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INTRODUÇÃO AO PROJETO ARQUITETÔNICO Cássia Morais Mano Teorias e métodos projetuais Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Reconhecer os métodos projetuais. � Identificar os processos de organização de um projeto de arquitetura. � Avaliar a importância da organização do processo projetual. Introdução O conceito de método refere-se ao conjunto de procedimentos, regras e técnicas utilizado para chegar à determinada solução. Trata-se da maneira como você organizará as etapas de trabalho, de modo objetivo e cons- ciente, para atingir o resultado: a elaboração de um projeto de arquitetura. Você sabia que o método nem sempre foi utilizado na arquitetura? Nas primeiras escolas da área, o aluno aprendia diretamente no ateliê do arquiteto, mas essa maneira de aprender a projetar foi modificando-se ao longo dos anos. Neste capítulo, serão analisados os principais métodos utilizados na elaboração de um projeto arquitetônico. Vamos avaliar a importância do uso de método no processo projetual e como sua utilização pode facilitar o processo criativo, além de identificar os processos de organização de um projeto de arquitetura e verificar a importância da organização do processo projetual em etapas de desenvolvimento. Métodos projetuais em arquitetura Aprender a projetar em arquitetura nem sempre foi ensinado por meio de uma metodologia projetual clara. A história da profissão é marcada pelo modelo francês (século XIX), com influência da Escola de Belas Artes (arquitetura) e da Escola Politécnica (engenharia). A Escola Politécnica adotava um manual composto por tipologias arquitetônicas, elaborado por Jean-Nicolas-Durand, chamado de Coleção Tipos de Edifícios Antigos e Modernos, em que apren- der a projetar consistia em dominar a composição das partes de um edifício. Por outro lado, na Escola de Belas Artes, que tinha a tradição acadêmica da imitação de estilos, havia um manual didático para iniciantes redigido por Julien Guadet. Durante muitos anos, o livro foi a referência mais popular entre estudantes e arquitetos nas primeiras décadas do século XX (MACIEL, 2009). Esse livro era chamado de Elementos e Teoria da Arquitetura, e apresentava exemplares de edificações, por vezes partes delas, que formavam o repertório dos alunos. Em ambas as escolas, o aluno aprendia as disciplinas teóricas e deveria acompanhar o cotidiano da profissão no ateliê de um arquiteto. Aprendia-se fazendo. O termo projeto tem sua origem nos vocábulos latinos: jactare (verbo que significa “lançar”, “arremessar”); pro (preposição que significa “em frente de”, “a favor de”); projectio (substantivo que significa “ação de lançar para a frente”); projectus (adjetivo que significa “lançado para a frente”, “saliente”); projicere (verbo que significa “lançar para a frente”) (SILVA, 1998). Em outras palavras, fazer um projeto é visualizar uma ideia para o futuro. Surgida após as instituições francesas de arquitetura, a Bauhaus foi uma escola de design fundada em 1919, onde a arquitetura passou a ser uma das atividades integrantes no ano de 1928. O ensino da arquitetura focava a prá- tica e a teoria, havia ênfase sobre os aspectos de composição do projeto, e o usuário era ignorado (MACIEL, 2009). A preocupação com o programa da edificação (atividades e usos) era deixada em segundo plano, predominando o estudo da forma e as questões plásticas e estéticas em torno da edificação. A partir dos anos de 1960, o estudo do processo criativo na arquitetura passou a ser mais explorado. A publicação de Christopher Alexander, Análise Teorias e métodos projetuais2 do Contexto e Síntese da Forma, e o simpósio sobre Metodologia do Projeto Arquitetônico realizado em 1967 colocaram luz sobre a questão metodológica (SILVA, 1998). Pesquisas desenvolvidas por Donald Schön, nos Estados Unidos, durante a década de 1970, tiveram como foco as interações entre professores e alunos nos ateliês de arquitetura e urbanismo (MEDEIROS; RESENDE, 2014). Apesar de não ter proposto métodos para a arquitetura, Schön contribuiu de forma significativa para a compreensão