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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
PROVAS
Livro Eletrônico
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Gustavo Deitos
Provas
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sumário
Provas no Processo do Trabalho ....................................................................................3
1. Princípios do Direito Probatório (Direito da Prova) ......................................................4
2. Disposições sobre Provas na CLT ............................................................................... 7
2.1. Multa à Testemunha .............................................................................................. 20
3. Principais Espécies de Provas Cabíveis no Processo do Trabalho ..............................23
3.1. Depoimento Pessoal (Interrogatório) .....................................................................23
3.2. Confissão ..............................................................................................................24
3.3. Prova Documental .................................................................................................29
3.4. Provas Testemunhal e Pericial ............................................................................... 31
3.5. Inspeção Judicial.................................................................................................... 31
3.6. Acareação .............................................................................................................32
3.7. Ata Notarial ...........................................................................................................32
4. Incidente de Falsidade ..............................................................................................33
5. Honorários Periciais .................................................................................................37
5.1. Honorários do Perito X Honorários do Intérprete ...................................................42
6. Súmulas e OJs do TST sobre o Conteúdo ..................................................................43
Exercícios .....................................................................................................................55
Gabarito .......................................................................................................................76
Gabarito Comentado ..................................................................................................... 77
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Ricardo - 11329588819, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
PROVAS NO PROCESSO DO TRABALHO
Olá, querido(a) aluno(a) do Gran Cursos Online! Espero encontrá-lo muito bem! Neste cur-
so, apresento-lhe várias aulas autossuficientes de direito processual do trabalho, com o ob-
jetivo de lhe disponibilizar, de forma prática e completa, o substrato de conteúdo necessário 
para ter o melhor desempenho possível na prova.
Esta aula, assim como as demais aulas em PDF, foi elaborada de modo que você possa 
tê-la como fonte autossuficiente de estudo, isto é, como um material de estudo completo e 
capaz de possibilitar um aprendizado tão integral quanto outros meios de estudo.
A preferência por aulas em PDF e/ou vídeos pertence a cada aluno, que, individualmente, 
avalia suas facilidades e necessidades, a fim de encontrar seus meios de estudo ideais. Dessa 
forma, o aluno pode optar pelo estudo com aulas em PDF e vídeos, ou somente com um ou 
outro meio.
Aqueles que preferem estudar somente com materiais em PDF terão o privilégio de contar 
com as aulas em PDF autossuficientes do nosso curso, a exemplo desta aula. De qualquer 
forma, nada impede que as aulas em PDF sejam utilizadas como fonte de estudos de forma 
aliada com as aulas em vídeo do Gran Cursos Online. Tudo depende, unicamente, da prefe-
rência de cada aluno.
Nesta aula, estudaremos especialmente os seguintes tópicos de Direito Processual do 
Trabalho:
• princípios, ônus e espécies de provas;
• prova documental;
• incidente de falsidade;
• perícia: regras técnicas e honorários periciais;
• testemunhas: regras técnicas, quantidade, contradita, compromisso, acareação e mul-
ta;
• informante.
A aula é acompanhada de exercícios selecionados e reunidos de modo a abranger todos 
os pontos importantes da aula, a fim de que seu conhecimento seja ainda mais solidificado. 
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O  número de exercícios é determinado de acordo com dois parâmetros: complexidade do 
conteúdo e número de questões de concursos existentes. Por resultado, o número de exer-
cícios disponibilizados é determinado de modo que seu conhecimento sobre os temas seja 
efetivamente testado e fixado, mas sem que haja uma repetição obsoleta.
Nosso curso possibilita a avaliação de cada aula em PDF de forma fácil e rápida. Consi-
dero o resultado das avaliações extremamente importante para a continuidade da produção e 
edição de aulas, como fonte fidedigna e transparente de informações quanto à qualidade do 
material.
Peço-lhe que, por favor, fique à vontade para avaliar as aulas do curso, demonstrando seu 
grau de satisfação relativamente aos materiais. Seu feedback é importantíssimo para nós. Se 
houver algum problema com a visualização de mapas mentais (fonte, cor etc.), o problema 
possivelmente terá surgido em alguma fase da edição, pelo que o professor não responde. 
Neste caso, você pode entrar em contato com a central de atendimento responsável.
Cordialmente, torço para que a presente aula que seja de profunda valia para você e sua 
prova, uma vez que foi elaborada com muita atenção, zelo e consideração ao seu esforço, que, 
para nós, é sagrado.
Caso fique com alguma dúvida após a leitura da aula, por favor, envie-a a mim por meio do 
Fórum de Dúvidas, e eu, pessoalmente, a responderei o mais rápido possível. Será um grande 
prazer verificar sua dúvida com atenção, zelo e profundidade, e com o grande respeito que 
você merece.
Bons estudos!
Seja imparável!
1. PrincíPios do direito Probatório (direito da Prova)
Direito probatório consiste no conjunto de regras e teorias jurídicas aplicáveis à prova. 
No processo do trabalho, é importante a consideração dos princípios gerais que norteiam a 
coleta e o tratamento da prova, que estão por trás do direito positivado na CLT e, inclusive, das 
disposições do CPC aplicáveis subsidiariamente ao processo do trabalho.
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Confira, abaixo, a conceituação de cada princípio aplicável às provas no processo do tra-
balho, com pertinentes considerações.
A mais clássica e cobrada classificação principiológica das provas no processo do tra-
balho, ao que me parece, é a de Mauro Schiavi. Além do mais, esta classificação é muito as-
semelhada às classificações dos doutrinadores mais reconhecidos de processo do trabalho.
PRINCÍPIO DA NECESSIDADE DA PROVA: A prova é uma condição necessária para que a 
alegação da parte seja verossímil e confiável.Não basta alegar: é necessário provar. Nesse 
sentido, o juiz não pode se impressionar com meras alegações das partes, por mais concisas 
e persuasivas que sejam suas palavras. Para toda alegação, bem ou mal escrita, deve haver 
prova corroborando-a.
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA: Este princípio acompanha inúme-
ros institutos jurídicos. Quanto às provas, este princípio carrega significado especial: não é 
possível que o juiz forme seu convencimento com base em uma prova sobre a qual não tenha 
dado a oportunidade de a parte contrária se manifestar. A parte contra a qual a prova é pro-
duzida deve ter todos os meios necessários para expor suas razões e produzir contraprovas, 
de modo a desconstituir indícios levantados por tal prova.
PRINCÍPIO DA LICITUDE E DA PROBIDADE DA PROVA: Somente são admitidas provas lí-
citas, previstas em lei (licitude), e também aquelas que, mesmo não previstas expressamente 
na lei, sejam moralmente legítimas (probidade).
PRINCÍPIO DA ORALIDADE: Este princípio é outro que interfere em diversos institutos ju-
rídicos. Particularmente quanto às provas, este princípio tem significado especial, com três 
dimensões:
1) O juiz mantém contato direto e pessoal com as partes que produziram a prova, além 
de participar ativamente da coleta da prova oral (testemunhas e depoimentos pessoais das 
partes).
2) Em regra, a produção das provas concentra-se num único ato (audiência de instrução). 
É claro que existem exceções, mas esta é uma dimensão a ser considerada do princípio da 
oralidade.
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3) O juiz, em razão do contato direto com a produção da prova, tem maior conhecimento 
das razões que justificam a prova, da forma como ela foi produzida e da finalidade que a parte 
vislumbra com a produção dessa prova.
PRINCÍPIO DA AQUISIÇÃO PROCESSUAL DA PROVA: Uma vez produzida a prova, ela pas-
sa a pertencer ao processo como um todo. A prova não pertence à parte que a produziu, mas, 
sim, ao processo (o processo “adquire” a prova para si). Logo, o juiz pode usar tal prova em 
favor ou contra qualquer das partes, pouco importando quem a produziu e a apresentou ao 
processo. Dessa forma, a prova pode ser usada inclusive contra a própria parte que a juntou.
