no âmbito empresarial ou comercial, que se dá por meio da patente (invenções, modelos de utilidade, modelo industrial e desenho industrial) ou marca (de indústria, comércio ou de serviço e de expressão, ou sinal de propaganda) do produto.
O Direito Industrial é a espécie de propriedade intelectual que tutela a proteção da criação e da utilização de obras intelectuais estéticas, seja na literatura, artes ou ciência. Desta forma, a proteção pelo Direito Autoral visa proteger os direitos de quem detém a titularidade desses direitos
Como possível solução, é possível ter como parâmetro a Lei de Patentes nº 9.279/96 e a Lei de Software nº 9.0609/98. Essas leis tem como objetivo prever possibilidades para os casos de trabalhos que referem-se ao direito industrial e direitos da criação e desenvolvimento de programas de computação.
De acordo com Ribeiro (2018, p. 01-02):
A primeira hipótese refere-se ao desenvolvimento de inventos ou softwares que guardem relação com a dinâmica das atividades laborais estabelecidas na relação empregatícia. Para esse caso, a Lei nº 9.279/96 (Lei de Patentes) estabelece que a invenção e o modelo de utilidade pertencem exclusivamente ao empregador quando decorrerem de contrato de trabalho cuja execução ocorra no Brasil e que tenha por objeto a pesquisa ou a atividade inventiva, ou resulte esta da natureza dos serviços para os quais foi o empregado contratado. Completa o parágrafo 2º, do artigo 88, supra citado, dizendo que salvo prova em contrário, consideram-se desenvolvidos na vigência do contrato a invenção ou o modelo de utilidade, cuja patente seja requerida pelo empregado até 1 (um) ano após a extinção do vínculo empregatício. Também a Lei nº 9.609/98 (Lei de Software), dispõe que salvo estipulação em contrário, pertencerão exclusivamente ao empregador, contratante de serviços ou órgão público, os direitos relativos ao programa de computador, desenvolvido e elaborado durante a vigência de contrato ou de vínculo estatutário.
Essa hipótese protege os trabalhos ou as ideias que são idênticos ou semelhantes às atividades contratadas pelo empregador por meio do contrato de trabalho. Nota-se que para assegurar a propriedade ou o direito intelectual é preciso medidas adequadas de proteção, ou seja, seguir argumentos previstos em lei.
A segunda hipótese está amparada na Lei de Patentes nº 9.279/96 estabelece que pertencerá exclusivamente ao empregado a invenção ou o modelo de utilidade por ele desenvolvido, desde que desvinculado do contrato de trabalhoe não decorrente da utilização de recursos, meios, dados, materiais, instalações ou equipamentos do empregador. Assim também, a Lei de Software dispõe que pertencerão, com exclusividade, ao empregado, contratado de serviço ou servidor os direitos concernentes a programa de computador gerado sem relação com o contrato de trabalho, prestação de serviços ou vínculo estatutário, e sem a utilização de recursos, informações tecnológicas, segredos industriais e de negócios, materiais, instalações ou equipamentos do empregador (DINIZ, 2018).
Tal hipótese é aplicada para os direitos de propriedade industrial e aos softwares, refere-se a trabalhos realizados fora desse contexto e sem o emprego de instrumentos fornecidos pelo empregador. As leis que protegem tais direitos são formas de especificar o que é de direito de cada uma das partes.
A terceira hipótese é aquela na qual não há a dinâmica pretendida com o contrato de trabalho, mas há o emprego dos instrumentos fornecidos pelo empregador. A Lei de Patentes nº 9.279/96, estabelece que a propriedade de invenção ou de modelo de utilidade será comum, em partes iguais, quando resultar da contribuição pessoal do empregado e de recursos, dados, meios, materiais, instalações ou equipamentos do empregador, ressalvada expressa disposição contratual em contrário. Dispõe, a obrigatoriedade da não utilização de recursos, informações tecnológicas, segredos industriais e de negócios, materiais, instalações ou equipamentos do empregador, para que a propriedade seja do empregado, não havendo co-propriedade nos casos de software (DINIZ, 2018).
Portanto, havendo o desenvolvimento de softwares durante o pacto laboral e sendo estas prestações o foco do contrato de trabalho, serão os respectivos direitos de propriedade do empregador e não dos empregados. Também quando comprovado independência no trabalho realizado pelo colaborador é correto afirmar que pertence ao empregado a propriedade do trabalho intelectual.
