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ORGANIZAÇÃO-DO-TRABALHO-PEDGÓGICO-NA-ÁREA-DE-SURDO-CEGUEIRA-2

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FACULDADE FUTURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDGÓGICO NA ÁREA DE 
SURDO-CEGUEIRA 
 
 
 
 
 
 
VOTUPORANGA – SP 
 
SUMÁRIO 
1 AS DEFICIÊNCIAS ............................................................................ 5 
2 DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA .................................................................. 7 
2.1 Definição e informações sobre surdo cegueira ........................... 7 
3 ORIENTAÇÕES PARA A CONVIVÊNCIA COM OS SURDO 
CEGOS 9 
4 MITOS SOBRE AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA ....................... 10 
4.1 Deficiência é sempre fruto de herança familiar ......................... 10 
4.2 As pessoas com deficiência são todas amigas ou familiares uns 
dos outros 11 
4.3 Existem remédios milagrosos que curam as deficiências ......... 11 
4.4 Deficiência é doença ................................................................. 11 
4.5 Pessoas com deficiência física não têm vida sexual ................. 11 
4.6 Todo surdo é mudo ................................................................... 12 
4.7 A pessoa com deficiência mental gosta de trabalhos 
repetitivos 12 
4.8 Só há duas categorias de pessoas: os cegos e os que vêm 
"normalmente" .............................................................................................. 12 
4.9 Todo cego tem tendência à música ........................................... 13 
5 A SURDOCEGUEIRA ...................................................................... 13 
6 DIFERENÇAS ENTRE DIFICULDADES E DISTÚRBIOS DE 
APRENDIZAGEM ............................................................................................. 21 
7 DISLEXIA ......................................................................................... 23 
8 DISGRAFIA ...................................................................................... 29 
8.1 Má organização da página ........................................................ 31 
8.2 Má organização das letras ........................................................ 31 
9 FORMAS E PROPORÇÕES ............................................................ 31 
10 DISORTOGRAFIA ........................................................................ 33 
10.1 Características da disortografia: ............................................. 34 
11 AFASIA ......................................................................................... 35 
12 DISCAUCULIA .............................................................................. 36 
13 ACAUCULIA ................................................................................. 36 
14 GAGUEIRA ................................................................................... 37 
15 DÉFICIT DE ATENÇÃO ............................................................... 38 
16 HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE ........................................... 39 
17 DESATENÇÃO ............................................................................. 40 
18 DEFICIÊNCIA SENSORIAL.......................................................... 42 
18.1 Conceito ................................................................................. 42 
18.2 Tipos ...................................................................................... 42 
19 DEFICiÊNCIA VISUAL ................................................................. 43 
20 DEFICIÊNCIA AUDITIVA ............................................................. 43 
21 SURDO-CEGUEIRA ..................................................................... 43 
22 MÚLTIPLA DEFICIÊNCIA SENSORIAL ....................................... 44 
22.1 Dados estatísticos .................................................................. 44 
23 CAUSAS DA DEFICIÊNCIA AUDITIVA ........................................ 44 
23.1 Fatores de risco ..................................................................... 45 
23.2 Identificação ........................................................................... 46 
23.3 Exames para diagnóstico correto ........................................... 46 
24 MÚLTIPLA DEFICIÊNCIA SENSORIAL ....................................... 47 
24.1 Condições básicas ................................................................. 47 
24.2 Trabalho em equipe ............................................................... 49 
24.3 O papel da família .................................................................. 50 
24.4 Planificação futura .................................................................. 52 
25 ASPECTOS EDUCACIONAIS IMPORTANTES PARA A INCLUSÃO
 56 
26 TIPOS DE DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM ........................... 58 
27 DISTÚRBIOS DE ENTRADA ........................................................ 58 
27.1 Distúrbios de percepção visual .............................................. 59 
27.2 Distúrbios de percepção auditiva ........................................... 60 
27.3 Distúrbios de integração ........................................................ 61 
27.4 Distúrbios de sequência ......................................................... 61 
27.5 Distúrbios de abstração ......................................................... 62 
27.6 Distúrbios de memória ........................................................... 62 
27.7 Distúrbios de saída ................................................................ 63 
27.8 Distúrbios de linguagem ......................................................... 63 
27.9 Distúrbios de atividade motora ............................................... 64 
28 TERAPIAS DA GAGUEIRA .......................................................... 65 
28.1 Técnica “Sombreananto”: ....................................................... 65 
28.2 Técnica “Feedback auditivo retardado” (FAR): ...................... 65 
28.3 Terapia da “silabação”: .......................................................... 66 
28.4 Técnica “metrônomo eletrônico”: ............................................ 66 
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 67 
 
 
 
 
 
 
 
AS DEFICIÊNCIAS 
 
www.cemanosdeitabuna.ning.com 
 
As estimativas de 1976 da Organização Mundial da Saúde (OMS) 
calculam que cerca de 10% dos habitantes de países em desenvolvimento em 
tempos de paz são portadores de deficiência, um índice que, aplicado à 
população da América Latina e Caribe, aponta para a existência de 420 milhões 
de pessoas com deficiência, das quais estima-se que cerca de 40% são 
analfabetas. 
Estudos têm apontado que a conjunção de fatores como analfabetismo, 
pobreza, desnutrição, precárias condições de saneamento básico e más 
condições de saúde pública ocasionam diversos tipos de deficiência. Estima-se, 
ainda, que parte considerável destas ocorrências poderia ser evitada, caso as 
políticas públicas contemplassem devidamente estas questões. 
A condição da deficiência desperta reações de discriminação e 
preconceito, que reforçam a situação de exclusão vivida por estas pessoas. 
Acreditamos que a informação e a comunicação são armas eficazes para 
combater tais atitudes, ajudar a promover o respeito à diversidade, assim como 
prevenir a ocorrência de novos casos de deficiência. 
Nem todos os países contam com estatísticas confiáveis e atualizadas 
sobre o número de pessoas com deficiência em seu território. Em 2000, o Banco 
Interamericano de Desenvolvimento (Inter-American Development Bank) fez 
uma pesquisa consultando instituições de vinte países da América Latina. Os 
representantes de cinco deles disseram usar as estimativas da OMS por nunca 
terem feito um censo que incluísse a temática da deficiência. Os índices 
encontrados nos outros países variavam de 1,2% na Colômbia a 13,1% no Peru. 
O mais recente censo demográfico do Brasil, realizado pelo IBGE - 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2000, revela que 14,5% da 
população total, ou seja, 24,5milhões de brasileiros possuem alguma espécie 
de incapacidade física, mental ou sensorial (auditiva ou visual). 
Essas pessoas e seus familiares também são parte de uma outra 
estatística crescente, a de excluídos digitais, pessoas que não possuem acesso 
às tecnologias de informação e comunicação estando, portanto, em posição de 
desvantagem para buscar informações e vagas em um mercado de trabalho 
cada vez mais competitivo, para citar apenas algumas situações desfavoráveis. 
Segundo as premissas gerais sobre Inclusão Digital do Governo 
Eletrônico do Brasil, "a exclusão digital aprofunda a exclusão socioeconômica. 
Toda a população deve ter garantido o direito de acesso ao mundo digital, tanto 
no âmbito técnico/físico (sensibilização, contato e uso básico) quanto intelectual 
(educação, formação, geração de conhecimento, participação e criação)". 
As pessoas que são excluídas do mundo digital o são por diversos fatores: 
pelo seu poder aquisitivo; por sua resistência ao uso das Tecnologias de 
Informação e Comunicação, independentemente de classe econômica e das 
possibilidades de acesso, como muitas pessoas da Terceira Idade. Outro fator 
excludente (ou dificultador) é a extensa utilização da língua inglesa na Internet - 
praticamente metade das páginas estão neste idioma. O tipo de equipamento e 
os softwares utilizados também podem se constituir em fatores de exclusão. 
Outro segmento que ainda está muito excluído do mundo virtual e que constitui 
justamente o público-alvo deste CD-ROM é aquele formado pelas pessoas com 
deficiência, para as quais as Tecnologias de Informação e Comunicação podem 
representar oportunidades preciosas para expressão e comunicação pessoal e 
social, para educação, lazer e trabalho - ou seja, para a inserção social. 
DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA 
Definição e informações sobre surdo cegueira 
As pessoas portadoras de deficiência múltipla são aquelas afetadas em 
duas ou mais áreas, caracterizando uma associação entre diferentes 
deficiências, com possibilidades bastante amplas de combinações. Um exemplo 
seriam as pessoas que têm deficiência mental e física. A múltipla deficiência é 
uma situação grave e, felizmente, sua presença na população geral é menor, em 
termos numéricos. Talvez os Telecentros raramente (ou nunca) recebam 
pessoas com múltipla deficiência, mas consideramos importante trazer 
informações sobre esta possibilidade. 
Tradicionalmente, os profissionais especializados e os familiares de 
pessoas com múltipla deficiência focalizavam sua atenção no que estas pessoas 
não podiam fazer, em suas desvantagens e dificuldades. Atualmente temos uma 
postura diferente: preocupamo-nos em descobrir quais são as possibilidades que 
a criança apresenta e quais são as suas necessidades, em vez de destacar suas 
dificuldades. Assim, temos descoberto formas e métodos para atendê-la. 
É importante que a família seja orientada a manter um contato com essa 
criança por meio dos sentidos que não foram lesados, para estimular o resíduo 
auditivo e, principalmente, o resíduo visual, se houver. Por exemplo: a família do 
bebê surdo cego deve passar informações a ele por meio de toques afetivos; ele 
deve sentir que é amado e perceber a presença do adulto através de 
brincadeiras. 
As instituições que recebem os casos de múltipla deficiência costumam 
atender principalmente casos de surdo cegueira, que combinam as deficiências 
auditiva e visual. A pessoa que tem surdo cegueira não pode ser comparada com 
um surdo nem com um cego, pois a pessoa com cegueira e a pessoa surda 
utilizam seus sentidos de forma complementar: a pessoa com deficiência visual 
trabalha mais sua audição e a pessoa surda conta mais com sua visão. No caso 
da surdocegueira, está complementação não acontece - é uma outra deficiência. 
É por esta razão que escrevemos está deficiência com uma só palavra, "surdo 
cegueira". 
O grupo mais numeroso de surdo cegos é composto por pessoas com 65 
anos ou ainda mais idosas, que adquiriram a deficiência sensorial tardiamente. 
As causas da surdocegueira podem ser: 
 Acidentes graves; 
 Síndrome de Usher (as manifestações clínicas desta síndrome de 
origem genética incluem a surdez, que se manifesta logo no início da 
vida e a perda visual que ocorre, geralmente, mais tarde); 
 Surdo cegueira congênita, resultante de doenças como a rubéola ou 
de nascimentos prematuros. 
É difícil imaginar como uma pessoa surdo cega se comunica, mas isso é 
possível. Os surdos cegos possuem diversas formas para se comunicar com as 
outras pessoas. 
A LIBRAS, Língua Brasileira de Sinais, desenvolvida para a educação dos 
surdos, pode ser adaptada aos surdos cegos, utilizando-se o tato. Colocando a 
mão sobre a boca e o pescoço de um intérprete, a pessoa com surdo cegueira 
pode sentir a vibração de sua voz e entender o que está sendo dito. Esse método 
de comunicação é chamado de Tadoma. 
Também é possível para o surdo cego escrever na mão de seu intérprete, 
utilizando o alfabeto manual dos surdos, soletrando as palavras ou ele pode 
redigir suas mensagens em sistema braile, que é um alfabeto composto por 
pontos em relevo criado para a comunicação dos portadores de deficiência 
visual. 
Existe ainda o alfabeto moon, que substitui as letras por desenhos em 
relevo e o sistema pictográfico, que usa símbolos e figuras para designar os 
objetos e ações. Há casos de crianças surdo cegas brasileiras que desenvolvem 
condições de serem educadas com os surdos, comunicando-se em LIBRAS e 
usando o braile para o conhecimento da leitura e escrita. Mas, para que isso 
aconteça é necessário que a intervenção seja precoce, ou seja, quando a criança 
for bem pequena. Cada surdo cego adulto tem o direito de decidir qual vai ser 
sua forma de comunicação, para que participe das atividades em casa, no 
trabalho e no lazer. 
Carlos Roberto, surdo cego que mora no Estado de São Paulo, Brasil, diz: 
"descobri outro sentido, com o tato consigo ver o mundo". Ele se desenvolveu 
tão bem comunicando-se em LIBRAS que está sempre rodeado de amigos, 
conversando e contando piadas e está aprendendo atualmente o braile. 
 