PRINCÍPIO DO CONVENCIMENTO MOTIVADO DO JUIZ: Corolário da clássica regra do livre 
convencimento motivado, este princípio permite ao juiz formar sua fundamentação com base 
em qualquer das provas juntadas ao processo, ponderando o peso de cada uma de acordo 
com o seu arbítrio, desde que faça isso sempre de forma motivada (fundamentada). Se o juiz 
deixar de utilizar uma prova, deverá expor as razões que o levaram a pensar que aquela prova 
não é apta a formar seu convencimento em determinado sentido. Não existe hierarquia entre 
provas: prevalece aquela que melhor convencer o juiz.
PRINCÍPIO DA APTIDÃO PARA A PROVA: Quem deve produzir a prova não é, necessaria-
mente, a parte que detém o ônus da prova como regra geral (art. 818 da CLT), mas sim aquela 
que tiver melhores condições materiais ou técnicas para produzir a prova em juízo. Este prin-
cípio informa a nova regra inserida na CLT, que diz respeito à distribuição dinâmica do ônus 
da prova (art. 818, § 1º). Em outras palavras, a prova deve ser produzida, prioritariamente, pela 
parte que for mais apta a produzi-la.
PRINCÍPIO DA BOA-FÉ: O princípio da boa-fé, no sentido processual, diz respeito ao com-
portamento das partes no curso do processo: todos devem buscar suas pretensões com as 
ferramentas objetivamente disponíveis, sem tutelá-las com artifícios lesivos aos direitos de 
qualquer sujeito, seja por ação ou omissão. Todas as provas, por consequência, devem ser 
apresentadas e produzidas sempre com o propósito da própria produção da prova: descobrir 
a verdade.
PRINCÍPIO DA BUSCA DA VERDADE REAL: Os juízes do trabalho devem ter ampla liber-
dade na condução do processo, a fim de encontrar a verdadeira versão dos fatos narrados 
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pelo reclamante. Para tanto, pode determinar qualquer medida que implique deveres às par-
tes, bem como determinar, de ofício, a produção de provas. É, em outras palavras, a versão 
processual do princípio do direito do trabalho denominado primazia da realidade. Uma clara 
expressão desse princípio está no art. 765 da CLT: “Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão 
ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, poden-
do determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas.”.
2. disPosições sobre Provas na cLt
Neste título, apresentarei comentários individualizados aos artigos da CLT que tratam 
sobre as Provas. Tais artigos absorvem parte dos itens do edital relativos às Provas, espe-
cialmente quanto aos ônus probatórios, à dinâmica e à responsabilidade pelo pagamento de 
honorários. Entendo que seu estudo ficará mais sistematizado desta forma.
Art. 818. O ônus da prova incumbe:
I – ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II – ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do 
reclamante.
Os incisos do caput do art. 818 estabelecem as regras primárias (gerais) de distribuição 
do ônus da prova. Tais regras são “primárias” porque se aplicam quando não houver determi-
nação diversa do juiz da causa.
A distribuição expressa nos incisos acima foi criada pela Lei n. 13.467/2017 (Reforma 
Trabalhista). Antes dessa alteração, a regra geral (primária) era de que a prova do fato incum-
bia à parte que alegá-lo. A partir de agora, a regra é mais complexa e, também, muito mais 
assemelhada à regra do direito processual civil.
Todos os fatos que constituam o direito do reclamante deverão ser comprovados por ele, 
a princípio. Fatos constitutivos são mais fáceis de visualizar: são todos os fatos que, se com-
provados, dão à parte determinado direito previsto em lei. Podemos imaginar como exemplo 
o fato de alguém trabalhar acima de sua carga horária diária, que dá ao trabalhador o direito 
de ser remunerado pelas horas extras com adicional de 50%.
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Exemplo prático:
O reclamante alega que trabalhou nas dependências da empesa ABC Ltda. por três meses. Se 
a empresa simplesmente negar que o reclamante lhe tenha prestado serviços, dizendo que 
nunca o viu, caberá ao reclamante comprovar que, de fato, trabalhou para a empresa (fato 
constitutivo de seu direito).
Por outro lado, o reclamado deverá comprovar todos os fatos que extingam, impeçam ou 
modifiquem o direito pretendido pelo autor. Veja, abaixo, os conceitos e exemplos clássicos 
de fatos extintivos, impeditivos ou modificativos:
• FATO EXTINTIVO: É o fato que extingue um direito que já chegou a existir em algum 
momento.
Exemplo: prescrição, decadência, renúncia, transação.
• FATO IMPEDITIVO:É o fato que impede o surgimento do direito. Neste caso, o direito 
nunca existiu.
Exemplo: trabalhador laborou, sim, além de 8 horas em um dia, mas houve compensação de 
jornada.
• FATO MODIFICATIVO: Fato que não extingue nem impede que o sujeito tenha o direito, 
mas modifica o conteúdo e/ou a forma desse direito, que passa a ser devido em parâ-
metros diferentes do postulado.
Exemplo: trabalhador laborou, sim, além de sua jornada contratual, mas por tempo inferior ao 
relatado na reclamação.
Exemplo prático
O reclamante leva à audiência de instrução uma testemunha que o viu trabalhando além de 
sua carga horária diária por vários dias, a fim de atender (desincumbir-se) de seu ônus de 
comprovar o fato constitutivo de seu direito (receber horas extras).
O reclamado leva à mesma audiência outras duas testemunhas, que, por sua vez, viram que o 
reclamante não foi trabalhar por alguns dias da mesma semana, a fim de que fosse compen-
sado o trabalho extraordinário daqueles dias trabalhados, em razão de acordo tácito firmado 
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com o empregador. Tais testemunhas viram, ainda, o reclamante combinando com o empre-
gador reclamado tal formato de acordo (acordo tácito – autorizado pela Reforma Trabalhista 
nesta hipótese).
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilida-
de ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade 
de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso, 
desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se 
desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
§ 2º A decisão referida no § 1º [distribuição dinâmica do ônus da prova] deste artigo deverá ser 
proferida antes da abertura da instrução e, a requerimento da parte, implicará o adiamento da au-
diência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito admitido.
§ 3º A decisão referida no § 1º deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do 
encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.
Estes três parágrafos disciplinam o instituto da Distribuição Dinâmica (Diferenciada) do 
Ônus da Prova.
Às vezes, no caso concreto, é impossível ou muito difícil para o reclamante comprovar o 
fato constitutivo do seu direito. Dessa forma, o juiz pode determinar que o reclamado faça a 
prova negativa, isto é, prova de que o direito do reclamante nunca foi constituído.
A distribuição dinâmica é uma decorrência do Princípio da Busca da Verdade Real. O juiz 
deve desprender-se das “regras do jogo” e criar um cenário propício à coleta de elementos 
que o conduzam ao que realmente ocorreu na relação jurídica envolvida no processo. Esse 
cenário pode ser alcançado com a distribuição diferenciada do ônus da prova.
Exemplo prático
O reclamante alega ter trabalhado em horas extras, que não foram pagas pelo reclamado. 
O  reclamante diz que assinava, diariamente, ponto manual de frequência, sempre com os 
horários exatos de entrada e saída, fato que não é negado pelo reclamado.
Nesse contexto, o juiz, em vez de ordenar que o reclamante comprove o trabalho em horas 
extras com seus meios de prova (quase sempre de ordem testemunhal), pode determinar ao 
reclamado que apresente os cartões de ponto manuais que estão sob seu poder.
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Se o reclamado entender que os pontos manuais foram adulterados, terá o ônus de compro-
var, por outros meios, que o reclamante não trabalhou em horas extras (por testemunhas, por 
exemplo).
Veja: é uma situação em que o reclamante não prova o fato constitutivo de seu direito, pois o 
juiz distribuiu o ônus da prova de modo que o reclamado deve fazer a prova negativa do fato 
alegado pelo reclamante, tendo em vista a maior facilidade de solucionar a controvérsia desta 
maneira.
O § 1º prevê duas hipóteses de cabimento da Distribuição Dinâmica do Ônus da Prova:
• 1) Previsão expressa na lei: exemplo válido é o do art. 165 da CLT:
Art. 165: Os titulares da representação dos empregados nas CIPA (s) não poderão sofrer despedida 
arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico 
ou financeiro.
