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Direitos da Personalidade Noção e Características

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, O direito à integridade física diz respeito à proteção 
jurídica do corpo humano, isto é, sua incolumidade 
corporal, incluída a tutela do corpo vivo e do corpo 
morto, além dos tecidos, órgãos e partes suscetíveis de 
separação e individuação.
 Em relação ao corpo morto, o CC, em seu art. 14 diz 
que “É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a 
disposição gratuita de seu próprio corpo, no todo ou em 
parte, para depois da morte”.
 Ou seja, trata-se de um ato necessariamente gratuito 
e revogável a qualquer tempo. Ressaltamos aqui, que a 
vontade do doador prevalece sobre a dos familiares
 A doação de órgãos duplos ou regeneráveis pode 
ocorrer ainda em vida. VER LEI 9.434 DE 1997.
 As cirurgias de mudança de sexo, também denominadas 
como transgenitalização ou de redesignação sexual, são 
assuntos muito comuns em nosso cotidiano, e, por este 
motivo, tornaram-se motivo de debate.
Transgenitalização: cirurgia de 
mudança de gênero. 
 
São aqueles direitos que a pessoa tem para defender o que é 
seu, como: a vida, a integridade, a liberdade, a sociabilidade, a 
honra, a privacidade, a autoria, a imagem e outros. 
 Os direitos da personalidade são os direitos da pessoa 
natural, inerentes a essa condição, de natureza não 
patrimonial, decorrentes da noção de dignidade da 
pessoa humana.
 “Sob a denominação de direitos da personalidade, 
compreendem-se direitos considerados essenciais à 
pessoa humana, que a doutrina moderna preconiza e 
disciplina, a fim de resguardar a sua dignidade”.
 Os direitos da personalidade encontram-se no Código 
Civil no art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, 
os direitos da personalidade são intransmissíveis e 
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer 
limitação voluntária.
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, 
os direitos da personalidade são intransmissíveis 
e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício 
sofrer limitação voluntária. 
Pode-se acrescentar também que são imprescritíveis, 
impenhoráveis e vitalícios, uma vez que se tratam de direitos 
de natureza não patrimonial. 
Integridade física: direito à vida e direito sobre o próprio corpo. 
OBS.: o art. 13 do CC, em momento algum veda que se possa 
realizar cirurgias estéticas ou até mesmo cirurgias de mudança 
de sexo, o que se veda é a comercialização de órgãos 
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido 
para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• O enunciado n 276 das Jornadas de Direito Civil, 
disciplina que: “ o art. 13 do Código Civil, ao permitir a 
disposição do próprio corpo por exigência médica, 
autoriza as cirurgias de transgenitalização, em 
conformidade com os procedimento estabelecidos 
pelo Conselho Federal de Medicina e a consequente 
alteração do prenome e sexo no Registro Civil”. 
• O enunciado n 6 já apontava que “a expressão 
“exigência médica” contida no art. 13 do Código Civil 
refere-se tanto ao bem-estar físico quanto ao bem-
estar psíquico do agente”. 
• Atenção: Admite-se não só a mudança do nome, 
quanto a mudança do próprio gênero no Registro Civil. 
• Integridade moral: direito à honra, à imagem e ao 
nome; direito ao recato (intimidade) e à liberdade; 
direito moral do autor. 
Os direitos da personalidade são dotados de características 
especiais, na medida em que destinados à proteção eficaz 
da pessoa humana em todos os seus atributos de forma a 
proteger e assegurar sua dignidade como valor fundamental. 
Constituem, segundo Bittar, "direitos inatos (originários), 
absolutos, extrapatrimoniais, intransmissíveis, 
imprescritíveis, impenhoráveis, vitalícios, necessários e 
oponíveis erga omnes" ( BITTAR, 1995, p. 11). 
O nosso Código Civil faz referência apenas a três 
características dos Direitos da Personalidade: 
 
 
não podem ser transferidos a alguma outra 
pessoa. 
2) Irrenunciabilidade: 
 não podem ser renunciados, ou seja, ninguém pode 
dizer que não quer mais fazer uso dos seus direitos. 
 
 3) Indisponibilidade : 
ninguém pode usá-los como bem entender. 
 