 
Fonte: www.anacastroaeevivaainclusao.blogspot.com.br 
ORIENTAÇÕES PARA A CONVIVÊNCIA COM OS SURDO CEGOS 
 Ao aproximar-se de um surdo cego, deixe que ele perceba sua presença 
com um toque. Combine um sinal para que ele o identifique da próxima 
vez que se encontrarem; 
 Aprenda e use o método de comunicação que ele souber, mesmo que 
seja elementar, bem simples; 
 Tenha a certeza de que o surdo cego o está percebendo quando tentar 
se comunicar. Lembre-se que você não pode se comunicar à distância; 
 Encoraje-o a usar a fala se ele conseguir, mesmo que ele saiba apenas 
algumas palavras; 
 Se outras pessoas estiverem presentes, avise-o quando for o momento 
apropriado para ele falar; 
 Avise-o sempre do que o rodeia; 
 Informe-o quando sair, mesmo que seja por pouco tempo; 
 Assegure-se que ele está confortável e em segurança. Se ele precisar de 
algo para se apoiar durante a sua ausência, coloque a mão dele no que 
servirá de apoio. Nunca o deixe sozinho num ambiente que não lhe seja 
familiar; 
 Mantenha-se próximo dele para que ele perceba a sua presença; 
 Ao andar deixe-o apoiar-se no seu braço, nunca o empurre ou puxe-o pelo 
braço; 
 Utilize sinais simples para o avisar da presença de escadas, uma porta ou 
um carro; 
 Um surdo cego que esteja apoiado no seu braço perceberá qualquer 
mudança no seu andar; 
 Escreva devagar na palma da mão do surdo cego, utilizando as letras de 
forma do alfabeto manual. 
MITOS SOBRE AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA 
Os preconceitos são sustentados por mitos (ideias falsas, sem 
correspondente na realidade) nos quais as pessoas acreditam sem muitas vezes 
perceber o quanto eles são absurdos. 
Estes preconceitos são transmitidos na sociedade sem serem percebidos, 
como se fossem naturais. Para isso a únicacura é a informação e o convívio 
com pessoas diversas. Abaixo mostramos alguns mitos. Conhecendo-os e 
refletindo a respeito ficará mais fácil combatê-los. 
Deficiência é sempre fruto de herança familiar 
No Brasil e no mundo as grandes causas de deficiência não têm origem 
genética e nem são hereditárias. Na maior parte dos casos elas são resultadas 
da falta de saneamento básico que ocasiona infecções, falta de assistência pré-
natal e ao parto e, principalmente, os acidentes de carro e a violência por arma 
de fogo. 
As pessoas com deficiência são todas amigas ou familiares uns dos outros 
As pessoas quando encontram alguém com deficiência costumam 
perguntar se ela conhece uma outra pessoa "assim, assado, com uma cadeira 
de tal cor", como se todas as pessoas com deficiência do mundo se 
conhecessem e fossem amigas. As pessoas com deficiência não vivem em um 
mundo à parte onde só existem outras pessoas assim e o fato de terem a mesma 
deficiência, por exemplo, não faz com que automaticamente concordem sobre 
tudo. São pessoas diferentes com diferentes visões de mundo, assim como 
qualquer outra. 
Existem remédios milagrosos que curam as deficiências 
Apesar dos esforços e conquistas decorrentes das pesquisas e do 
conhecimento de biologia molecular, os diferentes tipos de deficiência ainda não 
têm cura. Em alguns casos existem medicamentos que podem auxiliar em um 
ou outro sintoma, mas o mais importante é a estimulação da pessoa e a 
minimização da desvantagem, ou seja, tornar o ambiente mais acessível física e 
atitudinalmente para que todos possam usufrui-lo. 
Deficiência é doença 
Deficiência não é doença nem é contagiosa. Uma deficiência pode ser 
sequela de uma doença, mas não é a própria doença. 
Pessoas com deficiência física não têm vida sexual 
Sexualidade é algo muito mais amplo que sexo e, consequentemente, 
sexo é muito mais que genitalidade. A pessoa com deficiência física, seja homem 
ou mulher, tem vida sexual, namora, casa e na maior parte dos casos pode ter 
filhos. 
 