sobre a maneira de ensinar arquitetura, além de influenciar diversos trabalhos na área. Atualmente, a utilização de métodos projetuais em arquitetura é reconhe- cida, e várias técnicas são utilizadas como uma maneira de tornar a atividade de projetar interessante e criativa (exploração do processo lógico, exploração do processo criativo, avaliação e controle de tempo) (ABRAMOVITZ, 2013). Existem vários métodos de projeto utilizados em ateliês e escritórios de arqui- tetura, os quais podem ser divididos em dois tipos: os mais tradicionais, que focam o resultado final e as etapas de projeto (Figura 1); e os mais recentes, que priorizam o processo criativo de projetar em conjunto com as etapas de projeto. Já o método tradicional de ensino de arquitetura organiza as etapas de criação de forma linear, como mostra a Figura 2. Figura 1. Processo projetual na arquitetura. Fonte: Silva (1998, p.79). PR O BL EM A SO LU ÇÃ O Programa Incerteza decrescente De�nição crescente Estudos ProjetoAnteprojeto 3Teorias e métodos projetuais Confira um exemplo de proposta de método projetual! PROBLEMA DE PROJETO: NECESSIDADE HUMANA Pré-concepção � Planejamento ■ Cliente (definição, briefing): nome, idade, profissão, personalidade e características. ■ Cronograma: período de desenvolvimento do projeto. � Análise ■ Estudo de caso a) Materiais e soluções técnicas: estrutura, luz natural, tecnologias. b) Relações com o entorno: análises relativas à forma e ao contexto urbano. c) Fluxos e circulações: entrada, usos, definição dos espaços, inferior e exterior. d) Análise da forma (usar autor de preferência): massa, planta e elevação, unidade e conjunto, repetido e singular, simetria/equilíbrio, retícula/geometria, hierarquia, justaposição de superfícies. ■ Terreno – levantamento (fotos, mapas, etc.) a) Histórico, identidade e características do local: informações, levantamento de dados. b) Aspectos físicos: insolação, ventos, topografia, vegetação, hidrografia. c) Legislação: Plano Diretor, Código de Obras, Código Ambiental, Código de Zonea- mento, parcelamento do solo, sistema viário. d) Relações com o entorno: infraestrutura urbana (localização de postes, bueiros, pavimentação, sinalização, etc.), uso atual dos espaços vizinhos (indústria, comércio, residência, serviços), sistema viário (fluxos, hierarquias), potencial e deficiências do local (pontos positivos e negativos da área). Concepção � Início/criação ■ Conceito: perfil do cliente, programa de necessidades. ■ Partido (uso de técnicas criativas): mapa mental, listagem de atributos. � Estudos preliminares ■ Estudo de manchas: setorização (serviço, social, íntimo). ■ Fluxograma: ligação entre os ambientes. ■ Pré-dimensionamento. ■ Análise da proposta (Scamper/Mescrai). ■ Maquete de estudos. � Desenvolvimento do projeto ■ Funcionalidade ■ Estrutura e instalações ■ Estética ■ Materiais e acabamentos Teorias e métodos projetuais4 Pós-concepção � Graficação ■ Detalhes ■ Cobertura ■ Implantação/situação/localização ■ Fachadas ■ Cortes ■ Plantas � Finalização ■ Memorial descritivo/justificativo ■ Layout de pranchas ■ Maquete de apresentação � Apresentação ■ Oral ■ Gráfica Figura 2. Etapas de criação. Problema de projeto Programa de necessidades Estudo preliminar Anteprojeto Projeto arquitetônico Primeiramente, o problema projetual é apresentado ao aluno (elaborar o projeto de um quiosque, por exemplo) e, a partir desse problema, os itens relativos ao programa de necessidades serão elencados. O programa é o levan- tamento das informações pertinentes ao projeto, cujo propósito é responder às seguintes questões: o que precisa ter nesse projeto? Onde ele será construído? Existe alguma condicionante no terreno? Munido dessas informações, o aluno iniciará o estudo preliminar,que corresponde ao lançamento do projeto. A solução inicial volumétrica, que responderá às questões levantadas no programa de necessidades, é chamada de partido arquitetônico. Em seguida, teremos a etapa de anteprojeto – que consiste no desenvolvimento do partido arquitetônico com a justificativa da solução formal – e o desenvolvimento da representação