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Falhas de rolamentos e suas causas Reliability Systems Conteúdo Introdução ........................................................................................................................... 3 Falhas de rolamentos e suas causas............................................................................... 3 Como se define a vida de um rolamento? ....................................................................... 3 Marcas de trabalho e sua interpretação ............................................................................. 4 Os diferentes tipos de falhas de rolamentos ...................................................................... 9 Desgaste ......................................................................................................................... 10 Desgaste causado por partículas abrasivas ................................................................ 10 Desgaste causado por lubrificação inadequada ........................................................... 11 Desgaste causado por vibração ................................................................................... 12 Endentações ................................................................................................................... 14 Endentações causadas por montagem incorreta ou sobrecarga ................................ 14 Endentações causadas por partículas estranhas ........................................................ 16 Arranhamento ............................................................................................................... 17 Arranhamento de topo de rolos e flange de guia ......................................................... 17 Arranhamento de rolos e pistas por escorregamento .................................................. 18 Arranhamento de pista em intervalos correspondendo ao espaçamento dos rolos ... 19 Arranhamento de superfícies externas ........................................................................ 21 Arranhamento em rolamentos axiais de esferas ......................................................... 22 Deterioração de superfície ............................................................................................. 23 Corrosão ......................................................................................................................... 24 Oxidação profunda ....................................................................................................... 24 Corrosão de contato ..................................................................................................... 25 Danos causados por passagem de corrente elétrica .................................................... 26 Descascamento .............................................................................................................. 28 Descascamento causado por pré-carga ...................................................................... 29 Descascamento causado por compressão ovalizante ................................................ 30 Descascamento causado por compressão axial ......................................................... 31 Descascamento causado por desalinhamento ............................................................ 32 Descascamento causado por endentações ................................................................. 33 Descascamento causado por arranhamento ............................................................... 34 Descascamento causado por corrosão profunda ........................................................ 35 Descascamento causado por corrosão de contato ..................................................... 36 Descascamento causado por estrias ou crateras ....................................................... 37 Trincas ............................................................................................................................ 38 Trincas causadas por tratamento grosseiro ................................................................. 39 Trincas causadas por interferência excessiva ............................................................. 40 Trincas causadas por arranhamento ........................................................................... 41 Trincas causadas por corrosão de contato .................................................................. 42 Falhas em gaiolas .......................................................................................................... 43 Vibrações ...................................................................................................................... 43 Velocidades excessivas ............................................................................................... 43 Desgaste ....................................................................................................................... 43 Bloqueio ........................................................................................................................ 43 Outras causas de falha de gaiola ................................................................................. 43 3 Introdução Falhas de rolamentos e suas causas Os rolamentos estão entre os componentes mais importantes na grande maioria de máquinas e se fazem exigências estritas quanto a sua capacidade de carga e confiabilidade. Portanto, é muito natural que os rolamentos tenham vindo a desempenhar um papel de destaque e que através dos anos eles tenham sido objeto de extensa pesquisa. De fato, a tecnologia de rolamentos desenvolveu- se como um ramo particular da ciência. A SKF tem estado à frente desse desenvolvimento desde o início, tendo uma posição de liderança neste campo. Entre os benefícios resultantes dessa pesquisa está a possibilidade de cálculo de vida de um rolamento com considerável precisão, tornando assim possível ajustar essa vida com a duração da máquina envolvida. Infelizmente acontece que algumas vezes um rolamento não atinge sua vida calculada. Pode haver muitas razões para isto: cargas mais pesadas que as previstas, lubrificação insuficiente ou inadequada, falta de cuidado no manuseio, vedadores ineficientes ou ajustes muito interferentes, resultando em redução excessiva de folga interna do rolamento. Cada um desses fatores produz seu tipo particular de falha e deixam suas marcas características no rolamento. Conseqüentemente, examinando um rolamento danificado, é possível na maioria dos casos, avaliar a causa do dano e tomar as ações necessárias para evitar a reincidência. Este texto foi preparado para prover uma descrição dos vários tipos de falhas de rolamentos e suas causas e, assim fazendo-se, mostrar o caminho para se evitar as falhas prematuras mais comumente conhecidas. Como se define a vida de um rolamento? Um rolamento não poderá girar para sempre, mais cedo ou mais tarde ocorrerá fadiga do material. O período após o qual surge o primeiro sinal de fadiga é governado pela quantidade de giros em trabalho e pela intensidade da carga aplicada no rolamento. A fadiga é o resultado de tensões internas cíclicas que aparecem imediatamente abaixo da superfície na zona de carga. Depois de certo tempo, essas tensões causam trincas que gradualmente evoluem para a superfície. Como os corpos rolantes passam sobre as trincas, fragmentos de material são destacados e isto é conhecido como descascamento. O descascamento