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Maria Izabel F. Fontenele Costa Saúde – Reflexões “Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença.” Conceito “idealizado” de Saúde Saúde não é um estado estável Organização Mundial de Saúde (OMS)/1948 CARACTERÍSTICAS “O que caracteriza a saúde é a possibilidade de ultrapassar a norma que define o normal momentâneo, a possibilidade de tolerar infrações à norma habitual e de instituir normas novas em situações novas.” BOA SAÚDE “Ser sadio significa não apenas ser normal numa situação determinada, mas ser, também, normativo, nessa situação e em outras situações eventuais.” “Estar em boa saúde é poder cair doente e se recuperar; é um luxo biológico.” SEGURANÇA E SEGUROS “A saúde é um conjunto de seguranças e seguros (...) seguranças no presente e seguros para prevenir o futuro.” CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 SEÇÃO II – DA SAÚDE Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990 – LEI ORGANICA DA SAÚDE Art. 3º. A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País. DETERMINAÇÃO SOCIAL DA SAÚDE Política Nacional de Promoção à Saúde - PNPS Maria Izabel F. Fontenele Costa Concepção Ampliada de Saúde Saúde como produto social – construção social Saúde como recurso para viver a vida - qualidade de vida Saúde como construção subjetiva, não como normatividade. Saúde como direito humano fundamental, portanto imperativo ético – fator chave de cidadania e base de contrato social Saúde como meio e fim do desenvolvimento – entendido como liberdade de privações Saúde como sistema sustentável de proteção coletiva e cuidado individual integral Olhar histórico As estratégias da Promoção da Saúde - movimento ideológico e social que ganha intensidade nos últimos 40 anos, no Canadá, Estados Unidos e países da Europa Ocidental, com avanços mais lentos na América Latina e Caribe. As Conferências Internacionais, a partir da Primeira Conferência Internacional de Promoção da Saúde realizada em Ottawa, em 1986, têm difundido conceitos básicos que exigem a revigoração da saúde pública em torno do compromisso de saúde para todos. O tema da Conferência de Ottawa centrou-se na reconceituação de saúde e de Promoção da Saúde. As discussões de Ottawa tiveram como parâmetros a Declaração de Alma-Ata para os Cuidados Primários em Saúde (1978) e debates posteriores realizados ao redor do mundo. CONCEITO DE PROMOÇÃO DA SAÚDE (OTTAWA, 1986) “O processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo.” CARTA DE OTTAWA (1986) 1. Implementação de políticas públicas saudáveis 2. Criação de ambientes saudáveis 3. Reforço da ação comunitária 4. Desenvolvimento de habilidades pessoais 5. Reorientação do sistema de saúde O que é promoção da saúde? A saúde deve ser vista como um recurso para a vida e não como objetivo de viver. Neste sentido, a saúde é um conceito positivo, que enfatiza os recursos sociais e pessoais, bem como as capacidades físicas. Assim, a PS não é responsabilidade exclusiva do setor saúde, e vai além de um estilo de vida saudável, na direção de um bem estar global (Brasil, MS, 1996). PROMOÇÃO DA SAÚDE E O SUS A PS tem tido grande importância na construção do SUS, uma vez que chama a atenção para a ampliação das práticas, a diversificação e qualificação do leque de ofertas, assim como da necessidade de estabelecer processos de intervenção marcados pela intersetorialidade e interdisciplinaridade. Maria Izabel F. Fontenele Costa Esta agenda se completa, entretanto, com a necessidade de transformações na clínica, no trabalho em equipe e em outras dimensões da gestão e da atenção à saúde. DA PREVENÇÃO DE DOENÇAS À DEFESA DA VIDA Novo paradigma de pensamento e ação em saúde – crítico, mas não oposto ao paradigma biomédico Movimento social por mudanças políticas e culturais em saúde – no Estado e na sociedade Promoção e Prevenção da Saúde X Maria Izabel F. Fontenele Costa AÇÃO DE PREVENÇÃO OU PROMOÇÃO?? ‘’ O território da UBS Mundo Novo apresenta grande número de casos de adolescentes grávidas. Para esse enfrentamento a unidade de saúde disponibilizou preservativos masculinos, no balcão da recepção da unidade.’’ - Trata-se de uma ação de PREVENÇÃO. Quanto as ações de promoção, quais poderiam ser realizadas?? O território da UBS Mundo Novo apresenta número significativamente maior de casos de adolescentes grávidas, em relação à média de casos municipal. Para esse enfrentamento, a gerência da UBS realizou um planejamento de ações com todos os profissionais da unidade (profissionais (profissionais da limpeza, atendentes, enfermeiros, técnicos de enfermagem, agentes comunitários de saúde, médicos, dentistas, equipe da saúde mental, gerente e equipe administrativa). Neste planejamento identificaram a necessidade de: Elaborar um fluxo para o atendimento à adolescente que procura a unidade para a realização do teste rápido de gravidez e que solicitam a pílula do dia seguinte. Solicitar o apoio do setor de Educação Permanente em Saúde da Secretaria de Saúde para realizar uma ação de formação em serviço sobre abordagens inovadoras para o trabalho com adolescentes. Propor reunião com os diretores e professores da escola local, a fim de elaborar estratégias para a abordagem dos jovens e posteriormente envolver a família. Realizar encontros com jovens na comunidade local (associação de moradores; espaços de lazer, cultura...) Desenvolver um projeto de comunicação local e municipal para informar os riscos da gravidez na adolescências. ESTRATÉGIAS DE PROMOÇÃO DA SAÚDE 1. Plano das Políticas e Serviços de Saúde 2. Plano do conjunto das políticas públicas – intersetorialidade 3. Plano das políticas de desenvolvimento (loca, regional, nacional) Política Nacional de Promoção da Saúde – PNPS A Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) foi instituída pela Portaria MS/GM nº 687, de 30 de março de 2006. Foi redefinida pela Portaria no 2.446, de 11 de novembro de 2014. A Portaria nº 2.446/2014 foi revogada pela Portaria de Consolidação no 2, de 28 de setembro de 2017, que consolida as normas sobre as políticas nacionais de saúde do SUS. Maria Izabel F. Fontenele Costa DIRETRIZES O estímulo à cooperação e à articulação intrassetorial e intersetorial O fomento ao planejamento de ações territorialidades de promoção da saúde com base no conhecimento de contextos locais e no respeito às diversidades O incentivo à gestão democrática, participativa e transparente para fortalecer a participação, o controle social e as corresponsabilidades de sujeitos, coletividades, instituições e de esferas governamentais e da sociedade civil. O apoio à formação e à educação permanente em promoção da saúde A incorporação das intervenções de promoção da saúde no modelo de atenção à saúde, especialmente as ações intersetoriais. A organização dos processos de gestão e de planejamento das variadas ações intersetoriais (Rede de Saúde) TEMAS PRIORITÁRIOS 1. Formação e educação permanente em saúde (PNEPS) 2. Alimentação adequada e saudável3. Práticas corporais e atividades físicas 4. Enfrentamento ao uso do tabaco e de seus derivados 5. Enfrentamento do uso abusivo do álcool e outras drogas 6. Promoção da mobilidade segura 7. Promoção da cultura de paz e dos direitos humanos 8. Promoção do desenvolvimento sustentável EIXOS OPERACIONAIS I. Territorialização II. Articulação e cooperação intrassetorial e intersetorial III. Rede de Atenção à Saúde IV. Participação e controle social: Ampliação da representação e da inclusão de sujeitos na elaboração de políticas públicas e nas decisões relevantes que afetam a vida dos indivíduos, da comunidade e dos seus contextos. V. Gestão. VI. Educação e formação (Política Nacional de Educação Permanente em Saúde). VII. Vigilância, monitoramento e avaliação. VIII. Produção e disseminação de conhecimentos e saberes. IX. Comunicação social e mídia. TEMAS TRANSVERSAIS 1. Determinantes Sociais em Saúde – equidade e respeito a diversidade 2. Desenvolvimento sustentável 3. Produção de saúde e cuidado 4. Ambientes e territórios saudáveis 5. Vida no trabalho 6. Cultura de paz e direitos humanos Maria Izabel F. Fontenele Costa O que é a educação em saúde? Ferramentas que valoriza os contextos sociais, econômicos e culturais da comunidade, aliados ao processo de promoção da saúde e pautado em elações dialógicas e na valorização do saber popular. EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE As medidas em educação para a saúde foram definidas em 1980 pelo Ministério da Saúde e visavam criar condições para produzir transformação de comportamento!! Tem como objetivos: 1. Integralidade 2. Capacitação da comunidade 3. Relação dialógica entre trabalhadores e usuários 4. Respeito e valorização das experiências, das histórias de vida e visões de mundo 5. Autonomia DESAFIOS DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE FECHAMENTO “Nós fizemos a reforma sanitária que criou o SUS, mas o núcleo dele, desumanizado, medicalizado, está errado. Temos de entrar no coração deste modelo e mudar. Qual o fundamento? Primeiro, a promoção da saúde, e não da doença. O SUS tem de, em primeiro lugar, perguntar o que está acontecendo no cotidiano das vidas das pessoas e como pode intervir para torná-las mais saudáveis’’. Sérgio Arouca
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