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1	
  
	
  
	
  
2	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
3	
  
	
  
Sumário	
  
	
  
Introdução.......................................................................................................................	
  5	
  
Unidade	
  1	
  –	
  Relaçao	
  Homem	
  X	
  Natureza	
  
Introdução.......................................................................................................................	
  7	
  
Uma	
  Visão	
  Histórica.........................................................................................................	
  7	
  
Desenvolvimento	
  Sustentável.......................................................................................	
  10	
  
As	
  Convenções	
  da	
  Organização	
  das	
  Nações	
  Unidas	
  -­‐	
  ONU...........................................	
  11	
  
Unidade	
  2	
  –	
  Recursos	
  Naturais	
  e	
  Energia	
  
Introdução.....................................................................................................................	
  17	
  
Definição	
  de	
  Recursos	
  Naturais.....................................................................................	
  17	
  
Fontes	
  de	
  energia	
  renováveis........................................................................................	
  19	
  
Fontes	
  de	
  energia	
  não	
  renováveis.................................................................................	
  23	
  
Unidade	
  3	
  –	
  Manejo	
  e	
  conservação	
  de	
  rercursos	
  naturais	
  
Introdução.....................................................................................................................	
  28	
  
Utilização	
  da	
  natureza...................................................................................................	
  28	
  
Planos	
  de	
  manejo	
  para	
  proteger	
  as	
  unidades	
  de	
  conservação.....................................	
  31	
  
Históricos	
  das	
  Unidades	
  de	
  conservação.......................................................................	
  33	
  
Unidades	
  de	
  conservação	
  de	
  proteção	
  integral............................................................	
  35	
  
Unidades	
  de	
  conservação	
  de	
  uso	
  sustentável...............................................................	
  37	
  
Unidade	
  4	
  –	
  Área	
  de	
  preservação	
  permanete	
  e	
  reserva	
  legal	
  
Introdução.....................................................................................................................	
  43	
  
Áreas	
  de	
  preservação	
  permanente................................................................................	
  43	
  
Reserva	
  Legal.................................................................................................................	
  47	
  
	
  
4	
  
	
  
Unidade	
  5	
  –	
  Impactos	
  ambientais	
  
Introdução.....................................................................................................................	
  51	
  
Impacto	
  ambiental	
  e	
  desenvolvimento	
  econômico......................................................	
  51	
  
Estudos	
  de	
  impactos	
  ambientais...................................................................................	
  53	
  
Exemplos	
  de	
  impactos	
  causados	
  	
  no	
  meio	
  ambiente....................................................	
  56	
  
Unidade	
  6	
  –	
  Gestão	
  ambiental	
  
Introdução.....................................................................................................................	
  62	
  
Aplicação	
  da	
  Gestão	
  Ambiental.....................................................................................	
  62	
  
Eco-­‐economia	
  evolução	
  do	
  modelo	
  econômico............................................................	
  66	
  
Referências	
  ...................................................................................................................	
  70	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
5	
  
	
  
Introdução	
  
	
  
	
   A	
  gestão	
  dos	
  recursos	
  naturais	
  nos	
  últimos	
  anos	
  vem	
  ganhando	
  mais	
  eficiência	
  
e	
  uma	
  nova	
  orientação.	
  Essa	
  eficiência	
  e	
  orientação	
  no	
  trato	
  com	
  esses	
  recursos	
  está	
  
sendo	
  operacionalizada	
  com	
  a	
  aplicação	
  das	
  	
  técnicas	
  de	
  manejo	
  e	
  de	
  conservação	
  dos	
  
recursos	
  oferecidos	
  pela	
  natureza.	
  O	
  manejo	
  ou	
  a	
  administração	
  dos	
  recursos	
  naturais	
  
objetiva	
  a	
  utilização	
  adequada	
  do	
  meio	
  ambiente	
  de	
  modo	
  a	
  respeitar	
  sua	
  capacidade	
  
de	
  suporte,	
  já	
  a	
  conservação	
  ambiental	
  é	
  o	
  nome	
  que	
  se	
  dá	
  a	
  preocupação	
  em	
  utilizar	
  
de	
  forma	
  racional	
  os	
  recursos	
  que	
  a	
  natureza	
  nos	
  oferece.	
  
	
   Esta	
  edição	
  da	
  disciplina	
  MANEJO,	
  CONSERVAÇÃO	
  E	
  IMPACTOS	
  EM	
  RECURSOS	
  
NATURAIS,	
   envolverá	
   na	
   Unidade	
   1	
   o	
   estudo	
   das	
   relações	
   homem	
   x	
   natureza.	
   Em	
  
seguida	
  o	
  conceito	
  e	
  a	
  classificação	
  de	
   recursos	
  naturais	
  e	
  energia	
   será	
  abordado	
  na	
  
unidade	
   2.	
   A	
   definição	
   e	
   a	
   relação	
   de	
   manejo	
   e	
   conservação	
   ambiental	
   será	
  
apresentada	
  na	
  unidade	
  3.	
  As	
  áreas	
  de	
  preservação	
  permanentes	
  e	
  reserva	
  legal	
  serão	
  
apresentadas	
   na	
   unidade	
   4.	
   O	
   conceito	
   e	
   o	
   estudo	
   de	
   impactos	
   ambientais	
   serão	
  
abordados	
   na	
   unidade	
   5.	
  Na	
   unidade	
   6	
   será	
   abordada	
   a	
   temática	
   gestão	
   ambiental,	
  
que	
  está	
  inserindo	
  a	
  variável	
  ambiental	
  no	
  mundo	
  empresarial.	
  
	
   As	
  ferramentas	
  que	
  serão	
  utilizadas	
  para	
  permitirem	
  o	
  aprendizado	
  a	
  distância	
  
da	
  disciplina	
  Manejo,	
  Conservação	
  e	
  Impactos	
  em	
  Recursos	
  Naturais	
  –	
  aulas	
  em	
  Power	
  
point,	
  construção	
  de	
  textos,	
  fórum	
  de	
  dúvidas	
  e	
  avaliação	
  e	
  estudos	
  dirigidos.	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
6	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
UNIDADE	
  1	
  
	
  RELAÇÃO	
  HOMEM	
  X	
  NATUREZA	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
7	
  
	
  
1.	
  Introdução	
  
	
   O	
  homem	
  e	
  o	
  meio	
  ambiente	
   são	
  duas	
  palavras	
  que	
  vêm	
  sendo	
  utilizadas	
  de	
  
forma	
   separadas	
   e	
   até	
  mesmo,	
   em	
   alguns	
   casos,	
   opostas.	
  Muitos	
   autores	
   relatam	
   a	
  
utilização	
   dos	
   recursos	
   naturais	
   pelo	
   homem	
   como	
   meio	
   para	
   o	
   crescimento	
  
econômico.	
   No	
   entanto,	
   atualmente,	
   sabemos	
   que	
   crescimento	
   econômico	
   não	
   é	
  
sinônimo	
  de	
  desenvolvimento,	
   visto	
  que	
  o	
   crescimento	
  atinge	
  uma	
  pequena	
  parcela	
  
da	
  população,	
  já	
  o	
  desenvolvimento	
  atinge	
  um	
  numero	
  maior	
  numero	
  de	
  pessoas	
  e	
  se	
  
o	
  mesmo	
  ocorrer	
  de	
  forma	
  sustentável,	
  que	
  use	
  os	
  recursos	
  naturais	
  de	
  forma	
  racional	
  
e	
   leva	
   em	
   conta	
   também	
   o	
   aspecto	
   social	
   resultará	
   em	
   um	
   desenvolvimento	
  
sustentável.	
  Esse	
  tipo	
  de	
  desenvolvimento	
  engloba	
  os	
  aspectos	
  sociais,	
  econômicos	
  e	
  
ambientais.	
  	
  
1.1	
  Uma	
  Visão	
  Histórica	
  
Nos	
   primórdios	
   da	
   humanidade	
   o	
   ser	
   humano,	
   ainda	
   nômade,	
   (ver	
   figura	
   1)	
  
utilizava	
   os	
   recursos	
   naturais	
   de	
   um	
   determinado	
   local	
   conforme	
   suas	
   necessidades	
  
diárias.	
  Quando	
  osalimentos	
  se	
  esgotavam,	
  ele	
  se	
  mudava.	
  Não	
  possuía	
  território	
  fixo	
  
ia	
  diversas	
  vezes	
  de	
  um	
  lugar	
  para	
  outro,	
  utilizando	
  os	
  recursos	
  disponíveis	
  e	
  quando	
  
estes	
  acabavam	
  ele	
  escolhia	
  um	
  novo	
  local	
  para	
  permanecer	
  por	
  mais	
  um	
  período	
  de	
  
tempo.	
  
	
  
Fonte:	
  http://historiajaragua.blogspot.com/	
  
	
   Figura	
  1	
  –	
  grupos	
  de	
  pessoas	
  nômades	
  no	
  período	
  pré-­‐histórico.	
  
8	
  
	
  
	
   Aquele	
   espaço,	
   para	
   o	
   ser	
   humano,	
   era	
   apenas	
   um	
   ponto	
   no	
   qual	
   se	
  
consumiam	
  os	
   recursos	
  naturais	
  existentes	
  até	
  que	
  os	
  mesmos	
   se	
  esgotassem.	
   	
   Este	
  
local	
   não	
   era	
   ainda	
   considerado	
   como	
   “lugar”	
   vivido	
   e	
   sentido,	
   não	
  havia,	
   portanto,	
  
ainda,	
  uma	
  relação	
  e	
  sentimento	
  com	
  o	
   local	
  onde	
  o	
  ser	
  humano	
  habitava	
  conforme	
  
disposto	
  por	
  ALBAGLI	
  (1993).	
  
	
   Neste	
  aspecto,	
  observamos	
  que	
  no	
  começo	
  da	
  história	
  humana	
  o	
  “lugar”	
  ainda	
  
não	
   havia	
   sido	
   construído,	
   as	
   relações	
   sociais	
   eram	
   as	
   mais	
   básicas	
   e	
   primitivas	
  
possíveis.	
   Portanto,	
   o	
   homem	
   não	
   possuía	
   sentimento	
   pelo	
   lugar	
   próprio.	
   Com	
   o	
  
surgimento	
   da	
   agricultura	
   a	
   mais	
   de	
   10.000	
   anos,	
   o	
   ser	
   humano	
   foi	
   aprendendo	
   a	
  
entender	
  os	
  ciclos	
  da	
  natureza	
  e	
  a	
  conviver	
  em	
  comunidade,	
  começando	
  a	
  se	
  prevenir	
  
dos	
  períodos	
  de	
   frio,	
  de	
  seca	
  de	
  escassez	
  de	
  alimentos.	
  Não	
  se	
  extrais	
  apenas	
  o	
  que	
  
seria	
   utilizado	
   imediatamente,	
   aprendia-­‐se	
   a	
   estocar	
   e	
   armazenar,	
   planejando	
   e	
  
prevenindo	
  para	
  o	
  futuro.	
  
	
   O	
  ser	
  humano,	
  no	
  decorrer	
  da	
  sua	
  evolução,	
  adquiriu	
  a	
  capacidade	
  de	
  analisar	
  
situações	
  atuais,	
  imaginar	
  aquilo	
  que	
  ainda	
  não	
  foi	
  vivido	
  para	
  manipular	
  a	
  realidade	
  e,	
  
até	
  mesmo	
  em	
  alguns	
  casos,	
  simular	
  o	
  futuro.	
  As	
  pessoas	
  e	
  famílias	
  começaram	
  a	
  se	
  
organizar	
   em	
   grupos	
   tornando-­‐se	
   comunidades,	
   civilizações,	
   povos	
   e	
   nações,	
  
formaram-­‐se	
   redes	
   de	
   relações	
   humanas,	
   construindo	
   aos	
   poucos	
   sua	
   própria	
  
identidade.	
   Finalmente,	
   adquirindo	
   o	
   seu	
   próprio	
   lugar	
   e	
   permanecendo	
   nele.	
   Este	
  
lugar	
  tornou-­‐se	
  algo	
  repleto	
  de	
  sentimento	
  e	
  emoção.	
  
	
   No	
   decorrer	
   da	
   evolução	
   humana,	
   quando	
   o	
   homem	
   diz	
   ter	
   se	
   tornado	
  
civilizado,	
  ocorreu	
  o	
  seu	
  desprendimento	
  com	
  o	
  lugar	
  e	
  formularam-­‐se	
  idéias	
  das	
  quais	
  
os	
   recursos	
   naturais	
   eram	
   bens	
   infinitos.	
   A	
   utilização	
   indiscriminada	
   dos	
   recursos	
  
naturais	
   tornou	
   o	
   ser	
   humano	
   causador	
   de	
   grandes	
   impactos	
   ambientais	
   gerando	
   o	
  
desequilíbrio	
  da	
  cadeia	
  da	
  vida,	
  consequentemente,	
  causando	
  o	
  colapso	
  e	
  a	
  quebra	
  do	
  
sistema.	
  