 
Fonte: www.educouto69.wordpress.com 
Todo surdo e mudo 
A pessoa com surdez na maior parte dos casos apresenta os órgãos fono-
articulatórios íntegros e tem todo o potencial para desenvolvimento da fala. 
Não é porque é surdo que se torna automaticamente mudo. A mudez autêntica 
é extremamente rara e decorrente de lesões cerebrais. 
A pessoa com deficiência mental gosta de trabalhos repetitivos 
Algumas pessoas podem se sentir mais confortáveis com atividades 
repetitivas, isso faz parte da diversidade humana de aptidões e personalidades, 
mas não é característica de um determinado grupo de pessoas. 
Algumas pessoas com deficiência mental gostam de ambientes e 
atividades mais estruturadas, outras gostam das expressivas e artísticas, ou 
seja, como qualquer outra pessoa elas têm gostos e preferências. 
Só há duas categorias de pessoas: os cegos e os que vêm "normalmente" 
Existem pessoas com baixa visão, podem distinguir formas ou cores. 
Algumas pessoas com baixa visão podem ler com o auxílio de uma lupa. 
Também existem as pessoas que não enxergam. 
Todo cego tem tendência à música 
A pessoa cega tem uma atenção diferenciada aos estímulos auditivos, 
afinal a audição a auxilia na locomoção e localização, ajudando na noção de 
distância. Daí para esta atenção tornar-se um talento sobrenatural para a 
música, há uma grande diferença. 
A SURDOCEGUEIRA 
A surdocegueira é a incapacidade total ou parcial de audição e visão, 
simultaneamente. Assim como no caso da surdez, a surdocegueira pode ser 
identificada com a cultura das pessoas que pertencem a este grupo. Em termos 
de senso comum, ao falar de alguém surdocego, lembramos Helen Keller e sua 
professora Anne Sullivan, como história de sucesso ao desafio de viver sem 
visão e audição. 
A maior parte das pessoas com surdocegueira têm ainda limitações 
noutros domínios. A surdocegueira é a deficiência, em diversos graus, dos 
sentidos de audição e visão; isto é, o surdocego pode ver ou ouvir em pequenos 
níveis, dependendo do caso. 
Com base nos estudos de McInnes, a fim de classificarmos alguém de 
surdocego é preciso que esse indivíduo não tenha suficiente visão para 
compensar a perda auditiva, ou vice-versa, que não possua audição suficiente 
para compensar a falta de visão. Vários autores tais como Writer, Freeman, 
Wheeler & Griffin, McInnes defendem a surdocegueira como única, não como a 
soma de dois comprometimentos sensoriais. 
Segundo o ponto de vista sensorial de Miles e Riggio, surdocegos podem 
ser: 
 Indivíduos surdos profundos e cegos; 
 Indivíduos surdos e têm pouca visão; 
 Indivíduos com baixa audição e que são cegos; 
 Indivíduos com alguma visão e audição. 
Antigamente, pensava-se que a principal causa da surdocegueira seria a 
Síndrome da Rubéola Congénita. Hoje em dia, com a tecnologia mais avançada, 
sabe-se que as principais causas se relacionam com a prematuridade ou com 
várias anomalias congétitas, tais como: rubéola, síndromes 
(Down, Usher, Trissomia 13, entre outras), anomalias congénitas (síndrome 
CHARGE, hidrocefalia, microcefalia, síndroma fetal alcoólico, abuso 
de drogas pela mãe, entre outras), prematuridade e disfunções pré-natais 
congénitas (SIDA, toxoplasmose, herpes, sífilis) e causas pós-natais (asfixia, 
traumatismo craniano, encefalite, meningite). Há, no entanto, estudiosos que 
acreditam que a principal causa é ainda desconhecida. 
Acredita-se que cerca de 80 a 90% da informação é recebida pelo ser 
humano visual ou auditivamente; assim sendo, a privação destas duas 
capacidades provoca alterações drásticas no acesso da pessoa à informação e 
no seu desenvolvimento. 
A dependência do surdocego aos outros é total, quer para aceder a 
objectos e às pessoas, quer para obter ajuda quanto à organização e à 
compreensão da informação acerca do meio que o rodeia, com o objectivo de se 
relacionar com o mundo, quebrando assim o isolamento. 
O tato desempenha um papel crucial na comunicação e desenvolvimento 
com estes indivíduos. 
Há quem defenda que diversos graus de surdez e deficiência visual gerem 
quadros específicos de comportamento e de adaptação educacional. Assim 
sendo, este conceito desencadeia a necessidade de categorização dos 
surdocegos em dois níveis: o sensorial, e o educacional. 
Os comportamentos apresentados por surdocegos são decorrentes de 
como eles estabelecem contacto com o ambiente, de qual o recuso que usam 
para se comunicar e se conseguem fazer-se compreender e compreender os 
outros. A singularidade da surdocegueira prende-se ao prejuízo no processo de 
desenvolvimento devido à falta de comunicação e de interação social. 
No que toca ao comportamento infantil, ressaltam-se dois grupos: um de 
crianças que apresentam comportamento hipoativo (distanciando-se do 
ambiente social, isolando-se, evitando comunicar-se), e outro de crianças com 
comportamento hiperativo (que nunca param, apresenta contato visual e 
apresentam defesa táctil). Pesquisadores afirmam que a privação sensorial, no 
caso das crianças, lhes limita as respostas aos indivíduos ou às atividades do 
seu ambiente, isto é, interagem de forma artificial, ou estereotipada. Afirmam 
ainda que essas crianças demonstram uma alteração significativa no 
desenvolvimento das habilidades de comunicação, mobilidade e acesso à 
comunicação. 
A criança surdocega pode apresentar os seguintes comportamentos: 
 Comportamento autista (movimentos estereotipados e/ou rítmicos); 
 Comportamento social imaturo; 
 Inabilidade de comportamento afectivo; 
 Dificuldade de uso dos sentidos próximos. 
Considera-se uma criança com múltipla deficiência sensorial aquela que 
apresenta deficiência visual e auditiva associadas a outras condições de 
comportamento e comprometimentos, sejam eles na área física, intelectual ou 
emocional, e dificuldades de aprendizagem. Quase sempre, os canais de visãoe audição não são os únicos afetados, mas também outros sistemas, como os 
sistemas tátil (toque), vestibular (equilíbrio), proprioceptivo (posição corporal), 
olfativo (aromas e odores) ou gustativo (sabor). Limitações em uma dessas áreas 
podem ter um efeito singular no funcionamento, aprendizagem e 
desenvolvimento da criança (PERREAULT, 2002). 
Crianças que apresentam graves comprometimentos múltiplos e 
condições médicas frágeis: 
1. Apresentam mais dificuldades no entendimento das rotinas diárias, 
gestos ou outras habilidades de comunicação; 
2. Demonstram dificuldades acentuadas no reconhecimento das pessoas 
significativas no seu ambiente; 
3. Realizam movimentos corporais sem propósito; 
4. Apresentam resposta mínima a barulho, movimento, toque, odores e/ou 
outros estímulos. 
 
Fonte: www.atividadeparaeducacaoespecial.com 
Muitas dessas crianças têm dificuldade na obtenção e manutenção do 
estado de alerta. Isso é crítico porque a prontidão é o estado comportamental 
em que as crianças estão mais receptivas à estimulação, aprendem melhor e 
são capazes de responder de uma maneira socialmente aceita. Crianças com 
múltipla deficiência sensorial têm uma variedade de necessidades especiais que 
se assemelham às necessidades da criança surdas cegas. Nesse sentido, toda 
a abordagem descrita neste documento aplica-se também à criança com múltipla 
deficiência sensorial. 
A criança surda cega não é uma criança surda que não pode ver e nem 
um cego que não pode ouvir. Não se trata de simples somatória de surdez e 
cegueira, nem é só um problema de comunicação e percepção, ainda que 
englobe todos esses fatores e alguns mais (MCINNES & TREFFY, 1991). 
Segundo Telford & Sawrey (1976), quando a visão e audição estão 
gravemente comprometidas, os problemas relacionados à aprendizagem dos 
comportamentos socialmente aceitos e a adaptação ao meio se multiplicam. A 
falta dessas percepções limita a criança surdo cega na antecipação do que vai 
ocorrer a sua volta. A entrada da mãe no quarto do bebê, por exemplo, pode não 
significar tranquilidade, comida ou carinho, mas pode promover instabilidade e 
insegurança. Sua dificuldade na antecipação dos fatos faz com que cada 
experiência possa parecer nova e assustadora, como ser transportada de um 
lugar para o outro, sentir na boca a introdução de um alimento novo ou ser tocado 
repentinamente. Ainda como resultado da privação da visão e audição, sua 
motivação na exploração do ambiente é proporcionalmente diminuída. Seu 
mundo se limita ao que por casualidade está ao alcance de sua mão e, 
sobretudo, a si mesmo. 
Essas crianças precisam ser encorajadas a desenvolver um estilo de 
aprendizagem próprio para compensar suas dificuldades visuais e auditivas e 
para estabelecer e manter relações interpessoais. Portanto, as trocas interativas 
das crianças precisam estar orientadas para o desenvolvimento dos sentidos 
remanescentes, entre eles, cutâneo, cinestésico (corporal - articulações e 
músculos; e, sensorial - visceral), gustativo e olfativo, como forma de acesso à 
informação na ausência dos sentidos da visão e audição. 
Myklebust (1971) afirma que quando faltam os sentidos de distância, o 
tato assume o papel de sentido-guia, sendo complementado pelos sentidos 
remanescentes na exploração e no estabelecimento de contatos com o mundo 
exterior. Como lembram Vygotski (1995), e Salomon (2002), é necessário que 
os estímulos proporcionados sejam apropriados à singularidade de cada criança. 
Telford & Sawrey (1976) destacam a importância de despertar na criança, por 
meio de outros canais sensoriais, o desejo de aprender. É, portanto, preciso 
vencer “o isolamento do indivíduo surdo cego e só depois de ter sido 
estabelecido o contato efetivo e seu isolamento ser reduzido é que a instrução 
formal se torna possível” (TELFORD & SAWREY, 1976, P. 389). 
Além de não poder valer-se dos sentidos de distância (visão e audição) 
para captar informações reais do mundo, a criança surdocega pode apresentar 
alguns problemas decorrentes de saúde, aspecto que pode vir a interferir no 
processo de ensino e aprendizagem. Em ambos os casos o desafio é complexo: 
as crianças precisam desenvolver formas de comunicação inteligíveis com os 
seus interlocutores, antecipar sucessos futuros ou o resultado de suas ações. 
Além dessas questões, é importante que a criança esteja motivada a participar 
de experiências externas, ainda que básicas, como alimentação, higiene, lazer 
etc. O processo de aprendizagem ocorre por repetição e estimulação orientada 
em contextos naturais, dado que a surdo cegueira interfere na capacidade de 
aprendizagem espontânea e na capacidade de imitação. 
A criança surdocega é portadora de características únicas, que resultam 
do efeito combinado das deficiências auditiva e visual. As características clínicas 
que definem a criança, do ponto de vista oftalmológico e audiológico, são 
insuficientes para prever o quanto poderá se desenvolver quando imersa num 
ambiente que proporcione uma estimulação adequada às suas necessidades 
(CADER & COSTA, 2001). 
A característica da interação da criança com deficiência primária no 
ambiente, frequentemente marcada pela carência de estímulos, pode 
desencadear um desenvolvimento atípico, compatível com os limites impostos 
pela combinação das deficiências auditiva e visual. 
Assim, enquanto o surdo utiliza o campo visual-espacial como principal 
via de acesso às informações e ao estabelecimento de interações com o meio, 
o cego utiliza o campo auditivo temporal (CADER, 1997). Já o surdo cego 
necessitará aprender a utilizar os sentidos remanescentes e/ou os resíduos 
auditivos e visuais para o estabelecimento de trocas significativas e necessárias 
à sua participação efetiva no ambiente. 
A falta de audição faz com que a criança surdocega não possa responder 
usando a fala ou o movimento do corpo (ex: voltar-se para a pessoa que a 
chama). Outras vezes, o comprometimento visual pode restringir os movimentos 
da criança na exploração sensório motora de seu ambiente físico e humano. 
As implicações das limitações visuais e auditivas nas interações podem 
ser minimizadas com a introdução do toque. Muitas crianças parecem não gostar 
de serem tocadas por não conseguirem identificar a origem e o significado do 
toque. Nesses casos, a utilização de objetos e/ou toques familiares à criança 
poderão ser usados como meio intermediário entre a criança e o professor. Esse 
é um fator importante no sucesso das interações. 
Na ausência desses cuidados, a criança surdocega poderá apresentar 
comportamentos inadequados socialmente, ou seja, pode desenvolver 
comportamentos indesejáveis, como movimentar aleatoriamente as mãos e/ou 
corpo, emitir sons, direcionar o olhar compulsivamente para luz, provocar sons 
em locais com vibrações mais intensas e tatilmente perceptíveis, balançar, bater 
os pés, apertar os olhos, agredir-se, entre outros. Estes comportamentos 
reativos são geralmente recursos utilizados pela criança para substituir a falta 
dos estímulos adequados e dão aos educadores informações importantes 
quando interpretados numa perspectiva comunicativa. 
O fato de as crianças surdo cegas apresentarem, frequentemente, 
comportamentos como: 
1) dificuldades em elaborar a consciência da relação dos segmentos 
corporais em si e destes com objetos (fase comum a todas as crianças); 
2) limitações para o movimento e funcionamento do próprio corpo; 
3) insegurança pessoal; e, 
4) atraso no desenvolvimento motor e afetivo, pode ser atribuído à 
qualidade e quantidade das interações mantidas com o ambiente. 
 Afinal, enquanto as crianças normais usam a audição e a visão para 
direcionar sua ação, e com isso aprendem, por exemplo, que seu 
comportamento e movimento têm consequências determinadas e que objetos e 
crianças que não podem ser vistos continuam a existir, a criança surdocega não 
possui condiçõespara responder e compreender as demandas do meio, 
precisando, por isso, que esses aspectos lhes sejam ensinados. 
O papel do professor, intérprete ou guia-intérprete junto à criança surdo 
cega será o de suprir sua carência de funcionamento sensorial com estímulos 
organizados e significativos, promovendo a construção de sua consciência e 
imagem corporal, seu desenvolvimento motor e afetivo, e também sua 
autonomia (ERIKSON, 2002). 
As informações do mundo deverão chegar à criança de forma estruturada 
e sistematizada, para que ela possa começar a construir seu mundo. Esse 
procedimento a auxiliará na construção do conhecimento como um todo, uma 
vez que a carência de informações sensoriais tão básicas como a visão e a 
audição fazem com que cada criança, quando exposta a um estímulo, consiga 
absorver apenas parte dessa informação. Apenas a repetição de estímulos em 
contextos significativos poderá assegurar que ela venha a ser capaz de assimilar 
a estimulação como um todo. 
 
