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Interpretação da Normas Jurídicas

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Introdução ao Estudo do Direito
INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS 
JURÍDICAS
Prof. Jan Silva
Contatos – Prof. Jan Silva
• e-mail: 
• jansilva.adv@gmail.com
• silva.jan@estacio.br
•Rede soci@l:
•@jancarlos9842
mailto:jansilva.adv@gmail.com
mailto:silva.jan@estacio.br
INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS
• FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO;
• A LEI E SEU PROCESSO DE PRODUÇÃO;
• DESTERRITORIALIZAÇÃO DAS RELAÇÕES JURÍDICAS: EFEITOS PARA O 
DIREITO PRIVADO;
• COSTUMES, JURISPRUDÊNCIA, DOUTRINA JURÍDICA;
• PROCEDIMENTOS DE INTEGRAÇÃO.
FONTES E INTEGRAÇÃO 
DO DIREITO
Introdução ao Estudo do Direito
Conceito de Fontes do Direito
A expressão fonte vem do latim fons, fontis, nascente, significando tudo aquilo que 
origina, que produz algo. Desse modo, a expressão fontes do Direito indica, desde 
logo, as formas pelas quais o Direito se manifesta. 
Apresenta, basicamente, três espécies:
1. Fontes Materiais 2. Fontes Históricas 3. Fontes Formais
Introdução ao Estudo do Direito
Conceito de Fontes do Direito
1. Fontes Materiais 2. Fontes Históricas 3. Fontes Formais
Os fatos sociais são as próprias forças sociais criadoras do Direito. 
Constituem a matéria-prima da elaboração do Direito, pois são os valores sociais que 
informam o conteúdo das normas jurídicas. As fontes materiais não são ainda o Direito 
pronto, perfeito, mas para a formação deste concorrem sob a forma de fatos sociais 
econômicos, políticos, religiosos, morais.
São aquelas fontes que criam diretamente as normas jurídicas, representadas pelos órgãos 
legiferantes: fontes materiais diretas ou indiretas e fontes materiais indiretas ou mediatas.
1.2. Fontes materiais indiretas ou mediatas
São fatos ou fenômenos sociais que ocorrem em 
determinada sociedade trazendo, como 
consequência, o nascimento de novos valores 
que serão protegidos pela Norma Jurídica.
1.1. Fontes materiais diretas ou imediatas
• Poder Legislativo: Quando elabora e faz 
entrar em vigor as leis;
• Poder Executivo: Quando 
excepcionalmente elabora leis;
• Poder Judiciário: Quando elabora 
jurisprudência ou quando excepcionalmente 
legisla;
• Doutrinadores: Quando desenvolve 
trabalhos, elaboram doutrinas utilizadas 
pelo aplicador da lei;
• Sociedade: Quando consagra determinados 
costumes.
Introdução ao Estudo do Direito
Conceito de Fontes do Direito
AULA 09: FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO
1. Fontes Materiais 2. Fontes Históricas 3. Fontes Formais
São os documentos jurídicos e coleções coletivas do passado que continuam a influir nas 
legislações do presente. 
Exemplo: A Lei das Doze Tábuas, em Roma; o célebre Código de Hamurabi, na Babilônia; o 
Corpus Juris Civilis, de Justiniano etc. São fontes históricas do Direito brasileiro, por exemplo, 
o Direito Romano, o Direito Canônico, as Ordenações do Reino, o Código de Napoleão, a 
legislação da Itália fascista sobre o trabalho.
Introdução ao Estudo do Direito
Conceito de Fontes do Direito
1. Fontes Materiais 2. Fontes Históricas 3. Fontes Formais
Seriam a lei, os costumes, a jurisprudência e a doutrina. 
O Estado cria a lei e dá, ao costume e à jurisprudência, a força desta. O positivismo jurídico 
defende a ideia de que fora do Estado não há Direito, sendo aquele a única fonte deste. 
As forças sociais, os fatos sociais seriam tão somente causa material do Direito, a matéria-
prima de sua elaboração, ficando esta sempre a cargo do próprio Estado, como causa 
eficiente.
A lei seria causa formal do Direito, a forma de 
manifestação deste – Fonte formal imediata.
As fontes formais vêm a ser as artérias por onde 
correm e se manifestam as fontes materiais.
Introdução ao Estudo do Direito
Quadro sinótico das fontes do Direito
Fontes
do
Direito
De produção (materiais) Estado
De conhecimento
(formais)
Imediata
Lei
Costumes
Mediata
Doutrina
Jurisprudência
A LEI E SEU PROCESSO 
DE PRODUÇÃO
Processo Legislativo
1. Lei complementar e lei ordinária
2. Lei delegada
3. Medida provisória
4. Decreto legislativo
5. Resolução
6. Processo Legislativo
7. Emendas Constitucionais: Limitações formais ou 
procedimentais
Espécies Normativas/Legislativas
EMENDAS CONSTITUCIONAIS
LEIS COMPLEMENTARES
LEIS ORDINÁRIA
LEIS DELEGADAS
MEDIDAS PROVISÓRIAS
DECRETOS LEGISLATIVOS
RESOLUÇÕES
• Para a doutrina 
majoritária, a 
exceção das 
emendas 
constitucionais, 
todas as demais 
espécies 
normativas 
ocupam o mesmo 
nível hierárquico.
Hierarquia das Normas
CONSTITUCIONAL
SUPRALEGAL
LEGAL
INFRALEGAL
• Texto constitucional
• Emendas Constitucionais
• Tratados Internacionais de Direitos Humanos aprovados como EC
Constitucional
• Tratados Internacionais de Direitos Humanos aprovados como os demais tratados 
internacionaisSupralegal
• Leis Complementares; Leis Ordinárias;
• Leis Delegadas; Decreto Autônomo; Medidas Provisórias;
• Resoluções da CD e do SF; Decretos Legislativos do CN;
• Tratados Internacionais.
Legal
Infralegal
• Atos Administrativos;
• Sentenças Judiciais;
• Contratos.
A lei e seu processo de produção
Introdução ao Estudo do Direito
A lei e seu processo de produção
Introdução ao Estudo do Direito
Lei em sentido amplo ou em sentido lato
Indica o jus scriptum (direito escrito). Referência genérica que inclui a lei 
propriamente dita (ordinária ou complementar), a medida provisória e 
o decreto. 
Lei em sentido estrito
É a lei comum e obrigatória, emanada do Poder Legislativo, no âmbito de 
sua competência.
Processo de Elaboração Legislativa
Introdução ao Estudo do Direito
O processo de elaboração de uma lei consiste em uma 
sucessão de fases e de atos que vão desde a 
apresentação de seu projeto até sua efetiva 
concretização, tornando-se obrigatória. Assim temos: 
Iniciativa
Discussão-votação-aprovação
Promulgação
Sanção-veto
Entrada em vigor
Publicação
Técnica Legislativa
Introdução ao Estudo do Direito
A elaboração legislativa exige, acima de tudo, bom senso e responsabilidade, pois as leis 
interferem, direta ou indiretamente, na vida das pessoas. 
DEFINIÇÃO DA MATÉRIA A 
SER NORMATIZADA
1
VERIFICAÇÃO DA 
POSSIBILIDADE JURÍDICA
2
Verificar sempre se existe lei preexistente ou consolidação acerca da matéria.
ESTUDO DA MATÉRIA, 
PESQUISA DA LEGISLAÇÃO E 
JURISPRUDÊNCIA
3
ELABORAÇÃO DE 
ANTEPROJETO
4 5 6
REDAÇÃO FINAL
REVISÃO DO ANTEPROJETO
1 2 3
Partes da Proposição Legislativa
Introdução ao Estudo do Direito
• Parte preliminar
• Indica o tipo da proposição: Projeto de lei, Projeto de lei complementar, Projeto de resolução, 
Proposta de emenda à Constituição, Projeto de decreto legislativo.
Epígrafe: 
• Deve resumir com clareza o conteúdo do ato, para efeito de arquivo e, principalmente, da 
pesquisa, devendo, caso altere norma em vigor, fazer referência ao número e ao objeto desta.
Ementa: 
• Deve indicar a autoridade ou o órgão legiferante (ex: A Assembleia Legislativa”) e descrever a 
ordem de execução, traduzida pelas formas verbais "decreta", "resolve" e "promulga".
Fórmula de promulgação: 
Exemplos:
• A Mesa da Assembleia Legislativa do Estado de São 
Paulo, nos termos do §3º do artigo 22 da 
Constituição do Estado, promulga a seguinte 
Emenda ao texto constitucional:
• O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS: 
Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu 
promulgo a seguinte lei complementar.:
Partes da Proposição Legislativa
Introdução ao Estudo do Direito
• “(...) esta lei entra em vigor na data de sua publicação” ou “(...) entra em vigor “x” dias após sua 
publicação”. Na ausência da cláusula revogatória, vale a regra da Lei de Introdução ao Código Civil, ou 
seja, entra em vigor 45 dias após sua publicação. É errado dizer que a lei “entrará” em vigor.
