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EPIDEMIOLOGIA: BASES CONCEITUAIS EPIDEMIOLOGIA -Origem grega, significa o estudo que afeta a população. Epi= sobre; demio=povo; logos=estudo -Conceito: Ciência que estuda o processo saúde-doença na sociedade, analisando a distribuição e os fatores determinantes das doenças, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde. A epidemiologia é uma disciplina básica da saúde pública voltada para a compreensão do processo saúde-doença no âmbito de populações, aspecto que diferencia da clínica, que estuda o mesmo processo, mas em termos individuais. A partir do indivíduo, chega-se ao coletivo ou a partir do coletivo chega-se ao indivíduo, sendo uma via de mão dupla. Exemplo: indivíduo contaminado com vírus, tem que se analisar aonde este indivíduo esteve, os contatos que ele teve. Como ciência, a epidemiologia fundamenta-se no raciocínio causal; já como disciplina da saúde pública, preocupa-se com o desenvolvimento de estratégias para as ações voltadas para a proteção e promoção da saúde da coletividade. Cientificamente, é uma disciplina que adota METODOLOGIAS APLICADAS aos estudos científicos, sendo elas: I. Investigação descritiva: como exemplo o COVID-19, descrever a pandemia, categorizar, quem são as pessoas, qual sexo está sendo mais afetado, qual o comportamento dessas pessoas... II. Investigação etiológica: descobrindo o comportamento do COVID-19... III. Investigação das características clínicas, estudos de prognósticos e de sobrevivência (estudo clínico, transversal da população, etc) IV. Investigação metodológica (o pesquisador tenta encontrar o melhor método para realizar o estudo) V. Ensaios controlados (ensaios clínicos com uso de medicamentos, um toma placebo e o outro não, etc) VI. Investigação de avaliação prognóstica (desenvolvimento da doença) VII. Investigação de avaliação diagnóstica ESPECIFICIDADE DA EPIDEMIOLOGIA -Fornece os conceitos, o raciocínio e as técnicas para estudos populacionais, no campo da saúde. Qualquer estudo sobre uma área definida quem irá definir é o pesquisador (bairro, cidade, estado, país...) -Como a doença se distribui segundo as características das pessoas, lugares e épocas consideradas? Categorizar, por exemplo no COVID, tem-se a maioria da faixa etária afetada é de 20 a 59 anos, deslocamentos de casos graves para população acima de 80 anos, mas tem desvios para casos graves em adolescentes e jovens. -Que fatores estão relacionados à ocorrência da doença e sua distribuição na população? Como exemplo do COVID em Maringá, no começo existia mais concentrado no Centro, que eram pessoas que foram para fora e voltaram com a doença, mas hoje já se vê uma contaminação comunitária, em que o vírus está por toda a cidade. -Que medidas devem ser tomadas a fim de prevenir e controlar a doença? Como exemplo do COVID, as medidas de prevenção baseiam-se nos decretos, com o uso de máscaras, se fecha ou não determinados estabelecimentos. -Qual o impacto das ações de prevenção e controle sobre a distribuição da doença? Mensuração das ações de impacto positivas ou negativas frente a previsões de determinadas situações, como exemplo, quantos alunos estariam contaminados se as aulas presenciais não tivessem sido paralisadas. “EPIDEMIOLOGIA é o estudo da frequência, da distribuição e dos determinantes dos estados ou eventos relacionados à saúde em específicas populações e a aplicação desses estudos no controle dos problemas de saúde” PRINCÍPIOS DA EPIDEMIOLOGIA 1. Estudo: a epidemiologia como disciplina básica da saúde pública tem seus fundamentos no método científico. 2. Frequência e distribuição: a epidemiologia preocupa-se com a frequência e o padrão dos eventos relacionados com o processo saúde doença na população. A frequência inclui não só o número desses eventos, mas também as taxas ou riscos de doença nessa população. O padrão de ocorrência dos eventos relacionados ao processo saúde-doença diz respeito à distribuição desses eventos segundo características: I. Tempo (tendência num período, variação sazinal, etc) II. Lugar (distribuição geográfica, distribuição urbano-rural, etc) III. Pessoa (sexo, idade, profissão, etnia, etc). 3. Determinantes: uma das questões centrais da epidemiologia é a busca da causa e dos fatores que influenciam a ocorrência dos eventos relacionados ao processo saúde-doença. Descreve a frequência e distribuição desses eventos e compara sua ocorrência em diferentes grupos populacionais com distintas características demográficas, genéticas, imunológicas, comportamentais, de exposição ao ambiente e outros fatores, assim chamados fatores de risco. Achados epidemiológicos oferecem evidências suficientes para a implementação de medidas de prevenção e controle. 