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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO 
ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA E DE REGISTROS PÚBLICOS DA 
COMARCA DE CAMPO GRANDE/MS. 
 
 
 
 
 
 
TUTELA ANTECIPADA 
 
 
 
 
 
 
JADIEL ALVES BATISTA, brasileiro, casado, autônomo, portador do registro de 
Identidade nº 143495262 SSP/PR, inscrito no CPF sob nº 897.446.912-04, residente e 
domiciliado na Rua Arquiteto Joaquim Barreto nº47, Conjunto Aero rancho, Campo 
grande/Ms, por intermédio de sua advogada, DEBORAH CRISTHINA PEIXOTO 
DANTAS OAB/MS 24.262, com escritório profissional na Rua Imburus 570, Bairro Tijuca 
II, Campo Grande/MS, vem propor a presente: 
 
AÇÃO DE NULIDADE DE ATO ADMINISTRATIVO E OBRIGAÇÃO DE 
FAZER C/C TUTELA DE URGÊNCIA E DANOS MORAIS 
 
 em desfavor de AGÊNCIA MUNICIPAL DE TRANSPORTE E 
TRÂNSITO/AGETRAN, pessoa jurídica de direito público interno, com sede na Av. 
Gury Marques, nº 2.395 – CEP 79063-000, regularmente inscrita no CNPJ sob o nº 
02.925.027/0001-10;e DEPARTAMENTO DE TRÂNSITO DE MATO GROSSO DO 
SUL – DETRAN/MS, pessoa jurídica de direito público interno, com sede na Rodovia MS 
080, Km 10, no município de Campo Grande – MS – CEP 79114-901, regularmente inscrita 
no CNPJ sob o n. 01.560.929/0001-38 pelos motivos a seguir aduzidos: 
 
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PRELIMINARMENTE 
 
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
 Conforme documentação juntada, requer ora o autor a concessão do Benefício da 
Gratuidade de Justiça, tendo em vista, que o autor não possui aportes financeiros para 
dispender com Honorários Advocatícios e Custas Processuais sem prejuízo próprio e de sua 
família. 
 
DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO 
Manifesta-se desde já o interesse pela realização da Audiência de Conciliação. 
 
DOS FATOS 
No dia 18/10/2019 as 13:31h (Sexta- Feira) o carro do requerente que é de uso 
familiar fora multado, na Avenida Consul Assaf Trad X Av. Da Capital(B-C) no Município 
de Campo Grande/Ms, Por Execução De Conversão à esquerda em local Proibido pela 
sinalização. 
Ocorre Excelência, que, quem estava na direção do veículo Automotor era a Esposa 
do Requerente, a senhora Simone Kátia dos Santos Alves Batista, que depois de converter 
no local errado tomou ciência do ato ilegal, assumindo sua responsabilidade perante o 
esposo, comunicando-o do ocorrido na mesma tarde. 
Após o fato, o Autor esperou pela primeira notificação de multa, e ela não veio, 
na esperança de ter o prazo para transferir os pontos para a carteira da condutora do veículo 
na data do fato, conforme dita o art 257 do CTB § 7o Não sendo imediata a identificação 
do infrator, o principal condutor ou o proprietário do veículo terá quinze dias de 
prazo, após a notificação da autuação, para apresentá-lo, na forma em que dispuser 
o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), ao fim do qual, não o fazendo, será 
considerado responsável pela infração o principal condutor ou, em sua ausência, o 
proprietário do veículo, ocasião esta que nunca ocorreu. 
O problema maior Meritíssimo, é que o processo administrativo se iniciou da maneira 
nula, não dando a Chance de Defesa Para o Requerente justificar o Verdadeiro autor da 
multa, ocasionando diversos problemas, pois o mesmo é portador de PPD (permissão para 
dirigir) com a data de expedição 29/04/2019 e ao tentar renovar sua CNH teve seu pedido 
negado pelo órgão competente(réu nesta ação). 
Douto magistrado, embora o requerente tivesse ciência da infração cometida por sua 
esposa, esperou o posicionamento da Agetran de notifica-lo, antes de aplicar a sanção 
definitiva, pois, sabe-se que o procedimento correto a ser tomado pela Agetran é a emissão 
da notificação com o prazo para que se recorra e transfira os pontos para quem de fato 
cometeu a infração. 
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 No entanto, isto não ocorreu, E apenas a multa já com o prazo para o pagamento 
chegou no endereço comercial do requerente. Prova disso é o documento a seguir: 
 
