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175773180-LIVRO-DE-ESTRUTURA-CONTABEIS

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ESTRUTURA E ANÁLISE
DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Obra organizada pela Universidade Luterana do Brasil. 
Informamos que é de inteira responsabilidade dos autores a 
emissão de conceitos.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por 
qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora 
da ULBRA.
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº .610/98 
e punido pelo Artigo 184 do Código Penal.
Conselho Editorial EAD
Dóris Cristina Gedrat (coordenadora)
Mara Lúcia Machado
Astomiro Romais
André Loureiro Chaves
Andréa Eick
Cátia Duizith
Setor de Processamento Técnico da Biblioteca Martinho Lutero - ULBRA/Canoas
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
I58e Imperatore, Simone Loureiro Brum 
 Estrutura e análise das demonstrações contábeis. / 
 Simone Loureiro Brum Imperatore – Canoas: Ed. ULBRA, 2012. 
 120p.
1. Contabilidade – fundamentos. 2. Administração 
 fi nanceira – demonstrações contábeis. I. Título.
 CDU 657
Editoração: Roseli Menzen
Supervisão de Impressão Gráfi ca: Edison Wolf
Gráfi ca da ULBRA
Dados técnicos do livro
Fontes: Palatino Linotype, Franklin Gothic Demi Cond
Papel: off set 90g (miolo) e supremo 240g (capa)
Medidas: 15x22cm
ISBN 978-85-7528-458-2
APRESENTAÇÃO
O objetivo da Administração Financeira é maximizar a riqueza dos acionistas. 
A função do administrador é gerenciar os recursos financeiros (investimentos e 
financiamentos) de forma a atingir tal objetivo. O contador, nesse contexto, fornece 
as Demonstrações Financeiras que subsidiam a tomada de decisão. A análise dessas 
Demonstrações Financeiras propicia a avaliação da evolução patrimonial e das 
decisões tomadas, daí a sua importância. 
O presente livro aborda, uma a uma, as Demonstrações Financeiras e os elementos 
básicos para sua análise, de forma a contextualizar a leitura e a interpretação do 
desempenho empresarial.
Bons estudos!
SOBRE O AUTOR
Simone Loureiro Brum Imperatore
É graduada em Ciências Contábeis, especialista em Controladoria pela Universidade 
Regional Integrada (URI-RS) com a temática “Sistemas de informação com foco no 
CRM” e mestra em Desenvolvimento Regional pela Universidade de Santa Cruz 
do Sul (Unisc-RS) com aprofundamento do tema “Lei de Responsabilidade Fiscal: 
estudo da execução orçamentária nos municípios da região metropolitana de Porto 
Alegre no período de 2000 a 2005”. Tem vasta experiência em qualificação e gestão 
pública e privada, e – além de ser docente na Universidade Luterana do Brasil 
(ULBRA) nos cursos de Ciências Contábeis, Administração, Gestão Pública, Gestão 
Financeira, Gestão de RH – é diretora de Consultoria em Projetos e Gestão Públicos 
e Privados (PGPP), instituição onde responde pelos programas de Planejamento 
Estratégico, Políticas e Estratégias Gerenciais e Desenvolvimento Regional.
SUMÁRIO
1 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS/RELATÓRIOS CONTÁBEIS .........................................9
 1.1 Processo decisório ..............................................................................................9
 1.2 Conceito de relatório contábil/demonstração fi nanceira .....................................10
 1.3 Complementação às Demonstrações Financeiras: Relatório da Diretoria,
 Parecer de Auditoria e Notas Explicativas ...........................................................13
 Atividades .............................................................................................................16
2 BALANÇO PATRIMONIAL ..........................................................................................19
 2.1 O que é Balanço Patrimonial? ............................................................................19
 2.2 Os grupos de contas do Balanço Patrimonial ......................................................20
 2.3 Principais deduções do Ativo e do Patrimônio Líquido .........................................26
 2.4 Decisões de investimento e fi nanciamento ..........................................................29
 Atividades .............................................................................................................32
3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE OU DEREX) .............................37
 3.1 Receitas ...........................................................................................................37
 3.2 Despesas .........................................................................................................37
 3.3 Despesa e custo ................................................................................................38
 3.4 Estrutura básica da DRE ....................................................................................39
 3.5 DRE inovada ou EBITDA ......................................................................................43
 3.6 Reservas ...........................................................................................................44
 Atividades .............................................................................................................46
4 DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA) ........................53
 4.1 Conteúdo da demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados .........................53
 4.2 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) ................................57
 Atividades .............................................................................................................60
5 DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA ......................................................................65
 5.1 Principais transações que afetam o Caixa ...........................................................66
 5.2 Estrutura da Demonstração do Fluxo de Caixa .....................................................67
 5.3 Demonstração do Fluxo de Caixa: métodos direto e indireto .................................69
 Atividades .............................................................................................................75
6 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO .................................................................79
 6.1 Modelo de Demonstração do Valor Adicionado ....................................................80
 6.2 Instruções de preenchimento da DVA ..................................................................82
 Atividades .............................................................................................................85
7 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS .........................................................91
 7.1 Etapas do processo de Análise das Demonstrações Financeiras ...........................91
 7.2 Exame e padronização das Demonstrações Financeiras .......................................93
 7.3 Leitura e interpretação das demonstrações contábeis: análise vertical 
 e análise horizontal ...........................................................................................95
 Atividades .............................................................................................................98
8 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ATRAVÉS DE INDICADORES ..............103
 8.1 Conceito de índice ou quociente .......................................................................103
 8.2 Índices econômico-fi nanceiros .........................................................................104
 8.2 Índices de rotatividade ou atividade .................................................................107
 Atividades ...........................................................................................................109
REFERÊNCIAS ...........................................................................................................113
GABARITO ................................................................................................................115
1 DEMONSTRAÇÕESFINANCEIRAS/RELATÓRIOS CONTÁBEIS
Simone Loureiro Brum Imperatore
A introdução ao estudo das Demonstrações Financeiras dá-se a partir da 
compreensão da importância (e da abrangência) do processo decisório e do 
entendimento de como as Demonstrações Financeiras integram tal processo. 
Cabe salientar os relatórios obrigatórios para Sociedades Anônimas e Sociedades 
Limitadas.
1.1 Processo decisório
A nossa vida é uma sequência de decisões e escolhas. A cada instante, para 
vivermos, temos que tomar decisões em graus variados de importância. Algumas 
são essenciais (papel social, religião, opção profissional), outras são operacionais 
(o que vestir hoje, onde almoçar, por qual caminho ir à aula). Nessa dinâmica da 
vida, em muitos casos, temos respostas prontas para as situações, mas, via de regra, 
a vida sempre se apresenta com situações novas, para as quais temos que elaborar 
alternativas de ação e escolher entre elas.
Dentro de uma empresa, a situação não é diferente. Frequentemente, os gestores 
estão tomando decisões, todas elas importantes para a continuidade e o sucesso 
do negócio. Decisões como definir o preço de venda de um produto, contratar (ou 
não) um funcionário, financiar uma máquina ou pagá-la à vista, que quantidade 
de estoque manter de determinada mercadoria, como reduzir custos e produzir 
mais, entre outras, fazem parte da rotina dos administradores.
Para que possam tomar tais decisões, eles necessitam de dados, informações 
e subsídios que embasem essas escolhas e, é claro, minimizem os riscos. A 
Contabilidade é o instrumento que auxilia a administração em suas decisões. 
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a Na prática, ela coleta todos os dados econômicos e financeiros, registrando-os e 
sintetizando-os em forma de relatórios (obrigatórios ou não obrigatórios).
1.2 Conceito de relatório contábil/demonstração financeira
Marion (2003, p.39) conceitua relatório contábil como a exposição resumida e 
ordenada de dados colhidos pela Contabilidade. Seu objetivo é relatar às pessoas 
que se utilizam da Contabilidade (os usuários) os principais fatos registrados em 
determinado período.
Tais relatórios devem ser elaborados de acordo com as necessidades dos usuários, 
por exemplo: o relatório sobre o resultado anual de uma floricultura apresentará 
muito menos detalhes do que o de um banco, que normalmente tem muitos 
acionistas, grande volume de negócios, entre outros. Dentre os inúmeros relatórios 
(ou informes) contábeis, destacam-se aqueles que são obrigatórios de acordo 
com a legislação brasileira. Estes relatórios são conhecidos como Demonstrações 
Financeiras, ou, ainda, Demonstrações Contábeis. As Demonstrações Financeiras 
obrigatórias para as S.A.a (sociedades anônimas), segundo a Lei nº 6.404/76, alterada 
pelas Leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09, são as seguintes:
a) Balanço Patrimonial (BP);
b) Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
c) Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA);
d) Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC)b;
e) Demonstração do Valor Adicionado (DVA) (obrigatória para as S.A. de capital 
aberto).
a Equiparam-se às S.A. (e, consequentemente, seguem a mesma legislação) as chamadas sociedades de 
grande porte as quais apresentam ativo total superior a R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior 
a R$ 300 milhões.
b A Companhia Fechada com patrimônio líquido superior a R$ 2 milhões será obrigada à elaboração e 
publicação da Demonstração do Fluxo de Caixa.
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aAtenção:
O Balanço Patrimonial (BP) representa a fotografia da empresa em determinado 
período (seus bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido). Apresenta as 
aplicações dos recursos da entidade (Ativo) e como estas aplicações estão sendo 
financiadas (Passivo e Patrimônio Líquido);
A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE ou DEREX), como o próprio 
nome já diz, evidencia a formação do resultado da empresa (lucro ou prejuízo). 