Cláusula de vigência: 
• Deve indicar expressamente as leis ou os dispositivos legais revogados. Em caso de consolidação de 
leis, utiliza-se a fórmula: "são formalmente revogados, por consolidação e sem interrupção de sua 
força normativa...”. 
Cláusula revogatória: 
• Possui numeração própria, iniciando-se por artigo1º, no final do texto legal.
Disposições transitórias:
• Parte final da lei
1 2 3
1 2 3
AULA 09: FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO
Partes da Proposição Legislativa
Introdução ao Estudo do Direito
• Parte normativa
Ordenação do texto legal
I. Artigo 
▪ Frase que encerra um comando normativo;
▪ Tem numeração ordinal até o 9º e cardinal a partir do 10; 
▪ Quando se tratar de um só artigo, deve ser grafado como “artigo 
único”;
▪ Deve conter um único comando normativo, fixado em seu caput;
▪ As exceções ou os complementos devem ser fixadas em suas divisões 
(parágrafos e incisos);
▪ As palavras em língua estrangeira devem ser destacadas (itálico, 
negrito, aspas);
▪ Suas frases iniciam-se com letras maiúsculas e terminam com ponto 
final.
Atenção!
▪ Os artigos se desdobram em parágrafos ou em incisos;
▪ Os parágrafos de desdobram em incisos;
▪ Os incisos se desdobram em alíneas;
▪ As alíneas se desdobram em itens.
CAPUT é a ideia principal, é o 
Artigo:
São pequenos núcleos com 
comandos da lei. 
Por exemplo:
Art. 1º É proibido usar camisa 
amarela nos domingos. (Caput)
1 2 3
AULA 09: FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO
Partes da Proposição Legislativa
Introdução ao Estudo do Direito
• Parte normativa
Ordenação do texto legal
II. Parágrafo 
▪ É a fórmula de umas das divisões do artigo;
▪ Deve completar o sentido ou abrir exceções à norma 
contemplada no caput do artigo;
▪ É representado com numeração ordinal, após o símbolo §;
▪ Se houver um só parágrafo, será grafado como “Parágrafo 
único”;
▪ Pode desdobrar-se em incisos.
Parágrafos são ressalvas ou 
desdobramentos do que diz o 
caput (artigo). 
Exemplo:
Art. 1º É proibido usar camisa 
amarela aos domingos.
§1º A camisa poderá ter 
detalhes vermelhos.
§2º Será permitido o uso de 
camisa amarela no domingo de 
Páscoa.
1 2 3
Partes da Proposição Legislativa
Introdução ao Estudo do Direito
Ordenação do texto legal
III. INCISO 
▪ É usado para exprimir 
enumerações relacionadas ao 
caput do artigo ou ao parágrafo;
▪ É expresso em algarismo romano;
▪ É iniciado com letra minúscula e 
termina com ponto e vírgula (;), 
salvo o último inciso do artigo, que 
termina com ponto final;
▪ Pode desdobrar-se em alíneas.
Incisos são enumerações ou subdivisões que podem 
ser feitas dentro de artigos ou parágrafos. 
Exemplo:
Art. 1º É proibido usar camisa amarela aos domingos.
§1º A camisa poderá ter detalhes vermelhos.
I – O detalhe não poderá ultrapassar 30% da camisa.
II – Não poderá ter nenhum detalhe vermelho na 
parte de trás da camisa.
§2º Será permitido o uso de camisa amarela no 
domingo de Páscoa.
I – Desde que o domingo não caia no dia 01 do mês.
1 2 3
AULA 09: FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO
Partes da Proposição Legislativa
Introdução ao Estudo do Direito
• Parte normativa
Ordenação do texto legal
IV. Alínea 
▪ É usada para enumerações relativas ao texto do inciso;
▪ É grafada em letra minúscula, seguida de parênteses;
▪ Seu texto inicia-se com letra minúscula e termina com ponto e 
vírgula, com exceção da última alínea do inciso;
▪ Pode desdobrar-se em item (ex: art. 12 CF).
Alíneas são usadas para enumeração. 
Exemplo:
Art. 6º São cariocas:
a) aqueles que nascem no município do Rio de Janeiro;
b) aqueles que nascem na Ilha de Paquetá;
c) aqueles que nascem em cima da Ponte Rio-Niterói.
Partes da Proposição Legislativa
Introdução ao Estudo do Direito
• Parte normativa
Ordenação do texto legal
V. Item
▪ É usado para enumerações relativas ao texto da alínea;
▪ É grafado por algarismos arábicos, na forma cardinal, seguido 
de ponto;
▪ O texto do item inicia-se com letra minúscula e termina em 
ponto e vírgula, com exceção do último item da alínea.
1 2 3
Processo Legislativo na CRFB/88
• · Processo Legislativo Federal:
• o Fundamento constitucional: arts. 59 a 69 [11 artigos]
• · Art. 59 – Disposição Geral [espécies legislativas]
• · Art. 60 – Da Emenda à Constituição [PEC]
• · Art. 61 – Das Leis [leis ordinárias e complementares]
• · Art. 62 – Das Leis [Medidas Provisórias]
• · Art. 63 – Das Leis [aumento de despesas públicas]
• · Art. 64 – Das Leis [competência originária]
• · Art. 65 – Das Leis [dualidade de fases processuais]
• · Art. 66 – Das Leis [sanção e/ou veto]
• · Art. 67 – Das Leis [reapresentação por maioria absoluta]
• · Art. 68 – Das Leis [leis delegadas]
• · Art. 69 – Das Leis [quórum de aprovação]
Fases do Processo Legislativo
Iniciativa
Constitutiva 
Deliberativa
Complementar
Espécies de Processo ou Procedimento Legislativo
Espécies de Processo 
Legislativo
Ordinário
Sumário
Especial
Processo Legislativo Ordinário
INICIATIVA
•Apresentação 
de Projeto de 
Lei
CONSTITUTIVA: 
DELIBERAÇÃO 
LEGISLATIVA 
• Exame
• Discussão
• Votação
• Revisão
CONSTITUTIVA: 
DELIBERAÇÃO 
EXECUTIVA
• Sanção
• Veto
COMPLEMENTAR
• Promulgação
• Publicação
FASES DO PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO
Fases do Processo Legislativo Ordinário
Atos do Processo Legislativo
Introdução ao Estudo do Direito
O processo legislativo é o conjunto de atos preordenados visando à 
criação de normas de Direito, com previsão constitucional. São eles:
1. INICIATIVA LEGISLATIVA 
É a faculdade que se atribui a alguém ou a um órgão para 
apresentar projetos de lei ao Legislativo (art. 60, 61 e seu 
parágrafo 2º).
Atos do Processo Legislativo
Introdução ao Estudo do Direito
O processo legislativo é o conjunto de atos preordenados visando à 
criação de normas de Direito, com previsão constitucional. São eles:
2. VOTAÇÃO
Constitui ato coletivo das Casas do Congresso. Geralmente é 
precedida de estudos e pareceres de comissões técnicas 
(permanentes ou especiais) e de debates em plenário. 
É ato de decisão (art. 65 e 66), que se toma por 
maioria de votos:
a) Maioria simples (art. 47) para aprovação de 
lei ordinária;
b) Maioria absoluta dos membros das Câmaras, 
para aprovação de lei complementar (art. 69);
c) Maioria de três quintos dos membros das 
Casas do Congresso, para aprovação de emendas 
Constitucionais (art.60, § 2º).
Atos do Processo Legislativo
Introdução ao Estudo do Direito
O processo legislativo é o conjunto de atos preordenados visando à 
criação de normas de Direito, com previsão constitucional. São eles:
3. SANÇÃO 
É a adesão do Chefe do Poder Executivo ao projeto de lei 
aprovado pelo Legislativo.
Pode ser expressa (art. 66, caput) ou tácita (art. 66, parágrafo 
3º).
Atos do Processo Legislativo
Introdução ao Estudo do Direito
O processo legislativo é o conjunto de atos preordenados visando à 
criação de normas de Direito, com previsão constitucional. São eles:
4. VETO
É o modo pelo qual o Chefe do Executivo exprime 
sua discordância com o projeto aprovado, por 
entendê-lo inconstitucional ou contrário ao 
interesse público (art. 66, parágrafo 1º). 
• O veto pode ser total, recaindo sobre todo o projeto, ou 
parcial, quando atingir somente parte dele.
• O veto é relativo, não trancando de modo absoluto o 
andamento do projeto (art. 66, parágrafos 1º e 4º da 
CF).
Atenção! Caso o veto seja rejeitado por votação da maioria 
absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto, 
o projeto se transforma em lei, sem sanção, que deverá ser 
promulgada. Não se alcançando a maioria mencionada, o 
veto ficará mantido, arquivando-se o projeto.
