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Histologia Processamento histológico Introdução O processamento histológico é uma técnica utilizada na histologia que busca preparar o material (tecido) para ser visualizado microscopicamente. Nessa técnica são realizados diversos procedimentos, tais como: coleta do material, fixação, clivagem, processamento, inclusão, microtomia e coloração. Ademais, para tecidos calcificados é necessária a etapa de descalcificação. Coleta do material O material utilizado pode ser retirado de um organismo vivo ou morto. Após fazer essa remoção deve-se colocar as peças em um liquido fixador. Esse líquido faz com que a morte tecidual (autólise) pare. Em peças grandes é necessário que a espessura seja diminuída, pois irá facilitar a penetração do elemento fixador. O material deverá ser registrado e identificado. Fixação Essa é a fase destinada a parar o processo de morte tecidual. Ele interrompe o metabolismo celular, estabiliza as estruturas bioquímicas intra e extracelulares, permite a penetração de outros regentes necessários, entre outros. Essa fixação pode se dar por agentes físicos ou químicos e também pela associação de ambos. Os agentes de fixação química podem ser divididos em duas categorias: os fixadores coagulantes e os não coagulantes. Os fixadores coagulantes não se ligam as proteínas dos tecidos. Os seus reagentes mais utilizados são o formaldeído, teróxido de ósmio e o glutaraldeído. Os fixadores não coagulantes se ligam e precipitam as proteínas. Os seus reagentes mais utilizados são o cloreto de mercúrio e o ácido pícrico. Outrossim, existem vários tipos de fixadores que são classificados em: fixadores aldeídos, agentes oxidantes, agentes desnaturantes ou coagulantes de proteínas, mecanismos desconhecidos e combinação de reagentes. Cada agente fixador tem suas vantagens e desvantagens. Dessa forma, é necessário escolher o que vai se adequar melhor para o material analisado. Clivagem Nesse processo ocorre a redução do tamanho das peças. Isso vai facilitar a penetração da substância fixadora na peça. As peças depois de sofrerem a clivagem devem ter cerca de 3mm até 5mm de espessura. Descalcificação Tecidos calcificados necessitam passar por esse processo, pois sua consistência impossibilita a realização dos cortes finos. A descalcificação ocorre com o material já fixado e lavado. Esse processo possui os métodos químicos e físicos. Nos métodos químicos são utilizadas as soluções descalcificadoras ácidas, soluções quelantes ou por troca iônica. Os métodos físicos são realizados em conjunto ao químico. Eles são: dissociação eletrolítica, ultrassom e as micro-ondas. Os métodos físicos atuam como aceleradores no processo de descalcificação. Processamento Nessa etapa é feita a preparação da peça para receber a parafina e mais tarde ser cortada em finas fatias. Essa etapa é dividida em três: desidratação, diafanização ou clarificação e impregnação ou infiltração de parafina. Na desidratação ocorre a retirada da água que ainda persiste na peça. Pois a parafina é insolúvel em água. Para que seja feita essa desidratação são utilizados os álcoois butílico, isopropílico e metílico, a acetona, o éter, o clorofórmio e o óxido propileno. Geralmente, o álcool etílico é o mais utilizado para fazer a desidratação. A desidratação do tecido tem que ser feita de forma progressiva, ou seja, não é recomendável colocar a peça diretamente no álcool absoluto. Na diafanização ou clarificação ocorre a substituição do álcool A parafina é insolúvel ao álcool também. Dessa forma, é necessário substituir o álcool dessa peça desidratada. Para fazer essa substituição são usados produtos como o xilol, toluol, benzeno, óleo de cedro e os solventes universais acetato butílico, dióxido dietileno e benzoato metílico. O xilol é o produto mais utilizado. Quando o xilol substitui o álcool da peça ela vai se tornando mais clara. Logo, esse é o motivo pelo qual essa etapa é chamada de clarificação também. Na impregnação as peças vão ser infiltradas por uma substância que promova rigidez a peça. Os produtos utilizados são: parafina, resina, ágar, gelatina, parafina plástica, goma arábica, polietileno, glicol, parafina esterificada e celoidina. Os mais utilizados são a parafina e a resina. Inclusão Na inclusão a parafina envolve o exterior da peça e forma um bloco. Microtomia Nesse processo vai ocorrer o corte da peça. Formando uma pequena fita de 4 a 6 micrômetros de espessura. O equipamento utilizado para obtenção desses cortes é o micrótomo. Coloração e montagem Ao termino dos procedimentos as células encontram-se incolores. E para que elas sejam visualizadas é necessário a coloração. Essa coloração é feita por corantes de reações químicas ou de deposições metálicas. Eles são classificados em corantes ácidos e básicos. Os corantes ácidos coram os componentes básicos do tecido. Enquanto os corantes básicos fazem a coloração dos componentes ácidos. A hematoxilina e eosina são considerados uma combinação universal. Pois a hematoxilina cora elementos ácidos em roxo- azulado e a eosina colore os elementos básicos em rósea-avermelhada. Os corantes também podem ser classificados conforme a sua ação, tempo e cromatização. Quanto ação, possui os componentes de ação direta, que penetram ativamente o tecido, ou de ação indireta, que necessita de um elemento metálico para facilitar sua penetração. Quanto ao tempo, ela pode ser progressiva ou regressiva. Quanto a cromatização, ela é determinada pela quantidade de corantes utilizado. Bibliografia NUNES, Clarissa de Souza; CINSA, Laetitia Alves. PRINCÍPIOS DO PROCESSAMENTO HISTOLÓGICO DE ROTINA: PRINCIPLES OF HISTOLOGICAL PROCESSING. Revista Interdisciplinar de Estudos Experimentais, [s. l.], ano 2016, v. 8, ed. único, p. 31-40, 2016.
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