desafios dos povos indigenas

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DESAFIOS DOS POVOS INDÍGENAS
Em 19 de abril é comemorado o Dia do Índio. A data foi estabelecida no Brasil em 1943, após recomendação aprovada no 1° Congresso Indigenista Interamericano (1940). A ocasião é uma oportunidade para ressaltar a grande diversidade cultural e étnica dos povos indígenas do país e para colocar em foco os problemas enfrentados por essas populações.
De acordo com o Censo Demográfico 2010, o Brasil tem 817.963 indígenas distribuídos em 305 etnias e com 274 línguas diferentes. Segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), também há 69 grupos que não foram contatados e outros que buscam reconhecimento da condição indígena.
Existem índios espalhados por todo o Brasil, com cerca de 60% deles vivendo em áreas rurais. A Região Norte é a que mais concentra populações, com mais de 305 mil pessoas, enquanto a Região Sul encontra-se no outro extremo, com cerca de 75 mil habitantes.
Por conta das inúmeras interferências externas desde a colonização do Brasil até hoje, os índios enfrentam grandes desafios vamos citar alguns:
 Os povos indígenas enfrentam diversos desafios diante da atual sociedade brasileira. Dentre esses problemas o preconceito cultural e a disputa por terras desafiam a continuidade dos costumes indígenas no nosso país. Tal problema está associado ao período colonial do Brasil e ao potencial econômico existente nas terras ocupadas pelos índios.
Na carta do "Achamento do Brasil", escrita por Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal, os povos nativos do Brasil foram descritos como selvagens e inferiores, pois sua cultura não era compreendida tampouco respeitada pelos colonizadores portugueses. Diante disso, os povos indígenas passaram por um processo de aculturação e a ideia de inferioridade dos índios tem reflexos na contemporaneidade.
Ao longo dos séculos, os territórios habitados pelos índios foram tomados e destruídos para o desenvolvimento do país. Grande parte da população indígena do Brasil foi dizimada, estima-se que no Brasil existia mais de 8 milhões de índios e hoje são pouco menos de 900 mil,O grande potencial econômico presente nesses territórios e o desrespeito da sociedade diante dos índios foram responsáveis por causar incontáveis problemas para a vida desses habitantes brasileiros.
Em síntese, a conservação da cultura indígena enfrenta inúmeros obstáculos no atual meio social. A inclusão de uma grade escolar juntamente com um material didático que ensinasse a importância da cultura indígena para os jovens além de uma maior rigidez na aplicação da lei que garante a demarcação dos territórios dos índios é uma solução para tal problema.
Garantir a aprovação e implantação do Estatuto dos Povos Indígenas está entre os principais desafios dos índios brasileiros, na avaliação do porta-voz estadual da REDE-RO, o líder indígena Almir Narayamoga Suruí. Na sua avaliação, esse estatuto trará avanços populações indígenas, pois definirá critérios para que elas possam gerar melhores condições de vida nas áreas demarcadas, com a geração de renda de forma sustentável e sem agredir o meio ambiente. Além disso, também reconhecerá parâmetros que não deixarão dúvidas sobre a destinação desses territórios, o que pode reduzir os conflitos com invasores.
outro desafio bem atual que os povos indigena vem enfretando
Com 305 povos e 274 línguas diferentes, a população indígena brasileira vive realidades diversas que envolvem desde grupos isolados até os que residem em áreas urbanas. A memória histórica de epidemias que chegaram a dizimar aldeias inteiras, no entanto, permanece um elemento comum que o vírus Sars-CoV-2, causador da covid-19, tem reavivado, nos últimos meses. Com maior vulnerabilidade a doenças infectocontagiosas e dependentes de um subsistema médico que apresenta problemas de articulação com as secretarias estaduais e municipais da Saúde, moradores de territórios indígenas receiam um novo genocídio. 
Na terra dos yanomamis, em uma região dominada pelo garimpo, ocorreu a primeira morte por covid-19 notificada pela Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), em 10 de abril: um jovem de 15 anos que estava fazendo tratamento contra malária. "Mais de 20 mil garimpeiros estão instalados ilegalmente em território yanomami. No passado recente, esse tipo de invasão propagou grandes surtos epidêmicos", informa Tiago Moreira, antropólogo e pesquisador do Programa de Monitoramento de Áreas Protegidas do Instituto Socioambiental (ISA) e coordenador da plataforma covid-19 e os Povos Indígenas, que acompanha diariamente o avanço dos casos em áreas rurais, com base em boletins das secretaria estaduais e municipais da Saúde. Até 22 de abril, foram confirmados 42 casos de covid-19 entre indígenas que vivem em territórios assistidos pela Sesai.
Com a chegada da vacina, populações indígenas enfrentam desafios na pandemia
Só a chegada da vacina parecia ser capaz de reverter o cenário devastador. Mas as doses chegaram, e com elas novos desafios
Em julho de 2020, entidades ligadas à causa indígena já alertavam: com a chegada da Covid-19, estava em curso um verdadeiro genocídio dessas populações. A pandemia seguiu avançando, e a taxa de mortalidade pela Covid-19 entre indígenas, em dezembro do ano passado, era 16% maior do que a média nacional.
Só a chegada da vacina parecia ser capaz de reverter o cenário devastador. Mas as doses chegaram, e com elas novos desafios.
Neste episódio do E Tem Mais, Monalisa Perrone fala com Vanuzia Kaimbé, a primeira indígena a ser vacinada no Brasil. Vanuzia é técnica em enfermagem e graduada em serviço social, e hoje trabalha voluntariamente na aldeia Filhos da Terra, em Guarulhos (SP). 
Ela relata os desafios enfrentados pelo seu povo durante os últimos 10 meses, quando tentaram se manter isolados para evitar que o novo coronavírus chegasse à comunidade. A voluntária também fala dos empecilhos que chegaram com a vacinação, como a resistência do Ministério da Saúde em vacinar a população não aldeada e a proliferação de discursos anti-vacina entre os povos indígenas.
os povos indígenas enfrentam, particularmente, desafios agudos devido à perda de terras garantidas por lei. A grande expansão do agronegócio brasileiro nos últimos anos, gerou uma disputa entre os interesses econômicos de grandes fazendeiros que buscam a exploração de terras indígenas, e os índios que lutam pela demarcação de terras como forma de manter viva a sua cultura. De acordo com o conselho indigenista, em 2014, 138 indígenas foram assassinados, devido a represálias em contextos de reocupação de terra.