 
Fonte: www2.camara.leg.br 
As crianças surdocegas podem apresentar perfis distintos, em função de 
vários aspectos: 
1. Características da interação que mantém com o meio, decorrentes do 
comprometimento dos sentidos de distância (audição e visão) e da 
disponibilidade do meio para interagir com elas utilizando formas adaptadas às 
suas necessidades; 
2. Grau de perda auditiva; 
3. Grau de perda visual; 
4. Outros comprometimentos associados, entre eles o motor e o 
neurológico; 
5. Período de aquisição da surdocegueira. As características do meio 
socioeconômico e cultural no qual a criança está inserida pode desencadear 
atrasos no seu processo inicial de aprendizagem e desenvolvimento. Assim, as 
capacidades apresentadas por elas podem ser decorrentes não da deficiência 
em si, mas da relação entre a forma, o método e o conteúdo das interações 
vivenciadas, ou seja, a aprendizagem vai ser dependente do modo como a 
criança surdocega estabelece seu contato com o meio e este com ela, de qual o 
recurso utilizado na comunicação e a de sua capacidade de ser compreendida e 
de compreender as demandas do seu universo familiar, escolar, social e cultural. 
O processo de aprendizagem da via de comunicação exige atendimento 
especializado, com estimulação específica e individualizada. Quando a criança 
é estimulada precocemente, ela adquire comportamentos sociais mais 
adequados e, também, poderá desenvolver e aprender a usar seus sentidos 
remanescentes melhor do que aquela que não recebeu atendimento. 
DIFERENÇAS ENTRE DIFICULDADES E DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM 
Existe uma ampla discussão entre autores e profissionais da área da 
educação com relação a esse assunto. No entanto, não há um consenso ou uma 
posição definida para o mesmo. Dessa forma, vamos adotar neste estudo o 
princípio de que existem determinadas diferenças entre os termos “dificuldades” 
e “distúrbios” de aprendizagem. 
O termo “dificuldades” pode ser usado para designar qualquer tipo de 
obstáculos encontrados pelos indivíduos no processo de ensino-aprendizagem. 
Eles podem ser das mais diversas ordens. Muitas vezes, os problemas não estão 
no aluno, mas ligados a elementos externos que o influenciam. Abaixo veremos 
exemplos de fatores que causam dificuldades na aquisição do conhecimento: 
 Problemas sociais como a desnutrição 
 Ausência de motivação; 
 Conflitos familiares; 
 Baixa qualidade do sono; 
 Diferenças culturais; 
 Deficiências na estrutura da educação: salas superlotadas; professores 
mal remunerados, pouco treinados e sobrecarregados; 
 Material didático inadequado; 
 Inadequação metodológica; 
 Mudanças no padrão de exigências da escola; 
 Baixo QI (Quociente de Inteligência) 
 Falta de interesse; 
 Problemas na visão; 
 Problemas na audição; 
 Problemas genéticos; 
 Comprometimentos neurológicos; 
Assim, pode-se perceber que, independente da natureza das causas, elas 
podem gerar dificuldades e até mesmo impedimentos nas capacidades de 
aprendizado dos indivíduos. Porém, durante este estudo, o foco será dado aos 
Distúrbios de Aprendizagem. Eles também causam dificuldades no processo de 
aprendizagem, porém suas causas estão ligadas a características específicas 
dos indivíduos que refletem em dificuldades também específicas como será 
visto. Abaixo estão relacionadas algumas características de pessoas que 
possuem Distúrbios de Aprendizagem: 
 Apresentam quociente de inteligência normal, muito próximo da 
normalidade ou até mesmo superior; 
 Não apresentam deficiências sensoriais, nem neurológicas 
significativas; 
 Possuem rendimento escolar insatisfatório em relação às demais 
pessoas que se encontram na mesma faixa etária; 
 Apresentam uma disfunção no sistema nervoso central; 
 Suas dificuldades são detectadas, na maioria das vezes, no início 
da alfabetização, quando passa a frequentar a escola e nota-se 
suas diferenças de aprendizado em relação ao restante do grupo; 
 Têm dificuldades em um aspecto específico da aprendizagem 
(leitura, fala, escrita, matemática, raciocínio); 
Ao contrário das dificuldades de aprendizagem, que podem estar ligadas 
a problemas externos ou a um conjunto de elementos, os distúrbios de 
aprendizagem estão mais vinculados ao próprio aluno independente de questões 
relacionadas, por exemplo, à estrutura geral da educação ou ao ambiente 
familiar e suas condições econômicas, atingindo o aluno em nível individual. 
Essas questões podem influenciar de forma negativa a aprendizagem, mas não 
são determinantes nesses casos. 
As características que devem ser observadas em alunos que possuem 
distúrbios de aprendizagem, são dificuldades específicas para a realização de 
atividades como a leitura, a escrita, a fala, o raciocínio e as habilidades 
matemáticas. Esses precisam de atenção e tratamentos diferenciados como a 
ajuda de profissionais especializados, formas diferentes de ensino, escolas com 
recursos específicos, entre outras. 
É preciso estar claro, como já foi dito anteriormente, que a confirmação 
de um diagnóstico de distúrbio de aprendizagem, depende de um conjunto de 
fatores e exames específicos. Alunos com dificuldades causadas por outros 
motivos podem ter seus problemas sanados quando inseridas em ambientes 
com qualidades diferenciadas de organização, ambientes saudáveis e 
profissionais capacitados. 
As dificuldades de aprendizagem podem ser transitórias quando suas 
causas são tratadas ou eliminadas, enquanto os distúrbios permanecem pela 
vida toda, já que são disfunções do sistema nervoso. Eles também podem e 
devem ser tratados, porém, essas ações representam alternativas para que as 
pessoas possam conviver de forma saudável com suas limitações e saber como 
superá-las e não constituem curas definitivas. 
Dessa forma, a disfunção neurológica é uma característica fundamental 
para diferenciar uma criança com distúrbios de aprendizagem daquelas que 
apenas apresentam algumas dificuldades. Aqueles têm uma relação médica, o 
que explica o fato de apenas uma pequena parte da população que encontra 
dificuldades de aprendizagem, terem nos distúrbios as causas de seus 
problemas. 
DISLEXIA 
 