gráfica (plantas baixas, cortes, fachadas) e volumétrica (maquete e perspectivas) do projeto. Por fim, é elaborado o projeto arquitetônico (também chamado de executivo), no qual a proposta definitiva é apresentada com os mesmos itens 5Teorias e métodos projetuais gráficos e volumétricos do anteprojeto, porém detalhados de maneira que permita a compreensão do projeto como um todo para sua possível execução (SILVA, 1998; MAHFUZ, 2003). Os métodos projetuais mais recentes em arquitetura buscam inspiração no Design, área de criação que apresenta vasta bibliografia metodológica, além de técnicas que priorizam o processo criativo, a fim de produzir a melhor solução. Não há uma “receita de bolo”, mas a composição de fases e etapas projetuais serve como uma bússola, orientando o processo criativo (ABRAMOVITZ, 2013; SPADOTTO; VECCHIA; WERGENES, 2011; BALESTRIN; SANTOS, 2014; PONZIO; MACHADO, 2015). De modo geral, com ênfase em uma etapa ou em outra, os métodos do Design aplicados à Arquitetura apresentam uma estrutura similar, conforme ilustra a Figura 3. Figura 3. Métodos do Design aplicados à Arquitetura. A análise corresponde à preconcepção do projeto, etapa em que serão realizados: a) definição do problema (o que se quer projetar); b) levantamento de dados por meio de imagens conceituais que remetam ao problema de projeto (técnica Moodboard: com o uso de colagens e desenhos, você expressa em imagens o sentimento que envolve o projeto); Teorias e métodos projetuais6 c) reflexão conceitual por meio de ideias e palavras que lembrem o tema de projeto (técnica Brainstorming); d) construção de cenários, ou a busca por um repertório de soluções prévias para o problema; tipologias possíveis que serão utilizadas como referência; e) identificação das condicionantes do lugar (características físico-espaciais que podem interferir no projeto, legislação, história do lugar, etc.). A síntese corresponde à concepção do projeto, momento em que será feita a verificação dos dados produzidos na análise por meio de um painel (espaço onde você organizará as principais ideias que remetem ao problema). Isso possibilita a visualização do problema como um todo, antes de iniciar a solução projetual. Assim, o aluno terá em mãos o conceito do projeto, podendo elaborar o partido arquitetônico que é a criação da forma (sempre haverá comparações e associações com a etapa de análise, para a validação da proposta). Aqui é desenvolvido o estudo preliminar, cujos itens entregues consistem em: zonea- mento dos usos, fluxograma das circulações, pré-dimensionamento, maquete de estudos, sugestão de sistema construtivo, conexões com o espaço aberto. A avaliação corresponde à pós-concepção, ou seja, a validação do estudo preliminar desenvolvido na síntese com maior detalhamento dos elementos que constituem o projeto arquitetônico. Nessa etapa, todos os itens necessários para a compreensão do projeto devem ser completos e definidos: conceito, zoneamento, fluxograma, sistema construtivo, projetos complementares (hi- dráulico, elétrico, ar-condicionado), detalhamento, mobiliário, ambientação/ interiores e definição do espaço aberto. A organização cíclica do processo criativo possibilita a verificação do conceito (desenvolvido na análise) nos passos subsequentes. Além disso, a conferência dos dados ocorre em todas as fases (análise, síntese e avaliação) por intermédio das seguintes questões: os objetivos e resultados foram alcan- çados? A solução formal proposta corresponde adequadamente ao problema de projeto? Essa maneira de projetar contribui para o desenvolvimento de um projeto criativo com maior flexibilidade na concepção, considerando que a criatividade não está nos elementos em si, mas em sua associação (MAHFUZ, 2003). A partir do estudo de vários métodos projetuais, um diagrama para a elaboração de um projeto arquitetônico é proposto, conforme mostra a Figura 4. O uso de um método estruturado permitirá uma visualização mais clara das etapas do projeto, além de auxiliar na compreensão da importância da análise inicial para o desenvolvimento do projeto arquitetônico (SPADOTTO; VECCHIA; WERGENES, 2011). 