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Cadista para a Construção Civil 160 horas Porto Velho - RO 2020 Desenhos de Projeto 80 horas Denis Lopes de Brito Porto Velho - RO 2020 APRESENTAÇÃO Prezado estudante, Seja muito bem-vindo ao projeto Novos Caminhos, da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica, do Ministério da Educação, ao qual o IFRO aderiu. Segundo os vice-presidentes da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) das áreas de Indústria Imobiliária, Celso Petrucci, e de Habitação de Interesse Social, Carlos Henrique de Oliveira Passos, o setor da construção civil será importante para a recuperação no pós-pandemia, uma vez que é responsável por 2 milhões de empregos diretos com carteira assinada no país, e mesmo com o decreto de quarentena em todos os estados, as obras seguem em andamento. Desta forma, o Instituto Federal de Rondônia, Campus Porto Velho - Calama, oferece o curso que poderá abrir inúmeras portas para os interessados do município de Porto Velho e Região. A proposta do Curso de Cadista para a Construção Civil justifica-se por possibilitar a capacitação e o aperfeiçoamento de jovens e adultos, auxiliando-os no desenvolvimento de seu potencial, de modo a melhorar sua empregabilidade, favorecer a qualificação, requalificação e o desenvolvimento profissional, atendendo à missão, valores e objetivos institucionais do Instituto Federal de Rondônia. A disciplina de Projetos de Desenhos é uma componente curricular do Curso de Cadista para a Construção Civil e lhe proporcionará: ✓ Compreender os princípios básicos de desenho técnico; ✓ Estabelecer no desenho geométrico uma relação contínua entre a percepção visual e o raciocínio espacial; ✓ Executar a representação gráfica de uma planta baixa de acordo com as normas; ✓ Interpretar e representar projetos arquitetônicos, projetos estruturais, elétricos e hidrossanitários utilizando a ferramenta CAD. Será composta por 4 unidades: I. Desenho Técnico; II. Interpretação e Representação Gráfica de Projeto Arquitetônico; III. Noções de Interpretação e Representação Gráfica de Projetos Complementares; IV. Impressão. Esperamos que você assimile ao máximo o conteúdo preparado. Bons estudos e Sucesso em sua jornada! Atenciosamente, Equipe Novos Caminhos Setembro de 2020 Sumário 1 DESENHO TÉCNICO .......................................................................................... 7 1.1 DEFINIÇÃO ................................................................................................... 7 1.1.1 Origem Do Desenho Técnico .................................................................. 7 1.1.2 Desenvolvimento do Desenho Técnico ................................................... 9 1.1.3 Materiais Utilizados ............................................................................... 10 1.1.4 A Tecnologia e o Desenho Técnico ....................................................... 11 1.1.5 Softwares CAD ...................................................................................... 11 1.1.6 Tecnologia BIM ..................................................................................... 12 1.2 NOÇÕES BÁSICAS DE GEOMETRIA DESCRITIVA .................................. 13 1.2.1 Projeções .............................................................................................. 13 1.2.2 Taxonomia das Projeções ..................................................................... 13 1.2.3 Geometria Descritiva ............................................................................. 16 1.2.4 Sistema de Coordenadas ...................................................................... 17 1.3 NOÇÕES DE PERSPECTIVA ..................................................................... 18 1.3.1 Axonometria .......................................................................................... 18 1.3.2 Medida, Unidade e Escala ..................................................................... 19 1.3.3 Desenho Isométrico .............................................................................. 21 1.3.4 Utilizando Malha Isométrica .................................................................. 22 1.3.5 Utilizando o Par de Esquadros .............................................................. 23 1.3.6 Peças com Faces Inclinadas ................................................................. 25 1.3.7 Peças com Faces Curvas...................................................................... 25 1.4 SISTEMA MONGEANO DE PROJEÇÕES ORTOGRÁFICAS E SUA REPRESENTAÇÃO GRÁFICA .................................................................... 27 1.4.1 Referencial ............................................................................................ 27 1.4.2 Vistas Principais .................................................................................... 29 1.4.3 Desenho das Vistas .............................................................................. 33 1.4.4 Procedimento ........................................................................................ 33 1.4.5 Tipos de Linhas ..................................................................................... 39 1.4.6 Arestas Visíveis ..................................................................................... 39 1.4.7 Arestas Não-Visíveis ............................................................................. 40 1.4.8 Linhas de Centro e Simetria .................................................................. 40 2 INTERPRETAÇÃO E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE PROJETO ARQUITETÔNICO ............................................................................................. 43 2.1 PROJETO ARQUITETÔNICO ..................................................................... 43 2.1.1 Obtenção da Planta Baixa ..................................................................... 45 2.1.2 Vistas Ortográficas e Desenho Isométrico ............................................. 47 2.1.3 Vistas em Corte ..................................................................................... 48 2.2 TIPOS DE DESENHO ................................................................................. 50 2.2.1 Planta de Edificação (Planta Baixa) ...................................................... 50 2.2.2 Corte ..................................................................................................... 51 2.2.3 Fachada ................................................................................................ 52 2.2.4 Planta de Coberta (ou cobertura) .......................................................... 53 2.2.5 Planta de Locação (ou implantação) ..................................................... 54 2.2.6 Planta de Situação ................................................................................ 55 2.3 DIMENSIONAMENTO ................................................................................. 55 2.4 DESENHO DA PLANTA BAIXA ................................................................... 60 2.5 ELEMENTOS ARQUITETÔNICOS ............................................................. 62 2.6 QUADRO DE ESQUADRIAS....................................................................... 66 2.7 QUADRO DE ÁREAS .................................................................................. 66 2.8 QUADRO DE ACABAMENTOS/REVESTIMENTOS ................................... 68 2.9 CORTE ........................................................................................................ 68 2.10 ELEMENTOS DA COBERTURA ................................................................. 70 2.11 DESENHO DE ESCADAS ........................................................................... 73 2.12 FACHADAS .................................................................................................75 2.13 DESENHO DA PLANTA DE COBERTURA ................................................. 77 2.14 PLANTA DE LOCAÇÃO E PLANTA DE SITUAÇÃO ................................... 78 2.15 LAYOUT E PADRONIZAÇÃO ..................................................................... 80 3 NOÇÕES DE INTERPRETAÇÃO E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE PROJETOS COMPLEMENTARES (ESTRUTURAL, ELÉTRICO E HIDRÁULICO) ................................................................................................... 80 3.1 PROJETO ESTRUTURAL ........................................................................... 80 3.1.1 Vigas ..................................................................................................... 83 3.1.2 Pilares ................................................................................................... 85 3.1.3 Lajes ..................................................................................................... 86 3.1.4 A Planta de Cargas e de Locação dos Pilares....................................... 86 3.1.5 Fundações ............................................................................................ 87 3.2 PROJETO ELÉTRICO ................................................................................. 88 3.2.1 Simbologia Gráfica de Projeto de Instalações Elétricas – Desenho e Representação.................................................................................................. 88 3.3 PROJETO HIDROSSANITÁRIO .................................................................. 93 3.3.1 Exemplo de Projeto Hidrossanitário ...................................................... 