 
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Diante do Ocorrido, a Esposa do Requerente, a Verdadeira Autora da Multa, no 
dia 18/12/2019 as 10:44h apresentou-se como condutora do veículo na data do fato perante 
a Agetran e protocolou um recurso na tentativa sanar o problema, já desconfiando do 
procedimento nulo da requerida e das irregularidades que estavam sendo cometidas pelo 
orgão. Levando em consideração que a ré que havia pulado uma fase, cerceando a defesa da 
parte autora inicialmente conforme foto abaixo: 
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Magistrado, mesmo o recurso tendo sido tempestivo e em um procedimento 
totalmente nulo, tal fato fora ignorado pelos órgãos competentes. Pois somente no dia 
07/05/2020 após todos os aborrecimentos e dos esforços para saber o que de fato estava 
acontecendo e da tentativa frustrada de renovar sua CNH e Protocolar Recursos,o autor 
tomou ciência de que havia perdido o prazo para recorrer da primeira notificação. 
Sabe-se que os procedimentos devem ser acessíveis às partes, porém, isto na prática 
não ocorre nos órgãos públicos, e após as muitas solicitações, um funcionário da Agetran 
resolveu ajudar o autor, imprimindo parte do processo Administrativo, esclarecendo que 
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ocorreram as tentativas de envio da Primeira notificação com AR e que estas foram 
infrutíferas, sob a alegação de que no endereço não haviam pessoas para recebê-la. 
 