	
   O	
   desequilíbrio	
   ambiental	
   gerado	
   pelo	
   homem	
   ocasionou	
   a	
   eliminação	
   de	
  
espécie	
   e	
   até	
   mesmo	
   a	
   dizimação	
   de	
   populações.	
   Segundo	
   Albagli	
   (1993)	
   este	
  
desequilíbrio	
  ambiental	
  pode	
  ser	
  classificado	
  através	
  de	
  seis	
  modalidades;	
  
9	
  
	
  
	
   -­‐destruição	
  do	
  habitat;	
  
	
   -­‐caça,	
  pesca	
  ou	
  matança	
  deliberada	
  em	
  larga	
  escala;	
  
	
   -­‐introdução	
  de	
  predadores	
  ou	
  competidores;	
  
	
   -­‐introdução	
  de	
  elementos	
  patogênicos;	
  
	
   -­‐Poluição.	
  
	
   Devido	
  a	
  estas	
  degradações	
  ambientais	
  a	
  biodiversidade	
  planetária	
  vem	
  sendo	
  
colocada	
  em	
  risco.	
  Quatro	
  macros	
  ameaças	
  á	
  sobrevivência	
  de	
  várias	
  espécies	
  podem	
  
ser	
  destacadas:	
  
	
   -­‐destruição,	
  e	
  degradação	
  de	
  habitat;	
  
	
   -­‐exploração	
  predatória;	
  
	
   -­‐introdução	
  de	
  espécies	
  exóticas	
  e	
  
	
   -­‐aumento	
  de	
  pragas	
  e	
  doenças.	
  
	
   A	
   contínua	
   e	
   crescente	
   pressão	
   exercida	
   pelo	
   homem	
   sobre	
   os	
   recursos	
  
naturais	
  visa	
  apenas	
  benefícios	
   imediatos	
  de	
  suas	
  ações,	
  privilegiando	
  o	
  crescimento	
  
econômico	
   a	
   qualquer	
   custo	
   e	
   relegando,	
   a	
   um	
   segundo	
   plano,	
   a	
   capacidade	
   de	
  
recuperação	
   dos	
   ecossistemas.	
   Com	
   isto,	
   observa-­‐se	
   que	
   o	
   crescimento	
   econômico	
  
desacertado,	
   além	
   de	
   causar	
   danos	
   ao	
   meio	
   ambiente,	
   não	
   promoverá	
   o	
  
desenvolvimento,	
   pois	
   ao	
   se	
   analisar	
   o	
   aspecto	
   global	
   concluiu-­‐se	
   que	
   os	
   recursos	
  
necessários	
  para	
  a	
  recuperação	
  do	
  ecossistema	
  tornarão	
  este	
  crescimento	
  econômico	
  
inviável.	
  	
  
	
   Na	
  tentativa	
  de	
  aliar	
  crescimento	
  econômico	
  e	
  a	
  proteção	
  ambiental,	
  surge	
  na	
  
década	
   de	
   1950/1960	
   a	
   economia	
   ambiental,	
   que	
   estabeleceu	
   uma	
   ponte	
   entre	
   a	
  
economia	
  e	
  a	
  ecologia.	
  Mais	
  tarde	
  nasceu	
  a	
  teoria	
  econômica	
  do	
  desenvolvimento	
  e	
  o	
  
meio	
  ambiente,	
  que	
  receberia	
  o	
  nome	
  de	
  Desenvolvimento	
  Sustentável.	
  Em	
  1987,	
  as	
  
Nações	
  Unidas	
  definiram	
  o	
  conceito	
  de	
  desenvolvimento	
   sustentável,	
  no	
  documento	
  
10	
  
	
  
“Nosso	
   Futuro	
   Comum”,	
   elaborado	
   pela	
   Comissão	
  Mundial	
   sobre	
  Meio	
   Ambiente	
   e	
  
Desenvolvimento.	
   Segundo	
   diz,	
   o	
   desenvolvimento	
   deve	
   ser	
   suportável,	
   viável	
   e	
  
durável,	
  portanto,	
  um	
  desenvolvimento	
  que	
  atenda	
  ás	
  necessidades	
  do	
  presente	
  sem	
  
comprometer	
  a	
  capacidade	
  das	
  gerações	
  futuras.	
  	
  
	
   Sustentabilidade	
   e	
   desenvolvimento	
   são	
   dois	
   conceitos	
   atualmente	
  
considerados	
  característicos	
  da	
  problemática	
  contemporânea,	
  sendo	
  que	
  não	
  há	
  como	
  
considerá-­‐los	
   separadamente,	
   pois	
   não	
   existe	
   desenvolvimento	
   sem	
   que	
   haja	
  
sustentabilidade.	
  (CMMAD,	
  1991)	
  
1.2.	
  Desenvolvimento	
  Sustentável	
  
	
   O	
   Desenvolvimento	
   Sustentável	
   é	
   aquele	
   que	
   atende	
   ás	
   necessidades	
   do	
  
presente	
  sem	
  comprometer	
  a	
  possibilidade	
  de	
  as	
  gerações	
  futuras	
  atenderem	
  a	
  suas	
  
próprias	
  necessidades.	
  Ele	
  contém	
  dois	
  conceitos	
  chaves:	
  
	
   -­‐	
   O	
   conceito	
   de	
   “necessidades”,	
   sobretudo	
   as	
   necessidades	
   essenciais	
   dos	
  
pobres	
  do	
  mundo,	
  que	
  devem	
  receber	
  a	
  máxima	
  propriedade;	
  
	
   -­‐	
   A	
   noção	
  das	
   limitações	
   que	
  o	
   estágio	
   da	
   tecnologia	
   e	
   da	
   organização	
   social	
  
impõe	
   ao	
   meio	
   ambiente,	
   impedindo-­‐o	
   de	
   atender	
   ás	
   necessidades	
   presentes	
   e	
  
futuras.	
  
	
   Satisfazer	
   as	
   necessidades	
   e	
   as	
   aspirações	
   humanas	
   é	
   o	
   principal	
   objetivo	
   de	
  
desenvolvimento.	
  Nos	
  países	
  em	
  desenvolvimento	
  as	
  necessidades	
  básicas	
  de	
  grande	
  
número	
   de	
   pessoas	
   -­‐	
   alimento,	
   roupas,	
   habitação,emprego	
   –	
   não	
   estão	
   sendo	
  
atendidas.	
   Além	
   dessas	
   necessidades	
   básicas,	
   as	
   pessoas	
   também	
   aspiram	
  
legitimamente	
   a	
   uma	
   melhor	
   qualidade	
   de	
   vida.	
   Num	
   mundo	
   onde	
   a	
   pobreza	
   e	
   a	
  
injustiça	
  são	
  endêmicas,	
   sempre	
  poderão	
  ocorrer	
  crises	
  ecológicas	
  e	
  de	
  outros	
   tipos.	
  
Para	
  que	
  haja	
  um	
  Desenvolvimento	
  Sustentável	
  é	
  preciso	
  que	
  todos	
  tenham	
  atendidas	
  
as	
   suas	
   necessidades	
   básicas	
   e	
   lhes	
   sejam	
   proporcionadas	
   oportunidades	
   de	
  
concretizar	
  suas	
  aspirações	
  a	
  uma	
  vida	
  melhor.	
  
11	
  
	
  
	
   O	
  Desenvolvimento	
  Sustentável	
  requer	
  a	
  promoção	
  de	
  valores	
  que	
  mantenham	
  
os	
   padrões	
   de	
   consumo	
   dentro	
   do	
   limite	
   das	
   possibilidades	
   ecológicas,	
   no	
   entanto	
  
crescimento	
   e	
   desenvolvimento	
   econômico	
   produzem	
   mudanças	
   no	
   ecossistema	
  
físico.	
  Nenhum	
  ecossistema,	
  seja	
  onde	
   for,	
  pode	
   ficar	
   intacto.	
  Uma	
  floresta	
  pode	
  ser	
  
desmatada	
  em	
  uma	
  parte	
  de	
  uma	
  bacia	
  fluvial	
  e	
  ampliada	
  em	
  outro	
  lugar	
  e	
  isto	
  pode	
  
não	
  ser	
  mau,	
  se	
  a	
  exploração	
  tiver	
  sido	
  planejada	
  e	
  se	
  levarem	
  em	
  conta	
  os	
  níveis	
  de	
  
erosão	
  do	
  solo,	
  os	
   regimes	
  e	
  as	
  perdas	
  genéticas.	
  Em	
  geral	
  não	
  é	
  preciso	
  esgotar	
  os	
  
recursos	
   renováveis,	
   como	
   florestas	
   e	
   peixes,	
   desde	
   que	
   sejam	
   usados	
   dentro	
   dos	
  
limites	
  de	
  regeneração	
  e	
  crescimento	
  natural.	
  
	
   No	
  tocante	
  a	
  recursos	
  não	
  renováveis,	
  como	
  minerais	
  e	
  combustíveis	
  fósseis,	
  o	
  
uso	
  reduz	
  a	
  quantidade	
  de	
  que	
  disporão	
  as	
  futuras	
  gerações.	
   Isto	
  não	
  quer	
  dizer	
  que	
  
esses	
   recursos	
  não	
  devem	
  ser	
  usados.	
  Mas	
  os	
  níveis	
  de	
  uso	
  devem	
   levar	
  em	
  conta	
  a	
  
disponibilidade	
   do	
   recurso,	
   de	
   tecnologias	
   que	
   minimizem	
   seu	
   esgotamento	
   e	
   a	
  
probabilidade	
   de	
   se	
   obterem	
   substitutos	
   para	
   ele.	
   Portanto,	
   a	
   terra	
   não	
   deve	
   ser	
  
deteriorada	
  além	
  de	
  um	
   limite	
   razoável	
  de	
   recuperação.	
  No	
  caso	
  dos	
  minerais	
  e	
  dos	
  
combustíveis	
  fósseis,	
  é	
  preciso	
  dosar	
  o	
  índice	
  de	
  esgotamento	
  e	
  a	
  ênfase	
  na	
  reciclagem	
  
e	
  no	
  uso	
  econômico,	
  para	
  garantir	
  que	
  o	
  recurso	
  não	
  se	
  esgote	
  antes	
  de	
  haver	
  bons	
  
substitutos	
  para	
  ele.	
  O	
  Desenvolvimento	
  Sustentável	
  exige	
  que	
  o	
  índice	
  de	
  destruição	
  
dos	
  recursos	
  não	
  renováveis	
  mantenha	
  o	
  máximo	
  de	
  opções	
  futuras	
  possíveis.	
  
	
   Em	
  essência,	
  o	
  Desenvolvimento	
  Sustentável	
  é	
  um	
  processo	
  de	
  transformação	
  
no	
   qual	
   a	
   exploração	
   dos	
   recursos,	
   a	
   direção	
   dos	
   investimentos,	
   a	
   orientação	
   do	
  
desenvolvimento	
  tecnológico	
  e	
  a	
  mudança	
   institucional	
  se	
  harmonizam	
  e	
  reforçam	
  o	
  
potencial	
  presente	
  e	
  futuro,	
  a	
  fim	
  de	
  atender	
  as	
  necessidades	
  e	
  aspirações	
  humanas.	
  
1.3.	
  As	
  Convenções	
  da	
  Organização	
  das	
  Nações	
  Unidas	
  -­‐	
  ONU	
  	
  
	
   Em	
   1972,	
   ocorre	
   a	
   1ª	
   Conferência	
   Internacional	
   sobre	
   Meio	
   Ambiente	
   das	
  
Nações	
   Unidas	
   em	
   Estocolmo,	
   cuja	
   publicação	
   deu	
   foco	
   ao	
   debate	
   Limit	
   to	
   Growth	
  
(Limites	
  do	
  Crescimento)	
  que,	
  em	
  resumo,	
  procura	
  alertar	
  o	
  mundo,	
  principalmente	
  as	
  
superpotência	
  da	
  época,	
  quanto	
  á	
  forma	
  de	
  desenvolvimento	
  econômico	
  e	
  tecnológico	
  
que	
   estava	
   sendo	
   implantado	
   nas	
   últimas	
   décadas,	
   com	
   efeitos	
   devastadores.	
   A	
  
12	
  
	
  
preocupação	
  com	
  uma	
  guerra	
  nuclear	
  e	
  do	
  uso	
  de	
  armas	
  químicas	
  e	
  biológicas	
  começa	
  
a	
   despertar	
   uma	
   consciência	
   ambiental	
   global.	
   Pela	
   primeira	
   vez,	
   de	
   forma	
   mais	
  
organizada,	
   o	
   ser	
   humano	
   toma	
   conhecimento	
   sobre	
   assuntos	
   e	
   palavras	
   como	
   ecologia,	
  
biodiversidade,	
   consciência	
   ecológica	
   ou	
   ambiental	
   e	
   surgem	
   as	
   primeiras	
   organizações	
   não	
  
governamentais	
  –	
  ONGs.	
  