Fonte: www.papodemae.com.br 
A dislexia tem sido o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Ela 
reflete na dificuldade de aprendizagem na qual a capacidade de um aluno para 
ler ou escrever está abaixo do seu nível de inteligência. A mesma pode ser 
caracterizada como uma insuficiência para assimilar os símbolos gráficos da 
linguagem. 
Sua origem é congênita (nata) e hereditária e seus sintomas podem ser 
identificados logo na pré-escola em crianças que demoram a começar a falar ou 
trocam os sons das letras e têm dificuldades para aprender a ler e escrever. 
Ela pode ser chamada de “a mãe dos transtornos de aprendizagem” 
porque foi a partir da identificação deste problema que se iniciou uma busca pelo 
conhecimento de todos os outrostipos de distúrbios existentes. Com o passar 
do tempo, surgiu a necessidade de estabelecer as diferenças entre os problemas 
na aprendizagem e, a partir de então, eles começaram a ser subdivididos e 
classificados. A dislexia também foi conhecida durante um grande período como 
“cegueira verbal congênita” devido às dificuldades para ler e escrever em 
pessoas que possuíam visão normal. 
Esse distúrbio se dá em alunos com audição, visão e inteligência normais, 
que vivem em ambientes familiares saudáveis e possuem condições econômicas 
adequadas. 
Assim, em casos de dislexia, as causas não podem ser atribuídas a 
questões emocionais, culturais ou instrucionais. Embora esses fatores tenham 
uma influência no desempenho de pessoas disléxicas, eles não são 
determinantes. 
Nos indivíduos que não possuem dislexia, a área esquerda do cérebro é 
a responsável pela percepção e pela linguagem, subdividida em três partes: uma 
que processa fonemas, outra que analisa as palavras e a última que reconhece 
as palavras. 
Essas três partes trabalham em conjunto e dão capacidade para que os 
indivíduos aprendam a ler e escrever. Os alunos conseguem realizar essa tarefa 
apenas quando reconhecem e processam fonemas, memorizando as letras e 
seus sons. Com o tempo e o desenvolvimento do aluno na leitura e na escrita, 
sua memória permanente começa a ser construída, o que faz com que ela 
reconheça as palavras com mais agilidade e sem grande esforço. 
As crianças disléxicas possuem falhas nas conexões cerebrais. Elas 
podem contar apenas com a região do cérebro responsável por processar 
fonemas e sílabas, enquanto a área responsável pela análise de palavras, não 
exerce a sua função. Suas ligações cerebrais não incluem a área responsável 
pela identificação de palavras e, portanto, a criança não consegue reconhecer 
palavras que já tenha lido ou estudado. A leitura se torna um grande esforço para 
ela, pois toda palavra que ela lê aparenta ser nova e desconhecida. Para 
simplificar, pode-se dizer que a dislexia é causada por alterações nas áreas do 
cérebro responsáveis pelos sons da linguagem e do sistema que transforma o 
som em escrita. 
Esse distúrbio é confundido com frequência com outros problemas de 
adaptação escolar como os atrasos de desenvolvimento e a deficiência mental 
ligeira, afinal, o aluno disléxico tem dificuldades em compreender o que está 
escrito e de escrever o que está pensando. Quando tenta expressar-se no papel, 
o faz de maneira incorreta e o leitor não compreende as suas ideias. Abaixo você 
pode ver algumas das características mais encontradas por alunos que têm 
dislexia: 
 Fraco desenvolvimento da atenção 
 Falta de capacidade para brincar com outras crianças 
 Atraso no desenvolvimento da fala e escrita 
 Atraso no desenvolvimento visual 
 Falta de coordenação motora 
 Dificuldade em aprender rimas/canções 
 Falta de interesse em livros impressos 
 Dificuldade em acompanhar histórias 
 Dificuldade com a memória imediata e a organização em geral 
 A pronúncia ou a soletração de palavras monossilábicas é uma 
dificuldade evidente 
 Inversão de palavras de maneira parcial ou total. Exemplo: A 
palavra “casa” é lida como “saca”. 
 Inversão das letras e números. Exemplo: “p” por “b”; “3 por “5” 
 Alteração na ortografia em função de alterações no processo 
auditivo 
 Cometem erros na separação das palavras 
 Dificuldades em distinguir esquerda e direita 
 Alteração na sequência das letras que formam as sílabas e 
palavras 
 Dificuldades na matemática 
 Pobreza de vocabulário 
 Escassez de conhecimentos prévios (memória de longo prazo) 
 Falhas na elaboração de orações complexas e na redação 
espontânea 
 Copiam as palavras de forma errada mesmo observando na lousa 
como são escritas. 
Além disso, os disléxicos também sofrem com a falta de rapidez ao ler. 
Sua leitura é sem ritmo e, muitas vezes e com muito sacrifício, decodificam as 
palavras, mas não conseguem compreendê-las. 
As características colocadas acima não são suficientes para se fechar um 
diagnóstico a respeito da dislexia, afinal, existem outros distúrbios de 
aprendizagem que também possuem elementos parecidos, no entanto, elas 
podem ser usadas como um ponto a partir do qual se é levado a procurar a ajuda 
de profissionais especializados e buscar formas de superação. 
A dislexia é responsável por altos índices de repetência e abandono 
escolar. A ausência de conhecimentos dos professores contribui para uma 
evasão escolar e o agravamento dos problemas enfrentados pelos alunos. Essas 
são incompreendidas em seu fracasso e não valorizadas em suas tentativas vãs 
para superar suas dificuldades, desenvolvendo uma imagem negativa sobre si 
mesmas. A escola se torna um ambiente que causa ansiedade e as exigências 
dos pais e professores acabam se revertendo em comportamentos agressivos, 
inibições e outros. 
Os alunos disléxicos precisam olhar e ouvir atentamente, prestar atenção 
aos movimentos da mão enquanto escrevem e da boca quando falam para 
associar os fonemas aos seus sons e à sua escrita. 
É recomendada a montagem de “manuais” de alfabetização apropriada 
para pessoas com essas dificuldades. Além disso, o sucesso escolar de um 
disléxico está baseado em uma terapia multissensorial (uso de todos os 
sentidos), sempre combinando atividades que motivem o uso da visão, da 
audição e do tato para ajudá-lo a ler e soletrar corretamente as palavras. Abaixo 
estão colocadas algumas atitudes que podem ajudar essas pessoas no processo 
de aprendizagem: 
 Usar folhas quadriculadas para matemática. 
 Usar letras com várias texturas. 
 Usar máscara para leitura de texto. 
 Evitar dizer que a criança é lenta, preguiçosa ou compará-la aos 
outros alunos da classe. 
 Não forçar a criança a ler em voz alta em classe a menos que 
demonstre desejo em fazê-lo. 
 Suas habilidades devem ser julgadas mais em suas respostas orais 
do que nas escritas. 
 Sempre que possível, a criança deve ser encorajada a repetir o que 
foi lhe dito para fazer, isto inclui mensagens. Sua própria voz é de 
muita ajuda para melhorar a memória. 
 Revisões devem ser frequentes e importantes. 
 Copiar do quadro é sempre um problema, tente evitar isso, ou dê-
lhe mais tempo para fazê-lo. 
 Demonstre paciência, compreensão e amizade durante todo o 
tempo, principalmente quando você estiver ensinando a alunos que 
possam ser considerados disléxicos. 
 Ensine-a quando for ler palavras longas, a separá-las com uma 
linha a lápis. 
 Dê-lhes menos dever de casa e avalie a necessidade e 
aproveitamento desta tarefa. 
 Não risque de vermelho seus erros ou coloque lembretes como 
“você precisa estudar mais para melhorar”. 
 Procure não dar suas notas em voz alta para toda classe, isso a 
humilha e a faz infeliz. 
 Não a force a modificar sua escrita, ela sempre acha sua letra 
horrível e não gosta de vê-la no papel. A modulação da caligrafia é 
um processo longo. 
 Use sempre uma linguagem clara e simples nas avaliações orais e 
principalmente nas escritas. 
 Uma língua estrangeira é muito difícil para eles, faça suas 
avaliações sempre em termos de trabalhos e pesquisas. 
Além do apoio da escola, os alunos precisam receber apoio em casa. Os 
pais e demais responsáveis devem ajudar a melhorar sua autoestima, 
oferecendo carinho, sendo compreensivos e elogiando a cada acerto alcançado 
e encorajando a realização de tarefas em que se saiam bem e que podem ser 
estimulantes. Também devem ser ajudados em seus trabalhos escolares e não 
se pode permitir que seus problemas escolares impliquem em mau 
comportamento ou falta de limites. 
Para diagnosticar corretamente a dislexia, deve-se procurar a ajuda de 
profissionais como fonoaudiólogos, psicólogos, neurologistas e psicopedagogos. 
Não se espera encontrar todas as dificuldades numa única criança disléxica, mas 
a presença de pelo menos uma delas,associada às dificuldades de ler, pode 
fazer supor a existência de um quadro de dislexia. Os problemas podem ser 
avaliados através de um acompanhamento adequado e direcionado às 
condições de cada caso. 
Faz-se necessário adequar métodos e materiais que atendam o 
desenvolvimento do aluno, bem como o acompanhamento e a observação para 
que se conheça as particularidades de cada um considerando o seu tempo e a 
sua construção de saberes. 
É importante que se fale sobre o “dom da dislexia”. Pois, quando um 
dislexo domina alguma coisa, ele a aprendeu tão bem que pode fazê-la sem 
pensar sobre o que está fazendo. 
Obs: Irlen ou dislexia da leitura – Irlen é uma síndrome que pode afetar 
além da leitura, outras áreas variadas da vida do indivíduo. A sensibilidade à luz 
pode causar desde simples incômodos em determinados ambientes ou 
circunstâncias, até prejuízos em habilidades, tais como: prática de esporte com 
bola, coordenação motora fina e grossa, habilidades musicais, coordenação 
espaço temporal, entre outras. 
Um indivíduo mesmo com acuidade visual dentro dos padrões de 
normalidade (ou seja, enxergando bem), tem chances de ser portador da 
síndrome, já que se trata de uma disfunção da percepção e não uma patologia 
ligada diretamente aos olhos. Ela está relacionada diretamente a déficits na 
codificação e decodificação das informações visuais pelo sistema nervoso 
central. É necessário um diagnóstico diferencial por profissionais especializados, 
uma vez que não pode ser detectada através de exames oftalmológicos de 
rotina, nem por testes padronizados para verificação de dificuldades de 
aprendizagem. Esta é uma síndrome conhecida no Brasil há aproximadamente 
cinco anos, através de cursos oferecidos pela Fundação do Hospital de Olhos 
de Minas Gerais. 
O uso da lâmina overlays (overleis), proporciona conforto, nitidez, 
estabilidade e fluência durante a leitura. Esta pode ser usada como lente dos 
óculos ou sobre postas em textos. 
 DISGRAFIA 
 