Insta Salientar que o endereço para correspondência da Parte autora é um 
estabelecimento comercial, que Funciona das 7:00h as 17:30h situada na Av. Guaicurus, 5557 
- Jardim Macapá, Campo Grande - MS, 79062-310 ( Crialar Materiais de Construção -
https://www.google.com/search?q=crialar&oq=crialar&aqs=chrome..69i57j69i59j69i65l3j
69i60l3.1047j0j4&sourceid=chrome&ie=UTF-8) e que as tentativas feitas pelo correios 
foram forjadas. 
Os mesmos afirmaram não ter ninguém no estabelecimento nos dias (11/11/2019 as 
17:06 h ; 13/11/2019 as 17:04; 18/11/2019 as 17:11), alegações falsas que será facilmente 
derrubada Conforme as folhas de ponto dos funcionários anexas a este processo, e também 
às notas fiscais emitidas pela empresa nas datas das supostas tentativas de entrega. 
Vale ressaltar, que pelo fato do estabelecimento ser comercial há uma frequente 
entrega de encomendas e cartas, sendo assim, os carteiros já conhecem os funcionários da 
loja e os seus respectivos donos, tendo um relação quase que pessoal, e jamais deixariam 
“passar” algo tão importante quanto a entrega de uma intimação inicial de multa. 
É muito capcioso ter chegado na loja apenas a 2ª notificação (que já era para o 
pagamento), e não ter sido entregue a primeira dentro do prazo, levando em consideração as 
provas acostadas. Não se sabe de quem foi a responsabilidade pela não entrega do AR ou até 
mesmo se este documento saiu da esfera pública para ser encaminhado até o requerente. O 
que é inadmissível mesmo é que a parte arque com erros cometidos por terceiros. 
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Ademais, após o condutor não ser encontrado no seu endereço para correspondências, 
deve-se intimá-lo via Edital, antes de encaminhar a multa em si, etapa que também fora 
pulada no Processo Administrativo. 
Embora os atos emanados do poder tenham presunção de veracidade, quando estes 
possuem vícios no percurso, tais devem ser considerados nulos, razão pela qual o requerente 
bate às portas do judiciário, vez que está tendo seu direito de ir e vir cerceado por um ato 
nulo e ilegal do poder público. 
DA AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO LEGAL DO AUTO DE INFRAÇÃO 
Como dito, o requerente foi “multado” em virtude de, supostamente, ter dirigido o 
seu automóvel em desacordo com o CTB. O que acarretou a aplicação da suspensão da sua 
atual CNH (atualmente provisória), Ocorre que o requerente DESCONHECIA DE FATO 
a multa e nem ao menos pôde apresentar defesa ou indicar o condutor infrator que conduzia 
o veículo, pois a “notificação” foi “supostamente” encaminhada para a Avenida Guaicurus 
nº 5557, Campo Grande/Ms. 
Desta forma, como é ato nulo a notificação do Processo Administrativo, considera-se 
que ilegal o Procediemento, pois cerceou a defesa do requerente, não dando a Chance do 
mesmo recorrer a tempo. 
Diante dos fatos narrados, o ato do órgão do trânsito de suspender a CNH do autor 
o lesiona e o prejudicará ainda mais, se este nobre juiz, não lhe conceder a Tutela Antecipada, 
devido ao seu trabalho que depende diretamente da conduta ativa da parte autora, nas 
entregas e vendas itinerantes de mercadorias. 
Desta feita, o requerente não pode ser punido por algo que ele não fez e não teve a 
oportunidade de apontar o condutor infrator. E não há razoabilidade neste posicionamento 
do órgão autuador. 
Neste sentido, o inciso VIII, do parágrafo único do at. 2º da Lei 9.784/99 (Lei que 
regulamenta o processo administrativo no Brasil), preceitua, in verbis: 
 Art. 2º. A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, 
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, 
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. 
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios 
de: (...) VIII – Observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos 
administrados; 
E a Constituição Federal: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, 
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
(...) LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
Com efeito, embora o prazo para indicação do motorista seja após a primeira 
notificação da multa (o que apenas não ocorreu por um erro de trajeto da AGETRAN ou 
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do órgão responsável pela entrega dos ARs ao encaminhar a notificação e esta não ter sido 
entregue ao destinatário), tem-se que é pacífico pelos tribunais brasileiros a possibilidade de 
revisão do motorista 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO. MULTA DE TRÂNSITO. TRANSFERÊNCIA 
DE PONTUAÇÃO. CONDUTOR DO VEÍCULO DIVERSO DO 
PROPRIETÁRIO. PRAZO. PRECLUSÃO ADMINISTRATIVA. REVISÃO 