Esta demonstração evidencia, de forma ordenada, todas as receitas auferidas e 
as despesas incorridas pela entidade durante determinado período, ou seja, o 
resultado gerado no período;
A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) visa apresentar, de 
forma clara, o resultado líquido do período (lucro ou prejuízo), a sua distribuição 
(no caso de lucro) e a movimentação ocorrida no saldo da conta de lucros ou 
prejuízos acumulados. Para as Cias. Abertas (S. A.), conforme normatização 
da Comissão de Valores Mobiliários, deverá ser publicada a Demonstração 
das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), evidenciando a movimentação 
de todas as contas do Patrimônio Líquido (não somente do Lucro Líquido do 
Exercício). Dentre as alterações mais comuns no Patrimônio Líquido das entidades 
estão os aumentos de capital social, a apuração e destinação dos lucros;
A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC): indica a origem de todo o dinheiro 
que ENTROU no caixa ou equivalentes de caixa (bancos e aplicações financeiras 
disponíveis em 90 dias), bem com a aplicação de todo o dinheiro que SAIU em 
determinado período e, ainda, o resultado do fluxo financeiro. A DFC propicia ao 
gerente financeiro a elaboração de melhor planejamento financeiro, sabendo-se o 
momento certo de buscar recursos para cobrir a insuficiência de fundos, bem como 
quando aplicar no mercado financeiro o excesso de dinheiro, proporcionando 
maior rentabilidade à empresa. Também serve a outros usuários, apresentando 
a forma como gerou caixa e como utilizou os recursos e valores equivalentes 
ao caixa. A empresa, quando utiliza essa demonstração com as demais, supre 
de forma completa os usuários e, principalmente, os habilita à avaliação das 
mudanças de ativos líquidos de uma empresa e sua estrutura financeira, que 
podem ser explicadas nas questões de liquidez e solvência;
A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) desenvolve conceitos puramente 
econômicos, evidenciando quanto de valor a empresa agrega durante seu 
processo produtivo, ampliando os horizontes de seus usuários. As entidades 
poderão utilizar-se da DVA para identificar, analisar e comunicar o montante de 
recursos adicionais gerados para a economia (local, regional, nacional, setorial, 
etc.), bem como para relacionar quais as fontes e quais as aplicações dessa 
riqueza, ou seja, para quem ela foi distribuída. Segundo alguns autores, a DVA 
vem sendo considerada um dos melhores critérios para indicar a medida da 
eficácia da gestão empresarial. Tudo isso dentro da concepção de que a missão 
moderna na empresa representa um papel econômico e social.
Importante:
Tais demonstrações contábeis, assinadas pelo administrador e pelo contador, devem 
ser publicadas em dois jornais: no Diário Oficial e em um jornal de grande circulação 
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a na localidade onde é sediada a empresa. Tal publicação deve ser feita no prazo de 
até cinco dias antes da Assembleia Geral de Acionistas, o que deve ocorrer dentro 
dos quatro meses subsequentes à data de encerramento do exercício.
Ressalte-se que as chamadas Sociedades Limitadas seguem legislação específica 
(Lei nº 10.406/2002 – Novo Código Civil), devendo apresentar à Receita Federal 
(não estão obrigadas à publicação em jornais de grande circulação e diário oficial) 
as seguintes demonstrações ou relatórios contábeis:
a) Balanço Patrimonial;
b) Balanço Econômico (equivale à Demonstração do Resultado do Exercício e 
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados).
Vamos entender um pouco mais sobre esses dois tipos societários antes de 
prosseguirmos: a Sociedade Anônima (ou companhia) se caracteriza por ter seu 
capital dividido em partes iguais chamadas ações (os proprietários, geralmente 
em grande número, são denominados de acionistas) e tem a responsabilidade de 
seus sócios ou acionistas limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou 
adquiridas. Deverá publicar as Demonstrações Financeiras no Diário Oficial e em 
outro jornal de grande circulaçãoeditado na localidade onde se situa a empresac. 
Porém, apesar da legislação definir a periodicidade anual para a publicação das 
demonstrações, para atender às necessidades gerenciais, a Contabilidade deverá 
apresentar relatórios contábeis com períodos mais curtos (semanal, quinzenal, 
mensal...).
A Sociedade Limitada (nova designação dada à antiga sociedade por quotas de 
responsabilidade limitada) constitui a forma mais usual de sociedade comercial 
e caracteriza-se por seu capital dividido em quotas (os proprietários, geralmente 
em pequeno número, são denominados sócios ou quotistas). Não precisa publicar 
as Demonstrações Financeiras em jornal, mas deverão ser apresentadas junto ao 
Imposto de Renda, através do preenchimento da Declaração do Imposto de Renda 
ou para atender ao novo Código Civil.
Algumas características da sociedade limitada são:
a) atividades reguladas por um contrato social;
b) seu capital social divide-se em cotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou 
diversas a cada sócio;
c No caso de instituições financeiras ou correlatas (seguradoras, financeiras, previdência privada, 
etc.), a publicação é semestral, para as demais empresas que negociam papéis na Bolsa de Valores, a 
obrigatoriedade de publicação é anual.
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ac) é administrada por uma ou mais pessoas designadas no contrato social ou em 
ato separado;
d) algumas deliberações devem ser tomadas pelos sócios, em reunião ou 
assembleia.
Resumindo:
RELATÓRIOS CONTÁBEIS OBRIGATÓRIOS:
Sociedade Anônima (Lei nº 11.638/07): Balanço Patrimonial, Demonstração do 
Resultado de Exercício, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido 
(quando de capital aberto) ou Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, 
Demonstração do Fluxo de Caixa (S.A. abertas e fechadas – estas últimas, com 
Patrimônio Líquido superior a R$ 2 milhões) e Demonstração do Valor Adicionado 
(somente para as Cias. Abertas).
Sociedades Limitadas (Lei nº 10.406/2002 – Novo Código Civil): Balanço Patrimonial 
e Balanço do Resultado Econômico (equivale ao DRE e à Demonstração dos Lucros 
ou Prejuízos Acumulados).
É importante ressaltar que o exercício social ou período contábil terá duração de 
um ano, não havendo necessidade de coincidir com o ano civil (de 1º de janeiro a 
31 de dezembro), embora, na maioria das vezes, isso aconteça. Para fins de Imposto 
de Renda considera-se ano civil = exercício social.
1.3 Complementação às Demonstrações Financeiras: Relatório 
da Diretoria, Parecer de Auditoria e Notas Explicativas
Quando da publicação das Demonstrações Financeiras, as Sociedades Anônimas 
deverão informar aos usuários desses relatórios dados adicionais. O Relatório 
da Diretoria (logo após a identificação da empresa) dará ênfase às informações 
de caráter não financeiro. Saliente-se que esse relatório não tem uma estrutura 
padronizada, mas, normalmente, contempla a análise corporativa (estratégia 
corporativa, fatores externos à empresa que afetam seu desempenho, resultados 
de investimentos significativos, políticas de responsabilidade social desenvolvidas 
pela entidade, programas de pesquisa e desenvolvimento e projeções quanto ao 
futuro da entidade); análise setorial (comparação entre o desempenho da entidade 
com outras que atuam no mesmo segmento econômico); análise financeira 
(comentários sobre o desempenho e a situação econômico-financeira da entidade); 
análise de risco (questões relativas à diversificação e à concentração dos negócios 
da empresa entre ramos de atividade, clientes, fornecedores, ativos e regiões 
geográficas); práticas de governança corporativa, entre outros.
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a Além do Relatório da Diretoria, temos as Notas Explicativas ou notas de rodapé, 
que são complementos às demonstrações (sem serem demonstrações), destacadas 
após as referidas demonstrações (abaixo). A publicação de Notas Explicativas às 
Demonstrações Financeiras está prevista no § 5º do artigo 176 da Lei nº 6.404/1976, 
visando fornecer as informações necessárias para esclarecimento da situação 
patrimonial, ou seja, de determinada conta, saldo ou transação, ou de valores 
relativos aos resultados do exercício, ou para menção de fatos que podem alterar 
futuramente tal situação patrimonial, critérios de cálculos na obtenção de itens 
que afetam o lucro; obrigações de longo prazo (credores, taxa de juros, garantias), 
ajustes de exercícios anteriores, entre outros.
O Parecer da Auditoria ou Parecer dos Auditores Independentes complementa 
as Demonstrações Financeiras, sendo quesito obrigatório para as demonstrações 
das S.A., instituições financeiras e de outros casos específicos. Trata-se de parecer 
de auditor externo informando se as referidas demonstrações representam 
adequadamente a situação patrimonial e financeira da empresa, se foram levantadas 
de acordo com os Princípios Fundamentais da Contabilidade e se há uniformidade 
em relação ao exercício anterior.
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aExemplo: RELATÓRIOS CONTÁBEIS OBRIGATÓRIOS
Relatório da Diretoria ___________________________________________________
Em $ milhares
 Assinatura dos Diretores Parecer dos Auditores
Assinatura do Contador – nº registro CRC
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a Ponto final
No capítulo 1, estudamos as Demonstrações Contábeis e entendemos o quanto 
elas são importantes para a tomada de decisão. Verificamos que, segundo a Lei 
nº 11.638/2007, temos como demonstrações obrigatórias para as S.A. o Balanço 
Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, a Demonstração das 
Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL (ou Demonstração dos Lucros e Prejuízos 
Acumulados – DLPA), a Demonstração do Fluxo de Caixa e a Demonstração do 
Valor Adicionado. Já para as Sociedades Limitadas as demonstrações obrigatórias 
são o Balanço Patrimonial e o Balanço Econômico (DRE + DLPA).
Diferenciamos dois tipos societários: Sociedades Anônimas e Sociedades 
Limitadas, e verificamos que o tratamento das Demonstrações Contábeis varia de 
acordo com o tipo de constituição da sociedade empresarial. Além disso, vimos 
a complementação das Demonstrações Contábeis obrigatórias e seus requisitos e 
modelo para publicação. Nos capítulos seguintes, estudaremos, em detalhes, uma 
a uma das demonstrações contábeis, sua estrutura e importância para a gestão.