aumenta de tamanho progressivamente, conforme figura abaixo, até que torna o rolamento imprestável. A vida de um rolamento é definida como sendo o número de giros que este trabalha até que se inicie o descascamento. Isto não significa que o rolamento não poderá mais ser usado depois disso. O descascamento é um processo gradativo e relativamente longo e se faz sentir pelo aumento de ruído e nível de vibração no rolamento. Portanto, como regra, há tempo suficiente para se preparar para a troca do rolamento. Figs. 1-4 Estágios progressivos de um descascamento 4 Relyability Systems conhecido, a aparência e a posiçãodessas marcas demonstra ser de grande utilidade para diagnosticar a causa da danificação. Para fins ilustrativos foram usados rolamentos de esferas radiais e axiais, pois estes mostram tais marcas de trabalho claramente. Entretanto, as ilustrações também se aplicam, com algumas modificações, aos outros tipos de rolamentos. Fig. 5 Carga radial unidirecional. Anel interno rotativo - anel externo fixo. Anel Interno: Uma vez que o anel interno gira, a marca de trabalho apresenta-se em torno de toda a circunferência da pista e é uniforme em largura, com carga puramente radial, a marca será da pista. Anel Externo: Como a carga é mais pesada na direção em que age, a marca de trabalho é mais larga no centro e afunila-se para as extremidades. Com ajustes normais e folga interna normal, a marca ocupa um pouco menos que a semicircunferência da pista. Com carga puramente radial a marca será no centro da pista. Quando um rolamento gira sob carga, as superfícies de contato dos corpos rolantes e pistas tornam-se de uma certa forma diferenciadas na aparência. Isto não é indicação de desgaste, no sentido usual da palavra, nem influi na vida do rolamento. A superfície diferenciada na pista de um anel interno ou externo forma uma marca denominada, para fins deste texto, de marca de trabalho. Esta marca varia de aspecto de acordo com as condições de carga e rotação. Examinando as marcas de trabalho nos componentes de um rolamento que esteve em serviço, é possível ter uma boa idéia das condições sob as quais o rolamento operou. Ao aprender a distinguir entre as marcas de trabalho normais e anormais, o técnico torna-se capaz de saber corretamente se o rolamento girou em condições adequadas. As séries de figuras a seguir ilustram as marcas de trabalho normais sob diferentes condições de rotação e carga bem como as marcas típicas resultantes de condições anormais de trabalho. Na maioria dos casos a falha do rolamento origina-se dentro dos limites da marca de trabalho e, uma vez que o seu significado tenha sido 5 6 Fig 6 Carga radial unidirecional. Anel interno fixo - anel externo rotativo. Anel Interno: Como a carga é mais pesada na direção em que age, a marca de trabalho é mais larga no centro e afunila-se para as extremidades. Com ajustes normais e folga interna normal, a marca ocupa um pouco menos que a semicircunferência da pista. Com carga puramente radial, a marca será no centro da pista. Anel Externo: Uma vez que o anel externo gira, a marca de trabalho apresenta-se em torno de toda a circunferência da pista e é uniforme em largura. Com carga puramente radial, a marca será no centro da pista. Marcas de trabalho e sua interpretação 5 Fig. 9 Carga axial unidirecional Anel interno ou externo rotativo Anéis Interno e Externo: Com a carga axial, a marca de trabalho apresenta-se em toda a circunferência das pistas de ambos os anéis e é deslocada lateralmente. Fig. 8 Carga radial girando em fase com o anel externo. Anel interno fixo – Anel externo rotativo. Anel interno: Como a carga gira e o anel interno é estacionário, a marca de trabalho apresenta- se em torno de toda a circunferência e é uniforme em largura. Com a carga puramente radial, a marca será no centro da pista. Anel externo: Uma vez que a carga gira em fase com o anel externo, ela age todo o tempo no mesmo ponto da pista. Aí a marca de trabalho é mais larga e afunila-se para as extremidades. Com ajustes normais e folga interna normal, a marca ocupa um pouco menos que a semicircunferência da pista. Com carga puramente radial, a marca será no centro da pista. Fig. 7 Carga radial girando em fase com o anel interno. Anel interno rotativo - anel externo fixo. Anel Interno: Uma vez que a carga gira em fase com o anel interno, ela age todo o tempo no mesmo ponto da pista. Aí a marca de trabalho é mais larga e afunila-se para as extremidades. Com ajustes normais e folga interna normal, a marca ocupa um pouco menos que a semicircunferência da pista. Com carga puramente radial, a marca será no centro da pista. Anel Externo: Como a carga gira e o anel externo é estacionário, a marca de trabalho apresenta- se em torno de toda a circunferência e é uniforme em largura. Com carga puramente radial, a marca será no centro da pista. 9 8 7 6 Relyability Systems Fig. 12 Carga radial unidirecional + Desbalanceamento. Anel interno rotativo - anel externo deslizante. Anéis Interno e Externo: Uma vez que o anel interno gira e o anel externo escorrega, a marca de trabalho situa- se em toda a circunferência de ambos os anéis e é uniforme em largura. Com carga puramente radial, a marca será no centro da pista. Fig. 11 Carga axial unidirecional. Anel de eixo rotativo – anel de caixa fixo Anéis de eixo e de caixa: A marca de trabalho é uniforme em largura e localiza-se bem no centro ao redor de toda a pista. Fig.10 Combinação de cargas radial e axial unidirecional. Anel interno rotativo - anel externo fixo. Anel Interno: Uma vez que o anel interno gira, a marca de trabalho localiza-se em torno de toda a circunferência da pista e é deslocada para um dos lados. A marca é mais larga na direção de carga radial. Anel Externo: Por causa de carga axial, a marca de trabalho localiza-se em torno de toda a circunferência da pista e é deslocada para um dos lados. A marca é mais larga na direção da carga radial. 11 10 12 7 13 Fig. 13 Ajustes muito interferentes, pré- carregando internamente. Carga radial unidirecional Anel interno rotativo - anel externo fixo. Anel Interno: Como o anel interno gira, a marca de trabalho localiza-se em toda a circunferência da pista e é uniforme em largura. Com carga puramente radial, a marca será no centro da pista. Anel Externo: Uma vez que o rolamento está pré-carregado internamente, o anel todo é sujeito a carga. Conseqüentemente a marca de trabalho se situa em toda a circunferência da pista e é mais larga na direção da carga radial. Com carga puramente radial, a marca será no centro da pista. Fig. 14 Compressão ovalizante do anel externo. Anel interno rotativo - anel externo fixo Anel Interno: Uma vez que o anel interno gira, a marca de trabalho situa-se em toda a circunferência da pista e é uniforme em largura. Anel Externo: Como o anel externo é distorcido para uma forma oval, a marca de trabalho situa-se em duas regiões diametralmente opostas da pista. A marca é mais larga nas zonas onde ocorreu a compressão ovalizante. 14 Fig. 15 Anel externo desalinhado. Anel interno rotativo - anel externo fixo. Anel Interno: Uma vez que o anel interno gira, a marca de trabalho apresenta-se em toda a circunferência da pista e é uniforme em largura. Anel Externo: Devido ao desalinhamento o carregamento das esferas tem uma configuração oval e a marca de trabalho é mais pronunciada em duas regiões diametralmente opostas, deslocadas diagonalmente uma em relação à outra. 