De acordo com Crisóstimo (2018, p. 03):
A Propriedade Intelectual é considerada um dos principais motores da economia globalizada. Caracteriza o reconhecimento de formas legais de apropriação do conhecimento humano, tanto da materialização dos insights ou frutos da criatividade humana, como dos resultados de pesquisa e conhecimento técnico que se concretizem em produto novo ou modificado. o Direito de Propriedade Intelectual protege as espécies de criações intelectuais que podem resultar na exploração comercial ou vantagem econômica para o criador ou titular e na satisfação de interesses morais dos autores, ou seja, o que a norma protege não é a ideia (entendida como objeto incorpóreo), mas a materialidade de uma ideia. Os direitos patrimoniais que decorrem de propriedade intelectual são temporários e devem respeitar ao princípio da territorialidade. Assegurar Direitos de Propriedade Intelectual é crucial para que ideias criativas e inovações estejam bem protegidas, a fim de garantir sua exploração comercial.
Por fim, para que a contratação de um colaborador para exercer funções de trabalhos intelectuais seja segura é preciso um contrato de trabalho bem elaborado para evitar qualquer descaso para o empregador e o empregado que venha trazer prejuízos financeiros. Também é uma forma punir colaboradores que costumam faltar com frequência ao trabalho.
2.3 PATENTES
No Brasil, o pedido de concessão de patente deve ser feito ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), que está vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que julgará sua validade com base nas disposições da Lei da Propriedade Industrial, nº. 9.279, de 14 de Maio de 1996.
De acordo com INPI (2018, p. 88):
Patente é um título de propriedade temporária sobre uma invenção ou modelo de utilidade, outorgados pelo Estado aos inventores ou autores ou outras pessoas físicas ou jurídicas detentoras de direitos sobre a criação. Em contrapartida, o inventor se obriga a revelar detalhadamente todo o conteúdo técnico da matéria protegida pela patente. Durante o prazo de vigência da patente, o titular tem o direito de excluir terceiros, sem sua prévia autorização, de atos relativos à matéria protegida, tais como fabricação, comercialização, importação, uso, venda, etc.
O registro da patente visa proteger uma criação ou uma ideia de concorrentes. É um documento formal feito em uma repartição pública, ode se reconhecem os direitos de propriedade e uso exclusivo para uma invenção descrita amplamente. É um privilégio concedido pelo Estado aos inventores detentores do direito de invenção de produtos e processos de fabricação, ou aperfeiçoamento de algum já existente. 
Trata-se de um direito temporário de uso exclusivo da invenção, a qual deve atender a três requisitos: a novidade, a atividade inventiva e a aplicação industrial. Durante o período de 20 anos detém o titular da patente o monopólio legal de sua exploração. Como qualquer outra propriedade, a patente pode ser objeto de venda, transferência e licença e, como qualquer direito, pode ser exercido de forma abusiva, caso em que seu titular estará sujeito a uma licença compulsória a ser concedida a um terceiro que tenha interesse em explorá-la. Desta feita, o titular da patente deve explorar o objeto de sua propriedade de acordo com o interesse público, razão única da proteção legal que lhe é outorgada (SEBRAE, 2018). 
Podem ser patenteados invenção que atenda aos requisitos de novidade, atividade inventiva e aplicação industrial; modelo de utilidade que seja objeto de uso prático, ou parte deste; modelo de utilidade que seja suscetível de aplicação industrial; modelo de utilidade que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo e o modelo de utilidade que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação.
A patente de invenção evita o plágio das criações e permite que o inventor tenha proveito do êxito comercial do seu trabalho, o que promove a criatividade (é garantida a propriedade da invenção e a exclusividade na exploração), já que este documento impede que terceiros tenham esses direitos sem a autorização do titular exclusivo
2.4 MARCA TRIDIMENSIONAL 
Para proteger juridicamente uma ideia é preciso tomar alguns cuidados antes de partir para os procedimentos formais da proteção da sua criação, independentes de serem para proteger marca, patente ou direitos autorais. Nos próximos parágrafos será descrito especificamente sobre a marca tridimensional. 