Há também outras características propostas pelos 
doutrinadores como Venosa (2005) e Gonçalves(2007). 
1) Originalidade: 
são inatos ao ser humano e assegurados desde a formação do 
nascituro. 
2) Extrapatrimonialidade: 
não podem ser mensurados, atribuídos valores para o 
comércio jurídico, mas há a autorização de uso de 
determinados direitos personalíssimos para que o seu titular 
possa obter algum proveito econômico. 
3) Vitalícios: 
são direitos que permanecem até a morte, há também os que 
ultrapassam a existência física da pessoa, o post mortem, o 
direito ao cadáver e as suas partes separadas e o ad eternum 
, direito moral do autor, direito à imagem, direito à honra. 
4) Opinibilidade: 
 são absolutos e devem ser defendidos contra qualquer 
pessoa devendo ser respeitados pela coletividade e 
assegurados pelo Estado. 
5) Impenhorabilidade: 
 são direitos que não podem ser utilizados para o pagamento 
de obrigações. 
6) Imprescritibilidade: 
ou seja, não tem “prazo de validade”. Podem e devem ser 
defendidos em juízo ou fora dele a qualquer tempo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7) Absolutismo: 
o caráter absoluto dos direitos da personalidade é 
consequência de sua oponibilidade erga omnes. São tão 
relevantes e necessários que impõem a todos um dever de 
abstenção, de respeito. Sob outro ângulo, têm caráter geral. 
8) Não limitação: 
é ilimitado o número de direitos da personalidade, malgrado o 
Código Civil, artigos 11 ao 21, se referindo expressamente 
apenas a alguns. Reputa-se tal rol meramente 
exemplificativo, pois não esgota o seu elenco, visto ser 
impossível imaginar-se um Numerus clausus nesse campo. 
9) Não sujeição 
a desapropriação: os direitos de personalidade não são 
suscetíveis de desapropriação, por serem inatos a se ligarem 
a pessoa humana inestancável. 
Os direitos da personalidade são divididos em 3 categorias:
1) Direito à integridade física: 
CC/02, artigo 13, 14 e 20. Condenando-se a tortura, 
atendendo a saúde, lesão corporal, abandono de incapaz, etc. 
Ex: Voz, cadáver, imagem, corpo, partes separadas, 
alimentos, entre outros. 
2) Direito à integridade psíquica: 
 CC/02, artigo 21, separa o desenvolvimento moral de suas 
faculdades mentais condenando-se tortura mental, lavagem 
cerebral e técnicas de indução ao comportamento. 
Ex: Privacidade (intimidade), liberdade, sigilo, sociabilidade, 
entre outros.
2) Direitos Morais 
 contido na CRFB/88, no artigo 5º, também denominado 
direito à reputação, o direito moral tutela o respeito, a 
consideração, a boa fama e a estima que a pessoa desfruta 
nas relações sociais. 
Ex: Honra, educação, emprego, produções intelectuais. 
• Segundo Gonçalves (2007), o respeito à dignidade 
humana encontra-se em primeiro plano, entre os 
fundamentos constitucionais pelos quais se orienta o 
Ordenamento Jurídico Brasileiro na defesa dos direitos 
da personalidade na CRFB/88 no artigo 1º, inciso III. 
Segue a especificação dos considerados de maior 
relevância – intimidade , vida privada, honra e imagem 
das pessoas – com a proclamação de que é “ 
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou 
moral decorrente de sua violação, descrito no artigo 
5º,inciso X).
• A proteção dos direitos da personalidade pode ser feita 
em várias áreas do ordenamento jurídico. Assim, há 
vários estatutos disciplinadores que dão enfoque a esse 
assunto. A proteção dos direitos da personalidade é, 
basicamente, o dever de reparar o dano moral causado 
ou a ofensa ao direito da personalidade.
• Ainda, quanto à reparação civil, deve-se aduzir que não 
só prejuízos extrapatrimoniais são causados no 
momento de ofensas aos direitos da personalidade; 
podem também ser causados danos materiais, advindos, 
por exemplo, de perdasensível nos resultados 
econômicos, provenientes de abalo na honra da pessoa 
jurídica. Dessa forma, o pedido de reparação de todos 
os danos causados pela ofensa ao direito da 
personalidade torna-se necessário, e essa reparação é 
amparada pela proteção dos direitos personalísticos.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A proteção dos direitos da personalidade poderá ser de duas 
formas: 
Preventivas 
• É aquela feita por meio de ajuizamento de ação 
cautelar, ou ordinária com multa cominatória, com a 
finalidade de evitar a concretização da ameaça de 
lesão ao direito da personalidade; 
Repressiva 
• Através da imposição de sanção civil (pagamento de 
indenização) ou sanção penal (perseguição penal) em 
caso de a lesão já haver ocorrido. 
O artigo 52 do CC/02 dispõe de modo expresso que se 
aplicam a todos aqueles dotados de personalidade, a proteção 
aos seus direitos da personalidade. E o artigo 12 do mesmo 
código trata do princípio da prevenção e da reparação nos 
casos de lesão aos direitos da personalidade. Dentre outros 
artigos com disposições sobre o assunto. 
Essa proteção estende-se a toda pessoa dotada de 
personalidade, até mesmo na Internet. 
Dessa forma percebe-se que o Ordenamento Jurídico 
Brasileiro protege, expressamente, os direitos da 
personalidade. Seja por meio de ação preventiva ou como 
repressão pelo ato já efetivado. 
• O direito à intimidade é inviolável, inalienável, 
imprescritível e irrenunciável, devendo ser respeitado 
inclusive pelos órgãos governamentais, pois a dignidade 
humana depende de sua observância. O código vigente 
diz que o juiz, a requerimento do interessado, adotará 
as providências necessárias para impedir ou fazer 
cessar o ato contrário a esta norma.
 