15 8 Relyability Systems 16 Fig. 16 Anel interno desalinhado. Anel interno rotativo - anel externo fixo. Anel Interno: Devido ao desalinhamento o carregamento das esferas tem uma configuração oval e a marca de trabalho é mais pronunciada em duas regiões diametralmente opostas, deslocadas diagonalmente uma em relação à outra. Anel Externo: Como o anel externo não gira, a marca de trabalho é mais larga na direção do carregamento e afunila-se para as extremidades. A folga interna é reduzida devido ao desalinhamento do anel interno. O comprimento da marca de trabalho depende de quanto foi essa redução. Fig. 17 Anel de caixa posicionado excentricamente em relação ao anel de eixo. Anel de eixo rotativo – Anel de caixa fixo Anel de eixo: A marca de trabalho é uniforme em largura e situa-se bem no centro ao redor de toda a pista. Anel de caixa: A marca de trabalho é descentralizada em relação à pista. 17 18 Fig. 18 Anel de caixa desalinhado. Anel de eixo rotativo – Anel de caixa fixo. Anel de eixo: A marca de trabalho é uniforme em largura e situa-se bem no centro ao redor de toda a pista. Anel de caixa: A marca é no centro da pista mas é mais larga em uma parte da circunferência;9 Os diferentes tipos de falhas de rolamentos Cada umas das diferentes causas de falhas em rolamentos - lubrificação inadequada ou insuficiente, manuseio grosseiro, vedadores deficientes, ajustes incorretos, etc. - produzem falhas com características próprias. Tais danificações conhecidas como falhas em estágio primário, dão origem a outras maiores, em estágio secundário: descascamento e trincas. Mesmo as falhas em estágio primário podem exigir que o rolamento seja sucateado devido, por exemplo, a excessiva folga interna, vibrações, ruído e assim por diante. Um rolamento danificado freqüentemente apresenta uma combinação de falhas em estágio primário e secundário. Os tipos de falhas podem ser classificados como se segue: Estágio primário Desgaste Endentações Arranhamento Deterioração de superfície Corrosão Dano por corrente elétrica Estágio secundário Descascamento Trincas 10 Relyability Systems Desgaste Em casos normais não há desgaste apreciável em rolamento. O desgaste pode, porém, ocorrer devido ao ingresso de partículas estranhas ou quando a lubrificação é insatisfatória. Vibrações em rolamentos que estão estacionários também causam desgaste. Desgaste causado por partículas abrasivas Partículas pequenas e abrasivas, tais como areia ou poeira que penetraram no rolamento de um modo ou outro, causam desgaste das pistas, corpos rolantes e gaiolas. As superfícies tornam-se ásperas de um grau que varia com a granulação e natureza das partículas. Ás vezes, partículas de desgaste de gaiolas de latão tornam-se cinza-verde e dão às graxas de cor clara um aspecto esverdeado. A quantidade de partículas abrasivas aumenta gradualmente à medida que o material é desgastado das superfícies de giro e da gaiola. Portanto, o desgaste torna-se um processo acelerado e no fim, as superfícies ficam tão gastas a ponto de tornar o rolamento imprestável. Entretanto, não é necessário sucatear rolamentos que estiverem ligeiramente desgastados. Os mesmos podem ser reutilizados após a limpeza. As partículas abrasivas podem ter penetrado no rolamento por não ter tido o sistema de vedação suficientemente efetivo para as condições requeridas. Elas também podem ter penetrado com um lubrificante contaminado ou durante a operação de montagem. Aparência Pequenas endentações ao redor das pistas e corpos rolantes . Superfície opaca e desgastada, verde descorado de graxa por partículas do desgaste da gaiola de latão. Causa Falta de limpeza antes e durante a operação de montagem. Lubrificante contaminado Vedadores ineficientes. Correção Não desembalar o rolamento, a não ser para montá-lo. Mantenha o local limpo e use ferramentas também limpas. Use sempre lubrificante novo e limpo. Limpe os bicos graxeiros. Filtre o óleo, verifique e melhore os vedadores se necessário. Fig. 19 Anel externo de um rolamento autocompensador de rolos com pistas que foram desgastadas por partículas abrasivas. É fácil sentir onde começa a linha divisória entre a seção desgastada e a boa. 11 Desgaste causado por lubrificação inadequada Se não houver lubrificante suficiente, ou se o lubrificante perder suas propriedades, não é possível a formação de um filme de óleo com a suficiente capacidade de carga. Ocorre o contato metálico entre as pistas e corpos rolantes. Em seu estado inicial, o desgaste que surge tem aproximadamente o efeito do polimento. Os picos das asperezas microscópicos, que permanecem após os processos de produção, são removidos e ao mesmo tempo, um certo efeito de derrapagem é obtido. Isto dá às superfícies envolvidas um grau variável e acabamento espelhado. Neste estágio pode também surgir deterioração de superfície. Se o lubrificante foi completamente usado, a temperatura subirá rapidamente. O material endurecido torna-se então mole e as superfícies tornam um aspecto azulado ou marrom. A temperatura pode ainda tornar-se tão alta que causa o travamento do rolamento. Aparência Superfície desgastadas, freqüentemente espelhadas em estágio avançado, de cor azulada ou marrom. Causa O lubrificante tornou-se gradualmente escasso ou foi perdendo suas propriedades lubrificantes. Correção Verificar se o lubrificante está chegando ao rolamento. Relubrificação mais freqüente. Fig. 20 Rolo cilíndrico com superfície espelhada por falta de lubrificação. Fig. 21 Anel externo de um rolamento autocompensador de rolos que não foi lubrificado corretamente, as pistas têm aparência de espelho. 12 Relyability Systems Desgaste causado por vibração Quando um rolamento não está girando, não há filme lubrificante entre os corpos rolantes e pistas. A ausência deste filme causa o contato metálico, e as vibrações produzem pequenos movimentos relativos entre corpos rolantes e pistas. Como resultado destes movimentos, pequenas partículas destacam-se das superfícies isto leva à formação de depressões nas pistas. Esta danificação é conhecida como falso brinelamento. As esferas produzem cavidades enquanto que os rolos produzem estrias. Em muitos casos, é possível encontrar oxidação avermelhada no fundo dessas depressões. Isto é causado pela oxidação das partículas desprendidas (que têm uma área grande comparada ao seu volume) ao entrar em contato com o ar. Nunca há dano visível nos corpos rolantes. Quanto maior a energia de vibrações, mais severa a danificação. O período de tempo e a magnitude de folga interna do rolamento também influem no desenvolvimento, mas a freqüência das vibrações parece não ter qualquer efeito significativo. Os rolamentos de rolos têm demonstrado ser mais sensíveis a este tipo de dano que os de esferas. Isto é explicável porque as esferas podem rolar em qualquer direção. Os rolos, ao contrário, rolam em uma única direção; os movimentos nas demais direções se fazem por escorregamento. Os rolamentos de rolos cilíndricos são os mais sensíveis de todos. O estriamento resultante de vibrações algumas vezes aproxima-se daquele produzido pela passagem de corrente elétrica. Entretanto, no último caso o findo das depressões é de coloração escura, nunca brilhante ou corroído. Os danos causados por corrente elétrica distinguem-se também pelo fato de que os corpos rolantes também são marcados. Aparência Depressões nas pistas. Estas depressões são oblongas em rolamentos de rolos e circulares em rolamentos de esferas. Eles são brilhantes ou oxidadas no seu fundo. Causa O rolamento foi exposto a vibrações quando parado. Fig. 22 Anel externo de rolos cônicos danificado por vibrações. Fig. 23 Dano por vibração ao anel interno de um rolamento de rolos cilíndricos. O dano originou-se quando o rolamento não estava girando. É evidente pelo gradual estriamento, discernível entre as depressões mais pronunciadas, com fundo corroído, que o anel mudou de posição por curtos períodos. Correção Trave o rolamento durante o transporte através de pré-carga radial. Arranje uma base que amorteça vibrações. Use, se possível, rolamento de esfera ao invés de rolos. Empregue banho de óleo, quando possível. 