Parágrafo único. Ocorrendo a despedida, caberá ao empregador, em caso de reclamação à Justiça 
do Trabalho, comprovar a existência de qualquer dos motivos mencionados neste artigo, sob pena 
de ser condenado a reintegrar o empregado.
Veja que, neste caso, se o empregado alegar dispensa sem justa causa e pedir reintegra-
ção, será do empregador o ônus de comprovar, desde o início, que a despedida ocorreu por 
motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro. Não caberá ao reclamante comprovar 
fato constitutivo logo de início.
• 2) Peculiaridades do caso: vide exemplo prático das horas extras e dos cartões de pon-
to.
A decisão judicial que determinar essa distribuição diferenciada deve ser proferida antes 
da instrução processual (antes da audiência una, se o rito for sumaríssimo, ou antes da audi-
ência de instrução, se o rito for ordinário), porque, no momento da instrução, as partes devem 
ter plena ciência de seus ônus probatórios, a fim de que possam reunir documentos, convidar 
testemunhas etc.
Se a parte entender que a audiência de instrução está muito próxima e que a distribuição 
diferenciada do ônus da prova causou-lhe pressão para reunir os elementos de prova, ela po-
derá requerer o adiamento da audiência em que deva ocorrer a instrução.
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ATENÇÃO
O adiamento da audiência ocorrerá somente se alguma das partes afetadas requerer, sentin-
do-se prejudicada. Isso é uma faculdade (opção), e não um dever.
A distribuição dinâmica/diferenciada do ônus da prova tem um nobre objetivo: facilitar o 
alcance da verdade real. Logo, a distribuição não pode tornar muito difícil ou impossível que 
quaisquer das partes prove o fato. A grosso modo, não é possível curar uma doença e gerar 
outra.
Obs.: � desincumbir-se do ônus significa nada mais que atender ao dever decorrente do ônus. 
Se o reclamante deve desincumbir-se do ônus de provar que foi agredido, ele estará 
se desincumbindo ao levar uma testemunha que presenciou a agressão. Está aten-
dendo ao dever de prova decorrente do ônus probatório.
Art. 819 - O depoimento das partes e testemunhas que não souberem falar a língua nacional será 
feito por meio de intérprete nomeado pelo juiz ou presidente.
§ 1º - Proceder-se-á da forma indicada neste artigo, quando se tratar de surdo-mudo, ou de mudo 
que não saiba escrever.
§ 2º As despesas decorrentes do disposto neste artigo correrão por conta da parte sucumbente, 
salvo se beneficiária de justiça gratuita.
O intérprete é, em essência, um perito. O conhecimento técnico deste perito-intérprete, 
ao contráriodos outros, será destinado não à prova, mas, sim, à alegação.
O intérprete será nomeado somente se não for possível à parte expor suas alegações por 
outro modo. Se ela for muda mas souber escrever, não será nomeado intérprete.
Geralmente, os intérpretes traduzem as falas de reclamantes estrangeiros, pessoas com 
deficiência que se comuniquem pela Língua Brasileira de Sinais (Libras), surdos-mudos e 
quaisquer outras pessoas impossibilitadas de falar a língua portuguesa e/ou de escrevê-la.
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ATENÇÃO
O ônus de pagar os honorários do perito-intérprete sofreu importantíssima modificação pela 
Lei n. 13.660/2018, a mais recente a alterar a CLT. Agora, tais honorários são pagos pela parte 
que for vencida no processo (sucumbente).
Você sabe: tudo o que é muito novo, muito recente, é de altíssima probabilidade de cobrança 
na prova!
A identificação da parte vencida obedecerá à mesma lógica empregada na determinação 
de pagamento das custas processuais: o reclamante é vencido se perder tudo, enquanto o 
reclamado é vencido de perder algum pedido.
Esse ônus não existirá se a parte vencida (sucumbente) for beneficiária da justiça gra-
tuita. Neste ponto, o legislador foi mais sutil que nos outros, relativos a custas e honorários 
periciais.
Art. 820 - As partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou presidente, podendo ser reinquiri-
das, por seu intermédio, a requerimento dos vogais, das partes, seus representantes ou advogados.
A sistemática adotada no processo do trabalho para coleta de prova testemunhal cha-
ma-se Sistema Presidencial ou Sistema Indireto de coleta. É bem diferente do que se vê no 
processo civil, onde as partes questionam as testemunhas diretamente.
No processo do trabalho, a regra é de que somente o juiz pode fazer perguntas à testemu-
nha. O juiz faz as suas perguntas, e as partes e advogados formulam suas perguntas ao juiz, 
que poderá direcioná-las à testemunha com um conjunto de palavras mais acessível, sem 
desvirtuar o conteúdo e a finalidade da pergunta.
DICA
As respostas da testemunha serão transcritas na ata de au-
diência. Logo, devem os advogados ficar muito atentos às 
palavras e frases inseridas na ata, para evitar futuras inter-
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pretações incorretas por parte do juiz, do assessor ou dos de-
sembargadores e ministros em grau recursal.
Art. 821. Cada uma das partes não poderá indicar mais de 3 (três) testemunhas, salvo 
quando se tratar de inquérito, caso em que esse número poderá ser elevado a 6 (seis).
O limite de três testemunhas por parte aplica-se às reclamações trabalhistas que tra-
mitam sob o rito ordinário. O rito sumaríssimo, criado somente no ano de 2000, comporta o 
máximo de duas testemunhas por parte.
No inquérito judicial para apuração de falta grave – procedimento que será objeto de aula 
específica do nosso curso – comporta um limite máximo de seis testemunhas para cada 
parte.
Para te ajudar a memorizar o número de testemunhas por procedimento, apresento a ilus-
tração abaixo:
Art. 822 - As testemunhas não poderão sofrer qualquer desconto pelas faltas ao serviço, ocasiona-
das pelo seu comparecimento para depor, quando devidamente arroladas ou convocadas.
A testemunha que for empregada de alguém, ou servidora pública, não poderá sofrer des-
conto em sua remuneração em razão da ausência ao trabalho para comparecimento em au-
diência, para depor.
Na prática, as testemunhas solicitam à Secretaria da Vara certidões atestando o compa-
recimento à audiência, com horário e data, para entregar ao empregador.
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Art. 823 - Se a testemunha for funcionário civil ou militar, e tiver de depor em hora de serviço, será 
requisitada ao chefe da repartição para comparecer à audiência marcada.
Servidores públicos dependem de requisito especial para poderem depor. Deve haver re-
quisição ao superior hierárquico do servidor: aquele ao qual a testemunha estiver diretamente 
subordinada.
Art. 824 - O juiz ou presidente providenciará para que o depoimento de uma testemunha não seja 
ouvido pelas demais que tenham de depor no processo.
As testemunhas que ainda não depuseram (ainda não falaram) não poderão ouvir o depoi-
mento das testemunhas que prestarem o depoimento antes delas.
É possível que as testemunhas que já falaram ouçam as testemunhas seguintes. O que é 
proibido, sob pena de nulidade, é que as testemunhas ouçam depoimentos prestados antes 
do seu. Isso pode fazer com que a testemunha “amolde” suas palavras para depor, e a finali-
dade do processo do trabalho é buscar a verdade real.
Art. 825 - As testemunhas comparecerão a audiência independentemente de notificação ou inti-
mação.
Parágrafo único. As que não comparecerem serão intimadas, ex officio ou a requerimento da parte, 
ficando sujeitas a condução coercitiva, além das penalidades do art. 730, caso, sem motivo justi-
ficado, não atendam à intimação.
Estudamos a regra de intimação e condução coercitiva das testemunhas na aula sobre os 
Dissídios Individuais, onde tratamos a diferença entre procedimentos. Abaixo, apresentarei a 
ilustração dada em tal aula:
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Art. 826 - É facultado a cada uma das partes apresentar um perito ou técnico.
Art. 827 - O juiz ou presidente poderá arguir os peritos compromissados ou os técnicos, e rubrica-
rá, para ser junto ao processo, o laudo que os primeiros tiverem apresentado.