Atividades
1) De acordo com o tipo de sociedade por ações, é obrigatória a demonstração:
( ) Das Origens e Aplicações de Recursos para as Cias. de grande porte.
( ) Do Valor Adicionado para as Cias. Abertas.
( ) Dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, no caso das Cias. Fechadas, 
apenas se seu Patrimônio Líquido for superior a R$ 2 milhões.
( ) Do Fluxo de Caixa, apenas para as Cias. Abertas.
( ) Nenhuma das alternativas está correta.
2) Atribua letra V para assertivas verdadeiras e F para as falsas. Em seguida, 
marque a opção que contenha a sequência correta:
 De acordo com o art. 176 da Lei nº 6.404/76, alterada pela Lei nº 11.638/07, entre 
as Demonstrações Financeiras que a Cia. de Capital Aberto deverá elaborar ao 
fi nal de cada exercício social, estão:
( ) Balanço Patrimonial, Demonstração dos Lucros ou Prejuízos 
Acumulados.
( ) Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, Demonstração 
do Resultado do Exercício.
( ) Demonstração do Fluxo de Caixa, Demonstração do Valor 
Adicionado.
 a) V, V, V
 b) V, F, V
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a c) V, V, F
 d) F, V, V
 e) F, V, F
3) A Lei nº 11.638/07, ao modifi car alguns artigos da Lei nº 6.404/76, introduziu 
a obrigatoriedade da elaboração de duas demonstrações contábeis adicionais 
pelas Cias. Abertas:
a) Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados e Demonstração 
do Valor Adicionado.
b) Demonstração do Fluxo de Caixa e Demonstração das Mutações do 
Patrimônio Líquido.
c) Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos e Demonstração 
das Mutações do Patrimônio Líquido.d) Demonstração do Valor Adicionado e Demonstração do Fluxo de 
Caixa.
e) Demonstração de Dividendo Obrigatório e Demonstração das Mutações 
do Patrimônio Líquido.
4) Em relação às demonstrações contábeis é correto afi rmar:
a) A Demonstração das Mutações Patrimoniais mostra a variação da 
posição fi nanceira da entidade no curto prazo.
b) A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados pode ser 
substituída, com vantagens, pela Demonstração das Origens e 
Aplicações de Recursos.
c) No Balanço Patrimonial, constituem contas redutoras de Patrimônio 
Líquido: prejuízos acumulados, ações em tesouraria, capital social a 
integralizar, ajustes de avaliação patrimonial.
d) O cálculo do valor dos dividendos a pagar por ação é evidenciado na 
Demonstração do Resultado do Exercício.
e) No Balanço Patrimonial, as contas do Ativo são apresentadas em 
grau crescente de liquidez, e as do Passivo em grau crescente de 
exigibilidade.
5) Em relação às demonstrações contábeis, considere as seguintes afi rmativas:
I. A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, de acordo com 
a Lei nº 6.404/76, é de apresentação obrigatória para todas as sociedades 
anônimas.
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a II. No Balanço Patrimonial está evidenciado o capital de terceiros de uma 
entidade (e seu consequente grau de endividamento).
III. Na Demonstração/Conta de Lucros/Prejuízos acumulados é evidenciada 
a distribuição do Resultado do Exercício.
IV. A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos evidencia as 
causas que geram a variação das disponibilidades.
V. A apresentação do Balanço Social é obrigatória apenas para todas as S.A.
 Está correto o que se afi rma:
 a) I e II
 b) II e III
 c) III e IV
 d) IV e I
 e) V e II
6) Elabore um quadro comparativo entre as Leis nº 6.404/76 e nº 11.638/07 
acerca das demonstrações obrigatórias para as sociedades por ações (abertas 
e fechadas):
 Sintetize com suas palavras o que evidencia cada uma das demonstrações 
contábeis:
a) Balanço Patrimonial.
b) Demonstração do Resultado do Exercício.
c) Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados.
d) Demonstração do Fluxo de Caixa.
e) Demonstração do Valor Adicionado.
7) Cite e explique os relatórios que complementam as Demonstrações 
Financeiras:
a) Relatório da Diretoria.
b) Notas Explicativas.
c) Parecer de Auditoria.
d) Diferencie e caracterize as Sociedades Anônimas e as Sociedades 
Limitadas.
8) Qual a importância das Demonstrações Financeiras para o administrador? 
Contextualize sua resposta.
2 BALANÇO PATRIMONIAL
Simone Loureiro Brum Imperatore
O termo “Balanço Patrimonial” nos remonta a uma balança de dois pratos, onde 
sempre encontramos a igualdade (ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO). 
A balança ainda remete à ideia de mensuração do peso. Só que no caso do Balanço 
Patrimonial não se mede o peso, mas o patrimônio. O termo patrimonial, por sua 
vez, tem origem no patrimônio da empresa, ou seja, conjunto de bens, direitos e 
obrigações. Juntando as duas partes, obtém-se o Balanço Patrimonial, equilíbrio 
do patrimônio, igualdade patrimonial. Em sentido amplo, o balanço evidencia 
a posição contábil, financeira e econômica de uma entidade em determinada 
data, representando uma posição estática (posição ou situação do patrimônio em 
determinada data).
2.1 O que é Balanço Patrimonial?
O Balanço Patrimonial apresenta os Ativos (bens e direitos) e Passivos (exigibilidades 
e obrigações) e o Patrimônio Líquido, que é resultante da diferença entre o total 
de ativos e passivos. O Balanço Patrimonial é uma das peças extraídas dos livros 
contábeis, que faz parte do conjunto das Demonstrações Financeiras e é elaborado 
segundo os princípios contábeis geralmente aceitos. 
Segundo Matarazzo (2008, p.41)
O Balanço Patrimonial é a demonstração que apresenta todos os bens e direitos da empresa 
– Ativo –, assim como as obrigações – Passivo Exigível – em determinada data. A diferença 
entre Ativo e Passivo é chamada Patrimônio Líquido e representa o capital investido pelos 
proprietários da empresa, quer através de recursos trazidos de fora da empresa, quer gerados 
por esta em suas operações e retidos internamente. 
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a Assim, temos a chamada Equação Patrimonial Básica, conforme apresentado a 
seguir. 
ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Assaf Neto (2002, p.58) menciona que o balanço apresenta a posição patrimonial 
e financeira de uma empresa em dado momento. A informação que esse 
demonstrativo fornece é totalmente estática e, muito provavelmente, sua estrutura 
se apresentará relativamente diferente algum tempo após seu encerramento.
É a principal demonstração contábil usada por bancos, governo, fornecedores, 
sindicatos, sócios, acionistas. Reflete a posição financeira em determinado momento, 
normalmente no final do ano (exercício social) ou de um período prefixado. É como 
se tirássemos uma foto da empresa e víssemos de uma só vez todos os bens, valores 
a receber (direitos) e valores a pagar (obrigações) em determinada data.
Iudícibus e Marion (2006, p.19) explicam a expressão Balanço Patrimonial:
O termo balanço decorre do equilíbrio ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO, ou 
da igualdade APLICAÇÕES = ORIGENS DOS RECURSOS. Parte da ideia de uma balança 
de dois pratos, onde sempre encontramos a igualdade. Só que, em vez de denominarmos de 
balança (como a Balança Comercial) denominamos no masculino: Balanço. A expressão 
patrimonial origina-se do patrimônio global da empresa, ou seja, o conjunto de bens, direitos 
e obrigações. Daí origina-se a expressão Patrimônio Líquido, a riqueza líquida da empresa 
num processo de continuidade, a Situação Líquida. Compondo as duas expressões, teremos a 
expressão Balanço Patrimonial, o equilíbrio do patrimônio, a igualdade patrimonial.
2.2 Os grupos de contas do Balanço Patrimonial
O Balanço Patrimonial é uma demonstração simples e fácil de ser entendida, 
pois visa mostrar a situação econômico-financeira da empresa para leigos, 
sendo constituído de duas colunas, conforme convenção da Lei nº 6.404/76, que 
regulamenta as Sociedades por Ações:
a) A coluna do lado direito chama-se PASSIVO (obrigações e Patrimônio 
Líquido);
b) A coluna do lado esquerdo chama-se ATIVO (bens e direitos).
Para facilitar a leitura, análise e interpretação do Balanço, Ativo e Passivo dividem-
se em grupos de contas que apresentam as contas de mesmas características 
(prazo e grau de liquidez). Duas regras básicas orientam a distribuição de contas 
no Balanço Patrimonial:
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aa) Prazo (vencimento): em Contabilidade, CURTO PRAZO significa, 
normalmente, o período de até um ano, e LONGO PRAZO, o período superior 
a um ano. Assim, na data de elaboração do Balanço, 31/12/20XX, por exemplo, 
todas as contas a receber até 31/12/20X1 (um ano da elaboração do balanço) 
serão agrupadas num mesmo título do Ativo (Ativo Circulante), assim como 
todas as contas a pagar até o fi nal do ano seguinte (31/12/20X1) serão agrupadas 
num mesmo título no Passivo (Passivo Circulante). O mesmo ocorre com as 
contas de LONGO PRAZO que são classifi cadas em Ativo Não Circulante, no 
subgrupo Realizável a Longo Prazo (direitos realizáveis num período superior 
a um ano) e no Passivo Não Circulante (obrigações vencíveis num período 
superior a um ano).
b) Grau de LIQUIDEZ: liquidez vem do verbo liquidar, pagar os compromissos, 
assim, os itens mais rapidamente conversíveis em dinheiro são classifi cados em 
primeiro plano. Assim, temos caixa, bancos, duplicatas a receber, mercadorias 
em estoque, etc.
A seguir, vamos conhecer os grupos de contas do Balanço Patrimonial.