13 Rolamentos com danos por vibração são encontrados usualmente em máquinas que não estão em operação e são situadas próximas de outras que produzem vibrações. Podem ser citados como exemplos: Ventiladores de transformador, geradores de reserva e máquinas auxiliares de navios. Máquinas transportadas por ferrovias, estradas ou mar também podem ficar sujeitas a vibrações. Fig. 24 Anéis interno e externo de um rolamento de rolos cilíndricos exposto a vibrações. O anel interno mudou de posição. Fig. 25 Pré-carga axial por mola prato em rolamento de esferas para prevenir dano por vibração. Fig. 26 Anel externo de um rolamento autocompensador de esferas danificado por vibração. O rolamento nunca chegou a girar. 25 14 Relyability Systems Endentações As pistas e os corpos rolantes podem ficar marcados se a pressão para montagem for aplicada no anel inadequado, pois essa pressão é transmitida através dos corpos rolantes, ou se o rolamento estiver submetido a uma carga excessiva enquanto não gira. Partículas estranhasentre os corpos rolantes e as pistas também causam endentações. Endentações causadas por montagem incorreta ou sobrecarga Endentações nas pistas e corpos rolantes ocorrem quando o rolamento, sem estar girando, for submetido a cargas excessivas na forma impacto ou pressão. A distância entre as endentações é a mesma do espaço existente entre os corpos rolantes. Os rolamentos de esferas estão propensos a endentações se a pressão for aplicada de tal modo que seja transmitida através das esferas durante a operação de montagem ou desmontagem. Os rolamentos autocompensadores de esferas são particularmente sensíveis ao dano em tais circunstâncias. Nos rolamentos autocompensadores de rolos a danificação origina-se por arranhamento, conseqüentemente, se a pressão aumenta, evolui para endentação. O mesmo se aplica a rolamentos de rolos cônicos que são pré-carregados excessivamente sem ser girado. Os rolamentos que são montados com ajustes excessivamente interferentes e os rolamentos com furo cônico que são deslocados demais no assento do eixo ou da bucha de fixação, também ficam com endentações. Aparência Endentações nas pistas dos anéis externo e interno, com espaçamento igual ao dos corpos rolantes. Causa Pressão para montagem aplicada no anel inadequado. Deslocamento excessivo em assento cônico. Sobrecarga enquanto o rolamento não gira. Correção Aplicar a pressão para montagem no anel com ajuste interferente. Seguir cuidadosamente as instruções da SKF para montagem de rolamentos com furo cônico. Evitar a sobrecarga ou usar um rolamento com maior capacidade de carga estática. Fig. 27 O anel de um rolamento de esferas submetido a pressão e sobrecarga enquanto não girava. As indentações são estreitas e alinhadas radialmente não esféricas com em um rolamento de esferas. 15 28 Fig. 28-30 Um exemplo dos resultados do manuseio inadequado. Um rolo de um rolamento de duas carreiras de rolos cilíndricos recebeu um impacto (Fig. 28). Uma fotografia periférica do rolo (Fig. 29), mostra duas endentações diametralmente opostas. O rolo causou, por sua vez, endentações na pista do anel interno, (Fig. 30). 16 Relyability Systems Endentações causadas por partículas estranhas Partículas estranhas, tais como limalhas e rebarbas, que entram no rolamento, causam endentações quando laminadas nas pistas pelos corpos rolantes. As partículas que produzem as endentações não precisam ser duras. Finos pedaços de papel, um fio de estopas e o pano usado para secagem podem ser mencionados como exemplo disso. As endentações causadas por essas partículas são, na maioria das vezes pequenas e distribuídas sobre toda a pista. Aparência Pequenas endentações distribuídas em torno das pistas de ambos os anéis e nos corpos rolantes. Causa Entrada de partículas estranhas no rolamento. Correção Deve ser observada limpeza durante a operação de montagem. Lubrificante não contaminado. Melhorar vedadores. Fig. 31 Endentações, causadas por sujeira, em uma das pistas de um rolamento de rolos. Ampliação: 50 vezes. 17 Arranhamento Quando duas superfícies lubrificadas inadequadamente deslizam uma contra a outra sob a ação de carga, o material é transferido de uma superfície para outra. Isto é chamado de arranhamento e as superfícies envolvidas tornam-se ásperas e parecem “machucadas”. Quando ocorre o arranhamento, geralmente o material é aquecido a tal temperatura que ocorre um reendurecimento. Isto produz concen- trações de tensões localizadas que podem causar trinca ou descascamento dos anéis. Em rolamentos de rolos, o deslizamento ocorre nas interfaces do topo dos rolos e do flange de guia. O arranhamento pode também aparecer quando os rolos são submetidos a acelerações bruscas na entrada da zona de carga. Se os anéis do rolamento escorregam em relação ao eixo ou a caixa isso pode causar também arranhamento no furo, na superfície externa e na face dos anéis. Nos rolamentos axiais de esferas, o arranhamento pode ocorrer se a carga for leve demais em relação à velocidade de rotação. Arranhamento de topo de rolos e flange de guia Em rolamentos de rolos cônicos ou ro- los cilíndricos e nos autocompensa- dores de rolos com flanges de guia, o arranhamento pode ocorrer na face de guia dos flanges e no topo dos rolos. Esse arranhamento é atribuído a lubrificação insuficiente entre os flanges e os rolos. Isso ocorre quando uma carga axial pesada age em um sentido por um longo tempo, por exemplo, quando o rolamento de rolos cônicos está sujeito a uma pré-carga excessiva. Em casos onde a carga axial muda de sentido, o arranhamento é muito menos comum, já que ocorre o ingresso de lubrificante quando o topo do rolo é temporariamente aliviado da carga. Tal arranhamento pode ser evitado por um tempo considerável, se for feita uma boa seleção de lubrificante. Aparência Topo dos rolos e faces da flange arranhados e com coloração diferente. Causa Escorregamento sob carga axial pesada e com lubrificação inadequada. Correção Uma lubrificação mais adequada. Fig. 32 Arranhamento na superfície de um rolo de rolamento autocompensador. Ampliação: 100 vezes. Fig. 33 Um rolo cilíndrico com arranhamento de topo causado por uma carga axial pesada e lubrificação inadequada. Fig. 34 Flange de guia com arranhamento atribuído à mesma causa mostrada na Fig. 33. 