	
   Os	
   próximos	
   anos	
   seriam	
   de	
   um	
   avanço	
   nos	
   estudos	
   sobre	
   as	
   degradações	
  
ambientais	
  inimagináveis	
  nas	
  décadas	
  anteriores:	
  o	
  efeito	
  estufa,	
  a	
  ruptura	
  na	
  camada	
  
de	
  ozônio,	
  as	
  chuvas	
  ácidas,	
  o	
  envenenamento	
  dos	
  solos	
  e	
  das	
  águas,	
  as	
  ilhas	
  de	
  calor	
  
e	
  a	
  inversão	
  térmica	
  alcançam	
  destaque	
  na	
  imprensa	
  mundial	
  e	
  passam	
  a	
  ser	
  assuntos	
  
obrigatórios	
  nos	
  currículos	
  escolares.	
  
	
   Na	
   conferência	
   da	
   Suécia,	
   ficou	
   claro	
   o	
   antagonismo	
   de	
   ideias	
   entre	
   aqueles	
  
que	
   defendiam	
   o	
   “desenvolvimento	
   zero”	
   e	
   aqueles	
   que	
   defendiam	
   o	
  
“desenvolvimento	
  a	
  qualquer	
  custo”.	
  O	
  tempo	
  veio	
  mostrar	
  que	
  os	
  extremismos	
  não	
  
correspondiam	
  à	
  realidade	
  mundial.	
  
	
   As	
  principais	
  resoluções	
  de	
  Estocolmo	
  foram:	
  
	
   -­‐	
  O	
  direito	
  a	
  um	
  ambiente	
  sadio	
  e	
  equilibrado	
  e	
  á	
  justiça	
  social;	
  
	
   -­‐	
  Planejamento	
  ambiental;	
  
	
   -­‐	
  Alerta	
  aos	
  riscos	
  da	
  urbanização	
  descontrolada;	
  
	
   -­‐	
  A	
  busca	
  de	
  fontes	
  alternativas	
  de	
  energia;	
  
	
   -­‐	
  A	
  ciência	
  deve	
  estar	
  aliada	
  á	
  preservação	
  do	
  meio	
  ambiente;	
  e	
  
	
   -­‐	
  A	
  importância	
  da	
  educação	
  ambiental.	
  
	
   Em	
   1980,	
   como	
   resultado	
   da	
   1ª	
   Conferência	
  Mundial	
   sobre	
  Meio	
   Ambiente,	
  
surge	
  a	
  estratégia	
  mundial	
  para	
  a	
  conservação,	
  onde	
  o	
  destaque	
  maior	
  foi	
  a	
  definição	
  
de	
   Desenvolvimento	
   Sustentável,	
   já	
   abordada	
   anteriormente.	
   A	
   definição	
   de	
  
Desenvolvimento	
   Sustentável	
   foi	
   muito	
   combatida	
   pelos	
   ambientalistas,	
   que	
  
13	
  
	
  
acreditam	
   que	
   os	
   adeptos	
   do	
   capitalismo	
   utilizam	
   esta	
   expressão	
   para	
   continuar	
  
degradando	
  a	
  natureza,	
  enganando	
  e	
  fugindo	
  das	
  pressões	
  exercidas	
  pela	
  sociedade.	
  
	
   Em	
  1987	
  é	
  publicado	
  o	
  relatório	
  Nosso	
  Futuro	
  Comum,	
  documento	
  da	
  ONU	
  que	
  
pela	
  primeira	
  vez	
  demonstrar	
  as	
  desigualdades	
  na	
  distribuição	
  da	
   renda	
  e	
  a	
  pobreza	
  
em	
  relação	
  á	
  destruição	
  do	
  meio	
  ambiente.	
  	
  
	
   Vinte	
   anos	
   após	
   Estocolmo,	
   em	
   1992	
   acontece	
   no	
   Rio	
   de	
   Janeiro	
   a	
   2ª	
  
Conferência	
  Mundial	
   para	
   o	
  Meio	
  Ambiente,	
   a	
   Rio-­‐92	
  ou	
   ECO	
  –	
   92.	
  Muito	
   pouco	
   se	
  
avançou	
  no	
  mundo	
  e	
  no	
  Brasil	
  em	
  termos	
  de	
  implementação	
  de	
  Políticas	
  Públicas	
  para	
  
a	
   conservação	
   da	
   natureza,	
   neste	
   período.	
   Até	
   este	
   ano	
   foram	
   muitas	
   conferências,	
  
protocolos	
   assinados,	
  mas	
   ações	
   de	
   conservação	
   ou	
   estratégias	
   para	
   conservação	
   aindasão	
  
tímidas.	
  O	
  que	
  dificulta	
  ainda	
  um	
  pouco	
  é	
  que	
  cada	
  uma	
  das	
  Conferências	
  está	
  dirigida	
  a	
  um	
  
público	
  de	
  especialistas	
  com	
  um	
  tema	
  específico	
  e	
  a	
  	
  comunicação	
  entre	
  elas	
  depende	
  muito	
  
das	
  resoluções	
  estabelecidas	
  na	
  Agenda	
  21.	
  	
  
	
   Marcada	
  pelas	
  divergências	
  entre	
  os	
   interesses	
  do	
   “norte	
  em	
   relação	
  aos	
  países”	
  do	
  
“sul”,	
  esta	
  conferência	
   teve	
  como	
  base	
  o	
  “relatório	
  de	
  Brundtland”,	
  que	
  defendia	
  alterações	
  
no	
   modelo	
   de	
   consumo	
   atual	
   propondo	
   a	
   sua	
   troca	
   por	
   um	
   modelo	
   mais	
   sustentado	
  
ecologicamente,	
  resultando	
  em	
  5	
  propostas	
  principais:	
  	
  	
  
	
   -­‐	
   A	
   carta	
   da	
   Terra	
   –	
   os	
   países	
   ricos	
   são	
   os	
   principais	
   responsáveis	
   pela	
   degradação	
  
	
   ambiental,	
  portanto,	
  devem	
  investir	
  mais	
  em	
  sua	
  preservação;	
  
	
   -­‐	
  Agenda	
  21	
  –	
  exige	
  o	
  cumprimento	
  da	
  Carta	
  da	
  Terra	
  até	
  a	
  virada	
  do	
  século;	
  como	
  já	
  
	
   sabemos	
  as	
  metas	
  não	
  foram	
  atingidas	
  apesar	
  dos	
  esforços	
  para	
  construção	
  de	
  Agenda	
  
	
   21	
  locais;	
  
	
   -­‐	
  Convenção	
  da	
  Diversidade	
  Biológica	
  –	
  DCB	
  –	
  o	
  compromisso	
  dos	
  países	
  em	
  manter	
  a	
  
	
   diversidade	
  biológica	
  presente	
  nos	
  ecossistemas	
  naturais;	
  
	
   -­‐	
  Convenção	
  do	
  Clima	
  –	
  redução	
  dos	
  elementos	
  que	
  poluem	
  a	
  atmosfera	
  e	
  alteram	
  a	
  
	
   dinâmica	
  climática	
  do	
  planeta;	
  
14	
  
	
  
	
  	
  	
   -­‐	
   Convenção	
   das	
   Florestas	
   –	
   todo	
   país	
   é	
   soberano	
   sobre	
   o	
   uso	
   de	
   suas	
   florestas,	
   ao	
  
	
   mesmo	
   tempo	
   em	
   que	
   elimina	
   as	
   barreiras	
   comerciais	
   para	
   a	
   madeira	
   e	
   para	
   a	
  
	
   borracha	
  natural,	
  desde	
  que	
  a	
  exploração	
  seja	
  feita	
  de	
  forma	
  racional.	
  
	
   Essas	
  convenções	
  e	
  acordos	
  acima	
  indicam	
  um	
  bom	
  progresso	
  em	
  muitas	
  áreas	
  
no	
   papel	
   e	
   em	
   discussão,	
   inclusive	
   uma	
   maior	
   compreensão	
   da	
   importância	
   do	
  
desenvolvimento	
   sustentável.	
   Entretanto,	
   apesar	
   destes	
   acordos	
   internacionais,	
   a	
  
exploração	
  dos	
  recursos	
  mundiais	
  continua	
  sendo	
  realizada,	
  cada	
  vez	
  mais	
  à	
  custa	
  das	
  
pessoas	
  do	
  Hemisfério	
  Sul,	
  principalmente	
  devido	
  às	
  demandas	
  dos	
  consumidores	
  do	
  
Hemisfério	
  Norte.	
  
A	
  sustentabilidade	
  para	
  uma	
  melhor	
  relação	
  homem	
  x	
  natureza	
  
	
   Ao	
  se	
  definir	
  desenvolvimento	
  sustentável	
  também	
  está	
  se	
  discutindo	
  o	
  que	
  é	
  
sustentabilidade.	
   Para	
   alguns	
   autores	
   como	
   Clovis	
   Cavalcanti	
   sustentabilidade	
  
“significa	
  a	
  possibilidade	
  de	
  se	
  obterem	
  continuamente	
  condições	
  iguais	
  ou	
  superiores	
  
de	
  vida	
  para	
  um	
  grupo	
  de	
  pessoas	
  e	
  seus	
  sucessores	
  em	
  dado	
  ecossistema”	
  Cavalcanti	
  
(2003).	
   Para	
   o	
   autor,	
   as	
   discussões	
   atuais	
   sobre	
   o	
   significado	
   do	
   termo	
  
“desenvolvimento	
  sustentável”	
  mostram	
  que	
  se	
  está	
  aceitando	
  a	
  ideia	
  de	
  colocar	
  um	
  
limite	
   para	
   o	
   progresso	
   material	
   e	
   para	
   o	
   consumo,	
   antes	
   visto	
   como	
   ilimitado,	
  
criticando	
   a	
   ideia	
   de	
   crescimento	
   constante	
   sem	
   preocupação	
   com	
   o	
   futuro	
  
(CAVALCANTI,	
  2003).	
  
	
   Para	
   facilitar	
   a	
   compreensão	
   do	
   conceito	
   de	
   sustentabilidade,	
   Sachs	
   (1993)	
   a	
  
divide	
   em	
   cinco	
   classificações:	
   a	
   sustentabilidade	
   ambiental,	
   a	
   econômica,	
   a	
  
sustentabilidade	
  ecológica,	
  a	
  sustentabilidade	
  social	
  e	
  a	
  sustentabilidade	
  política.	
  	
  
O	
  conceito	
  descrito	
  por	
  Sachs	
  (1993)	
  refere-­‐se	
  à	
  sustentabilidade	
  como:	
  
“Sustentabilidade	
  ecológica	
  –	
  refere-­‐se	
  à	
  base	
  física	
  do	
  processo	
  de	
  crescimento	
  e	
  tem	
  
como	
   objetivo	
   a	
   manutenção	
   de	
   estoques	
   dos	
   recursos	
   naturais,	
   incorporados	
   as	
  
atividades	
  produtivas.	
  
15	
  
	
  
Sustentabilidade	
  ambiental	
  –	
  refere-­‐se	
  à	
  manutenção	
  da	
  capacidade	
  de	
  sustentação	
  
dos	
   ecossistemas,	
   o	
   que	
   implica	
   a	
   capacidade	
   de	
   absorção	
   e	
   recomposição	
   dos	
  
ecossistemas	
  em	
  face	
  das	
  agressões	
  antrópica.	
  
Sustentabilidade	
  social	
  –	
  refere-­‐se	
  ao	
  desenvolvimento	
  e	
  tem	
  por	
  objetivo	
  a	
  melhoria	
  
da	
   qualidade	
   de	
   vida	
   da	
   população.	
   Para	
   o	
   caso	
   de	
   países	
   com	
   problemas	
   de	
  
desigualdade	
   e	
   de	
   inclusão	
   social,	
   implica	
   a	
   adoção	
   de	
   políticas	
   distributivas	
   e	
   a	
  
universalização	
   de	
   atendimento	
   a	
   questões	
   como	
   saúde,	
   educação,	
   habitação	
   e	
  
seguridade	
  social.	
  
Sustentabilidade	
   política	
   –	
   refere-­‐se	
   ao	
   processo	
   de	
   construção	
   da	
   cidadania	
   para	
  
garantir	
  a	
  incorporação	
  plena	
  dos	
  indivíduos	
  ao	
  processo	
  de	
  desenvolvimento.	
  
Sustentabilidade	
  econômica	
  –	
  refere-­‐se	
  a	
  uma	
  gestão	
  eficiente	
  dos	
  recursos	
  em	
  geral	
  e	
  
caracteriza-­‐se	
  pela	
  regularidade	
  de	
  fluxos	
  do	
  investimento	
  público	
  e	
  privado.	
  “Implica	
  a	
  
avaliação	
  da	
  eficiência	
  por	
  processos	
  macro	
  social.”	
  
