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Unidade I

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Prévia do material em texto

Autor: Prof. Alexandre Saramelli 
Colaboradores: Profa. Cristiane Nagai
Profa. Elisabeth Alexandre Garcia 
Prof. Maurício Felippe Manzalli
Contabilidade
Professor conteudista: Alexandre Saramelli
Nascido na cidade de São Paulo, é contador formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo e 
mestre profissional em Controladoria pela mesma universidade.
Atuou em empresas nacionais e internacionais de médio e grande porte como contador em áreas de Custos e 
Orçamentos e foi consultor em sistemas de controladoria da desenvolvedora alemã SAP.
Entusiasta de tecnologia da informação e de ambientes altamente informatizados, é um incentivador da pesquisa, 
da difusão e do uso eficiente e intensivo das modernas ferramentas de gestão, “transferência de conhecimento”, 
ensino a distância e audiovisual.
É também autor de materiais para ensino a distância, redige livros didáticos e atividades de apoio educacional e 
instrucional, elabora avaliações e grava aulas em estúdio audiovisual, além de ser radialista e apresentador de televisão 
com DRT.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
S243c Saramelli, Alexandre 
Contabilidade / Alexandre Saramelli. – São Paulo: Editora Sol, 
2020.
 
148, p. il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Contabilidade. 2. Balancete de verificação. 3. Partidas dobradas. 
I. Título.
CDU 657
U507.46 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Sueli Brianezi Carvalho
 Andréia Andrade
Sumário
Contabilidade
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................8
Unidade I
1 CAMPO DE ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE ............................................................................................11
1.1 Esquentando os motores ....................................................................................................................11
1.2 Conceitos de contabilidade .............................................................................................................. 13
1.3 A contabilidade como sistema de informação e controle ................................................... 16
2 GRUPOS DE INTERESSE NA INFORMAÇÃO CONTÁBIL ..................................................................... 17
2.1 A contabilidade e as finanças empresariais ............................................................................... 17
2.2 A contabilidade, a economia e o direito .................................................................................... 20
3 O BALANÇO PATRIMONIAL .......................................................................................................................... 22
3.1 Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido .............................................................................................. 22
3.2 Princípios básicos de origens e aplicações de recursos ........................................................ 28
3.3 Conceitos de Conta ............................................................................................................................. 33
4 BALANÇOS SUCESSIVOS: CONCEITUAÇÃO E PRÁTICA ..................................................................... 34
4.1 Operações envolvendo contas de ativo, passivo e patrimônio líquido .......................... 35
Unidade II
5 MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS ...................................................................................................... 55
5.1 Mecanismo de débito e crédito ..................................................................................................... 55
5.2 Registros Contábeis: livro diário e livro-razão ......................................................................... 61
5.2.1 O balancete de verificação .................................................................................................................. 65
6 VARIAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ..................................................................................................71
6.1 Despesas, receitas e resultado ..........................................................................................................71
6.2 Apuração do resultado e transferência para o patrimônio líquido ................................ 79
6.3 Registros das operações contábeis – regime de caixa e regime de competência ................87
6.3.1 Ajustes contábeis conforme regime de competência .............................................................. 88
Unidade III
7 INTRODUÇÃO À ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL ..........................................................103
7.1 Ativo Circulante .................................................................................................................................. 112
7.2 Ativo não circulante .......................................................................................................................... 114
7.3 Passivo Circulante .............................................................................................................................. 115
7.4 Passivo não circulante ...................................................................................................................... 116
7.5 Patrimônio líquido ............................................................................................................................. 117
8 INTRODUÇÃO À ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO .........122
8.1 Receitas brutas ....................................................................................................................................126
8.2 Receitas líquidas .................................................................................................................................126
8.3 Lucro bruto ...........................................................................................................................................127
8.4 Receitas (despesas) operacionais ................................................................................................127
8.5 Resultado antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre 
o lucro líquido .............................................................................................................................................128
8.6 Resultado líquido do exercício ......................................................................................................128
7
APRESENTAÇÃO
Este livro-texto propõe-se a atingir o objetivo da disciplina Contabilidade, tomando como base seu 
Plano de Ensino, que é “contribuir para o desenvolvimento das competências requeridas do aluno, para 
que possa exercer o seu papel como futuro profissional,conforme definidas no Projeto Pedagógico 
do Curso/PPC, em consonância com as diretrizes Curriculares Nacionais para Graduação em Ciências 
Contábeis – Resolução CNE/CES nº 10/2004 e de Administração – Resolução CNE/CES nº 4/2005.
Mais especificamente, o objetivo traçado para esta disciplina é proporcionar meios ao aluno para 
que conheça como são elaboradas ou “produzidas” as demonstrações financeiras e as inter-relações 
e interdependências dos seus componentes, ou seja, “saber utilizar as Demonstrações Financeiras ou 
Contábeis como fonte de informações de natureza econômica, financeira e patrimonial para tomada de 
decisões nos processos de controle e planejamento das operações”.
É importante que antes de convidar o aluno para aprender como fazer uma leitura das demonstrações 
financeiras/contábeis1, pois este é um conhecimento indispensável para a tomada de decisões no 
campo das finanças empresariais, ele conheça o processo necessário para obter uma demonstração 
financeira/contábil, sendo esse esforço também um auxílio para que o aluno compreenda as 
informações que esses informes objetivam transmitir para a sociedade. Quanto melhor o conhecimento 
em Contabilidade, melhor a compreensão das demonstrações financeiras/contábeis. 
Não se trata de um livro “introdutório”, no sentido de trazer apenas uma leve e simplificada 
amostra do que seja contabilidade. Muito menos existe a preocupação de esgotar o assunto e discutir 
temas avançados ou casos extraordinários e complexos. Então, este livro-texto traz noções que serão 
imprescindíveis para as outras disciplinas, que acrescentarão conhecimentos mais avançados em um 
ambiente multidisciplinar. O Método das Partidas Dobradas, por exemplo, é imprescindível para todo o 
curso. Normalmente, os professores de disciplinas mais avançadas irão considerar que o aluno já tem 
conhecimento suficiente para aplicá-lo. 
É importante também comentar que muitos dos termos que serão introduzidos facilitarão a 
compreensão do aluno para seu desenvolvimento em outras disciplinas da área. Por exemplo, o aluno 
que conhecer o conceito (ou a “conta contábil”) de “capital social” irá facilmente compreender o que 
é uma “ação” na Bolsa de Valores. E, se esse mesmo aluno conhecer o conceito contábil de “resultado”, 
terá melhores condições para entender o que é uma debênture.
Para tal, elaborou-se um texto com a intenção de ter fácil compreensão, com muita teoria e prática.
O conteúdo a ser abordado aplica-se, sem distinção, a empresas de qualquer porte e/ou ramo, e 
1 Na legislação brasileira, em muitos momentos, os termos “demonstrações financeiras” e “demonstrações contábeis” 
aparecem como sinônimos, embora tecnicamente existam demonstrações emanadas da contabilidade e de outros trabalhos 
administrativos. Para este livro-texto, demonstrações financeiras/contábeis significam o conjunto de demonstrações 
obrigatórias definidas nas Leis nº 6.404/1976 e 11.638/07 (de acordo com as Normas Internacionais de Contabilidade).
8
atualmente com as normas internacionais de contabilidade em praticamente todos os países do planeta. 
Neste livro-texto, houve uma preocupação em mesclar exemplos de instituições de pequeno, médio e 
grande porte. Além disso, analisamos o empreendedorismo, tema fundamental para o contador.
Há também o intuito de orientar o aluno em relação ao processo de convergência contábil 
internacional, um grande esforço dos contadores, que está em pleno andamento. Há também espaço para 
lidar com a cultura corporativa, com os jargões próprios da área Contábil/Financeira e Administrativa, 
ajudando o estudante a se inserir no mercado de trabalho.
Na elaboração deste livro-texto, seguiram-se orientações do Conselho Federal de Contabilidade e 
da Fundação Brasileira de Contabilidade (Proposta Nacional de Conteúdo para os Cursos de Graduação 
em Ciências Contábeis), bem como do Ministério da Educação (Resolução CNE/CES nº 10/2004 e Parecer 
CNE/CES nº 269/2004). Além disso, as orientações da Organização das Nações Unidas (ONU), da United 
Nations Conference on Trade and Development (Unctad), da International Accounting Standards Board 
(Lasb), com as Normas Internacionais de Contabilidade, e da International Federation of Accountants 
(Ifac), com as Normas Internacionais de Educação Contábil e os pronunciamentos do Comitê Brasileiro 
de Pronunciamentos Contábeis (CPC).
INTRODUÇÃO
Olá, aluno (a).
Acredito que a primeira pergunta que você deve estar fazendo não seja: “Para que estudar 
contabilidade?”. Considero que, por ter escolhido um curso de Administração ou Ciências Contábeis, 
você já saiba que esta é uma disciplina muito importante para a sua vida acadêmica e profissional. Você 
demonstra vocação para esse tema. Imagino que a sua dúvida inicial então deva ser: “Como começar a 
estudar contabilidade?”. E, talvez, se vale a pena estudar contabilidade, principalmente se você ainda não 
tiver consolidado a sua vontade de ser um administrador ou contador.
Como iremos estudar a seguir, há muitos interessados na contabilidade, dada a sua importância. 