Atos do Processo Legislativo
Introdução ao Estudo do Direito
O processo legislativo é o conjunto de atos preordenados visando à 
criação de normas de Direito, com previsão constitucional. São eles:
5. PROMULGAÇÃO E PUBLICAÇÃO 
Promulga-se e publica-se a lei, que já existe desde a sanção 
ou veto rejeitado. É errado falar em promulgação de projeto 
de lei. Promulgação é a declaração da existência da lei. É 
meio de se constatar a existência da lei. A lei é perfeita antes 
de ser promulgada; a promulgação não faz lei, mas os efeitos 
da lei só se produzirão depois dela.
Publicação da lei
Introdução ao Estudo do Direito
Fase complementar
Promulgação Publicação
A lei passa aexistir e 
valer no mundo 
jurídico
Com a sanção a lei passa a existir. A promulgação é a comunicação da existência 
da lei.
Com a publicação a lei passa a gozar de presunção de validade formal e material.
A lei passa a viger após do seu período de vacância.
Diferença entre promulgar e outorgar uma norma
Introdução ao Estudo do Direito
Norma promulgada, democrática ou popular 
(votada ou convencional):
Tem um processo de positivação proveniente de 
acordo ou votação.
Exemplo: A Constituição de 1988.
Norma outorgada:
É imposta por um grupo ou por uma pessoa, 
sem um processo regular de escolha do 
legislador, ou seja, sem a participação popular.
Exemplo: AI-5.
COSTUMES, 
JURISPRUDÊNCIA, 
DOUTRINA JURÍDICA
Costumes
Introdução ao Estudo do Direito
O termo costume deriva do latim consuetudine, de 
consuetumine, hábito, uso.
É a prática social reiterada e 
considerada obrigatória. 
O costume demonstra o princípio ou a 
regra não escrita que se introduziu pelo 
uso, com o consentimento tácito de 
todas as pessoas que admitiram sua 
força como norma a seguir na prática 
de determinados atos.
▪ O externo é o objetivo, de natureza 
material, é o uso constante e 
prolongado;
▪ O interno é de natureza psicológica ou 
subjetiva, que é o reconhecimento 
geral de sua obrigatoriedade.
Costumes
Introdução ao Estudo do Direito
Hermes Lima afirma que os costumes 
apresentam dois elementos constitutivos, um é 
externo e o outro é interno:
Embora alguns autores não façam 
distinção entre costume e uso, 
outros advertem que o costume se 
distingue dos usos sociais em geral 
porque a comunidade o considera 
obrigatório para todos, e sua 
violação acarreta uma 
responsabilidade jurídica e não 
apenas uma reprovação social. 
O costume não se confunde, então, 
com as demais normas sociais ou de 
cortesia, desprovidas de 
coercitividade. 
O costume é a mais antiga e 
autêntica fonte de direito.
Direito Consuetudinário ou Costumeiro
Introdução ao Estudo do Direito
Ao conjunto das normas costumeiras em vigor 
em um Estado, convencionou-se chamar direito 
costumeiro, também denominado direito não 
escrito, expressão esta que não tem caráter 
absoluto, visto que, às vezes, normas 
costumeiras são consolidadas, como, por 
exemplo, a publicação intitulada 
"Assentamentos de Usos e Costumes da Praça 
de São Paulo", elaborada pela Junta Comercial e 
publicada no Diário Oficial do Estado. 
Direito Consuetudinário ou Costumeiro
Introdução ao Estudo do Direito
Os costumes podem ser:
PRAETER LEGEM
São utilizáveis quando a lei for omissa para preencher a lacuna existente. São os costumes 
considerados como subsidiários do direito.
CONTRA LEGEM
Por se oporem à lei, não têm admissibilidade em nosso direito.
SECUNDUM LEGEM
Por estarem de acordo com a lei, servem de interpretação; é o costume que esclarece a lei por 
estar em perfeita sintonia com ela.
Como se prova a existência dos costumes?
Introdução ao Estudo do Direito
A prova se fará dos mais diversos modos:
Documentos Testemunhas Vistorias
Em matéria comercial, porém, devem ser provados 
por meio de certidões fornecidas pelas juntas 
comerciais que possuem fichários organizados para 
este fim.
Art. 337 do Código de Processo Civil — “A 
parte que alegar direito municipal, 
estadual, estrangeiro ou consuetudinário, 
provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim 
determinar o juiz”.
Jurisprudência
Introdução ao Estudo do Direito
Sentido amplo
Sentido estrito
▪ Em sentido amplo, é a coletânea de 
decisões proferidas pelos juízes ou 
tribunais sobre uma determinada matéria 
jurídica. 
Inclui jurisprudência uniforme (decisões 
convergentes) e jurisprudência contraditória 
(decisões divergentes).
▪ Em sentido estrito, é o conjunto de 
decisões uniformes prolatadas pelos 
órgãos do Poder Judiciário sobre uma 
determinada questão jurídica.
Na prática, tem afinidade com o CASE LAW e o 
que se deseja da jurisprudência é estabelecer a 
uniformidade e a constância das decisões para 
os casos idênticos. É, em outras palavras, a 
criação da figura do precedente judicial. O CASE 
LAW tem força obrigatória.
Conforme a lei, 
secundum legem, a 
interpretação da lei 
realizada pelos juízes 
harmonizando o 
disposto no texto e o seu 
sentido. 
Já a praeter legem, é a 
jurisprudência que se 
considera efetivamente 
fonte subsidiária do 
direito. É a que preenche 
as lacunas da lei.
A contra legem não é 
considerada como fonte 
legítima.
Jurisprudência
Introdução ao Estudo do Direito
JURISPRUDÊNCIA
SECUNDUM LEGEM PRAETER LEGEM CONTRA LEGEM
Classifica-se em:
A Jurisprudência cria Direito?
Introdução ao Estudo do Direito
Quanto ao Direito anglo-saxão não há a 
menor dúvida. 
Nos ordenamentos filiados à tradição 
romano-germânica, como o nosso, há quem 
reconheça seu papel formador do Direito e 
quem o rejeite.
AULA 10: FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO II
A Jurisprudência cria Direito?
Introdução ao Estudo do Direito
Os que admitem, alegam que as transformações 
sociais exigem um pronunciamento judicial sobre 
assuntos que eventualmente não se encontram na 
lei. 
O juiz, impossibilitado de alegar a lacuna da lei para 
furtar-se à decisão, constrói por meio de uma 
interpretação ora extensiva, ora restritiva, regras 
para os casos concretos que lhe são propostos. 
Em inúmeros casos, os tribunais acabaram criando 
um Direito novo, embora aparentemente tenham se 
limitado a aplicar as leis existentes.
Exemplo: Art 8o CLT: “As autoridades 
administrativas e a justiça do trabalho, na falta 
de disposições legais ou contratuais, decidirão, 
conforme o caso, pela jurisprudência, por 
analogia, ...”
A Jurisprudência cria Direito?
Introdução ao Estudo do Direito
Os que negam, sustentam que o juiz é um mero 
intérprete da lei.
Em verdade, ao dar certa conotação a um 
artigo de lei, interpretando-o restritiva ou 
extensivamente, está apenas aplicando o 
Direito positivado.
Distinção entre Jurisprudência e 
Precedente Judicial
Introdução ao Estudo do Direito
Reserva-se o termo “jurisprudência” 
para as decisões dos tribunais e 
“precedentes” para as decisões de 
juízes de primeiro grau.
Súmula Vinculante
Introdução ao Estudo do Direito
Uma das novidades introduzidas pela 
EC n.º 45/04 que mais polariza 
opiniões é a chamada súmula 
“vinculante”.
Segundo esse novo instituto, o “Supremo 
Tribunal Federal poderá, de ofício ou por 
provocação, mediante decisão de dois 
terços dos seus membros, após 
reiteradas decisões sobre matéria 
constitucional, aprovar súmula que, a 
partir de sua publicação na imprensa 
oficial, terá efeito vinculante em relação 
aos demais órgãos do Poder Judiciário e à 
administração pública direta e indireta, 
nas esferas federal, estadual e municipal, 
bem como proceder à sua revisão ou 
cancelamento, na forma estabelecida em 
lei” (CF, art. 103-A, instituído pela EC 
45/04).
Súmula Vinculante
Introdução ao Estudo do Direito
A Emenda Constitucional nº 45 de 08 de 
dezembro de 2004, também alterou o artigo 
102 da CRFB ao inserir em seu parágrafo 
segundo que as decisões definitivas de mérito, 
proferidas pelo STF nas ações diretas de 
inconstitucionalidade e nas ações declaratórias 
de constitucionalidade, produzirão eficácia 
contra todos e efeito vinculante relativamente 
aos demais órgãos do Poder Judiciário e da 
administração pública direta e indireta, nas 
esferas federal, estadual e municipal. 
Doutrina
Introdução ao Estudo do Direito
A doutrina é o direito resultante de estudos voltados à 
sistematização, ao esclarecimento, à adequação e à 
inovação. 