93 4 IMPRESSÃO ..................................................................................................... 99 4.1 TIPOS DE FOLHAS .................................................................................... 99 4.2 PRANCHA ................................................................................................... 99 4.2.1 Margens .............................................................................................. 100 4.2.2 Como dobrar a prancha ...................................................................... 100 4.3 ALGUMAS DEFINIÇÕES ANTES DE PARTIR PARA A IMPRESSÃO ...... 102 4.3.1 Aba Model ........................................................................................... 102 4.3.2 Aba Layout .......................................................................................... 103 4.3.3 Folhas ................................................................................................. 103 4.3.4 Plotagem ............................................................................................. 104 4.3.5 Colocando Minha Folha No Layout ..................................................... 104 4.4 VAMOS PLOTTAR? .................................................................................. 105 4.4.1 Plot ...................................................................................................... 105 4.4.2 Configurar seu Layout para Impressão................................................ 106 4.4.3 Page Setup ......................................................................................... 108 7 1 DESENHO TÉCNICO 1.1 DEFINIÇÃO O estudo do Desenho Técnico se assemelha ao estudo da linguagem escrita, fazendo-se necessário que se tome conhecimento dos códigos que a envolve. O conjunto de linhas, números, símbolos e indicações constituem-se nos elementos do Desenho Técnico. O desenho técnico, como citado anteriormente, é uma linguagem gráfica utilizada na indústria. Para que esta linguagem seja entendida no mundo inteiro, existe uma série de regras internacionais que compõem as normas gerais de desenho técnico, cuja regulamentação no Brasil é feita pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas (CATAPAN, 2015). 1.1.1 origem do desenho técnico Os homens da idade da pedra já gravavam na rocha bruta pessoas, animais e outros desenhos em baixo-relevo. Todas essas antigas representações eram planas e a vista adotada era a frontal. Os egípcios muito cedo desenvolveram a técnica da construção civil. Plantas de construções foram encontradas gravadas em “papiro”. Os desenhistas egípcios, além da vista “frontal” adotaram “projeções laterais” e “plantas-baixas”, que forneciam maiores detalhes. Já os arquitetos e artistas do renascimento deixaram-nos impressionantes provas do seu gênio inventivo. Os desenhos de Leonardo Da Vinci (1452-1519) nos dão uma ideia da avançada técnica de representação ora empregada (Figura 2). Na Alemanha, o artista Albrecht Dürer (1471-1528) desenvolveu os desenhos geométricos, constituindo-se numa sólida base para o Desenho Técnico, sendo um dos primeiros a apresentar a ideia da construção de sólidos a partir das suas planificações (Figura 1). 8 Figura 1. Método de criação de uma imagem por Albrecht Dürer (Nuremberg, 1525) Fonte: <https://virtualterritory.wordpress.com/2007/05/31/did-albrecht-duerer-got-it-wrong-a-surprise- discovery-in-one-of-his-prints/>. Acesso em: 11 ago. 2020. Figura 2. Estudos para um edifício de Planta Centrada por Leonardo Da Vinci (1487-1490) Fonte: <http://www.universia.com.br/especiais/davinci/>. Acesso em: 11 ago. 2020. Mas foi no final do século XVIII, a serviço do Exército Francês de Napoleão, que o matemático Gaspard Monge (1746-1818), dotado de extraordinária habilidade como desenhista, criou, utilizando projeções ortogonais, um sistema com correspondência entre os elementos do plano e do espaço. Este sistema foi segredo militar durante quinze anos, somente em 1795 Monge publicou seu tratado “Geometrie Descriptive”, fruto das aulas dadas na Ecole Normale, em Paris. Nesse documento ele define o objetivo da Geometria Descritiva: “Representar com exatidão, sobre https://virtualterritory.wordpress.com/2007/05/31/did-albrecht-duerer-got-it-wrong-a-surprise-discovery-in-one-of-his-prints/ https://virtualterritory.wordpress.com/2007/05/31/did-albrecht-duerer-got-it-wrong-a-surprise-discovery-in-one-of-his-prints/ 9 desenhos que só têm duas dimensões, os objetos que na realidade têm três e que são susceptíveis de uma definição rigorosa.” Figura 3. Gaspard Monge, Comte de Peluse (1746-1818), por Jean-Baptiste Mauzaisse Fonte: < https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jean- Baptiste_Mauzaisse_%E2%80%93_Gaspard_Monge,_Comte_de_Peluse_(1746- 1818)_Ch%C3%A2teau_de_Versailles.png>. Acesso em: 11 ago. 2020. 1.1.2 Desenvolvimento do Desenho Técnico Com o desenvolvimento industrial do século XIX foi necessário normalizar a forma de utilização da Geometria Descritiva para transformá-la numa linguagem gráfica que, a nível internacional, simplificasse a comunicação e viabilizasse o intercâmbio de informações tecnológicas. Coube à Comissão Técnica TC 10 da International Organization for Standardization – ISO, normalizar a forma de utilização da Geometria Descritiva como linguagem gráfica da engenharia e da arquitetura, chamando-a de Desenho Técnico. Então, não se esqueça que no Desenho Técnico são utilizadas figuras planas (bidimensionais) para representar formas espaciais. Conhecendo-se a metodologia utilizada para elaboração do desenho bidimensional é possível entender e conceber mentalmente a forma espacial representada. Para atender as especificidades das diferentes modalidades de engenharia, o Desenho Técnico foi denominado de acordo com sua utilização específica: Desenho Mecânico, Desenho de Máquinas, Desenho de Estruturas, Desenho Arquitetônico, Desenho Elétrico/ Eletrônico, Desenho de Tubulações etc. Os nomes são diferentes, mas seguem as mesmas normas de execução que permitem sua leitura e interpretação sem mal-entendidos. https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jean-Baptiste_Mauzaisse_%E2%80%93_Gaspard_Monge,_Comte_de_Peluse_(1746-1818)_Ch%C3%A2teau_de_Versailles.pnghttps://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jean-Baptiste_Mauzaisse_%E2%80%93_Gaspard_Monge,_Comte_de_Peluse_(1746-1818)_Ch%C3%A2teau_de_Versailles.png https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jean-Baptiste_Mauzaisse_%E2%80%93_Gaspard_Monge,_Comte_de_Peluse_(1746-1818)_Ch%C3%A2teau_de_Versailles.png 10 Figura 4. Desenho mecânico Fonte: SILVA (2009). Figura 5. Desenho arquitetônico Fonte: SILVA (2009). 1.1.3 Materiais Utilizados Para a execução de um desenho técnico é necessário utilizar materiais adequados. Bons equipamentos geram desenhos com boa qualidade gráfica. Figura 6. Material e instrumentos de desenho Fonte: <https://slideplayer.com.br/slide/5629355/>. Acesso em: 11 ago. 2020. https://slideplayer.com.br/slide/5629355/ 11 1.1.4 A Tecnologia e o Desenho Técnico Com o avanço da tecnologia, novas ferramentas foram implementadas para facilitar a reprodução gráfica dos desenhos. Nesse contexto, surgiram os softwares de CAD que em português quer dizer: Desenho Assistido por Computador. 1.1.5 Softwares CAD O “ano zero” dos softwares CAD é 1957, quando o pesquisador Patrick Hanratty desenvolveu o Pronto. Ele ficou conhecido como o primeiro CNC, ou sistema comercial de controle numérico. Não tardou muito para o então novo sistema rapidamente caísse no gosto dos profissionais de arquitetura e engenharia, além da indústria manufatureira. Afinal, o CAD é até hoje uma das ferramentas mais utilizadas em projetos arquitetônicos, em incontáveis segmentos da indústria e até no design de interiores. Em 1960, surgiria o primeiro software CAD para PC de que se tem notícia, o Sketchpad. Ele foi desenvolvido por Ivan Sutherland como parte da sua tese de doutorado no Massachusetts Institute of Technology (MIT). Depois dele, seriam lançadas por diversos outros pesquisadores e programadores diferentes versões do CAD (ADAM, IGES, AutoCAD, entre outros), até chegarmos aos modernos softwares atuais. Figura 7. Alguns exemplos de softwares CAD Fonte:<https://www.itechsoul.com/10-most-popular-autocad-alternative-applications-for-drafting-and- designing>. Acesso em: 11 ago. 2020. https://en.wikipedia.org/wiki/Patrick_J._Hanratty https://en.wikipedia.org/wiki/Patrick_J._Hanratty https://www.wishbox.net.br/blog/seat-cupra-veiculos-de-corrida-com-manufatura-aditiva/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Ivan_Sutherland https://www.itechsoul.com/10-most-popular-autocad-alternative-applications-for-drafting-and-designing https://www.itechsoul.com/10-most-popular-autocad-alternative-applications-for-drafting-and-designing 12 1.1.6 Tecnologia BIM O BIM (Building Information Modeling ou Modelagem de Informação da Construção) pressupõe que o projetista modela o edifício virtual, desde a fase de concepção arquitetônica, passando pelos detalhes construtivos e finalizando com a quantificação rigorosa dos materiais e acabamentos. Isso tudo utilizando ferramentas de projeto que permitem gerenciar diversas equipes interdisciplinares, minimizando erros comuns ao processo de projeto em 2D. Figura 8. O BIM e o ciclo de vida da edificação Fonte: <https://www.ignisengenharia.com.br/index.php/it/pages/item/43-a-importancia-do-bim-na- industria-da-construcao-civil>. Acesso em: 11 ago. 2020. Ou