A marca pode atuar em vários campos, defendendo e apoiando várias filosofias, estilos e afins. Mas sua conceituação precisa ser específica e muito bem definida, clara, de fácil entendimento, evitando confusões de inteligibilidade. Num mundo onde o bombardeio de informações parte de todos os lados, gerar especificidade para uma marca é essencial para ceder atenção à mesma. Se a marca deseja ter destaque nesse meio gigantesco de informação, precisa seguir por essa linha, buscando personalidade, se apropriando de uma ideia e torná-la como algo que seja ligeiramente ligada à marca, criando uma ponte de fácil entendimento (FRANTTO, 2018)
Uma marca bem elaborada é aquela que vem acompanhada de critérios como especificidade, objetividade e honestidade que demostram como uma marca é vista. É preciso apresentar características que seu público valoriza e assim desenvolver amabilidade e simpatia por meio das aparições da marca. 
A marca é a expressão ou o sinal gráfico que identifica a procedência de um produto ou de um serviço. É o nome ou o desenho que se memoriza. Exemplo disso pode ser a expressão Apple onde destaca-se a figura da maçã. Também o nome Coca Cola onde a letra é desenhada, arredondada e bonita. Os exemplos refletem que a marca pode dizer respeito tanto ao nome quanto ao sinal gráfico.
A marca é um sinal distintivo cujas funções principais são identificar a origem e distinguir produtos ou serviços de outros idênticos, semelhantes ou afins de origem diversa. é qualquer sinal visual capaz de identificar um produto ou serviço. A marca, em qualquerde suas categorias, tem a função de evitar o desvio de clientela, de garantir ao consumidor a distinção entre as empresas, produtos ou serviços (INSTITUTO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL, 20018)
A marca registrada garante ao seu titular o direito de uso exclusivo no território nacional em seu ramo de atividade econômica pelo período de dez anos, a partir da data da concessão. O registro pode ser prorrogado por sucessivos períodos de dez anos.
As Marcas Tridimensionais, que são aquelas constituídas de uma forma plástica distintiva em 3 dimensões, seu formato deve garantir a individualização do produto ou serviço a qual se aplica, o consumidor olha o desenho e reconhece o produto (RIBEIRO, 2018). 
Dentre os principais tipos de marca existe a maca tridimensional que diz respeito ao formato do produto, a alguma característica dele ou da sua embalagem que seja uma invenção à parte e que o torne diferenciado dos demais, figura 1. 
Figura1: exemplo de Marca Tridimensional
Fonte: Ribeiro (2018)
O sinal tridimensional só será passível de registro quando constituído pela forma particular não funcional e não habitual do produto ou do seu acondicionamento ou do serviço a que se destine. Para fins de aplicação desta norma legal, considera-se: forma plástica: formato do objeto em suas três dimensões, sua configuração/constituição física e forma necessária do produto ou do acondicionamento: aquela inerente à própria natureza do objeto, sem a qual é impossível produzi-lo (RIBEIRO, 2018)
A Marca Tridimensional é uma alteração da Lei 9.219/96 e ganhou destaque no Instituto da Propriedade Industrial (INPI89), é uma forma plástica especifica do produto ou embalagem. É o que diferencia um produto do outro sem que haja qualquer chance de efeito técnico.
No Brasil, marcas tridimensionais são aquelas que se fazem reconhecidas pela própria forma de um produto ou embalagem que o envolve. Muito se discute, se um possível efeito técnico presente na forma do produto ou de sua embalagem invalidaria a proteção dessa forma como marca tridimensional. As marcas tridimensionais são identificadas de forma imediata pelo consumidor somente pelo formato do produto, sem que haja necessidade de algum outro elemento. Portanto, se a forma de um produto cumpre essa função (distintiva), não há razão, em nosso entendimento, para se vedar ou proibir seu registro como marca tridimensional (BARROS E LEME, 2018)
Internacionalmente a marca tridimensional não é conhecida, reconhecida. É pouco utilizada e quase não é explorada pelos doutrinadores e pela jurisprudência. E no Brasil não é muito diferente, mesmo possuindo leis para a marca tridimensional pouco se utiliza. 