7Teorias e métodos projetuais Figura 4. Exemplo de método projetual arquitetônico. Passo a passo para a elaboração de um projeto arquitetônico: da concepção ao resultado. Fonte: adaptada de Spadotto, Vecchia e Wergenes (2011, p.100) e Ponzio e Machado (2015). Análise Síntese Avaliação De�nição do problema (o que se quer projetar) Levantamento dos dados (imagens conceituais que remetam ao problema) Re�exão conceitual (ideias, palavras que remetam ao problema) Construção de cenários (tipologias possíveis para solucionar o problema) Condicionantes do lugar (aspectos físicos do terreno, legislação, histórico do lugar, entorno imediato) Veri�cação dos dados Criação da forma (comparação e associação com os elementos da análise) Conceito Partido arquitetônico Estudo preliminar (zoneamento, �uxograma, pré-dimensionamento, maquete de estudos, sistema construtivo, conexão espaço aberto e edi�cação) Veri�cação das ideias/revisão (retomada da análise para validação do estudo preliminar) Objetivos/resultados Anteprojeto (conceito, justi�cativa, zoneamento, �uxograma, dimensionamento, maquete, sistema construtivo, detalhamentos, ambientação/ interiores, mobiliário, espaço aberto) Análise + Síntese = resultado atende o problema? Teorias e métodos projetuais8 O processo de criação em arquitetura não possui métodos rígidos ou universais entre os profissionais, embora alguns procedimentos sejam comumente utilizados, como: análise inicial do terreno (condicionantes), programa de necessidades, estudo preliminar, anteprojeto e projeto arquitetônico. Segundo Kowaltowski e colaboradores (2006), a dificuldade de encontrar uma metodologia na arquitetura deve-se ao fato de a área estar localizada entre a ciência e a arte, o que permite múltiplas abordagens do projeto arquitetônico. Organização do projeto arquitetônico O projeto de arquitetura é organizado em etapas, um processo que se inicia com o programa de necessidades do objeto a ser construído (definição do problema), passando pela busca por referências (projetos similares em que o programa foi resolvido da melhor forma possível), até chegar ao projeto arquitetônico em si. As etapas de projeto são muito utilizadas em escritórios de arquitetura uma vez que auxiliam a organização e a criação, além de ficar claro para o cliente qual é o produto que ele receberá ao final de cada etapa. Existem normas técnicas que norteiam o processo projetual e garantem a qualidade na construção civil. As mais importantes para a arquitetura são: � NBR16280:2015 Reformas em Edificações: trata dos requisitos para a elaboração de reformas em áreas privativas de edificações, considerando aspectos estruturais e construtivos, a fim de garantir a segurança dos envolvidos. � NBR 9050:2015 Acessibilidade: trata da acessibilidade universal a ser garantida em edificações: mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. � NBR 15575:2013 Edificações habitacionais – Desempenho: trata da qualidade da produção em habitação e estabelece normativas para sis- temas de piso, cobertura, hidrossanitário, etc., garantindo a segurança dos usuários e a funcionalidade adequada da edificação. � NBR 13532:1995 Elaboração de projetos de edificações – Arquitetura: trata da elaboração de projetos de arquitetura; descreve as etapas do projeto arquitetônico e as características que devem estar presentes para garantir o bom desempenho da edificação. 9Teorias e métodos projetuais� NBR 6492:1994 Representação de projetos de Arquitetura: trata do projeto arquitetônico e de sua representação gráfica: formatos de folhas, escalas do desenho e parâmetros técnicos. A seguir, estão elencados tópicos importantes para a organização do projeto (BALESTRIN; SANTOS, 2014; PONZIO; MACHADO, 2015): � Programa de necessidades: partindo de uma situação-problema, define- -se o programa,, ou seja, “o que quer/precisa ter nesse projeto”. No exercício acadêmico, esse programa é definido pelo professor e, na profissão, é definido pelo cliente em conjunto com o arquiteto. Um exemplo de programa de necessidades: casa com área aproximada de 100m², três quartos, dois