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TEORIA E METODOS PROJETUAIS

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INTRODUÇÃO 
AO PROJETO 
ARQUITETÔNICO
Cássia Morais Mano
 
Teorias e métodos 
projetuais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer os métodos projetuais.
 � Identificar os processos de organização de um projeto de arquitetura.
 � Avaliar a importância da organização do processo projetual.
Introdução
O conceito de método refere-se ao conjunto de procedimentos, regras e 
técnicas utilizado para chegar à determinada solução. Trata-se da maneira 
como você organizará as etapas de trabalho, de modo objetivo e cons-
ciente, para atingir o resultado: a elaboração de um projeto de arquitetura. 
Você sabia que o método nem sempre foi utilizado na arquitetura? Nas 
primeiras escolas da área, o aluno aprendia diretamente no ateliê do 
arquiteto, mas essa maneira de aprender a projetar foi modificando-se 
ao longo dos anos. 
Neste capítulo, serão analisados os principais métodos utilizados na 
elaboração de um projeto arquitetônico. Vamos avaliar a importância do 
uso de método no processo projetual e como sua utilização pode facilitar 
o processo criativo, além de identificar os processos de organização de 
um projeto de arquitetura e verificar a importância da organização do 
processo projetual em etapas de desenvolvimento. 
Métodos projetuais em arquitetura 
Aprender a projetar em arquitetura nem sempre foi ensinado por meio de uma 
metodologia projetual clara. A história da profissão é marcada pelo modelo 
francês (século XIX), com influência da Escola de Belas Artes (arquitetura) e 
da Escola Politécnica (engenharia). A Escola Politécnica adotava um manual 
composto por tipologias arquitetônicas, elaborado por Jean-Nicolas-Durand, 
chamado de Coleção Tipos de Edifícios Antigos e Modernos, em que apren-
der a projetar consistia em dominar a composição das partes de um edifício. 
Por outro lado, na Escola de Belas Artes, que tinha a tradição acadêmica da 
imitação de estilos, havia um manual didático para iniciantes redigido por 
Julien Guadet. Durante muitos anos, o livro foi a referência mais popular entre 
estudantes e arquitetos nas primeiras décadas do século XX (MACIEL, 2009). 
Esse livro era chamado de Elementos e Teoria da Arquitetura, e apresentava 
exemplares de edificações, por vezes partes delas, que formavam o repertório 
dos alunos. Em ambas as escolas, o aluno aprendia as disciplinas teóricas 
e deveria acompanhar o cotidiano da profissão no ateliê de um arquiteto. 
Aprendia-se fazendo.
O termo projeto tem sua origem nos vocábulos latinos: jactare (verbo que significa 
“lançar”, “arremessar”); pro (preposição que significa “em frente de”, “a favor de”); projectio 
(substantivo que significa “ação de lançar para a frente”); projectus (adjetivo que significa 
“lançado para a frente”, “saliente”); projicere (verbo que significa “lançar para a frente”) 
(SILVA, 1998). Em outras palavras, fazer um projeto é visualizar uma ideia para o futuro. 
Surgida após as instituições francesas de arquitetura, a Bauhaus foi uma 
escola de design fundada em 1919, onde a arquitetura passou a ser uma das 
atividades integrantes no ano de 1928. O ensino da arquitetura focava a prá-
tica e a teoria, havia ênfase sobre os aspectos de composição do projeto, e o 
usuário era ignorado (MACIEL, 2009). A preocupação com o programa da 
edificação (atividades e usos) era deixada em segundo plano, predominando 
o estudo da forma e as questões plásticas e estéticas em torno da edificação.
A partir dos anos de 1960, o estudo do processo criativo na arquitetura 
passou a ser mais explorado. A publicação de Christopher Alexander, Análise 
Teorias e métodos projetuais2
do Contexto e Síntese da Forma, e o simpósio sobre Metodologia do Projeto 
Arquitetônico realizado em 1967 colocaram luz sobre a questão metodológica 
(SILVA, 1998). Pesquisas desenvolvidas por Donald Schön, nos Estados Unidos, 
durante a década de 1970, tiveram como foco as interações entre professores e 
alunos nos ateliês de arquitetura e urbanismo (MEDEIROS; RESENDE, 2014). 