ATENÇÃO
Cuidado: os artigos 826 e 827 estão eivados de lacunas ontológicas e axiológicas diante da 
nova sistemática do direito processual. Explicarei o sentido que você deve extrair deles para 
sua prova.
Na verdade, as partes não indicam “peritos” propriamente ditos. Os peritos são nomeados 
só e exclusivamente pelo juiz.
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O que as partes podem fazer é indicar Assistentes Técnicos. O assistente técnico é uma 
pessoa com conhecimento técnico na área relativa à matéria objeto da perícia.
Exemplo: em caso de perícia médica para avaliar a (in)existência de doença ocupacional, 
o perito será um médico especialista naárea da doença. Logo, o assistente técnico também 
deverá ser um médico especialista na área da doença.
O perito do juízo deve ser imparcial. O assistente técnico, no entanto, tem a função de 
auxiliar a parte que o contratou, acompanhando a realização da perícia, questionando os mé-
todos do perito e seus resultados, de modo a poder elaborar parecer técnico que possa, tam-
bém, influenciar o convencimento do magistrado.
Art. 828. Toda testemunha, antes de prestar o compromisso legal, será qualificada, indicando o 
nome, nacionalidade, profissão, idade, residência, e, quando empregada, o tempo de serviço pres-
tado ao empregador, ficando sujeita, em caso de falsidade, às leis penais.
Parágrafo único. Os depoimentos das testemunhas serão resumidos, por ocasião da audiência, 
pelo secretário da Junta ou funcionário para esse fim designado, devendo a súmula ser assinada 
pelo Presidente do Tribunal e pelos depoentes.
Art. 829. A testemunha que for parente até o terceiro grau civil, amigo íntimo ou inimigo de qual-
quer das partes, não prestará compromisso, e seu depoimento valerá como simples informação.
A prova testemunhal, para ter este status, deve consistir em depoimento de pessoa quali-
ficada e compromissada.
A qualificação consiste na indicação de:
• Nome
• Nacionalidade
• Profissão
• Idade
• Residência
• Tempo de serviço prestado ao empregador, se for empregado(a)
O compromisso prestado pela testemunha é a concordância com o dever de dizer somen-
te a verdade, sob pena de responsabilidade criminal (art. 458 do CPC). Concordando com esta 
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condição, a pessoa poderá depor como testemunha, e seu depoimento terá status de prova 
testemunhal.
Aplicam-se subsidiariamente ao processo do trabalho as normas do CPC que classifi-
cam as testemunhas impedidas, incapazes e suspeitas. Veja o que dispõem os §§ 1º a 3º do 
art. 447 do CPC:
§ 1º São incapazes:
I – o interdito por enfermidade ou deficiência mental;
II – o que, acometido por enfermidade ou retardamento mental, ao tempo em que ocorreram os 
fatos, não podia discerni-los, ou, ao tempo em que deve depor, não está habilitado a transmitir as 
percepções;
III – o que tiver menos de 16 (dezesseis) anos;
IV – o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que lhes faltam.
§ 2º São impedidos:
I – o cônjuge, o companheiro, o ascendente e o descendente em qualquer grau e o colateral, até o 
terceiro grau, de alguma das partes, por consanguinidade ou afinidade, salvo se o exigir o interesse 
público ou, tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a 
prova que o juiz repute necessária ao julgamento do mérito;
II – o que é parte na causa;
III – o que intervém em nome de uma parte, como o tutor, o representante legal da pessoa jurídica, 
o juiz, o advogado e outros que assistam ou tenham assistido as partes.
§ 3º São suspeitos:
I – o inimigo da parte ou o seu amigo íntimo;
II – o que tiver interesse no litígio.
Conhecendo a listagem acima (impedidos, suspeitos e incapazes de atuar como testemu-
nha), já podemos estudar a figura do INFORMANTE.
O art.  829 da CLT cita alguns sujeitos que, presumidamente, não são destinatários da 
confiança do juiz, em razão de não haver garantia de imparcialidade por parte deles. Tais su-
jeitos são:
• Amigo íntimo de alguma das partes;
• Inimigo de alguma das partes;
• Parente de até 3º grau civil de alguma das partes (pai, mãe, irmão, tio, sobrinho, avô/
avó, bisavô/bisavó).
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O depoimento prestado pelos sujeitos da lista acima não tem status de prova testemu-
nhal: tem natureza de “simples informação”, que nada mais é que um conjunto de notícias da-
das ao juiz, sem compromisso de que o depoente diga a verdade. Logo, se o depoente mentir, 
ele não cometerá crime de falso testemunho. Esta é a figura do informante.
Sempre que a testemunha trazida por uma parte for vista pela parte contrária como impe-
dida, suspeita ou incapaz, a parte contrária poderá CONTRADITAR essa testemunha.
A contradita consiste na acusação de que a pessoa trazida para depor não detém os re-
quisitos legais para ser testemunha. Ao contraditar, a parte que contradita deve demonstrar 
a causa de impedimento, suspeição ou incapacidade para depor como testemunha (amizade, 
parentesco, troca de favores, debilidade mental etc.).
O momento processual oportuno para a realização da contradita é no momento da qualifi-
cação da testemunha, de acordo com interpretação sistemática do art. 457, § 1º, do CPC, que 
trata da contradita no artigo referente à qualificação.
ATENÇÃO
O juiz pode, livremente, formar seu convencimento. A informação também é um elemento pro-
batório. A diferença é que a simples informação não tem status de prova testemunhal, que em 
tese é colhida com maior rigidez e com advertência de responsabilização penal, o que torna o 
depoimento presumidamente mais fidedigno.
De qualquer modo, o juiz pode dar o valor que pareça merecer a informação prestada pelo 
informante (art. 447, § 5º, CPC – citado abaixo).
Além dos sujeitos listados no art. 829 da CLT, também poderão depor como meros infor-
mantes os sujeitos impedidos, suspeitos e os menores assim classificados pelo art. 447 do 
CPC. Veja o que dizem os §§ 4º e 5º do art. 447 do CPC:
§ 4º Sendo necessário, pode o juiz admitir o depoimento das testemunhas menores, impedidas ou 
suspeitas.
§ 5º Os depoimentos referidos no § 4º serão prestados independentemente de compromisso, e o 
juiz lhes atribuirá o valor que possam merecer.
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ATENÇÃO
Não caia numa pegadinha da banca: o informante, de acordo com o CPC, é o sujeito impedido 
ou suspeito para depor como testemunha, além dos menores. Os menores são uma parte dos 
sujeitos incapazes de depor como testemunha.
Logo, estaria errada eventual afirmação de que o juiz pode ouvir os “incapazes” (generica-
mente”) como informantes, pois os demais incapazes têm essa condição justamente por não 
ser possível que eles falem com clareza (surdo-mudo, doente mental, pessoa sem discerni-
mento, pessoa sem sentido corporal do qual dependa a narração do fato).
Art. 830. O documento em cópia oferecido para prova poderá ser declarado autêntico pelo próprio 
advogado, sob sua responsabilidade pessoal.
Parágrafo único. Impugnada a autenticidade da cópia, a parte que a produziu será intimada para 
apresentar cópias devidamente autenticadas ou o original, cabendo ao serventuário competente 
proceder à conferência e certificar a conformidade entre esses documentos.
A princípio, a autenticação de cópias de documentos pode ser feita pelo próprio advogado, 
sem necessidade de mais formalidades. O advogado, dessa forma, responderá pessoalmente 
em caso de falsidade, fraude e/ou má-fé.
Se a parte contrária levantar a hipótese de a cópia não reproduzirfielmente o conteúdo do 
documento original, a parte que produziu a cópia será intimada para apresentar o documento 
original ou, ainda, outra cópia devidamente autenticada.
Nesse caso, o servidor que verificar a juntada do segundo documento (original ou auten-
ticado) conferirá se, de fato, a cópia representa fielmente o conteúdo do documento original, 
comparando-os.
Em seguida, estudaremos o incidente de falsidade documental, regrado pelo CPC, cujo 
procedimento aplica-se subsidiariamente ao processo do trabalho.