	
   O	
   desenvolvimento	
   sustentável	
   não	
   deve	
   ser	
   apresentado	
   como	
   um	
   slogan	
  
político.	
   As	
   condições	
   ambientais	
   já	
   estão	
   bastante	
   prejudicadas	
   pelo	
   padrão	
   de	
  
desenvolvimento	
  e	
  consumo	
  atual,	
  deste	
  modo,	
  o	
  desenvolvimento	
  sustentável	
  pode	
  
ser	
  uma	
  resposta	
  aos	
  anseios	
  da	
  sociedade.	
  
	
   A	
   sustentabilidade	
   consiste	
   em	
   encontrar	
   meios	
   de	
   produção,	
   distribuição	
   e	
  
consumo	
   dos	
   recursos	
   existentes	
   de	
   forma	
   mais	
   coesiva,	
   economicamente	
   eficaz,	
  
ecologicamente	
  viável	
  e	
  Priorizar	
  o	
  desenvolvimento	
  social	
  e	
  humano	
  com	
  capacidade	
  
de	
  suporte	
  ambiental.	
  (SACHS,	
  1993)	
  
	
  
	
  
	
   	
  
	
  
	
   	
  
16	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
   	
  
	
  
UNIDADE	
  2	
  
	
  RECURSOS	
  NATURAIS	
  E	
  ENERGIA	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
17	
  
	
  
1.Introdução	
  
Neste	
  capitulo,	
  abordaremos	
  a	
  definição,	
  classificação	
  e	
  o	
  papel	
  dos	
  principais	
  
recursos	
  naturais,	
  os	
  problemas	
  decorrentes	
  do	
  seu	
  uso	
  abusivo	
  e	
  mostrar	
  que	
  mesmo	
  
os	
  recursos	
  considerados	
  renováveis	
  correm	
  o	
  risco	
  de	
  esgotamento.	
  Serão	
  abordadas	
  
também	
  as	
  fontes	
  de	
  energia	
  e	
  sua	
  classificação.	
  	
  
	
   Os	
  recursos	
  naturais	
  são	
  inesgotáveis?	
  A	
  humanidade	
  pode	
  retirar	
  o	
  que	
  deseja	
  
da	
  natureza	
  e	
  despejar	
  toda	
  a	
  sorte	
  de	
  resíduos	
  na	
  biosfera?	
  Existem	
  fortes	
  evidências	
  
de	
   que	
   não!	
   Os	
   combustíveis	
   fósseis,	
   cuja	
   exploração	
   continua	
   aumentando	
  
rapidamente,	
  sãofinitos,	
  e	
  sua	
  queima	
  contribui	
  para	
  o	
  aumento	
  do	
  efeito	
  estufa	
  que	
  
vem	
  elevando	
  a	
  temperatura	
  na	
  superfície	
  da	
  Terra.	
  (SCHORR,	
  2010)	
  
1.1	
  Definição	
  de	
  Recursos	
  Naturais	
  
	
   Recursos	
   naturais	
   são	
   elementos	
   da	
   natureza	
   com	
   utilidade	
   para	
   o	
   Homem,	
  
com	
   o	
   objetivo	
   do	
   desenvolvimento	
   da	
   civilização,	
   sobrevivência	
   e	
   conforto	
   da	
  
sociedade	
  em	
  geral.	
  Pode	
  ser	
  renovável,	
  como	
  a	
  energia	
  do	
  Sol	
  e	
  do	
  vento.	
  Já	
  a	
  água,	
  o	
  
solo	
   e	
   as	
   árvores	
   que	
   estão	
   sendo	
   considerados	
   limitados,	
   são	
   chamados	
   de	
  
potencialmente	
   renováveis.	
   E	
   ainda	
   não	
   renováveis	
   como	
   o	
   petróleo	
   e	
  minérios	
   em	
  
geral.	
  
	
   Os	
   recursos	
   naturais	
   são	
   componentes,	
   materiais	
   ou	
   não,	
   da	
   paisagem	
  
geográfica,	
   mas	
   que	
   ainda	
   não	
   tenham	
   sofrido	
   importantes	
   transformações	
   pelo	
  
trabalho	
  humano	
  e	
  cuja	
  própria	
  gênese	
  é	
  independente	
  do	
  Homem,	
  mas	
  aos	
  quais	
  lhes	
  
foram	
  atribuídos,	
  historicamente,	
  valores	
  econômicos,	
  sociais	
  e	
  culturais.	
  Portanto,	
  só	
  
podem	
  ser	
  compreendidos	
  a	
  partir	
  da	
  relação	
  homem-­‐natureza.	
  Os	
  recursos	
  naturais	
  
são	
  muito	
  importantes	
  para	
  o	
  Mundo.	
  
	
   Recurso	
  natural	
  é	
  qualquer	
   insumo	
  de	
  que	
  os	
  organismos,	
  as	
  populações	
  e	
  os	
  
ecossistemas	
  necessitam	
  para	
  sua	
  manutenção.	
  Portanto,	
   recurso	
  natural	
  é	
  algo	
  útil.	
  
Existe	
   um	
   envolvimento	
   entre	
   recursos	
   naturais	
   e	
   tecnologia,	
   uma	
   vez	
   que	
   há	
   a	
  
necessidade	
   da	
   existência	
   de	
   processo	
   tecnológico	
   para	
   utilização	
   de	
   um	
   recurso.	
  
Exemplo	
  típico	
  é	
  o	
  magnésio,	
  que	
  até	
  pouco	
  tempo	
  não	
  era	
  recurso	
  natural	
  e	
  passou	
  a	
  
18	
  
	
  
sê-­‐lo	
  quando	
  se	
  descobriu	
  como	
  utilizá-­‐lo	
  na	
  confecção	
  de	
   ligas	
  metálicas	
  de	
  aviões.	
  
Recursos	
   naturais	
   e	
   economia	
   interagem	
   de	
  modo	
   bastante	
   evidente,	
   uma	
   vez	
   que	
  
algo	
  é	
  recurso	
  na	
  medida	
  em	
  que	
  sua	
  exploração	
  é	
  economicamente	
  viável.	
  (SCHORR,	
  
2010)	
  
	
   Nem	
   todos	
   os	
   recursos	
   que	
   a	
   natureza	
   oferece	
   ao	
   ser	
   humano	
   podem	
   ser	
  
aproveitados	
   em	
   seu	
   estado	
   natural.	
   Quase	
   sempre	
   o	
   ser	
   humano	
   precisa	
   trabalhar	
  
para	
   transformar	
   os	
   recursos	
   naturais	
   em	
   bens	
   capazes	
   de	
   satisfazer	
   alguma	
  
necessidade	
  humana.	
  Os	
   recursos	
   hídricos,	
   por	
   exemplo,	
   têm	
  de	
   ser	
   armazenados	
   e	
  
canalizados,	
   quer	
   para	
   consumo	
   humano	
   direto,	
   para	
   irrigação,	
   ou	
   para	
   geração	
   de	
  
energia	
  hidrelétrica.	
  
Os	
  recursos	
  naturais	
  classificam	
  em:	
  
Renováveis:	
  elementos	
  naturais	
  que	
  usados	
  da	
  forma	
  correta	
  podem	
  se	
  renovar.	
  
Exemplos:	
  animais,	
  vegetação,	
  água.	
  
Não	
  renováveis:	
  São	
  aqueles	
  que	
  de	
  maneira	
  alguma	
  não	
  se	
  renovam,	
  ou	
  demoram	
  
muito	
  tempo	
  para	
  se	
  produzir.	
  Exemplos:	
  petróleo,	
  ferro,	
  ouro.	
  
	
   Frequentemente	
  são	
  classificados	
  como	
  recursos	
   renováveis	
  e	
  não	
  renováveis	
  
quando	
  se	
  tem	
  em	
  conta	
  o	
  tempo	
  necessário	
  para	
  que	
  se	
  dê	
  a	
  sua	
  reposição.	
  Os	
  não	
  
renováveis	
  incluem	
  substâncias	
  que	
  não	
  podem	
  ser	
  repostas	
  ou	
  renovadas,	
  como	
  por	
  
exemplo,	
  o	
  petróleo	
  e	
  os	
  minérios	
  em	
  geral.	
  Os	
  renováveis	
  são	
  aqueles	
  que	
  podem	
  se	
  
renovar	
  ou	
  serem	
  recuperados,	
  com	
  ou	
  sem	
  interferência	
  humana,	
  como	
  as	
  florestas,	
  
luz	
  solar,	
  ventos	
  e	
  a	
  água.	
  
	
   Há	
   situações	
  nas	
  quais	
  um	
   recurso	
   renovável	
  passa	
  a	
   ser	
  não	
   renovável.	
   Essa	
  
condição	
   ocorre	
   quando	
   a	
   taxa	
   de	
   utilização	
   supera	
   a	
   máxima	
   capacidade	
   de	
  
sustentação	
  e	
  renovação	
  do	
  sistema.	
  O	
  que	
  poderá	
  ocorrer	
  com	
  a	
  água	
  potável.	
  
	
   Os	
   recursos	
   naturais	
   também	
   podem	
   ser	
   classificados	
   em	
   energéticos	
   e	
   não	
  
energéticos,	
  se	
  atenderem	
  à	
  capacidade	
  de	
  produzir	
  energia.	
  Os	
  carvões	
  e	
  o	
  petróleo	
  
são	
  recursos	
  naturais	
  energéticos.	
  Por	
  vezes	
  a	
  água	
  é	
  também	
  considerada	
  um	
  recurso	
  
energético,	
   pois	
   as	
   barragens	
   transformam	
   a	
   energia	
   potencial	
   da	
   água	
   em	
   energia	
  
19	
  
	
  
produtiva.	
  Dessa	
   forma	
  os	
  recursos	
  naturais	
  além	
  de	
  fornecerem	
  matéria-­‐prima	
  para	
  
as	
  atividades	
  humanas	
  também	
  fornecem	
  energia,	
  ou	
  seja,	
  são	
  fontes	
  de	
  energia,	
  que	
  
se	
  dividem	
  em	
  renováveis	
  e	
  não	
  renováveis.	
  
1.2	
  Fontes	
  de	
  energia	
  renováveis	
  
	
   Os	
  fluxos	
  naturais	
  de	
  energia,	
  que	
  são	
  utilizados	
  há	
  milênios	
  (sol,	
  água,	
  vento	
  e	
  
madeira)	
  são	
  conhecidos	
  como	
  fontes	
  renováveis.	
  Antes	
  da	
  Revolução	
  Industrial,	
  o	
  Sol	
  
era	
  uma	
  das	
  fontes	
  de	
  energia	
  mais	
  utilizadas,	
  ele	
  fornecia	
  energia	
  para	
  os	
  músculos	
  
(do	
   ser	
   humano	
   e	
   dos	
   animais	
   empregados	
   na	
   tração	
   de	
   cargas).	
   Além	
   disso,	
  
aproveitava-­‐se	
   a	
   força	
   do	
   vento	
   e	
   da	
   água	
   para	
   mover	
   moinhos	
   e	
   máquinas.	
   	
   A	
  
madeira,	
   sob	
   a	
   forma	
   de	
   carvão,	
   era	
   igualmente	
   utilizada	
   desde	
   a	
   pré-­‐história.	
  
(SCHORR,	
  2010)	
  
Energia	
  solar	
  
	
   Energia	
   solar	
   é	
   aquela	
   proveniente	
   do	
   Sol	
   (energia	
   térmica	
   e	
   luminosa).	
   Esta	
  
energia	
   é	
   captada	
   por	
   painéis	
   solares,	
   formados	
   por	
   células	
   fotovoltaicas,	
   e	
  
transformada	
  em	
  energia	
  elétrica	
  ou	
  mecânica	
  (ver	
  figura	
  1).	
  A	
  energia	
  solar	
  também	
  é	
  
utilizada,	
  principalmente	
  em	
  residências,	
  para	
  o	
  aquecimento	
  da	
  água.	
  	
  
	
   A	
  energia	
  solar	
  é	
  considerada	
  uma	
  fonte	
  de	
  energia	
  limpa	
  e	
  renovável,	
  pois	
  não	
  
polui	
  o	
  meio	
  ambiente	
  e	
  não	
  acaba.	
  Este	
   tipo	
  de	
  energia	
  ainda	
  é	
  pouco	
  utilizado	
  no	
  
mundo,	
   pois	
   o	
   custo	
   de	
   fabricação	
   e	
   instalação	
   dos	
   painéis	
   solares	
   ainda	
   é	
   muito	
  
elevado.	
  Outro	
  problema	
  é	
  a	
  dificuldade	
  de	
  armazenamento	
  da	
  energia	
  solar.	
  
Os	
  países	
  que	
  mais	
  produzem	
  energia	
  solar	
  são:	
  Japão,	
  Estados	
  Unidos	
  e	
  Alemanha.	
  