Também alcança diversas posições:
Apresentação detalhada do direito em tese
Classificação e sistematização do direito exposto
Elucidação e interpretação dos textos legais e do direito cientificamente estudado
Concepção e formulação de novos institutos jurídicos
Funções da Doutrina
Introdução ao Estudo do Direito
Função criadora Dinâmica ou vida social
Necessidade de evolução do 
direito
Novos princípios e 
formasFunção prática ou 
técnica
Dispersão e grande 
quantidade de normas 
jurídicas
Sistematização Análise e interpretação
Função crítica
A legislação submetida ao 
juízo de valor sob 
diferentes ângulos
Acusar falhas e deficiências
Alterar o conteúdo do 
Direito
Para o professor Paulo Nader: Os estudos científicos reveladores do direito vigente 
não obrigam os juízes, mas a maioria das decisões judiciais em sua fundamentação 
resulta apoiada em determinada obra de consagrado jurista (2014). 
PROCEDIMENTOS 
DE INTEGRAÇÃO
Procedimentos de Integração
Introdução ao Estudo do Direito
Tendo em vista que o aplicador do direito não 
pode deixar sem resposta as questões postas à 
sua apreciação e, não havendo uma norma 
jurídica que se encaixe de forma específica ao 
caso concreto, o juiz deve se utilizar de meios 
adequados para aplicar o direito.
• Analogia Legal e os princípios gerais de Direito
Entre os métodos sugeridos pelo próprio 
legislar, encontra-se a analogia, podendo ser 
utilizada para a constatação e o suprimento 
das lacunas.
AULA 10: FONTES E INTEGRAÇÃO DO DIREITO II
Analogia
Introdução ao Estudo do Direito
• O que é?
MAXIMILIANO afirma que a analogia consiste em aplicar a uma hipótese não prevista 
em Lei a disposição relativa a um caso semelhante.
Para VICENTE RÁO, a analogia consiste na aplicação dos princípios extraídos da norma 
existente a casos outros que não expressamente contemplados.
MARIA HELENA DINIZ entende que a analogia consiste em aplicar a um caso não 
previsto de modo direto ou específico por uma norma jurídica, uma norma prevista 
para uma hipótese distinta, mas semelhante ao caso não contemplado, fundado na 
identidade do motivo da norma e não da identidade do fato.
Introdução ao Estudo do Direito
É forma primordial para o preenchimento das 
lacunas no ordenamento jurídico, também sendo 
conhecida como autointegração, pois é realizada 
com os próprios recursos do sistema legislativo.
• Fundamentos
Analogia
Introdução ao Estudo do Direito
• Espécies
Analogia
ANALOGIA IURIS é aplicação de princípios de direito nos casos 
de inexistência de norma jurídica aplicável.
É aplicação de lei a caso semelhante por ela previsto, ou 
seja, parte de um preceito legal e concreto, e faz sua 
aplicação aos casos similares.
ANALOGIA
LEGIS
ANALOGIA 
IURIS
Introdução ao Estudo do Direito
Requisitos necessários para a aplicação da lei 
através da analogia:
▪ O caso deve ser absolutamente não previsto 
em lei; 
▪ Deve existir elementos semelhantes entre o 
caso previsto e aquele não previsto; 
▪ Esse elemento deve ser essencial e não um 
elemento qualquer, acidental.
Somente após observados tais requisitos é que 
será lícito ao aplicador da lei valer-se da 
analogia.
• Requisitos
Analogia
A analogia não é permitida no ramo do Direito 
Penal, salvo para beneficiar o réu; tampouco em 
matéria tributária para a criação de novos 
tributos.
Princípios Gerais do Direito
Introdução ao Estudo do Direito
É possível dizer que os princípios gerais de direito 
são aqueles que decorrem dos próprios 
fundamentos do ordenamento positivo. 
A rigor, não precisam mostrar de forma expressa, 
ainda que constituam pressupostos lógicos de um 
determinado ordenamento jurídico. 
Quando se diz, por exemplo, que ninguém 
deve ser punido por seus pensamentos 
(cogitationis poenam nemo patitur), ou 
ninguém está obrigado ao impossível (ad 
impossibilia nemo tenetur), têm-se clássicos 
princípios gerais de direito. 
:
Princípios Gerais do Direito
Introdução ao Estudo do Direito
Outros exemplos:
1. Pacta sunt servanda.
2. Auctori incumbit onus probandi.
3. Auctore nam probante, reus absolvitur.
4. Nullum crimen, nulla poena sine lege.
5. Todos são iguais perante a lei. [Art. 5º da 
Constituição. Art. 1º da Declaração dos 
Direitos do Homem da ONU].
Equidade
Introdução ao Estudo do Direito
É o princípio pelo qual o direito se adapta à realidade 
da vida sócio-jurídica, conformando-se com a ética e 
a boa razão, salvando as lacunas do Direito para 
melhorá-lo e enobrecê-lo, tal como demonstram os 
pretores da Roma antiga. 
Para Paulo Nader, a equidade não é fonte do direito. É 
um critério de aplicação pelo qual se leva em conta o 
que há de particular em cada relação.
Na concepção de Aristóteles, a característica do equitativo consiste em restabelecer a 
lei nos pontos em que se enganou, em virtude da fórmula geral que se serviu.
Equidade
Introdução ao Estudo do Direito
A equidade tanto pode ser um “elemento de 
integração” perante uma lacuna do sistema legal 
quanto ser um “elemento de adaptação” da norma às 
circunstâncias do caso concreto, por ocasião da 
aplicação do direito. 
Na primeira hipótese, a equidade pode ser vista como 
sendo o “direito do caso concreto”; na segunda, como 
a “justiça do caso concreto”.
O parágrafo único do art. 140 do Código de 
Processo Civil estabelece que o juiz decida por 
equidade nos casos previstos em lei.
Direito Comparado
Introdução ao Estudo do Direito
Ao confrontar ordenamentos jurídicos vigentes em diversos povos, o Direito 
Comparado “aponta-lhes as semelhanças e as diferenças, procurando elaborar 
sínteses conceituais e preparar o caminho para unificação de certos setores do 
Direito” (Wilson de Souza Campos Batalha).
O direito comparado estuda as diferenças e as semelhanças entre os ordenamentos 
jurídicos de diferentes Estados, agrupando-os em famílias.
Direito Comparado
Introdução ao Estudo do Direito
Os antigos gregos já se esforçavam por comparar o 
direito em vigor em diferentes cidades-Estado: 
▪ Aristóteles estudou 153 constituições de cidades-
Estado gregas para escrever a sua Política;
▪ Sólon teria feito o mesmo antes de promulgar as 
leis de Atenas;
▪ Os decênviros romanos somente teriam 
preparado a Lei das Doze Tábuas após consulta às 
instituições gregas;
▪ Na Idade Média, comparava-se o direito romano 
e o direito canônico.
Contudo, apenas no século XX surgiu o estudo 
sistemático do direito comparado como ciência.
Segurança Jurídica
Introdução ao Estudo do Direito
A segurança jurídica existe para que a Justiça, 
finalidade maior do Direito, se concretize. 
Vale dizer que a segurança jurídica concede aos 
indivíduos a garantia necessária para o 
desenvolvimento de suas relações sociais, 
tendo, no Direito, a certeza da consequência dos 
atos praticados.
Segurança Jurídica
Introdução ao Estudo do Direito
São características da segurança jurídica:
Estabilidade
Irretroatividade
Generalidade
Taxatividade A segurança jurídica implica que o Direito seja certo, que as normas sejam 
conhecidas, compreendidas e fixem com razoável previsão o que ordenam.
No entanto, a segurança não se opõe a que a Administração 
ou os Tribunais, gozem de alguma liberdade na aplicação das 
leis, que possuam certa elasticidade para permitir atender às 
particularidades dos casos concretos por elas regulados.
HERMENEUTICA E
INTERPRETAÇÃO 
JURÍDICA
Interpretação
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 11: HERMENÊUTICA JURÍDICA
É formada pelos procedimentos técnicos, de que 
lança mão o profissional de direito na busca do 
sentido e alcance das regras jurídicas. 
A lei representa uma expressão linguística dotada 
de imperatividade, apresentando o que se chama 
de uma linguagem prescritiva, que determina a 
ação a ser seguida pelo seu destinatário. 
Como mecanismo de linguagem, a lei não tem um 
significado imediato, devendo ser construída 
semanticamente a partir de uma técnica 
determinada.
Interpretação
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 11: HERMENÊUTICA JURÍDICA
"Interpretar" é fixar o verdadeiro sentido e o 
alcance, de uma norma jurídica.
