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Ato Institucional n.º 5 O Ato Institucional Número Cinco (AI-5) foi o quinto de dezessete grandes decretos emitidos pela ditadura militar nos anos que se seguiram ao golpe de estado de 1964 no Brasil. Os atos institucionais foram a maior forma de legislação durante o regime militar, dado que, em nome do "Comando Supremo da Revolução" (liderança do regime), derrubaram até a Constituição da Nação, e foram aplicadas sem a possibilidade de revisão judicial.[1][2] https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ditadura_militar_no_Brasil_(1964%E2%80%931985) https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Golpe_de_Estado_no_Brasil_em_1964 https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Comando_Supremo_da_Revolu%C3%A7%C3%A3o https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o_de_1967 Ato Institucional Número Cinco Data 13 de dezembro de 1968 Local de assinatura Brasília País Brasil Tipo de documento Ato institucional Número de páginas 9 Signatários Artur da Costa e Silva Luís Antônio da Gama e Silva Augusto Rademaker Aurélio de Lira Tavares José de Magalhães Pinto Antônio Delfim Netto Mário Andreazza Ivo Arzua Pereira Tarso de Morais Dutra Jarbas Passarinho Márcio de Souza Mello Leonel Tavares Miranda de Albuquerque José Costa Cavalcanti Edmundo de Macedo Soares e Silva https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:AI-5_fl.01.jpg https://pt.m.wikipedia.org/wiki/13_de_dezembro https://pt.m.wikipedia.org/wiki/1968 https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Bras%C3%ADlia https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Brasil https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Atos_Institucionais https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Costa_e_Silva https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_Ant%C3%B4nio_da_Gama_e_Silva https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Augusto_Rademaker https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Aur%C3%A9lio_de_Lira_Tavares https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_de_Magalh%C3%A3es_Pinto https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_Delfim_Netto https://pt.m.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_Andreazza https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ivo_Arzua_Pereira https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Tarso_Dutra https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Jarbas_Passarinho https://pt.m.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rcio_de_Sousa_Melo https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Leonel_Tavares_Miranda_de_Albuquerque https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Costa_Cavalcanti https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Edmundo_de_Macedo_Soares_e_Silva O AI-5, o mais duro de todos os Atos Institucionais, foi emitido pelo presidente Artur da Costa e Silva em 13 de dezembro de 1968.[3] Isso resultou na perda de mandatos de parlamentares contrários aos militares, intervenções ordenadas pelo presidente nos municípios e estados e também na suspensão de quaisquer garantias constitucionais que eventualmente resultaram na institucionalização da tortura, comumente usada como instrumento pelo Estado.[4] Elaborado em 13 de dezembro de 1968, pelo então ministro da Justiça Luís Antônio da Gama e Silva, o AI-5 entrou em vigor durante o governo do presidente Costa e Silva em resposta a fatos anteriores, como uma passeata de mais de cem mil pessoas no Rio de Janeiro em protesto contra o assassinato do estudante Edson Luís de Lima Souto por um integrante da Polícia Militar do Rio de Janeiro[5] e da decisão da Câmara dos Deputados negando autorização para processar criminalmente o deputado federal Márcio Moreira Alves, que durante um discurso, em 2 de setembro de 1968, chamou o exército de "valhacouto de torturadores",[6] pediu ao povo brasileiro que boicotasse os desfiles do Dia da Independência do Brasil, e às mulheres, que se recusassem a se relacionar com militares.[7][8] Evidentemente, o decreto veio na esteira de ações e declarações de um grupo, conhecido dentro dos militares como linha-dura, que não queria devolver o poder aos civis.[5] Em outras palavras, era mais um pretexto para implementar medidas recomendadas pelos militares desde julho de 1968. Ele foi o instrumento que faltava para a ditadura, focada na figura do presidente, acabar com os direitos políticos de dissidentes e intervir nos municípios e estados. Sua primeira medida foi o fechamento do Congresso Nacional até 21 de outubro de 1969.