20	
  
	
  
	
  
Fonte:	
  http://ambiente.hsw.uol.com.br/	
  
Figura	
  1	
  -­‐	
  células	
  de	
  captação	
  de	
  energia	
  solar	
  
	
  
Vantagens	
  da	
  utilização	
  da	
  energia	
  solar:	
  
●	
  A	
  energia	
  solar	
  não	
  polui	
  durante	
  seu	
  uso.	
  A	
  poluição	
  decorrente	
  da	
  fabricação	
  dos	
  	
  	
  	
  	
  
equipamentos	
  necessários	
  para	
  a	
  construção	
  dos	
  painéis	
  solares	
  é	
  totalmente	
  
controlável	
  utilizando	
  as	
  formasde	
  controles	
  existentes	
  atualmente.	
  
●	
  As	
  centrais	
  necessitam	
  de	
  manutenção	
  mínima.	
  
●	
  Em	
  países	
  tropicais,	
  como	
  o	
  Brasil,	
  a	
  utilização	
  da	
  energia	
  solar	
  é	
  viável	
  em	
  
praticamente	
  todo	
  o	
  território,	
  e,	
  em	
  locais	
  longe	
  dos	
  centros	
  de	
  produção	
  energética,	
  
sua	
  utilização	
  ajuda	
  a	
  diminuir	
  a	
  demanda	
  energética.	
  
Desvantagens	
  da	
  energia	
  solar:	
  
●	
  Um	
  painel	
  solar	
  consome	
  uma	
  quantidade	
  enorme	
  de	
  energia	
  para	
  ser	
  fabricado.	
  
●	
  Os	
  custos	
  de	
  instalação	
  são	
  muito	
  elevados	
  em	
  relação	
  aos	
  outros	
  meios	
  de	
  energia.	
  	
  
●	
   Existe	
   variação	
  nas	
  quantidades	
  produzidas	
  de	
   acordo	
   com	
  a	
   situação	
  atmosférica	
  
(chuvas,	
  neve),	
  além	
  de	
  que	
  durante	
  a	
  noite	
  não	
  existe	
  produção	
  alguma,	
  o	
  que	
  obriga	
  
a	
  que	
  existam	
  meios	
  de	
  armazenamento	
  da	
  energia	
  produzida	
  durante	
  o	
  dia	
  em	
  locais	
  
onde	
  os	
  painéis	
  solares	
  não	
  estejam	
  ligados	
  à	
  rede	
  de	
  transmissão	
  de	
  energia.	
  
21	
  
	
  
Energia	
  maremotriz	
  (ondas	
  do	
  mar)	
  
	
   Energia	
  maremotriz	
  é	
  o	
  modo	
  de	
  geração	
  de	
  eletricidade	
  através	
  da	
  utilização	
  
da	
  energia	
  contida	
  no	
  movimento	
  de	
  massas	
  de	
  água	
  devido	
  às	
  marés.	
  Dois	
  tipos	
  de	
  
energia	
  maremotriz	
  podem	
  ser	
  obtidos:	
  energia	
  cinética	
  das	
  correntes	
  devido	
  às	
  marés	
  
e	
  energia	
  potencial	
  pela	
  diferença	
  de	
  altura	
  entre	
  as	
  marés	
  alta	
  e	
  baixa.	
  
	
   Em	
   qualquer	
   local	
   a	
   superfície	
   do	
   oceano	
   oscila	
   entre	
   pontos	
   altos	
   e	
   baixo,	
  
chamados	
  marés,	
  a	
  cada	
  12	
  horas	
  e	
  25	
  minutos.	
  Em	
  certas	
  baías	
  estuários,	
  como	
  junto	
  
ao	
  Monte	
  Saint-­‐Michel,	
  no	
  estuário	
  do	
  rio	
  Rance,	
  na	
  França,	
  ou	
  em	
  São	
  Luís,	
  no	
  Brasil,	
  
essas	
   marés	
   são	
   bastante	
   amplificadas,	
   podendo	
   atingir	
   alturas	
   da	
   ordem	
   de	
   15	
  
metros.	
  	
   As	
   gigantescas	
   massas	
   de	
   água	
   que	
   cobrem	
   dois	
   terços	
   do	
   planeta	
  
constituem	
   o	
   maior	
   coletor	
   de	
   energia	
   solar	
   imaginável.	
   As	
   marés,	
   originadas	
   pela	
  
atração	
  lunar,	
  também	
  representam	
  uma	
  tentadora	
  fonte	
  energética.	
  Em	
  conjunto,	
  a	
  
temperatura	
   dos	
   oceanos,	
   as	
   ondas	
   e	
   as	
   marés	
   poderiam	
   proporcionar	
   muito	
   mais	
  
energia	
   do	
   que	
   a	
   humanidade	
   seria	
   capaz	
   de	
   gastar	
   —	
   hoje	
   ou	
   no	
   futuro,	
   mesmo	
  
considerando	
  que	
  o	
  consumo	
  global	
  simplesmente	
  dobra	
  de	
  dez	
  em	
  dez	
  anos.	
  
	
   	
  A	
  energia	
  das	
  marés	
  é	
  obtida	
  de	
  modo	
  semelhante	
  ao	
  da	
  energia	
  hidrelétrica.	
  
Trata-­‐se	
  de	
  uma	
  obra	
  complexa	
  de	
  Engenharia	
  Hidráulica.	
  Constrói-­‐se	
  uma	
  barragem,	
  
formando-­‐se	
   um	
   reservatório	
   junto	
   ao	
  mar.	
   Quando	
   a	
  maré	
   é	
   alta,	
   a	
   água	
   enche	
   o	
  
reservatório,	
  passando	
  através	
  da	
  turbina	
  hidráulica,	
  tipo	
  bulbo,	
  e	
  produzindo	
  energia	
  
elétrica.	
  Na	
  maré	
  baixa,	
   o	
   reservatório	
   é	
   esvaziado	
  e	
   a	
   água	
  que	
   sai	
   do	
   reservatório	
  
passa	
   novamente	
   através	
   da	
   turbina,	
   em	
   sentido	
   contrário,	
   produzindo	
   a	
   energia	
  
elétrica.	
  Este	
  tipo	
  de	
  fonte	
  é	
  também	
  usado	
  no	
  Japão,	
  na	
  França	
  e	
  na	
  Inglaterra.	
  
Energia	
  eólica	
  
	
   A	
  energia	
  eólica	
  é	
  a	
  energia	
  que	
  provém	
  do	
  vento.	
  O	
  termo	
  eólico	
  vem	
  do	
  latim	
  
aeolicus,	
   pertencente	
   ou	
   relativo	
   à	
   Éolo,	
   Deus	
   dos	
   ventos	
   na	
   mitologia	
   grega	
   e,	
  
portanto,	
  pertencente	
  ou	
  relativo	
  ao	
  vento.	
  
	
   A	
   energia	
   eólica	
   tem	
   sido	
   aproveitada	
   desde	
   a	
   antiguidade	
   para	
   mover	
   os	
  
barcos	
  impulsionados	
  por	
  velas	
  ou	
  para	
  fazer	
  funcionar	
  a	
  engrenagem	
  de	
  moinhos,	
  ao	
  
mover	
   as	
   suas	
   pás.	
   Nos	
   moinhos	
   de	
   vento	
   a	
   energia	
   eólica	
   era	
   transformada	
   em	
  
22	
  
	
  
energia	
  mecânica,	
  utilizada	
  na	
  moagem	
  de	
  grãos	
  ou	
  para	
  bombear	
  água.	
  Os	
  moinhos	
  
foram	
  usados	
  para	
  fabricação	
  de	
  farinhas	
  e	
  ainda	
  para	
  drenagem	
  de	
  canais,	
  sobretudo	
  
nos	
  Países	
  Baixos	
  (Holanda).	
  
	
   Na	
  atualidade	
  utilizam-­‐se	
  a	
  energia	
  eólica	
  para	
  mover	
  aerogeradores	
  -­‐	
  grandes	
  
turbinas	
   colocadas	
   em	
   lugares	
   de	
   muito	
   vento	
   (ver	
   figura	
   2).	
   Essas	
   turbinas	
   têm	
   a	
  
forma	
   de	
   um	
   cata	
   vento	
   ou	
   um	
   moinho.	
   Esse	
   movimento,	
   através	
   de	
   um	
   gerador,	
  
produz	
   energia	
   elétrica.	
   Precisam	
   agrupar-­‐se	
   em	
   parques	
   eólicos,	
   concentrações	
   de	
  
aerogeradores,	
   necessários	
   para	
   que	
   a	
   produção	
   de	
   energia	
   se	
   torne	
   rentável,	
   mas	
  
podem	
   ser	
   usados	
   isoladamente,	
   para	
   alimentar	
   localidades	
   remotas	
   e	
   distantes	
   da	
  
rede	
  de	
   transmissão.	
   É	
  possível	
   ainda	
   a	
  utilização	
  de	
   aerogeradores	
  de	
  baixa	
   tensão	
  
quando	
  se	
  trate	
  de	
  requisitos	
  limitados	
  de	
  energia	
  elétrica.	
  
	
   A	
   energia	
   eólica	
   pode	
   ser	
   considerada	
   uma	
   das	
   mais	
   promissoras	
   fontes	
  
naturais	
   de	
   energia,	
   principalmente	
   porque	
   é	
   renovável,	
   ou	
   seja,	
   não	
   se	
   esgota	
   é	
  
limpa,	
   amplamente	
   distribuída	
   globalmente	
   e,	
   se	
   utilizada	
   para	
   substituir	
   fontes	
   de	
  
combustíveis	
  fósseis,	
  auxilia	
  na	
  redução	
  do	
  efeito	
  estufa.	
  Em	
  países	
  como	
  o	
  Brasil,	
  que	
  
possuem	
  uma	
  grande	
  malha	
  hidrográfica,	
  a	
  energia	
  eólica	
  pode	
  se	
  tornar	
   importante	
  
no	
  futuro,	
  porque	
  ela	
  não	
  consome	
  água,	
  que	
  é	
  um	
  bem	
  cada	
  vez	
  mais	
  escasso	
  e	
  que	
  
também	
  vai	
  ficar	
  cada	
  vez	
  mais	
  controlado.	
  (SCHORR,	
  2010)	
  
	
  
Fonte:	
  http://www.fc-­‐solar.com/	
  
	
  
23	
  
	
  
	
   Figura	
  2	
  -­‐	
  aerogeradores	
  (turbinas	
  para	
  geração	
  de	
  energia	
  a	
  partir	
  do	
  vento)	
  
Energia	
  hidráulica	
  
	
   A	
   energia	
  hidráulica	
  ou	
  energia	
  hídrica	
   é	
   a	
   energia	
  obtida	
   a	
  partir	
   da	
  energia	
  
potencial	
  de	
  uma	
  massa	
  de	
  água.	
  A	
  forma	
  na	
  qual	
  ela	
  se	
  manifesta	
  na	
  natureza	
  é	
  nos	
  
fluxos	
  de	
  água,	
  como	
  rios	
  e	
  lagos	
  e	
  pode	
  ser	
  aproveitada	
  por	
  meio	
  de	
  um	
  desnível	
  ou	
  
queda	
  d'água.	
  Pode	
  ser	
  convertida	
  na	
  forma	
  de	
  energia	
  mecânica	
  (rotação	
  de	
  um	
  eixo)	
  
através	
  de	
  turbinas	
  hidráulicas	
  ou	
  moinhos	
  de	
  água.	
  As	
  turbinas	
  por	
  sua	
  vez	
  podem	
  ser	
  
usadas	
   como	
  acionamento	
  de	
  um	
  equipamento	
   industrial,	
   como	
  um	
  compressor,	
  ou	
  
de	
  um	
  gerador	
  elétrico,	
  com	
  a	
  finalidade	
  de	
  prover	
  energia	
  elétrica	
  para	
  uma	
  rede	
  de	
  
energia.	
  
	
   NoBrasil,	
   devido	
  a	
   sua	
  enorme	
  quantidade	
  de	
   rios,	
   a	
  maior	
  parte	
  da	
  energia	
  
elétrica	
  disponível	
  é	
  proveniente	
  de	
  grandes	
  usinas	
  hidrelétricas.	
  A	
  energia	
  primária	
  de	
  
uma	
   hidrelétrica	
   é	
   a	
   energia	
   potencial	
   gravitacional	
   da	
   água	
   contida	
   numa	
   represa	
  
elevada.	
  Antes	
  de	
  se	
  tornar	
  energia	
  elétrica,	
  a	
  energia	
  primária	
  deve	
  ser	
  convertida	
  em	
  
energia	
  cinética	
  de	
  rotação.	
  O	
  dispositivo	
  que	
  realiza	
  essa	
  transformação	
  é	
  a	
  turbina.	
  