Porém, nem todos veem importância na contabilidade. Imagino inclusive que muitos de seus amigos 
e/ou colegas tenham criticado a sua escolha de ser um administrador e/ou um contador. E é fácil de 
entender por que isso está acontecendo. No Brasil, a contabilidade estava sendo preparada, na maioria 
dos casos, apenas para fins tributários. Os contadores eram vistos como uma espécie de braço do 
governo, mais uma obrigação em meio a um mar de burocracia.
Essa situação era um pouco melhor no exterior, onde a profissão contava com certo glamour. 
Nos Estados Unidos, por exemplo, a profissão contábil era fortemente associada ao mercado 
de capitais. Mas com o avanço das telecomunicações e da tecnologia da informação, muitos 
perguntavam se a contabilidade ainda teria relevância no mundo atual. Para complicar as coisas, 
surgiram grandes escândalos contábeis, e os usuários da contabilidade fizeram muitas críticas sobre 
os seus procedimentos. Uma mesma empresa poderia dar lucro em um país e prejuízo em outro, 
mudando-se apenas as regras contábeis.
9
Nos últimos anos, os contadores entenderam que normas fortes e com validade em todo o planeta 
deveriam ser implantadas. Surgiu então um esforço de harmonização contábil internacional exigindo 
que, mais do que “preparadores de números”, os contadores forneçam dados qualitativos e interpretem 
os negócios. Mais do que isso, além de relatar o que ocorreu no passado, os contadores precisam relatar 
o que poderá ocorrer no futuro, antecipando-se a mudanças. Esse movimento de harmonização contábil 
internacional é certamente um dos grandes projetos da humanidade. Poucas vezes uma profissão 
conduziu um projeto de magnitude como esse.
Tudo isso significa que, ao escolher estudar Administração e/ou Ciências Contábeis, você certamente 
optou por uma das profissões mais relevantes da atualidade; desde já, entenda que você não é um(a) 
aluno(a) que está apenas recebendo conhecimento, você é um agente de mudança porque também fará 
parte desse grande esforço de harmonização contábil internacional.
Nesta disciplina você estará sendo preparado para a ação, ou seja, terá contato com uma base de 
conhecimento imprescindível. Ao final deste estudo, espera-se que você tenha formado habilidades 
para conhecer a contabilidade e agir em ambiente profissional.
Bom (e entusiasmado) estudo!
Todo e qualquer lugar pode ser um ambiente perfeito para estudar. Mas, para estudar da melhor 
forma possível, cada um tem suas individualidades e manias. Há pessoas que conseguem absorver bem 
um assunto a partir de uma simples leitura. Outros não têm muita paciência para ler e preferem fazer 
exercícios. Há ainda os que têm predileção por livros coloridos, preenchidos com gráficos, elementos 
visuais e resumos, ou aqueles que não gostam de teorias acadêmicas e dão preferência a livros que 
ilustrem exemplos práticos e, assim, retratem o cotidiano empresarial. Desse modo, quando estetrabalho 
foi elaborado, pensou-se em mesclar estratégias de ensino para que ele se tornasse interessante. 
No entanto, o que viria a ser um conteúdo interessante? O que seria um conteúdo chato? Essas respostas 
dependem de sua postura como aluno. Por isso, a recomendação é: aproveite este livro-texto com 
olhos interessados.
É claro que você é livre para estudar da maneira que achar melhor e que acreditar ser mais 
eficiente. Porém, nesse sentido, sugere-se que, antes de qualquer atitude, seu estudo seja iniciado 
pela bibliografia. Verifique livros, artigos e referências que foram utilizados na elaboração deste 
livro-texto. Em seguida, percorra as unidades, sempre fazendo as atividades propostas.
Como estudante de educação a distância, você é um autodidata, o que significa que precisa de 
disciplina e muita motivação. Contabilidade é uma disciplina que exige concentração e assiduidade, 
justamente o que no mundo atual é muito difícil! Para tornar seu estudo mais eficiente, recomendo 
reservar algumas horas do seu tempo exclusivamente para estudar contabilidade, não se dedicando ao 
mesmo tempo a mais nada (evite atender ao telefone, receber mensagens, conversar com os amigos nas 
redes sociais da internet, deixar a TV ligada em um noticiário, estar próximo a crianças ou animais e a 
outras distrações).
10
Para tornar seu estudo mais agradável e prazeroso, escute música clássica! Isso mesmo, 
estudos internacionais têm mostrado que ela é excelente para o estudo. Ou escolha músicas 
de que você goste, não necessariamente as clássicas, mas evite as que distraiam em demasia, 
como o heavy metal. 
 Observação
Interaja sempre com os tutores, com seus colegas e com o professor nos 
fóruns. Além disso, contribua com pesquisas, curiosidades e observações.
Neste livro-texto, abordaremos os aspectos básicos da contabilidade, incluindo seu histórico e grupos 
de interesse das informações contábeis. Estudaremos transações que envolvem contas patrimoniais: 
ativo, passivo e patrimônio líquido e a constituição do Balanço Patrimonial. Veremos o Método das 
Partidas Dobradas, conhecido popularmente como débito e crédito, e também as variações do patrimônio 
líquido (despesas, receitas e resultado). Por fim, estudaremos a estrutura (grupos e subgrupos) do Balanço 
Patrimonial e a Demonstração de Resultados do Exercício (DRE). 
Para cada uma das unidades, há perguntas para aguçar sua curiosidade. Essas perguntas estão 
dispostas na seguinte figura:
O que é 
contabilidade?
Como os fatos 
são registrados na 
contabilidade?
Como interpretar 
as demonstrações 
financeiras/contábeis?
Qual é a 
dinâmica da 
contabilidade?
Figura 1 – Perguntas norteadoras deste livro-texto
Está preparado (a)?
Vamos lá!
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CONTABILIDADE
Unidade I
1 CAMPO DE ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE
A pergunta norteadora desta unidade é:
O que é 
contabilidade?
Figura 2 
Antes de responder a essa pergunta, é muito importante entender quais são as necessidades do 
atual ambiente de negócios. Para isso, trago um caso pioneiro de uma empresa que está oferecendo 
uma solução para a implantação dos veículos elétricos e que é um exemplo “à flor da pele” de 
empreendedorismo:
1.1 Esquentando os motores
O texto a seguir foi baseado no impressionante relato de Senor e Singer (2011), e a intenção 
em trazer esse relato é provocá-lo. Assim como fazemos um “aquecimento” antes de iniciar 
exercícios físicos, trata-se de uma preparação muito útil para absorver melhor os conteúdos 
teóricos que nos aguardam. Há muitos anos o mundo discute a possibilidade de utilizar novas 
e modernas tecnologias para substituir a dependência do petróleo que, em alguns países, é 
absoluta. Atualmente, há várias tecnologias com esse objetivo, desde os combustíveis verdes 
(sendo o Brasil uma referência nesse tipo de combustível, com o pioneiro programa Proálcool) 
até o carro elétrico, tido por muitos como uma ótima (ou, talvez, a melhor) solução.
Porém, ocorre que a tecnologia do carro elétrico ainda é incipiente. Muitos carros 
elétricos atuais são híbridos, ou seja, mistos entre as tecnologias antigas e as novas, mas 
isso não resolve o problema. Os cientistas afirmam que baterias são a melhor forma de 
armazenar energia, mas elas precisam de tempo para reabastecimento. Nesse sentido, o carro 
a gasolina ainda é imbatível. Enquanto um carro elétrico precisa de muitas horas para ser 
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reabastecido, um carro a gasolina necessita de poucos minutos. E a gasolina tem outras 
vantagens: postos de reabastecimento encontram-se espalhados em praticamente todos os 
lugares, é possível reabastecer um carro com pouca gasolina quando se está sem dinheiro, 
dentre outras facilidades.
Em Israel, Shai Agassi, um ex-executivo da empresa alemã de Tecnologia da Informação SAP, 
surpreendeu a todos quando repentinamente se afastou de uma carreira altamente promissora. Agassi 
havia imaginado um mundo com carros elétricos e chegou a uma conclusão ousada: baterias, tais 
quais os nossos botijões de gás no Brasil, seriam apenas recipientes onde se armazena energia, e não 
propriedade do usuário. Em vez de um carro passar horas para ser reabastecido em uma tomada 
normal, poderia ser levado a um posto de serviço, onde baterias previamente carregadas poderiam ser 
rapidamente trocadas.
Ainda mais ousado do que isso, inspirado no procedimento já praticado pelas operadoras de telefonia 
celular, veículos poderiam ser disponibilizados de graça aos clientes, desde que eles assinassem um 
pacote de serviços. Ou seja, em vez de o cliente comprar um carro, compraria um plano de quilômetros 
e receberia um carro novo.
 Saiba mais
Para conhecer mais sobre o projeto brasileiro Proálcool, 
acesse o site: <http://www.biodieselbr.com/proalcool/pro-alcool/
programa-etanol.htm>.
Pesquise na internet também a respeito de Shimon Peres, Shai Agassi, 
Carlos Ghosn e o Fórum Econômico Mundial.