JUDICIAL. POSSIBILIDADE. 1.É POSSÍVEL A REVISÃO JUDICIAL DE ATO 
QUE NEGA A TRANSFERÊNCIA DA PONTUAÇÃODO PRONTUÁRIO DO 
PROPRIETÁRIO DO VEÍCULO PARA AS CONDUTORAS NO MOMENTO 
DAS INFRAÇÕES, AINDA QUE FORA DO PRAZO DO ART. 257 § 7º DO 
CÓDIGO DE TRÂNSITO, SOB PENA DEOFENSA AO ART. 5º, INC. XXXV DA 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 2. RECURSO PROVIDO. (TJ-DF - APC: 
20080110653730 DF 0002468-84.2008.8.07.0001, Relator: ANTONINHO LOPES, Data de 
Julgamento: 12/12/2012, 4ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE : 
26/02/2014 . Pág.: 113) 
ADMINISTRATIVO. TRÂNSITO. RESPONSABILIDADE POR INFRAÇÃO 
IMPUTADA AO PROPRIETÁRIO EM RAZÃO DO QUE DISPÕE O ART. 257, § 
7º, DO CTB. PRECLUSÃO TEMPORAL ADMINISTRATIVA. NECESSIDADE 
DE ANDAMENTO DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. 
COMPROVAÇÃO, EM SEDE JUDICIAL, DE QUE O INFRATOR NÃO ERA O 
PROPRIETÁRIO DO VEÍCULO. RESPONSABILIDADE DO CONDUTOR. 
INAFASTABILIDADE DO CONTROLE JURISDICIONAL 1. Em relação à 
malversação do art. 257, § 7º, do CTB - que determina que "não sendo imediata a 
identificação do infrator, o proprietário do veículo terá quinze dias de prazo, após a 
notificação da autuação, para apresentá-lo, na forma em que dispuser o CONTRAN, ao fim 
do qual, não o fazendo, será considerado responsável pela infração" -, é preciso destacar que 
a preclusão temporal que tal dispositivo consagra é meramente administrativa. 2. Assim 
sendo, a verdade dos fatos a que chegou o Judiciário é suficiente para afastar a presunção 
jurídica de autoria (e, conseqüentemente, de responsabilidade) criada na esfera 
administrativa.3. Agravo regimental não provido.(AgRg no Ag 1370626/DF, Rel. Ministro 
MAUROCAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 12/04/2011, DJe 
27/04/2011) 
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. ILEGITIMIDADE ATIVA DA 
AUTORIDADE COATORA. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. AUSÊNCIA DE 
PREQUESTIONAMENTO. APRECIAÇÃO POR ESTA CORTE SUPERIOR. 
POSSIBILIDADE CONDICIONADA À ABERTURA DA INSTÂNCIA 
ESPECIAL POR OUTROS ARGUMENTOS. NECESSIDADE DE DISCUSSÃO 
QUE REQUER ANÁLISE DE LEI LOCAL. APLICAÇÃO DA SÚMULA N. 280 
DO STF, POR ANALOGIA. NÃO-INDICAÇÃO DE DISPOSITIVO DE LEI 
FEDERAL VIOLADO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 284 DO STF, TAMBÉM 
POR ANALOGIA. TRÂNSITO. RESPONSABILIDADE POR INFRAÇÃO 
IMPUTADA AO PROPRIETÁRIO EM RAZÃO DO QUE DISPÕE O ART. 257, § 
7º, DO CTB. PRECLUSÃO TEMPORAL ADMINISTRATIVA. NECESSIDADE 
DE ANDAMENTO DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. 
COMPROVAÇÃO, EM SEDE JUDICIAL, DE QUE O INFRATOR NÃO ERA O 
PROPRIETÁRIO DO VEÍCULO. RESPONSABILIDADE DO CONDUTOR. 
INAFASTABILIDADE DO CONTROLE JURISDICIONAL. 9. Em segundo lugar, 
em relação à malversação do art. 257, § 7º, do CTB - que determina que "não sendo imediata 
a identificação do infrator, o proprietário do veículo terá quinze dias de prazo, após a 
notificação da autuação, para apresentá-lo, na forma em que dispuser o CONTRAN, ao fim 
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do qual, não o fazendo, será considerado responsável pela infração" -, é preciso destacar que 
a preclusão temporal que tal dispositivo consagra é meramente administrativa. 10. Trata-se 
de medida instituída unicamente para frear a busca incessante pela verdade material no 
âmbito administrativo e compatibilizá-la com a necessidade de andamento dos 
procedimentos desenvolvidos pela Administração Pública - no caso, no que tange à aplicação 
de sanções de trânsito. 11. Obviamente, o proprietário, em sede judicial, tem direito de 
demonstrar que não guiava o veículo por ocasião do cometimento da infração, mesmo que 
tenha perdido o prazo administrativo para tanto. Entendimento diverso resultaria em 
desconsideração ao que dispõe o art. 5º, inc. XXXV, da Constituição da República vigente. 
12. No caso dos presentes autos, o acórdão combatido consignou que "a declaração de fl. 45 
comprova a ausência de responsabilidade do apelante [ora recorrido], uma vez que, por meio 
dela, Jorge Antônio Silva de Souza reconhece expressamente, de forma inequívoca, ser o 
condutor que cometeu a infração, e requer a transferência de pontuação à sua CNH" 
(fl306).13. Assim sendo, a verdade dos fatos a que chegou o Judiciário é suficiente para 
afastar a presunção jurídica de autoria (e, conseqüentemente, de responsabilidade) criada na 
esfera administrativa.14. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte, não 
provido. (REsp 765970/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA 
TURMA, julgado em 17/09/2009, DJe 02/10/2009). 
 