▪ “É indagar a vontade atual da norma e 
determinar seu campo de incidência.” (JOÃO 
BAPTISTA HERKENHOFF)
▪ “Interpretar a lei é revelar o pensamento que 
anima as suas palavras.“ (CLÓVIS BEVILAQUA) 
Interpretação
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 11: HERMENÊUTICA JURÍDICA
I. Revelar o seu sentido: isso não significasomente conhecer o 
significado das palavras, mas, sobretudo descobrir a finalidade da 
norma jurídica. Com outras palavras, interpretar é "compreender"; 
as normas jurídicas são parte do universo cultural e a cultura, 
como vimos, não se explica, se compreende em função do sentido 
que os objetos culturais encerram. E compreender é justamente 
conhecer o sentido, entender os fenômenos em razão dos fins 
para os quais foram produzidos. 
Três elementos que integram o conceito de interpretação: 
II. Fixar o seu alcance: significa delimitar seu campo de incidência; 
é conhecer sobre que fatos sociais e em que circunstâncias a 
norma jurídica tem aplicação. 
Por exemplo, as normas trabalhistas contidas na Consolidação das 
Leis do Trabalho (CLT) se aplicam apenas aos trabalhadores 
assalariados, isto é, que participam em uma relação de emprego; 
as normas contidas no Estatuto dos Funcionários Públicos da 
União têm seu campo de incidência limitado a estes funcionários. 
III. Norma jurídica: falamos em "norma jurídica" como gênero, 
uma vez que não são apenas as leis, ou normas jurídicas legais que 
precisam ser interpretadas, embora sejam elas o objeto principal 
da interpretação. Assim, todas as normas jurídicas podem ser 
objeto de interpretação: as legais, as jurisdicionais (sentenças 
judiciais), as costumeiras e os negócios jurídicos. 
Usos da interpretação
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 11: HERMENÊUTICA JURÍDICA
A interpretação serve de referência para a formação da 
convicção do juiz, que na fundamentação de sua sentença 
deverá fazer as conexões lógicas necessárias entre fato e 
norma e, para isso, deverá lançar mão de procedimentos 
hermenêuticos na determinação do sentido e do alcance 
fático do direito aplicável ao caso. 
Teoria Objetiva
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 11: HERMENÊUTICA JURÍDICA
Representa a tendência predominante do direito 
contemporâneo, que vê o ponto de referência principal 
do processo hermenêutico na vontade da lei (mens 
legis), como ente dotado de vida própria, cabendo ao 
intérprete buscar a adaptação da lei à dinâmica social. 
Há um claro deslocamento do centro gravitacional do 
processo de interpretação do sujeito criador da norma 
(legislador), para a norma em si, cujo sentido será dado 
pelo contexto do momento da sua aplicação e não pelo 
da sua criação.
Processos com base na Escola da Exegese
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 11: HERMENÊUTICA JURÍDICA
Contexto histórico
Processo gramatical, 
literal ou filológico
Processo lógico
Processos com base 
na Escola Histórica
Processo histórico-
evolutivo
Processo sistemático
Concepção atual: Processo 
teleológico ou finalístico 
Contexto histórico
Na visão da Escola da Exegese, trata-se de uma lógica puramente formal, orientada pela 
interdependência entre as regras do código, que interagem a partir de parâmetros lógicos gerais 
de inclusão, exclusão, pertinência, continência, dedução, sem uma dependência maior do 
campo dos fatos.
No direito contemporâneo, a concepção lógica aplicável à hermenêutica jurídica segue o perfil 
culturalista, que predomina no pensamento jurídico da atualidade.
Processos com base na Escola da Exegese
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 11: HERMENÊUTICA JURÍDICA
Contexto histórico
Processo gramatical, 
literal ou filológico
Processo lógico
Processos com base 
na Escola Histórica
Processo histórico-
evolutivo
Processo sistemático
Concepção atual: Processo 
teleológico ou finalístico 
Processo gramatical, literal ou filológico
Representa o primeiro ponto de contato entre o intérprete e a norma. Muito embora seja 
apenas a etapa inicial do processo hermenêutico, o processo gramatical é de grande 
importância, pois a primeira tarefa do intérprete é compreender o texto jurídico em sua 
literalidade.
Processos com base na Escola da Exegese
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 11: HERMENÊUTICA JURÍDICA
Contexto histórico
Processo gramatical, 
literal ou filológico
Processo lógico
Processos com base 
na Escola Histórica
Processo histórico-
evolutivo
Processo sistemático
Concepção atual: Processo 
teleológico ou finalístico 
Processo lógico
Relacionado ao plano lógico do conhecimento jurídico, recebe os seus fundamentos da lógica 
jurídica e trata das operações mentais do intérprete na correlação entre as normas no 
ordenamento jurídico e entre a norma e o fato.
Processos com base na Escola da Exegese
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 11: HERMENÊUTICA JURÍDICA
Contexto histórico
Processo gramatical, 
literal ou filológico
Processo lógico
Processos com base 
na Escola Histórica
Processo histórico-
evolutivo
Processo sistemático
Concepção atual: Processo 
teleológico ou finalístico 
Processos com base na Escola Histórica
Tinha grande preocupação em aplicar ao estudo do direito um método histórico de 
investigação. Justamente daí deriva esse processo de interpretação, que parte da premissa de 
que a lei surge em função de determinadas circunstâncias, mutáveis com o tempo, que devem 
ser levadas em consideração no momento de sua interpretação.
O processo histórico-evolutivo valoriza o estudo das bases históricas do direito positivo e das 
motivações para a edição da lei, mas não segue a linha da teoria subjetiva da interpretação,de
absoluta submissão do intérprete ao legislador histórico.
Processos com base na Escola da Exegese
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 11: HERMENÊUTICA JURÍDICA
Contexto histórico
Processo gramatical, 
literal ou filológico
Processo lógico
Processos com base 
na Escola Histórica
Processo histórico-
evolutivo
Processo sistemático
Concepção atual: Processo 
teleológico ou finalístico 
Processo histórico-evolutivo
A Escola Histórica alemã tinha grande preocupação em aplicar ao estudo do direito um método 
histórico de investigação. Justamente daí deriva este processo de interpretação, que parte da 
premissa de que a lei surge em função de determinadas circunstâncias, mutáveis com o tempo, 
que devem ser levadas em consideração no momento de sua interpretação
Processos com base na Escola da Exegese
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 11: HERMENÊUTICA JURÍDICA
Contexto histórico
Processo gramatical, 
literal ou filológico
Processo lógico
Processos com base 
na Escola Histórica
Processo histórico-
evolutivo
Processo sistemático
Concepção atual: Processo 
teleológico ou finalístico 
Processo sistemático
Parte da premissa de que o ordenamento jurídico é um sistema integrado de normas e que elas 
não podem ser interpretadas isoladamente.
Antinomias Jurídicas
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 12: HERMENÊUTICA JURÍDICA II
É aquela situação indesejada, na qual são 
positivadas em um mesmo ordenamento 
duas normas conflitantes, das quais uma 
obriga e outra proíbe, ou uma obriga e 
outra permite, ou uma proíbe e outra 
permite o mesmo comportamento. 
Antinomias Jurídicas
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 12: HERMENÊUTICA JURÍDICA II
O estudo das antinomias jurídicas se 
relaciona à questão da consistência do 
ordenamento jurídico, à condição de um 
ordenamento jurídico não apresentar 
simultaneamente normas jurídicas que se 
excluam mutuamente, isto é, que sejam 
antinômicas entre si, a exemplo de duas 
normas, em que uma manda e a outra 
proíbe a mesma conduta.
Para que ocorra antinomia, as duas 
normas devem incidir total ou 
parcialmente sobre o mesmo caso e, 
naturalmente, apresentar comandos 
incompatíveis entre si.
Introdução ao Estudo do Direito
A solução dos conflitos entre normas jurídicas de um 
mesmo ordenamento, comporta basicamente três 
critérios de natureza técnica, voltados a eleger um 
dos comandos como aplicável ao caso e afastar o 
outro, exatamente com a finalidade de preservar a 
coerência do ordenamento jurídico: cronológico (ou 
temporal), hierárquico e de especialidade da lei.
AULA 12: HERMENÊUTICA JURÍDICA II
Classificação das antinomias quanto aos 
critérios de solução
• Antinomias Solúveis(Aparentes)
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 12: HERMENÊUTICA JURÍDICA II
I. Critério cronológico ou temporal
Chamado também de Lex posterior, é aquele com base 
no qual, entre duas normas incompatíveis, prevalece a 
norma posterior (Lex posterior derogat priori).
Esse critério parte da premissa lógica de que a norma 
editada mais recentemente tende a expressar de 
maneira mais fiel a realidade social a que se destina, do 
que uma norma editada no passado.
Uma observação importante é no sentido de que 
obviamente não haverá antinomia, caso a lei nova 
tenha expressamente revogado uma lei anterior, pois 
neste caso estará evidenciada a perda da vigência da 
legislação pretérita. 
A antinomia jurídica solúvel pelo critério temporal 
nada mais representa do que um critério técnico de 
revogação tácita de lei, previsto expressamente no 
art. 2º da Lei de Introdução às Normas do Direito 
Brasileiro.