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2.1. MuLta à testeMunha
A Reforma Trabalhista teve outra novidade: a mesma multa estabelecida aos litigantes 
de má-fé pode ser aplicada às testemunhas, em determinadas situações. Tal multa é de 1% a 
10% sobre o valor corrigido da causa.
Tratamos desse assunto na aula sobre as Nulidades, onde também trabalhamos o tema 
“Responsabilidade por Dano Processual”, que é o novo capítulo da CLT, onde se encontra a 
regra da multa à testemunha (art. 793-D da CLT).
Abaixo, apresentarei as considerações feitas na aula sobre Nulidades a respeito desse 
novo instituto.
Art. 793-D. Aplica-se a multa prevista no art. 793-C desta Consolidação à testemunha que inten-
cionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais ao julgamento da causa.
Este artigo não trata, propriamente, de litigância de má-fé, pois a testemunha não é liti-
gante, embora o ato por ela praticado seja de má-fé.
Conforme Nery Junior, alteração da verdade dos fatos pode ser implementada de três 
modos:
1. afirmação de fato que não existe;
2. negação de fato que existiu;
3. atribuição de versão falsa a um fato verdadeiro.
As condutas da testemunha que possam legitimar a imposição de multa a ela só serão 
verificadas se o juiz, inequivocamente, provocá-la a falar sobre o ponto e, no exato ponto, ela 
omitir a verdade ou alterá-la, de qualquer das formas listadas acima. Exemplos: Paula bateu 
em Joana, e a testemunha diz que Paula não bateu em Joana (2); Jorge nunca dialogou com 
Sandro, e a testemunha diz que Jorge ameaçou a vida de Sandro com palavras ofensivas (1); 
Keila agride Maria sem motivos, e a testemunha diz que Keila defendeu-se de iminente agres-
são de Maria (3).
Portanto, a multa de valor superior a 1% e inferior a 10% do valor corrigido da causa pode 
ser aplicada à testemunha nas hipóteses do artigo comentado, como indenização à parte 
prejudicada.
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Sobre a multa aplicada à testemunha, o TST estabeleceu uma norma específica no art. 10, 
parágrafo único, da Instrução Normativa n. 41 de 2018:
Após a colheita da prova oral, a aplicação de multa à testemunha dar-se-á na sentença e será 
precedida de instauração de incidente mediante o qual o juiz indicará o ponto ou os pontos contro-
vertidos no depoimento, assegurados o contraditório, a defesa, com os meios a ela inerentes, além 
de possibilitar a retratação.
O juiz não poderá aplicar a multa à testemunha de forma arbitrária e indiscriminada. Ele 
deverá instaurar um incidente intraprocessual, destinado a esclarecer se a testemunha de 
fato alterou a verdade ou a omitiu-se sobre pontos essenciais.
Nesse incidente, o juiz deve ser claro quanto aos pontos do depoimento que causam dú-
vida, a fim de que a testemunha possa esclarecer o ponto (exercendo contraditório e ampla 
defesa), podendo, se for o caso, retratar-se e desse modo evitar a aplicação da multa.
O juiz não pode aplicar a multa na audiência, nem em decisão interlocutória posterior. 
Deverá aplicá-la, se for o caso, na sentença definitiva.
Parágrafo único. A execução da multa prevista neste artigo dar-se-á nos mesmos autos.
Não haverá cobrança da multa em autos apartados. Nos autos do mesmo processo em 
que foi colhido o depoimento desonesto, será feita a execução da multa contra a testemunha 
responsável por ele.
2.1.1. Novidade da MP 905/2019: Testemunhas que se Recusam a Depor
Primeiramente, confira a nova redação do art. 730 da CLT:
Art. 730. Àqueles que se recusarem a depor como testemunhas, sem motivo justificado, será apli-
cada a multa prevista no inciso II do caput do art. 634-A.
A redação anterior também dispunha sobre essa multa, mas, por ser muito antiga, apre-
sentava penalidade baseada em moeda não mais utilizada na economia brasileira. A altera-
ção serviu para conferir um parâmetro válido para a aplicação dessa multa, em reais (R$), 
tornando-a, agora, plenamente eficaz e objetivamente aplicável.
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O valor da multa aplicável à testemunha que se recusar a depor, por sua vez, possui uma 
variação diferente, que vai de R$ 1.000,00 a 10.000,00. Esta multa será aplicável à testemu-
nha que se recusar, sem motivo justificado, a depor.
O dispositivo não define se a recusa injustificada de depor configura uma infração leve, 
média, grave ou gravíssima. Ele simplesmente determina que sejam observados os valores do 
inciso II do caput do art. 634-A, que comina multas por infrações leves até gravíssimas. Logo, 
a aferição do grau de gravidade ficará ao critério do juiz, que balizará a multa de acordo com 
o caso concreto.
O art. 634-A, inciso II, da CLT dispõe:
Art. 634-A. A aplicação das multas administrativas por infrações à legislação de proteção ao tra-
balho observará os seguintes critérios:
(...)
II – para as infrações sujeitas a multa de natureza per capita, observados o porte econômico do 
infrator e o número de empregados em situação irregular, serão aplicados os seguintes valores:
a) de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 2.000,00 (dois mil reais), para as infrações de natureza leve;
b) de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 4.000,00 (quatro mil reais), para as infrações de natureza 
média;
c) de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 8.000,00 (oito mil reais), para as infrações de natureza gra-
ve; e
d) de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais), para as infrações de natureza 
gravíssima.
ATENÇÃO 
A validade da recusa, pela testemunha, de modo a isentá-la de quaisquer sanções, poderá ser 
qualquer motivo que a autoridade julgadora entender plausível.
Não é necessário que o motivo se funde em doença, como no caso da ausência do empregado 
em audiência.
Motivo justificado: qualquer razão, aceita pelo juiz, como suficiente e plausível para o perdão 
da testemunha pela sua recusa a depor.
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3. PrinciPais esPécies de Provas cabíveis no Processo do trabaLho
Neste título, apresentarei conceituaçõese considerações importantes sobre cada espécie 
de prova admitida no processo do trabalho.
Como já vimos ao abordar o Princípio da Licitude e da Probidade da Prova, pode ser utili-
zado qualquer meio de prova para provar os fatos alegados, desde que seja, no mínimo, mo-
ralmente legítimo. Portanto, os meios de prova de possível utilização não se esgotam no texto 
legal (meios legais de prova não são taxativos).
Neste título da aula, abordarei os meios de prova previstos em lei, quer na CLT, quer no 
CPC (apenas disposições aplicáveis ao processo do trabalho), mediante comentários a cada 
um deles.
No título anterior da aula (n. 2), foram abordadas as disposições da CLT sobre as provas 
no processo do trabalho. Neste título, tratarei algumas peculiaridades de relevância para as 
questões de processo do trabalho que não se encontram no texto da CLT a respeito de cada 
espécie de prova.
3.1. dePoiMento PessoaL (interrogatório)
A figura propriamente chamada de “interrogatório” não é prevista no CPC, mas é mencio-
nada na CLT, como vimos anteriormente. Essa palavra aproxima-se muito do sentido penalis-
ta. Hoje, o “interrogatório” é regrado pela sistemática do depoimento pessoal, em conformi-
dade com o CPC.
O depoimento pessoal é uma prova que tem por principal finalidade a obtenção de confis-
são da pessoa que depõe. Esta pessoa, em qualquer caso, será uma das partes do processo 
(reclamante ou reclamado). Se o depoente for pessoa estranha ao processo, ela será infor-
mante ou testemunha, a depender do caso.
Por esse motivo, quem pode requerer o depoimento pessoal de alguém é a parte contrária 
ou o juiz (art. 385 do CPC).
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Obs.: � não faz nenhum sentido a parte requerer o próprio depoimento pessoal, pois a única 
consequência possível do seu depoimento é a ocorrência de confissão, que é algo 
negativo ao próprio depoente.
Já estudamos que, no processo do trabalho, o momento processual próprio para produ-
ção de todas as provas, em regra, é a audiência de instrução, mesmo que as provas não te-
nham sido requeridas previamente. Portanto, o requerimento de depoimento pessoal da parte 
contrária (ou de qualquer das partes pelo juiz) geralmente ocorre na própria audiência.