seja, hoje é possível com tecnologia BIM criar uma edificação a partir da maquete eletrônica, gerando plantas, cortes e vistas, além de simular os detalhes estruturais, interferências externas e internas, cálculos de eficiência energética, entre outros detalhes, de forma que cada um dos componentes criados no projeto seja automaticamente associado aos outros, gerando uma informação completa ao final do processo (BRITO, 2016). Figura 9. Alguns softwares BIM Fonte: <https://www.ignisengenharia.com.br/index.php/it/pages/item/43-a-importancia-do-bim-na- industria-da-construcao-civil>. Acesso em: 11 ago. 2020. https://www.ignisengenharia.com.br/index.php/it/pages/item/43-a-importancia-do-bim-na-industria-da-construcao-civil https://www.ignisengenharia.com.br/index.php/it/pages/item/43-a-importancia-do-bim-na-industria-da-construcao-civil http://www.render.com.br/cursos/maquete-eletronica https://www.ignisengenharia.com.br/index.php/it/pages/item/43-a-importancia-do-bim-na-industria-da-construcao-civil https://www.ignisengenharia.com.br/index.php/it/pages/item/43-a-importancia-do-bim-na-industria-da-construcao-civil 13 1.2 NOÇÕES BÁSICAS DE GEOMETRIA DESCRITIVA 1.2.1 Projeções Projeção é o desenho obtido do processo de irradiação de um objeto sobre um plano de projeção. As linhas dessa irradiação partem do centro de projeção e passam por pontos determinantes do objeto, interceptando o plano de projeção em vários pontos, que, unidos, revelam a projeção do objeto. A projeção, conceito fundamental do desenho projetivo, constitui-se e classifica-se pelos elementos representados na figura abaixo: Figura 10. Elementos de uma projeção Fonte: SILVA (2009). 1.2.2 Taxonomia das Projeções Taxonomia é a ciência da identificação, ou classificação. No caso das projeções geométricas planas, elas são identificadas de acordo com o agrupamento apresentado abaixo: 14 Figura 11. Fluxograma da taxonomia das projeções geométricas Fonte: SILVA (2009). As projeções dividem-se, inicialmente, de acordo com o centro de projeção adotado e, posteriormente, pelo ângulo que os raios projetantes formam com o plano de projeção. Quando o centro de projeção é finito, dizemos que a projeção é cônica (ou central, ou perspectiva), quando o centro de projeção é infinito, classificamos como projeção cilíndrica. Figura 12. Projeção Cônica, centro de projeção à distância conhecida, raios projetantes não- paralelos. Fonte: SILVA (2009). 15 Figura 13. Projeção Cilíndrica, centro de projeção no infinito, raios projetantes paralelos Fonte: SILVA (2009). Já quando os raios projetantes incidem perpendicularmente ao plano de projeção, temos a projeção ortogonal, quando isto não ocorre, temos então uma projeção oblíqua. Figura 14. Projeção Ortogonal, raios projetantes perpendiculares ao plano Fonte: SILVA (2009). Figura 15. Projeção Oblíqua, raios projetantes oblíquos ao plano Fonte: SILVA (2009). 16 1.2.3 Geometria Descritiva A geometria descritiva parte do princípio da projeção de sólidos e figuras tridimensionais sobre dois planos, um vertical e outro horizontal. A aresta formada pela interseção dos planos é chamada de Linha de Terra. Figura 16. Projeções de um ponto sobre os planos horizontal e vertical Fonte: SILVA (2009). A interseção do plano de projeção horizontal com o vertical define quatro regiões no espaço denominadas de diedros. Em outras palavras, um diedro é formado pela reunião de dois semiplanos de mesma origem, não contidos no mesmo plano. Figura 17. Evolução do processo de obtenção da Épura de um ponto Fonte: SILVA (2009). Posteriormente, imagina-se que um dos planos é rebatido sobre o outro, levando suas projeções. Assim, as projeções sobre cada plano são visualizadas lado a lado e, agora, num único plano. A esta representação final damos o nome de Épura. 17 1.2.4 Sistema de Coordenadas A geometria descritiva busca descrever no plano algo que está no espaço, utilizando-se de um sistema de direção que associa as três dimensões espaciais (largura, profundidade e altura) aos três eixos das coordenadas: abscissa, afastamento e cota. Essas coordenadas são assim definidas: • Abscissa – é o deslocamento de uma entidade geométrica ao longo da linha de terra; • Afastamento – é o distanciamento de uma entidade geométrica em relação ao plano de projeção vertical; • Cota – é o distanciamento de uma entidade geométrica em relação ao plano de projeção horizontal. Figura 18. Eixos das coordenadas: abscissa,afastamento e cota Fonte: SILVA (2009). Essas coordenadas são informadas na ordem apresentada e com a seguinte nomenclatura: (ponto, com letra maiúscula) [valor da abscissa; valor do afastamento; valor da cota] (P) [x; y; z] 18 1.3 NOÇÕES DE PERSPECTIVA A visão que temos dos objetos é tridimensional, ou seja, visualizam-se as três dimensões: largura, profundidade e altura. Um dos desenhos técnicos que se aproximam desta visualização natural é o desenho isométrico, contudo, é uma visualização convencionada. 1.3.1 Axonometria A projeção isométrica é uma projeção cilíndrica ortogonal axonométrica. Axonometria é quando o objeto é representado pela projeção num único plano, de forma tal, que visualizamos suas três dimensões. As axonometrias obtidas por projeções cilíndrico-ortogonais se classificam em: isometria, dimetria e trimetria. Isometria – Ocorre quando o plano de projeção intercepta os eixos de coordenadas do objeto com ângulos iguais, em consequência, as escalas dos três eixos serão iguais. Dimetria – Ocorre quando o plano de projeção intercepta os eixos de coordenadas do objeto com apenas dois ângulos iguais, em consequência, as escalas de dois dos três eixos serão iguais. Trimetria – Ocorre quando o plano de projeção intercepta os eixos de coordenadas do objeto de modo que todos os ângulos fiquem diferentes, em consequência, as escalas dos três eixos também serão diferentes. Assim, tomando-se um cubo como referência, tem-se: Figura 19. Relação entre ângulos e arestas do cubo de referência Fonte: SILVA (2009). 19 Podemos perceber que a projeção em isometria possibilita um processo de desenho mais prático, pois podemos marcar as medidas sobre cada eixo de coordenadas utilizando-se uma mesma escala. Em outras palavras, não há deformação entre os eixos das dimensões. 1.3.2 Medida, Unidade e Escala Medida refere-se a um tamanho, cujas unidades podem ser: metro, centímetro, milímetro, por exemplo. Já escala é a redução ou ampliação da medida. A escala é apresentada pela razão: 𝑀𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝐷𝑒𝑠𝑒𝑛ℎ𝑜 𝑀𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑅𝑒𝑎𝑙 = 𝐷 𝑅 = 𝑂 𝑞𝑢𝑒 𝑓𝑜𝑖 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑛ℎ𝑎𝑑𝑜 𝑉𝑎𝑙𝑒 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑜 𝑛𝑎 𝑝𝑒ç𝑎? A escala adotada para execução do desenho deve ser sufi ciente para permitir uma interpretação fácil e clara do objeto (ou peça) representado. A escala e as dimensões do objeto são parâmetros para a escolha do formato da folha de desenho. Consideremos o desenho de uma peça que foi desenhada na escala 1:5. Isso quer dizer que cada 1 unidade desenhada corresponde a 5 unidades na peça. Agora veja o seguinte problema: Qual escala adotar para desenhar numa folha A4 (medindo 210 mm na vertical) uma peça que ocupa 400 mm verticalmente? Como sabemos que a medida real é maior que o espaço disponível, ou seja, temos que reduzir para caber e, assim, adotar uma escala de redução, devemos substituir a letra “D” pelo valor 1. Então, montamos a seguinte expressão: 𝑁𝑢𝑚𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 𝐷𝑒𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜𝑟 = 𝐷 𝑅 = 210 𝑚𝑚 400 𝑚𝑚 → 1 𝑅 = 210 𝑚𝑚 400 𝑚𝑚 20 Obtendo: 1 x 400 = 210 x R → R = 400 ÷ 210 → R = 1,9 Por tratar-se de uma escala de redução, podemos arredondar o valor para mais, adotando o valor de R = 2. Substituindo os valores, chegamos à conclusão que devemos adotar a escala 1:2. Quando não há redução ou ampliação, ou seja, quando a escala é 1:1, dizemos que o desenho está em escala natural. A NBR-8196 recomenda as escalas abaixo para o Desenho Técnico, podendo ser reduzidas ou ampliadas à razão de 10. Figura 20. Escalas recomendadas Fonte: SILVA (2009). Figura 21. Uma peça ampliada, uma em escala natural e uma reduzida Fonte: SILVA (2009). Exercícios: 1. Para que cada item listado abaixo seja desenhado numa folha A4 (297 x 210 mm), informe ao lado qual tipo de escala adotar: ampliação ou redução. 21 a) Residência: _______________; b) Automóvel: ________________; c) Prego: ____________________; d) Moeda: __________________; 2. Uma linha que foi desenhada na escala 1:20 com 5 cm mede quanto na realidade? 3. Uma linha que mede 4 cm será desenhada na escala 5:1 com quantos centímetros? 4. Uma linha vertical que mede 3 cm precisa ser desenhada numa folha com 7 cm disponível na vertical, qual escala deve-se adotar? 5. Uma linha horizontal que mede 30 cm precisa ser desenhada numa folha com 7 cm disponível na horizontal, qual escala deve-se adotar? 1.3.3 Desenho Isométrico Para execução do desenho isométrico despreza-se a redução da medida do objeto que ocorre na projeção, aproximadamente 18%. Figura 22. Relação entre a medida projetada da peça e a medida real Fonte: SILVA (2009). 22 1.3.4 Utilizando Malha Isométrica A malha isométrica permite o esboço à mão livre do desenho isométrico. Esta malha é gerada a partir de triângulos isósceles que, multiplicados, reproduzem os três eixos isométricos. Acompanhe, através da ilustração que segue, os procedimentos para a sua execução, observe que por cada canto do objeto passam os três eixos isométricos. Figura 23. Desenvolvimento do esboço isométrico sobre uma malha Fonte: SILVA (2009). Exercício: Desenhe sobre a malha isométrica o esboço isométrico da peça apresentada abaixo: Figura 24. Malha para desenvolvimento de esboço isométrico Fonte: SILVA (2009). 