Classificação das antinomias quanto aos 
critérios de solução
• Antinomias Solúveis (Aparentes)
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 12: HERMENÊUTICA JURÍDICA II
II. Critério hierárquico
Derivação lógica da estrutura hierarquizada do 
ordenamento, é aquele pelo qual, entre duas normas 
incompatíveis, prevalece a hierarquicamente superior, 
exatamente porque ela é norma de produção, não 
podendo ser contrariada por uma norma de execução.
Classificação das antinomias quanto aos 
critérios de solução
• Antinomias Solúveis (Aparentes)
O critério hierárquico, também é chamado de Lex 
superior, porque inspirado na expressão latina lex
superior derogat legi inferiori. Por esse critério, na 
existência de normas incompatíveis, prevalece a 
hierarquicamente superior. 
Já o contrário, uma norma inferior revogar uma 
superior é inadmissível. 
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 12: HERMENÊUTICA JURÍDICA II
III. Critério de especialidade da lei 
O terceiro critério é o mais complexo dos três, por apresentar 
um certo grau de subjetividade, inexistente nos demais, em que 
a norma entrou em vigor posteriormente ou se apresenta em 
uma posição hierárquica superior. 
Neste caso, trata-se de conflito entre normas de graus de 
especialidade distintos, o que vai ser aferido a partir do exame 
do conteúdo de cada uma das normas. 
A norma que trata da matéria do modo mais específico 
prepondera em relação à norma que disciplina o tema de modo 
mais genérico.
Classificação das antinomias quanto aos 
critérios de solução
• Antinomias Solúveis (Aparentes)
Esse critério, também é denominado Lex specialis, em função da 
expressão latina lex specialis derogat legi generali. 
Por esse critério, se as normas incompatíveis forem geral e especial, 
prevalece a segunda. 
O entendimento que norteia esse critério diz respeito à 
circunstância de a norma especial contemplar um processo natural 
de diferenciação das categorias, possibilitando, assim, a aplicação 
da lei especial aquele grupo que contempla as peculiaridades nela 
presentes, sem ferir a norma geral, ampla por demais. 
Além do mais, a aplicação da regra geral importaria no tratamento 
igual de pessoas que pertencem a categorias diferentes, e, 
portanto, em uma injustiça. 
Classificação das antinomias quanto aos 
critérios de solução
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 12: HERMENÊUTICA JURÍDICA II
• Antinomias Insolúveis (Reais)
São assim denominadas aquelas antinomias que 
não são de imediato equacionadas pelos critérios 
de solução anteriormente mencionados porque 
não comportam a aplicação de quaisquer dos três 
parâmetros básicos para a solução de antinomias 
(insuficiência de critérios) ou então porque se 
pode solucionar a antinomias por dois ou mais 
dos critérios de solução.
CRITÉRIO CRONOLÓGICO CRITÉRIO HIERÁRQUICO 
Conflito de critérios de solução de antinomias
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 12: HERMENÊUTICA JURÍDICA II
• Conflito entre o critério hierárquico e o critério cronológico 
O critério hierárquico prevalece sobre o cronológico, 
o que tem por consequência o afastamento da 
norma inferior antinômica, mesmo que 
posteriormente editada. 
Conflito de critérios de solução de antinomias
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 12: HERMENÊUTICA JURÍDICA II
• Conflito entre o critério de especialidade e o critério cronológico
Com base nessa regra, o conflito entre critério de especialidade e critério cronológico deve ser 
resolvido em favor da norma que disciplina de modo específico a matéria, ainda que editada 
anteriormente: a lei geral sucessiva não prepondera sobre a lei especial precedente (art. 2º, § 2º 
da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro). 
Em realidade, o que se constata é que o aspecto temporal cede em relação à hierarquia e à 
especificidade normativa, que são critérios mais “fortes” de solução de antinomia.
CRITÉRIO DE ESPECIALIDADE CRITÉRIO CRONOLÓGICO 
Conflito de critérios de solução de antinomias
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 12: HERMENÊUTICA JURÍDICA II
• Conflito entre o critério hierárquico e o critério de especialidade
Não existe uma regra geral consolidada neste caso. A solução da antinomia dependerá do exame 
das peculiaridades de cada caso, pois ainda que a questão hierárquica seja um dos postulados 
fundamentais do ordenamento jurídico, as normas situadas ao topo da pirâmide do ordenamento 
jurídico tendem a ter um conteúdo mais aberto e de menor densidade normativa, o que pode fazer 
ver ao intérprete uma aparente contradição com normas inferiores, que disciplinam de forma mais 
detalhada certas questões jurídicas, sendo de fato a antinomia muitas vezes apenas aparente.
CRITÉRIO HIERÁRQUICO CRITÉRIO DE ESPECIALIDADE
Quadro geral dos conflitos entre critérios
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 12: HERMENÊUTICA JURÍDICA II
CONFLITO ENTRE O CRITÉRIO HIERÁRQUICO E O DE ESPECIALIDADE
Norma superior geral incompatível com norma inferior especial. Dependerá de cada caso.
CONFLITO ENTRE CRITÉRIO HIERÁRQUICO E O CRONOLÓGICO 
Norma anterior-superior é antinômica em relação a uma norma posterior-inferior. A norma anterior-
superior prevalece.
CONFLITO ENTRE CRITÉRIO DE ESPECIALIDADE E O CRONOLÓGICO 
Norma anterior especial é incompatível com uma norma posterior geral. A norma anterior 
especial prevalece.
LEI DE INTRODUÇÃO 
ÀS NORMAS DO 
DIREITO BRASILEIRO 
(LINDB)
Introdução ao Estudo do Direito
Conteúdo desta aula
PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE E 
DA CONTINUIDADE DAS LEIS
1
DIREITO INTERTEMPORAL NO 
CONTEXTO DO SISTEMA 
JURÍDICO BRASILEIRO 
2
REVOGAÇÃO DA LEI 
3
RETROATIVIDADE, 
IRRETROATIVIDADE E ULTRATIVIDADE 
DAS LEIS 
4
APLICAÇÕES DAS LEIS
5
PRÓXIMOS 
PASSOS
LEIS TEMPORÁRIAS E PERPÉTUAS, 
COMUNS E ESPECIAIS 
6
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I
Introdução ao Estudo do Direito
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB)
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I
O direito brasileiro adotou um critério de 
especificação em lei de um conjunto de parâmetros 
de interpretação e aplicação do direito, a ser seguido 
em todo o ordenamento jurídico, ressalvados 
aqueles casos que a legislação específica de cada 
área do direito apresentar regras próprias de 
aplicação das suas normas.
Esse conjunto de normas gerais se encontra na Lei de 
Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), assim 
denominada a partir da entrada em vigor da Lei nº 12.376, 
de 30.12.2010, sendo seu conteúdo exatamente o mesmo da 
até então chamada Lei de Introdução ao Código Civil 
(Decreto-Lei nº 4.657, de 4.9.1942).
Introdução ao Estudo do Direito
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB)
Em verdade, é a Lei de Introdução de todo o 
Direito, pois institui normas sobre normas, ou seja, 
são normas que informam os requisitos legais que 
as demais normas deverão obrigatoriamente 
possuir para que penetrem no Direito, enquanto 
sistema normativo positivado, com os atributos de 
validade, vigência e eficácia.
A lei de introdução às Normas do Direito Brasileiro fixa e definealgumas questões básicas, como o tempo de vigor da lei, o 
momento dos efeitos da lei, e a validade da lei para todos. 
Introdução ao Estudo do Direito
Vigência e conhecimento da Lei
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I
Art. 1º. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo 
o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. 
Até o advento da LC 95/98, alterada pela LC 107/01, a cláusula de vigência vinha expressa, 
geralmente, na fórmula tradicional: “Esta lei entra em vigor na data de sua publicação”.
A partir da LC nº 95, a vigência da lei deverá vir indicada de forma expressa, estabelecida em dias, 
e de modo que contemple prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, passando a 
cláusula padrão a ser: “Esta lei entra em vigor após decorridos (número de dias) de sua 
publicação”.
No caso de o legislador optar pela imediata entrada em vigor da lei, só poderá fazê-lo se verificar 
que a mesma é de pequena repercussão.
Na falta de disposição expressa da cláusula de vigência, aplica-se como regra supletiva a do art. 1º 
da LINDB, que dispõe que a lei começa a vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente 
publicada.
Introdução ao Estudo do Direito
Vacatio Legis
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I
Chama-se Vacatio Legis o período que medeia a data de 
publicação da lei e a de sua entrada em vigor. 
Com o período da vacatio legis (vacância da lei), o 
próprio legislador procura facilitar ao cidadão o 
cumprimento da lei, facultando seu conhecimento 
prévio. Nada impede, contudo, que a vigência da lei nova 
seja imediata, dispensando-se a vacatio legis, como se 
observa na Introdução ao Código Civil.
A forma de contagem do prazo da vacatio legis é a dos 
dias corridos, com exclusão do começo e inclusão do 
encerramento, computados domingos e feriados. 