Conforme já pacificado pelos tribunais, caso seja negado administrativamente a 
“realidade dos fatos” e a “aceitação do verdadeiro motorista”, poderá ocorrer a revisão 
judicial do procedimento, o que se pleiteia neste momento. 
Assim, o procedimento de notificação do auto de infração padece de vício, eis que a 
entrega de sua notificação fora desviada, cabendo, portanto, abertura de novo prazo para 
indicação do condutor infrator, uma vez que o requerente não cometeu a sobredita infração. 
 
DOS DANOS MORAIS 
O Requerente, é comerciante e precisa de sua carteira de habilitação para trabalhar, e 
igualmente, para dar assistência e locomoção a sua família, é uma pessoa simples, porém 
honesta, religiosa, cumpridora de suas obrigações civis, morais e familiares, vendo-se com os 
atos dos servidores da primeira Requerida em situação estressante e vexatória. Tendo 
diversos gastos e perda de tempo a fim de se inteirar e apurar o ocorrido, com vários 
deslocamentos ao Detran/MS (saída Rochedo), à AGETRAN/MS, todos com endereços 
distantes uns dos outros e da residência e local de trabalho do Requerente, como se observa 
nos endereços das notificações levada em mãos, a fim de agilizar o contato, gastos com 
combustível e tempo de trabalho e vendas que deixou de fazer para poder resguardar os seus 
direitos aqui pleiteados. 
Desse modo, o Requerente pede a V.Exa. que sejam os requeridos condenados 
a pagar indenização a título de Dano Moral, em valor a ser fixado por este MM. Juízo, 
sugerindo o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) - art. 2º da Lei 12.153/09, levando-se em 
conta o dano moral até então suportado pelo Requerente associado ao adequado desestímulo 
ao lesante, valor esses estimado, a aproximadamente e até menor a 10 (dez) vezes o custo de 
gasto para obtenção de uma CNH. 
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O Requerente, visa tão somente o pedido de dano moral e não uma indenização 
propriamente dita, mas sim, simples reparação ao dano sofrido como aqui demonstrado, uma 
vez que a dor, a tristeza, a angústia que lhe foi e vem sendo causada pelanegligência dos 
servidores dos requeridos não podem ser mensuradas monetariamente, tendo o referido 
pedido, igualmente, caráter pedagógico, disciplinar no intuito de coibir à continuação dessas 
práticas ilegais e contrárias aos preceitos e princípios que regem a Administração Pública. 
 
DA TUTELA ANTECIPADA 
Nos moldes do Artigo 303, tem a inteligência em discorrer sobre o tempo, e que esta 
lesão ao direito do Requerente, ocorreu, e ainda ocorre no momento 
Ainda, tem o entendimento de que a petição deve se limitar-se ao requerimento da 
tutela antecipada, desta forma, para não restar dúvidas, ainda explana os fatos e os 
fundamentos. Necessita indicar o pedido de tutela final, e o perigo iminente do dano e do 
risco ao resultado útil ao processo, e que nesta exordial, detalha o pedido final e ainda nos 
fatos expõe o perigo na demora, que lhe causará a perda de vendas e lucros. 
Caso V. Excelência conceda a tutela antecipada, terá o Requerente o prazo de 15 
(quinze) dias ou prazo maior que estipular, e se entender que não há elementos para a 
concessão da tutela pretendida, determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, 
sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito, Artigo 303, 
§ 6º do Código de Processo Civil, não tendo a possibilidade de intimação da parte contrária 
para se manifestar-se 
 
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição 
inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela 
final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do 
risco ao resultado útil do processo. 
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da decisão 
que a conceder não for interposto o respectivo recurso. (...) § 6º A decisão que concede a 
tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada por 
decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das partes, 
nos termos do § 2º deste artigo. 
 