[9] Antes do AI-5, 19 homens já haviam sido mortos por grupos armados de esquerda, dentre eles, um jornalista (Edson Régis de Carvalho), 4 PMs, um soldado (Mário Kozel Filho) e um Hélio Marcos Pena Beltrão Afonso Augusto de Albuquerque Lima Carlos Furtado de Simas Arquivo digitalizado no Wikimedia Commons Arquivo transcrito no Wikisource Ato Institucional Número Quatro Ato Institucional Número Seis [edite no Wikidata] Contexto histórico https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Artur_da_Costa_e_Silva https://pt.m.wikipedia.org/wiki/13_de_dezembro https://pt.m.wikipedia.org/wiki/1968 https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Tortura https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_Ant%C3%B4nio_da_Gama_e_Silva https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Passeata_dos_Cem_Mil https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Edson_Lu%C3%ADs_de_Lima_Souto https://pt.m.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rcio_Moreira_Alves https://pt.m.wikipedia.org/wiki/7_de_setembro https://pt.m.wikipedia.org/wiki/1968 https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Congresso_Nacional_do_Brasil https://pt.m.wikipedia.org/wiki/21_de_outubro https://pt.m.wikipedia.org/wiki/1969 https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Luta_armada_de_esquerda_no_Brasil https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Edson_R%C3%A9gis_de_Carvalho https://pt.m.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_Kozel_Filho https://pt.m.wikipedia.org/wiki/H%C3%A9lio_Beltr%C3%A3o https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Afonso_Augusto_de_Albuquerque_Lima https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Carlos_Furtado_de_Simas https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Ato_Institucional_N%C3%BAmero_Cinco.pdf https://pt.wikisource.org/wiki/Ato_Institucional_N%C3%BAmero_Cinco https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ato_Institucional_n.%C2%BA_4 https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ato_Institucional_n.%C2%BA_6 https://www.wikidata.org/wiki/Q2642410 sargento (Carlos Argemiro Camargo) do Exército Brasileiro e dois militares de exércitos estrangeiros, Charles Chandler e Maximilian Von Westernhagen.[10] As consequências imediatas do Ato Institucional Número Cinco foram: O Presidente da República recebeu autoridade para fechar o Congresso Nacional e as Assembleias Legislativas dos estados; esse poder foi usado assim que o AI-5 foi assinado, resultando no fechamento do Congresso Nacional e de todas as Assembleias Legislativas dos estados brasileiros (com exceção de São Paulo) por quase um ano; o poder de fechar forçadamente o Congresso Nacional seria novamente usado em 1977, durante a implantação do Pacote de Abril;[11] O Presidente da República e os Governadores dos Estados passaram a assumir, durante os períodos de recesso forçado das legislaturas federais e estaduais, respectivamente, as funções do poder legislativo, impondo ao Presidente e aos Governadores legislar por meio de decretos-leis, que tiveram a mesma força e efeito que as leis aprovadas pelas legislaturas. Esse poder incluiu o poder de legislar emendas constitucionais. Uma emenda constitucional global da Constituição de 1967 do Brasil (já adotada no âmbito da ditadura militar) foi promulgada em 1969 (Emenda Constitucional nº 1, também conhecida como a Constituição de 1969, porque todo o texto alterado e consolidado da Constituição foi reeditado como parte da emenda), sob a autoridade transferida para o Poder Executivo pelo AI-5; A permissão para o governo federal, sob pretexto de "segurança nacional", para intervir em estados e municípios, suspendendo as autoridades locais e nomeando interventores federais para dirigir os estados e os municípios; A censura prévia de música, cinema, teatro e televisão (uma obra poderia ser censurada se fosse entendida como uma subversão dos valores políticos e morais) e a censura da imprensa e de outros meios de comunicação;[2] A ilegalidade das reuniões políticas não autorizadas pela polícia; houve também diversos toques de recolher em todo o país; A suspensão do habeas corpus por crimes demotivação política;[12] O poder do Presidente da República de destituir sumariamente qualquer funcionário público, incluindo políticos oficialmente eleitos e juízes, se eles fossem subversivos ou não-cooperativos com o regime. Este poder foi amplamente utilizado durante o regime militar para desocupar os assentos dos membros do partido de oposição (MDB) no poder legislativo, de modo que as eleições fossem realizadas como de costume, mas a Consequências do AI-5 https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Carlos_Argemiro_Camargo https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ex%C3%A9rcito_Brasileiro https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Charles_Chandler https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Congresso_Nacional_do_Brasil https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Assembleia_Legislativa https://pt.m.wikipedia.org/wiki/1977 https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Pacote_de_Abril https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Poder_legislativo https://pt.m.wikipedia.org/wiki/1969 https://pt.m.