2.2.1 Ativo
No ativo, as contas devem ser dispostas em ordem decrescente de realização, 
ou seja, de acordo com a facilidade de conversão em dinheiro. Assim, os itens 
patrimoniais cuja velocidade de conversão em dinheiro é maior (caixa, bancos, 
contas a receber, mercadorias) são classificados em primeiroplano. Os de menor 
liquidez (valores a receber no longo prazo, máquinas e equipamentos, veículos, 
terrenos, etc.) aparecem num segundo plano, de acordo com a velocidade (ou 
potencialidade de conversão em dinheiro).
Os elementos registrados estão estruturados nos seguintes subgrupos (de acordo 
com o parágrafo 1º do artigo 178 da Lei nº 6.404/76 alterado pelas Leis nº 11.638/07 
e nº 11.941/09):
a) Ativo Circulante; 
b) Ativo Não Circulante: compreende Ativo Realizável a Longo Prazo, 
Investimentos, Imobilizado e Intangível.
IMPORTANTE: Para ser Ativo, é preciso preencher quatro requisitos:
a) ser classifi cado em bens e ou direitos;
b) ser de propriedade da empresa;
c) avaliável monetariamente (R$);
d) representar benefícios presentes ou futuros.
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a Ativo Circulante
O Ativo Circulante engloba contas que constantemente estão em giro, em 
movimento (daí a expressão circulante). Constitui o capital de giro da empresa, 
onde estão dispostas as contas Caixa, Bancos e outros itens que serão transformados 
em dinheiro, consumidos ou vendidos a curto prazo, ou seja, dentro de um ano 
(contas a receber, bens de consumo, investimentos temporários, mercadorias para 
revenda, etc.). 
De acordo com a Lei nº 6.404/76, o Ativo Circulante subdivide-se em: 
a) Disponível: refere-se às contas onde são registrados os valores que representam 
o dinheiro em caixa, os saldos disponíveis em contas de movimento bancário, 
os saldos de contas relativas aos ativos imediatamente liquidáveis;
b) Direitos (créditos) Realizáveis no Exercício Seguinte: saldos relativos a 
aplicações em valores mobiliários, operações no mercado aberto; contas a 
receber, com vencimentos para o exercício seguinte, tais como: contas ou 
duplicatas a receber por vendas mercantis (inclusive cheques pré-datados); 
adiantamentos a empregados, adiantamentos a diretores/sócios, impostos a 
recuperar/restituir, e outros; 
c) Estoques: incluem três contas: 
• estoque de mercadorias, matérias-primas, embalagens e materiais 
secundários empregados em processo de produção, materiais de 
consumo e produtos em trânsito, subprodutos e resíduos;
• estoque de imóveis prontos para a venda ou em construção com prazo 
de entrega até 12 meses (no caso de construtora);
• estoque de materiais em poder de terceiros para benefi ciamento.
d) Despesas Apropriáveis no Exercício Seguinte (ou Despesas Antecipadas): 
registram-se neste subgrupo os valores das despesas pagas antecipadamente, 
ou, em outras palavras, cujo prazo de vigência é futuro, devendo ser 
contabilizadas mensalmente de acordo com o período a que se refere: Prêmios 
de Seguros a Apropriar ou a Vencer; Despesas Financeiras a Apropriar ou a 
Vencer; Aluguéis a Apropriar ou a Vencer.
O termo “a Apropriar” (ou a Vencer) refere-se à aplicação do Princípio da 
Competência, no qual se deve reconhecer e classificar as contas de resultado 
(receitas e despesas) no período a que se referem, independentemente do seu 
efetivo recebimento (receitas) ou pagamento (despesas). Assim, se pago o aluguel 
da empresa antecipado, com vigência para 18 meses, preciso registrar o valor pago 
antecipadamente como despesa apropriável e, mês a mês, fazer o “reconhecimento” 
da despesa no mês correto (aluguel de janeiro de 2010 contabilizado no mês de 
janeiro de 2010 e assim sucessivamente).
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aAtivo Não Circulante
Este grupo compõe-se de subgrupos, a saber: Realizável a Longo Prazo, 
Investimentos, Imobilizado e Intangível, conforme veremos a seguir.
a) Realizável a Longo Prazo
Neste subgrupo são registrados os direitos realizáveis após o encerramento do 
Exercício Seguinte (mais de 360 dias após o encerramento do Balanço Patrimonial): 
Duplicatas a Receber, Adiantamentos ou Empréstimos a Fornecedores ou a 
Sociedade Coligada ou Controlada, Adiantamentos ou Empréstimos a Diretoresd. 
Também são registradas as despesas apropriáveis após o encerramento do Exercício 
Seguinte referentes a encargos financeiros exigíveis após o exercício seguinte ao 
do encerramento do Balanço. 
b) Investimentos
Em que podem ser registrados: 
• as participações permanentes em outras sociedades;
• os empreendimentos relativos ao plantio de fl orestas destinados à proteção do 
solo ou à preservação do meio ambiente, sem que se destinem à manutenção 
da atividade da empresa; 
• as importâncias aplicadas na aquisição de imóveis, desde que não sejam para 
revenda ou destinadas à manutenção das atividades da empresa (ex.: imóveis 
para aluguel); 
• as aplicações em ouro, quando não constarem do objeto social da pessoa 
jurídica.
c) Imobilizado
Registram-se nesse subgrupo os bens e os direitos que tenham por objeto bens 
destinados para a manutenção das atividades da empresa ou exercidos com essa 
finalidade. Exemplos: máquinas, equipamentos, construções, veículos, móveis e 
utensílios, etc.
d) Intangível
Registram-se neste grupo os direitos correspondentes à propriedade industrial e 
comercial da empresa, as patentes de invenção, as marcas, fórmulas e processos 
de fabricação, valor do ponto comercial e outros de idêntica natureza.
d No caso de adiantamentos/empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (do mesmo grupo 
empresarial) e ou adiantamentos/empréstimos a sócios/diretores, a legislação societária obrigada à sua 
contabilização no longo prazo, independentemente de seu prazo contratual. A máxima é: “negócios 
em família”, a contabilização é sempre no longo prazo!
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a 2.2.2 Passivo
Em ordem de exigibilidade (vencimento), as contas do Passivo são estruturadas 
nos seguintes grupos:
a) Passivo Circulante
São registradas as obrigações da empresa que serão pagas no prazo de um ano 
(curto prazo). As principais contas do Passivo Circulante são:
• Fornecedores: origina-se das operações de compra a prazo, no mercado 
nacional ou no exterior, de matérias-primas destinadas ao processo produtivo, 
mercadorias com a fi nalidade de revenda ou outros materiais ou insumos;
• Tributos a Pagar/Recolher: compreende as obrigações relativas a impostos, 
taxas e contribuições;
• Salários e Encargos Sociais: compõe-se das obrigações da empresa para com 
seus empregados e aos agentes arrecadadores de contribuições sociais, bem 
como as obrigações conhecidas como previsíveis e calculáveis na data do 
balanço;
• Empréstimos e Financiamentos de Instituições Financeiras: compreende os 
recursos obtidos pela empresa junto a instituições fi nanceiras do País com a 
fi nalidade de fi nanciar imobilizações ou o próprio giro do negócio;
• Além das contas descritas acima, podemos encontrar muitas outras contas 
no Passivo Circulante, tais como: adiantamentos, contas a pagar, dividendos, 
gratifi cações e participações, empréstimos em moeda estrangeira, etc.
b) Passivo Não Circulante
Registram-se as contas que representam as obrigações vencíveis após o prazo 
de um ano (encerramento do exercício seguinte). Classificam-se neste grupo as 
seguintes contas: 
• Financiamentos;
• Parcelamentos de Débitos Fiscais e Sociais; 
• Créditos de Empresas Coligadas e Controladas; etc.
Em sentido restrito, poderíamos considerar como PASSIVO apenas o Passivo 
Exigível (Circulante e Não Circulante). Em sentido amplo, porém, esse termo é 
utilizado como o total das exigibilidades (dívidas com terceiros) e dos recursos 
próprios (Patrimônio Líquido), a saber.
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ac) Patrimônio Líquido 
Conforme já estudamos, o Patrimônio Líquido é a diferença entre o Ativo e o 
Passivo. Representa os investimentos dos proprietários (Capital Social), mais os 
lucros reinvestidos (reservas). Deve apresentar o capital social, as reservas de 
capital, os ajustes de avaliação patrimonial, as reservas de lucros, as ações ou quotas 
em tesouraria, os prejuízos acumulados. Saliente-se que no capítulo 3 estudaremos 
mais detalhadamente as reservas. 
Para sua melhor compreensão, apresentamosa seguir um resumo dos Grupos e 
Subgrupos do Balanço Patrimonial:
Quadro 1 – Grupos do Balanço Patrimonial.
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE
São contas que estão constantemente em giro – 
movimento –, sendo que a conversão em dinheiro 
ocorrerá, no máximo, no próprio exercício social.
CIRCULANTE
São obrigações exigíveis que 
serão liquidadas nos próximos 
360 dias após o levantamento do 
Balanço Patrimonial.
NÃO CIRCULANTE
a) Realizável a Longo Prazo:
São bens e direitos que se transformarão em 
dinheiro um ano após o levantamento do BP.
b) Investimentos: 
São as inversões financeiras de caráter permanente 
que geram rendimentos e que não são necessárias 
à manutenção da atividade fundamental da 
empresa.
c) Imobilizado:
São itens de natureza permanente que serão 
utilizados para a manutenção da atividade básica 
da empresa.
d) Intangível:
Bens e direitos que tenham por objeto bens 
incorpóreos destinados à manutenção da empresa 
ou exercidos com essa finalidade.
NÃO CIRCULANTE
Exigível a Longo Prazo
São as obrigações (dívidas 
de longo prazo) que serão 
liquidadas com prazo superior a 
um ano após o levantamento do 
Balanço Patrimonial.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
São os recursos dos 
proprietários aplicados 
na empresa. Tais recursos 
significam o Capital mais o seu 
rendimento (lucros) e reservas.
Fonte: elaborado pela autora.