1.3	
  Fontes	
  de	
  energia	
  não	
  renováveis	
  
	
   As	
  fontes	
  de	
  energia	
  não	
  renováveis	
  são	
  aquelas	
  que	
  se	
  encontram	
  na	
  natureza	
  
em	
  quantidades	
  limitadas	
  e	
  se	
  extinguem	
  com	
  a	
  sua	
  utilização.	
  Uma	
  vez	
  esgotadas,	
  as	
  
reservas	
  não	
  podem	
  ser	
  regeneradas.	
  Consideram-­‐se	
  fontes	
  de	
  energia	
  não	
  renováveis	
  
os	
   combustíveis	
   fósseis	
   (carvão,	
   petróleo	
   bruto	
   e	
   gás	
   natural)	
   e	
   o	
   urânio,	
   que	
   é	
   a	
  
matéria-­‐prima	
  necessária	
  para	
  obter	
  a	
  energia	
   resultante	
  dos	
  processos	
  de	
   fissão	
  ou	
  
fusão	
   nuclear.	
   Todas	
   estas	
   fontes	
   de	
   energia	
   têm	
   reservas	
   finitas,	
   uma	
   vez	
   que	
   é	
  
necessário	
   muito	
   tempo	
   para	
   sua	
   reposição,	
   e	
   a	
   sua	
   distribuição	
   geográfica	
   não	
   é	
  
homogênea,	
  ao	
  contrário	
  das	
  fontes	
  de	
  energia	
  renováveis,	
  originada	
  graças	
  ao	
  fluxo	
  
contínuo	
  de	
  energia	
  proveniente	
  da	
  natureza.	
  As	
  fontes	
  de	
  energia	
  não	
  renováveis	
  são	
  
denominadas	
   fontes	
   de	
   energia	
   convencionais.	
   São	
   também	
   consideradas	
   energias	
  
sujas,	
   já	
   que	
   sua	
   utilização	
   causa	
   significativos	
   impactos	
   ambientais	
   para	
   o	
   meio	
  
ambiente	
   e	
   para	
   a	
   sociedade:	
   destruição	
   de	
   ecossistemas,	
   danos	
   em	
   bosques	
   e	
  
aquíferos,	
   doenças,	
   redução	
   da	
   produtividade	
   agrícola,	
   corrosão	
   de	
   edificações,	
   e	
  
atualmente	
  um	
  dos	
  problemas	
  ambientais	
  mais	
  graves	
  resultante	
  do	
  uso	
  de	
  fontes	
  de	
  
24	
  
	
  
energia	
  não-­‐renováveis	
  e	
  o	
  efeito	
  estufa	
  que	
  tem	
  causado	
  o	
  aumento	
  do	
  aquecimento	
  
global.	
   A	
   alternativa	
   ao	
   uso	
   da	
   energia	
   nuclear	
   como	
   fonte	
   de	
   energia	
   surgiu	
   como	
  
uma	
   solução	
  possível	
   face	
   ao	
   problema	
  do	
   efeito	
   de	
   estufa	
   (não	
   são	
   emitidos	
   gases	
  
poluentes	
   para	
   a	
   atmosfera;	
   contribui	
   para	
   a	
   diversificação	
   das	
   fontes	
   de	
   energia,	
  
diminuindo	
   a	
   vulnerabilidade	
   dos	
   países	
   ás	
   oscilações	
   de	
   preço	
   dos	
   combustíveis	
  
fósseis;	
  etc.),	
  mas	
  os	
  riscos	
  inerentes	
  à	
  produção	
  de	
  energia	
  elétrica	
  recorrendo	
  a	
  esta	
  
fonte	
   (perigo	
   de	
   explosão	
   nuclear	
   e	
   de	
   produção	
   de	
   resíduos	
   radioativos;	
  
contaminação	
  radioativa;	
  etc.),	
  sem	
  esquecer	
  também	
  o	
  custo	
  elevado	
  de	
  construção	
  
e	
  manutenção	
   das	
   instalações,	
   contribuem	
   significativamente	
   para	
   que	
   o	
   uso	
   desta	
  
fonte	
  de	
  energia	
  continue	
  a	
  ser	
  encarada,	
  por	
  muitos,	
  como	
  um	
  risco	
  desaconselhável.	
  	
  
Petróleo	
  
	
   O	
  petróleo(óleo	
  mineral),	
  de	
  cor	
  escura	
  e	
  cheiro	
  forte,	
  é	
  um	
  combustível	
  fóssil,	
  
produzido	
  há	
  milhões	
  de	
  anos	
  pela	
  pressão	
  de	
  material	
  orgânico,	
  e	
  é	
  hoje	
  encontrado	
  
em	
  algumas	
  zonas	
  do	
  subsolo	
  da	
  Terra.	
  É	
  a	
  principal	
  fonte	
  de	
  energia	
  atual.	
  O	
  petróleo	
  
e	
   o	
   gás	
   natural	
   são	
   encontrados	
   tanto	
   em	
   terra	
   quanto	
   no	
  mar,	
   principalmente	
   nas	
  
bacias	
   sedimentares	
   (onde	
   se	
   encontram	
   meios	
   mais	
   porosos	
   -­‐	
   reservatórios).	
   A	
  
refinação	
   do	
   petróleo	
   bruto	
   consiste	
   na	
   sua	
   separação	
   em	
   diversos	
   componentes	
   e	
  
permite	
  obter	
  os	
  mais	
  variados	
  combustíveis	
  e	
  matérias-­‐primas.	
  
	
   É	
  de	
  fácil	
  transporte,	
  mas	
  seu	
  potencial	
  destruidor	
  do	
  meio-­‐ambiente	
  é	
  muito	
  
grande,	
   pois	
   libera	
   grande	
   quantidade	
   CO2	
   para	
   atmosfera	
   sendo	
   um	
   dos	
   grandes	
  
"vilões"	
   do	
   chamado	
   aquecimento	
   global,	
   por	
   causa,	
   da	
   sua	
   grande	
   utilização	
   nos	
  
meios	
  de	
  transportes	
  como	
  carros	
  e	
  motos.	
  
Carvão	
  Mineral	
  
	
   O	
   carvão	
   é	
   uma	
   rocha	
   orgânica	
   com	
   propriedades	
   combustíveis,	
   constituída	
  
majoritariamente	
  por	
  carbono.	
  A	
  exploração	
  de	
   jazidas	
  de	
  carvão	
  é	
   feita	
  em	
  mais	
  de	
  
50	
   países,	
   o	
   que	
   demonstra	
   a	
   sua	
   abundância.	
   Esta	
   situação	
   contribui,	
   em	
   grande	
  
parte,	
  para	
  que	
  este	
  combustível	
  seja	
  também	
  o	
  mais	
  barato.	
  
	
   Inicialmente,	
  o	
  carvão	
  era	
  utilizado	
  em	
  todos	
  os	
  processos	
  industriais	
  e,	
  ao	
  nível	
  
doméstico,	
   em	
   fornos,	
   fogões,	
   etc.	
   Foi	
   inclusive	
   o	
   primeiro	
   combustível	
   fóssil	
   a	
   ser	
  
25	
  
	
  
utilizado	
  para	
  a	
  produção	
  de	
  energia	
  elétrica	
  nas	
  centrais	
  térmicas.	
  Em	
  1950,	
  o	
  carvão	
  
cobria	
   60%	
   das	
   necessidades	
   energéticas	
   mundiais.	
   Nos	
   dias	
   de	
   hoje,	
   devido	
   ao	
  
significativo	
  uso	
  do	
  petróleo	
  e	
  seus	
  derivados,	
  deixou	
  de	
  ser	
  utilizado	
  na	
  indústria,	
  com	
  
exceção	
  da	
  metalúrgica,	
  e	
  do	
  setor	
  doméstico.	
  O	
  principal	
  problema	
  da	
  utilização	
  do	
  
carvão	
   prende-­‐se	
   com	
   os	
   poluentes	
   resultantes	
   da	
   sua	
   combustão.	
   De	
   fato,	
   a	
   sua	
  
queima,	
   conduz	
   à	
   formação	
   de	
   cinzas,	
   dióxido	
   de	
   carbono,	
   dióxidos	
   de	
   enxofre	
   e	
  
óxidos	
   de	
   azoto,	
   em	
  maiores	
   quantidades	
   do	
   que	
   os	
   produzidos	
   na	
   combustão	
   dos	
  
restantes	
  combustíveis	
  fósseis.	
  
Gás	
  Natural	
  
	
   O	
   gás	
   natural	
   é	
   um	
   combustível	
   fóssil	
   com	
   origem	
   muito	
   semelhante	
   à	
   do	
  
petróleo	
  bruto,	
  ou	
  seja,	
  formou-­‐se	
  durante	
  milhões	
  de	
  anos	
  a	
  partir	
  dos	
  sedimentos	
  de	
  
animais	
  e	
  plantas.	
  É	
  o	
  mais	
  barato	
  e	
  menos	
  poluente	
  dos	
  combustíveis	
  fósseis,	
  porém	
  
de	
  mais	
  difícil	
  extração	
  Vem	
  sendo	
  utilizadas	
  principalmente	
  pelas	
   indústrias,	
  e	
  pelos	
  
automóveis,	
  mas	
  também	
  nas	
  casas	
  como	
  gás	
  de	
  cozinha.	
  
	
   Tal	
  como	
  o	
  petróleo,	
  encontra-­‐se	
  em	
  jazidas	
  subterrâneas,	
  de	
  onde	
  é	
  extraído.	
  
A	
  principal	
  diferença	
  prende-­‐se	
  com	
  a	
  possibilidade	
  de	
  ser	
  usado	
  tal	
  como	
  é	
  extraído	
  
na	
  origem,	
  sem	
  necessidade	
  de	
  refinação.	
  	
  
Energia	
  Nuclear	
  
	
   A	
  usina	
  nuclear	
  é	
  umas	
  formas	
  de	
  geração	
  de	
  energia.	
  Que	
  pode	
  ser	
  produzida	
  
através	
   das	
   reações	
   de	
   fissão	
   ou	
   fusão	
   dos	
   átomos,	
   durante	
   as	
   quais	
   são	
   libertadasgrandes	
   quantidades	
   de	
   energia	
   que	
   podem	
   ser	
   utilizadas	
   para	
   produzir	
   energia	
  
elétrica.	
   A	
   fissão	
   nuclear	
   utiliza	
   o	
   urânio,	
   um	
   mineral	
   presente	
   na	
   Terra	
   em	
  
quantidades	
   finitas,	
   o	
   processo	
   de	
   produção	
   de	
   energia	
   consiste	
   na	
   partição	
   de	
   um	
  
núcleo	
  pesado	
  em	
  dois	
  núcleos	
  de	
  massa	
  aproximadamente	
  igual.	
  
	
   Ainda	
   que	
   a	
   quantidade	
   de	
   energia	
   produzida	
   através	
   da	
   fissão	
   nuclear	
   seja	
  
significativa,	
  este	
  processo	
  apresenta	
  problemas	
  de	
  difícil	
  resolução:	
  
• Perigo	
  de	
  explosão	
  nuclear;	
  	
  
• Produção	
  de	
  resíduos	
  radioativos;	
  	
  
26	
  
	
  
• Contaminação	
  radioativa	
  e	
  	
  
• Poluição	
  térmica.	
  
	
   O	
   grande	
   inconveniente	
   do	
   processo	
   de	
   fissão	
   está	
   na	
   produção	
   de	
  
radiatividade	
  e	
  na	
  contaminação	
  radiativa	
  do	
  meio	
  ambiente,	
  com	
  todas	
  as	
  conhecidas	
  
consequências	
  para	
  a	
  vida	
  de	
  seres	
  humanos,	
  animais	
  e	
  vegetais	
  observados	
  nos	
  locais	
  
onde	
  houve	
  explosão	
  de	
  bombas	
  atômicas.	
  	
  
As	
  discussões	
  sobre	
  a	
  problemática	
  ambiental	
  mundial	
  desencadeada	
  pelo	
  uso	
  
intensivo	
   e	
   não	
   racional	
   das	
   fontes	
   energéticas	
   não	
   renováveis	
   tem	
   resultado	
   em	
  
várias	
   pesquisas	
   científicas	
   que	
   propiciem	
   uma	
   melhor	
   gestão	
   desses	
   recursos	
  
energéticos.	
  
	
   A	
  gestão	
  dos	
  recursos	
  naturais	
  nos	
  últimos	
  vinte	
  anos	
  ganhou	
  maior	
  eficiência	
  
e,	
  ao	
  que	
  tudo	
  indica	
  uma	
  nova	
  orientação.	
  Por	
  conta	
  dessa	
  orientação	
  e	
  da	
  convicção	
  
de	
  que	
  a	
  curto	
  e	
  em	
  médio	
  prazo	
  seria	
  impossível	
  mudar	
  a	
  matriz	
  energética	
  mundial,	
  
a	
  solução	
  encontrada	
  foi	
  obter	
  economias	
  significativas	
  no	
  consumo	
  de	
  energia,	
  graças	
  
a	
   novas	
   tecnologias.	
   Assim,	
   os	
   “sistemas	
   inteligentes”	
   de	
   iluminação	
   e	
   aquecimento	
  
dos	
  edifícios	
  e	
  os	
  sistemas	
  eletrônicos	
  para	
  controle	
  de	
  consumo	
  de	
  combustível	
  dos	
  
carros	
  conseguiram	
  maior	
  eficiência	
  por	
  unidade	
  de	
  energia	
  consumida.	
  O	
  mesmo	
  tipo	
  
de	
  ação	
  está	
  se	
  realizando	
  em	
  relação	
  à	
  água,	
  ainda	
  que	
  ela	
  seja	
  um	
  recurso	
  renovável,	
  
é	
  preciso	
  uma	
  gestão	
  cuidadosa	
  dos	
  recursos	
  hídricos.	
  Hoje,	
  aproximadamente	
  trinta	
  
países	
  vivem	
  a	
  ameaça	
  de	
  escassez	
  de	
  água.	
  