PROBABILIDADE DO DIREITO E DO RISCO DE DANO IRREPARÁVEL 
 Artigo 303 do Código de Processo Civil, tem a inteligência de: 
Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, A lesão 
ocorreu e ainda ocorre, comprovados os fatos. 
A petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do 
pedido de tutela final. Mesmo somente limitar-se ao requerimento da tutela antecipada, e ao 
pedido final, o Requerente traz a exordial parte dos fatos e dos méritos. 
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 Destarte, o Requerente expõe que realizará o aditamento da inicial caso necessário, 
em consonância ao Artigo 303, §1º, I do Código de Processo Civil. 
O recurso utilizado para a tutela antecedente, é merecedor o Requerente, que prova e 
ainda juntará mais provas dos fatos e dos fundamentos, no decorrer desta ação, e que desde 
já ressalta que corre risco de perder lucros caso não consiga renovar sua CNH, para assim 
exercer seu direito de dirigir veículo automotor realizando seu trabalho livremente. 
Conforme amplamente mencionado, o requerente está ao ponto de ter sua habilitação 
cassada (por uma infração que não cometeu). Ocorre que o ato administrativo (validade do 
auto de infração quanto a pena de cassação) está sendo impugnado neste ato, ante as 
ilegalidades acima apresentadas. 
Logo, a concessão de medida liminar se faz necessária para manter o direito do 
requerente de conduzir veículo enquanto pendente processo judicial que impugna o ato 
administrativo. Com efeito, o requerente está dirigindo desde 29/04/2019 e, 
consequentemente, demonstrou possuir total capacidade para dirigir um automóvel, haja 
vista que não possui qualquer multa grave (relação descrita no processo administrativo), bem 
como que nunca foi culpado por qualquer acidente. 
Assim sendo, NÃO HÁ RISCO na concessão da liminar e na manutenção do direito 
de dirigir. Ademais, se, ao final, houver a improcedência dos pedidos inaugurais, a CNH 
poderá ser cassada, sem qualquer prejuízo, sendo, portanto, plenamente REVERSÍVEL a 
antecipação dos efeitos da tutela pretendida. 
Contudo, entender o contrário, leia-se, negar a concessão da liminar e permitir que o 
requerente fique sem dirigir no curso da instrução processual, causará prejuízos 
IRREVERSÍVEIS. 
Caso não seja concedida a liminar, o autor ficará anos (instrução processual) sem poder 
dirigir e, consequentemente, o sofrimento e o desgaste com a ausência de dirigir no decorrer 
de tais anos será IRREVERSÍVEL, pois é impossível voltar no tempo. Cumpre destacar que 
o requerente trabalha diretamente com sua CNH. 
 Assim sendo, negar a liminar trará manifesto RISCO e PREJUÍZO à saúde mental 
do autor, cujos mesmos serão IRREVERSÍVEIS ao final do julgamento. FRISE-SE que a 
liminar é a única forma de garantir que o autor continue exercendo os atos da vida comum 
exercendo seu direito de ir e vir. 
 Destarte, negar a concessão é o mesmo que imputar, ao autor, um risco 
IRREVERSÍVEL de agravar a sua saúde mental, o seu trabalho e o seu dia a dia. Riscos estes 
que podem e devem ser manejados por meio do deferimento da tutela de urgência aqui 
pretendida, qual seja, manutenção do direito de dirigir enquanto não houver o julgamento 
definitivo do feito. 
 
Neste sentido, o NCPC é claro ao preceituar que: 
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Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. Parágrafo 
único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter 
antecedente ou incidental. 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a 
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. § 2o A 
tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. 
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição 
inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela 
final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do 
risco ao resultado útil do processo. 
Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da 
tutela provisória. 
 
THEREZA ARRUDA ALVIM WAMBIER,FREDIE DIDIER JR.e DANIEL 
MITIDIERO ensinam que (Breves Comentários ao NCPC, RT, 2016, pgs. 819 e 827): 
“A técnica antecipatória pode viabilizar uma decisão provisória capaz de satisfazer ou 
acautelar o direito. (...) 
No direito anterior a antecipação da tutela estava condicionada à existência de prova 
inequívoca capaz de convencer o juiz (...). O legislador resolveu, contudo, abandoná-las, 
dando preferência ao conceito de probabilidade do direito (...). Com isso, o legislador 
procurou autorizar o juiz a conceder tutelas provisórias com base em cognição sumária, isto 
é, ouvindo apenas uma das partes ou então fundado em quadros probatórios incompletos 
(...). A probabilidade que autoriza o emprego da técnica antecipatória para a tutela dos 
direitos é a probabilidade lógica (...). O juiz tem que se convencer de que de que o direito é 
provável para conceder tutela provisória.” (grifo nosso) 
E os festejados juristas continuam: 
“A tutela provisória é necessária simplesmente porque não é possível esperar, sob pena de o 
ilícito ocorrer, continuar ocorrendo, ocorrer novamente, não ser removido ou de dano não 
ser reparado ou reparável no futuro (...). Vale dizer: há urgência quando a demora pode 
comprometer a realização imediata ou futura do direito.” 
Posto isso, cumpre ser deferida a tutela provisória de urgência, a fim de, liminarmente 
e inaudita altera pars, suspender a decisão de perda da habilitação exarada no processo 
administrativo 136147/2019-48, enquanto pendente discussão quanto a validade dos atos 
administrativos que embasaram a decisão. Por derradeiro, nos termos do art. 303 do NCPC, 
o requerente esclarece que na presente exordial já se encontram todos os fatos, fundamentos 
e pedidos desta demanda 
 