Apesar de não ter proposto métodos para a arquitetura, Schön contribuiu de 
forma significativa para a compreensão sobre a maneira de ensinar arquitetura, 
além de influenciar diversos trabalhos na área. 
Atualmente, a utilização de métodos projetuais em arquitetura é reconhe-
cida, e várias técnicas são utilizadas como uma maneira de tornar a atividade 
de projetar interessante e criativa (exploração do processo lógico, exploração 
do processo criativo, avaliação e controle de tempo) (ABRAMOVITZ, 2013). 
Existem vários métodos de projeto utilizados em ateliês e escritórios de arqui-
tetura, os quais podem ser divididos em dois tipos: os mais tradicionais, que 
focam o resultado final e as etapas de projeto (Figura 1); e os mais recentes, 
que priorizam o processo criativo de projetar em conjunto com as etapas de 
projeto. Já o método tradicional de ensino de arquitetura organiza as etapas 
de criação de forma linear, como mostra a Figura 2.
Figura 1. Processo projetual na arquitetura.
Fonte: Silva (1998, p.79).
PR
O
BL
EM
A
SO
LU
ÇÃ
O
Programa
Incerteza decrescente
De�nição crescente
Estudos ProjetoAnteprojeto
3Teorias e métodos projetuais
Confira um exemplo de proposta de método projetual!
PROBLEMA DE PROJETO: NECESSIDADE HUMANA
Pré-concepção
 � Planejamento
 ■ Cliente (definição, briefing): nome, idade, profissão, personalidade e características.
 ■ Cronograma: período de desenvolvimento do projeto.
 � Análise
 ■ Estudo de caso
a) Materiais e soluções técnicas: estrutura, luz natural, tecnologias.
b) Relações com o entorno: análises relativas à forma e ao contexto urbano.
c) Fluxos e circulações: entrada, usos, definição dos espaços, inferior e exterior.
d) Análise da forma (usar autor de preferência): massa, planta e elevação, unidade e 
conjunto, repetido e singular, simetria/equilíbrio, retícula/geometria, hierarquia, 
justaposição de superfícies.
 ■ Terreno – levantamento (fotos, mapas, etc.)
a) Histórico, identidade e características do local: informações, levantamento de dados.
b) Aspectos físicos: insolação, ventos, topografia, vegetação, hidrografia.
c) Legislação: Plano Diretor, Código de Obras, Código Ambiental, Código de Zonea-
mento, parcelamento do solo, sistema viário.
d) Relações com o entorno: infraestrutura urbana (localização de postes, bueiros, 
pavimentação, sinalização, etc.), uso atual dos espaços vizinhos (indústria, comércio, 
residência, serviços), sistema viário (fluxos, hierarquias), potencial e deficiências do 
local (pontos positivos e negativos da área).
Concepção
 � Início/criação
 ■ Conceito: perfil do cliente, programa de necessidades.
 ■ Partido (uso de técnicas criativas): mapa mental, listagem de atributos.
 � Estudos preliminares
 ■ Estudo de manchas: setorização (serviço, social, íntimo).
 ■ Fluxograma: ligação entre os ambientes.
 ■ Pré-dimensionamento.
 ■ Análise da proposta (Scamper/Mescrai).
 ■ Maquete de estudos.
 � Desenvolvimento do projeto
 ■ Funcionalidade
 ■ Estrutura e instalações
 ■ Estética
 ■ Materiais e acabamentos
Teorias e métodos projetuais4
Pós-concepção
 � Graficação
 ■ Detalhes
 ■ Cobertura
 ■ Implantação/situação/localização
 ■ Fachadas
 ■ Cortes
 ■ Plantas
 � Finalização
 ■ Memorial descritivo/justificativo
 ■ Layout de pranchas
 ■ Maquete de apresentação
 � Apresentação
 ■ Oral
 ■ Gráfica
Figura 2. Etapas de criação.