23 1.3.5 Utilizando o Par de Esquadros O desenho isométrico realizado com instrumentos lhe confere maior precisão, para isso, devemos seguir os procedimentos descritos a seguir. Inicialmente, constroem-se os eixos das coordenadas (x, y e z) onde serão marcadas as dimensões do objeto (largura, comprimento e altura). Utiliza-se o esquadro de 30˚/60˚ para obter o ângulo de 120˚ entre os eixos. Cada ponto marcado é um canto do objeto e a cada dois pontos interligados temos uma aresta. As arestas interligadas vão definir a forma da face: triangular, retangular, circular etc. Para isso devemos utilizar o par de esquadros de forma que um se apoie e deslize sobre o outro. Acompanhem na ilustração a seguir os procedimentos passo-a-passo para execução do desenho isométrico. Figura 25. Passo a passo para a execução do desenho isométrico Fonte: SILVA (2009). 24 Figura 26. Passo a passo para a execução do desenho isométrico Fonte: SILVA (2009). Exercício: Utilize os instrumentos de desenho (régua e par de esquadros) para fazer o desenho isométrico da peça abaixo na escala 1:1 sabendo-se que a unidade de medida é o centímetro. Inicie o desenho a partir do eixo vertical desenhado. Figura 27. Peça para reprodução Fonte: SILVA (2009). 25 1.3.6 Peças com Faces Inclinadas Algumas peças apresentam faces cujas arestas não são paralelas aos eixos de dimensões. Neste caso, devemos marcar os pontos que definem a inclinação ao longo dos eixos, ou seja, os catetos de um triângulo cuja hipotenusa é a aresta inclinada. Figura 28. Desenho de faces inclinadas Fonte: SILVA (2009). 1.3.7 Peças com Faces Curvas As peças que apresentam faces curvas são percebidas através do desenho das arestas curvas. Neste caso, devemos observar o efeito visual causado pela projeção de um círculo, pois, em projeção isométrica, ele é representado pelo desenho de uma oval regular. A figura a seguir apresenta a sequência para a obtenção deste desenho. 26 Figura 29. Evolução do desenho isométrico de um círculo: oval regular Fonte: SILVA (2009). A seguir, apresentamos o desenho isométrico de uma peça com uma face curva de 90˚. Note que foi utilizada apenas uma parte da oval regular. Figura 30. Desenho de faces curvas Fonte: SILVA (2009). 27 Refaça os desenhos isométricos abaixo, numa folha A4 a parte,tomando as dimensões indicadas como reais, obedecendo à unidade e à escala informada. Figura 31. Desenhos isométricos Fonte: SILVA (2009). 1.4 SISTEMA MONGEANO DE PROJEÇÕES ORTOGRÁFICAS E SUA REPRESENTAÇÃO GRÁFICA 1.4.1 Referencial A visão que temos ao observar um lado de um objeto por vez se assemelha ao que vamos chamar de vistas ortográficas. Para isso, deve-se fazer um esforço e ignorar a visão de outros lados, pois, naturalmente, vemos o mundo em perspectiva. Quando falamos da classificação das projeções, vimos que as projeções ortogonais são projeções cujos raios projetantes são paralelos entre si. Desta forma, um objeto que tenha uma face paralela a um plano de projeção terá nesse plano uma projeção em verdadeira grandeza (V.G.), ou seja, a projeção da face será igual à face, em outras palavras, suas dimensões não serão alteradas. Isso faz das projeções ortogonais um tipo de desenho mais prático, sendo o mais adotado nos processos industriais de fabricação. Mas por que chamar de projeção ortográfica? Por que é uma forma de grafia, escrita, onde o objeto é representado pelas suas projeções ortogonais. Estas projeções também podem ser chamadas de vistas ortográficas, pois simulam a visualização do objeto numa posição oposta ao plano de projeção. 28 Figura 32. Vistas ortográficas e projeções ortográficas Fonte: SILVA (2009). É importante destacar que a leitura das projeções ortográficas se dá de forma conjunta e integrada considerando-se a teoria Mongeana (Gaspard Monge e a Geometria Descritiva) do desenho projetivo. Sabendo disso, responda: O que o desenho abaixo representa? Figura 33. Desenho bidimensional Fonte: SILVA (2009). Quem respondeu 3 (três) quadrados respondeu considerando apenas o desenho bidimensional, ou seja, a geometria plana. Realmente, foram “desenhados” três quadrados. Mas considerando-se a geometria espacial, o objeto tridimensionalmente, com sua largura, profundidade e altura, a leitura seria diferente. Agora, cada quadrado é uma vista do sólido, neste caso, o desenho representa um cubo. 29 Figura 34. Desenho tridimensional Fonte: SILVA (2009). 1.4.2 Vistas Principais Vistas principais são as projeções ortogonais de um objeto sobre seis planos de projeção paralelos dois a dois ou são as projeções ortogonais de um objeto sobre as seis faces de um cubo envolvente. Figura 35. Projeções sobre três planos ortogonais Fonte: SILVA (2009). 30 Figura 36. Projeções sobre as faces internas de um cubo envolvente Fonte: SILVA (2009). Os planos contendo as respectivas projeções são rebatidos até fazerem parte de um mesmo plano. Quando isso ocorre, dizemos que ouve a planificação do cubo envolvente e todas as faces agora estão alinhadas com a face frontal. Após a planificação, temos o posicionamento relativo das vistas ortográficas. Observe que a lateral esquerda fica posicionada à direita da vista frontal e a lateral direita fica posicionada à esquerda, já a vista superior fica abaixo da frontal e a inferior fica acima. Adotamos apenas três vistas como necessárias e suficientes para a leitura e a interpretação dos objetos tridimensionais representados bidimensionalmente, são elas: frontal, superior e lateral esquerda. 31 Figura 37. Rebatimento de planos e planificação do cubo envolvente Fonte: SILVA (2009). Mas por que três vistas? Porque apenas uma vista não é suficiente para atender a necessidade de entendimento do objeto e duas possibilitam o entendimento apenas de objetos simples. Por outro lado, o desenho de mais de três vistas, não implica, necessariamente, em acréscimo de informação para o entendimento. Portanto, o desenho das três vistas evita a leitura ambígua de uma peça. Na figura a seguir, concluímos que a vista superior e a lateral esquerda representam qualquer uma das três peças apresentadas pela vista frontal. Ao definir a vista frontal estamos esclarecendo a leitura. 32 Figura 38. Vistas ortográficas de peças semelhantes Fonte: SILVA (2009). Exercícios 1. Escreva o nome das vistas ortográficas abaixo de acordo com o posicionamento entre elas. Figura 39. Vistas ortográficas Fonte: SILVA (2009). 2. Escreva o nome das vistas ortográficas abaixo de acordo com o desenho isométrico apresentado. Figura 40. Vistas ortográficas Fonte: SILVA (2009). 33 3. As vistas ortográficas desenhadas representam qual dos sólidos abaixo? Figura 41. Vistas ortográficas Fonte: SILVA (2009). 1.4.3 Desenho das Vistas Para execução das projeções ortográficas ou, vistas ortográficas, necessita- se conhecer as dimensões do objeto. Elas podem ser obtidas: 1. Diretamente sobre o objeto. 2. Por um esboço cotado do objeto. 3. Por um desenho cotado do objeto. O esboço cotado é o desenho do objeto à mão livre mostrando e informando as medidas das três dimensões. A diferença para o desenho cotado é que nesse último utilizam-se os instrumentos de desenho. O desenho isométrico estudado na aula passada é um exemplo de desenho que, quando tem as medidas informadas através de um sistema de cotagem, é chamado de desenho cotado. 1.4.4 Procedimento Agora vamos desenhar as projeções ortográficas de uma peça representada por um desenho isométrico cotado. Observe que no desenho que segue estão destacadas as faces a serem desenhadas nas respectivas vistas ortográficas. 34 Figura 42. Desenho isométrico com destaque das faces a serem desenhadas Fonte: SILVA (2009). À primeira vista que desenhamos é a frontal. Ela deve ser a vista mais representativa do objeto, a que contém detalhes que o diferenciam de objetos semelhantes. Iniciamos traçando uma reta suporte horizontal e marcamos, com auxílio de uma régua ou escalímetro, as medidas da dimensão de largura da peça (3+3 unidades). Em seguida, sobre uma reta vertical, perpendicular à reta suporte inicial, marcamos as medidas da dimensão de altura da peça (6 unidades). Figura 43. Marcação das medidas de largura (reta horizontal) e altura (reta vertical) Fonte: SILVA (2009). Agora, traçamos retas verticais passando pelos pontos marcados sobre a reta suporte horizontal e retas horizontais passando pelos pontos marcados sobre a reta vertical. 35 O método utilizado consiste em manter um esquadro fixo enquanto o outro desliza até o ponto desejado. Antes de fixar e deslizar deve-se alinhar a borda do esquadro deslizante com a reta de referência. Esse procedimento prolonga as medidas de largura e altura por meio do traçado de paralelas. Figura 44. Traçado de paralelas com auxílio do par de esquadros Fonte: SILVA (2009). As interseções das retas horizontais e verticais definem os cantos da peça e, interligando-os, de acordo com o desenho isométrico fornecido, temos as arestas da peça, que juntas, dão forma às faces frontais do objeto. Definidas as arestas da peça, deve-se apagar o excesso das linhas auxiliares e reforçar as linhas principais (linhas que definem as arestas). Figura 45. Interseção de retas e definição das linhas principais Fonte: SILVA (2009). 