Fonte: www.br.guiainfantil.com 
A disgrafia também é conhecida como “letra feia” porque as crianças que 
possuem esse tipo de distúrbio, apresentam uma escrita muito feia. Isso leva a 
um desempenho ruim na escola mesmo em alunos que possuem inteligência 
normal ou acima da média. Esse problema constitui uma deficiência na qualidade 
do traço gráfico, o que se reflete através de grandes dificuldades para escrever 
corretamente a linguagem falada. 
O aluno com disgrafia tem dificuldades em coordenar as informações 
visuais e na realização motora do ato de escrever. Alguém que tem apenas 
dificuldades para escrever, mas não apresenta problemas em outras atividades 
motoras, provavelmente não tem este distúrbio. 
Existem dois tipos de disgrafia: a motora e a pura. A primeira atinge a 
maioria das crianças com este distúrbio e consiste na dificuldade em escrever 
palavras e números corretamente. A segunda é mais difícil de ser diagnosticada 
porque aparece quando ao aluno sofre algum trauma emocional e isso se reflete 
na sua letra. Existem alguns sinais que podem indicar as relações entre os 
problemas causados por este distúrbio e as condições emocionais: 
 Letras pequenas demais podem indicar uma timidez excessiva. 
 Letras grandes demais podem indicar um aluno que necessita estar 
sempre no centro das atenções. 
 Letras feitas com muita força, que chegam a marcar as outras 
páginas do caderno, podem indicar que o aluno esteja tenso. 
No entanto, a disgrafia acontece também em alunos com capacidade 
intelectual normal, sem qualquer transtorno neurológico, sensorial, motor ou 
afetivo. Eles, ainda que tenham boas notas e facilidade de se expressar pela 
fala, não conseguem planejar os movimentos para conseguir o traçado da letra. 
Ao observarem os conteúdos de uma lousa ou um papel, não são capazes de 
reproduzir o que viram. Algumas das características mais encontradas em 
crianças com este tipo de distúrbio são: 
 Letras ilegíveis 
 Traços pouco precisos ou incontrolados 
 Falta de pressão nos traços ou pressão muito forte a ponto de 
marcar o papel 
 Letras distantes ou extremamente juntas 
 Omissão de letras 
 Dificuldade em manter uma frase na mesma linha 
 Dificuldade em recordar a grafia correta para representar um 
determinado som ouvido ou elaborado mentalmente. 
 O aluno escreve devagar, retocando cada letra, realizando de 
forma inadequada às uniões entre as letras ou amontoando-as 
para esconder os erros ortográficos. 
A ortografia pode ser verificada como uma das dificuldades da disgrafia a 
partir do momento que se exige rapidez e um ritmo gráfico de um aluno que ainda 
não automatizou a relação som-letra. Nesse caso, a escrita das palavras é lenta 
e, na maioria das vezes, incompleta, porque o aluno tem certas dificuldades em 
recordar com rapidez qual a grafia para representar determinado som. Podendo 
os elementos citados serem resumidos em três características básicas: 
Má organização da página 
Essa característica está ligada à orientação espacial, ou seja, o aluno 
encontra dificuldades para organizar sua escrita numa folha de papel. O texto é 
apresentado de forma desordenada com margens malfeitas ou inexistentes, 
espaço entre palavras e linhas irregulares. 
Má organização das letras 
Incapacidade de seguir as regras caligráficas. O traçado é de má 
qualidade e os contornos das letras são deformados. 
FORMAS E PROPORÇÕES 
Refere-se ao grau de limpeza do traçado das letras, sua dimensão (muito 
grandes ou minúsculas), desorganização das formas e escrita alongada ou 
comprimida. 
A disgrafia normalmente é observada um ou dois anos depois que o aluno 
aprende a escrever. É comum que os professores demorem para perceber o 
problema, pois eles estão mais preocupados com o desenvolvimento intelectual 
dos alunos do que com o motor. Embora não se treine de forma efetiva a 
organização espacial das crianças, exige-se que elas tenham uma boa escrita, 
o que pode ser visto como uma problemática na educação infantil. O professor 
deve ficar atento às possíveis posturas inadequadas para poder corrigi-las o 
mais cedo possível e, junto com um profissional especializado, estabelecer 
estratégias de ajuda que favoreçam a qualidade do traçado gráfico. 
Uma grande parte dos professores não conhecem os distúrbios ligados à 
aprendizagem e acabam julgando de forma errônea seus alunos ao dizer que 
eles não são caprichosos, são preguiçosos e pouco esforçados. Por esse e 
outros motivos, é preciso saber que o que diferencia uma letra sem capricho da 
disgrafia, é o fato de o aluno ter também outras dificuldades motoras leves como 
problemas na hora de amarrar o sapato ou abotoar a camisa. 
A idade mais indicada para se começar a tratar a disgrafia é a partir dos 
oito anos, quando a letra começa a se firmar. Quando não tratado, o distúrbio 
pode trazer problemas mais sérios na vida adulta, entre eles a dificuldade de 
comunicação. Em processos seletivos como vestibulares, por exemplo, é preciso 
escrever textos relativamente longos e tem-se pouco tempo disponível para isso. 
Candidatos que sofrem com a disgrafia, já se apresentam em desvantagem na 
concorrência. 
Além da antecedência, a disgrafia precisa ser superada através de 
tratamentos psicológicos e treinos motores. Sem a busca de um tratamento, a 
criança começa a se sentir atrasada em relação aos outros alunos e não 
compreende porque não consegue se expressar através das palavras no 
caderno. A finalidade dos tratamentos é fazer com que a criança atinja o domínio 
do gesto e do instrumento, a percepção e compreensão da imagem a reproduzir. 
Algumas atitudes podem ser tomadas no sentido de minimizar os 
problemas causados pela disgrafia. Pode-se citar como exemplo exercícios 
como o ombro (como os realizados com o brinquedo “vai e vem”), para o cotovelo 
(como os realizados ao jogar peteca), para os punhos e mãos (como brincar com 
massinhas ouargilas e pintar com lápis de cor ou giz de cera). 
Deve-se destacar ainda a importância dos esportes. Através deles é 
possível trabalhar a orientação espacial e a coordenação motora da criança. 
Brincadeiras como jogar vôlei, xadrez e peteca também podem ajudar na 
melhora da letra, já que fazem a criança usar as mãos e planejar os movimentos. 
Não se pode descartar o papel que pais e professores têm nesse 
processo. Eles precisam estar cientes das capacidades motoras da criança e 
não exigir resultados que estão acima daqueles que ela pode apresentar num 
dado momento. É claro que não se pode esperar que o aluno desenvolva suas 
habilidades sozinho, mas sim estimular esse desenvolvimento através de 
práticas motoras baseadas em crescimentos graduais que exijam pouco a pouco 
mais rapidez e controle do ato motor. 
O desenvolvimento do controle motor é uma característica básica para 
atingir a qualidade na escrita. Afinal, o ato de escrever mobiliza uma série de 
segmentos do corpo. Antes de se atingir o nível ideal de desenvolvimento motor, 
que permite a realização da escrita de forma rápida, precisa, legível e sem 
cansaço, a coordenação motora passa por diversos estágios. Em cada estágio 
um segmento do corpo realiza uma função até chegar o momento em que se 
atinge o controle total do ato de escrever, que é caracterizado pela fixação do 
cotovelo na mesa e a rápida movimentação dos dedos durante a escrita. 
No início da alfabetização, é natural que escrita do aluno não saia de 
forma perfeita no papel, afinal, ele está apenas começando a aprender. No 
entanto, se com o tempo e o treinamento em cadernos de caligrafia, o aluno 
ainda estiver longe de escrever corretamente, é preciso que pais e educadores 
comecem a buscar as causas dessas dificuldades e procurem formas de 
superação. 
Não se pode esquecer também que o traçado gráfico é feito de 
características pessoais e, portanto, vai adotando peculiaridades individuais ao 
longo do desenvolvimento de cada um. Baseados nisso, responsáveis e 
professores não podem impor nenhum modelo de letra para os alunos, mas sim, 
respeitar o seu grafismo desde que ele seja legível, claro e atinja o objetivo 
principal da escrita, que é a transmissão da linguagem oral com o máximo de 
eficiência sem o desprendimento de grandes esforços. 
 DISORTOGRAFIA 
A disortografia também é um problema encontrado na linguagem, onde o 
aluno apresenta dificuldades em realizar a escrita e a fala, lidar com todas as 
sinalizações gráficas e outros conhecimentos que as crianças da 2ª série do 
ensino fundamental I, já deveriam saber e ter total domínio. 
Assim como outros distúrbios, a disortografia também está ligada à 
dislexia e apresenta algumas características presentes em outros problemas, o 
que dificulta a identificação do tipo de distúrbio com o qual se está lidando. Por 
isso, é de extrema importância que os educadores tenham conhecimentos 
suficientes para exercer a profissão e trabalhar o desenvolvimento de seus 
alunos. Eles certamente precisarão observar de forma atenta às dificuldades dos 
alunos para poder deixar os pais cientes e procurar a melhor maneira de dar o 
atendimento necessário para tais alunos durante o processo de ensino-
aprendizagem. 
 