Problema
de projeto
Programa de
necessidades
Estudo
preliminar
Anteprojeto Projeto
arquitetônico
Primeiramente, o problema projetual é apresentado ao aluno (elaborar 
o projeto de um quiosque, por exemplo) e, a partir desse problema, os itens 
relativos ao programa de necessidades serão elencados. O programa é o levan-
tamento das informações pertinentes ao projeto, cujo propósito é responder às 
seguintes questões: o que precisa ter nesse projeto? Onde ele será construído? 
Existe alguma condicionante no terreno? Munido dessas informações, o aluno 
iniciará o estudo preliminar,que corresponde ao lançamento do projeto. A 
solução inicial volumétrica, que responderá às questões levantadas no programa 
de necessidades, é chamada de partido arquitetônico. Em seguida, teremos a 
etapa de anteprojeto – que consiste no desenvolvimento do partido arquitetônico 
com a justificativa da solução formal – e o desenvolvimento da representação 
gráfica (plantas baixas, cortes, fachadas) e volumétrica (maquete e perspectivas) 
do projeto. Por fim, é elaborado o projeto arquitetônico (também chamado de 
executivo), no qual a proposta definitiva é apresentada com os mesmos itens 
5Teorias e métodos projetuais
gráficos e volumétricos do anteprojeto, porém detalhados de maneira que 
permita a compreensão do projeto como um todo para sua possível execução 
(SILVA, 1998; MAHFUZ, 2003).
Os métodos projetuais mais recentes em arquitetura buscam inspiração no 
Design, área de criação que apresenta vasta bibliografia metodológica, além de 
técnicas que priorizam o processo criativo, a fim de produzir a melhor solução. 
Não há uma “receita de bolo”, mas a composição de fases e etapas projetuais 
serve como uma bússola, orientando o processo criativo (ABRAMOVITZ, 
2013; SPADOTTO; VECCHIA; WERGENES, 2011; BALESTRIN; SANTOS, 
2014; PONZIO; MACHADO, 2015). De modo geral, com ênfase em uma etapa 
ou em outra, os métodos do Design aplicados à Arquitetura apresentam uma 
estrutura similar, conforme ilustra a Figura 3.
Figura 3. Métodos do Design aplicados à Arquitetura.
A análise corresponde à preconcepção do projeto, etapa em que serão 
realizados: 
a) definição do problema (o que se quer projetar); 
b) levantamento de dados por meio de imagens conceituais que remetam 
ao problema de projeto (técnica Moodboard: com o uso de colagens 
e desenhos, você expressa em imagens o sentimento que envolve o 
projeto); 
Teorias e métodos projetuais6
c) reflexão conceitual por meio de ideias e palavras que lembrem o tema 
de projeto (técnica Brainstorming);
d) construção de cenários, ou a busca por um repertório de soluções 
prévias para o problema; tipologias possíveis que serão utilizadas como 
referência; 
e) identificação das condicionantes do lugar (características físico-espaciais 
que podem interferir no projeto, legislação, história do lugar, etc.).
A síntese corresponde à concepção do projeto, momento em que será feita 
a verificação dos dados produzidos na análise por meio de um painel (espaço 
onde você organizará as principais ideias que remetem ao problema). Isso 
possibilita a visualização do problema como um todo, antes de iniciar a solução 
projetual. Assim, o aluno terá em mãos o conceito do projeto, podendo elaborar 
o partido arquitetônico que é a criação da forma (sempre haverá comparações 
e associações com a etapa de análise, para a validação da proposta). Aqui é 
desenvolvido o estudo preliminar, cujos itens entregues consistem em: zonea-
mento dos usos, fluxograma das circulações, pré-dimensionamento, maquete 
de estudos, sugestão de sistema construtivo, conexões com o espaço aberto.