36 Figura 46. Traçado de paralelas e marcação da profundidade Fonte: SILVA (2009). Depois, traçamos retas horizontais passando pelos pontos marcados e interligamos definindo as faces superiores da peça. Figura 47. Traçado de paralelas e acabamento Fonte: SILVA (2009). Para o desenho da terceira vista, a vista das faces laterais esquerda da peça, não se faz necessário a marcação das dimensões. As medidas referentes à altura são transportadas por meio de retas horizontais partindo da vista frontal. Já a profundidade é obtida pelo transporte das medidas constantes na vista superior. Este transporte se dá por uma reta horizontal que mudade direção, tornando-se vertical. Esta mudança de direção pode ser obtida com o uso do compasso ou do esquadro de 45˚ 37 Figura 48. Traçado de paralelas e transporte de medidas Fonte: SILVA (2009). Após o traçado de todas as retas paralelas horizontais e verticais, interligamos os pontos que definem as arestas e formam a vista lateral esquerda da peça. Figura 49. Traçado de paralelas e acabamento final Fonte: SILVA (2009). Figura 50. Resumo das propriedades das vistas ortográficas Fonte: SILVA (2009). 38 Exercício: Desenhe as vistas ortográficas de cada peça apresentada pelos desenhos isométricos cotados abaixo, considerando a unidade centímetro e utilizando a escala 1:1. Figura 51. Peça 1 Fonte: SILVA (2009). Figura 52. Peça 2 Fonte: SILVA (2009). Figura 53. Peça 3 Fonte: SILVA (2009). 39 1.4.5 Tipos de linhas Como já foi dito anteriormente, o Desenho Técnico deve ser entendido como uma linguagem, e para que possamos ler, faz-se necessário o conhecimento dos elementos que a compõem. As linhas são utilizadas no Desenho Técnico com diferentes características de traçado e espessura. Os tipos de linhas normalizados pela NBR-8403 são os apresentados a seguir. Figura 54. Tipos de linhas utilizadas no Desenho Técnico. Fonte: Adaptado da NBR-8403 por SILVA (2009). 1.4.6 Arestas visíveis A tabela 2 mostrou dois tipos de linhas para a representação de arestas visíveis, mas qual utilizar? As duas! Isso mesmo, pois elas representam a proximidade das faces em relação ao ponto de observação ou projeção. As faces mais próximas (primeiro plano) devem ser traçadas com linhas contínuas largas e as demais, com linhas contínuas estreitas. Pode-se ainda utilizar uma linha com largura intermediária para representar as faces imediatamente após as mais próximas (segundo plano). Observe que no desenho abaixo, distinguimos a proximidade das faces através da variação das espessuras das linhas: larga e estreita. 40 Figura 55. Vistas ortográficas com representação de proximidade das faces Fonte: SILVA (2009). 1.4.7 Arestas não-visíveis Algumas peças apresentam arestas que não são visualizadas numa determinada vista ortográfica, porém existem. Estas arestas têm a visão obstruída por faces que estão à sua frente. Na tabela 2, vimos que estas arestas não-visíveis devem ser desenhadas com linha tracejada estreita. No desenho abaixo vemos uma aplicação. Figura 56. Vistas ortográficas com arestas não-visíveis Fonte: SILVA (2009). 1.4.8 Linhas de centro e simetria As peças geradas a partir de arcos ou circunferências devem conter no seu desenho as linhas de centro, trata-se de uma cruz informando o centro do arco ou circunferência. Linhas de simetria são linhas imaginárias que atravessam a peça informando o eixo de simetria entre determinadas partes da peça. É uma informação 41 complementar, mas muito importante porque distingue as vistas das peças semelhantes. Figura 57. Identificação de peça através da linha de simetria Fonte: SILVA (2009). Exercício: Desenhe novamente as vistas ortográficas das peças abaixo, agora considerando a unidade milímetro, utilizando a escala 10:1 e aplicando corretamente os tipos de linhas. Figura 58. Peça 1 Fonte: SILVA (2009). 42 Figura 59. Peça 2 Fonte: SILVA (2009). Figura 60. Peça 3 Fonte: SILVA (2009). 43 2 INTERPRETAÇÃO E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE PROJETO ARQUITETÔNICO 2.1 PROJETO ARQUITETÔNICO Arquitetura é a arte de compor e construir edifícios para qualquer finalidade, tendo em vista o conforto humano, a realidade social e o sentido plástico da época em que se vive ou que se quer copiar. Essa é uma das artes mais antigas, ilustrações medievais com Deus segurando compasso e/ou esquadro fazem alusão ao arquiteto do Universo. Figura 61. O Criador como Geómetra e Arquiteto. Capa da Bíblia Moraliseé, Viena, 1215 Fonte: <http://clubedegeometria.blogspot.com/2008_01_01_archive.html>. Acesso em: 13 ago. 2020. O Desenho Arquitetônico é a síntese gráfica do projeto arquitetônico, nele devem constar as soluções técnicas adotadas no âmbito da Arquitetura que guiarão a construção ou a manutenção de uma edificação. 44 Figura 62. Planta Baixa de uma casa: finalidade residencial Fonte: SILVA (2009). Figura 63. Planta Baixa de um prédio: finalidade administrativa Fonte: SILVA (2009). A complexidade e quantidade de informações de um desenho variam de acordo com a etapa do projeto arquitetônico que, normalmente, são as seguintes: • Estudo preliminar: Envolve a análise das várias condicionantes do projeto, normalmente, materializa-se em uma série de croquis e esboços desenhados à 45 mão livre, constituídos por um traço sem a rigidez e precisão dos desenhos típicos das etapas seguintes. • Anteprojeto: definidas as características gerais do projeto (implantação, estrutura, elementos construtivos, organização funcional, etc.), o desenho já abrange um nível de rigidez e precisão, partindo-se para os detalhamentos. Ainda, são anexadas perspectivas feitas à mão ou produzidas em ambiente gráfico- computacional para permitir melhor compreensão do projeto. Utiliza-se usualmente as escalas 1:100 ou 1:200. • Projeto legal (ou Projeto de licenciamento): corresponde ao conjunto de desenhos que é encaminhado aos órgãos públicos de fiscalização de edifícios. Cada localidade possui regras próprias de apresentação. Pode-se utilizar as mesmas escalas do anteprojeto. • Projeto executivo ou Projeto de execução: corresponde à confecção dos desenhos que são encaminhados à obra, sendo, portanto, os mais detalhados, além de possuírem um nível de complexidade adequado à realização da construção. Utiliza-se usualmente para plantas e cortes as escalas 1:50 ou 1:100 e para detalhamentos 1:20, 1:10 ou 1:5. 2.1.1 Obtenção da Planta Baixa A Planta Baixa é um exemplo de corte, em que o plano secante ou plano de corte é horizontal e está a 1,50m de altura do piso da edificação ou ambiente. A parte superior é retirada e representa-se então a vista da parte inferior, que recebe o nome de Planta de edificação ou Planta baixa (FERREIRA, 2009). A figura abaixo demonstra como é realizado o corte que dá origem à planta baixa. 46 Figura 64. Corte que dá origem à planta baixa Fonte: FERREIRA (2009). Figura 65. Vista da parte inferior da construção, como aparece após o corte Fonte: FERREIRA (2009). 47 Figura 66. Planta de edificação (com acréscimo de alguns elementos e representações convencionais) Fonte: FERREIRA (2009). 2.1.2 Vistas Ortográficas e Desenho Isométrico O Desenho Arquitetônico é uma especificidade do Desenho Técnico, assim, utiliza-se dos conceitos do Desenho Técnico projetivo como, por exemplo, o uso das vistas ortográficas e do desenho isométrico. As vistas ortográficas frontal, superior e lateral esquerda são chamadas de fachada frontal, planta de coberta e fachada lateral, respectivamente. 48 Figura 67. Vistas ortográficas e isométrico do projeto modelo Fonte: FERREIRA (2004). 2.1.3 Vistas em Corte Os cortes são vistas ortográficas internas de um determinado objeto. Os cortes são compostos por seções e vistas. O desenho obtido pela interseção do plano secante é chamado de seção. Nas vistas em corte ou, simplesmente cortes, é desenhada a parte seccionada e as partes visíveis além do plano secante. Os cortes transversais (atravessa a menor dimensão). 49 Figura 68. Corte A Fonte: FERREIRA (2004). Os cortes longitudinais (ao longo da maior dimensão) são obtidos através de um plano de corte vertical cuja posição deve ser informada em planta. Figura 69. Corte B Fonte: FERREIRA (2004).50 Exercícios: 1. Complete as frases: a) As vistas ortográficas frontal e lateral, no Desenho Arquitetônico, recebem o nome de: _____________________. b) A vista superior, no Desenho Arquitetônico, recebe o nome de: __________. c) As vistas internas de uma edificação recebem o nome de: _______________. 2. Explique como se obtém o desenho da Planta Baixa. 3. Diferencie estudo preliminar de anteprojeto. 4. Diferencie projeto legal de projeto executivo. 2.2 TIPOS DE DESENHO Os principais desenhos que compõem um projeto arquitetônico são os definidos e ilustrados a seguir. 2.2.1 Planta de Edificação (Planta Baixa) Representação gráfica de uma construção onde cada ambiente é visto de cima, sem a cobertura (Conjunto de madeiramentos e de telhas que serve de proteção à edificação). Destina-se a representar os diversos compartimentos do imóvel, suas diversas aberturas e esquadrias (Qualquer tipo de caixilho usado numa obra, como portas, janelas, etc.), podem ser do térreo, subsolo, andar-tipo, sótão, etc. 51 Figura 70. Planta baixa de uma residência Fonte: FERREIRA (2004). 2.2.2 Corte Desenho que apresenta uma construção sem as paredes externas, deixando à mostra uma série de detalhes como pé direito (Altura entre o piso e o teto.), peitoril (Base inferior das janelas que se projeta além da parede e funciona como parapeito), divisões internas, escadas, etc. O corte deve ser disposto de forma que o desenho mostre o máximo possível de detalhes construtivos. Pode haver deslocamentos do plano secante onde necessário, devendo ser assinalados, de maneira precisa, o seu início e final. 