• A proteção à vida privada visa resguardar os direitos 
das pessoas de intromissões indevidas em seu lar, em 
sua família, em sua correspondência, em sua economia, 
dentre outras. O direito de se isolar está ameaçado, 
muitas vezes, pelo avanço das fotografias de longo 
alcance, pelas mini câmeras, pelos grampeamentos 
telefônicos e pelos abusos cometidos na Internet. 
Entretanto, o progresso da ciência e da tecnologia 
devem se adequar a este direito, não ao contrário. 
• Assim, a intimidade é um direito universal e 
fundamental, é uma manifestação da personalidade do 
homem e sem ela o ser humano não se realiza com 
dignidade. 
• O princípio geral do direito ao próprio corpo baseia-se 
no sentido de que ninguém pode ser constrangido à 
invasão de seu corpo contra sua vontade. Quanto aos 
atos de disposição do próprio corpo, há limites morais 
que não são recepcionados pelo direito. Nesse sentido 
dispõe o art. 13 do vigente Código Civil:
• Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição 
do próprio corpo, quando importar diminuição 
permanente da integridade física, ou contrariar os bons 
costumes.
• Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será 
admitido para fins de transplante, na forma estabelecida 
em lei especial.
• O Ordenamento Jurídico Brasileiro dispõe sobre a 
remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano 
para fins de transplante e tratamento não 
compreendendo em seu âmbito estruturas e tecidos 
renováveis no corpo humano.
• De outro lado, a retirada de órgãos e tecidos de pessoas 
falecidas dependerá de autorização e seus parentes 
maiores, na linha reta ou colateral, até o segundo grau 
inclusive, ou do cônjuge, firmada em documento 
subscrito de duas testemunhas presentes à verificação.
 
 
• O doador deverá autorizar, preferencialmente por 
escrito e diante de testemunhas, especificamente o 
tecido, o órgão ou a parte do corpo objeto da 
disposição, devendo os parentes ou cônjuge 
autorizar somente perante a omissão da pessoa 
falecida. Tratando-se de disposição patrimonial, a 
doação de órgãos após a morte tanto poderá ser 
inserida pelo doador em testamento como em outro 
documento idôneo. 
• Sob a mesma filosofia o art. 15 do atual código 
especifica que “ninguém pode ser constrangido a 
submeter-se, com risco de vida a tratamento 
médico ou intervenção cirúrgica”. Esse artigo traz 
toda uma gigantesca problemática sobre a ética 
médica, o dever de informação do paciente e a 
responsabilidade civil dos médicos. 
Os direitos da personalidade são ínsitos à pessoa, em 
todas as suas projeções, sendo que são dotados de 
certas características peculiares, quais sejam: 
A) são absolutos, isto é, são oponíveis contra todos 
(erga omnes), impondo à coletividade o dever de 
respeitá-los; 
B) generalidade, os direitos da personalidade são 
outorgados a todas as pessoas, pelos simples fatos 
de existirem; 
C) extrapatrimonial idade, os direitos da personalidade 
não possuem conteúdo patrimonial direto, aferível 
objetivamente; 
D) indisponibilidade, nem por vontade própria do 
indivíduo o direito da personalidade pode mudar de 
titular; 
 E) imprescritibilidade, inexiste um prazo para seu 
exercício, não se extinguindo pelo seu não-uso; 
 F) impenhorabilidade, os direitos da personalidade não 
são passíveis de penhora; e, 
G) vitaliciedade, os direitos da personalidade são inatos 
e permanentes, acompanhando a pessoa desde seu 
nascimento até sua morte.

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