	
   A	
   energia,	
   a	
   água,	
   os	
   minerais,	
   entre	
   outros	
   recursos	
   da	
   natureza,	
   não	
   são	
  
inesgotáveis.	
  Nosso	
  planeta	
  é	
  um	
  sistema	
  fechado	
  e	
  nós	
  estamos	
  alcançando	
  os	
  seus	
  
limites.	
  Por	
   isso	
  existe	
  a	
  necessidade	
  de	
  utilizar	
  esses	
   recursos	
  de	
   forma	
  racional.	
  As	
  
novas	
   tecnologias	
   devem	
   ser	
   difundidas	
   para	
   que	
   sejam	
   adotados	
   novos	
  
comportamentos	
  sociais,	
  a	
  partir	
  de	
  políticas	
  ambientais.	
  A	
  sociedade	
  conservacionista	
  
depende,	
  fundamentalmente,	
  do	
  compromisso	
  dos	
  indivíduos	
  que	
  a	
  compõem.	
  
	
  
	
  
27	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
UNIDADE	
  3	
  
MANEJO	
  E	
  CONSERVAÇÃO	
  DE	
  RECURSOS	
  
NATURAIS	
  
	
   	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
28	
  
	
  
1	
  Introdução	
  
Manejo	
   ou	
   a	
   administração	
   dos	
   recursos	
   naturais	
   objetiva	
   a	
   utilização	
  
adequada	
   dos	
   recursos	
   naturais	
   e	
   dos	
   ecossistemas,	
   de	
   modo	
   a	
   respeitar	
   sua	
  
capacidade	
  de	
  reprodução	
  e	
  de	
  carga	
  e	
  sua	
  utilização	
  em	
  forma	
  sustentável.	
  Manejar	
  
os	
  recursos	
  naturais	
  significa	
  aplicar	
  ao	
  mesmo	
  um	
  conjunto	
  de	
  técnicas	
  com	
  a	
  finalidade	
  
não	
  só	
  de	
  protegê-­‐lo	
  como	
  também	
  de	
  melhorar	
  a	
  produção	
  dos	
  mesmos.	
  Nesse	
  sentido,	
  
pode-­‐se	
   falar	
   em	
   manejo	
   do	
   solo,	
   florestal,	
   pesqueiro,	
   etc.	
   A	
   administração	
   dos	
  
recursos	
  naturais	
  pode	
  ser	
  realizada	
  de	
  forma	
  mais	
  adequada	
  dentro	
  dos	
  quadros	
  do	
  
gerenciamento	
  ambiental.	
  Já	
  a	
  conservação	
  dos	
  recursos	
  naturais	
  é	
  o	
  nome	
  que	
  se	
  dá	
  
à	
  moderna	
   preocupação	
   em	
   utilizar	
   adequadamente	
   os	
   recursos	
   da	
   natureza	
   que	
   o	
  
homem	
   transforma	
   ou	
   consome.	
   Conservar,	
   nesse	
   caso,	
   não	
   significa	
   guardar	
   e	
   sim	
  
utilizar	
  racionalmente.	
  
1.1	
  Utilização	
  da	
  Natureza	
  
A	
   natureza	
   deve	
   ser	
   consumida	
   ou	
   utilizada	
   para	
   atender	
   às	
   necessidades	
  
presente	
  dos	
  seres	
  humano,	
  mas	
  levando	
  em	
  conta	
  o	
  futuro	
  representado	
  pelas	
  novas	
  
gerações	
  que	
  ainda	
  não	
  nasceram,	
  mas	
  para	
  as	
  quais	
  temos	
  a	
  obrigação	
  de	
  deixar	
  um	
  
meio	
   ambiente	
   sadio.	
  Dessa	
   forma	
   manejo	
   e	
   conservação	
   dos	
   recursos	
   naturais	
  
implicam	
  em	
  usá-­‐los	
  de	
   forma	
  econômica	
  e	
   racional	
   para	
  que,	
   os	
   renováveis	
   não	
   se	
  
extingam	
  por	
  mau	
  uso	
  e	
  os	
  não	
  renováveis	
  não	
  se	
  extingam	
  rapidamente.	
  	
  
	
   Como	
  visto	
  na	
  descrição	
  dos	
  conceitos	
  de	
  manejo	
  e	
  conservação	
  dos	
  recursos	
  
naturais	
   existe	
   um	
   inter-­‐relacionamento	
   entre	
   os	
   dois,	
   visto	
   que	
   com	
   o	
   manejo	
  
adequado	
  dos	
  recursos	
  naturais	
  também	
  está	
  sendo	
  feita	
  a	
  conservação	
  dos	
  mesmos.	
  	
  
Parâmetros	
  e	
  técnicas	
  utilizadas	
  no	
  manejo	
  de	
  recursos	
  naturais	
  
	
   Vários	
  são	
  os	
  parâmetros	
  utilizados	
  no	
  manejo	
  de	
  recursos	
  naturais	
  renováveis.	
  
O	
  critério	
  de	
  produção	
  máxima	
  sustentável	
  é	
  baseado	
  exclusivamente	
  em	
  parâmetros	
  
biológicos	
  e	
  define	
  o	
  volume	
  de	
  recursos	
  naturais	
  (peixes,	
  por	
  exemplo)	
  que	
  pode	
  ser	
  
utilizado	
   sem	
   que	
   a	
   reprodução	
   das	
   espécies	
   corra	
   perigo.	
   Critérios	
   de	
   caráter	
  
econômico	
   (rendimento	
   máximo	
   econômico)	
   ou	
   social	
   (máximo	
   benefício	
   social)	
  
29	
  
	
  
também	
  são	
  utilizados.	
  Os	
  três	
  critérios	
  isolados	
  apresentam	
  problemas	
  de	
  utilização	
  e	
  
uma	
  combinação	
  dos	
  três	
  é	
  necessária.	
  O	
  peso	
  que	
  receberá	
  cada	
  um	
  deles	
  depende	
  
dos	
  objetivos	
  mais	
  amplos	
  ditados	
  pelo	
  tipo	
  de	
  desenvolvimento	
  que	
  leve	
  em	
  conta	
  os	
  
benefícios	
  para	
  a	
  geração	
  atual	
  e	
  futura.	
  
	
   As	
  técnicas	
  de	
  gerenciamento	
  ou	
  manejo	
  de	
  recursos	
  naturais	
  variam	
  segundo	
  
os	
  tipos	
  de	
  recursos	
  (solos,	
  águas,	
  florestais,	
  pesqueiros),	
  mas	
  se	
  compõem	
  de	
  vários	
  
tipos	
   de	
   restrições	
   (de	
   acesso	
   aos	
   recursos	
   naturais	
   em	
   certos	
   períodos,	
   de	
   uso	
   de	
  
certos	
   equipamentos	
   ou	
   tecnologias,	
   etc.).	
   A	
   educação	
   ambiental	
   também	
   pode	
   ser	
  
usada	
  como	
  uma	
  técnica	
  de	
  manejo	
  ambiental,	
  visto	
  que	
  conscientizaos	
  indivíduos	
  no	
  
trato	
  com	
  o	
  meio	
  ambiente.	
  
	
   Exemplos	
  de	
  manejo	
  ambiental	
  nas	
  atividades	
  humanas:	
  
Manejo	
  Florestal	
  
	
   O	
  manejo	
  sustentável,	
  ou	
  bom	
  manejo,	
  é	
  a	
  melhor	
  solução	
  para	
  a	
  exploração	
  
racional	
  de	
  madeira	
  e	
  outras	
  riquezas	
  não-­‐madeireiras	
  da	
  floresta.	
  Urna	
  floresta	
  bem	
  
manejada	
   continuará	
   oferecendo	
   essas	
   riquezas	
   para	
   as	
   gerações	
   futuras,	
   pois	
   a	
  
madeira	
  e	
  seus	
  outros	
  produtos	
  são	
  recursos	
  renováveis.	
  
	
   O	
  decreto	
  Nº	
  1.282,	
  de	
  19	
  de	
  outubro	
  de	
  1994	
  que	
  regulamentou	
  a	
  exploração	
  
das	
   florestas	
   na	
   Amazônia	
   define	
   o	
   manejo	
   sustentável	
   corno	
   "a	
   administração	
   da	
  
floresta	
   para	
   a	
   obtenção	
   de	
   benefícios	
   econômicos	
   e	
   sociais,	
   respeitando-­‐se	
   os	
  
mecanismos	
   de	
   sustentação	
   do	
   ecossistema	
   objeto	
   do	
   manejo".	
   Atualmente,	
   o	
  
conceito	
   foi	
   ampliado	
   para	
   manejo	
   florestal	
   de	
   uso	
   múltiplo,	
   passando	
   a	
   incluir	
  
"múltiplos	
   produtos	
   e	
   subprodutos	
   não	
   madeireiros	
   a	
   utilização	
   de	
   outros	
   bens	
   e	
  
serviços	
  naturais	
  da	
  floresta".	
  
	
   O	
   bom	
   manejo	
   implica	
   urna	
   exploração	
   cuidadosa,	
   de	
   impacto	
   ambiental	
  
reduzido,	
  a	
  aplicação	
  de	
  tratamentos	
  silviculturais,	
  para	
  potencializar	
  a	
  regeneração	
  da	
  
floresta	
   e	
   fazer	
   crescer	
   outra	
   colheita,	
   e	
   o	
   monitoramento,	
   para	
   controlar	
   essa	
  
regeneração	
  e	
  ajudar	
  o	
  manejador	
  na	
  tornada	
  de	
  decisões	
  técnicas	
  e	
  comerciais.	
  
30	
  
	
  
	
   Em	
  termos	
  ambientais,	
  o	
  bom	
  manejo	
  contribui	
  para	
  que	
  a	
  floresta	
  mantenha	
  
sua	
  forma	
  e	
  função	
  mais	
  próximas	
  de	
  seu	
  estado	
  original.	
  A	
  manutenção	
  da	
  forma	
  se	
  
dá	
  na	
  medida	
  em	
  que	
  se	
  minimizam	
  os	
  danos	
  à	
  floresta	
  e,	
  em	
  consequência,	
  às	
  árvores	
  
comerciais	
   remanescentes.	
   Mantida	
   a	
   sua	
   forma,	
   a	
   floresta	
   pode	
   continuar	
   a	
  
desempenhar	
  suas	
  funções:	
  proteger	
  o	
  solo	
  contra	
  a	
  erosão,	
  preservar	
  a	
  qualidade	
  da	
  
água,	
   abrigar	
   a	
   biodiversidade	
   e	
   outras.	
   Além	
   disso,	
   a	
   floresta	
   remanescente	
   corre	
  
menos	
  riscos	
  de	
  incêndios	
  e	
  pode	
  ser	
  enriquecida	
  com	
  os	
  tratamentos	
  silviculturais.	
  
	
   O	
  bom	
  manejo	
  é	
  economicamente	
  viável	
  e,	
  em	
  longo	
  prazo,	
  mais	
  barato	
  que	
  a	
  
exploração	
  convencional.	
  
Manejo	
  do	
  solo	
  
	
   O	
  solo	
  se	
  constitui	
  no	
  recurso	
  mais	
  importante	
  da	
  agricultura,	
  uma	
  verdadeira	
  
dádiva	
  da	
  natureza,	
   significando	
  dizer	
  que	
  deve	
  ser	
  bem	
  cuidado,	
  para	
  passar	
  de	
  pai	
  
para	
  filho,	
  como	
  um	
  legado	
  usufruto,	
  beneficiando	
  as	
  gerações	
  subsequentes.	
  
	
   Para	
   tanto,	
   há	
   que	
   se	
   atentar	
   para	
   os	
   cuidados	
   e	
   técnicas	
   de	
   manejo	
   que	
  
possibilitem	
  tirar	
  o	
  máximo	
  da	
  terra	
  sem	
  lhe	
  causar	
  maiores	
  danos.	
  	