52 Figura 71. Outro exemplo de corte Fonte: SILVA (2009) 2.2.3 Fachada Cada uma das faces de qualquer construção, a de frente é denominada fachada principal, e as demais: fachada posterior ou fachada lateral. É uma representação gráfica de planos externos da edificação. Os cortes transversais e longitudinais podem ser marcados nas fachadas. Figura 72. Exemplo de fachadas Fonte: FERREIRA (2004) 53 Exercícios: 1. Complete as frases: a) A visualização que se tem da frente da nossa casa pode ser comparada ao desenho da ____________________ a qual corresponde a uma vista externa. b) A visualização que se tem ao entrar pela porta da nossa casa pode ser comparada ao desenho de um ____________________ o qual corresponde a uma vista interna. 2. O plano de corte da Planta Baixa está a 1,50m do piso. Cite os elementos arquitetônicos que são seccionados por este plano. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2.2.4 Planta de Coberta (ou cobertura) Planta que compreende o projeto como um todo, visto de cima e contendo os detalhes da cobertura: águas (cada uma das superfícies inclinadas da cobertura) e suas inclinações, tipo de telha, calha (canal ou duto de alumínio, ferro galvanizado, cobre, PVC, latão, fibrocimento ou concreto que recebe as águas das chuvas e as conduzem ao destino final), rufo e contra rufo (elementos que guarnecem os pontos de encontro entre telhados e paredes evitando infiltração de águas pluviais na construção. O rufo coroa o topo das alvenarias e o contra rufo é engastado na alvenaria., reservatório superior, etc.) 54 Figura 73. Planta de Cobertura Fonte: SILVA (2009) 2.2.5 Planta de Locação (ou implantação) Planta que compreende o projeto como um todo, visto de cima e contendo a locação da edificação no terreno, assim como as eventuais construções complementares. Figura 74. Exemplo de Planta de Locação Fonte: SILVA (2009) 55 2.2.6 Planta de Situação Planta que compreende o partido arquitetônico como um todo, visto de cima e contendo informações completas sobre a localização do terreno. Figura 75. Exemplo de Planta de Situação Fonte: SILVA (2009) 2.3 DIMENSIONAMENTO As dimensões são informadas no Desenho Técnico através de um sistema de cotagem, assim, cota é a medida expressa em desenhos técnicos. A cotagem é normalizada pela NBR-10126 e compreende os seguintes elementos: • Linha de extensão (ou linha de chamada): é uma linha auxiliar que deve ser desenhada recuada a partir do ponto de referência da cota e prolongada ligeiramente além da respectiva linha de cota. Também deve ser perpendicular ao elemento dimensionado, entretanto se necessário, pode ser desenhado obliquamente a este, (aproximadamente 60˚), porém paralelas entre si; • Linha de dimensão (ou linha de cota): é uma linha limitada pelas linhas de extensão e, como o nome diz, contém a dimensão ou cota. As linhas de extensão e as linhas de dimensão, sempre que possível, não devem cruzar com outras linhas; 56 • Dimensão: é o valor ou cota correspondente a medida do objeto. Esta medida deve ser a medida real, pois o desenho pode ser feito reduzindo-se ou ampliando-se a medida real. As cotas devem ser apresentadas em caracteres com tamanho sufi ciente para garantir completa legibilidade, elas devem ser localizadas acima e paralelamente às suas linhas de cotas e, preferivelmente, no centro; • Símbolo: é o elemento que indica os limites da linha de dimensão, podem ser setas ou traços oblíquos, dentre outros símbolos. Figura 76. Elementos de cotagem Fonte: SILVA (2009) A seta é desenhada com linhas curtas formando ângulos de 15˚. A seta pode ser aberta, ou fechada preenchida. Já o traço oblíquo é desenhado com uma linha curta e inclinada a 45˚ Figura 77. Seta ampliada Fonte: SILVA (2009) 57 Figura 78. Traço inclinado ampliado Fonte: SILVA (2009) Na cotagem de um determinado desenho utiliza-se combinadamente a cotagem em cadeia e a cotagem em paralelo. Na cotagem em cadeia, colocam-se várias cotas simples com linhas de dimensão alinhadas. Já na cotagem em paralelo, colocam-se várias cotas simples paralelas uma às outras e espaçadas suficientemente para escrever a cota. Figura 79. Cotagem em cadeia Fonte: SILVA (2009) Figura 80. Cotagem em paralelo Fonte: SILVA (2009) Cotas em linhas de cotas inclinadas devem ser colocadas de forma a garantir legibilidade. O mesmo princípio deve ser seguido na cotagem de ângulos. 58 Figura 81. Cotagem inclinada Fonte: SILVA (2009) Figura 82. Cotagem angular Fonte: SILVA (2009) A cotagem de formas circulares deve ser feita informando-se o raio precedido da letra “R” ou o diâmetro precedido do símbolo “Ø”. Figura 83. Cotagem do raio Fonte: SILVA (2009) Figura 84. Cotagem do diâmetro Fonte: SILVA (2009) 59 Para a cotagem dos desenhos propostos, vamos utilizar a padronização apresentada a seguir: Figura 85. Espaçamento e tamanho dos elementos de cotagem Fonte: SILVA (2009) Exercício: Cote, conforme padronização apresentada, a Planta Baixa que segue. Lembre-se de colocar os valores reais, sabendo que a unidade de medida é o metro e que o desenho está na escala 1/50. Figura 86. Planta baixa Fonte: SILVA (2009) 60 2.4 DESENHO DA PLANTA BAIXA Para o desenho da Planta Baixa de uma edificação existente, faz-se necessário o conhecimento das medidas da mesma, caso não sejam conhecidas devem ser obtidas “in loco” (no local) através de uma trena. Estas medidas devem ser transportadas para um croqui (esboço cotado da planta). Figura 87. Croqui de uma Planta Baixa Fonte: SILVA (2009) 1º Marcam-se os vãos (Abertura ou rasgo numa parede para a colocação de janelas ou portas), não esquecendo as bonecas (Elemento construtivo para afastar uma porta ou janela de um canto). No caso das portas, apagam-se as aberturas e desenham-se as portasabertas. Já no caso das janelas, completa-se o desenho com mais dois traços intermediários. Figura 88. Marcação e traçado das aberturas nas paredes, desenho das portas e janelas Fonte: SILVA (2009) 61 2º Proceder à marcação e o desenho das peças sanitárias tais como: vaso, lavatório e pia. Traçar as linhas de diferença de nível entre pisos, inclusive a área de banho. Colocar as cotas seguindo um padrão de cotagem contendo linhas de extensão, linhas de dimensão, símbolo e valor. Figura 89. Desenho dos elementos arquitetônicos e cotagem Fonte: SILVA (2009) 3º Traçar linhas tracejadas (espessura fina) de projeção do beiral (prolongamento do telhado para além da parede externa, protegendo-a da ação das chuvas) e reforçar as linhas médias (lapiseira 0.5 mm) e as linhas grossas (lapiseira 0.7 mm). Inserir cotas de nível (cota determinada a partir de uma referência de nível) e textos com informações complementares dos ambientes e das esquadrias. Também devem ser indicados os cortes por meio do desenho das chaves de corte (símbolo gráfico que indica a posição do plano secante ou de corte. Também indica o sentido de visualização das partes que estão além do plano secante). 62 Figura 90. Linhas médias e grossas reforçadas e colocação de textos indicativos Fonte: SILVA (2009) 2.5 ELEMENTOS ARQUITETÔNICOS No desenho arquitetônico são utilizados símbolos para representar os elementos constituintes das edificações, tais como esquadrias, cobogós e peças sanitárias. A representação dos elementos arquitetônicos deve ser coerente com a visualização que se tem dos mesmos em determinado desenho arquitetônico. A seguir, apresentamos os principais elementos arquitetônicos e suas representações gráficas em plantas, fachadas e cortes. Observe que as paredes são representadas por linhas duplas contínuas e grossas distantes 0,15 m, entendendo que as mesmas foram seccionadas por um plano de corte. 63 Figura 91. Representações gráficas de porta Fonte: SILVA (2009) Figura 92. Representações gráficas de porta Fonte: SILVA (2009) Figura 93. Representações gráficas de cobogós Fonte: SILVA (2009) 64 Figura 94. Representações gráficas de janela Fonte: SILVA (2009) Figura 95. Representações gráficas de peças sanitárias de banheiro Fonte: SILVA (2009) 65 Figura 96. Representações gráficas de pia de cozinha Fonte: SILVA (2009) Figura 97. Chave de corte, indicação do Norte e cota de nível Fonte: SILVA (2009) Exercícios: 1. Informe, abaixo de cada desenho, o que eles representam em Planta Baixa. Figura 98. Representação em planta baixa Fonte: SILVA (2009) 2. Desenhe a representação gráfica em corte dos elementos arquitetônicos abaixo: a) porta ___________ b) janela ____________ c) cobogó ____________ 66 2.6 QUADRO DE ESQUADRIAS O quadro de esquadrias é uma tabela que contém as informações referentes às esquadrias devidamente identificadas na Planta Baixa através de um código. As dimensões informadas são a largura em planta e a altura em corte ou fachada. Figura 99. Exemplo de quadro de esquadrias Fonte: SILVA (2009) 2.7 QUADRO DE ÁREAS Num projeto arquitetônico é necessário indicar várias informações, entre elas o quadro de áreas internas, que é um resumo das áreas que cada ambiente possui. No carimbo há outro quadro de áreas, este, refere-se à área que a obra ocupa no terreno, à área permeável, área do terreno. São informações exigidas pelo setor de regularização de obras da prefeitura de cada cidade. 