18 Relyability Systems Fig. 35 Arranhamento por escorregamento em ambos os lados da pista do anel externo de um autocompensador de rolos. Arranhamento de rolos e pistas por escorregamento Em certas circunstâncias, o arranhamento pode ocorrer na superfície dos rolos e nas pistas de rolamentos de rolos cilíndricos e autocompensadores de rolos. Isto é causado por um retardamento de rotação dos rolos na zona sem carga, onde estes não são guiados pelos anéis. Conseqüentemente sua velocidade de rotação é menor do que quando estão na zona de carga. Quando entram nessa zona, os rolos ficam sujeitos a uma rápida aceleração e o escorregamento resultante é tão brusco que pode produzir arranhamento. Uma forma de resolver este problema é a escolha de um lubrificante mais adequado. Pode ser também solução reduzir a folga interna do rolamento. Aparência Áreas arranhadas e descoradas no início da zona de carga das pistas e na superfície dos rolos. Causa Aceleração dos rolos ao entrar na zona de carga. Correção Uma lubrificação mais adequada. 19 Arranhamento de pista em intervalos correspondendo ao espaçamento dos rolos Muito freqüentemente, quando um rolamento de rolos cilíndricos está sendo montado, o anel com o conjunto de rolos e gaiola entra desalinhado, se não for girado. Os rolos então riscam as pistas do outro anel, causando um arranhamento em forma de estrias longas e transversais. Os rolos também podem ser arranhados. Esse tipo de danificação pode ser evitado se o rolamento for bem lubrificado e se um dos anéis for girando. Quando um grande número de rolamentos está sendo montado, é prático empregar-se um anel de guia. Uma danificação similar pode aparecer se os anéis do rolamento são montados com interferência muito alta em relação à folga interna, de modo a ocorrer pré- carga. Arranhamento em estrias também pode ocorrer nas pistas de rolamentos autocompensadores de rolos e rolamentos de rolos cônicos. Essas estrias são resultantes de manuseio descuidado ou prática incorreta de montagem. Impacto ou uma pressão alta aplicada no anel errado, sem que o rolamento seja girado fazem com que os rolos produzam estrias estreitas e transversais de arranhamento nas pistas. Aparência Arranhamento em riscos transversais (espaçados em intervalos iguais à distância entre os rolos), nas pistas de rolamentos de rolos cilíndricos, autocompensadores de rolos e de rolos cônicos. Causa Durante a operação de montagem, o anel com o conjunto de rolos gaiola entrou desalinhado em relação ao outro anel. Golpes aplicados no anel errado ou pré- carga excessiva sem girar o rolamento. Correção Girar o anel interno ou externo durante a montagem. Lubrificar bem as superfícies. Usar um anelde guia quando montar rolamentos em série. Girar o rolamento quando estiver sendo ajustado. Aplicar a força de montagem contra o anel com ajuste mais interferente; não permitir que a força se transfira através dos corpos rolantes. Fig. 36 Uso do anel de guia Fig. 37 Um rolamento de rolos cilíndricos com riscos de arranhamento transversal na pista do anel interno e dos rolos. O arranhamento foi causado pelo conjunto de rolos que entrou desalinhado sem ser girado. 36 20 Relyability Systems Fig. 39 Um dos riscos de arranhamento mostrado na (Fig. 38). Ampliação 50 vezes. Fig. 38 Pista do anel externo de um autocompensador de rolos com riscos de arranhametno causados por pancadas contra o anel interno. 21 Fig. 40 Arranhamento na face do anel interno de um rolamento de rolos cilíndricos. Fig. 41 Arranhamento na superfície externa do anel externo de um rolamento autocompensador de rolos. Ocorreu transferência de material (caldeamento) do furo da caixa para o anel do rolamento. Arranhamento de superfícies externas O arranhamento pode ocorrer na superfície externa de rolamentos submetidos a carga pesada. Esse arranhamento ocorre através de movimentos do anel em relação ao eixo ou à caixa. O arranhamento no furo do anel interno, na superfície externa do anel externo e nas faces dos anéis somente poderá ser evitado se os ajustes forem suficientemente interferentes para impedir o movimento do anel em relação ao seu assento. Maior compressão axial de nada adiantará. Aparência Furo ou diâmetro externo do anel machucado e descorado. Causa Rotação do anel em relação ao eixo ou à caixa. Correção Escolher ajuste com maior interferência. 22 Relyability Systems Arranhamento em rolamentos axiais de esferas Arranhamento pode ocorrer nas pistas de rolamentos axiais de esferas se a velocidade de rotação for muito alta em relação à carga. A força centrífuga impele as esferas contra as bordas externas das pistas dos anéis. Sendo assim as esferas não rolam satisfatoriamente e ocorre uma grande parcela de escorregamento no contato entre estas e as pistas. Forma-se então um arranhamento em forma de riscos diagonais na parte externa da pista. No caso do rolamento axial de esferas operando com carga leve e alta rotação, a danificação pode ser evitada submetendo-se o rolamento a uma carga extra, por exemplo, aplicando-se molas. Detalhes para o cálculo da carga axial mínima requerida são dados no catálogo geral da SKF. Aparência Riscos de arranhamento diagonais nas pistas. Causa Carga muito leve em relação à velocidade de rotação. Correção Pré-carregar o rolamento por meio de molas. Fig. 43 Pré-carregar o rolamento por meio de molas. Fig. 42 Pista do rolamento axial de esferas com arranhamento causado por rotação muito alta em relação à carga. 43 23 Fig. 44 Deterioração de superfície em forma de faixa ao redor de um rolo de um rolamento autocompensador de rolos. Fig. 45 Deterioração de superfície apresentada na Fig. 45 - ampliada 100 vezes. Deterioração de superfície Se o filme lubrificante, entre as pistas e os corpos rolantes, tornar-se fino demais os picos das asperezas superficiais entrarão momentaneamente em contato. Pequenas trincas formam-se então nas superfícies e isto é conhecido por deterioração da superfície. Essas trincas não devem ser confundidas com as trincas de fadiga que se originam sob a superfície e conduzem ao descascamento. As trincas de deterioração de superfície são microscopicamente pequenas e aumentam muito gradualmente para um tamanho que interferem no ruído do rolamento. Essas trincas podem, entretanto, induzir a formação de trincas sub-superficiais de fadiga e, desse modo, encurtar a vida do rolamento. Se a lubrificação se mantiver satisfatória, isto é, se o filme lubrificante não se tornar demasiado fino por falta de lubrificante ou alteração de viscosidade induzida por aumento de temperatura ou devido à carga excessiva, não há risco de deterioração de superfície. Aparência Inicialmente a danificação não é visível a olho nu. Um estágio mais avançado é indicado por crateras pequenas e rasas, com fraturas na estrutura cristalina. Causa Lubrificação inadequada ou insuficiente. Correção Melhorar a lubrificação. 24 Relyability Systems Corrosão A oxidação ocorre se água ou agente corrosivo penetrar no rolamento em quantidade tais que o lubrificante não possa dar proteção à superfície do aço. Esse processo conduzirá logo à oxidação profunda na pista. Outro tipo de corrosão é a corrosão de contato. Oxidação profunda Um filme fino de óxido protetor forma- se naturalmente em superfícies de aço limpas expostas ao ar. Entretanto esse filme não é impenetrável e se água ou agentes corrosivos entrarem em contato com as superfícies do aço, surgirão pontos de corrosão. Este processo logo conduz a uma oxidação profunda. A oxidação profunda é um grande perigo para o rolamento porque pode originar descascamentos trincas. Os líquidos ácidos corroem o aço rapidamente, enquanto soluções alcalinas são menos perigosas. Os sais que estão presentes na água doce constituem com a água um eletrólito que causa corrosão galvânica, conhecida como corrosão por água. Água salgada, tal como a água do mar, é altamente perigosa para os rolamentos. Aparência Marcas escuras ou acinzentadas nas pistas, coincidindo em geral com o espaçamento dos corpos rolantes. Em estágio avançado, cavidades nas pistas e outra superfície do rolamento. Causa Presença de água, umidade ou substância corrosiva no rolamento por um longo período de tempo. Correção Melhorar a vedação. Usar lubrificante com melhor propriedade inibidora à corrosão. Fig. 46 Corrosão por água no anel externo de um rolamento de rolos cônicos. O ataque químico ocorreu enquanto o rolamento estava parado. Fig. 47 Extensa corrosão por água no anel interno de um rolamento autocompensador de rolos. 