4. Estados ou eventos relacionados à saúde: originalmente, a epidemiologia preocupava-se com epidemias de doenças infecciosas. No entanto, sua abrangência ampliou-se e, atualmente, sua área de atuação estende-se a todos os agravos à saúde. 5. Específicas populações: a epidemiologia preocupa-se com a saúde coletiva de grupos de indivíduos que vivem numa comunidade ou área. 6. Aplicação: a epidemiologia, oferece subsídios para implementação de ações dirigidas à prevenção e ao controle, sendo usada também como um instrumento de ação. RISCO -Do latim risicu, riscu, de acordo com o dicionário Aurélio: 1. Perigo ou possibilidade de perigo; 2. Possibilidade de perda ou de responsabilidade pelo dano. Assim, em saúde, têm-se utilizado o conceito de “risco” como instrumento de caráter probabilístico para orientar as atividades de intervenção em saúde. -Vulnerabilidade: quando se tem um meio propício a se transformar em um risco plausível. Exemplo: mãe e pai usuários de drogas, a chance do filho se tornar usuário é alta, então este é vulnerável a esta condição. -O conceito de vulnerabilidade, supera o caráter individualizante e probabilístico do clássico conceito DOENÇA: Enfermidade ou estado clínico, independentemente de origem ou fonte, que represente ou possa representar um dano. EVENTO: Significa manifestação de doença ou uma ocorrência, que apresente potencial para causar doença. AGRAVO: qualquer dano a integridade física, mental e social dos indivíduos provocado por circunstâncias nocivas, como acidentes, intoxicações, abuso de drogas, lesões, etc. RISCO: é entendido pela epidemiologia como “probabilidade de ocorrência de uma doença, agravo, óbito, ou condição relacionada à saúde (incluindo cura, recuperação ou melhora) em uma população ou grupo durante um período de tempo determinado. VULNERABILIDADE: “[...] chances probabilísticas de susceptibilidade, atribuíveis a um indivíduo qualquer de grupos populacionais particularizados, delimitados em função da exposibilidade a agentes (agressores ou protetores) de interesse técnico ou científico “ de “risco”, ao apontar a vulnerabilidade como um conjunto de aspectos coletivos, contextuais, que levam suscetibilidade a doenças ou agravos. Esse conceito, também leva em conta aspectos que dizem respeito à disponibilidade ou a carência de recursos destinados à proteção das pessoas. Exemplo: locais de vulnerabilidade do perímetro urbano de Maringá-PR Tais locais podem abrigar escorpiões, ter acúmulo de água que propicia a propagação da dengue, baratas, ratos que possam vir a transmitir leptospirose, entre outros. MÉTODO CIENTÍFICO E EPIDEMIOLOGIA 1. Processo onde se busca “conectar” observações e teorias 2. Fundamentação teórica: causa e risco 3. Palavras chaves para a Epidemiologia: hipótese (perguntas que instigam como sujeito a pensar nas possibilidades) e comparação entre grupos e populações. 4. Raciocínio Epidemiológico RACIOCÍNIO EPIDEMIOLÓGICO: 1. Conhecimento teórico sobre o tema; 2. Formulação de hipótese conceitual e operacional; 3. Teste da hipóteseatravés de diferentes desenhos de estudos; ->RACIOCÍNIO EPIDEMIOLÓGICO -Descrição do comportamento da doença ou agravo segundo atributos do tempo, espaço e da pessoa. -Busca de associação causais entre a doença e determinados fatores, por meio de: Exames dos fatos; Avaliação das hipóteses existentes; Formulação de novas hipóteses mais específicas; Obtenção de dados adicionais para testar novas hipóteses. >As aplicações mais frequentes da epidemiologia em saúde são: -Descrever o espectro clínico das doenças e sua história natural -Identificar fatores de risco de uma doença e grupos de indivíduos que apresentam maior risco de serem atingidos por determinado agravo. VIGILÂNCIA EM SAÚDE (EPIDEMIOLOGIA) Prever tendências; Avaliar o quanto os serviços de saúde respondem aos problemas e necessidades da população; Testar a eficácia, a efetividade e o impacto de estratégias de intervenção, assim como a qualidade, acesso e disponibilidade dos serviços de saúde para controlar, prevenir e tratar os agravos de saúde da coletividade. OBJETIVOS DA EPIDEMIOLOGIA COMO INSTRUMENTO DE PROTEÇÃO A SAÚDE DA POPULAÇÃO Identificar o agente causal ou fatores relacionados à causa dos agravos à saúde; Entender a causa dos agravos à saúde; Definir os modos de transmissão; Definir e determinar os fatores contribuintes aos agravos à saúde; Identificar e explicar os padrões de distribuição