A avaliação corresponde à pós-concepção, ou seja, a validação do estudo 
preliminar desenvolvido na síntese com maior detalhamento dos elementos 
que constituem o projeto arquitetônico. Nessa etapa, todos os itens necessários 
para a compreensão do projeto devem ser completos e definidos: conceito, 
zoneamento, fluxograma, sistema construtivo, projetos complementares (hi-
dráulico, elétrico, ar-condicionado), detalhamento, mobiliário, ambientação/
interiores e definição do espaço aberto.
A organização cíclica do processo criativo possibilita a verificação do 
conceito (desenvolvido na análise) nos passos subsequentes. Além disso, a 
conferência dos dados ocorre em todas as fases (análise, síntese e avaliação) 
por intermédio das seguintes questões: os objetivos e resultados foram alcan-
çados? A solução formal proposta corresponde adequadamente ao problema 
de projeto? Essa maneira de projetar contribui para o desenvolvimento de um 
projeto criativo com maior flexibilidade na concepção, considerando que a 
criatividade não está nos elementos em si, mas em sua associação (MAHFUZ, 
2003). A partir do estudo de vários métodos projetuais, um diagrama para 
a elaboração de um projeto arquitetônico é proposto, conforme mostra a 
Figura 4. O uso de um método estruturado permitirá uma visualização mais 
clara das etapas do projeto, além de auxiliar na compreensão da importância da 
análise inicial para o desenvolvimento do projeto arquitetônico (SPADOTTO; 
VECCHIA; WERGENES, 2011). 
7Teorias e métodos projetuais
Figura 4. Exemplo de método projetual arquitetônico. Passo a passo para a elaboração de 
um projeto arquitetônico: da concepção ao resultado.
Fonte: adaptada de Spadotto, Vecchia e Wergenes (2011, p.100) e Ponzio e Machado (2015).
Análise
Síntese
Avaliação
De�nição do problema (o que se quer projetar)
Levantamento dos dados (imagens conceituais 
que remetam ao problema)
Re�exão conceitual (ideias, palavras que 
remetam ao problema)
Construção de cenários (tipologias possíveis 
para solucionar o problema)
Condicionantes do lugar (aspectos físicos do 
terreno, legislação, histórico do lugar, entorno 
imediato)
Veri�cação dos dados
Criação da forma (comparação e associação 
com os elementos da análise)
Conceito
Partido arquitetônico
Estudo preliminar (zoneamento, �uxograma, 
pré-dimensionamento, maquete de estudos, 
sistema construtivo, conexão espaço aberto 
e edi�cação)
Veri�cação das ideias/revisão (retomada da 
análise para validação do estudo preliminar)
Objetivos/resultados
Anteprojeto (conceito, justi�cativa, zoneamento, 
�uxograma, dimensionamento, maquete, sistema 
construtivo, detalhamentos, ambientação/ 
interiores, mobiliário, espaço aberto)
Análise + Síntese = resultado atende o problema?
Teorias e métodos projetuais8
O processo de criação em arquitetura não possui métodos rígidos ou universais entre 
os profissionais, embora alguns procedimentos sejam comumente utilizados, como: 
análise inicial do terreno (condicionantes), programa de necessidades, estudo preliminar, 
anteprojeto e projeto arquitetônico. Segundo Kowaltowski e colaboradores (2006), 
a dificuldade de encontrar uma metodologia na arquitetura deve-se ao fato de a 
área estar localizada entre a ciência e a arte, o que permite múltiplas abordagens do 
projeto arquitetônico.
Organização do projeto arquitetônico
O projeto de arquitetura é organizado em etapas, um processo que se inicia 
com o programa de necessidades do objeto a ser construído (definição do 
problema), passando pela busca por referências (projetos similares em que 
o programa foi resolvido da melhor forma possível), até chegar ao projeto 
arquitetônico em si. As etapas de projeto são muito utilizadas em escritórios 
de arquitetura uma vez que auxiliam a organização e a criação, além de ficar 
claro para o cliente qual é o produto que ele receberá ao final de cada etapa. 