25 Fig. 48 Corrosão de contato no anel externo de rolamento autocompensador de rolos. Fig. 49 Extensa corrosão de contato no furo de um rolamento autocompensador de esferas. Corrosão de contato Se a fina camada superficial de óxido for penetrada, a oxidação se aprofundará no material. Um exemplo disto é a corrosão que ocorre quando há o movimento relativo entre o anel do rolamento e o eixo ou caixa, no caso do ajuste ser muito folgado. Este tipo de oxidação é chamado de corrosão de contato e pode tornar-se relativamente profunda em certos lugares. O movimento relativo pode também ocasionar partículas finas do material, que se destacam da superfície. Essas partículas oxidam-se rapidamente quando expostas ao oxigênio do ar. Como conseqüência da corrosão de contato, os anéis do rolamento podem ficar irregularmente apoiados e isso tem um efeito danoso na distribuição de carga nas pistas. As áreas oxidadas também agem como calços para causar fraturas. Aparência Áreas de oxidação na superfície externa do anel externo do anel externo ou no fundo do anel interno. Marca de trabalho na pista fortemente assinalada nas regiões corresponden- tes à corrosão de contato. Causa Ajuste muito folgado. Assento do eixo ou da caixa com erros de forma. Correção Corrigir os assentos. 26 Relyability Systems Danos causados por passagem de corrente elétrica Quando a corrente elétrica passa através do rolamento, isto é, passa de um anel para outro através dos corpos rolantes, pode ocorrer danificação. Nas superfícies de contato, o processo de passagem é similar a um arco elétrico de solda. O material é aquecido em temperaturas variando entre a de revenido até a de fusão. Isto causa o aparecimento de áreas descoloridas, variando em tamanho, onde o material foi revenido, reendurecido ou fundido. Pequenas crateras também surgem onde o metal é fundido. A passagem de corrente elétrica freqüentemente conduz à formação de estrias (ondulação) nas pistas do rolamento. Os rolos também estão sujeitos a estrias, enquanto nas esferas há somente uma descoloração escura. Pode ser difícil de distinguir-se entre dano por passagem de corrente elétricae dano por vibração. A característica das estrias causada por corrente elétrica é a cor escura do fundo destas, ao contrário do brilho ou ferrugem do fundo das estrias induzidas por vibração. Outra característica que a distingue é a ausência de marcas nos corpos rolantes dos rolantes danificados por vibração. Tanto a corrente contínua como a corrente alternada causa dano nos rolamentos; mesmo as de baixa amperagem são perigosas. Os rolamentos parados são muito mais resistentes ao dano por passagem de corrente elétrica do que os rolamentos em rotação. A extensão do dano depende de uma série de fatores: intensidade de corrente, duração, carga no rolamento, rotação e lubrificante. A única forma de evitar um dano dessa natureza é prevenir a passagem de qualquer corrente elétrica através do rolamento. Aparência Estrias (ondulação) cor marrom escuro ou preto-cinza, ou crateras nas pistas e rolos. As esferas têm somente descolorações escuras. Às vezes queimaduras em zigue-zague nas pistas dos rolamentos de esferas. Queimaduras localizadas nas pistas e corpos rolantes. Causa Passagem de corrente elétrica através do rolamento em rotação. Passagem de corrente elétrica através do rolamento parado. Correção Desviar a corrente evitando passa-la pelo rolamento. Quando soldar, escolher o “terra”, evitando a passagem da corrente elétrica através do rolamento. Fig. 51 Um anel externo de rolamento autocopensador de esferas danificado por passagem de corrente elétrica. Fig. 50 Estrias, causadas por passagem de corrente elétrica, no anel externo de um rolamento autocompensador de rolos. 27 Fig. 52 Rolamento rígido de esferas com marcas de corrente elétrica em zigue-zague. É sabido que queimaduras deste tipo surgem quando uma passagem momentânea de corrente de alta amperagem é acompanhada de vibração axial. Fig. 53 Um rolamento de caixa rodoviária danificado por passagem de corrente de alta amperagem enquanto não estava girando. Fig. 54 Rolo de rolamento de caixa rodoviária danificado por corrente elétrica (assim como na Fig. 53). 28 Relyability Systems Fig. 55 Descascamento da pista interna e rolos de um rolamento de rolos cônicos. Carga pesada e lubrificação inadequada são as causas deste dano. Descascamento Como foi dito anteriormente, o descascamento ocorre como conseqüência de fadiga normal, isto é, o rolamento atingiu o fim de sua vida útil. Entretanto, esta não é a causa mais comum do descascamento, uma vez que através da simples equação de cálculo de vida da SKF é possível selecionar rolamentos que durem no mínimo tanto quanto os outros componentes da máquina. O descascamento encontrado nos rolamentos pode geralmente ser atribuído a outros fatores. Se o descascamento for descoberto no primeiro estágio, quando o dano não é tão grande, é em geral possível diagnosticar a causa e tomar os cuidados necessários para evitar sua repetição. Quando o descascamento estiver em estágio mais avançado, ele se faz notar na forma de ruído e vibrações, o que serve como aviso de que é tempo de se trocar o rolamento. As causas do descascamento prematuro podem ser: uma carga externa mais pesada que prevista no cálculo, pré-carga devido ajustes incorretos ou excesso de deslocamento num assento cônico, compressão ovalizante por erro de forma do eixo ou da caixa, compressão axial conseqüente, por exemplo, de expansão térmica, etc. O descascamento também pode ser causado por outros tipos de danos, tais como: endentações, oxidação profunda, passagem de corrente elétrica ou arranhamento. 29 Fig. 56 Anel externo de um rolamento autocompensador de esferas que foi deslocado demasiadamente em seu assento cônico. O rolamento girou apenas poucas voltas quando o defeito foi detectado. Poderia ocorrer logo descascamento se o rolamento fosse posto em serviço. Descascamento causado por pré-carga Aparência Fortes marcas de trabalho nas pistas de ambos os anéis. Descascamento em geral na zona mais pesadamente carregada. Causa Pré-carga provocada por ajuste demasiadamente interferente. Excessivo deslocamento em um assento cônico. Rolamento de uma carreira de esferas de contato angular ou de rolos. Correção Mudar os ajustes ou escolher um rolamento, com uma folga interna maior. Não deslocar o rolamento demasiadamente em seu assento cônico. 30 Relyability Systems Fig. 57 Descascamento no anel externo de um rolamento autocompensador de rolos que foi montado em uma caixa com furo oval. Descascamento causado por compressão ovalizante Aparência Fortes marcas de trabalho em duas regiões diametralmente opostas de um dos anéis do rolamento. Descascamento nestas regiões. Causa Ovalização do eixo ou alojamento. O último é um defeito comum em caixas bipartidas e carcaças de máquinas; Correção Normalmente é necessário fabricar um novo eixo ou uma nova caixa para sanar este defeito. Uma solução é preencher de metal os componentes e então reusinar. Se for um caso de um eixo ovalizado com rolamento montado sobre a bucha, é possível, em certos casos ajustar o eixo por usinagem. Ajustar a base de apoio. O furo de caixas com base montadas sobre apoio irregular torna-se oval quando os parafusos de base são apertados. 