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a Cabe salientar a importância de compreender o que encontramos em cada grupo 
patrimonial para facilitar a compreensão do Balanço Patrimonial. 
2.3 Principais deduções do Ativo e do Patrimônio Líquido
A seguir, são apresentadas as principais deduções (contas redutoras ou de ajuste) 
relacionadas ao Ativo Circulante, ao Ativo Não Circulante e ao Patrimônio 
Líquido.
2.3.1 Deduções do Ativo Circulante
No item Duplicatas a Receber (ou Contas a Receber/CLIENTES), encontram-se 
duas deduções:
a) a parcela estimada pela empresa que não será recebida (inadimplência), com 
o título Provisão para Devedores Duvidosos (o cálculo é feito de acordo com 
a média considerada incobrável em exercícios anteriores);
b) parcela das duplicatas a receber negociadas com as instituições fi nanceiras 
(antecipação de recebíveis), com o título de Duplicatas Descontadas;
c) na conta Estoques, se o valor de mercado deste item for menor que o valor do 
custo de aquisição ou produção, deverá ser deduzida a provisão para ajustá-lo 
ao valor de mercado (conservadorismo).
2.3.2 Deduções do Ativo Não Circulante
No grupo Investimentos, encontram-se como deduções as Provisões para Perdas, 
com o objetivo de cobrir as perdas prováveis na realização financeira, quando 
comprovadas (tais perdas) como permanentes.
No Imobilizado, como dedução do valor bruto, encontram-se as contas Depreciação, 
Amortização e Exaustão. A perda de valor dos bens do Ativo Não Circulante em 
virtude da ação do tempo, uso, da evolução técnica (obsolescência), ou exaustão, 
será registrada periodicamente nas contas de:
a) Depreciação Acumulada: corresponde à perda do valor dos bens que têm por 
objeto bens físicos (tangíveis) sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, 
ação da natureza ou por obsolescência técnica. A taxa anual de depreciação é 
determinada em função da vida útil do bem, isto é, do prazo durante o qual se 
possa esperar a utilização econômica dele na produção. A Secretaria da Receita 
Federal estabelece e publica as taxas de depreciação conforme o prazo de vida 
útil admissível para cada item do Ativo Imobilizado;
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ab) Amortização Acumulada: quando corresponder à perda do valor do capital 
aplicado na aquisição de direitos de propriedade industrial ou comercial, 
marcas, patentes, benfeitorias em imóveis de terceiros e quaisquer outros 
com existência ou exercício de duração limitada. A taxa anual de amortização 
é fixada considerando-se: o número de anos restantes da existência do 
direito amortizável e a legislação do Imposto de Renda (prazos mínimos e 
máximos);
c) Exaustão Acumulada: corresponde à perda do valor decorrente da exploração 
de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou fl orestais, ou bens aplicados 
nessa exploração. As mineradoras poderão considerar como custo ou despesa, 
em cada exercício, o valor correspondente à percentagem extraída de minério 
no período sobre o custo de aquisição ou prospecção dos recursos minerais 
explorados. O valor da quota de exaustão fl orestal em cada exercício é apurado 
através da identifi cação do percentual entre o volume de recursos fl orestais 
explorados em relação ao volume da fl oresta no início do período-base.
2.3.3 Deduções do Patrimônio Líquido
O Patrimônio Líquido pode ser reduzido:
a) quando há prejuízo no exercício, evidenciado pela conta Prejuízos 
Acumulados;
b) quando houver capital ainda não realizado, o Patrimônio Líquido demonstrará 
o montante do valor subscrito pelos sócios e, por dedução, o valor ainda 
pendente de realização em dinheiro ou outros bens e direitos na conta Capital 
Social a Integralizar;
c) também será demonstrado por dedução o valor empregado nas aquisições 
de ações ou quotas do capital social da própria sociedade na conta Ações em 
Tesouraria;
d) outra conta redutora de Patrimônio Líquido é Ajustes de Avaliação 
Patrimonial, em que se contabilizam os ajustes negativos (diminuições) de 
avaliações de Ativos a preço de mercado.
Na sequência, apresentamos a estrutura do Balanço Patrimonial segundo a Lei nº 
6.404/76, alterada pelas Leis nº 11.638/2007 e nº 11.941/09.
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a Quadro 2 – Estrutura básica do balanço patrimonial.
ATIVO
CIRCULANTE
DISPONIBILIDADES
Caixa
Bancos Conta-Corrente
Aplicações de Liquidez Imediata
CRÉDITOS
Clientes
(-) Provisão para Devedores Duvidosos
(-) Duplicatas Descontadas
Títulos a Receber
Bancos Conta Vinculada
Adiantamentos a Terceiros
Adiantamentos a Funcionários
Impostos a Recuperar
ESTOQUES
Mercadorias para Revenda
Matérias-primas
Materiais de Embalagem
Materiais de Limpeza
DESPESAS ANTECIPADAS
Prêmios de seguros a apropriar
Encargos financeiros a apropriar
Aluguéis a apropriar
NÃO CIRCULANTE
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
Clientes
Bancos conta Vinculada
Títulos a Receber
Créditos de Acionistas
Créditos de Diretores
Créditos de Coligadas e Controladas
Adiantamentos a Terceiros
Impostos a Recuperar
Investimentos
Participação em sociedades (controladas e coligadas)
Participações em outras empresas
Imóveis não de uso – de renda
Direito de Exploração de Recursos Naturais (minerais 
e vegetais)
(-) exaustão acumulada
Imobilizado
Terrenos
Instalações
Máquinas, aparelhos e equipamentos
Móveis e Utensílios
Veículos
Ferramentas
(-) depreciação acumulada
Obras em andamento
Intangível
Marcas, direitos e patentes industriais
(-) amortização acumulada
PASSIVO
CIRCULANTE
Empréstimos
Fornecedores
Obrigações fiscais e sociais
Adiantamento de clientes
Utilidades e serviços a pagar
Gratificações a empregados, 
diretores, administradores
Salários, férias e 13º salário a 
pagar
Títulos a Pagar
Debêntures a Pagar
NÃO CIRCULANTE
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
Empréstimos e financiamentos
Títulos a Pagar
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social
(-) Capital social a integralizar
(-) Ações em tesouraria
(- +) Ajustes de avaliação 
patrimonial
(-) Prejuízos acumulados
 Reservas
Fonte: Lei nº 6.404/76, alterada pelas Leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09.
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aObservada a estrutura básica do Balanço Patrimonial conforme a legislação vigente, 
cabe ressaltar a importância dessa demonstração na gestão da empresa, tendo em 
vista que apresenta, de forma sucinta, as origens (Passivo e Patrimônio Líquido) e 
as aplicações (Ativo) de recursos, de onde temos os subsídios para as decisões de 
investimento e financiamento.
2.4 Decisões de investimento e financiamento
Entende-se por investimento toda a aplicação de capital em algum ativo (bens e 
direitos) tangível ou intangível, para obter determinado retornono futuro. Um 
investimento pode ser a criação de uma nova empresa, ou pode ser um projeto 
em uma empresa já existente, por exemplo.
No setor industrial, o projeto de investimento mais clássico é a aquisição de novas 
linhas de produção. Mas também são importantes os projetos de reposição de 
equipamentos, reforma de linhas de produção antigas, projetos para automação 
industrial, projetos para adoção de novas tecnologias e projetos linha verde, 
objetivando reduzir os impactos ambientais dos processos produtivos.
No setor agroindustrial, os projetos envolvem aplicações de recursos na aquisição 
de maquinário agrícola, na construção de silos e armazéns, no melhoramento 
genético e do solo, no aumento da produtividade, na formação de cooperativas, 
no processamento de produtos in natura, agregando valor na informatização do 
controle da produção e nos canais de comercialização.
Já no setor de serviços, os projetos de investimento referem-se desde a reforma 
de instalações até campanhas publicitárias. Os gastos com automação comercial 
e sistemas de informações gerenciais também são projetos de investimento, na 
medida em que podem aumentar ou diminuir o valor da empresa no longo 
prazo.
No segmento comercial, os projetos centram-se nos investimentos em marketing, 
diferenciais mercadológicos, TI, dentre outros.
O Quadro 3 ilustra as principais questões que devem ser respondidas antes de 
se tomar uma decisão de investimento na empresa, utilizando-se da estrutura 
do Ativo. Sabe-se que esta estrutura se altera em função do ramo de negócios da 
empresa e de suas características específicas, no entanto, em quaisquer ramos, as 
questões respondidas são semelhantes para qualquer empresa.
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a Quadro 3 – Decisão de Investimento.
ATIVO Questões a serem respondidas
Ativo Circulante (até 360 dias)
Disponibilidades
Créditos
Estoques
Despesas Antecipadas
Ativo Não Circulante (+ de 360 dias)
Realizável a Longo Prazo
Investimentos
Imobilizado
Intangível
Onde estão aplicados os recursos financeiros?
Quanto em ativos circulantes? Quanto em 
ativos não circulantes? Em quais?
Qual a melhor composição dos ativos?
Qual o risco do investimento?
Qual o retorno do investimento?
Quais as novas alternativas de investimentos?
Como decidir em quais ativos investir?
Como maximizar a rentabilidade dos 
investimentos existentes?
O que deve ser descartado, reduzido ou 
eliminado por não acrescentar valor?
Fonte: adaptado de Lemes Júnior, Rigo, Cherobim. (2002, p.10)
No que se refere às decisões de financiamento, a composição de recursos da 
empresa é chamada de ESTRUTURA FINANCEIRA e pode ser verificada do lado 
direito do balanço: o PASSIVO. Tais decisões envolvem a escolha da estrutura de 
capital, a determinação do custo de capital e a captação de recursos. Remetem, 
portanto, à definição das fontes de financiamentos a serem utilizadas nas atividades 
da empresa e nos projetos de investimento. Os recursos financeiros advêm de duas 
fontes: capital próprio (Patrimônio Líquido) e de terceiros (obrigações, dívidas).