A ambiciosa ideia de Shai Agassi, que foi apoiada por ninguém menos que o estadista Shimon 
Peres e, posteriormente, pelo executivo brasileiro Carlos Ghosn, é carregada de expectativas e 
riscos altíssimos. Observe que um alto executivo da indústria automobilística demoliu a ideia, 
recomendando veementemente que fosse abandonada. Certamente, não se trata de uma maldade 
ou mesmo de um jogo de interesses; esse executivo está apoiado em dados e pesquisas que indicam 
que não é um empreendimento que deve receber esforços. Porém, a ideia de tirar do papel o sonho 
dos carros elétricos foi adotada por esses homens, que não são apenas ambiciosos, mas acima de 
tudo teimosos.
Em maior ou menor nível, trata-se de um exemplo extremo de empreendedorismo, pessoas 
que superam as dificuldades para tornar algo uma realidade. Esse mesmo exemplo pode ser 
transportado para muitas outras iniciativas, e nós, como administradores e contadores, iremos 
lidar com empreendedores.
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CONTABILIDADE
Nesse sentido, pergunta-se:
• Como saber se essa aventura de negócios dará certo?
• Qual deve ser a postura de um empreendedor como Shai Agassi ou Carlos Ghosn? Entusiasmada 
ou conservadora?
• Qual deve ser a postura de um administrador ou contador ao aceitar trabalhar em um negócio 
como esse? Entusiasmada ou conservadora?
• Que estrutura um administrador e um contador devem proporcionar para que possam atender às 
necessidades de informação dos sócios da empresa, dos outros gestores e dos usuários externos?
 Saiba mais
No Brasil também há discussões sobre os carros elétricos que foram 
aceleradas por ocasião da conferência das Nações Unidas Rio+20. Para 
saber mais sobre esses temas, acesse: <http://www.abve.org.br/>.
Agora que já estamos devidamente “aquecidos”, vamos iniciaro nosso estudo teórico sobre a 
contabilidade.
1.2 Conceitos de contabilidade
“O trabalho da contabilidade é manter o capitalismo honesto.”
Hans Hoogervorst (Presidente da IASB)
IAAER Conference 2012. Amsterdã – Holanda
A contabilidade é a ciência que desenvolveu uma metodologia que capta, registra, acumula, resume 
e analisa todos os fatos econômicos e financeiros que ocorrem em uma entidade.
O livro mais utilizado para o ensino da Contabilidade no Brasil é o Contabilidade Introdutória, de 
autoria de uma equipe de professores da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de 
São Paulo. Nesse livro, Iudícibus et al. (2010, p. 1) trazem a seguinte definição para contabilidade:
A Contabilidade, na qualidade de ciência social aplicada, com 
metodologia especialmente concebida para captar, registrar, acumular, 
resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, 
financeiras e econômicas de qualquer ente, seja pessoa física, entidade 
de finalidades não lucrativas, empresa, seja mesmo pessoa de Direito 
Público, tais como Estado, Município, União, Autarquia etc., tem um 
campo de atuação muito amplo.
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A Universidade de São Paulo, com os professores da Faculdade de Economia e Administração, é a 
grande doutrinadora da contabilidade no Brasil. São dessa universidade os principais pesquisadores da 
atualidade, como os eminentes professores Sérgio de Iudícibus, José Carlos Marion e Eliseu Martins, 
dentre outros. O livro dos professores da USP Contabilidade Introdutória, da Editora Atlas, é um dos livros 
mais conhecidos, com milhares de cópias vendidas em todo o mundo. Os professores da Universidade 
de São Paulo fizeram, há alguns anos, uma clara opção por utilizar a contabilidade dos Estados Unidos, 
a chamada “escola contábil norte-americana”.
Que tal observar a definição de contabilidade de outro professor, por exemplo, um professor de 
origem norte-americana? O professor Michael P. Griffin (2012, p. 3-4), que é vice-reitor da Charlton 
Business School da Massachusetts University, em Dartmouth, ensina que:
Contabilidade é o registro sistemático, o relato e a análise das transações 
financeiras de uma empresa. No entanto, além do papel crítico que 
desempenha como um sistema de informação financeira, ela fornece muito 
do vocabulário usado nos mercados financeiros. A contabilidade também 
oferece os dados necessários para executar uma variedade de aplicações 
financeiras críticas, incluindo o planejamento financeiro, a análise de 
demonstrações financeiras e a análise de investimento em ativos financeiros. 
Portanto, há uma ligação muito forte entre a contabilidade e finanças. A 
contabilidade nos permite acompanhar o que acontece nas empresas (e em 
organizações sem fins lucrativos e no governo).
Na introdução do seu livro, o professor Griffin (2012, p. 11) ensina ainda que a contabilidade “é 
a linguagem dos negócios”, sendo que exatamente a mesma frase é utilizada pelo professor Niyama 
(2005), da Universidade de Brasília, um dos maiores especialistas em contabilidade internacional 
no Brasil.
Comparando-se as duas definições de contabilidade, observa-se nos professores da USP uma 
preocupação mais prática em identificar o papel e a rotina da contabilidade. Na definição do professor 
Griffin, vemos essa mesma resolução, mas também com uma preocupação em evidenciar que o jargão 
utilizado na área contábil é muito importante para o mundo dos negócios.
 Observação
Jargão é um vocabulário próprio, em que o uso de palavras e expressões 
entre os praticantes de uma profissão expressam significados próprios 
dessa profissão.
Em ambos, podemos ver que a contabilidade tem um campo de atuação muito amplo, podendo 
ser utilizada em diversos tipos de entes, ou melhor, “entidades”. Por entidade compreendemos desde as 
pessoas físicas até as instituições de Direito Público, como Estados, Municípios e União, passando por 
instituições privadas, com ou sem fins lucrativos, como é o caso das fundações.
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CONTABILIDADE
 Observação
Com o significado de ente ou entidade, em alguns livros, utiliza-se a 
expressão derivada da escola italiana de contabilidade “Azienda”, ou ainda 
“Contabilidade aziendal”.
As transações ou operações que ocorrem em uma entidade são, dentre outros exemplos, compras, 
vendas, pagamentos e recebimentos. Imagine uma loja de sapatos. Durante um dia rotineiro de trabalho, 
essa loja certamente venderá alguns pares de sapatos, gerando a necessidade de repor os estoques. Para 
isso, o gerente da loja irá emitir um pedido de compras. Quando as mercadorias chegarem e as prateleiras 
forem reabastecidas, o fornecedor dos sapatos e o transportador deverão ser pagos, e os clientes terão 
de pagar pelos sapatos que compraram. Para que essa loja possa funcionar adequadamente, precisará 
estar limpa, iluminada e bem-decorada – significando gastos que igualmente precisam ser pagos.
Cada um dos gastos, compras e vendas recebe a denominação, no jargão contábil, de transação ou 
operação contábil. Esses eventos, em geral, estão associados a documentos comprobatórios, como a 
nota fiscal, a fatura, a duplicata, a nota promissória e o recibo. Captação, registro, acúmulo e resumo 
das transações da entidade geram as demonstrações contábeis, das quais o nosso curso se ocupará com 
o balanço patrimonial e com a demonstração de resultado do exercício.
 Lembrete
O trabalho básico do contador é o de procurar e captar as “transações”.
Nessas duas definições de contabilidade é possível observar ainda que o processo contábil não existe 
apenas para acumular dados, mas também para formar e analisar informações. Basicamente, as funções 
da contabilidade são dispostas na seguinte figura:
Contabilidade
Função administrativa Função econômica efinanceira
Controlar o patrimônio Apurar o resultado
Prestar informações
Figura 3 – Funções da contabilidade
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1.3 A contabilidade como sistema de informação e controle
Na figura a seguir, é possível observar o sistema (trâmites, procedimentos) da contabilidade:
Fenômenos que afetam 
a situação patrimonial 
da entidade
Captar, acumular e 
resumir transações
Econômico Financeiro Físico Produtividade
Informação na forma de demonstrações contábeis (resumos)
Interpretação por usuários internos e externos
Tomada de decisão
Figura 4 – Visão sistêmica da contabilidade
O trabalho na contabilidade se inicia, conforme estudamos nesta unidade, com a captação dos 
fenômenos que afetam a situação patrimonial da entidade. Para isso, costuma-se sintetizar todo esse 
trabalho em algumas atividades básicas, como captar, acumular e resumir transações.
A tarefa de captação necessita da participação de todos os colaboradores da empresa. O resumo 
das transações pode ser feito em aspectos econômicos, financeiros, físicos e de produtividade. Os 
usuários da contabilidade irão receber esses resumos, que podem ser chamados de informações, 
na forma de demonstrativos contábeis, que sintetizam um universo de operações. Por sua vez, 
essas informações são interpretadas por usuários internos e externos que irão, com suas próprias 
conclusões, tomar decisões.
Imagine a seguinte situação: em uma empresa que produz pranchas de surfe, o proprietário 
fixou uma meta de produção para o diretor industrial e metas de vendas para os vendedores. 
Durante o mês, o contador capta dados, acumula-os e os resume, apresentando demonstrativos. 
Ao receber esses demonstrativos, o proprietário (usuário interno) interpreta que o diretor industrial 
teria alcançado a meta, mas não os vendedores, o que teria gerado estoques acima do previsto. 
Assim, uma das decisões que podem ser tomadas é a de produzir menorquantidade de pranchas 
e, talvez, de valor mais elevado.
Ainda nesse mesmo exemplo, imagine que um gerente de banco (usuário externo) observe nos 
demonstrativos que o proprietário da empresa teria vendido uma maior quantidade de pranchas 
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CONTABILIDADE
a prazo. O gerente poderá, então, oferecer um serviço de cobrança mais adequado ou evitar 
conceder um empréstimo a essa empresa, de acordo com as políticas do banco.