Conforme o art. 385, § 1º, do CPC, a parte que se recusar a depor sobre os fatos por ela 
narrados na petição inicial incidirá na pena de confissão. No momento de falarmos especifi-
camente da confissão como espécie de prova, diferenciaremos as subespécies de confissão.
Há alguns fatos sobre os quais a parte não tem a obrigação de depor. Logo, nesses casos, 
a pena de confissão não será aplicável. Veja o que diz o art. 388 do CPC:
Art. 388. A parte não é obrigada a depor sobre fatos:
I – criminosos ou torpes que lhe forem imputados;
II – a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo;
III – acerca dos quais não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, de seu compa-
nheiro ou de parente em grau sucessível;
IV – que coloquem em perigo a vida do depoente ou das pessoas referidas no inciso III.
3.2. confissão
De acordo com o art. 389 do CPC, ocorre confissão quando a parte admite a verdade de 
fato contrário ao seu interesse e favorável ao do adversário.
Quanto à essência, a confissão pode ser real ou ficta.
A confissão ficta é a que já estudamos em outras aulas: a parte deixa de comparecer à 
audiência de instrução, ou perde o momento processual oportuno para se manifestar sobre 
algo, ciente da pena de confissão. Logo, a ausência de manifestação, nesses casos, pode im-
plicar confissão ficta. Essa espécie de confissão é aquela que não ocorre materialmente, mas 
é presumida.
A confissão real, por sua vez, é aquela que ocorre materialmente. Exemplo: reclamante 
alega que trabalhou em horas extras, mas, ao ser interrogado pelo juiz, afirma que sua jornada 
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era de oito horas diárias e, no final do depoimento, afirma que nunca trabalhou mais que oito 
horas por dia.
Há uma grande diferença em relação à presunção de veracidade dos fatos decorrente da 
confissão real e da confissão ficta.
Na confissão real, a pessoa que confessa está afirmando, sem coações ou vícios, que um 
fato contrário ao seu interesse é verdadeiro. Logo, há presunção absoluta de veracidade do 
fato confessado.
Já na confissão ficta, a pessoa nada diz e nada demonstra. Logo, essa confissão constitui 
uma presunção relativa de veracidade, que admite prova em contrário (inclusive provas pré-
-constituídas, conforme diz a Súmula 74 do TST).
ATENÇÃO
Jamais confunda revelia com confissão. Revelia é a falta de defesa (não apresentação de 
contestação). Confissão é a afirmação, de forma real ou presumida (ficta), de fato favorável à 
parte contrária e desfavorável à pessoa que confessa.
A confissão é irrevogável. Isso significa que a parte que confessou não pode simplesmen-
te pedir para que o juiz desconsidere esta prova. Todavia, a confissão pode ser anulada, se 
decorreu de erro de fato ou de coação.
A confissão, também, é indivisível. Isso quer dizer que os termos da confissão não podem 
ser divididos de modo que se possa utilizar parte da confissão para beneficiar uma das partes, 
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desconsiderando-se a parte restante. A confissão deve ser considerada no seu todo (art. 395 
do CPC).
Apesar de ser indivisível, a confissão é relativamente cindível. A cisão da confissão ocorre 
quanto a parte, embora confesse algo que lhe é desfavorável, acrescenta ao fato confessa-
do algum fato novo que possa ser usado como argumento de defesa. Exemplo: empregado 
confessa que bateu em um colega, mas narra fatos que, se confirmados, podem configurar o 
exercício de legítima defesa.
Essa “cisão” significa que a parte, mesmo tendo confessado certo fato, não será impedida 
de produzir novas provas relativamente a tal fato. Isso é importante de ser destacado porque, 
em regra, a confissão impediria a parte confessa de produzir novas provas sobre o fato con-
fessado, visto que a confissão por si só já é uma prova.
A confissão é um efeito que pode decorrer da revelia, esta que consiste na ausência de 
defesa. Todavia, em alguns casos específicos, a revelia não produzirá confissão. Veja, abaixo, 
as considerações feitas na aula sobre as Audiências, onde o tema foi tratado com profundi-
dade:
Art. 844, § 4º, CLT: A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste artigo se:
I – havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação;
II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à 
prova do ato;
IV – as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou estiverem em con-
tradição com prova constante dos autos.
O referido efeito é a confissão quantoà matéria de fato, isto é, a presunção de que todos 
os fatos alegados pela parte contrária são verdadeiros.
Nos casos desses quatro incisos, embora de fato ocorra revelia (ausência de defesa), não 
ocorre confissão. A consequência disso é que o reclamante deve, de qualquer modo, com-
provar os fatos que alegou, sem poder invocar a confissão a seu favor. Isso porque, nesses 
quatro casos, não existirá confissão.
Abaixo, apresentarei um exemplo prático para cada inciso:
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Exemplos práticos
Inciso I: O reclamante Pedro ajuíza ação trabalhista contra a empresa prestadora de serviços 
a terceiros HGF Terceirizações Ltda e, também, contra a empresa QW, tomadora dos serviços 
terceirizados. Pedro busca cobrar as verbas trabalhistas da sua empregadora (HGF), mas pre-
tende o reconhecimento da responsabilidade subsidiária da empresa QW, pelas verbas devi-
das em relação ao período em que prestou serviços em suas dependências.
Nesse caso, se a empresa HGF oferecer contestação, mesmo que a empresa QW não contes-
te, esta, embora seja revel, não será confessa quanto à matéria de fato.
Inciso II: A empresa Pão Bom ajuíza ação de consignação em pagamento alegando que assi-
nou a CTPS do trabalhador, com datas de entrada e saída da empresa, mas o trabalhador, no 
término do contrato, recusou-se a receber suas verbas rescisórias, razão que levou a empresa 
a ajuizar a ação consignatória. Nesse caso, se o trabalhador for revel, a confissão não incidirá 
sobre a alegação de que sua CTPS teria sido assinada. Nada impede que o trabalhador, pos-
teriormente, alegue o contrário e prove.
Os direitos trabalhistas são conceitualmente indisponíveis. Contudo, o fato de a revelia não 
produzir confissão quando a causa versa sobre direitos indisponíveis diz respeito à indispo-
nibilidade do direito pelo sujeito revel, e não pelo autor.
Os direitos trabalhistas indisponíveis, a ponto de evitar os efeitos de confissão, são aqueles 
absolutamente indisponíveis. Os direitos trabalhistas de natureza pecuniária (patrimonial), 
como salário, férias, 13º salário e aviso prévio, são indisponíveis no sentido de serem irrenun-
ciáveis no curso do contrato de trabalho. Não significa que eventual acordo em audiência não 
possa reduzir suas importâncias. Assinatura em CTPS é um exemplo de direito absolutamen-
te indisponível do trabalhador. Outros exemplos são as normas de saúde, higiene e segurança 
do trabalho, recolhimento de contribuições previdenciárias, normas de proteção ao trabalho 
da mulher e do menor, dentre outros.
Inciso III: João impetra mandado de segurança contra o órgão local integrante da estrutura do 
Ministério governamental responsável pela pasta trabalhista, por ter negado a expedição de 
certidão requerida em processo administrativo. João alega ter cópia da decisão denegatória, 
mas não junta ao processo tal cópia.
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Se essa falta passar despercebida pelo juiz e a União for revel, não serão produzidos efeitos 
da confissão, pois, nesse caso, a lei obriga o sujeito a apresentar, juntamente com a petição 
inicial, o  documento comprobatório da violação de direito líquido e certo (art. 6º da Lei n. 
12.016/2009).
Inciso IV: 1) Marcos ajuíza ação trabalhista contra seu empregador, Farias ME, pedindo horas 
extras, pois o empregador teria ordenado que Marcos fosse à Lua e voltasse, e Marcos fez o 
que o empregador pediu, e essa tarefa durou mais que 8 horas no dia (fato inverossímil).
2) Cláudio postula o pagamento de saldo de salário, que não teria sido pago, mas acidental-
mente junta aos autos comprovante bancário que atesta o pagamento dessa verba.