Fonte: www.ideialegal.blogspot.com.br 
Características da disortografia: 
 Troca de grafemas: Geralmente as trocas de grafemas (unidades 
gráficas) que representam fonemas homorgânicos (fonemas que 
têm a articulação realizada pelo mesmo órgão do aparelho 
responsável pela emissão de sons, sendo as trocas mais 
frequentes àquelas que envolvem o p ou o b), acontecem por 
problemas de discriminação auditiva. Quando o aluno troca 
fonemas na fala, a tendência é que ela escreva apresentando as 
mesmas trocas, mesmo que os fonemas não sejam auditivamente 
semelhantes. 
 Falta de vontade de escrever. 
 Dificuldade em perceber as sinalizações gráficas (parágrafos, 
travessão, pontuação e acentuação). 
 Dificuldade no uso de coordenação/subordinação das orações. 
 Aglutinação ou separação indevida das palavras. 
Os pais desses alunos precisam ser orientados a levar seus a 
especialistas para que possam ter orientações mais precisas do caso, podendo 
também ter o conhecimento se este distúrbio possui algum tipo de tratamento 
para diminuir as dificuldades. Existem alguns fatores que devem ser analisados 
no processo de verificação dos educadores: 
 Nível de escolaridade 
 Frequência dos erros e quais acontecem 
 A frequência de palavras no vocabulário 
 A frequência visual 
Através dessas colocações, os educadores conseguem ter um 
diagnóstico mais preciso do distúrbio, podendo realizar um trabalho eficiente, 
apresentando menos falhas quando comparados a educadores sem 
conhecimento sobre o assunto. 
 AFASIA 
Este distúrbio também está ligado à linguagem e tem como principais 
características a perda das capacidades e habilidades da comunicação tanto 
escrita, como falada. 
Ele está muito envolvido com a área da neurologia clínica, uma vez que 
pode originar-se de acontecimentos como acidentes vasculares cerebrais, 
infecções e outros, afetando, dessa forma, áreas específicas do cérebro 
responsáveis pela comunicação. De acordo com o local da lesão cerebral, são 
ocasionados tipos diferentes de alterações. Por isso, a afasia divide-se em 
quatro tipos: Afasia de Broca; Afasia de Wernicke; Afasia de Condução e Afasia 
Global. 
O fato de elas estarem divididas em tipos diferentes, possibilita aos 
profissionais da área médica uma maior facilidade para darem diagnósticos e 
encontrar o melhor tratamento. 
 DISCALCULIA 
A discalculia está ligada às dificuldades com as habilidades matemáticas. 
Os alunos são capazes de compreender as lições transmitidas, mas quando 
tentam colocar em prática o que aprenderam, acabam trocando e invertendo as 
ordens das operações. 
Pessoas com discalculia não apresentam problemas fonológicos, mas 
encontram dificuldades em: 
 Visualizar conjuntos de objetos dentro de um conjunto maior. 
 Conservar a quantidade. Exemplo: Não compreender que 1kg é 
igual a quatro pacotes de 250 g. 
 Os sinais de soma, multiplicação e os demais. 
 Sequenciar números, como, por exemplo, o que vem antes do 11 
e depois do 15 (antecessor e sucessor). 
 Classificar números. 
 Dificuldade na memória de trabalho. 
 Dificuldade de memória em tarefas não verbais. 
 Dificuldade na soletração de não palavras (tarefa de escrita). 
 Dificuldade na memória de trabalho que implica contagem. 
 Dificuldade nas habilidades viso-espaciais. 
 Dificuldade nas habilidades psicomotoras e perceptivo-táteis. 
 Montar operações. 
 Contar através dos números cardinais e ordinais. 
 Estabelecer correspondência um a um: não relaciona o número de 
alunos de uma sala à quantidade de carteiras. 
 ACALCULIA 
A acalculia também é uma dificuldade relacionada às habilidades 
matemáticas e está diretamente ligada à discalculia. O aluno não tem dificuldade 
com elementos como a contagem, mas sim em como relaciona isso com o 
mundo que a cerca. A acalculia ocorre quando o indivíduo, após sofrer lesão 
cerebral, como um acidente vascular cerebral ou um traumatismo crânio-
encefálico, perde as habilidades matemáticas já adquiridas. A perda ocorre em 
níveis variados para realização de cálculos matemáticos. 
 GAGUEIRA 
Ainda hoje não se sabe ao certo quais são as causas da gagueira. Ela é 
um distúrbio ligado às dificuldades da fala e pode prejudicar o cotidiano daqueles 
que a possuem. Devido à sua incidência, ás dificuldade que pode causar na 
aprendizagem e à importância de saber como lidar com ela, julgou-se relevante 
abordá-la neste material. 
Esse distúrbio é caracterizado por uma fala que envolve bloqueios, 
hesitações, prolongamentos e repetição de sons, sílabas e palavras. A fala 
também pode ser acompanhada de tensão muscular, piscar de olhos, 
irregularidades na respiraçãoe caretas. Os alunos sentem grande dificuldade 
para achar o que será dito, fazendo repetições de palavras até encontrarem uma 
saída. 
Algumas de suas possíveis causas são: Genética/Hereditariedade; 
Alterações cerebrais; Prematuridade; Distúrbio no sistema nervoso central; Freio 
da língua muito curto; Traumas de nascimento; Infecções ou Problemas 
emocionais 
Os alunos com gagueira devem ser reconhecidos e aceitos como normais. 
Não se pode humilhar ou criticar uma criança por falar dessa maneira, afinal ela 
não tem conhecimento acerca da causa do seu erro e, atitudes como essas, 
apenas a deixa mais nervosa, aumentando a sua dificuldade de fala. Portanto, é 
preciso manter as crianças em boas condições físicas, ambientes familiares 
saudáveis e com bons exemplos de fala. É importante que elas desenvolvam 
sua autoconfiança, através do destaque de suas aptidões e da minimização de 
suas deficiências. 
A fala é uma das coisas mais esperadas pelos pais de crianças pequenas, 
independentes de quantos filhos eles já tenham, essa expectativa sempre existe. 
Por isso, eles sempre ficam repetindo palavras o tempo todo e, conforme o 
tempo vai passando, começam a fazer isso com frases maiores. Assim, as 
palavras vão sendo gradualmente juntadas e cada passo é motivo de felicidade 
para os pais e demais familiares ou responsáveis. 
Diante dessa empolgação, os pais podem perceber determinadas falhas 
na fala de seus filhos. No entanto, a maior parte deles, demora em procurar a 
ajuda e opinião de especialistas no assunto. Eles sempre tendem a buscar uma 
causa muito depois do começo da gagueira e, até este momento, criam 
desculpas para si mesmos acreditando que seja apenas uma fase ou algo normal 
nas crianças pequenas. Esse comportamento apenas dificulta a aplicação de 
técnicas capazes de auxiliar no desenvolvimento dessas crianças. As 
características da gagueira complicam-se com o passar do tempo, pois o sujeito 
acaba se adaptando ao seu modo de falar, embora nunca esteja satisfeito 
consigo mesmo por não ser capaz de participar de uma conversa por mais 
simples que ela possa parecer. 
Os professores também têm um papel de suma importância no 
desenvolvimento dos alunos com gagueira. Eles podem agir em sala de aula 
através de ações como aceitar a criança e manter uma postura objetiva em 
relação ao seu problema; eliminar ao máximo as dificuldades e interrupções da 
criança e motivar as demais a fazerem isso também; criar um ambiente calmo e 
sereno evitando tensões; evitar falas rápidas; dando ênfase às habilidades que 
ela possui; encorajando-a a falar, mas sem forçá-la. 
 DÉFICIT DE ATENÇÃO 
Conhecida como TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com 
Hiperatividade), esse distúrbio é caracterizado, principalmente, pela desatenção, 
pela agitação e pela impulsividade. Crianças hiperativas são capazes de 
aprender, mas encontram dificuldades no desempenho escolar devido ao 
impacto que seus sintomas causam. 
Para essas crianças, concentrar-se é algo complicado. Elas se distraem 
com facilidade, esquecem de suas obrigações, perdem e esquecem objetos com 
frequência, têm dificuldades em seguir instruções e se organizarem, falam de 
maneira excessiva a ponto de não serem capazes de esperar a sua vez, o que 
as leva a responderem perguntas antes mesmo de serem concluídas. 
A hiperatividade também pode ser caracterizada por um descontrole 
motor acentuado, que faz com que as crianças tenham movimentos bruscos e 
inadequados, mudanças de humor e instabilidade afetiva. 
O distúrbio está ligado à produção de neurotransmissores (substâncias 
produzidas no sistema nervoso central, responsáveis pela regulação do mesmo). 
Todos os seres humanos possuem uma área no cérebro que desenvolve o 
equilíbrio entre a percepção, a estimulação ambiental e a capacidade de 
resposta do cérebro a tudo isso. Quando ocorre uma deficiência nesse processo 
como, por exemplo, na produção de substâncias como a dopamina, é gerada 
uma falta de equilíbrio nesse sistema. Daí origina-se o TDAH. 
A hiperatividade costuma melhorar ou até mesmo desaparecer em grande 
parte das crianças quando elas atingem a puberdade, embora, em alguns casos, 
possa continuar na adolescência e na vida adulta. Existem algumas crianças que 
possuem maior propensão a ter estes problemas como os filhos de pais 
hiperativos, irmãos de pessoas hiperativas e os irmãos gêmeos. 
Além da deficiência na produção de neurotransmissores, a hiperatividade 
também pode ser causada por outros motivos como a ansiedade, frustrações, 
depressões, criação imprópria e outros. 
O TDAH afeta as crianças na escola, no ambiente familiar, na comunidade 
e também pode prejudicar o seu relacionamento com professores, colegas e 
familiares. Os sintomas mais encontrados podem ser divididos entre desatenção 
e hiperatividade/impulsividade e, muitas vezes, também pode haver uma mistura 
entre os dois. 
 HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE 
Dificuldade para se manter parada ou sentada, corre sem destino ou sobe 
excessivamente nas coisas, inquietação, mexendo com as mãos e/ou pés, ou se 
remexendo na cadeira, age como se fosse movida a motor, é “elétrica”, fala 
excessivamente, dificuldade em engajar-se numa atividade silenciosamente, 
responde a perguntas antes mesmo de serem formuladas totalmente, interrompe 
frequentemente as conversas e atividades alheias, dificuldade em esperar sua 
vez em filas e brincadeiras e corre sem destino ou sobe excessivamente nas 
coisas. 
DESATENÇÃO 
Não sabe onde colocou as coisas, dificuldade em manter a atenção, 
distrai-se com facilidade, parece não ouvir, não enxerga detalhes ou comete 
erros por falta de cuidado, dificuldade em seguir instruções, não gosta e evita 
tarefas que exigem um esforço mental prolongado, dificuldade de organização, 
frequentemente perde ou esquece objetos necessários e esquece rapidamente 
o que aprende. 
Existem ainda algumas crianças que apresentam algumas características 
ligadas a esse distúrbio, mas em quantidade insuficiente para que se possa 
realizar um diagnóstico completo. No entanto, essas características são capazes 
de desequilibrar a vida diária. Além dos sintomas citados, pode-se considerar: 
Choros inexplicáveis nos primeiros meses; baixa autoestima; depressões 
frequentes; caligrafia de difícil entendimento; mudanças rápidas de interesse 
(começam várias coisas e não terminam) e dificuldades de relacionamento 
Existem estágios avançados e reduzidos desse distúrbio. Para cada um 
deles há um tratamento diferenciado. Em estágios avançados, especialistas 
indicam o uso de medicações. Em outros, simples programas de modificação do 
comportamento são capazes de diminuir o nível de atividade ou desatenção. 
Para diagnosticar o TDAH, os sintomas devem interferir de forma 
significativa na vida da criança através de um comportamento crônico que se 
repita em diferentes ambientes, por exemplo. 
Esse diagnóstico precisa passar por uma ampla avaliação. Afinal, alguns 
dos sintomas também podem ser indicadores de outros tipos de distúrbios. O 
importante é que seja feito um histórico cuidadoso onde são incluídos dados 
recolhidos de professores, pais e outros adultos que tenham contato com a 
criança avaliada. A avaliação também deve contar com um levantamento do 
funcionamento intelectual, social, emocional, acadêmico e médico obtidos com 
a ajuda de profissionais como o neuropediatra e outros capazes de realizar 
testes psicológicos e neurológicos. 
A hiperatividade normalmente aparece na primeira infância e atinge uma 
parcela pequena da população, independente do grau de inteligência, o nível de 
escolaridade ou a classe social. 
O tratamento de crianças com TDAH demanda a intervenção psicológica, 
pedagógica e médica. Uma abordagem que envolva todas essas áreas do 
conhecimento origina um processo de treinamento dos pais para controlar o 
comportamento dos filhos, um programa pedagógico adequadoe possíveis 
medicamentos. Existem diversos programas para pais de crianças com TDAH, 
bem como uma diversidade de vídeos e outros materiais com dados a respeito 
das dificuldades e estratégias efetivas que podem ser usadas no ambiente 
familiar. 
Os pais devem recompensar as crianças quando se comportam de forma 
adequada. Elas precisam de respostas imediatas, frequentes, previsíveis e 
coerentes aplicadas ao seu comportamento. Além disso, também necessitam de 
mais tentativas para aprender. 
Quando conseguem terminar uma tarefa ou outros tipos de atividades, 
devem ser recompensadas. 
Os professores e a escola também possuem um papel essencial no 
desenvolvimento das crianças. O sucesso da sala de aula pode exigir uma série 
de intervenções. A maior parte das crianças hiperativas pode continuar na classe 
regular com pequenas adaptações no ambiente estrutural como a modificação 
do currículo e estratégias adequadas. Apenas crianças com problemas muito 
mais sérios podem exigir salas de aula especiais. 
Alguns alunos com TDAH precisam ter algo em mãos para dar um foco 
para a sua atenção. Também pode surgir efetivo combinar algo que passe 
despercebido (como música de fundo), circular pela sala e a proximidade física 
para controlar e avisar os alunos (mãos no ombro, contato de olhar, toque na 
carteira). 
Além disso, também se pode criar opções de atividades para os alunos 
que terminam seus deveres mais cedo para evitar problemas como o tédio. 
Nesse processo, é de extrema importância que se tenha cuidado para não pedir 
que eles façam trabalhos que não sejam capazes de realizar com êxito, pois isso 
pode gerar frustrações. 
Deve-se certificar que as atividades são estimulantes e que os alunos 
compreendem a lição, através de técnicas eficientes e providenciando, ainda, 
oportunidades para que essas crianças possam se mover dentro da sala de aula 
nos intervalos entre as atividades. 
DEFICIÊNCIA SENSORIAL 
 