Somente nesse exemplo fictício, quantas possibilidades de decisões!
O importante é entender essa dinâmica, um mecanismo que ocorre na contabilidade e costumamos 
chamar de visão sistêmica: de uma grande quantidade de dados, é possível apresentar um demonstrativo 
(digamos, em uma única folha de papel) que tenha relevância suficiente para permitir a tomada de 
decisões importantes.
 Lembrete
A contabilidade é a ciência que desenvolveu uma metodologia que 
capta, registra, acumula, resume e analisa todos os fatos econômicos e 
financeiros que ocorrem em uma entidade.
Esse aspecto de como os usuários interpretam as demonstrações contábeis é bem extenso 
e tem gerado pesquisas científicas na área de contabilidade. Há uma linha de pesquisa, a 
chamada behavioral accounting (em português, contabilidade comportamental), que estuda o 
comportamento dos usuários diante da contabilidade e que se vale de outras áreas do conhecimento, 
como a psicologia e até mesmo a neurociência.
2 GRUPOS DE INTERESSE NA INFORMAÇÃO CONTÁBIL
2.1 A contabilidade e as finanças empresariais
Vimos que Griffin (2012) citou a importância da contabilidade para as finanças empresariais 
de uma forma geral. Mais especificamente, Griffin (2012, p. 137) comenta que “a contabilidade 
é a matéria-prima da análise financeira”. Não sem razão, uma vez que os dados contábeis são 
fundamentais para que os analistas financeiros possam analisar os dados das empresas e tomar 
decisões.
Para Matarazzo (2003), as demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre a empresa, 
de acordo com regras contábeis. A análise de balanço transforma esses dados em informações e será 
tanto mais eficiente quanto melhores informações produzir.
A maior parte dos autores ligados à área financeira costuma dizer que o processo de análise 
de balanços se inicia logo após o processo contábil. Esses processos são descritos nas figuras a 
seguir:
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Processo contábil
Fatos
Compras
Vendas
Pagamentos
Recebimentos
Escrituração
Diário Razão Livros fiscais
Apuração do resultado
Lucro ou prejuízo
Demonstrações contábeis
Balanço patrimonial
Demonstração do resultado do exercício
Demonstração do fluxo de caixa
Demonstração do valor adicionado
Notas explicativas
Figura 5 
A seguir, o processo de análise de balanços:
Análise de balanço
Exame e padronização
Balanço patrimonial Demonstração do resultado do exercício
Análise vertical / horizontal
Cálculo Análises
Apuração dos indicadores
Liquidez, endividamento
atividade e rentabilidade
Índices-padrão
Cálculos e comparação
Relatório de análise
Elaboração do relatório de forma clara para determinado usuário
Figura 6 
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CONTABILIDADE
Por conta das necessidades dos analistas, era comum até alguns anos atrás a solicitação de relatórios 
ad hoc para as empresas, o que de certa forma gerava problemas de confiabilidade nas próprias 
demonstrações financeiras e criava mais trabalho para os contadores.
 Observação
Relatórios com a expressão em latim ad hoc são relatórios solicitados 
aleatoriamente, a qualquer momento.
Nesse sentido, a IASB e o CPC no Pronunciamento Conceitual Básico orientam os contadores a não 
mais preparar relatórios ad hoc, elaborando de forma mais atenta as próprias demonstrações financeiras 
como o balanço patrimonial. Esse aspecto é muito importante para conferir maior credibilidade para o 
trabalho contábil em geral.
A IASB e o CPC deram para as demonstrações financeiras o título de Relatório Contábil-Financeiro 
de Propósito Geral e orientam a considerar os três seguintes grupos de usuários com atenção, 
sem, no entanto, criar uma hierarquia entre eles. São os chamados “usuários primários”:
• investidores;
• credores por empréstimo; e
• outros credores.
A seguir, citações literais do CPC (retiradas do Pronunciamento Conceitual Básico) a respeito disso:
OB2. O objetivo do relatório contábil-financeiro de propósito geral é 
fornecer informações contábil-financeiras acerca da entidade que reporta 
essa informação (reporting entity) que sejam úteis a investidores existentes 
e em potencial, a credores por empréstimos e a outros credores, quando 
da tomada de decisão ligada ao fornecimento de recursos para a entidade. 
Essas decisões envolvem comprar, vender ou manter participações em 
instrumentos patrimoniais e em instrumentos de dívida, e oferecer ou 
disponibilizar empréstimos ou outras formas de crédito.
OB5. Muitos investidores, credores por empréstimo e outros credores, 
existentes e em potencial, não podem requerer que as entidades que reportam 
a informação prestem a eles diretamente as informações de que necessitam, 
devendo desse modo confiar nos relatórios contábil-financeiros de propósito 
geral, para grande parte da informação contábil-financeira que buscam.
Consequentemente, eles são os usuários primários para quem relatórios 
contábil-financeiros de propósito geral são direcionados.
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 Lembrete
A Análise de Balanços será estudada nas próximas disciplinas do curso.
 Saiba mais
Para saber mais sobre o Pronunciamento Conceitual Básico, acesse o 
site: <http://www.cpc.org.br>.
2.2 A contabilidade, a economia e o direito 
A contabilidade possui uma ampla gama de usuários, dentro e fora da empresa contabilizada.
Alguns autores, como Santos (2005), para fins de estudo e organização, costumam separar os 
usuários da contabilidade em dois tipos:
• os usuários internos;
• os usuários externos.
Os gestores da empresa precisam de ferramentas de avaliação e controle de suas atividades para 
que saibam quanto têm em dinheiro, quanto têm a receber, o que têm a pagar, a quem devem etc. Eles 
precisam saber se estão ganhando ou perdendo dinheiro e, sobretudo, qual é o resultado econômico e o 
financeiro de suas atividades empresariais.
Externamente, organizações e indivíduos procuram ter uma avaliação acerca da empresa, ainda que 
não tenham acesso direto à sua rotina diária. Vejamos alguns usuários e sua relação com a contabilidade:
• Usuários internos:
— Gestores financeiros: analisam, por meio da contabilidade, a posição financeira expressa por 
dinheiro e direitos a receber, bem como as obrigações a serem saldadas com esses recursos.
 Analisam também a lucratividade da entidade e a relação entre o desempenho econômico, 
expresso em resultado positivo ou negativo, e o desempenho financeiro, ou seja, a geração de 
recursos financeiros para pagar as obrigações assumidas.
— Gestores de produção: analisam a relação entre despesas e receitas, bem como os níveis de 
estoques.
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— Auditores internos: analisam a veracidade ou a precisão da contabilidade, buscam indicações 
de desvios de recursos ou práticas duvidosas e auxiliam os gestores financeiros, de produção e 
de outros setores a obter números confiáveis, a partir dos quais se podem tomar decisões.
— Gestores em geral: qualquer um que precise entender e analisar a história da empresa expressa 
em unidades monetárias.
— Administradores: aqueles que, ao administrar a empresa, precisam de um“mapa” e de uma 
“bússola”, da mesma maneira que um navegador necessita dessas ferramentas para orientar-se 
e decidir-se por um caminho a tomar.
— Sócios: querem saber de seus haveres, do lucro a que fazem jus e do real desempenho da 
empresa. Usam a contabilidade para cobrar resultados dos administradores.
• Usuários externos:
— Fornecedores: utilizam, dentre outros recursos, a contabilidade, para avaliar se o cliente terá 
capacidade de pagar pelos produtos comprados a prazo.
— Banqueiros comerciais: essencialmente, concedem crédito na forma de empréstimos, desconto de 
títulos e outras operações, em que emprestam o capital necessário à condução das atividades da entidade. 
A partir da contabilidade, procuram analisar a capacidade de devolução dos recursos emprestados.
— Banqueiros de investimento: são agentes especializados em fornecer recursos de investimento 
a longo prazo, de maneira que as empresas possam investir a longo prazo em crescimento e 
desenvolvimento. Usam a contabilidade para avaliar as perspectivas de crescimento e retorno 
sobre o investimento, e demonstram aos investidores externos, com base em projeções feitas a 
partir dos números da contabilidade da empresa, o potencial de lucro e o risco do investimento.
— Auditores externos: analisam as demonstrações contábeis de maneira que ateste sua 
correção. Se os números estiverem corretos, autoridades tributárias, banqueiros comerciais ou 
de investimentos e investidores poderão, mais seguramente, avaliar as empresas.
Há ainda grupos de interesse diversos, como o governo, que usa largamente as informações contábeis 
para fins de arrecadação e fiscalização de impostos, e para a formação de políticas econômicas, a partir 
dos dados que as demonstrações financeiras oferecem.
Os sindicatos de trabalhadores ou patronais podem vir a utilizar os relatórios para determinar a 
produtividade do setor, um fator preponderante para decidir se salários devem ser reajustados, por exemplo.
Podemos citar muitos outros interessados, como funcionários, órgãos de classes, pessoas e diversas 
instituições, como a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o CRC (Conselho Regional de Contabilidade), 
empresas concorrentes, jornalistas em busca de informações para suas matérias e muito mais.
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3 O BALANÇO PATRIMONIAL
A pergunta norteadora desta unidade é:
Qual é a dinâmica 
de contabilidade?