Nesses dois casos, os efeitos de confissão não serão produzidos, ainda que o reclamado não 
apresente defesa.
ATENÇÃO
Para lembrar (importante):
Na aula sobre a ação rescisória no processo do trabalho, cito que a revelia não produz con-
fissão na ação rescisória. Esta regra está na Súmula 398 do TST: “Na ação rescisória, o que 
se ataca é a decisão, ato oficial do Estado, acobertado pelo manto da coisa julgada. Assim, 
e considerando que a coisa julgada envolve questão de ordem pública, a revelia não produz 
confissão na ação rescisória.”
A proteção à coisa julgada não se enquadraria em quaisquer dos incisos do artigo ora em 
comento. A coisa julgada não é um direito, mas sim uma garantia fundamental corporificada 
no art. 5º da Constituição Federal.
A lógica disso está no seguinte pressuposto lógico: não há como alguém confessar que outra 
pessoa fez algo. Se a decisão judicial é um “ato oficial do Estado”, não pode o réu da ação 
rescisória “confessar” que a decisão judicial é viciada por qualquer razão.
No último título desta aula, apresentarei comentários à Súmula 74 do TST, de extrema 
importância para entender o tema da confissão no processo do trabalho.
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3.3. Prova docuMentaL
O documento é uma prova de abrangência mais ampla do que parece. Ao lermos “prova 
documental” imaginamos, normalmente, o papel, o documento escrito. Todavia, no processo, 
a prova documental pode ser desde o documento escrito propriamente dito até vídeos, áu-
dios, fotografias, desenhos, livros, anotações informais etc.
De acordo com Amauri Mascaro do Nascimento, a prova documental é apta a provar a 
existência de um fato. Todavia, essa prova deve ser sempre tratada com cuidado, pois o em-
pregado, na maioria das vezes, não possui documentos comprobatórios de suas alegações e 
o empregador, ao longo do contrato, tem condições de obter assinaturas de empregados de 
maneira discreta e sem dificuldades, ante a hipossuficiência do empregado.
Nesse contexto, costuma-se lembrar do princípio de direito do trabalho chamado “Prima-
zia da Realidade”: fatos devidamente comprovados prevalecem sobre registros de documen-
tos.
Consoante o art. 422 do CPC, qualquer reprodução mecânica, como a fotográfica, a cine-
matográfica, a fonográfica ou de outra espécie, tem aptidão para fazer prova dos fatos ou das 
coisas representadas.
Conforme Mauro Schiavi, os documentos trabalhistas mais típicos são a CTPS, os cartões 
de ponto e os recibos de quitação de salários e verbas rescisórias (holerites e TRCT – Termo 
de Rescisão de Contrato de Trabalho).
3.3.1. Oportunidade de Juntada dos Documentos
De acordo com o texto do art. 787 da CLT, os documentos que o reclamante tiver consigo 
devem ser apresentados juntamente com a reclamação trabalhista, quando de seu ajuiza-
mento.
Quando aos documentos do reclamado, segundo o art. 845 da CLT, a apresentação deve 
ocorrer até o momento da audiência, juntamente com a defesa.
Esses momentos processuais parecem muito isolados, não é mesmo? Em razão disso, 
há divergência jurisprudencial no sentido de os documentos poderem ser apresentados até 
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o término da instrução processual. Atualmente, prevalece o entendimento de que todos os 
documentos relevantes para a prova dos fatos podem ser juntados até o fim da instrução pro-
cessual. Referência de entendimento: TST – Recurso de Revista 51500-48.2008.5.03.0089.
Esse entendimento funda-se na premissa de que os atos processuais se concentram em 
audiência (em regra) e que as provas devem ser nela apresentadas mesmo que não requeri-
das previamente.
Para sua prova, leve as seguintes informações, escolhendo sua resposta de acordo com o 
que o enunciado da questão pedir:
• Conforme a CLT: o reclamante deve apresentar seus documentos juntamente com a 
petição inicial, e o reclamado deve apresentar os seus até a primeira audiência, com a 
defesa.
• Conforme o TST: documentos podem ser apresentados pelas partes até o fim da instru-
ção processual, desde que não exista fato que impeça essa apresentação (confissão, 
renúncia etc.).
Os documentos juntados ao processo nem sempre precisam ser originais. O art. 425 do 
CPC diz:
Art. 425. Fazem a mesma prova que os originais:
I – as certidões textuais de qualquer peça dos autos, do protocolo das audiências ou de outro livro 
a cargo do escrivão ou do chefe de secretaria, se extraídas por ele ou sob sua vigilância e por ele 
subscritas;
II – os traslados e as certidões extraídas por oficial público de instrumentos ou documentos lan-
çados em suas notas;
III – as reproduções dos documentos públicos, desde que autenticadas por oficial público ou con-
feridas em cartório com os respectivos originais;
IV – as cópias reprográficas de peças do próprio processo judicial declaradas autênticas pelo ad-
vogado, sob sua responsabilidade pessoal, se não lhes for impugnada a autenticidade;
V – os extratos digitais de bancos de dados públicos e privados, desde que atestado pelo seu emi-
tente, sob as penas da lei, que as informações conferem com o que consta na origem;
VI – as reproduções digitalizadas de qualquer documento público ou particular, quando juntadas 
aos autos pelos órgãos da justiça e seus auxiliares, pelo Ministério Público e seus auxiliares, pela 
Defensoria Pública e seus auxiliares, pelas procuradorias, pelas repartições públicas em geral e por 
advogados, ressalvada a alegação motivada e fundamentada de adulteração.
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Se a parte contrária duvidar da autenticidade da cópia, ela deverá alegar, e a parte que 
produziu a cópia deverá comprovar a autenticidade, apresentando cópia autenticada ou o 
documento original. Sobre isso, tratamos no título anterior da aula.
3.4. Provas testeMunhaL e PericiaL
Os pontos de relevância para as questões de direito processual do trabalho no que se re-
fere às provas testemunhal e pericial já foram abordados no título n. 2 desta aula, para o qual 
remeto.
Quanto ao tema dos honorários periciais, remeto ao título n. 5.
3.5. insPeção JudiciaL
A inspeção judicial é estruturada nos seguintes artigos do CPC:
Art. 481. O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em qualquer fase do processo, inspecio-
nar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato que interesse à decisão da causa.
Art. 482. Ao realizar a inspeção, o juiz poderá ser assistido por um ou mais peritos.
Art. 483. O juiz irá ao local onde se encontre a pessoa ou a coisa quando:
I – julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que deva observar;
II – a coisa não puder ser apresentada em juízo sem consideráveis despesas ou graves dificulda-
des;
III – determinar a reconstituição dos fatos.
Parágrafo único. As partes têm sempre direito a assistir à inspeção, prestando esclarecimentos e 
fazendo observações que considerem de interesse para a causa.
Art.  484. Concluída a diligência, o  juiz mandará lavrar auto circunstanciado, mencionando nele 
tudo quanto for útil ao julgamento da causa.
Parágrafo único. O auto poderá ser instruído com desenho, gráfico ou fotografia.
Basicamente, a  inspeção judicial consiste na visita do juiz a alguém ou a algum lugar 
específico, para certificar-se de condições ou circunstâncias relevantes para a decisão da 
causa.
Na Justiça do Trabalho, a inspeção judicial é mais comum em ações civis públicas e ações 
coletivas, quando normalmente o direito pleiteado tem relação com ambientes de trabalho. 
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Em reclamações individuais, é muito rara a inspeção judicial e, quando ocorre, é em reclama-
ções plúrimas, na maior parte das vezes.
3.6. acareação
A acareação não é propriamente uma espécie de prova, mas tratarei dela em tópico espe-
cífico da aula em busca de maior organização.
Você sabe que as testemunhas não devem ouvir o depoimento daquelas que depuserem 
antes delas, correto? Veja: é possível que testemunhas diferentes contem histórias totalmen-
te distintas.
Nesse caso, o juiz pode promover a acareação entre as testemunhas: colocá-las frente a 
frente, para esclarecer o ponto que ficou contraditório e/ou confuso, na visão do juiz.