31 Descascamento causado por compressão axial Aparência Rolamento rígido de esferas: fortes marcas de trabalho deslocadas para um dos lados de ambos os anéis. Os rolamentos de rolos cônicos e auto- compensadores de esferas ou de rolos possuem fortes marcas de trabalho na pista de uma das carreiras de corpos rolantes. Descascamento nestas áreas. Rolamentos de uma carreira de esferas de contato angular e de rolos cônicos: possuem os mesmos aspectos dos defeitos resultantes de pré-carga. Causa Montagem incorreta, a qual resulta em cargas axiais, p. ex. excessiva pré- carga de rolamento de uma carreira de esferas de contato angular. O rolamento livre está comprimido. Liberdade de movimento axial não foi suficiente, para acomodar a expansão térmica. Correção Checar a ajustagem quanto a montagem do rolamento. Checar o ajuste e lubrificar as superfícies. Se a diferença de temperatura entre o eixo e o alojamento não pode ser diminuída, dar maior liberdade de movimento axial. Fig. 59 Anel interno descascado de um rolamento autocompensador de rolos. O descascamento inteiro de uma das pistas indica que a carga axial foi muito pesada em relação à carga radial. Fig. 58 Anel externo de um rolamento autocompensador de esferas sujeito a excessiva carga axial. Descascamento na zona de carga. 32 Relyability Systems Descascamento causado por desalinhamento Fig. 60 Anel externo de um rolamento rígido de esferas que estava fora de alinhamento com o eixo. A marca de trabalho das esferas tem uma configuração oval devido ao desalinhamento. O resultado é o mesmo que o da compressão ovalizante, porém, com ligeiro deslocamento lateral, em direções opostas, das duas regiões marcadas. Aparência Rolamento rígido de esfera: marca de trabalho em diagonal, marcada severamente em duas regiões diametralmente oposta, onde ocorre o descascamento. Rolamentos de rolos Cilíndricos: descascamento no canto da pista. Causa Assentos dos rolamentos fora de alinhamento Rolamentos montados com anéis enviesados. Correção Alinhar os assentos. Usar luvas de montagem com faces de apoio paralelas. Fig. 61 Anel interno de um rolamento de rolos cilíndricos com descascamento de um lado da pista, carga provocada pelo desalinhamento. 33 Fig. 62 Vários estágios de descascamento no anel interno de um rolamento rígido de esferas. O anel foi montado com ajuste interferente no eixo e pancadas foram dadas diretamente contra o anel externo, pro- vocando passagem da força de montagem através das esferas, o que produziu as endentações. Fig. 63 Descascamento (área escura) iniciado pela endentação adjacente - aumento de 100 vezes. Descascamento causado por endentações Aparência Descascamento em conjunto com endentações coincidindo com o espaçamento dos corpos rolantes. Descascamento em conjunto com pequenas endentações. CausaEndentações resultante de falha de montagem ou sobrecarga no rolamento ainda parado. Endentações produzidas por partículas estranhas. 34 Relyability Systems Descascamento causado por arranhamento Aparência Descascamento no início de zona de carga em pistas de rolamentos de rolos. Descascamento, coincidente com o espaçamento dos rolos, em pistas de rolamentos de rolos. Causa Arranhamento por escorregamento. Arranhamento transversal resultante de falha no método de montagem. Fig. 64 Anel interno de rolamento de rolos cilíndricos com descascamento avançado provocado por arranhamento do tipo mostrado na Fig. 65. Fig. 65 Anel interno de rolamento de rolos cilíndricos com arranhamentos, em intervalos correspondentes aos espaçamentos entre os rolos, provocados por montagem incorreta. 35 Fig. 66 Descascamento originário de corrosão profunda em rolo de um rolamento autocompensador de rolos. Descascamento causado por corrosão profunda Aparência Descascamento originário de dano por corrosão. Causa Corrosão profunda. Fig. 68 Ampliação do defeito mostrado na Fig. 66. Fig. 67 Secção transversal do rolo mostrado na Fig. 66, ilustrando a forma pela qual a trinca de fadiga se propaga abaixo da superfície. O descascamento total desenvolvido originou-se da mesma forma. 36 Relyability Systems Fig. 69 Descascamento na pista do anel externo de um rolamento autocompensador de rolos. Área de corrosão de contato avançada correspondente na superfície externa (Para esta fotografia, o anel foi colocado em frente a um espelho.) O desenvolvimento da corrosão veio acompanhado por um aumento de volume que levou a uma deformação do anel do rolamento e a uma sobrecarga localizada. O resultado foi fadiga prematura e descascamento. Descascamento causado por corrosão de contato Aparência Descascamento em uma das pistas do anel interno ou externo. Área corroída na parte correspondente do furo ou da superfície. Causa Corrosão de contato. 37 Fig. 68 Ampliação do defeito mostrado na Fig. 66. Descascamento causado por estrias ou crateras Aparência Descascamento conjugado com estrias ou crateras polidas ou corroídas. Descascamento conjugado com estrias ou crateras escurecidas ou queimadas. Causa Desgaste resultante de vibrações enquanto o rolamento não estava em movimento. Danos por corrente elétrica. Fig. 70 O anel externo de um rolamento autocompensador de esferas com descascamento provocado por crateras que se formaram pela passagem de corrente elétrica. É evidente que o descascamento se originou nas crateras, a partir de onde se estendeu em ambas as direções. Fragmentos de material descascado produziram por sua vez endentações e mais descascamento. Fig. 71 Descascamento em ambas as pistas do anel interno de um rolamento autocompensador de rolos. O descascamento foi provocado por marcas de vibração. 38 Relyability Systems Trincas As trincas podem aparecer em anéis de rolamentos por várias razões. A causa mais comum é o tratamento grosseiro quando os rolamentos são montados ou desmontados. Golpes de martelo, aplicados diretamente contra o anel ou por um punção temperado, podem provocar a formação de micro-trincas que fazem com que pedaços do deslocamento excessivo em assentos cônicos ou buchas cônicas é outra causa de trinca de anel. Tensões aparecerão no anel, como resultado do deslocamento excessivo, produzindo trincas quando o rolamento for colocado em operação. O mesmo pode ocorrer quando os rolamentos são aquecidos e então montados em eixos fabricados com tolerâncias erradas. O arranhamento descrito em uma seção anterior também pode produzir trincas em ângulo reto com a direção de escorregamento. Trincas deste tipo produzem fraturas transversais dos anéis. O descascamento, que ocorre por uma razão ou outra, age como um vinco de fratura e pode levar o anel do rolamento a trincar. O mesmo se aplica à corrosão de contato. Fig. 72 Fratura de um anel externo de um rolamento autocompensador de esferas. As endentações visíveis no canto inferior do anel foram provocadas por tratamento grosseiro e a trinca originou-se de uma destas endentações. 