Existem normas técnicas que norteiam o processo projetual e garantem a 
qualidade na construção civil. As mais importantes para a arquitetura são:
 � NBR16280:2015 Reformas em Edificações: trata dos requisitos para a 
elaboração de reformas em áreas privativas de edificações, considerando 
aspectos estruturais e construtivos, a fim de garantir a segurança dos 
envolvidos. 
 � NBR 9050:2015 Acessibilidade: trata da acessibilidade universal a ser 
garantida em edificações: mobiliário, espaços e equipamentos urbanos.
 � NBR 15575:2013 Edificações habitacionais – Desempenho: trata da 
qualidade da produção em habitação e estabelece normativas para sis-
temas de piso, cobertura, hidrossanitário, etc., garantindo a segurança 
dos usuários e a funcionalidade adequada da edificação.
 � NBR 13532:1995 Elaboração de projetos de edificações – Arquitetura: 
trata da elaboração de projetos de arquitetura; descreve as etapas do 
projeto arquitetônico e as características que devem estar presentes 
para garantir o bom desempenho da edificação.
9Teorias e métodos projetuais� NBR 6492:1994 Representação de projetos de Arquitetura: trata do 
projeto arquitetônico e de sua representação gráfica: formatos de folhas, 
escalas do desenho e parâmetros técnicos.
A seguir, estão elencados tópicos importantes para a organização do projeto 
(BALESTRIN; SANTOS, 2014; PONZIO; MACHADO, 2015): 
 � Programa de necessidades: partindo de uma situação-problema, define-
-se o programa,, ou seja, “o que quer/precisa ter nesse projeto”. No 
exercício acadêmico, esse programa é definido pelo professor e, na 
profissão, é definido pelo cliente em conjunto com o arquiteto. Um 
exemplo de programa de necessidades: casa com área aproximada de 
100m², três quartos, dois banheiros, sala, cozinha, lavanderia, varanda, 
garagem para um carro, etc. 
 � Conceito: intenção do projetista em relação à solução proposta; atua 
como uma linha-guia, ou seja, como uma referência para o processo 
criativo.
 � Partido arquitetônico: surge a partir do desenvolvimento do programa 
de necessidades; é a síntese das principais características do projeto 
traduzida pela forma arquitetônica escolhida.
 � Estudo preliminar: a situação-problema passa a ter uma definição mais 
clara com o intuito de desenvolver uma proposta para o anteprojeto. São 
trabalhados os aspectos de concepção da proposta de projeto: conceito, 
partido arquitetônico e aspectos formais.
 � Anteprojeto: proposta arquitetônica que soluciona a situação-problema, 
com seus aspectos definidos e justificados nas etapas anteriores.
Importância da organização do processo 
projetual
Aprender a projetar de forma organizada com o emprego de métodos projetuais 
é fundamental para a compreensão da arquitetura, embora não exista uma 
teoria específica que apresente a maneira mais adequada para ensinar a projetar 
(ARSENIC; LONGO; BORGES, 2011). A presença da metodologia nos ateliês 
é importante, pois há evidências de que os alunos encontram dificuldades no 
processo de projeto e, muitas vezes, acabam elaborando cópias ou réplicas 
Teorias e métodos projetuais10
de projetos existentes, sem compreender as condicionantes do lugar onde é 
proposto o seu projeto (ARSENIC; LONGO; BORGES, 2011; SPADOTTO; 
VECCHIA; WERGENES, 2011). Na Figura 5, apresentamos uma análise de 
terreno que demonstra a importância de saber para onde se está projetando, 
para qual público e com que finalidade.
A organização do processo projetual em etapas garante a padronização 
dos resultados entregues por diferentes profissionais da área da arquitetura. 
A organização desse processo deve ser garantida, uma vez que o projeto ar-
quitetônico é a comunicação da ideia de edificação elaborada pelo arquiteto, 
devendo ser bem compreendido pelo receptor (cliente, engenheiro, mestre de 
obras, etc.). Vale reforçar que o processo projetual auxilia a distribuição do 
tempo e das tarefas, além de garantir maior qualidade ao produto final.