Figura 7 
3.1 Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido
A seguir, estudaremos o patrimônio empresarial, assunto que é descrito em muitos livros como 
“estática patrimonial” e que representa o “balanço patrimonial”, uma das demonstrações financeiras que 
as empresas apresentam frequentemente ao mercado.
O balanço patrimonial é a demonstração contábil que apresenta a situação econômica e financeira 
em um determinado momento. No Brasil, é costume apurar-se o balanço patrimonial anual no dia 31 de 
dezembro, coincidindo com o ano-calendário ou ano gregoriano. Há países que adotam outros períodos 
para apuração do balanço, de acordo com a cultura local. O balanço patrimonial poderá ser apurado 
em todos os outros momentos em que os usuários internos da contabilidade considerarem oportuno ou 
necessário, ou quando usuários externos o exigirem.
A apuração do balanço patrimonial e das outras demonstrações, chamada costumeiramente de 
“fechamento”, ou, pelos auditores, de “corte contábil”, é um processo que pode ser bem trabalhoso, 
dependendo da empresa, porque envolve toda uma infraestrutura de sistemas de informações 
e a colaboração de todos os funcionários da empresa, em maior ou menor grau. No passado, 
quando as empresas ainda não dispunham de computadores, era muito comum um balanço ser 
publicado várias semanas após o final do período-calendário. Atualmente, com os computadores, 
há empresas que conseguem apurar rapidamente um balanço patrimonial.
O balanço patrimonial apresenta, do seu lado esquerdo, o ativo, ou seja, os bens e direitos da empresa; 
e, do lado direito, o passivo, que são as obrigações com terceiros em geral, como fornecedores, banqueiros 
e funcionários, o patrimônio líquido, e as obrigações com terceiros específicos, nas sociedades limitadas 
representados pelos quotistas, e, nas sociedades anônimas, representados pelos acionistas.
No Brasil, a estrutura de um balanço patrimonial é definida na Lei nº 6.404/76 (Lei das Sociedades 
Anônimas), que foi posteriormente modificada pelas Leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09, reconhecendo no 
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CONTABILIDADE
Brasil o esforço de convergência internacional. Independentemente do porte da empresa, do ramo de 
negócios em que atua ou de qualquer outra característica, os contadores devem sempre seguir uma 
mesma estrutura, o que permite que tanto os usuários internos como os externos possam analisar 
adequadamente as informações.
Estudemos, então, a estrutura de acordo com o seguinte quadro:
Quadro 1 
Balanço patrimonial
Ativo
Passivo
Patrimônio líquido
O ativo é o conjunto de bens e direitos de propriedade da empresa. São os itens positivos do 
patrimônio, trazem benefícios e proporcionam ganho para a empresa.
Os bens, suscetíveis de avaliação econômica, são as coisas capazes de satisfazer as necessidades 
humanas e das empresas. Podem ser materiais ou imateriais.
Os bens materiais, corpóreos ou tangíveis são objetos que a empresa tem para uso (armários, 
prateleiras, computadores, máquinas, automóveis, vitrines etc.), troca (mercadorias e dinheiro) ou 
consumo (como materiais de limpeza, de expediente e de embalagem).
 Observação
Os conceitos de conta serão utilizados em breve, no tópico 3.3. 
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Quadro 2 – Bens materiais: exemplos e contas representativas
Bem Conta representativa do bem
Dinheiro em caixa Caixa
Hardware e periféricos de informática Equipamentos de informática
Mercadorias para venda Estoque
Prédios Imóveis
Tornos Máquinas
Automóvel para entregas Veículos
Já os bens imateriais, incorpóreos ou intangíveis correspondem àqueles que, por sua natureza, não 
se consegue tocar. Os bens imateriais são cada vez mais importantes no patrimônio de uma empresa, 
muitas vezes, assumindo valores maiores do que os dos bens físicos dos quais a empresa dispõe.
Quadro 3 – Bens imateriais: exemplos e contas representativas
Bem Conta representativa do bem
Marca da empresa Marcas
Patente de invenção Patente
Luva de um estabelecimento de comércio Ponto comercial
 Saiba mais
Durante muito tempo, houve dúvidas de como tratar contabilmente os 
intangíveis. Atualmente, existe uma orientação específica sobre isso: o CPC 
04, que faz correlação às Normas Internacionais de Contabilidade IAS 38 
(IASB – BV 2010). Pesquise a respeito disso na internet!
Os direitos são todos os valores que a empresa tem para receber de terceiros.
Quadro 4 – Direitos: exemplos e contas representativas
Direito Conta representativa do direito
Venda a prazo de mercadorias Duplicatas a receber – clientes
Venda a prazo de produtos Duplicatas a receber – clientes
Venda a prazo de serviços Duplicatas a receber – clientes
Venda a prazo de imóveis Notas promissórias a receber
Ações de outras empresas Participações
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CONTABILIDADE
O passivo significa as obrigações exigíveis da empresa, ou seja, as dívidas que serão cobradas, conforme 
a data de seu vencimento. Conhecido como dívidas com terceiros em geral ou, ainda, passivo exigível.
Quadro 5 – Exemplos de obrigações com terceiros e contas representativas
Obrigações com terceiros em geral Conta representativa das obrigações
Compra de mercadoria a prazo Duplicatas a pagar – fornecedores
Utilizaçãodos serviços dos empregados 
ainda não pagos Salários a pagar
Uso dos serviços públicos Impostos a pagar
Utilização de capital de terceiros Juros a pagar
Empréstimos tomados de bancos Financiamentos bancários
O patrimônio líquido representa o total do investimento dos proprietários na empresa e indica a 
diferença entre o valor dos bens e direitos (ativo) e o valor das obrigações com terceiros (passivo). É 
essa parte diferencial (PL) que vai medir ou avaliar a situação ou condição da entidade, sendo, portanto, 
considerada como passivo não exigível.
Quadro 6 – Patrimônio líquido: obrigações com terceiros 
específicos – Exemplos e contas representativas
Obrigações com terceiros específicos Conta representativa de obrigações 
com terceiros específicos
Investimentos dos sócios na empresa Capital social
Resultado obtido pela empresa ainda sem 
destinação definida Lucro ou prejuízo acumulado
Promessa de investimento feito pelos sócios Capital a integralizar
 Observação
O patrimônio líquido é considerado o capital próprio da empresa, enquanto 
o ativo são as aplicações tanto do capital próprio como do capital de terceiros.
Muitas vezes, costumamos confundir a figura do proprietário (ou dos proprietários), como se ele e 
a empresa fossem a mesma coisa. Por mais que um negócio seja profundamente vinculado a alguém, a 
empresa tem uma personalidade jurídica, e a pessoa física tem outra completamente diferente. Assim, a 
empresa “deve” recursos ao proprietário – daí dizermos que o patrimônio líquido é uma obrigação para 
“terceiros em específico”.
De especial importância para o nosso estudo é a conta de capital a integralizar. É muito 
comum os sócios ou o proprietário de uma empresa, quando do registro do seu contrato de 
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abertura, prometer que irá depositar nela determinada quantia de dinheiro ou bens e direitos. A esse 
ato dá-se o nome de subscrição de capital, representada pela promessa de investimento feita 
pelos sócios na conta capital a integralizar. Trata-se de um direito da empresa perante os sócios, 
e devido a isso se coloca a conta no ativo. O investimento ou o capital inicial dos proprietários é 
representado pela conta capital social, vista no patrimônio líquido.
Assim, temos o balanço patrimonial, conforme o quadro a seguir:
Quadro 7 
Balanço patrimonial
Ativo Passivo
Caixa R$ 5.000,00 Fornecedores R$ 30.000,00
Banco R$15.000,00 Impostos a pagar R$ 15.000,00
Duplicatas a receber R$ 20.000,00 Salários a pagar R$ 10.000,00
Imóveis R$ 200.000,00 Empréstimos R$ 150.000,00
Veículos R$ 30.000,00
Total R$ 205.000,00
Patrimônio líquido
Capital social R$ 60.000,00
Reservas de lucros R$ 5.000,00
Total do ativo R$ 270.000,00 Total passivo + PL R$ 270.000,00
Podemos observar:
• o total de bens = R$ 235.000,00 (caixa, imóveis e veículos);
• o total de direitos = R$ 35.000,00 (banco e duplicatas a receber);
• o total de obrigações com terceiros = R$ 205.000,00 (fornecedores, impostos a pagar, salários a 
pagar e empréstimos);
• o total de obrigações com sócios = R$ 65.000,00 (capital social e reservas de lucros).
Também é possível representar o balanço patrimonial sabendo-se que:
• o patrimônio líquido é conhecido como capital próprio;
• o passivo é conhecido como capital de terceiros;
• o ativo é conhecido como capital à disposição da empresa.
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CONTABILIDADE
O balanço pode ser assim definido:
Capital à disposição da empresa
Capital à disposição da empresa
Capital de terceiros
Capital próprio
Figura 8
O patrimônio bruto ou capital à disposição da empresa é o total dos bens + direitos, isto é, 
o ativo.
O patrimônio líquido é o patrimônio bruto, o seja, as devidas obrigações com terceiros.