Fonte: www.discapacidadsensorialymotora.blogspot.com.br 
Conceito 
A deficiência sensorial se caracteriza pelo não funcionamento (total ou 
parcial) de algum dos cincos sentidos. 
De modo geral, a surdez e a cegueira são consideradas deficiências 
sensoriais, mas déficits relacionados ao tato, olfato ou paladar, também podem 
ser enquadrados em tal categoria. 
Tipos 
- Visual 
- Auditiva 
- Surdo-Cegueira 
- Múltipla deficiência sensorial 
DEFICIÊNCIA VISUAL 
Refere-se a uma perda total ou parcial da visão. 
 
 
Fonte: www.diariodobrasileiro.blogspot.com.br 
DEFICIÊNCIA AUDITIVA 
Refere-se a uma perda total ou parcial da audição. 
SURDO-CEGUEIRA 
É uma deficiência única que apresenta a perda da audição e da visão de 
tal forma que a combinação das duas deficiências impossibilita o uso dos 
sentidos a distância, cria necessidades especiais de comunicação, causa 
extrema dificuldade na conquista de metas educacionais, vocacionais, 
recreativas, sociais. Elas podem ser congênitas ou adquiridas. 
MÚLTIPLA DEFICIÊNCIA SENSORIAL 
 Surdez com deficiência leve ou severa: 
 Surdez com distúrbios neurológicos de conduta emocionais; 
 Surdez com deficiência física leve ou severa; 
 Baixa visão com deficiência física leve ou severa; 
 Baixa visão com deficiência mental leve ou severa; 
 Baixa visão com distúrbios neurológicos, emocionais e de linguagem e 
conduta; 
 Baixa visão com deficiência física leve ou severa; 
 Cegueira com deficiência física leve ou severa; 
 Cegueira com deficiência mental leve ou severa; 
 Cegueira com distúrbios emocionais, neurológicos, conduta e linguagem 
que causam atraso no desenvolvimento global, vocacional, social e 
emocional, dificultando sua autossuficiência. 
Dados estatísticos 
Não se tem números precisos, pois o surdo-cegueira e a múltipla 
deficiência em geral ocorrem em conjunto com outras deficiências mascarando 
a deficiência sensorial. 
CAUSAS DA DEFICIÊNCIA AUDITIVA 
 Icterícia 
 Otite média crônica 
 Citomegalovírus 
 Falta de oxigênio 
 Sarampo 
 Traumatismos (acidentes) 
 Glaucoma 
 Medicação teratogênica 
 Retinose pigmentar 
 Tumor cerebral 
 Toxoplasmose 
 Prematuridade 
 Meningite 
 Medicações ototóxicas 
 Hidro e microcefalia 
 Fator Rh 
 Caxumba 
 Catarata 
 Casamentos consanguíneos 
 Rubéola materna 
Fatores de risco 
 
Fonte: www.popmundi.com.br 
 Epidemias de doenças como rubéola, sarampo, meningite; 
 Infecções hospitalares; 
 Falta de saneamento básico; 
 Doenças venéreas; 
 Gravidez de risco. 
Identificação 
 Pode apresentar movimentos estereotipados e repetitivos; 
 Não antecipa as atividades; 
 Não demonstra saber a função dos objetos e brinquedos, 
utilizando-os de maneira inadequada; 
 Pode rir e chorar sem causa aparente; 
 Pode apresentar resistência ao contato físico; 
 Empurra o olho provocando sensações; 
 Apresentam dificuldades na comunicação, no entendimento de 
rotinas diárias, gestos e no reconhecimento de pessoas 
significativas no seu ambiente. 
 Pode apresentar distúrbios no sono. 
 Não explora o ambiente de maneira adequada, tropeça muito e 
bate nos móveis, objetos, etc.... 
 Gosta de ficar em locais com luminosidade; 
 Pode não reagir a sons, barulhos, movimentos, toques, odores e 
outros estímulos; 
Exames para diagnóstico correto 
 Exames laboratoriais 
 Avaliação genética 
 Exames médicos (neurológicos, visão, audição e físico). 
 Diagnóstico diferencial 
MÚLTIPLA DEFICIÊNCIA SENSORIAL 
 
 Fonte: www.myrianrios.com.br 
Condições básicas 
Para o atendimento de crianças com necessidades educacionais 
especiais, especificamente das crianças surdo cegas, as escolas necessitam 
desenvolver, além do currículo formal baseado nas atividades tradicionais da 
escola (conceitos básicos de matemática, leitura e escrita, etc.), um currículo 
com objetivos funcionais adequados à faixa etária e às necessidades específicas 
desses educandos. 
Um currículo com objetivos funcionais, isto é, objetivos que atendam as 
reais necessidades do educando, está relacionado a capacidades básicas de 
autonomia, tais como: 
1) comunicação (capacidade de receber e enviar a um parceiro 
informação significativa usando formas adequadas e alternativas de 
comunicação expressiva); 
2) atividades de vida diária (capacidade de se organizar em ambientes 
significativos, tais como a casa, a escola ou a comunidade); 
3) alimentação (orientar e contribuir para uma mastigação adequada, 
escolha de alimentos, auto alimentação); 
4) controle de esfíncteres (capacidade de usar adequadamente o 
banheiro); 
5) higiene pessoal (capacidade de cuidar do próprio corpo), e 
6) orientação e mobilidade (capacidade de movimentar e localizar-se em 
ambientes conhecidos por meio da identificação dos espaços e pistas do 
ambiente). Todo trabalho pedagógico assumido por profissionais com crianças 
surdo cegas deverá ter uma atitude nova diante do saber. 
Faz-se necessário edificar um novo modo de ser e fazer, isto é, o trabalho 
pedagógico precisa ter uma base caracterizada pela transdisciplinaridade. 
Wertheim (apud Nicoluescu, 2000), ao abordar esse tema, cita os artigos 13 e 
14 da Carta da Transdisciplinaridade, que diz: 
“A ética transdisciplinar recusa toda atitude que evita o diálogo e a 
discussão, seja qual for sua origem - de ordem ideológica, científica, 
religiosa, econômica, política ou filosófica. O saber compartilhado 
deverá conduzir a uma compreensão compartilhada, baseada no 
respeito absoluto das diferenças entre os seres, unidos pela vida 
comum sobre uma única e mesma Terra. Rigor, abertura e tolerância 
são características fundamentais da atitude e da visão transdisciplinar. 
O rigor na argumentação, que leva em conta todos os dados, é a 
barreira às possíveis distorções. A abertura comporta a aceitação do 
desconhecido, do inesperado e do imprevisível. A tolerância é o 
reconhecimento do direito às ideias e verdades contrárias

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