67 Figura 100. Exemplo de prancha com carimbo e quadro de áreas Fonte: Autor (2019) Figura 101. Exemplo de quadro de áreas internas Fonte: Autor (2019) Figura 102. Exemplo de quadro de áreas Fonte: Autor (2019) 68 2.8 QUADRO DE ACABAMENTOS/REVESTIMENTOS A planta baixa também deve ser acompanhada por um quadro geral de acabamentos conforme exemplo a seguir: Figura 103. Exemplo que quadro de revestimentos Fonte: SILVA (2009) 2.9 CORTE A representação completa dos cortes com os elementos construtivos e as convenções gráficas fica como os exemplos a seguir: Figura 104. Corte A Fonte: FERREIRA (2004) 69 Em resumo, na representação correta dos cortes, além dos elementos visíveis após a operação de corte, são acrescentadas informações complementares para facilitar a interpretação do desenho (FERREIRA, 2004). O resultado final compreenderá: ✓ Paredes, lajes de teto e de piso ✓ Aberturas (portas e janelas) que sejam interceptadas pelo plano de corte ou que fiquem além do mesmo (somente as visíveis). ✓ Revestimentos cerâmicos ou azulejos (áreas molhadas). ✓ Aparelhos sanitários e outros elementos fixos (devem ser feitos com gabarito). ✓ Cobertura. ✓ Desníveis (diferença de nível entre os pisos dos compartimentos). ✓ Linha de indicação do contorno do terreno (conforme se encontra no local). ✓ Nível dos compartimentos e um nível de referência externo. ✓ Nome dos compartimentos. ✓ Dimensão vertical das aberturas. ✓ Título do desenho e escala utilizada (usual 1/50). ✓ NÃO SE COTAM COMPRIMENTOS OU LARGURAS!!! Figura 105. Modelo de corte longitudinal com as informações necessárias Fonte: FERREIRA (2004) 70 2.10 ELEMENTOS DA COBERTURA Antes do desenho dos cortes e das fachadas é importante conhecer os elementos de uma cobertura com telhas, ou seja, as partes de um telhado: • Água: é o tipo de caimento dos telhados em forma retangular ou trapezoidal (meia água, duas águas, três, quatro águas); • Cumeeira: parte mais alta do telhado, linha de cumeeira, onde se encontram as superfícies inclinadas (águas); • Espigão: interseção inclinada de águas do telhado; • Rincão (água furtada): canal inclinado formado por duas águas do telhado. Figura 106. Partes de um telhado Fonte: SILVA (2009) Também é importante conhecer a definição das principais peças do madeiramento de um telhado: Caibro (2) – peças de madeira de média esquadria que ficam apoiadas sobre as terças para distribuir o peso do telhado. Cavalete – é a estrutura de apoio de telhados feita em madeira, assentada diretamente sobre laje. 71 Chapuz (7) – é o calço de madeira, geralmente em forma triangular que serve de apoio lateral para a terça ou qualquer outra peça de madeira. Contrafrechal (5) – é a viga de madeira assentada na extremidade da tesoura. Cumeeira (3) - a grande viga de madeira que une os vértices da tesoura e onde se apóiam os caibros do madeiramento da cobertura. Também chamada espigão horizontal. Empena, perna, oitão ou frontão (8) - cada uma das duas paredes laterais onde se apóia a cumeeira nos telhados de duas águas. Frechal (6) – é a componente do telhado, a viga que se assenta sobre o topo da parede, servindo de apoio à tesoura. Distribui a carga concentrada das tesouras sobre a parede. Mão francesa (16) - série de tesouras. Escora. Elemento estrutural inclinado que liga um componente em balanço à parede, diminuindo o vão livre no pavimento inferior. Pontalete (12) - qualquer peça de madeira, colocada a prumo ou inclinada, que trabalha a compressão. Apoio. Escora. Ripa (1) – são as peças de madeira de pequena esquadria pregadas sobre os caibros para servir de apoio para as telhas. Terças (4) - viga de madeira que sustenta os caibros do telhado. Peça paralela à cumeeira e ao frechal. Tirante (9) – é a viga horizontal (tensor) que, nas tesouras, está sujeita aos esforços de tração. Treliça – é a armação formada pelo cruzamento de ripas de madeira. Quando tem função estrutural, chama-se viga treliça e pode ser de madeira ou metálica. Tesoura (1 a 14) – Armação de madeira triangular, usada em telhados que cobrem grandes vãos, sem o auxílio deparedes internas. 72 Figura 107. Peças do madeiramento de uma cobertura Fonte: SILVA (2009) Um dos fatores que definem o dimensionamento do madeiramento é a escolha da telha. Elas são encontradas em diferentes tamanhos e diferentes materiais: cerâmica, fibrocimento, policarbonato, etc. O desenho da telha que adotaremos nos exemplos e exercícios referentes aos cortes e fachadas será o ilustrado a seguir. 73 Figura 108. Desenho da telha cerâmica colonial Fonte: SILVA (2009) 2.11 DESENHO DE ESCADAS A escada é um elemento de circulação vertical, necessária em edificações com mais de um pavimento, ela deve permitir o acesso a todos os pavimentos da edificação. As escadas podem ser executadas em diversos tipos de materiais: concreto, madeira, aço, etc. As escadas possuem os seguintes elementos: Piso – É onde se pisa, face horizontal do degrau. Espelho – É a testeira, face vertical do degrau. Degrau – É o conjunto formado por piso e espelho. Lance – É uma sequência de degraus. Patamar – É o piso que separa os lances de uma escada, destina-se ao descanso. 74 Figura 109. Representação de uma escada em Planta Baixa Fonte: SILVA (2009) Figura 110. Representação gráfica de uma escada: Planta Baixa do último pavimento Fonte: SILVA (2009) 75 Figura 111. Representação gráfica de uma escada em corte Fonte: SILVA (2009) 2.12 FACHADAS A representação completa de uma fachada com os elementos construtivos e as convenções gráficas fica como o exemplo abaixo: 76 Figura 112. Exemplo de fachada Fonte: <https://www.vivadecora.com.br/pro/arquitetura/fachadas-de-casas-terreas/>. Acesso em: 14 ago. 2020. Na representação correta da fachada são indicados apenas os elementos visíveis externamente, com indicação complementar de hachuras de material para facilitar a interpretação do desenho. Podem ainda ser acrescentadas, a critério, árvores, arbustos e elementos de humanização, como carros, pessoas, móveis de exterior, etc. O resultado final compreenderá: ✓ Contornos de paredes externas. ✓ Aberturas (portas e janelas) visíveis na face da construção. ✓ Revestimentos. ✓ Cobertura. ✓ Elementos sobrepostos à cobertura (chaminés, caixas d’água, etc.). ✓ Linha de indicação do contorno do terreno (conforme se encontra no local.) ✓ Título do desenho e escala utilizada (usual 1/50). https://www.vivadecora.com.br/pro/arquitetura/fachadas-de-casas-terreas/ 77 2.13 DESENHO DA PLANTA DE COBERTURA O desenho da Planta de Coberta é o desenho da vista superior da edificação, acrescentando-se as informações da cobertura. 1º A partir das medidas do beiral informadas na Planta Baixa, marcam-se as medidas da projeção da cobertura e traçam-se as linhas que a contornam (linha contínua fina); 2º Em seguida, marcam-se e traçam-se as linhas de contorno da edificação (linha tracejada fina); Figura 113. Traçado das linhas de contorno da cobertura e da edificação Fonte: SILVA (2009) 3º Para finalizar o traçado, deve-se aplicar uma hachura na água do telhado. Esta hachura é composta por linhas paralelas espaçadas uniformemente e acompanhando a inclinação do telhado; 4º Por fim, procede-se à cotagem do desenho, reforçam-se as linhas e colocam-se as indicações complementares dos elementos da cobertura como, por exemplo, a inclinação da água do telhado. 78 Figura 114. Hachura, cotagem e indicações Fonte: SILVA (2009) 2.14 PLANTA DE LOCAÇÃO E PLANTA DE SITUAÇÃO O desenho dessas plantas segue a metodologia utilizada para os desenhos anteriores: 1º Marcação de medidas ao longo dos alinhamentos horizontal, vertical ou inclinado; 2º Traçado de linhas paralelas passando pelos pontos previamente marcados; 3º Desenho dos elementos arquitetônicos necessários; 4º Desenho dos elementos de cotagem, informando os valores reais das medidas lineares; 79 5º Reforço das linhas, definindo claramente as linhas finas, médias e grossas; 6º Colocação das informações complementares através de textos indicativos. Exercícios: 1. Desenhe numa folha A4 devidamente padronizada, a Planta de Locação apresentada abaixo. O desenho deve ser feito na escala 1/100. Figura 115. Planta de locação Fonte: SILVA (2009) 2. Redesenhe a Planta de Situação abaixo numa folha A4 devidamente padronizada. Figura 116. Planta de situação Fonte: SILVA (2009) 80 2.15 LAYOUT E PADRONIZAÇÃO Para realização dos desenhos arquitetônicos propostos adotaremos a folha A4 como padrão desenhando na mesma as linhas de margem, conforme estabelecido: • Margem esquerda distante 2,5 cm da borda esquerda da folha; • Demais margens distantes 0,7 cm das bordas da folha. Ancorada nas margens direita e inferior será desenhada a legenda, conforme modelo a seguir: Figura 117. Exemplo de carimbo Fonte: SILVA (2009) 3 NOÇÕES DE INTERPRETAÇÃO E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE PROJETOS COMPLEMENTARES (ESTRUTURAL, ELÉTRICO E HIDRÁULICO) 3.1 PROJETO ESTRUTURAL A representação gráfica da estrutura é feita por meio de desenhos. O que irá para uma obra a fim de ser executado não é um conjunto de memórias de cálculos ou demonstrações teóricas. No caso das estruturas de concreto, têm-se dois tipos principais de desenho: desenho de formas e desenhos de armação. a) Desenhos de fôrmas • Fôrma da fundação; • Fôrma de cada pavimento tipo; 81 • Fôrma da cobertura; • Outros. Estes desenhos definem as características geométricas da estrutura. Constam destes desenhos: ✓ Locação da estrutura (através dos eixos principais e secundários de referência); ✓ Definição dos elementos estruturais e suas dimensões (comprimentos em planta, espessuras das lajes, dimensões das seções transversais das vigas e dos pilares, etc.); ✓ Cortes característicos (que informam a posição relativa das lajes e vigas e outros detalhes). Figura 118. Exemplo de desenho de planta de fôrma Fonte: <file:///C:/Users/1555%20MX/Downloads/ProfPetrus_Proj_Estrut.