Temos então a seguinte fórmula, conhecida como Equação Fundamental do Patrimônio:
Figura 9 – Equação Fundamental do Patrimônio
Iudícibus et al. (2010, p. 20) descrevem ainda uma situação mais restrita, que às vezes ocorre em 
uma empresa, que é o passivo suplantar o ativo, ou o que se chama de Patrimônio Líquido Negativo e 
que é conhecido popularmente como “passivo a descoberto”. Em uma situação desse tipo, a fórmula da 
Equação Fundamental do Patrimônio fica:
ativo = passivo a descoberto = passivo ou ativo = passivo + passivo a descoberto (patrimônio 
líquido negativo)
Vamos estudar a partir de agora os principais usos da contabilidade. Já vimos nas próprias definições 
de contabilidade que se trata de um conhecimento de aplicação ampla.
gomes
Texto digitado
Capital próprio = Sócios/Propietários
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Realce
gomes
Realce
gomes
Realce
gomes
Realce
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3.2 Princípios básicos de origens e aplicações de recursos
Todos os recursos obtidos por uma empresa passam pelo passivo ou pelo patrimônio líquido. Os 
recursos são originados nos valores investidos pelos sócios ou nos valores a pagar para terceiros. O 
ativo, por sua vez, evidencia todas as aplicações dos recursos obtidos em dinheiro, estoques, veículos e 
máquinas, dentre outros. Todo bem ou direito (isto é, o ativo da empresa) tem uma origem, que pode ser 
de terceiros ou sócios. Por meio desses conceitos, podemos entender que o total de aplicações (ativo) 
será sempre igual ao total de origens (passivo + patrimônio líquido).
Quadro 8 – Origens e aplicações
Aplicações (ativos) = Origens (passivo) + Origens 
(patrimônio líquido)
Aplicação
Origem
Origem
Por meio do balanço patrimonial a seguir, demonstram-se o total de bens e os direitos e obrigações 
da empresa:
Quadro 9 – Balanço patrimonial com o 
total de bens, direitos e obrigações da empresa
Ativo Passivo
Dinheiro em caixa R$ 10.000,00
Banco R$ 34.200,00
Duplicatas a receber R$ 74.200,00
Máquinas R$ 78.000,00
Veículos R$ 42.000,00
Equipamentos de 
informática R$ 48.400,00
Imóveis R$ 341.200,00
Marca R$ 460.000,00
Fornecedores R$ 228.000,00
Salários a pagar R$ 332.000,00
Impostos a recolher R$ 122.000,00
Financiamento R$ 206.000,00
Total R$ 888.000,00
Patrimônio líquido
Capital social R$ 200.000,00
Total PL R$ 200.000,00
Total geral R$ 1.088.000,00 Total geral R$ 1.088.000,00
Total de bens tangíveis R$ 519.600,00 (conta: caixa, máquinas, veículos, equipamento de informática, imóveis) 
Total de bens 
intangíveis R$ 460.000,00 (conta: marca) 
Total de direitos R$ 108.400,00 (contas: banco e duplicatas a receber) 
Total de obrigações 
com terceiros R$ 888.000,00 
(contas: contas a pagar, fornecedores, 
salários a pagar, impostos a recolher, 
financiamento) 
Total de obrigações 
com sócios R$ 200.000,00 (conta: capital social) 
Os analistas e homens e mulheres de negócios costumam analisar frequentemente as origens 
de recursos de uma empresa. Entende-se que quanto menor o percentual de capitais de terceiros 
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Contas/Obrigações que a empresa deve cumprir. 
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que a empresa tiver, melhor. Mas há casos em que o endividamento pode ser benéfico para a 
empresa, alavancando as operações. Todos esses aspectos são possíveis de analisar por meio do 
balanço patrimonial.
Exemplo de aplicaçãoExemplo de aplicação
A seguir, reproduzimos os Balanços Patrimoniais da Coteminas, para você observar a aplicação 
da estrutura que acabamos de estudar em uma empresa real. Trata-se de uma grande empresa, 
então entenderam que seria melhor separar o ativo e o passivo em duas páginas e apresentá-los em 
sequência, o que também é permitido. Observe que eles demonstram dois anos ao mesmo tempo, 
2011 e 2012, e têm duas partes: A “controladora” e o “consolidado”. Como a Coteminas é um grupo 
empresarial, as leis exigem que ela publique o balançoassim, dessa forma mesmo. A controladora é a 
empresa que “centraliza” a administração do grupo empresarial, e o consolidado é um procedimento 
de soma de todas as empresas, um esforço para mostrar o grupo como se fosse um só.
Quadro 10 – Balanço Patrimonial da Coteminas, 2012 e 2011, Ativos, preparado pelo 
contador Nourival C. Pedroso Filho, CRC nº 1 065177-O/8 S/MG
BALANÇOS PATRIMONIAIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2012 e 2011
(Em milhares de Reais)
ATIVOS
Nota
explicativa
Controladora Consolidado
2012 2011 2012 2011
CIRCULANTE:
Caixa e equivalentes de caixa 3 1.264 2.364 146.613 185.878
Títulos e valores mobiliários 4 - 9.928 39.750 44.148
Duplicatas a receber 5 - - 546.628 540.499
Estoques 6 - - 653.364 772.540
Adiantamentos a fornecedores 7 11 104 57.750 68.577
Impostos a recuperar 17.d 7.115 11.152 41.227 45.944
Debêntures emitidas por controlada 16 11.892 25.388 - -
Instrumentos derivativos 21.d.5.1 - - - 11.225
Imóveis destinados à venda - - 2.921 11.790
Outros créditos a receber 4.294 20.523 29.838 40.295
------------- ------------- ------------- -------------
Total do ativo circulante 24.576 69.459 1.518.091 1.720.896
------------- ------------- ------------- -------------
NÃO CIRCULANTE:
Realizável a longo prazo:
Adiantamentos a fornecedores 7 - - - 408
Partes relacionadas 15 87.482 96.924 46.037 35.499
Debêntures emitidas por controlada 16 - 5.266 - -
Impostos a recuperar 17.d 13.552 20.991 43.784 75.947
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Imposto de renda e
contribuição social diferidos 17.c 8.629 8.629 71.981 71.246
Imobilizado disponível para venda 9.b - - 40.585 50.427
Depósitos judiciais 18 78.053 78.109 101.431 102.011
Outros créditos e valores a receber 2.056 2.056 16.018 7.650
------------- ------------- ------------- -------------
189.772 211.975 319.836 343.188
Investimentos em controladas 8 897.311 952.689 - -
Investimentos em coligadas 8 56.229 71.400 56.229 71.400
Outros investimentos 4.634 4.710 7.675 5.257
Imobilizado 9.a 9.394 16 1.094.518 1.116.801
Intangível 10 2 2 114.015 113.888
------------- ------------- ------------- -------------
Total do ativo não circulante 1.157.342 1.240.792 1.592.273 1.650.534
------------- ------------- ------------- -------------
Total dos ativos 1.181.918 1.310.251 3.110.364 3.371.430
======== ======== ======== ========
Fonte: Coteminas (2012, p. 25).
 Saiba mais
Todas as demonstrações financeiras/contábeis estão disponíveis em:
<http://www.mzweb.com.br/coteminas/web/download_arquivos.
asp?id_arquivo=79794FCA-609E-4C06-B94E-A0DCE4F04536>.
Para nossa análise, vamos observar apenas as colunas do consolidado, ok? 
Observe que os ativos da Cia. Coteminas somaram três bilhões, cento e dez milhões de reais em 2012, 
e um pouco mais do que isso em 2011: três bilhões, trezentos e setenta e um milhões de reais. Muito, 
não é mesmo? Todo esse dinheiro está à disposição dessa empresa, seja pagando contas e salários, seja 
na forma de máquinas, equipamentos e investimentos em outras empresas. 
Como veremos posteriormente com mais detalhes, de todo esse dinheiro, a Coteminas tinha, “no 
cofre”, ou seja, à disposição “para gastar” ou para “giro de caixa”, cento e quarenta e seis milhões de reais 
(observe a conta contábil “caixa e equivalentes de caixa”).
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 Observação
O dinheiro para “gastar”, ou para “giro de caixa”, recebe a denominação 
de “liquidez imediata” nas finanças; à semelhança da água ou de um líquido 
qualquer, consegue circular ou “correr” com facilidade. 