Introdução ao Estudo do Direito
Vacatio Legis
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I
Art. 1º §3º: se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova 
publicação de seu texto, destinada à correção, o prazo deste 
artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova 
publicação. 
Nesse caso, serão observadas as seguintes situações:
▪ Correção da norma em seu texto, por conter erros 
substanciais, durante a vacatio legis ensejando nova 
publicação: nova vacatio será iniciada a partir da data da 
correção, anulando-se o tempo decorrido;
▪ Várias publicações diferentes de uma mesma lei, 
motivadas por erro: a data da publicação será uma só e 
deverá ser a da publicação definitiva, ou seja, a última.
Introdução ao Estudo do Direito
Vacatio Legis
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I
Art. 1º§4º: as correções a texto de 
lei já em vigor consideram-se lei nova. 
As emendas ou correções em lei que já esteja em vigor são 
consideradas leis novas, ou seja, para corrigi-la é preciso 
passar por todo o processo de criação de uma lei, devendo, 
para isso, obedecer aos requisitos essenciais e indispensáveis 
para sua existência e validade.
Introdução ao Estudo do Direito
Direito Intertemporal no contexto do 
Sistema Jurídico Brasileiro
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I
A chamada aplicação da lei no tempo e no 
espaço refere-se à eficácia do Direito segundo 
a extensão de sua incidência ou em função do 
tempo ligado à sua vigência. Temos, assim, a 
eficácia da lei no tempo e no espaço.
A eficácia da lei no tempo diz respeito ao 
tempo de sua atuação até que desapareça do 
cenário jurídico. Como tal fato pode ocorrer?
• Conflito de Leis no Tempo e no Espaço
Em duas hipóteses: 
• Se a lei já tem fixado seu tempo de 
duração, com o decurso de prazo 
determinado ela perde sua eficácia e 
vigência.
• Se ela não tem prazo determinado de 
duração, permanece atuando no mundo 
jurídico até que seja modificada ou 
revogada por outra de hierarquia igual 
ou superior (LINDB, art. 2º); é o 
princípio da continuidade das leis.
Introdução ao Estudo do Direito
Princípio da Obrigatoriedade e Continuidade das Leis
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I
Art. 2º: não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a 
modifique ou revogue. 
Há que se fazer uma distinção entre derrogação e ab-rogação. A derrogação significa 
revogação parcial, enquanto que a ab-rogação diz respeito à revogação total. Ambas, 
derrogação e ab-rogação, são espécies do gênero revogação.
Este princípio está contemplado no art. 2º da LINDB, quando menciona que uma lei só 
deixa de vigorar quando modificada ou revogada por outra posterior.
Introdução ao Estudo do Direito
Término da vigência das leis
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I
▪ Vigência e revogação são matérias disciplinadas pela 
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.
▪ A lei nova revoga a anterior quando trata sobre o 
mesmo assunto de forma diversa. Assim, nos fatos 
ocorridos após a sua revogação, a lei antiga não 
produzirá qualquer efeito, cessando, desta forma, sua 
eficácia.
▪ Entretanto, com relação aos fatos ocorridos 
anteriormente à edição da nova lei, a lei antiga 
poderá continuar produzindo efeitos. Tal fenômeno é 
chamado de ultratividade da lei.
Introdução ao Estudo do Direito
Revogação da lei
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I
Revogação é a perda total (ab-rogação) ou parcial 
(derrogação) de vigência de uma lei, tal como é 
definido no art. 2º e nos§§ da LINDB.
Tem como referência a questão temporal ou a 
sucessão de normas jurídicas no tempo, não sendo 
aplicável a outros critérios de invalidação de 
normas que tenham por referência sua posição 
hierárquica no ordenamento jurídico ou seu grau 
de especialidade, salvo quando naturalmente essas 
normas hierarquicamente superiores ou especiais 
forem também mais recentes.
Introdução ao Estudo do Direito
Revogação da lei
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I
Se a lei posterior disser, de maneira expressa, que a 
lei anterior está revogada, temos a revogação 
expressa.
A revogação tácita é a que decorre da vigência de 
uma nova disposição que colide com a anterior, sem 
que seja mencionada a lei nova a revogação da 
antiga. Assim, está implícita sua revogação.
Há também revogação tácita quando a lei posterior 
regula inteiramente certa matéria tratada por lei 
anterior, sem que, ao final, diga expressamente que 
revogou a lei antiga. 
Costume não revoga lei.
• Expressa e tácita
Introdução ao Estudo do Direito
Revogação da lei
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I
Observação importante é no sentido de que os 
conceitos de ab-rogação e derrogação são relativos e 
podem englobar todo o texto de uma lei, seus artigos 
ou partes de artigos. 
Assim, é possível falar da ab-rogação da lei X, como 
sendo a revogação de todos os seus artigos, de ab-
rogação do art. 2º da lei X, permanecendo vigentes os 
demais artigos da lei, que como um todo teria sido, 
portanto, derrogada, ou mesmo da revogação do inciso 
I, do art. 2º da lei X, o que implicaria a derrogação do 
art. 2º, que permaneceria em parte vigente.
• Expressa e tácita
Introdução ao Estudo do Direito
Repristinação: fenômeno não admitido no direito brasileiro
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I
A lei posterior revoga a anterior quando trata da mesma matéria de forma contrária. Uma vez 
revogada a lei nova, volta a vigorar a lei antiga?
Art. 2º, parágrafo 3º, da LICC: “Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura 
por ter a lei revogadora perdido a vigência”. 
Repristinação seria o restabelecimento da lei revogada após a perda da vigência da lei 
revogadora. Tal fato, como vimos, não é possível em nosso ordenamento jurídico, salvo 
disposição expressa em contrário. 
Esse dispositivo não se aplica às leis temporárias. 
Art. 2º, caput: “Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigoraté que outra a 
modifique ou revogue.”
Introdução ao Estudo do Direito
Princípio da Obrigatoriedade da Lei 
(art. 1º e art. 3º LICC)
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I
Depois da publicação ou decorrida a vacatio legis, a lei torna-
se obrigatória, não podendo ser alegada sua ignorância: 
nemo jus ignorare censetur, sendo aplicada mesmo àqueles 
que a desconhecem, porque o “interesse da segurança 
jurídica exige esse sacrifício”. 
Art. 3º: ninguém se escusa de cumprir a lei, 
alegando que não a conhece. 
Introdução ao Estudo do Direito
Princípio da Obrigatoriedade da Lei 
(art. 1º e art. 3º LICC)
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I
O princípio de segurança jurídica pressupõe 
uma previsibilidade dos efeitos jurídicos das 
condutas adotadas pelas pessoas, sendo uma 
de suas exigências exatamente a clareza e a 
publicidade das regras em vigor, o que se 
relaciona com os sistemas de publicidade.
Retroatividade das leis
Introdução ao Estudo do Direito
Direito Intertemporal
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I
Toda a matéria tratada no art. 2o da lei de Introdução ao Código Civil, dá 
margem a uma infinidade de conflitos. Tais conflitos são chamados de
“conflitos das leis no tempo”.
O conflito das leis no tempo nasce justamente da colisão da lei nova com a 
anterior. Muitas vezes permanecem consequências da lei antiga, sob a 
vigência da lei nova. 
E, muitas vezes, situações que foram criadas pela lei antiga já não 
encontrarão apoio na lei nova. Então, há que se estudar até que ponto a lei 
antiga pode gerar efeitos e até que ponto a lei nova não pode impedir 
esses efeitos da lei antiga. 
Chamaremos tal fenômeno de direito intertemporal.
Introdução ao Estudo do Direito
Retroatividade e Irretroatividade das Leis
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I
Uma lei nova só tem valor para o futuro ou regula 
situação anteriormente constituída, isto é, tem 
eficácia pretérita?
A norma que atinge os efeitos de atos jurídicos praticados 
sob o império da lei revogada é retroativa, tem eficácia 
pretérita; a que não se aplica a qualquer situação jurídica 
constituída anteriormente é irretroativa, hipótese em que 
a norma revogada permanece vinculante para os casos 
anteriores à sua revogação.
▪ Em princípio, as leis não devem retroagir; em face do 
seu caráter prospectivo, devem disciplinar situações 
futuras. O fundamento maior do princípio da 
irretroatividade, consagrado na doutrina, e pela 
generalidade das legislações, é a proteção do 
indivíduo contra possível arbitrariedade do legislador. 
Se fosse admitida a retroatividade como princípio 
absoluto, a segurança do indivíduo não ficaria 
preservada.
▪ A eficácia retroativa das leis é, portanto, excepcional; 
não se presume, devendo provir de texto expresso.
Introdução ao Estudo do Direito
Retroatividade e Irretroatividade das Leis
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I
No mesmo sentido, dispõe o inciso XXXVI do art. 5º da 
CF/88 “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato 
jurídico perfeito e a coisa julgada”.
Logo, para entender-se a irretroatividade, é 
importante que se entenda o que significa direito 
adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada.