O capital próprio é formado por recursos dos proprietários e acionistas da empresa. 
Tais recursos são feitos no longo prazo, através da compra de ações, do investimento 
em cotas, do reinvestimento de lucros gerados, etc. O capital de terceiros entra 
na empresa por meio de empréstimos e financiamentos obtidos de instituições 
financeiras, além das dívidas da empresa com fornecedores (duplicatas a pagar), 
com funcionários (salários a pagar), com o governo (tributos a pagar/recolher), 
conforme evidenciado no Quadro 4.
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aQuadro 4 – Decisões de financiamento.
Passivo Questões a serem respondidas
Passivo Circulante (até 360 dias)
Fornecedores
Empréstimos e Financiamentos
Impostos a Pagar
Salários a Pagar
Encargos a Recolher
Outros
Passivo Não Circulante (+ 360 dias)
Financiamentos
Patrimônio Líquido
Capital Social
Reservas
Ajustes de Avaliação Patrimonial
• Qual a estrutura de capital?
• De onde vêm os recursos?
• Qual a participação de capital próprio? 
• Qual a participação de capitais de terceiros?
• Qual o perfil do endividamento?
• Qual o custo de capital? Como reduzi-lo?
• Quais as fontes de financiamento utilizadas e 
seus respectivos custos?
• Quais deveriam ser substituídas ou 
eliminadas?
• Qual o risco financeiro?
• Qual o sincronismo entre os vencimentos das 
dívidas e a geração de meios de pagamento?
Fonte: adaptado de Lemes Júnior, Rigo e Cherobim. (2002, p.12)
As questões pontuadas por Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2002) nos remetem 
às primeiras “leituras” do Balanço Patrimonial, com vistas a compreender as 
informações contidas nesse relatório. Analistas, bancos, investidores, sindicatos, 
fornecedores, governo, buscam respostas a tais indagações com vistas a mensurar 
o risco e a liquidez das entidades, tópicos que estudaremos a seguir.
Ponto final
O Balanço Patrimonial é a demonstração financeira destinada a evidenciar, de 
forma qualitativa e quantitativa, numa determinada data, a posição patrimonial e 
financeira da entidade. No Balanço Patrimonial as contas deverão ser classificadas 
de acordo com os elementos do patrimônio que registrem, de forma a facilitar sua 
leitura e interpretação. Saliente-se que no Ativo (aplicações de recursos – bens e 
direitos) as contas estão organizadas em ordem dos prazos esperados de realização, 
enquanto que no Passivo (origem dos recursos) estão em ordem de exigibilidade 
(vencimento). 
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a Atividades
1) O Balanço Patrimonial serve como elemento de partida fundamental para o 
conhecimento da situação fi nanceira e patrimonial da entidade. Em relação 
ao Balanço Patrimonial, é correto dizer:
a) O Passivo representa as aplicações dos recursos.
b) Os capitais de terceiros contemplam os bens e direitos da organização.
c) O Ativo representa as aplicações de recursos.
d) As obrigações vencíveis no curto prazo devem ser registradas no Ativo 
Circulante.
e) Apresenta a formação do resultado do exercício.
2) O Balanço Patrimonial é a fotografi a dos atos e fatos contábeis de uma entidade, 
expresso em valores monetários. É fi nalidade do Balanço Patrimonial:
a) Demonstrar o resultado do exercício.
b) Evidenciar as mutações do Patrimônio Líquido.
c) Detalhar a movimentação dos recursos fi nanceiros disponíveis.
d) Demonstrar a situação patrimonial e fi nanceira da empresa/organização, 
no encerramento do exercício social, e as mutações ocorridas durante 
o exercício.
e) Apresentar as mutações do Patrimônio Líquido.
3) Em relação ao Balanço Patrimonial, as Disponibilidades, os Direitos Realizáveis 
durante o exercício social seguinte ao do Balanço, bem como as aplicações de 
recursos em Despesas do Exercício Seguinte, serão classifi cados em:
a) Ativo Circulante.
b) Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo.
c) Ativo Não Circulante Imobilizado.
d) Ativo Não Circulante Investimentos.
e) Ativo Não Circulante Intangível.
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a4) As contas que representam bens destinados à manutenção das atividades 
da empresa, como: Móveis e Utensílios, Veículos, Instalações, Imóveis, 
Computadores e Periféricos, etc., são classifi cadas:
a) No Ativo Circulante.
b) No Passivo Exigível a Longo Prazo.
c) No Ativo Não Circulante Imobilizado.
d) No Ativo Não Circulante Intangível.
e) No Ativo Não Circulante Investimentos.
5) Os direitos realizáveis compreendem as contas representativas de direitos 
ou valores a receber que, embora não representem dinheiro disponível em 
determinada data, serão convertidos em dinheiro em maior ou menor prazo. As 
contas que representam direitos a receber no curto prazo são classifi cadas:
a) No Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo.
b) No Ativo Circulante.
c) No Passivo Circulante.
d) No Ativo Não Circulante Investimentos.
e) No Passivo Circulante.
6) As obrigações de longo prazo referem-se aos valoresa pagar cuja liquidação 
ocorrerá em prazo superior ao seu ciclo operacional ou após o exercício social 
seguinte. As contas que representam obrigações de longo prazo devem ser 
classifi cadas:
a) No Passivo Circulante.
b) No Passivo Não Circulante.
c) No Patrimônio Líquido.
d) No Ativo Circulante.
e) No Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo.
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a 7) No Balanço Patrimonial, as aplicações de recursos em despesas do exercício 
seguinte deverão ser classifi cadas no:
a) Ativo Intangível.
b) Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo.
c) Ativo Circulante.
d) Ativo Não Circulante Imobilizado.
e) Patrimônio Líquido.
8) O Balanço Patrimonial da empresa Lizbela Confecções está assim 
constituído:
Ativo Circulante R$ 3.000.000
Ativo Não Circulante R$ 10.000.000
Passivo Circulante R$ 2.000.000
Passivo Não Circulante R$ 1.500.000
Patrimônio Líquido R$ 9.500.000
 Com base nessas informações, pode-se afi rmar que:
a) O seu capital próprio é de R$ 13.000.000.
b) O capital de terceiros é de R$ 1.500.000.
c) O conjunto de bens e direitos disponíveis e realizáveis no curto prazo 
é de R$ 3.000.000.
d) As obrigações exigíveis no longo prazo totalizam R$ 2.000.000.
e) As aplicações de recursos totalizam R$ 10.000.000.
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a9) Aponte a alternativa em que não há correlação entre os termos agrupados: 
a) Máquinas e equipamentos; veículos para entrega de mercadorias; 
imóvel da fábrica.
b) Caixa; Bancos conta Movimento; Aplicações Financeiras de Liquidez 
Imediata.
c) Capital Social; Ajustes de avaliação patrimonial; Reservas de Lucro. 
d) Duplicatas a Receber (até 6 meses); Estoques; Empréstimos a Sócios/
Empresas Coligadas.
e) Salários a Pagar (mês seguinte), Impostos a Recolher (daqui a 30 dias); 
Fornecedores (curto prazo). 
10) As aplicações efetuadas por empresas industriais em bens imóveis que se 
destinam à renda (para aluguel) devem ser classifi cadas como: 
a) Ativo Não Circulante Imobilizado. 
b) Ativo Não Circulante Intangível.
c) Ativo Não Circulante Investimentos. 
d) Ativo Circulante. 
e) Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo. 
3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADODO EXERCÍCIO (DRE OU DEREX)
Simone Loureiro Brum Imperatore
Antes de prosseguirmos com o estudo do DRE, torna-se necessário que você 
conheça as contas de resultado, quer sejam: as Receitas e Despesas (e custos). 
Elas aparecem durante o exercício social, encerrando-se (zerando) ao deste. Não 
fazem parte do Balanço Patrimonial como as contas patrimoniais (bens, direitos, 
obrigações e patrimônio líquido), mas é por meio delas que sabemos se a empresa 
apresentou lucro ou prejuízo em suas atividades. Vejamos...
3.1 Receitas
São valores que a empresa gera como fonte de recursos financeiros, para atender 
a seus gastos e manter as suas atividades, ou seja, decorrem da venda de bens 
(mercadorias) ou da prestação de serviços. Constituem INGRESSOS (entradas) 
de recursos para o patrimônio da entidade sob a forma de bens e direitos, 
correspondendo, em geral, a vendas de mercadorias ou prestação de serviços. 
Podem derivar, também, de remunerações sobre aplicações ou operações 
financeiras. A receita sempre aumenta o Patrimônio Líquido. Ex.: Vendas à Vista, 
Vendas a Prazo, Receitas de Prestação de Serviços, Aluguéis Ativos, Juros Ativos, 
Descontos Obtidos.
3.2 Despesas 
Segundo Marion (2006, p.78), despesa é todo o sacrifício, todo o esforço da empresa 
para obter receita. Cherman (2010, p.4) sintetiza: “São gastos consumidos, direta 
ou indiretamente, na obtenção de receitas”.
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a Em outras palavras, é o gasto relativo a bem ou serviço consumido direta ou 
indiretamente para:
a) comercialização e distribuição dos produtos (despesa de vendas);
b) direção geral e área de apoio (despesa administrativas);
c) remuneração do capital de terceiros (despesa fi nanceira).
As despesas deverão ser registradas por ocasião do consumo dos bens ou serviços 
utilizados pela empresa para a manutenção, independentemente de seu efetivo 
pagamento. Constituem SAÍDAS de recursos e se refletem no Balanço Patrimonial 
através da redução do saldo de Caixa (ou Banco Conta-Corrente) quando é paga 
no ato (à vista), ou mediante o aumento de uma obrigação, quando é contraída 
no presente para ser paga no futuro (a prazo). Ex.: Água e Esgoto, Material de 
Expediente, Aluguéis Passivos, Juros Passivos, Café e Lanches, Luz, Descontos 
Concedidos, Salários, Despesas Bancárias, Encargos Sociais, Fretes, Prêmios de 
Seguros, Impostos, Telefone, etc.