banheiros, sala, cozinha, lavanderia, varanda, garagem para um carro, etc. � Conceito: intenção do projetista em relação à solução proposta; atua como uma linha-guia, ou seja, como uma referência para o processo criativo. � Partido arquitetônico: surge a partir do desenvolvimento do programa de necessidades; é a síntese das principais características do projeto traduzida pela forma arquitetônica escolhida. � Estudo preliminar: a situação-problema passa a ter uma definição mais clara com o intuito de desenvolver uma proposta para o anteprojeto. São trabalhados os aspectos de concepção da proposta de projeto: conceito, partido arquitetônico e aspectos formais. � Anteprojeto: proposta arquitetônica que soluciona a situação-problema, com seus aspectos definidos e justificados nas etapas anteriores. Importância da organização do processo projetual Aprender a projetar de forma organizada com o emprego de métodos projetuais é fundamental para a compreensão da arquitetura, embora não exista uma teoria específica que apresente a maneira mais adequada para ensinar a projetar (ARSENIC; LONGO; BORGES, 2011). A presença da metodologia nos ateliês é importante, pois há evidências de que os alunos encontram dificuldades no processo de projeto e, muitas vezes, acabam elaborando cópias ou réplicas Teorias e métodos projetuais10 de projetos existentes, sem compreender as condicionantes do lugar onde é proposto o seu projeto (ARSENIC; LONGO; BORGES, 2011; SPADOTTO; VECCHIA; WERGENES, 2011). Na Figura 5, apresentamos uma análise de terreno que demonstra a importância de saber para onde se está projetando, para qual público e com que finalidade. A organização do processo projetual em etapas garante a padronização dos resultados entregues por diferentes profissionais da área da arquitetura. A organização desse processo deve ser garantida, uma vez que o projeto ar- quitetônico é a comunicação da ideia de edificação elaborada pelo arquiteto, devendo ser bem compreendido pelo receptor (cliente, engenheiro, mestre de obras, etc.). Vale reforçar que o processo projetual auxilia a distribuição do tempo e das tarefas, além de garantir maior qualidade ao produto final. Figura 5. Exemplo de análise de terreno. 11Teorias e métodos projetuais Croquis são desenhos que representam as primeiras ideias sobre um projeto de arqui- tetura. A arquiteta Maristela Rodrigues organizou uma série de vídeos sobre croquis e desenhos em arquitetura. https://goo.gl/DWpXFY O arquiteto e urbanista dinamarquês Jan Gehl conta como passou a questionar a antiga forma de fazer arquitetura, voltada para a estética, adotando a prática de projetos voltados para os usuários da cidade. https://goo.gl/7hgQoL O projeto da residência AB House, realizado pelo escritório Jacobsen Arquitetura, é apresentado desde sua implantação no terreno até seus espaços internos, conferindo uma visão completa do projeto arquitetônico. https://goo.gl/5cdKXP Vamos imaginar que seu tio pediu para você fazer o projeto de uma mesa para a sua nova casa. Se você começar a desenhar imediatamente a ideia da mesa que está imaginando (um apoio central, rendonda, tampo de pedra, etc.), as chances de não ser a mesa desejada pelo seu tio são grandes. Agora, se você colher algumas informações básicas antes de iniciar o projeto, como: onde a mesa ficará localizada, existe preferência por algum material, quantas pessoas utilizarão a mesa, e assim por diante, não só o processo de projetar será mais fácil, como o resultado ficará mais próximo do que o seu tio imagina. Essa regra é fundamental e serve para qualquer tipo de projeto arquitetônico. Teorias e métodos projetuais12 https://goo.gl/DWpXFY https://goo.gl/7hgQoL https://goo.gl/5cdKXP 1. O Arquiteto Vicente Del Rio (1998), no livro Projeto de Arquitetura: entre criatividade e método, afirma que o uso do método projetual pode proporcionar maiores estímulos à criatividade do que o método intuitivo tradicional (em que a concepção do partido arquitetônico é baseada na imitação de outros projetos conhecidos). Os estudos sobre metodologia projetual em arquitetura tiveram início: a) na Escola de Belas Artes, localizada na França. b) na Escola Politécnica, localizada na França. c) na Escola Bauhaus, localizada na Alemanha. d) sempre existiram estudos sobre metodologia projetual em arquitetura. e) a partir dos anos de 1960, na Inglaterra. 