Art. 6º: “a lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o 
ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada”.
Introdução ao Estudo do Direito
Retroatividade e Irretroatividade das Leis
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I
Pergunta-se: uma lei nova só tem valor para o 
futuro ou regula situação anteriormente 
constituída, isto é, tem eficácia pretérita?
a) A norma que atinge os efeitos de atos jurídicos praticados sob o 
império da lei revogada é retroativa, tem eficácia pretérita; a que 
não se aplica a qualquer situação jurídica constituída 
anteriormente é irretroativa, hipótese em que a norma revogada 
permanece vinculante para os casos anteriores à sua revogação.
Introdução ao Estudo do Direito
Ato Jurídico Perfeito (art. 6º, § 1º LINDB)
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I
É aquele que se realizou inteiramente 
sob a vigência de determinada lei. 
Assim, se alguém comprou alguma coisa, 
pagando na hora o respectivo preço total, o 
direito daquela pessoa sobre tal coisa está 
consumado, não podendo ser atingido por 
lei nova.
Conclusão: se o ato não estiver terminado, a lei nova o atingirá.
Introdução ao Estudo do Direito
Direito Adquirido (art. 6º, § 2º LINDB)
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I
É aquele que, na vigência de 
determinada lei, incorporou-se ao 
patrimônio de seu titular.
O direito adquirido é direito em estado latente, 
surgido quando determinada pessoa preenche os 
requisitos estabelecidos pelo ordenamento jurídico, 
para ser considerado um titular de direito, pouco 
importando se e quando exercerá tal direito.
Introdução ao Estudo do Direito
Direito Adquirido e Expectativa de Direito
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I
A expectativa de direito é a possibilidade de se vir a ter um 
direito. Ela não confere direitos.
Exemplo 1: se alguém tem 24 anos de serviço e, frente à lei 
vigente, lhe falta um ano para aposentar-se, este indivíduo tem 
uma expectativa de direito à sua aposentadoria. Caso a lei mude 
neste momento, terá ele que submeter-se ao novo regramento.
Exemplo 2: o filho, estando seu pai ainda vivo, tem expectativa de 
direito quanto à herança. Entretanto, os bens de seu pai ainda 
não incorporaram ao seu patrimônio, não gerando, portanto, 
direito adquirido.
Conclusão: a lei nova atinge as expectativas de direito.
Introdução ao Estudo do Direito
Coisa Julgada
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I
Depois de decidida uma questão pelo 
Judiciário, se já não há possibilidade de 
recurso, faz ela lei entre as partes, 
estabelecendo obrigações e direitos entre 
as mesmas.
A lei nova não atingirá tais decisões.
Introdução ao Estudo do Direito
Aplicação imediata da lei
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I
A aplicação imediata de lei se dá naquelas relações jurídicas de efeitos diferidos, que são as que 
envolvem a prática de diversos atos ao longo do tempo, que deverão ser adaptados à 
sistemática da nova legislação.
São as seguintes as hipóteses de aplicação imediata de lei:
NORMAS PROCESSUAIS
Como elas não dizem respeito ao direito em si, 
uma mudança na legislação processual é de 
imediato aplicada aos processos judiciais em 
andamento que, a partir da modificação, 
deverão ter o seu rito adequado ao que 
prescreve a nova lei, preservando-se os efeitos 
dos atos processuais praticados de acordo com 
a sistemática da legislação revogada.
NORMAS DE ORDEM PÚBLICA
São as que envolvem temas de ordem pública, 
inclusive aqueles que repercutem na esfera 
jurídica dos particulares. São de ordem pública 
as regras ligadas ao estado das pessoas 
(direitos da personalidade, capacidade jurídica, 
regime matrimonial e sucessório, por exemplo), 
ordem econômica, política salarial, 
concorrência, direito do consumidor etc.
Introdução ao Estudo do Direito
Princípio da Irretroatividade Penal
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I
Proíbe que, uma vez determinada por Lei como 
ilícita, determinada conduta, os efeitos penais, 
incriminantes e condenatórios dessa Lei 
retroajam anteriormente à vigência dessa. 
Assim sendo, a prática de uma conduta delituosa 
só será punível se praticada após a vigência da 
lei que a proscreve. 
Por conseguinte, toda prática dessa conduta 
antes da vigência torna-se intocável pelo Direito 
Penal, seguindo lícita e não punível seu autor. 
O efeito ex-tunc é vedado in malam partem, isto 
é, para punir.
Introdução ao Estudo do Direito
Princípio da Irretroatividade Penal
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I
A Lei proibiu apenas a retroatividadeem 
prejuízo ao agente. Como a Lei não proibiu a 
retroatividade benéfica, se tem que do Princípio 
da Irretroatividade Penal surge o Princípio da 
Retroatividade Benéfica Penal..
No Brasil, o Princípio da Irretroatividade 
Maléfica Penal está garantido na Constituição 
Federal de 1988, a qual, em seu artigo 5º inciso 
XXXIX exige que: 
"Não há crime sem lei ANTERIOR que o 
defina, nem pena sem PRÉVIA cominação 
legal."
Introdução ao Estudo do Direito
Leis temporárias e perpétuas, comuns e especiais.
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I
São as que tratam de certos temas de maneira pontual ou mais detalhada, devendo-
se lembrar que, mesmo entre as leis especiais, podem existir graus diferentes de 
especificidade, que permitem afirmar que “uma norma é mais específica do que a 
outra”. 
São aquelas de conteúdo mais aberto que, em muitos casos, são a expressão de 
princípios de direito em forma de regras.
A regra geral do art. 2º da LINDB é que “não se destinando à vigência temporária, a 
lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue”, o que caracteriza, por princípio, 
as leis como perpétuas no direito brasileiro.
Leis com prazo de vigência temporário, o que obviamente não se presume, devendo 
dela constar expressamente o prazo de expiração de sua vigência (o chamado termo 
de vigência) ou os fatos futuros que porão fim à sua vigência (a denominada 
condição).
Leis temporárias
Leis perpétuas 
Leis comuns
ou gerais
Leis especiais
Introdução ao Estudo do Direito
Conflito de Leis no Tempo e no Espaço
AULA 14: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II
A eficácia da lei no tempo diz respeito ao tempo de sua 
atuação até que desapareça do cenário jurídico. 
Como tal fato pode ocorrer?
Em duas hipóteses: 
▪ Se a lei já tem fixado seu tempo de duração, com o 
decurso de prazo determinado ela perde sua eficácia e 
vigência;
▪ Se ela não tem prazo determinado de duração, 
permanece atuando no mundo jurídico até que seja 
modificada ou revogada por outra de hierarquia igual 
ou superior (LINDB, art. 2º); é o princípio da 
continuidade das leis. 
Introdução ao Estudo do Direito
Direito Intertemporal
AULA 14: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II
Toda a matéria tratada no art. 2º da LINDB, dá 
margem a uma infinidade de conflitos. Tais 
conflitos são chamados de “conflitos das leis 
no tempo”.
O conflito das leis no tempo nasce justamente 
da colisão da lei nova com a anterior. 
Muitas vezes permanecem consequências da lei 
antiga, sob a vigência da lei nova, e situações que 
foram criadas pela lei antiga já não encontrarão 
apoio na lei nova. Então, há que se estudar até que 
ponto a lei antiga pode gerar efeitos e até que 
ponto a lei nova não pode impedir esses efeitos da 
lei antiga. Chamaremos tal fenômeno de direito 
intertemporal.
Introdução ao Estudo do Direito
Direito Intertemporal
AULA 14: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II
As normas legislativas de direito intertemporal são 
chamadas disposições transitórias. A própria lei pode 
estabelecer tais disposições, dispondo sobre sua vigência 
ou sobre a vigência de leis anteriores.
Todavia, são os princípios jurídicos que estabelecem as 
grandes linhas do direito intertemporal. Entre tais 
princípios estão os da retroatividade e da não 
retroatividade da lei (que vimos no material da aula 
passada).
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 14: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II
O direito adquirido (doutrinas de Gabba, Roubier e 
Lassalle), o ato jurídico perfeito e a coisa julgada no 
contexto da Lei de Introdução ao Código Civil, da 
Constituição da República e do Código Civil de 2002.
Teorias do Direito Adquirido
Na aula 13 conhecemos os conceitos de direito adquirido, coisa 
julgada e ato jurídico perfeito, agora vamos conhecer as teorias 
relativas ao direito adquirido.
Há duas teorias acerca do direito adquirido: a teoria subjetivista 
e a objetivista.
Determina o art. 6º da LINDB que “a lei em vigor terá efeito 
imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito 
adquirido e a coisa julgada”. No mesmo diapasão dispõe o 
inciso XXXVI do art. 5º da CF/88: “a lei não prejudicará o direito 
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”.
Logo, para entender-se a irretroatividade, é importante que se 
entenda o que significa direito adquirido, ato jurídico perfeito
e coisa julgada.

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