Figura 5. Exemplo de análise de terreno. 
11Teorias e métodos projetuais
Croquis são desenhos que representam as primeiras ideias sobre um projeto de arqui-
tetura. A arquiteta Maristela Rodrigues organizou uma série de vídeos sobre croquis 
e desenhos em arquitetura. 
https://goo.gl/DWpXFY
O arquiteto e urbanista dinamarquês Jan Gehl conta como passou a questionar 
a antiga forma de fazer arquitetura, voltada para a estética, adotando a prática de 
projetos voltados para os usuários da cidade. 
https://goo.gl/7hgQoL
O projeto da residência AB House, realizado pelo escritório Jacobsen Arquitetura, é 
apresentado desde sua implantação no terreno até seus espaços internos, conferindo 
uma visão completa do projeto arquitetônico.
https://goo.gl/5cdKXP
Vamos imaginar que seu tio pediu para você fazer o projeto de uma mesa para a 
sua nova casa. Se você começar a desenhar imediatamente a ideia da mesa que 
está imaginando (um apoio central, rendonda, tampo de pedra, etc.), as chances de 
não ser a mesa desejada pelo seu tio são grandes. Agora, se você colher algumas 
informações básicas antes de iniciar o projeto, como: onde a mesa ficará localizada, 
existe preferência por algum material, quantas pessoas utilizarão a mesa, e assim por 
diante, não só o processo de projetar será mais fácil, como o resultado ficará mais 
próximo do que o seu tio imagina. Essa regra é fundamental e serve para qualquer 
tipo de projeto arquitetônico. 
Teorias e métodos projetuais12
https://goo.gl/DWpXFY
https://goo.gl/7hgQoL
https://goo.gl/5cdKXP
1. O Arquiteto Vicente Del Rio (1998), 
no livro Projeto de Arquitetura: entre 
criatividade e método, afirma que 
o uso do método projetual pode 
proporcionar maiores estímulos 
à criatividade do que o método 
intuitivo tradicional (em que a 
concepção do partido arquitetônico 
é baseada na imitação de outros 
projetos conhecidos). Os estudos 
sobre metodologia projetual 
em arquitetura tiveram início:
a) na Escola de Belas Artes, 
localizada na França. 
b) na Escola Politécnica, 
localizada na França. 
c) na Escola Bauhaus, 
localizada na Alemanha. 
d) sempre existiram estudos 
sobre metodologia 
projetual em arquitetura. 
e) a partir dos anos de 
1960, na Inglaterra. 
2. Na aula de introdução ao projeto 
arquitetônico, o professor 
ressaltou que o arquiteto é um 
formulador de conceitos. Sobre o 
conceito em projeto de arquitetura, 
aponte a alternativa correta.
a) Trata-se de uma técnica aplicada 
no projeto arquitetônico.
b) Corresponde à solução formal 
dada pelo arquiteto para resolver 
o problema de projeto.
c) Constitui a etapa final de um 
projeto de arquitetura.
d) Corresponde à ideia que irá 
auxiliar o direcionamento 
para a solução de projeto.
e) É dispensável na elaboração 
de um projeto arquitetônico.
3. Durante o exercício de projeto 
arquitetônico, é comum o 
aluno querer saltar direto para a 
solução final, sem compreender 
as reais necessidades do usuário 
e as condicionantes do lugar, 
aspectos fundamentais para 
produzir uma solução adequada. 
Sobre a metodologia projetual, 
aponte a alternativa correta.
a) Pode dificultar a compreensão 
das questões que 
envolvem o projeto.
b) Não auxilia o processo 
criativo, uma vez que impõe 
uma linha de raciocínio 
obrigatória para o aluno.
c) Todos os arquitetos utilizam 
métodos projetuais.
d) Contribui somente para 
o estudo preliminar.
e) Auxilia o aluno a mapear 
os caminhos gerais que 
orientam o processo de 
criação, identificando 
o que há de comum e 
racional nessa trajetória. 