Mas... e de onde veio todo esse dinheiro? Para responder a essa pergunta, precisamos buscar o 
passivo da Coteminas, que será demonstrado a seguir:
Quadro 11 – Balanço Patrimonial da Coteminas, dos anos de 2012 e 2011, Passivos, 
preparado pelo contador Nourival C. Pedroso Filho, CRC nº 1 065177-O/8 S/MG
COMPANHIA DE TECIDOS NORTE DE MINAS - COTEMINAS
BALANÇOS PATRIMONIAIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2012 e 2011
(Em milhares de Reais)
PASSIVOS E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Nota
explicativa
Controladora Consolidado
2012 2011 2012 2011
PASSIVOS 
CIRCULANTE:
Empréstimos e 
financiamentos 13 45.461 25.438 458.188 445.647
Fornecedores 12 218 138 197.618 233.202
Obrigações sociais e 
trabalhistas 584 556 55.540 54.351
Impostos e taxas 348 6 13.980 15.903
Dividendos a pagar 11 34 1.335 1.387
Instrumentos derivativos 21.d.4 - - - 17.967
Partes relacionadas – 
minoritários 15 - - - 20.000
Concessões governamentais 20 - - 13.115 4.141
Arrendamentos não 
recuperáveis 11 - - 13.736 5.252
Outras contas a pagar 6.736 1.889 76.900 61.997
------------- ------------- ------------- -------------
Total do passivo circulante 53.358 28.061 830.412 859.847
------------- ------------- ------------- -------------
NÃO CIRCULANTE:
Empréstimos e 
financiamentos 13 - - 349.124 529.479
Arrendamentos não 
recuperáveis 11 - - 11.724 8.720
Partes relacionadas 15 424 - 164 -
Concessões governamentais 20 - - 49.859 68.847
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Planos de aposentadoria e 
benefícios 19 - - 86.765 77.507
Provisões diversas 18 64.938 64.380 99.331 95.464
Provisão para imposto de 
renda e contribuição social 
diferidos
17.c 427 427 5.049 5.051
Outras obrigações 405 - 26.744 18.222
------------- ------------- ------------- -------------
Total do passivo não circulante 66.194 64.807 628.760 803.290
------------- ------------- ------------- -------------
PATRIMÔNIO LÍQUIDO: 14
Capital realizado 870.000 870.000 870.000 870.000
Reservas de capital 286.308 286.308 286.308 286.308
Reservas de lucros 431.721 431.698 431.721 431.698
Ajuste acumulado de conversão (108.316) (97.361) (108.316) (97.361)
Ações em tesouraria (838) (838) (838) (838)
Prejuízos acumulados (416.509) (272.424) (416.509) (272.424)
------------- ------------- ------------- -------------
Total da participação dos 
acionistas controladores 1.062.366 1.217.383 1.062.366 1.217.383
------------- ------------- ------------- -------------
PARTICIPAÇÃO DOS CIONISTAS 
NÃO CONTROLADORES - - 588.826 490.910
------------- ------------- ------------- -------------
Total do patrimônio líquido 1.062.366 1.217.383 1.651.192 1.708.293
------------- ------------- ------------- -------------
Total dos passivos e do 
patrimônio líquido 1.181.918 1.310.251 3.110.364 3.371.430
======= ======= ======= =======
Fonte: Coteminas (2012, p. 26).
 
Observe que, no passivo da Coteminas (Consolidado, ano de 2012), há um equilíbrio entre capitais de 
terceiros e capitais próprios. Por que se diz isso? O passivo circulante foi somado com o não circulante, 
que são considerados capitais de terceiros, e comparados com o patrimônio líquido, considerado como 
capital próprio. Realizou-se o cálculo demonstrado a seguir:
Estrutura de Capital da Coteminas (Balanço Consolidado 2012)
Passivo Circulante 830.412,00
Passivo Não Circulante 628.760,00
Patrimônio Líquido 1.651.192,00
Total do Passivo 3.110.364,00
1.459.172,00 47% Capital
1.651.192,00 53% Capital Próprio
3.110.364,00 100%
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Essa distribuição de capitais também é denominada nas finanças como estrutura de capital e é 
um aspecto muito observado pelos analistas financeiros, que, não raramente, consideram o fato de a 
empresa ter mais capital próprio do que de terceiros, algo confortável, embora nem sempre isso seja 
uma realidade. 
Não deixe de observar ainda que os valores do ativo da Coteminas são idênticos aos valores 
do passivo. Para o ano de 2012, tanto o ativo como o passivo estão [corretamente] com o valor 
de R$ 3.110.364,00, ou seja, não há nem um real de diferença! Isso é a Equação Fundamentaldo 
Patrimônio (Ativo + Passivo = Patrimônio Líquido). 
Importante 
O balanço patrimonial da Cia. Coteminas foi utilizado para fins estritamente pedagógicos, em O balanço patrimonial da Cia. Coteminas foi utilizado para fins estritamente pedagógicos, em 
ambiente universitário. A escolha ou o uso dessa empresa não deve jamais ser interpretado como ambiente universitário. A escolha ou o uso dessa empresa não deve jamais ser interpretado como 
sugestão do professor de consumo de produtos ou realização de investimentos.sugestão do professor de consumo de produtos ou realização de investimentos.
3.3 Conceitos de Conta
Os valores constantes na contabilidade de uma empresa são dispostos em contas contábeis, ou seja, 
a representação gráfica dos elementos patrimoniais (bens, direitos e obrigações), denominações que 
resumem uma categoria de elementos patrimoniais ou ligados ao resultado. Por exemplo: imaginemos 
que uma empresa tenha em seu patrimônio veículos para vendedores, motocicletas, lanchas para 
transporte marítimo e caminhões para entregas aos clientes e para transporte de mercadorias em geral. 
O contador pode sintetizar todos esses elementos em uma só categoria (conta contábil), denominada 
Veículos ou Veículos Automotores.
Segundo Iudícibus et al. (2010, p. 38) “o importante é que em cada conta se mantenha o registro 
da história da movimentação do componente do ativo, do passivo ou do patrimônio líquido a que se 
refere” e “utilizam-se contas separadas para representar cada tipo de elemento do Ativo, do Passivo e 
do Patrimônio Líquido”.
As diversas contas contábeis de uma empresa são dispostas de forma agrupada e ordenada em um 
plano de contas, um trabalho personalizado para cada empresa e definido pelo contador de acordo com 
as especificidades do negócio.
 Lembrete
Como vimos, a contabilidade é a ciência que desenvolveu uma 
metodologia que capta, registra, acumula, resume e analisa todos os 
fatos econômicos e financeiros que ocorrem em uma entidade. As contas 
contábeis são imprescindíveis para realizar essas funções.
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Para a formulação de um plano de contas, cada contador seguia o seu bom senso e os usos e 
costumes ao elaborar as denominações das contas contábeis. Mais recentemente, de acordo com 
o Pronunciamento Conceitual Básico, entendeu-se que os contadores devem também observar as 
denominações que são utilizadas no ramo de negócios onde a empresa está presente e reproduzir 
essas denominações no Plano de Contas. Assim, os usuários externos terão maior facilidade para 
analisar dados de empresas de um mesmo ramo.
Existem dois tipos de contas contábeis:
a) Contas patrimoniais
b) Contas de resultado
As contas patrimoniais expressam os elementos do balanço patrimonial, que são mantidos a cada 
exercício social.
As contas de resultado representam as despesas e receitas e são zeradas e/ou anuladas a cada 
exercício social, com a apuração do resultado do exercício.
4 BALANÇOS SUCESSIVOS: CONCEITUAÇÃO E PRÁTICA
Para bem entender a dinâmica contábil iremos agora acompanhar uma sequência de situações 
(fatos contábeis) que acontecem em uma empresa fictícia, para fins de exemplo. A cada nova sequência, 
iremos observar quais são as modificações nas demonstrações contábeis dessa empresa. Trata-se de 
uma técnica muito eficiente para estudar contabilidade.
No entanto, é importante esclarecer de antemão que essa rotina não é usual nos escritórios 
contábeis. Normalmente, os fatos são registrados isoladamente, e o Balanço Patrimonial e a 
DRE são apurados periodicamente. Essa apuração é chamada de “fechamento contábil” ou 
“corte contábil”.
 Lembrete
O “fechamento contábil” ou “corte contábil” é a aplicação final do 
“processo contábil”, em que todos os dados contábeis são processados 
e as demonstrações financeiras são formadas.
Atualmente, com a evolução da Tecnologia da Informação, há sistemas integrados capazes de 
apresentar demonstrações financeiras atualizadas a cada momento, ou on-line, mas mesmo esses 
sistemas necessitam de um fechamento ou corte contábil. A informação on-line costuma ser formada 
por meio de padrões, que se aproximam dos números, mas não são os reais.
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CONTABILIDADE
 Saiba mais
Se você se interessar em tecnologia da informação aplicada à 
contabilidade e métodos utilizados em uma contabilidade on-line, leia 
o artigo do autor deste livro: <http://www.congressousp.fipecafi.org/
artigos102010/433.pdf>.
É importante também comentar que, para a realização de qualquer exercício de contabilidade, é 
sempre importante seguir três dicas:
a) fazer o exercício passo a passo, sem a vontade de pular ou economizar etapas;
b) imaginar que se trata de uma situação real, em que você precisa de fato apresentar uma solução;
c) colocar-se sempre no ponto de vista da empresa.
 Observação
Esse aspecto de “colocar-se sempre no ponto de vista da empresa” é 
muito importante e faz toda a diferença! Estamos acostumados a olhar a 
empresa de fora para dentro, mas o contador sempre considera as coisas de 
dentro para fora, como se ele fosse a própria empresa. Então, digamos que 
a empresa tenha comprado mercadorias. O contador vê como se ele (como 
empresa) tivesse comprado as mercadorias!
Vamos lá:
4.1 Operações envolvendo contas de ativo, passivo e patrimônio líquido
Este é um processo de estudo que se baseia no fato de que, após a realização de uma operação, 
é apurado um balanço patrimonial. Após outra operação, será feito um novo balanço patrimonial 
partindo-se do anterior, e assim sucessivamente.
Esse processo não é o usual nos escritórios contábeis, em que se apura periodicamente um balanço 
patrimonial, e essa apuração é chamada de fechamento. Como normalmente são muitas operações, não 
é possível apurar um balanço patrimonial após cada operação; no entanto, trata-se de um poderoso 
processo para se estudar contabilidade.
Uma orientação para estudar eficientemente contabilidade (neste exercício e em qualquer outro) é 
imaginar que a situação proposta é real. Assim, resolva os exercícios passo a passo, como se estivesse 
trabalhando de verdade. 