Bem, se receitas e despesas são CONTAS DE RESULTADO, as contas que 
representam bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido (as quais você já 
conhece) são chamadas de CONTAS PATRIMONIAIS. Fica fácil de diferenciar:
Contas Patrimoniais Balanço Patrimonial (bens, direitos, obrigações e PL)
Contas de Resultado DRE (receitas, despesas e custos)
3.3 Despesa e custo
Precisamos diferenciar despesa e custo.
Quando a matéria-prima é adquirida (comprada), constitui um gasto, ou seja, um 
desembolso (saída de dinheiro, pagamento) para a aquisição de um bem, sendo 
“estocada” no Ativo. No instante em que essa matéria-prima entra em produção, 
a reconhecemos como CUSTO.
Portanto, todos os gastos no processo de industrialização, que contribuem com a 
transformação da matéria-prima (fabricação) em produto, entendemos como custos: 
mão de obra, energia elétrica, manutenção, desgaste de máquinas utilizadas para a 
produção (depreciação), embalagens, aluguel da fábrica, etc. Já os gastos referentes 
ao escritório e à administração são classificados em despesas. 
Observe: o aluguel pode ser tratado como despesa ou custo. Tratando-se de aluguel 
referente ao prédio da fábrica, será considerado custo; tratando-se de aluguel 
referente ao prédio do escritório (administração) será considerado despesa. Este 
 
 
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araciocínio é extensivo ao imposto predial, salários, materiais, depreciação (quando 
de bens da fábrica, custo; quando de bens do escritório, despesa).
Numa empresa comercial, o gasto da aquisição da mercadoria para revenda será 
tratado como custo; já numa empresa de prestação de serviços, a mão de obra 
aplicada nos serviços prestados mais o material utilizado nesses serviços serão 
considerados custos. Para ambas as atividades, todos os gastos na administração, 
assim como na indústria, serão tratados como despesas.
Pela Lei das Sociedades Anônimas, identificamos três tipos de despesas: de vendas, 
administrativas e financeiras. Vejamos alguns exemplos:
a) Despesas com Vendas: salários do pessoal de vendas, marketing e pesquisa 
de mercado, distribuição, comissões sobre vendas, propaganda e publicidade, 
despesas com garantia, promoções de bonifi cações, fretes, etc.;
b) Despesas Administrativas: salários do pessoal administrativo, encargos sociais, 
assistência médica, aluguéis, energia elétrica, condomínio, seguros, despesas 
de viagens, material de escritório, depreciação, impostos, remuneração da 
diretoria, etc.;
c) Despesas Financeiras: juros passivos, descontos concedidos, despesas 
bancárias, etc.;
Para não esquecer:
Custos: gasto relativo a um bem ou serviço utilizado na produção de outros bens 
ou serviços: Gastos da FÁBRICA – custo dos produtos, custo das mercadorias 
vendidas
Despesas: Gastos do escritório e administração – vendas, administrativas e 
financeiras para manutenção das atividades da empresa; promoção de vendas.
3.4 Estrutura básica da DRE
A DRE é um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado 
período (12 meses). Segundo Azevedo (2009, p.15), “[...] pretende demonstrar qual 
o lucro ou prejuízo do exercício publicado, bem como a sua estrutura de apuração, 
demonstrando o ‘caminho’ que o dinheiro percorre dentro de uma empresa até 
ser apurado o lucro”.
É apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-seas 
despesase e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo). Ao apresentar 
e Atenção: a DRE obedece ao princípio de competência, ou seja, as receitas e despesas são contabilizadas 
no momento de sua ocorrência, independentemente de seu recebimento ou pagamento.
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a o resultado, a DRE evidencia a riqueza gerada pela entidade em determinado 
período (exercício), sabendo-se que esta riqueza pertence, ao final das contas, aos 
acionistas/sócios da entidade.
 RECEITA
(-) DESPESA 
= Lucro ou prejuízo
 
A DRE pode ser simples para micro e pequenas empresas que não requeiram dados 
pormenorizados para a tomada de decisão, como é o caso de bares, farmácias, 
mercearias, etc. Deve evidenciar o total de despesa deduzido da receita, apurando-
se, assim, o lucro, sem destacar os principais grupos de despesas. 
A DRE completa, exigida por lei, fornece maiores detalhes para a tomada de decisão: 
grupos de despesas, vários tipos de lucro, destaque dos impostos, etc. Assim:
DRE (simples) DRE (completa)
RECEITA RECEITA
(-) DESPESA ( - ) DEDUÇÕES
Lucro ou prejuízo ( - ) CUSTOS
 ( - ) DESPESAS
 ( - ) ___________
 Lucro ou prejuízo
Importante:
A DRE é elaborada a partir da conta Lucros e Perdas (ou Lucros ou Prejuízos 
Acumulados). Ela é uma demonstração financeira imprescindível para a elaboração 
do Balanço Patrimonial (deve, inclusive, preceder o levantamento deste). 
Normalmente, o resultado do exercício das empresas é apurado no final do ano 
civil. Sua finalidade é melhor evidenciar o ganho, tendo em vista as necessidades 
de informações do usuário externo, bem como fornecer os dados essenciais à análise 
da formação do resultado do exercício. Como já vimos, para se apurar o resultado 
do exercício de uma empresa, basta confrontar o total de despesas com o total das 
receitas ocorridas em um determinado período.
 
 
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aQuadro 5 – Estrutura da demonstração do resultado do exercício.
ESTRUTURA BÁSICA DA DRE
Empresa Z
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
Período de 01/01 a 31/12/XX
 RECEITA BRUTA
 ( - ) Tributos Incidentes sobre Vendas
 ( - ) Devoluções e Abatimentos
 ( - ) Descontos Incondicionais
 = RECEITA LÍQUIDA
 ( - ) Custo das Mercadorias Vendidas (se comércio)
ou ( - ) Custo dos Produtos Vendidos (se indústria)
ou ( - ) Custo dos Serviços Prestados (se empresas de serviços)
 = RESULTADO BRUTO
( - ) Despesas Operacionais
 - Vendas
 - Administrativas 
 - Financeiras Líquidas (despesas - receitas financeiras)
 = RESULTADO OPERACIONAL
( + ) e/ou ( - ) Outras Receitas e/ou Despesas Operacionais
 = RESULTADO ANTES DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
 ( - ) Provisão para a Contribuição Social
 = RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA
( - ) Provisão para o Imposto de Renda
 = RESULTADO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDA
( - ) Provisão para Participação de Debenturistas
( - ) Provisão para Participação dos Empregados
( - ) Provisão para Participação dos Administradores
( - ) Provisão para Participação de Partes Beneficiárias
 = RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
 Lucro Líquido por ação
Fonte: adaptado de Azevedo, 2009.
Segundo Azevedo (2009, p.30), “A Demonstração do Resultado do Exercício 
(DRE) tem como finalidade, além de evidenciar o resultado do exercício – lucro 
ou prejuízo –, demonstrar a origem dos recursos próprios que são aplicados na 
empresa (receitas), assim como todos os gastos (custos e despesas) envolvidos na 
geração da riqueza da entidade”. Saliente-se que a DRE tem caráter econômico 
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a (relacionado à riqueza da entidade) e não financeiro (relacionado a dinheiro). O 
mesmo autor exemplifica a aplicação das informações da DRE:
a) o gestor da entidade terá uma visão estratégica, determinando qual o melhor 
caminho a ser seguido pela organização para o aumento de sua lucratividade, 
podendo, para tanto, determinar a redução de custos e despesas (quais?), sem 
comprometer a qualidade dos produtos e serviços;
b) o acionista, por sua vez, visualiza as tendências fi nanceiras da entidade, se 
está aplicando de forma correta e coerente os recursos obtidos (despesas e 
custos);
c) o Governo (fi sco) observa se a empresa está apurando seus impostos com 
correção;
d) a concorrência (no caso de demonstrações publicadas) avalia o sistema de 
custeio/despesa da empresa;
e) os fornecedores, investidores e bancos avaliam o potencial de geração de lucros 
da entidade.
O Quadro 6 evidencia as principais questões que orientam a leitura e a interpretação 
da Demonstração do Resultado do Exercício – DRE:
Quadro 6 – Análise da demonstração do resultado do exercício: questões a serem respondidas.
Receita Operacional
( - ) Deduções da Receita 
Impostos incidentes sobre vendas
Devoluções
Abatimentos
( = ) Receita Operacional Líquida
( - ) Custos Operacionais
( = ) Resultado Operacional Bruto
( - ) Despesas Operacionais
Administrativas
Comerciais
Financeiras
( = ) Resultado Operacional
( +- ) Outras Receitas/Despesas 
Operacionais
( = ) Lucro antes IR
( - ) Imposto de Renda
( = ) Lucro Líquido do Exercício
Lucro Líquido por Ação
Quais os resultados obtidos? Como 
mantê-los ou melhorá-los?
Qual o crescimento das vendas? E dos 
custos? E das despesas?
Qual a participação percentual dos custos 
e das despesas em relação às receitas?
Qual a margem líquida de venda?
Quais os custos e despesas que podem 
ser reduzidos?
As receitas obtidas são compatíveis com 
os investimentos?
Os lucros têm atingido as metas 
estabelecidas? Como são quando 
comparados com os das melhores 
empresas do ramo?
Fonte: adaptado de Lemes Júnior, Rigo e Cherobim, 2002, p.13.
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aAs questões apresentadas pelos autores nos remetem à análise da formação do 
resultado do exercício e sua comparação com o inicialmente planejado. Como se vê, 
a DRE fornece detalhes para a tomada de decisão: grupos de despesas, vários tipos 
de lucros, destaque dos impostos, evolução das devoluções e dos custos, etc.