39 Trincas causadas por tratamento grosseiro Aparência Trincas ou pedaços quebrados, geralmente em umas das faces do anel do rolamento. Causa Golpes, com martelo ou punção temperado, diretos contra o anel quando o rolamento estava sendo montado. Correção Usar sempre luva de montagem ou punção mole. Evitar aplicar golpes direto no rolamento. Fig. 73 Anel interno trincado de um rolamento autocompensador de rolos. Um rolo foi removido para permitir o exame da pista do lado esquerdo da fotografia. O rolo foi então martelado na colocação, causando a quebra de parte do flange central. Os impactos foram transmitidos via um dos rolos da outra carreira e também quebraram parte do flange externo. Simultaneamente houve trinca transversal do anel. Fig. 74 Anel interno de um rolamento autocompensador de rolos com fratura no flange externo produzida por marteladas diretas. 40 Relyability Systems Fig. 75 Secção do anel interno de um rolamento autocompensador de rolos - aumento de 3,5 vezes. O anel trincou por causa de deslocamento excessivo. A fratura originou-se na área escura pelo canto do furo. Trincas causadas por interferência excessiva Aparência O Anel do rolamento trincou na transversal e perdeu seu aperto no eixo. Causa Deslocamento excessivo em um assento cônico ou bucha cônica.Ajuste interferente num assento cilíndrico demasiadamente alto. Correção Seguir cuidadosamente as instruções de montagem da SKF para rolamentos sobre assentos cônicos. Alterar o ajuste. Fig. 76 Superfície fraturada do anel interno. 41 Trincas causadas por arranhamento Aparência Trinca ou trincas conjugada com arranhamento do anel do rolamento. O anel pode ter uma trinca reta transversal. Trincas por arranhamento geralmente são transversais ao escorregamento. Causa Arranhamento. Fig. 77 Anel interno de um rolamento autocompen- sador de rolos que trincou transversalmente após o arranhamento de uma face. O anel foi montado para encostar num espaçador que não estava suficiente- mente apertado no eixo. Conseqüentemente o es- paçador teve rotação relativa ao eixo e ao anel do rolamento. Fig. 78 Dano por arranhamento na face de um rolamento. Observar as trincas trans-versais incipientes. 42 Relyability Systems Trincas causadas por corrosão de contato Fig. 79 Anel interno de um rolamento autocompensador de rolos com corrosão de contato e uma trinca reta transversal através do anel. A corrosão de contato foi a causa da trinca. Aparência Trincas transversais nos anéis internos e geralmente longitudinais nos anéis externos, conjugadas à corrosão de contato. Causa Corrosão de contato. Fig. 80 Trinca longitudinal no anel externo de um rolamento rígido de esferas por corrosão de contato. 43 Falhas em gaiolas Se em um exame de falha no rolamento, a gaiola está danificada, podem em muitos casos haver dificuldade para se apurar a causa. Normalmente outros componentes do rolamento estão danificados também e isto torna ainda mais difícil descobrir-se a razão do problema. Entretanto, há certas causas que são típicas de falhas de gaiola, p. ex: vibrações, velocidade excessiva, desgaste e bloqueio. Vibrações Quando um rolamento é exposto a vibrações, as forças de inércia podem ser grandes, a ponto de provocar trincas de fadiga no material da gaiola. Cedo ou tarde estas trincas levam à fratura da gaiola. Velocidades excessivas Se os rolamentos estão girando em velocidade maior do que aquela para o qual a gaiola foi projetada, esta está sujeita a pesadas forças de inércia que podem levar a fraturas. Freqüentemente, onde velocidades muito altas estão envolvidas, é possível escolher-se rolamento com gaiolas de construção especial. Desgaste O desgaste da gaiola pode ser provocado por lubrificação inadequada ou por partículas abrasivas. A idéia com os mancais de rolamentos foi, naturalmente, evitar o atrito de escorregamento. Entretanto, no que se refereà gaiola, o deslizamento não pode ser eliminado no seu contato com os outros componentes do rolamento. Isto explica porque a gaiola é o primeiro componente a ser afetado quando a lubrificação se torna inadequada. A gaiola sempre é feita de um material mais mole que o dos outros componentes do rolamento e, conseqüentemente, ela desgasta com relativa rapidez. Como os bolsos aumentam de tamanho, devido ao desgaste, a guia dos corpos rolantes torna-se ruim e isto também se aplica à própria gaiola, quando esta é centrada pelos corpos rolantes. As forças de inércia resultantes podem conduzir a uma falha da gaiola dentro de um curto espaço de tempo. Bloqueio Fragmentos ou material descascado ou outro tipo de partículas duras podem ficar encunhadas entre a gaiola e um corpo rolante, impedindo este último de girar em torno de seu próprio eixo de rotação. Isto causa falha da gaiola. Outras causas de falha de gaiola Se os anéis de um rolamento rígido de esferas forem montados desalinhados um em relação ao outro, a marca de trabalho das esferas terá uma configuração oval. Se a gaiola for centrada nas esferas, esta tem de mudar sua forma para cada volta efetuada. Formam-se então trincas de fadiga no material e, cedo ou tarde, as mesmas conduzem a fraturas. Há um caso similar quando um rolamento axial de esferas, é montado em conjunto com mancais de escorregamento radiais. Se surgir folga nos mancais de escorregamento, os anéis do rolamento axial ficam deslocados um em relação ao outro. Então as esferas não percorrem seu caminho normal e altas tensões podem aparecer na gaiola. As gaiolas em rolamentos sujeitos a aceleração e desaceleração severas em conjunto com flutuações de velocidade, são afetadas por forças de inércia. Estas dão origem a pressões consideráveis entre as superfícies de contato, com conseqüente desgaste. Fig. 81 Gaiola de um rolamento autocompensador de rolos. Trincas de fadiga formaram-se nos cantos dos dentes. Fig. 82 Superfície fraturada da gaiola mostrada na Fig. 81. As trincas de fadiga são claramentes visíveis. EDIÇÃO TRADUZIDA E REVISADA COM DIREITOS RESERVADOS POR SKF DO BRASIL LTDA. IMPRESSO NO BRASIL POR GRÁFICA ART-POZE - 08/2003 Conteúdo Introdução Falhas de rolamentos e suas causas Como se define a vida de um rolamento? Marcas de trabalho e sua interpretação Os diferentes tipos de falhas de rolamentos Desgaste Desgaste causado por partículas abrasivas Desgaste causado por lubrificação inadequada Desgaste causado por vibração Endentações Endentações causadas por montagem incorreta ou sobrecarga Endentações causadas por partículas estranhas Arranhamento Arranhamento de topo de rolos e flange de guia Arranhamento de rolos e pistas por escorregamento Arranhamento de pista em intervalos correspondendo ao espaçamento dos rolos Arranhamento de superfícies externas Arranhamento em rolamentos axiais de esferas Deterioração de superfície Corrosão Oxidação profunda Corrosão de contato Danos causados por passagem de corrente elétrica Descascamento Descascamento causado por pré-carga Descascamento causado por compressão ovalizante Descascamento causado por compressão axial Descascamento causado por desalinhamento Descascamento causado por endentações Descascamento causado por arranhamento Descascamento causado por corrosão profunda Descascamento causado por corrosão de contato Descascamento causado por estrias ou crateras Trincas Trincas causadas por tratamento grosseiro Trincas causadas por interferência excessiva Trincas causadas por arranhamento Trincas causadas por corrosão de contato Falhas em gaiolas Vibrações Velocidades excessivas Desgaste Bloqueio Outras causas de falha de gaiola
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