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Na empresa Cia. Alef, no ano de 20X6, ocorreram as seguintes operações:
1. Vários empresários fundam uma Sociedade Anônima denominada Alef, subscrevendo um capital 
social de R$ 1.000,00.
 Saiba mais
Abrir uma nova empresa é um dos atos mais importantes, devendo ser 
devidamente registrado nos órgãos públicos do município, do estado e 
do país.
Visite o site da Junta Comercial do seu estado e conheça o processo para o 
registro de uma empresa. Em São Paulo, o endereço é: <www.jucesp.sp.gov.br/>.
2. Integralização do capital em dinheiro.
 Observação
Um sócio não precisa necessariamente injetar capital em uma empresa 
na forma de dinheiro (recursos financeiros). É possível integralizar capital 
em bens, como casas, imóveis comerciais e animais.
No entanto, o momento em que o sócio efetivamente disponibiliza 
o recurso financeiro ou transfere o bem para a empresa é considerado 
“integralização de capital”.
3. Compra de mesas e cadeiras por R$ 100,00 à vista.
4. Compra de automóvel para entrega por R$ 200,00 a prazo.
5. Compra de prédio por R$ 10.000,00 para abrigar a sede da empresa, sendo R$ 500,00 à vista e o 
restante a crédito.
Observemos essas operações passo a passo:
1. Vários empresários fundam uma Sociedade Anônima denominada Alef, subscrevendo um capital 
social de R$ 1.000,00.
A subscrição de capital representa a promessa do investimento feito pelos sócios e será representada 
pela conta capital a integralizar. Isso é um direito da empresa perante os sócios, e devido a issoa 
conta é colocada no ativo.
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CONTABILIDADE
O investimento dos proprietários é representado pela conta capital social, a ser representada no 
patrimônio líquido.
Quadro 12 
Balanço patrimonial Cia. Alef 
Momento 1
Lançamento 1/5
Ativo Passivo
Patrimônio líquido
Capital social R$ 1.000,00
Capital a integralizar R$ (1.000,00)
Ativo R$ 0,00 Passivo+PL R$ 0,00
2. Integralização do capital em dinheiro.
Observa-se que o capital da empresa foi integralizado na forma de espécie monetária. Devido ao 
fato de a conta caixa ser um bem, e todo bem ser ativo, será zerada a conta capital a integralizar 
e surgirá a conta caixa (um bem monetário – ativo).
Neste momento, elabora-se o balanço patrimonial nº 1 por meio de seus dados. A integralização 
significa que os sócios pagaram à empresa o que lhe deviam, desfazendo a conta capital a integralizar.
Como a integralização foi em dinheiro, a conta que representará será o caixa. Observa-se que o 
capital social continua sem modificações.
Quadro 13 
Balanço patrimonial Cia. Alef 
Momento 2
Lançamento 2/5
Ativo Passivo
Caixa R$ 1.000,00
Patrimônio líquido
Capital social R$ 1.000,00
Ativo R$ 1.000,00 Passivo+PL R$ 1.000,00
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3. Compra de mesas e cadeiras por R$ 100,00 à vista.
Partindo do balanço patrimonial anterior, teremos de representar agora a operação de compra de 
bem à vista. Com isso, serão subtraídos R$ 100,00 da conta caixa, e surgirá uma nova conta no 
ativo – móveis e utensílios –, com o valor de R$ 100,00.
Quadro 14 
Balanço patrimonial Cia. Alef 
Momento 3
Lançamento 3/5
Ativo Passivo
Caixa R$ 900,00
 -
Móveis e utensílios R$ 100,00
Patrimônio líquido
Capital social R$ 1.000,00
Ativo R$ 1.000,00 Passivo+PL R$ 1.000,00
4. Compra de automóvel para entrega por R$ 200,00 a prazo.
Nesta operação, a empresa compra outro bem, gera um aumento de ativo (conta: veículos) e, 
por ter sido a prazo, gera uma dívida no passivo (duplicatas a pagar). As demais contas não 
se alteram.
Quadro 15 
Balanço patrimonial Cia. Alef 
Momento 4
Lançamento 4/5
Ativo Passivo
Caixa R$ 900,00
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Móveis e utensílios R$ 100,00
Veículos R$ 200,00
Duplicatas a pagar R$ 200,00
Patrimônio líquido
Capital social R$ 1.000,00
Ativo R$ 1.200,00 Passivo+PL R$ 1.200,00
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CONTABILIDADE
5. Compra de prédio por R$ 10.000,00 para abrigar a sede da empresa, sendo R$ 500,00 à vista e o 
restante a crédito.
Nesta operação, a empresa ampliou seu ativo, por meio da compra de um imóvel, sendo pagos 
R$ 500,00 à vista; o restante gera uma ampliação nas dívidas da empresa, e reduziu-se a conta 
caixa em R$ 500,00. Pelo pagamento da parte à vista, criam-se a conta imóveis, no valor de 
R$ 10.000,00, e, no passivo, a conta notas promissórias a pagar, para representar a parcela 
de compra do imóvel feita a prazo. As demais contas não se alteram.
Quadro 16 
Balanço patrimonial Cia. Alef 
Momento 5
Lançamento 5/5
Ativo Passivo
Caixa R$ 400,00
Móveis e utensílios R$ 100,00
Veículos R$ 200,00
Imóveis R$ 10.000,00
Duplicatas a pagar R$ 200,00
Nota promissória a pagar R$ 9.500,00
Patrimônio líquido
Capital social R$ 1.000,00
Ativo R$ 10.700,00 Passivo+PL R$ 10.700,00
Veja mais um exemplo:
Na empresa “Triremo Trocadora de Peças”, em janeiro de 20X2, ocorreram as seguintes operações:
1. Investimento inicial de capital no valor de R$ 20.000,00 em dinheiro.
2. Compra à vista de equipamentos por R$ 4.000,00.
3. Compra de peças para reparo, nas seguintes condições: R$ 1.000,00 à vista e R$ 2.000,00 a prazo.
4. Venda de peças a prazo no valor de R$ 1.000,00 ao preço de custo.
5. Compra a prazo de um furgão, por R$ 1.200,00, mediante o aceite de uma duplicata.
6. Pagamento de metade do saldo devido pela compra das peças de reparos.
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Unidade I
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7. Obtenção de um empréstimo no Banco Objetivo no valor de R$ 10.000,00 mediante uma emissão 
de nota promissória.
8. Investimento, aumentando o capital em mais R$ 10.000,00, sendo R$ 5.000,00 em dinheiro e 
R$ 5.000,00 em peças para reparo.
9. Venda à vista de R$ 200,00 em peças de reparo ao preço de custo.
10. Recebimento da venda a prazo do item 4.
Observemos essas operações passo a passo:
1. Investimento inicial de capital no valor de R$ 20.000,00 em dinheiro.
Observa-se que o capital da empresa foi integralizado na forma de espécie monetária, porque a 
conta caixa é um bem, e todo bem é ativo (um bem monetário – ativo).
Neste momento inicial, elabora-se o balanço patrimonial por meio dos dados do contrato social da 
empresa. Como a integralização foi, no ato do início da empresa, em espécie monetária (isto é, em 
dinheiro), a conta que representará será o caixa. Observa-se que o capital social será demonstrado 
pelo valor total que foi aplicado no ativo.
Quadro 17 
Balanço patrimonial Cia. Triremo 
Momento 1
Lançamento 1/10
Ativo Passivo
Caixa R$ 20.000,00
Patrimônio líquido
Capital social R$ 20.000,00
Ativo R$ 20.000,00 Passivo+PL R$ 20.000,00
2. Compra à vista de equipamentos por R$ 4.000,00.
Partindo do balanço patrimonial anterior, teremos de representar agora a operação de compra de 
bem, à vista. Com isso, serão subtraídos da conta caixa R$ 4.000,00, e surgirá uma nova conta no 
ativo – equipamentos –, com o valor de R$ 4.000,00.
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4
CONTABILIDADE
Quadro 18 
Balanço patrimonial Cia. Triremo 
Momento 2
Lançamento 2/10
Ativo Passivo
Caixa R$ 16.000,00
Móveis e utensílios R$ 4.000,00
Patrimônio líquido
Capital social R$ 20.000,00
Ativo R$ 20.000,00 Passivo+PL R$ 20.000,00
3. Compra de peças para reparo, nas seguintes condições: R$ 1.000,00 à vista e R$ 2.000,00 a prazo.
Partindo do balanço patrimonial anterior, teremos agora de representar a operação de compra de 
outro bem. Com isso, serão subtraídos da conta caixa R$ 1.000,00, e surgirá uma nova conta no 
ativo – peças para reparos –, com o valor de R$ 3.000,00 (valor integral da nota fiscal). Esta gerará 
uma obrigação à conta fornecedores no passivo, no valor que a empresa se prontificou a pagar a 
prazo: R$ 2.000,00.
Quadro 19 
Balanço patrimonial Cia. Triremo 
Momento 3
Lançamento 3/10
Ativo Passivo
Caixa R$ 15.000,00
Mercadorias R$ 3.000,00
Móveis e utensílios R$ 4.000,00
Fornecedores R$ 2.000,00
Patrimônio líquido
Capital social R$ 20.000,00
Ativo R$ 22.000,00

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