4. Você precisa avaliar uma etapa de 
projeto arquitetônico produzida pelo 
seu colega de sala de aula, o qual 
apresentou o conceito a ser utilizado 
no projeto, a análise do terreno e um 
croqui com a volumetria básica. Em 
qual etapa de projeto arquitetônico 
o seu colega se encontra?
a) Programa de necessidades.
b) Estudo preliminar. 
c) Anteprojeto.
d) Projeto executivo.
e) Projeto legal.
13Teorias e métodos projetuais
5. Imagine que você está pesquisando referências de projeto para a disciplina 
de projeto arquitetônico e encontra os seguintes desenhos de um aluno do 
semestre anterior: 
Algeroz em chapa galvanizada dobrada
Cano furado para drenagem em pvc Ø100mm
Impermeabilização geomembrana PEAD o=2mm
Camada de regularização caimento i=5%
Substrato retirado do terreno
Vegetação
Você pode afirmar que esse projeto encontra-se em qual etapa?
a) Projeto executivo.
b) Anteprojeto. 
c) Projeto legal.
d) Programa de necessidades.
e) Estudo preliminar. 
Teorias e métodos projetuais14
ABRAMOVITZ, J. Metodologia de projeto. Desenvolvimento de material didático ou 
instrucional – Design. Revisado. Rio de Janeiro, 2013. 
ARSENIC, N.; LONGO, O. C.; BORGES, M. M. O ensino e aprendizagem da disciplina 
Projeto no curso de Arquitetura e Urbanismo. CES Revista, v. 25, 2011. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6492: representação de projetos 
de arquitetura. Rio de Janeiro, 1994.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: acessibilidade a edifica-
ções, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2015.
ASSOCIAÇÃOBRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13532: elaboração de projetos 
de edificações – arquitetura. Rio de Janeiro, 1995.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575: edificações habitacio-
nais – desempenho. Rio de Janeiro, 2013.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16280: reformas em edificações 
- sistemas de gestão de reformas - requisitos. Rio de Janeiro, 2015.
BALESTRIN, Z. R.; SANTOS, A. G. Estudo das etapas de elaboração do projeto ar-
quitetônico, visando à construção de uma metodologia aplicável às disciplinas de 
projeto de arquitetura. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE ENSINO DE ARQUITETURA 
E URBANISMO, 33., 2014, Camboriú. Anais... Camboriú: ABEA, 2014. p. 631-644.
DEL RIO, V. Projeto de arquitetura: entre criatividade e método. In: DEL RIO, V. (Org.). 
Arquitetura: pesquisa e projeto. Rio de Janeiro: FAU UFRJ, 1998.
KOWALTOWSKI, D. C. C. K. et al. Reflexão sobre metodologias de projeto arquitetônico. 
Ambiente Construído, v.6, n.2, p. 07-19, abr./jun. 2006.
MACIEL, A. B. Iniciação ao ensino do projeto arquitetônico: paradigmas e reducionismos. 
194 f. Tese (Doutorado em Arquitetura) - Faculdade de Arquitetura, Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009.
MAHFUZ, E. C. O mito da criatividade em arquitetura. [S.l.: s.n.], 2003.
MEDEIROS, R.; RESENDE, C. C. O projeto e a integração com o conteúdo tecnológico 
no ensino de arquitetura e urbanismo no Brasil. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE 
ENSINO DE ARQUITETURA E URBANISMO, 33., 2014, Camboriú. Anais... Camboriú: 
ABEA, 2014. p. 185-195.
PONZIO, A. P.; MACHADO, A. S. O uso de métodos criativos visando a inovação no 
ensino de projeto arquitetônico. InSitu -  Revista Científica do Programa de Mestrado 
Profissional em Projeto, Produção e Gestão do Espaço Urbano, v.1, n.2, p.109-130, 2015.
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da UFRGS, 1998. 
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