2. Na aula de introdução ao projeto arquitetônico, o professor ressaltou que o arquiteto é um formulador de conceitos. Sobre o conceito em projeto de arquitetura, aponte a alternativa correta. a) Trata-se de uma técnica aplicada no projeto arquitetônico. b) Corresponde à solução formal dada pelo arquiteto para resolver o problema de projeto. c) Constitui a etapa final de um projeto de arquitetura. d) Corresponde à ideia que irá auxiliar o direcionamento para a solução de projeto. e) É dispensável na elaboração de um projeto arquitetônico. 3. Durante o exercício de projeto arquitetônico, é comum o aluno querer saltar direto para a solução final, sem compreender as reais necessidades do usuário e as condicionantes do lugar, aspectos fundamentais para produzir uma solução adequada. Sobre a metodologia projetual, aponte a alternativa correta. a) Pode dificultar a compreensão das questões que envolvem o projeto. b) Não auxilia o processo criativo, uma vez que impõe uma linha de raciocínio obrigatória para o aluno. c) Todos os arquitetos utilizam métodos projetuais. d) Contribui somente para o estudo preliminar. e) Auxilia o aluno a mapear os caminhos gerais que orientam o processo de criação, identificando o que há de comum e racional nessa trajetória. 4. Você precisa avaliar uma etapa de projeto arquitetônico produzida pelo seu colega de sala de aula, o qual apresentou o conceito a ser utilizado no projeto, a análise do terreno e um croqui com a volumetria básica. Em qual etapa de projeto arquitetônico o seu colega se encontra? a) Programa de necessidades. b) Estudo preliminar. c) Anteprojeto. d) Projeto executivo. e) Projeto legal. 13Teorias e métodos projetuais 5. Imagine que você está pesquisando referências de projeto para a disciplina de projeto arquitetônico e encontra os seguintes desenhos de um aluno do semestre anterior: Algeroz em chapa galvanizada dobrada Cano furado para drenagem em pvc Ø100mm Impermeabilização geomembrana PEAD o=2mm Camada de regularização caimento i=5% Substrato retirado do terreno Vegetação Você pode afirmar que esse projeto encontra-se em qual etapa? a) Projeto executivo. b) Anteprojeto. c) Projeto legal. d) Programa de necessidades. e) Estudo preliminar. Teorias e métodos projetuais14 ABRAMOVITZ, J. Metodologia de projeto. Desenvolvimento de material didático ou instrucional – Design. Revisado. Rio de Janeiro, 2013. ARSENIC, N.; LONGO, O. C.; BORGES, M. M. O ensino e aprendizagem da disciplina Projeto no curso de Arquitetura e Urbanismo. CES Revista, v. 25, 2011. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6492: representação de projetos de arquitetura. Rio de Janeiro, 1994. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: acessibilidade a edifica- ções, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2015. ASSOCIAÇÃOBRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13532: elaboração de projetos de edificações – arquitetura. Rio de Janeiro, 1995. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575: edificações habitacio- nais – desempenho. Rio de Janeiro, 2013. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16280: reformas em edificações - sistemas de gestão de reformas - requisitos. Rio de Janeiro, 2015. BALESTRIN, Z. R.; SANTOS, A. G. Estudo das etapas de elaboração do projeto ar- quitetônico, visando à construção de uma metodologia aplicável às disciplinas de projeto de arquitetura. 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Acesso em: 21 mar. 2018. REIS, A. T. L. Repertório, análise e síntese: uma introdução ao projeto arquitetônico. Porto Alegre: Ed. da UFRGS, 2002. Teorias e métodos projetuais16 https://editora.unoesc.edu.br/index.php/acet/article/viewFile/708/ http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/han- Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo:
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