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsica https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Cinema https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Teatro https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Televis%C3%A3o https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Imprensa https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADcia https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Toque_de_recolher https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Habeas_corpus https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Movimento_Democr%C3%A1tico_Brasileiro_(1966) composição do legislativo resultante das eleições era dramaticamente alterada pela cassação de mandatos de parlamentares da oposição. Isso, de facto, transformou o Congresso Nacional, as Assembleias Legislativas e as Câmaras de Vereadores em um "carimbo de aprovação" das elites militares. A cassação dos mandatos de parlamentares da oposição também afetou a composição do Colégio Eleitoral do Presidente da República (sob a Constituição de 1967 e a emenda de 1969, adotadas sob o regime militar, o Presidente era escolhido por um colégio eleitoral constituído por todo o Congresso Nacional e de delegados escolhidos pelas Assembleias Estaduais). Assim, não só as eleições para o Poder Executivo foram indiretas, mas as vagas criadas na composição dos órgãos legislativos afetaram a composição do Colégio Eleitoral, que também se tornaram subordinados aos militares; O poder do Presidente de decretar a suspensão dos direitos políticos dos cidadãos considerados subversivos, privando-os por até dez anos da capacidade de votação ou de eleição; A legitimidade instantânea de certos tipos de decretos emitidos pelo Presidente, que não foram sujeitos a revisão judicial. De acordo com essas disposições, os Atos Institucionais, e qualquer ação baseada em um Ato Institucional (como um decreto que suspende direitos políticos ou remove alguém do cargo), não estavam sujeitas a revisão judicial. O ato institucional foi assinado, na ordem em que os nomes aparecem no documento oficial, por:[13] Costa e Silva Luís Antônio da Gama e Silva Augusto Rademaker Aurélio de Lira Tavares José de Magalhães Pinto Antônio Delfim Netto Mário Andreazza Tarso Dutra Ivo Arzua Pereira Jarbas Passarinho Signatários Discurso de Luís Antônio da Gama e Silva, Ministro da Justiça, justificando e lendo o AI 5 em rede nacional de rádio https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o_brasileira_de_1967 https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Col%C3%A9gio_eleitoral https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Costa_e_Silva https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_Ant%C3%B4nio_da_Gama_e_Silva https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Augusto_Rademaker https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Aur%C3%A9lio_de_Lira_Tavares https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_de_Magalh%C3%A3es_Pinto https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_Delfim_Netto https://pt.m.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_Andreazza https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Tarso_Dutra https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ivo_Arzua_Pereira https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Jarbas_Passarinho Um grupo de senadores da ARENA, o partido criado para apoiar a ditadura, discordou enfaticamente da medida adotada pelo presidente Costa e Silva. Liderados por Daniel Krieger, assinaram um manifesto de discordância. Dentre os assinantes do manifesto estavam os seguintes nomes: Gilberto Marinho, Milton Campos, Carvalho Pinto, Eurico Resende, Manuel Cordeiro Vilaça, Wilson Gonçalves, Aluísio Lopes de Carvalho Filho, Antônio Carlos Konder Reis, Ney Braga, Rui Palmeira, Teotônio Vilela, José Cândido Ferraz, Leandro Maciel, Vitorino Freire, Arnon de Melo, Clodomir Millet, José Guiomard, Valdemar Alcântara e Júlio Leite.[carece de fontes ? ] Em 13 de outubro de 1978, no governo Ernesto Geisel, foi promulgada a emenda constitucional nº 11, cujo artigo 3º revogava todos os atos institucionais e complementares que fossem contrários à Constituição Federal. Diz a emenda: "ressalvados os efeitos dos atos praticados com bases neles, os quais estão excluídos de apreciação judicial",[14] restaurando o habeas corpus. A emenda constitucional entrou em vigor no dia 1 de janeiro de 1979, como parte da abertura política iniciada em 1974.[11] Leonel Tavares Miranda de Albuquerque Márcio de Sousa Melo José Costa Cavalcanti Edmundo de Macedo Soares e Silva Hélio Beltrão Afonso Augusto de Albuquerque Lima Carlos Furtado de Simas 1. Helms, Richard (1969). The situation in Brazil [A situação no Brasil] (https://www.cia.gov/li brary/readingroom/docs/DOC_0000753959.pdf) (PDF). Special National Intelligence Estimate Number 93-69 (em inglês). [S.l.]: CIA. 24 páginas. 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