geográfica das doenças; Estabelecer os métodos e estratégias de controle dos agravos à saúde; Estabelecer medidas preventivas; Auxiliar o planejamento e desenvolvimento de serviços de saúde; Prover dados para a administração e avaliação de serviços de saúde; AVALIAÇÃO EPIDEMIOLOGICA DOS SERVIÇOS DE SAÚDE 1. Deve-se levar em conta o acesso da população aos serviços e a cobertura oferecida; 2. Proporção de indivíduos atingidos por determinada doença que são tratados e acompanhados; 3. Proporção da população coberta por diferentes programas; 4. O acesso pode ser medido em termos de distância, tempo e custos; 5. A avaliação de um plano desenvolvido por um sistema local de saúde pode ser efetuada verificando as atividades previstas que foram implementadas com êxito; 6. Verificar o impacto do plano na evolução de indicadores de saúde ou na frequência dos agravos à saúde contemplados pelo plano. PASSOS PARA O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE SERVIÇOS Quantificar metas a serem atingidas com referência aos indicadores selecionados; Coletar as informações epidemiológicas necessárias; Comparar os resultados alcançados em relação às metas estabelecidas; Revisar as estratégias, reformulando o plano, quando necessário; ATRIBUTOS UTILIZAOD NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO -EFICIÊNCIA: capacidade de um programa alcançar os resultados pretendidos despendendo um mínimo de recursos. -EFETIVIDADE: como a habilidade de um programa produzir os resultados esperados nas condições de campo. OBS. A EFETIVIDADE é um atributo distinto de EFICÁCIA, que é medida pela capacidade de um programa produzir resultados em condições ideais. VIGILÂNCIA EM SAÚDE >>Conceitos utilizados pela vigilância em saúde: 1. Isolamento: segregação das pessoas infectadas durante o período de transmissibilidade da doença, evitando a transmissão direta ou indireta. 2. Quarentena: Surge no final da Idade Média e consolida-se nos séculos XVII e XVIII. Isolamento dos indivíduos por determinado tempo. 3. Cordão sanitário: caracterizado pelo isolamento de bairros, cidades ou áreas especificadas e não de indivíduos. Isolar zonas afetadas para defender as áreas limpas. Exemplo: isolamento de praias. CONCEITO: A vigilância em saúde é um processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação, análise e disseminação de dados sobre eventos relacionados à saúde, visando o planejamento e a implementação de medidas de saúde pública, incluindo a regulação, intervenção e atuação em condicionantes e determinantes da saúde, para a proteção e promoção da saúde da população, prevenção e controle de riscos, agravos e doenças. -A partir da década de 50, muda o conceito de vigilância: 1 – Deixa de ser aplicado no sentido da observação sistemática de contatos de doentes; 2 – Significado mais amplo, o de acompanhamento sistemático de eventos adversos à saúde na comunidade, com o propósito de aprimorar as medidas de controle; -A metodologia aplicada pela vigilância, no novo conceito, inclui a coleta sistemática de dados relevantes, a análise contínua desses dados, assim como a sua regular disseminação a todos os que necessitam conhece-los. -Sistema de vigilância de qualidade, precisa padronizar a definição de caso das doenças e agravos ou eventos de saúde; -Definição de caso pode ser entendida como um conjunto de critérios que se utilizam para decidir se uma pessoa tem ou não uma particular doença ou apresenta um determinado evento adverso à saúde. Incluindo aspectos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais. A clínica é soberana (sinais presentes), o que o paciente apresenta, como ele se comporta, olhar a que grupo tal indivíduo pertence, e quais fatores afetam esse indivíduo, além disso, os testes de laboratórios auxiliarão a pautar o diagnóstico. -Importante: a incidência mede o risco ou probabilidade de ocorrer o evento/ doença na população exposta. DESCRIÇÃO DA FREQUÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO DE DADOS GERADOS EM SERVIÇOS DE SAÚDE Dados gerados por sistemas de informação de morbi-mortabilidade nos serviços de saúde é efetuada segundo três categorias ou variáveis epidemiológicas: 1. Tempo 2. Espaço 3. Pessoa A análise dos dados, segundo essas variáveis, nos oferece pistas de possíveis causas de doenças, permitindo a elaboração de hipóteses a serem posteriormente testadas. CARACTERES EPIDEMIOLÓGICOS RELATIVOS AO TEMPO Essa variação apresenta-se de duas formas: Regular e, portanto, previsível, como é o caso da tendência secular, variação sazonal e variação cíclica. Irregular, características