3.5 DRE inovada ou EBITDA
É comum observarmos, atualmente, relatórios contábeis com a expressão 
EBITDA. 
EBITDA em inglês é identificado como Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation 
and Amortization. Em português é chamado popularmente de Lajida – Lucro antes 
dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização.
De certa forma, EBITDA é o Lucro Operacional ajustado, quer seja, indica quanto 
dinheiro os ativos operacionais de uma companhia produzem. Portanto, o EBITDA 
representa a geração operacional de caixa da companhia, ou seja, o quanto a 
empresa gera de recursos apenas através de suas atividades operacionais, sem levar 
em consideração os efeitos financeiros e de impostos. Por isso, alguns profissionais 
chamam o EBITDA de fluxo de caixa operacional. Observe a comparação de uma 
DRE Tradicional e uma DRE Inovada com EBITDA de uma empresa comercial. 
Quadro 7 – Comparação DRE tradicional e inovada.f
DRE TRADICIONAL DRE INOVADA
Receita 1.600.000
( - ) CMV (800.000)
Lucro Bruto 800.000
( - ) Despesas Operacionais 
Vendas (200.000)
Administrativasf (350.000)
Financeiras (50.000)
Lucro Operacional 200.000
( - ) IR Renda e Contr Social (48.000)
Lucro Líquido 152.000
Receita 1.600.000
( - )CMV (800.000)
Lucro Bruto 800.000
( - ) Desp Vendas (200.000)
( - ) Desp Administrativas (290.000)
EBITDA 310.000
( - ) Depreciação (60.000)
( - ) Desp Financeiras (50.000)
Lucro Operacional 200.000
( - ) IR e Contr Social (48.000)
Lucro Líquido 152.000
Fonte: adaptado de Marion, 2006.
Segundo Marion (2006, p.106), “EBITDA abrange todos os componentes 
operacionais (despesa e receita financeira não são operacionais) e os componentes 
com potencial de afetar o caixa (depreciação não afeta o caixa), evidenciando a 
capacidade da empresa em gerar recursos considerando seu negócio”.
f Incluída depreciação
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a O EBITDA representa o potencial de geração operacional decaixa que o ativo 
operacional de uma empresa é capaz de produzir, antes de considerar o custo de 
qualquer capital tomado emprestado (despesas financeiras). Não corresponde ao 
efetivo fluxo de caixa físico já ocorrido no período porque parte das vendas pode 
não estar recebida e parte das despesas pode não estar paga. Assim que recebidas 
todas as receitas e pagas todas as despesas, esse é o valor de caixa produzido pelos 
ativos, antes de computadas as receitas e as despesas financeiras (juros), impostos 
(sobre o lucro), a depreciação, a amortização e a exaustão.
Desta forma, consiste o EBITDA num poderoso indicador de desempenho 
financeiro, posto que reflete o potencial de geração de recursos decorrentes 
eminentemente das operações da empresa. Note que é excluída do cômputo toda 
e qualquer despesa escritural, ainda que operacional, a exemplo da depreciação, 
posto que não representa saída de recursos (desembolso). Sua aplicação tem sido 
exaustiva no campo de avaliação de empresas, o que ressalta a importância da 
Contabilidade, ainda que histórica, na fixação de referência de valor.
3.6 Reservas
Reservas são valores recebidos dos sócios ou de terceiros que não correspondem 
a aumento de capital e que não passaram pelas contas de resultado como receita. 
Podem ser, ainda, lucros retidos com finalidade específica. As reservas não 
constituem valores em dinheiro, são percentuais predefinidos pela legislação e pelo 
estatuto da empresa, e, sendo assim, não podem ser distribuídas aos acionistas 
ou partes interessadas como lucros ou dividendos, pois não têm características de 
exigíveis. Podem ser:
a) Reservas de Capital;
b) Reservas de Lucros.
3.6.1 Reservas de capital
A reserva de capital é aquela que não se origina do resultado do exercício (lucro), 
portanto, não transita pela DRE. Originam-se de fatos financeiros e contábeis 
ocorridos na empresa, dentre os quais destacam-se:
a) ágio na emissão das ações: deriva do aumento do capital da empresa, por meio 
da emissão e venda de novas ações com lucro; esse excedente é chamado de 
ágio e será classifi cado na conta de Reservas de Capital;
b) doações e subvenções para investimentos: são doações e subvenções recebidas 
pela empresa, vindas da iniciativa pública ou privada, aumentando a sua 
riqueza.
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aDestinação das Reservas de Capital:
a) absorver prejuízos;
b) incorporação ao Capital;
c) resgate de partes benefi ciárias;
d) pagamento de dividendos a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes 
for assegurada.
3.6.2 Reservas de lucros
As reservas de lucros subdividem-se em:
a) Reserva Legal;
b) Reservas Estatutárias;
c) Reserva para Contingências;
d) Reserva Orçamentária;
e) Reserva de Lucros a Realizar.
A reserva legal é constituída por valor igual a 5% do lucro líquido do exercício e não 
excederá a 20% do capital social. Tem por fim assegurar a integridade do Capital 
Social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar 
capital (Lei das S.A.).
As reservas estatutárias, por sua vez, são aquelas previstas nos estatutos da 
empresa e possuem regras claras que indicam a sua finalidade e fixam os critérios 
que determinam a parcela anual dos lucros líquidos a serem destinados à sua 
constituição. O estatuto também determina o limite máximo da reserva. 
A Assembleia geral poderá, ainda, destinar parte do Lucro Líquido à formação 
de reserva com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição de 
perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado. A constituição de tal reserva 
busca evitar uma situação de desequilíbrio financeiro caso se distribuíssem os 
dividendos em um exercício, face à probabilidade de redução de lucros ou mesmo 
ocorrência de prejuízo em exercício futuro, em virtude de fatos extraordinários 
previsíveis. Como exemplo, temos: suspensão temporária da produção, falta de 
suprimento de matéria-prima, passivos ambientais, processos tributários, eventos 
climáticos previstos, etc. Sua constituição é opcional, devendo ser indicadas a causa 
da perda prevista e a justificativa de sua constituição. Referida reserva deixará de 
ser constituída e será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões 
que justificaram a sua constituição.
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a A Reserva Orçamentária, também conhecida como Reserva de Lucros para Expansão, 
tem a finalidade de garantir o investimento em expansão da empresa quando 
previsto no orçamento de capital, devendo ser aprovada em assembleia geral. 
Referido orçamento deverá compreender todas as fontes de recursos e aplicação 
de capital e poderá ter a duração de até cinco exercícios, salvo exceções.
Por último, no exercício em que os Lucros a Realizar ultrapassarem o total deduzido 
dos valores destinados às reservas legal, estatutária, contingências e orçamentária, 
a assembleia geral poderá destinar o excesso à constituição de Reserva de Lucros 
a Realizar. Pela Lei nº 10.303/01 fica assegurado o cálculo da Reserva de Lucros a 
Realizar apenas para pagamento de dividendo obrigatório.
Ponto final
A DRE é apresentada como um resumo ordenado dos componentes que provocam 
alterações no Patrimônio Líquido das entidades (receitas, despesas e custos). 
Além de fornecer as informações para a apuração do resultado, a DRE possibilita 
uma visão gerencial da entidade e, com uma análise mais apurada, avalia-se o 
desempenho da entidade e a eficiência dos gestores em obter (ou não) resultados 
positivos. Configura-se num importante instrumento de orientação para a gestão 
e, junto ao Balanço Patrimonial constitui as demonstrações mais importantes das 
entidades (e nas quais vamos dedicar especial atenção nos processos de análise e 
interpretação).
Sugestão de leitura complementar: CPC 26 - Apresentação das Demonstrações 
Contábeis.
Atividades
1) Sobre a Demonstração do Resultado do Exercício, é correto afi rmar:
I. Compara receitas com despesas do período, apurando seu resultado.
II. Indica acréscimos e decréscimos gerados no Patrimônio Líquido, 
originários das operações da empresa.
III. É um relatório contábil que evidencia a situação econômica da 
entidade.
 a) Todas as alternativas estão corretas.
 b) Nenhuma alternativa está correta.
 c) As alternativas I e II estão corretas.
 d) Apenas a alternativa I está correta.
 e) Apenas a alternativa II está correta.
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a2) A Demonstração do Resultado do Exercício é a apresentação, em forma resumida, 
das operações realizadas pela empresa, durante o exercício social, demonstradas 
de forma a destacar o resultado líquido do período. Relativamente a esse 
assunto, julgue os itens a seguir, assinalando a resposta correta:
a) Na determinação do resultado do exercício, serão computadas apenas 
as receitas e os rendimentos efetivamente realizados em moeda, 
no período, assim como custos, despesas, encargos e perdas pagos, 
correspondentes às receitas e rendimentos.
b) A Receita Líquida de Vendas corresponde à receita Bruta de Vendas 
menos deduções e abatimentos sobre vendas.
c) As despesas fi nanceiras, gerais, administrativas e com vendas devem 
ser demonstradas após a apuração do resultado operacional.
d) O Lucro Bruto é igual à Receita Bruta de Vendas ou Serviços mais 
impostos.
e) Regime contábil aplicado à DRE é o de Caixa.
3) Na Demonstração do Resultado do Exercício, a informação contábil que 
permite saber se uma empresa está obtendo lucro ou prejuízo com as 
atividades diretamente relacionadas com o objetivo de seu negócio chama-se 
Resultado:
a) Bruto.
b) Líquido.
c) Operacional.
d) Do exercício após o IR.
e) Nenhuma das alternativas está correta.
4) No encerramento de uma empresa comercial, apuraram-se, entre outros, os 
saldos a seguir:
Faturamento R$ 700.000
Devoluções de vendas R$ 35.000
Descontos comerciais (abatimentos) sobre vendas R$ 15.000
Impostos incidentes sobre vendas R$ 167.900
Descontos financeiros sobre vendas

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