A acareação também pode ser usada para pôr frente a frente testemunha e parte que 
depôs (depoimento pessoal). Todas as pessoas que prestarem depoimento no processo e 
disserem coisas contraditórias e ilógicas entre si poderão ser sujeitas a acareação.
Veja o que dispõe o art. 461, inciso II, do CPC:
Art. 461. O juiz pode ordenar, de ofício ou a requerimento da parte:
(...)
II – a acareação de 2 (duas) ou mais testemunhas ou de alguma delas com a parte, quando, sobre 
fato determinado que possa influir na decisão da causa, divergirem as suas declarações.
§ 1º Os acareados serão reperguntados para que expliquem os pontos de divergência, reduzindo-
-se a termo o ato de acareação.
3.7. ata notariaL
A ata notarial é uma espécie de prova que, no CPC, é estruturada por um único artigo:
Art. 384: A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou documentados, 
a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.
Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gravados em arquivos eletrônicos po-
derão constar da ata notarial.
A ata notarial nada mais é que um documento público que enuncia fatos alegados pelo in-
teressado. No processo do trabalho, é pouco comum o uso de atas notariais como provas, em 
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razão do princípio da Primazia da Realidade e da Busca da Verdade Real (fatos preponderam 
sobre documentos, desde que comprovados).
Portanto, o custo da produção de uma ata notarial para a parte nãoé vantajoso, tendo 
em vista a possibilidade de a testemunha influenciar muito mais no convencimento do juiz 
do que uma ata escrita por tabelião, que pouco contribui para a prova de que o fato alegado 
é verídico.
4. incidente de faLsidade
O incidente de falsidade, tratado no CPC como Procedimento de Arguição de Falsidade 
(artigos 430 a 433), é o procedimento a ser seguido quando alguma das partes alega que o 
documento oferecido pela outra foi adulterado, ou, ainda, que o documento é integralmente 
inventado ou falsificado.
No processo do trabalho, as partes devem se manifestar sobre os documentos apresen-
tados pela parte contrária até o momento da instrução processual, ou durante ela, que ocorre 
na audiência de instrução (rito ordinário) ou na audiência una (rito sumaríssimo).
No entanto, às vezes, a aferição da legitimidade do documento pode depender de análises 
mais complexas, inclusive envolvendo perícia, como a grafotécnica (comparação de assina-
turas). Para esses casos de maior complexidade, aplica-se o procedimento de arguição de 
falsidade previsto no CPC.
De acordo com Sérgio Pinto Martins, o  incidente de falsidade provoca a suspensão do 
processo. Quanto ao momento processual para a instauração do incidente, o referido autor 
faz a seguinte diferenciação:
• 1) Se for instaurado antes do término da instrução, o incidente tramitará nos mesmos 
autos da reclamação trabalhista
• 2) Se for instaurado DEPOIS de encerrada a instrução processual, o incidente deverá 
tramitar em autos apartados/separados.
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Como dito, em regra, as manifestações sobre os documentos devem ocorrer até o término 
da instrução. Todavia, o  incidente de falsidade envolve justamente casos mais complexos, 
que requerem atenção mais prolongada.
Abaixo, farei considerações individualizadas a cada artigo desse procedimento:
Art. 430. A falsidade deve ser suscitada na contestação, na réplica ou no prazo de 15 (quinze) dias, 
contado a partir da intimação da juntada do documento aos autos.
Parágrafo único. Uma vez arguida, a falsidade será resolvida como questão incidental, salvo se a 
parte requerer que o juiz a decida como questão principal, nos termos do inciso II do art. 19.
O momento oportuno para suscitar a falsidade de um documento, de acordo com este 
artigo, pode parecer de difícil encaixe no processo do trabalho. A fim de encontrar equilíbrio, 
para que o incidente seja proveitoso no processo do trabalho, é válido considerar os argu-
mentos de Wagner Giglio, que diz o seguinte:
(...) a reclamada não toma necessariamente ciência dos documentos que informam a petição ini-
cial da ação principal, senão em audiência quando deve apresentar a resposta, porque não há obri-
gatoriedade de fornecê-los em duplicata, nem mesmo de mencioná-los, na peça vestibular [petição 
inicial – acréscimo do professor].
Partindo do raciocínio acima, Giglio sugere que, em qualquer caso, após a alegação de fal-
sidade documental, a parte contrária (responsável pela apresentação do documento) deve ter 
o prazo legal (15 dias) para se manifestar sobre o incidente de falsidade. Este seria, segundo 
ele, o modo de adaptar o procedimento do CPC ao processo do trabalho.
Quanto ao parágrafo único do art. 430, podemos concluir o seguinte: em primeiro lugar, 
o juiz decidirá a legitimidade/falsidade do documento em questão incidental. Uma questão 
incidental é aquela que, embora não seja um dos pedidos principais do processo, interfere 
diretamente na viabilidade de algum(ns) pedido(s).
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Exemplo de falsidade documental como questão incidental:
O reclamante pediu horas extras, alegando que trabalhava além de sua jornada normal. 
A reclamada junta ao processo cartões de ponto, para provar que o reclamante não trabalhou 
em horas extras. Duvidando da fidedignidade dos cartões de ponto (documentos), o recla-
mante suscita o incidente de falsidade.
Nesse caso, a decisão pela legitimidade/falsidade dos documentos (cartões de ponto) será 
interpretada como questão incidental do processo, pois, embora a parte não tenha pedido na 
petição inicial a falsidade dos cartões, esse incidente repercute diretamente na procedência, 
ou não, do pedido principal, que é de horas extras. Se o documento for declarado legítimo, 
o reclamante terá de provar o trabalho em horas extras por outro modo; se for declarado falso, 
a reclamada terá sérios problemas para evitar a condenação ao pagamento de horas extras.
Ainda de acordo com o parágrafo único, a legitimidade/falsidade do documento pode ser 
resolvida como questão principal. O incidente será assim resolvido quando o reclamante pe-
dir, na petição inicial, a declaração de falsidade de determinados documentos que a reclama-
da supostamente possa apresentar.
Neste caso, a  falsidade documental será resolvida na decisão final do juiz, que poderá 
ocorrer juntamente com a sentença definitiva ou, ainda, em forma de julgamento antecipado 
parcial do mérito (art. 356 do CPC), forma esta que pouquíssimos juízes do trabalho usam.
Art. 431. A parte arguirá a falsidade expondo os motivos em que funda a sua pretensão e os meios 
com que provará o alegado.
No exato momento em que a parte suscitar a falsidade de determinado documento, ela 
deverá, também, mencionar quais são os motivos (razões) que o levam a pensar que o docu-
mento é falso, além de indicar, precisamente, as maneiras de que se utilizará para provar a 
falsidade do documento (vídeos, áudios, fotografias, depoimentos etc.).
Se a parte suscitar o incidente de falsidade sem expor tais motivos e sem indicar os meios 
com que provará a alegação, ela correrá o risco de ser condenada por ato de litigância de má-
-fé (provocar incidente manifestamente infundado), previsto no art. 793-B, inciso VI, da CLT.
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Portanto, não se esqueça dos pressupostos básicos de procedibilidade do incidente de 
falsidade:
1) Exposição dos motivos que levam a parte a pensar que o documento apresentado pela 
parte contrária seja falso;
2) Indicação de meios com os quais a parte pretende provar que o referido documento é, 
de fato, falso.
Art. 432. Depois de ouvida a outra parte no prazo de 15 (quinze) dias, será realizado o exame pe-
ricial.
Parágrafo único. Não se procederá ao exame pericial se a parte que produziu o documento con-
cordar em retirá-lo.
O texto da lei é imperativo ao determinar que, após a manifestação da parte que juntou o docu-
mento, será realizada perícia técnica para avaliar a legitimidade/falsidade do documento.
Todavia, provavelmente com a finalidade de evitar morosidade processual e de “dar uma 
chance” à parte de não ser condenada por litigância de má-fé, o legislador possibilita que a 
parte que juntou o documento retire-o do processo. Isso deve ocorrer antes da realização da

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