das epidemias. -Tendência secular Pode ser visualizada por um gráfico com o número ou taxa anual de casos ou óbitos de uma doença referente a um período relativamente longo. Permite uma visão de tendência a evolução futura do comportamento do agravo na comunidade em questão, sando uma ideia do impacto de programas de saúde ou intervenções, como a vacinação. -Sazonalidade A análise da variação sazonal é útil, por exemplo, na avaliação do possível papel de vetores na determinação da ocorrência de doenças, uma vez que a proliferação no ambiente e intensidade da transmissão da doença, geralmente está relacionada a condições de umidade e temperatura do ar. Esta doença tende a diminuir a medida que a doença é controlada. -Variação ou flutuação cíclica Ocorre regularmente, dependendo da doença, a cada dois ou três anos; acompanha a tendência secular e está relacionada a variações normais na proporção de suscetíveis na comunidade. Da mesma forma que a variação sazonal, a variação cíclica, tende a diminuir a medida que a doença é controlada. -Variações irregulares As variações irregulares na ocorrência das doenças na comunidade são peculiar das epidemias. Entende-se por nível endêmico de um determinado agravo à saúde a situação na qual sua frequência e distribuição, em agrupamentos humanos distribuídos em espaços delimitados, mantenham padrões regulares de variações num determinado período, sendo que as oscilações na ocorrência das doenças correspondem somente às flutuações cíclicas e sazonais. Quando essas variações se apresentam de forma irregular, temos uma epidemia, definida como: a ocorrência de um claro excesso de casos de uma doença ou síndrome clínica em relação ao esperado, para uma determinada área ou grupo específico de pessoas, num particular período. PARTICULARIDADES DAS EPIDEMIAS Podem ser consequência de exposição a agentes infecciosos, substâncias tóxicas, em situações especiais, à carência de determinado nutriente. As epidemias podem evoluir por períodos que variam de dias,semanas, meses ou anos, implicando, um claro excesso de casos quando comparada à frequência habitual de uma doença em uma localidade. As epidemias não constituem fenômeno exclusivamente quantitativo. Verifica-se nesses episódios, modificações na distribuição etária da doença, na forma de transmissão e nos grupos de maior risco. As formas de apresentação de uma epidemia numa comunidade variam de acordo com: Tipo do agente Características e tamanho da população exposta Presença ou ausência de prévia exposição da população a determinado agente. Epidemias podem ser classificadas em: PANDEMIAS: Quando evoluem disseminando-se por amplas áreas geográficas (até continentais), atingindo elevada proporção da população. Exemplo: pandemias de cólera e de gripe, atualmente, corona vírus. ONDAS EPIDÊMICAS: Quando se prolongam por vários anos; exemplo: as epidemias de doença meningocócica. SURTOS EPIDÊMICOS: Alguns entendem surto e epidemia como sinônimos, outros registram a aplicação do termo epidemia a situações que envolvam amplo número de pessoas e/ou áreas geográficas mais extensas. -Operacionalmente, mais adequado conceituar surto como uma forma particular de epidemia, na qual tem-se ocorrência de 2 ou mais casos relacionados entre si no tempo e/ou no espaço, atingindo um grupo específico de pessoas, configurando-se um claro excesso de casos se comparado com a frequência normal do agravo em questão no grupo populacional atingido. -Em surtos epidêmicos, o caso inicial responsável pela introdução da doença no grupo atingido recebe a denominação caso-índice. -O processo epidêmico é uma forma particular de conjunção de uma série de fatores relacionados ao agente, meio e hospedeiro, dos quais merecem destaque aspectos relativos aos: Patógenos envolvidos Fatores ambientais envolvidos na transmissão Fatores do hospedeiro RESUMINDO AS DIFERENÇAS: FATORES RELACIONADOS AO PROCESSO EPIDÊMICO >PATÓGENOS ENVOLVIDOS Introdução de um novo patógeno ou modificação das características de um já conhecido; O aumento da virulência e modificação das vias de penetração; Aumento do tempo de exposição a um patógeno já conhecido; >FATORES AMBIENTAIS ENVOLVIDOS NA TRANSMISSÃO Novos meios de crescimento de patógenos que podem surgir naturalmente no ambiente ou pela modificação deste pelo próprio homem. Novos meios de dispersão e procedimentos terapêuticos e diagnósticos invasivos e instalações hospitalares especializadas. >FATORES DO HOSPEDEIRO Existência de elevada proporção de suscetíveis na comunidade; Grupos altamente suscetíveis a infecções (imunossupressivos ou naturalmente imunodeficientes). TIPOS DE EPIDEMIA >FONTE COMUM: ocorre em situações nas quais a exposição da população suscetível se dá em relação a uma fonte comum de determinado patógeno, permitindo que os casos apareçam em rápida sucessão e num curto período. Tem-se então uma epidemia que surge, aumenta de intensidade e declina, sugerindo a existência de um veículo comum de transmissão e uma exposição simultânea. >PROGRESSIVAS OU PROPAGADAS: Progressão é mais lenta e a transmissão do agente etiológico ocorre de pessoa a pessoa ou por vetor, implicando geralmente a multiplicação do agente no hospedeiro e a necessidade de sua eliminação para atingir um outro indivíduo suscetível. TÉCNICAS DE IDENTIFICAÇÃO DE EPIDEMIAS O diagrama de controle é um bom instrumento estatístico para a identificação de epidemias de doenças que apresentam as seguintes características: Com alguma frequência pode atingir parcelas importantes da população; Doenças em relação às quais não existem medidas rotineiras de controle; CARACTERES EPIDEMIOLÓGICOS RELATIVOS À PESSOA Categorias: sexo, idade, etnia, situação conjugal, estado imune, lazer, profissão, situação socioeconômica, acesso a serviços de saúde, entre outros. Essas categorias determinam, em amplo número de situações, quem está submetido ao risco mais elevado de ser atingido por eventos adversos à saúde. CARACTERES EPIDEMIOLÓGICOS RELATIVOS AO ESPAÇO A descrição da ocorrência de uma determinada doença ou evento adverso à saúde segundo a distribuição espacial dos casos nos oferece uma visão da dispersão do problema em determinado território, assim como a localização de áreas de maior incidência. Para a análise da ocorrência de doenças segundo sua distribuição espacial, é preciso verificar: Prováveis fontes de infecção Disseminação do agente etiológico Associação entre a ocorrência da doença e determinado local Fatores de risco para a elevação da incidência da doença encontram-se nas pessoas que lá vivem, no ambiente ou em ambos. Estrutura epidemiológica é uma representação sistêmica dos elementos envolvidos no processo saúde-doença, os fatores relacionados ao agente etiológico, ao (humano) susceptível e ao ambiente que atua como o fulcro de uma balança favorecendo a manifestação patológica do agente ou resistência à doença. HISTÓRIA NATURAL E ESPECTRO CLÍNICO DAS DOENÇAS INFECCIOSAS O conceito de estrutura epidemiológica facilita a compreensão do comportamento das doenças infecciosas na comunidade, ao passo que o de história natural e de espectro clínico das doenças aborda a mesma questão, mas no plano individual. A história natural das doenças abrange o conhecimento da evolução da doença num indivíduo, na ausência de tratamento, num período suficiente para que chegue a um desfecho (cura ou óbito). >IMPORTÂNCIA: Conhecimento importante para instruir ações que visam modificar o curso natural das doenças. Para detectar as doenças em fase mais inicial de sua história natural e tornar o tratamento mais eficaz. Conhecer a gravidade da doença para estabelecer prioridades para programas de saúde pública. HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA “As interrelações entre o agente, a pessoa sucetível e o meio ambiente que afetam o processo global e o desenvolvimento da doença, desde as primeiras forças que criam o estímulo para o processo patológico no meio ambiente; passando pela resposta do homem a esse estímulo, até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte” -Fase pré-clínica: ainda não se tem os sinais e sintomas, mas pode estar contaminado com alguma bactéria ou vírus. -Fase clínica: já apresenta os sinais e sintomas, febre, mal-estar... -Horizonte clínico: importante a compreensão da tríade epidemiológica. PERÍODOS DA HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA -Período de latência: desde a exposição até se tornar infeccioso -Período de incubação: desde exposição até desenvolver sintomas -Período de transmissibilidade: normalmente é quando o paciente apresenta os sintomas e procura o médico. -Período de manifestações clínicas. HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA A HISTÓRIA NATURAL DE UMA DOENÇA PODE SER DIVIDIDA EM QUATRO FASES: PREVENÇÃO QUATERNÁRIA Novo conceito – 1995 Jamoulle e Roland Não relacionada ao risco de doença, mas ao risco por excesso de intervenção, de medicação desnecessária – “é preferível tratar um são do que não tratar um doente” Conjunto de medidas para evitar intervenções desnecessárias e diminuir efeitos adversos dos tratamento.
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