DOS REQUERIMENTOS FINAIS 
 
 Por todo o exposto, requer se Digne Vossa Excelência em: 
a) Conceder a tutela provisória de urgência, a fim de, liminarmente e inaudita altera 
partes, suspender a decisão de suspensão/ cassação da habilitação exarada no processo 
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administrativo n. 136147/2019-48, autorizando o requerente renovar sua Carteira Nacional 
de Habilitação, a considerando válida enquanto pendente de julgamento este processo; 
 b) A citação e intimação dos requeridos, para cumprirem a tutela provisória e, 
querendo, no prazo legal, apresentarem defesa e comparecerem na audiência a ser designada; 
c) Julgar procedentes os pedidos inaugurais, a fim de reconhecer que a primeira 
intimação do auto de infração MC 00017942 fora nula e que houve fraude no processamento 
de entrega da mesma. 
d) Tornar invalido todo o ato administrativo do poder público, pois há vício no início 
do procedimento. 
e) Reconhecer o verdadeiro condutor do veículo na data da autuação, encaminhando 
os pontos concernentes à multa para o mesmo. 
f) Conceder compulsoriamente a Renovação da CNH do requerente ao fim desde 
Processo caso a Liminar não seja deferida. 
 g) Seja deferido o pedido de indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00 
(dez mil reais) 
h) Condenar os requeridos em arcar com as custas, honorários e demais ônus de 
sucumbência; 
i) Deferir os benefícios da justiça gratuita. 
j) A admissão de todos os meios de provas admitidos pelo ordenamento jurídico pátrio 
e em especial pela prova documental e testemunhal e pericial (grafotécnica) para constatação 
da falsificação ocorrida. 
Dá-se à causa do valor de R$ 10.000,00 (Dez Mil Reais). 
Nestes Termos Pede Deferimento. 
Campo Grande, 11 de maio de 2020 
 
 
DEBORAH CRISTHINA PEIXOTO DANTAS 
OAB/MS 24.262 
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL DA 
FAZENDA PÚBLICA DE CAMPO GRANDE/MS 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROCESSO: 0807638-07.2020.8.12.0110 
 
 
JADIEL ALVES BATISTA, já qualificado nos autos em epígrafe, vem à 
presença de Vossa Excelência, em ação que move contra DEPARTAMENTO 
ESTADUAL DE TRÂNSITO DETRAN/MS e AGENCIA MUNICIAL DE 
TRANSITO DE CAMPO GRANDE/MS por intermedio de sua representante legal 
devidamente constituída, APRESENTAR EMENDA À INICIAL, nos termos do artigo 
321 do Código de Processo Civil, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos. 
Em atenção ao despacho retro de fls. 33, o autor apresenta emenda à inicial 
para incluir no polo passivo da ação a legitima Autora da infração de transito nº 
MC00017942 na data de 18/10/2019 as 13:31h, em Campo Grande/MS, conforme 
solicitado por este juízo, para que os pontos referents à tal infração sejam tranferidos para a 
mesma. 
 