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2020. file:///C:/Users/1555%20MX/Downloads/ProfPetrus_Proj_Estrut.pdf 82 b) Desenho de armação: • Fundação; • Lajes; • Vigas; • Pilares; • Escadas; • Reservatório; • Outros. Definem as armaduras a serem colocadas nos elementos estruturais de concreto armado. Devem constar dos desenhos: ✓ Identificação individual das barras; ✓ Definição da bitola e do comprimento; ✓ Definição do posicionamento das barras. Exemplo: N8 - 2φ12.5 - 252. Significa que o ferro cujo identificação é o número 8 possui a bitola igual a 12.5 mm e o seu comprimento é 252 cm. Se o ferro é reto, dobrado, possui gancho, etc., deve-se verificar no seu desenho. 83 Figura 119. Detalhamento de Vigas Fonte: <file:///C:/Users/1555%20MX/Downloads/ProfPetrus_Proj_Estrut.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2020. 3.1.1 Vigas Assim como a planta de pilares, a planta de vigas demonstra com clareza as armaduras transversais e longitudinais de cada viga. A partir desses detalhes, é possível cortar os ferros já na dimensão a ser executada na obra. Também é possível verificar a posição do ferro (armadura positiva ou negativa) e em qual camada encontra-se o ferro. Geralmente é exibido um corte ao lado da viga, mostrando sua secção transversal e detalhe dos estribos. file:///C:/Users/1555%20MX/Downloads/ProfPetrus_Proj_Estrut.pdf 84 Figura 120. Armadura da viga V1 Fonte: EEEP, Representação gráfica de elementos estruturais. Do projeto acima podemos retirar as seguintes informações: Inicialmente, a posição da armadura no desenho indica a posição do ferro. As armaduras que aparecem na parte inferior são chamadas armaduras positivas, e são montadas na parte inferior da viga, enquanto as queestão na parte superior são chamadas armaduras negativas e estão na parte superior da viga. A Viga possui 9 ferros, de N39 a N47. N39 são 2 ferros na parte inferior da viga, bitola 8, com 1075cm de comprimento, dobrado 10cm próximo ao pilar P1. N40 possui 2 armaduras bitola 6,3, com comprimento de 180cm. N41 são dois ferros na parte superior da viga, bitola 5, com 450cm de comprimento, entre os vãos de P3 e P4. N42 são dois ferros na parte superior da viga, bitola 8, com 835cm de comprimento. N43 é 1 ferro bitola 8, com 305cm. N44 é um ferro bitola 8, com 185cm de comprimento. N45 é um ferro bitola 8, com 175cm de comprimento, na altura do pilar P2. N46 é um ferro bitola 6,3, com 145cm de comprimento, na altura do pilar P3. Todas as armaduras das vigas são representadas ao final em uma lista de aço, conforme figura abaixo. A lista demonstra o número da armadura, a bitola, quantidade, comprimento e quantos quilos de ferro. Notar que ao final é acrescido 10%, considerando as perdas durante o corte das armaduras. Figura 121. Lista de aço Fonte: EEEP, Representação gráfica de elementos estruturais. 85 3.1.2 Pilares A prancha de pilares apresenta informações não possíveis de serem visualizadas na prancha de formas. Essa prancha é fundamental para o ferreiro cortar as dimensões separadas por bitola. Outra opção é mandar essa prancha para uma empresa especializada em ferragens, que cortará os ferros e entregará já na obra, com a mesma numeração do projeto, evitando um espaço no canteiro de obra para ferragens. A prancha conterá um corte transversal do pilar, mostrando a posição e quantidade dos ferros e estribos do pilar. Figura 122. Detalhamento de pilares Fonte: <file:///C:/Users/1555%20MX/Downloads/Desenho%20Arquitet%C3%B4nico.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2020. file:///C:/Users/1555%20MX/Downloads/Desenho%20Arquitetônico.pdf 86 3.1.3 Lajes O detalhamento das lajes é similar ao de pilares e vigas. Em uma planta específica, são apresentadas as armaduras positivas e negativas da laje. Essa disposição é uma forma resumida da armadura, uma vez que se fossem exibidas todas as armaduras, o desenho ficaria cheio e confuso. Ao contrário da planta de pilares e vigas, a posição da laje é vista em planta. Observe a figura abaixo. Nesse caso, temos uma laje MACIÇA: Figura 123. Forma das armaduras positivas (inferior da laje) Fonte: EEEP, Representação gráfica de elementos estruturais. 3.1.4 A Planta de Cargas e de Locação dos Pilares A planta de cargas e de locação dos pilares geralmente é o primeiro desenho de um projeto estrutural. As informações desse desenho, juntamente com as oriundas das sondagens do terreno, permitirão a escolha do tipo de fundação (bloco, sapata, 87 estaca, tubulão, etc.) mais adequada à obra. A planta de cargas e de locação dos pilares é um desenho relativamente simples, que apresenta dois tipos de informações: a) Seções dos pilares locados em relação a dois eixos de referência do terreno (em geral o alinhamento e uma das divisas). b) Todas as cargas que serão transmitidas aos elementos de fundação (sapatas, estacas, tubulões, etc.) e, posteriormente, à camada resistente do solo. É desejável que a escolha do tipo de fundação seja feita por um profissional especializado em Mecânica dos Solos (engenheiro de fundações). Somente após a definição do tipo de fundação a ser empregada pode-se dar início à execução do primeiro desenho do projeto estrutural necessário ao início da obra, o desenho de formas da fundação. Figura 124. Planta de cargas e locação de pilares. Fonte: EEEP, Representação gráfica de elementos estruturais. 3.1.5 Fundações Logo após a determinação das cargas dos pilares, eixos e distâncias, é possível ao projetista determinar o tipo de fundação da estrutura. Em geral, as 88 fundações diretas (sapatas e blocos) apresentam-se como solução mais econômica e de rápida execução. As fundações indiretas (estacas, etc.) apresentam maior custo, porém são capazes de suportar maiores cargas em menor área que as fundações diretas. Figura 125. Planta de fundações. No caso específico, fundações indiretas (estacas) com blocos de coroamento. Fonte: EEEP, Representação gráfica de elementos estruturais. 3.2 PROJETO ELÉTRICO 3.2.1 Simbologia Gráfica de Projeto de Instalações Elétricas – Desenho e Representação No projeto de instalações elétricas, vários dados devem estar claramente locados na planta: localização das tomadas, pontos de iluminação, quadros, percursos da instalação, condutores, distribuição da carga, proteções, etc... Portanto, na planta baixa devemos no mínimo representar: • A localização dos pontos de consumo de energia elétrica, seus comandos e indicações dos circuitos a que estão ligados; • A localização dos quadros e centros de distribuição; • O trajeto dos condutores (inclusive dimensões dos condutos e caixas); • Um diagrama unifilar discriminando os circuitos, seção dos condutores, dispositivos de manobra e proteção; indicar o material a ser utilizado. 89 3.2.1.1 Símbolos Seria muito complicado reproduzir exatamente os componentes de uma instalação, por isso, utiliza-se de símbolos gráficos onde todos os componentes estão representados. Existem muitos padrões para simbologia de projeto de instalações elétricas: ABNT, Dim, ANSI, JIS, ... e aqui no Brasil também vemos a adoção de padrões personalizados que ficam estampados nas legendas, alguns com a finalidade de simplificar o entendimento do projeto. A norma técnica que especifica os símbolos padrões em nosso país é a NBR 5444 sb2/89. A simbologia apresentada nesta Norma é baseada em Figuras geométricas simples para permitir uma representação clara dos dispositivos elétricos. Os símbolos utilizados baseiam-se em quatro elementos geométricos básicos: o traço, o círculo, o triângulo eqüilátero e o quadrado. a) Traço - O traço representa o eletroduto, os diâmetros devem ser anotados em milímetros e seguem a tabela de conversão ao lado. Tabela 1. Conversão de diâmetros nominais Fonte: Watanabe, 2012. b) Círculo - Representa o ponto de luz, o interruptor e a indicação de qualquer dispositivo embutido no teto. Nesse ponto, particularmente, recomendo não seguir a norma. Costumo utilizar o símbolo S para interruptor para não confundir o desenho. c) Triângulo Eqüilátero - Representa tomada em geral. Variações acrescentadas a ela indicam mudança de significado e função (tomadas de luz e telefone, por exemplo), bem como modificações em sua altura na instalação (baixa, média e alta). 90 d) Quadrado - Representa qualquer tipo de elemento no piso. A seguir são mostradas tabelas dos símbolos mais utilizados, segundo a NBR 5444. e) Quadros de Distribuição Tabela 2. Símbolo de Quadros de Distribuição Fonte: Watanabe, 2012. f) 3.1.1.6 Dutos Tabela 3. Símbolo de Dutos Fonte: Watanabe, 2012. 91 g) Interruptores Tabela 4. Símbolo de Interruptores Fonte: Watanabe, 2012. h) Tomadas Tabela 5. Símbolo de Tomadas 92 Fonte: Watanabe, 2012. i) Pontos de Luz Tabela 6. Símbolo de Pontos de Luz Fonte: Watanabe, 2012. 93 j) Outros Símbolos Tabela 7. Símbolo de Tipos de Condutores Fonte: Watanabe, 2012. Figura 126. Planta Baixa de uma Residência Fonte: Watanabe, 2012. 3.3 PROJETO HIDROSSANITÁRIO 3.3.1 PROJETO HIDROSSANITÁRIO É composto pelas redes hidráulicas destacando água fria, água quente e a alimentação (abastecimentos dos reservatórios), assim como as redes sanitárias, entre elas esgoto, ventilação e a rede pluvial. 94 Figura 127. Projeto hidrossanitário com detalhamento 95 Fonte: COLLARES, 2018. 3.3.1.1 PROJETO HIDRÁULICO Figura 128. Esquema
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