3 CONCLUSÃO
Após a elaboração de todo o referencial teórico, conclui-se que o direito acompanha a evolução histórica da humanidade e sempre foi regido por leis e normas. No Brasil a Lei maior é a constituição Federal e cabe ao direito a sua aplicação e efetivação. 
Percebeu-se que o direito intelectual garante o direito sobre criações e inovações tecnológicas por meio de patentes que são indispensáveis na sociedade de forma global, objetivando a conquista de espaço no mercado. Com isso o direito intelectual destaca-se por estimular o processo de desenvolvimento tecnológico do país, é considerado uma inovação no Brasil, mas, ainda tem pouco reconhecimento, pois, a produtividade de patentes é baixa. 
Outra questão que é de fundamental importância no direito intelectual é o registro da marca tridimensional que tem como função proteger um produto desde que sua forma seja exclusiva e capaz de distinguir-se de outros produtos semelhantes ou concorrentes.
No brasil é preciso que se retirem barreiras para a proteção de formas com suficiente distintividade como marcas tridimensionais e em outras localidades, ainda que essas estejam associadas a um efeito técnico. Isso facilitará abertura para uma dupla proteção, uma para a forma do produto como marca tridimensional e outra para o efeito técnico por meio de patente.
A propriedade intelectual é a área do Direito que, por meio de leis, garante a inventores ou responsáveis por qualquer produção do intelecto, seja nos domínios industrial, científico, literário ou artístico o direito de obter, por um determinado período de tempo, recompensa pela própria criação.
Por fim, o direito intelectual proporciona crescimento no desenvolvimento econômico, tecnológico e social. Muito embora esse seja o temor de países em crescimento, no Brasil as discussões pertinentes ao assunto não estão tendo reflexão merecida, e a ausência de divulgação sobre o assunto, inclusive no meio acadêmico, pode transportar resultados indesejáveis ao nosso futuro econômico. Em um mundo cada vez mais integrado e aberto a mudanças comerciais, a proteção das marcas, assim como das indicações geográficas e tudo que elas significam economicamente, precisa ser acrescentado e divulgado. 
REFERENCIAS 
BARBOSA, Denis Barbosa. Uma introdução à propriedade intelectual. Rio de Janeiro: Lumen Júris, 2008.
CRISÓSTIMO, Cláudia. Propriedade intelectual. 2018. Disponível em:< https://sites.unicentro.br/wp/pi/>. Acesso em: 26 de jun. de 2018. 
DINIZ, Felipe Pagni. Direitos intelectuais e o contrato de trabalho. 2015. Disponível em:< http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI16462,81042-Direitos+intelectuais+e+o+contrato+de+trabalho>. Acesso em: 26 de jun. de 2018. 
FRANTTO, Eric. Desenvolvendo o conceito de marca. 2017. Disponível em: http://designculture.com.br/desenvolvendo-conceito-de-marca. Acesso em: 26 de jun. de 2018. 
INSTITUTO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL (INPI). Registro de Marca. 2017. Disponível em: < https://efetivamarcas.com.br/tipos-de-marcas-do-inpi/>. Acesso em: 26 de jun. de 2018. 
INSTITUTO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL (INPI). Patentes. 2017. Disponível em:< http://www.inpi.gov.br/menu-servicos/patente/deposito-eletronico-de-patente>. Acesso em: 26 de jun. de 2018. 
KELSEN, Hans. Teoria geral das normas. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor. 1986.
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Instituições de Direito Público e Privado. São Paulo: Atlas, 2008.
NONES, Nelson. A função social da empresa: sentido e alcance. in: revista Novos Estudos Jurídicos Ano VII - Nº 14 - p. 113-136, abril, 2012.
REALE, Miguel. Teoria Tridimensional do Direito - situação atual. São Paulo: Saraiva, 1994.
RIBEIRO, Andréia. Direito de propriedade intelectual. 2016. Disponível em: < https://advogadaandreiaribeiro.jusbrasil.com.br/artigos/352273898/direito-de-propriedade-intelectual>. Acesso em: 26 de jun. de 2018. 
SEBRAE. Registros De Patentes. 2016. Disponível em: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/definicao-de-patente,230a634e2ca62410VgnVCM100000b272010aRCRD. Acesso em: 26 de jun. de 2018. 
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 31ª Edição. São Paulo: Malheiros, 2008.

Continue navegando

Outros materiais