O artigo 321 do Novo Código de Processo Civil determina que, o juiz 
determinará ao autor que emende ou complete a petição inicial, no prazo de 15 (quinze) 
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dias, quando verificar defeitos ou irregularidades aptos a dificultar o julgamento de mérito. 
É o caso dos autos, razão pela qual não cabe o indeferimento direto. 
Nesse sentido, tendo em vista que ainda não ocorreu a citação do Requerido, 
o Autor pugna pela sua inclusão do polo passivo, devendo figurar também na lide, a sua 
esposa, a legitima autora da infração de transito SIMONE KATIA SANTOS ALVES 
BATISTA, brasileira, casada, portadora do RG 14514788-3 SSP/PR, inscrita no CPF 
004.221.921-39, residente e domiciliada na rua Arquiteto Joaquim Barreto nº47, bairro 
Jardim Aero Rancho, Campo Grande/MS. 
 
Diante do exposto requer: 
a) A citação dos Requeridos, nos termos do artigo 238 e seguintes. 
b) A concessão da tutela antecipada para que a parte autora possa renovar sua Carteira 
de habilitação. 
c) A transferência imediata dos pontos referents à multa para a devida infratora. 
d) Deferimento dos pedidos já acostados na inicial. 
 Nestes Termos, 
 Pede Deferimento. 
 
Campo Grande/Ms, 21 de Maio de 2020 
 
 
DEBORAH CRISTHINA PEIXOTO DANTAS 
OAB/MS 24.262 
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Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso do Sul
Comarca de Campo Grande
Juizado Especial da Fazenda Pública
Autos 0807638-07.2020.8.12.0110
DECISÃO
Autos: 0807638-07.2020.8.12.0110
Autor: Jadiel Alves Batista
Réu: Agência Municipal de Transportes e Trânsito - AGETRAN e 
Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul - DETRAN/MS
1. Recebo a emenda de p. 35-36. Anote-se.
2. A parte autora ajuizou a presente demanda com a pretensão de anular 
ato administrativo que visa impor-lhe penalidade consistente na anotação de pontos 
no prontuárioda CNH. Pede a concessão de tutela de urgência. Decido.
3. Com efeito, o artigo 300 do Código de Processo Civil estabelece como 
requisitos para concessão da tutela de urgência a probabilidade do direito e o perigo 
de dano/ilícito ou o risco ao resultado útil do processo.
No caso, há probabilidade do direito afirma, porque os elementos de 
convencimento indicam a possibilidade de comprovação de que a pessoa indicada foi 
quem cometeu a infração especialmente porque o requerente juntou declaração, 
com firma reconhecida e registrada em cartório, do requerido assumindo a 
responsabilidade da infração cometida. E na notificação não se percebe identificação 
do autor como infrator, de modo que a notificação foi encaminhada ao autor 
unicamente em razão dele ser o proprietário do veículo. 
De outra parte, há urgência e risco ao resultado útil do processo, porque 
a aplicação da penalidade poderá acarretar a perda do direito do autor, se atingir a 
pontuação máxima, o que significará injusta privação do direito em caso de 
julgamento procedente.
Por fim, a medida é reversível, porque, em caso de improcedência, o 
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Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso do Sul
Comarca de Campo Grande
Juizado Especial da Fazenda Pública
Autos 0807638-07.2020.8.12.0110
requerido poderá inserir a pontuação na CNH do autor.
3. Pelo exposto, com base no art. 300 do Código de Processo Civil, defiro 
a tutela para o fim de determinar que o requerido suspenda o processo 
administrativo que tramita contra o autor e o efeito de eventual penalidade imposta 
contra ele (pontos e/ou suspensão da CNH), sob pena de multa diária de R$ 500,00.
Cite-se a parte passiva para, no prazo de 30 (trinta) dias, contestar e se 
manifestar acerca do julgamento antecipado do mérito.
Intime(m)-se o(s) autor(es) para apresentar(em) impugnação no prazo de 
15 (quinze) dias.
Decorrido o prazo supra, intimem-se as partes para se manifestarem, no 
prazo de 15 (quinze) dias, acerca das provas que ainda pretendem produzir, bem 
como sobre o julgamento antecipado do mérito.
Na ausência de provas, conclusos ao Juiz(a) Leigo(a) para prolação de 
sentença. 
Campo Grande, 01 de junho de 2020
(assinado digitalmente)
José Henrique Kaster Franco,
Juiz de Direito . 
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