  
	
   Exemplos	
  de	
  cuidados	
  e	
  técnicas	
  de	
  manejos	
  de	
  solos	
  resumidos:	
  	
  
I.	
  Evitar	
  as	
  queimadas,	
  uma	
  vez	
  que	
  ela	
  provoca	
  a	
  morte	
  dos	
  micro-­‐organismos	
  do	
  solo	
  
e,	
   mais	
   ainda,	
   destrói	
   a	
   matéria	
   orgânica,	
   rompendo	
   as	
   unidades	
   estruturais,	
  
ocasionando	
   o	
   arraste	
   da	
   capa	
   superficial	
   pela	
   ação	
   erosiva	
   das	
   gotas	
   de	
   chuvas,	
  
empobrecendo	
  rapidamente	
  a	
  terra;	
  
II.	
   Não	
   se	
   deve	
   deixar	
   o	
   solo	
   desprotegido,	
   ou	
   seja,	
   nu,	
   inclusive	
   nos	
   intervalos	
   dos	
  
cultivos,	
  a	
   fim	
  de	
  evitar	
   também	
  o	
  desgaste	
  da	
  capa	
  organo-­‐mineral,	
  agravada	
  ainda	
  
com	
  a	
  invasão	
  das	
  ervas	
  daninhas	
  que	
  consomem	
  os	
  nutrientes	
  do	
  terreno;	
  
III.	
   Não	
   cultivar	
   o	
   solo	
   em	
   relevos	
   muito	
   fortes,	
   escarpados,	
   a	
   não	
   ser	
   o	
   seu	
   terço	
  
inferior,	
  porém	
  mantendo	
  a	
  vegetação	
   intacta	
  no	
  seu	
  topo.	
  E,	
  quando	
  o	
  fizer,	
   jamais	
  
plantar	
  morro	
  abaixo,	
  mas	
  no	
  sentido	
  das	
  curvas	
  de	
  níveis,	
  de	
  modo	
  a	
  evitar	
  a	
  erosão	
  
do	
  solo.	
  
31	
  
	
  
IV.	
   Não	
   realizar	
   tráfegos	
   constantes	
   na	
   área,	
   sobretudo	
   com	
   máquinas	
   pesadas	
   e	
  
práticas	
   de	
   aração	
   e	
   gradagem	
   com	
   o	
   solo	
   úmido,	
   evitando-­‐se	
   a	
   compactação	
   do	
  
terreno;	
  
V.	
  De	
  tempo	
  em	
  tempo,	
  variar	
  o	
  tipo	
  de	
  cultivo	
  na	
  mesma	
  área,	
  ou	
  fazer	
  sequencias	
  de	
  
culturas,	
   com	
   a	
   finalidade	
   de	
   se	
   quebrar	
   os	
   ciclos	
   dos	
   inimigos	
   naturais	
   (pragas	
   e	
  
doenças)	
  e	
  se	
  dispor	
  de	
  resíduos	
  orgânicos	
  mais	
  ricos	
  ou	
  diversificados	
  no	
  solo;	
  
VI.	
   No	
   caso	
   de	
   plantios	
   em	
   cova,	
   sobretudo	
   em	
   solos	
   pobres,	
   fazê-­‐los	
   em	
   buracos	
  
profundos	
  (40x40x40cm),	
  adicionando	
  à	
  massa	
  do	
  solo	
  retirada,	
  3	
  a	
  5	
  kg	
  de	
  esterco	
  de	
  
curral,	
   ou	
   outra	
   fonte	
   orgânica,	
   com	
   a	
   finalidade	
   de	
   propiciar	
   melhores	
   condições	
  
desenvolvimento	
  para	
  as	
  plantas;	
  
VII.	
   Manter	
   as	
   matas	
   ciliares	
   (árvores	
   que	
   margeiam	
   os	
   rios),	
   a	
   vegetação	
   das	
  
nascentes	
  e	
  dos	
   topos	
  das	
  vertentes,	
  com	
  a	
   finalidade	
  de,	
  além	
  de	
  conservar	
  o	
  solo,	
  
preservar	
  o	
  manancial	
  hídrico,	
  mantendo	
  regularizados	
  os	
  cursos	
  de	
  água.	
  
1.2	
  Planos	
  de	
  Manejo	
  Para	
  Proteger	
  as	
  Unidades	
  de	
  Conservação	
  (UC)	
  
	
   A	
  aplicação	
  de	
  práticas	
  de	
  manejo	
  ambientalmente	
  corretas	
  é	
  umas	
  das	
  chaves	
  
para	
   a	
   proteção	
   ambiental,	
   visto	
   que	
   o	
   manejo	
   adequado	
   ajuda	
   a	
   controlar	
   as	
  
alterações	
  impostas	
  pelas	
  atividades	
  humanas	
  e,	
  possivelmente,	
  servirá	
  para	
  prevenir	
  
a	
  completa	
  degradação	
  dos	
  ecossistemas.	
  Mais	
  do	
  que	
  nunca	
  é	
  reconhecida	
  a	
  validade	
  
do	
  provérbio:	
  mais	
  vale	
  prevenir	
  do	
  que	
  remediar.	
  
O	
  manejo	
  de	
  uma	
  área	
  protegida	
  pode	
  ser	
  definido	
  como	
  o	
  conjunto	
  de	
  ações	
  
que	
  resultam	
  em	
  um	
  melhor	
  aproveitamento	
  e	
  permanência	
  de	
  uma	
  área	
  protegida,	
  
permitindo	
   que	
   os	
   objetivos	
   para	
   os	
   quais	
   fossem	
   estabelecidas	
   se	
   cumpram.	
   Esse	
  
conjunto	
  de	
  ações	
  para	
  as	
  áreas	
  protegidas	
  são	
  denominados	
  de	
  plano	
  de	
  manejo.	
  
O	
  plano	
  de	
  manejo	
  é	
  um	
  instrumento	
  dinâmico	
  que	
  apresenta	
  diretrizes	
  básicas	
  
para	
  o	
  manejo	
  de	
  áreas	
  protegidas,	
  mediante	
  a	
   análise	
  dos	
   seus	
   recursos	
  naturais	
   e	
  
dos	
  fatores	
  antrópicos	
  que	
  a	
  afetam,	
  resultando	
  num	
  amplo	
  processo	
  de	
  planejamento	
  
para	
  a	
  indicação	
  das	
  ações	
  ativas	
  e	
  passivas	
  a	
  seremrealizadas	
  na	
  área	
  de	
  intervenção,	
  
32	
  
	
  
com	
  base	
  em	
  informações	
  coletadas	
  e	
  analisadas.	
  No	
  plano	
  de	
  manejo,	
  deve-­‐se	
  definir	
  
o	
   zoneamento	
   da	
   área,	
   caracterizando	
   cada	
   uma	
   de	
   suas	
   zonas	
   de	
   acordo	
   com	
   as	
  
atividades	
   a	
   serem	
   nelas	
   desenvolvidas	
   e	
   estabelecendo	
   diretrizes	
   para	
   seu	
   uso	
  
imediato	
  e	
  a	
  médio	
  e	
   longo	
  prazo,	
  através	
  de	
  programas	
  de	
  gerenciamento	
   (IBAMA,	
  
2009).	
  	
  
Os	
  planos	
  de	
  manejo	
  são	
  os	
  documentos	
  oficiais	
  de	
  planejamento	
  das	
  unidades	
  
de	
   conservação	
   e	
   todas	
   devem	
   possuir	
   um.	
   No	
   entanto,	
   muitas	
   unidades	
   de	
  
conservação	
  no	
  Brasil	
  não	
  possuem	
  planos	
  de	
  manejo	
  e	
  por	
  vezes	
  chegam	
  a	
  existir	
  por	
  
mais	
  de	
  uma	
  década	
  sem	
  qualquer	
  documento	
  de	
  planejamento.	
  (IBAMA,	
  2009).	
  
1.3	
  Unidades	
  de	
  Conservação	
  (UCs)	
  
	
   Unidades	
   de	
   Conservação	
   são	
   espaços	
   de	
   relevante	
   importância	
   ambiental,	
  
delimitados,	
   instituídos	
   e	
   protegidos	
   com	
   base	
   a	
   Legislação	
   Federal,	
   Estadual	
   e/ou	
  
Municipal	
   com	
  o	
   intuito	
  de	
  proteger	
   suas	
  valiosas	
  características	
  para	
  a	
  conservação	
  
do	
   elenco	
   e	
   o	
   usufruir	
   das	
   futuras	
   gerações.	
   Espaço	
   territorial	
   e	
   seus	
   recursos	
  
ambientais,	
   incluindo	
   as	
   águas	
   jurisdicionais,	
   com	
  características	
   naturais	
   relevantes,	
  
legalmente	
   instituídos	
   pelo	
   Poder	
   Público,	
   com	
   objetivos	
   de	
   conservação	
   e	
   limites	
  
definidos,	
   sob-­‐regime	
   especial	
   de	
   administração,	
   ao	
   qual	
   se	
   aplicam	
   garantias	
  
adequadas	
  de	
  proteção	
  (EMBRAPA,	
  2007).	
  
	
   Podemos	
  ter	
  por	
  Unidades	
  de	
  Conservação,	
  espaços	
  especialmente	
  protegidos	
  
para	
   a	
   conservação	
   da	
   natureza,	
   com	
   diferentes	
   objetivos,	
   como	
   por	
   exemplo:	
   uso	
  
sustentável	
   dos	
   recursos	
   naturais,	
   pesquisa,	
   educação	
   ambiental	
   e	
   visitação	
   em	
  
ambientes	
  naturais	
  (MARETTI,	
  2007).	
  	
  
	
   São	
   áreas	
   protegidas	
   por	
   lei,	
   para	
   conservar	
   e	
   proteger	
   ecossistemas	
   naturais	
   e	
  
processos	
  ecológicos	
  necessários	
  à	
  manutenção	
  da	
  vida,	
  contribuir	
  para	
  a	
  preservação	
  
da	
  biodiversidade	
  e	
  	
   de	
   formas	
   de	
   vida	
   ameaçadas	
   de	
   extinção,	
   assegurar	
   a	
  
sustentabilidade	
  do	
  uso	
  de	
  recursos	
  naturais	
  renováveis,	
  estimular	
  o	
  desenvolvimento	
  
econômico,	
  permitir	
  realização	
  de	
  pesquisas	
  	
   científicas,	
   atividades	
   turísticas,	
  
recreacionais	
   e	
   solidificar	
   a	
   identidade	
   cultural	
   de	
   populações	
   humanas	
   (EMBRAPA,	
  
2007).	
  
	
   No	
   tocante	
   a	
   Legislação,	
   esses	
   espaços	
   são	
   instrumentos	
   imprescindíveis	
   para	
   a	
  
conservação	
   e	
   revitalização	
   de	
   diversas	
   características	
   do	
   conjunto	
   da	
   biodiversidade;	
  
33	
  
	
  
numa	
   postura	
   política	
   que	
   vise	
   o	
   aproveitamento	
   pelas	
   futuras	
   gerações	
   de	
   recursos	
  
naturais	
  que,	
  nos	
  dias	
  de	
  hoje,	
  apresentam-­‐se	
  em	
  abundância,	
  mas	
  que	
  correm	
  o	
  risco	
  de	
  
não	
  existência,	
  a	
  pequeno,	
  médio	
  e/ou	
  longo	
  prazo.	
  
1.4	
  Histórico	
  das	
  Unidades	
  de	
  Conservação	
  
	
   Existem	
  indícios	
  de	
  que	
  a	
  prática	
  de	
  criar	
  áreas	
  com	
  características	
  naturais	
  ou	
  
culturais	
   relevantes	
   já	
   era	
   realizada	
   desde	
   a	
   Antiguidade	
   por	
   algumas	
   civilizações,	
  
como,	
   por	
   exemplo,	
   os	
   egípcios	
   (BRITES	
   2011).	
   Abraçando	
   simplesmente	
   a	
   ideia	
   de	
  
Unidade	
   de	
   Conservação	
   como	
   espaço	
   delimitado	
   pelo	
   homem,	
   dedicado	
   à	
   reserva	
  
natural	
   e	
   ao	
   laser	
   humano,	
   podemos	
   concluir	
   que	
   estes	
   espaços	
   foram	
   introduzidos	
  
com	
  os	
  babilônios	
  e	
  seus	
   famosos	
   Jardins	
  da	
  Babilônia	
   (Jardins	
  Suspensos),	
  por	
  volta	
  
de	
  600	
  a.C.	
  Na	
  concepção	
  moderna,	
  a	
  primeira	
  Unidade	
  de	
  Conservação	
  a	
  ser	
  criada	
  
foi	
   o	
  Parque	
  Nacional	
  de	
  Yellowstone,	
   nos	
   Estados	
  Unidos	
  da	
  América	
  do	
  Norte,	
   em	
  
1872.	
  
	
   Em	
  âmbito	
  nacional,	
  a	
  primeira	
  Unidade	
  de	
  Conservação	
  foi	
  o	
  Parque	
  Nacional	
  
do	
  Itatiaia,	
  em	
  1937,	
  em	
  região	
  montanhosa	
  e	
  de	
  Mata	
  Atlântica	
  no	
  Estado	
  do	
  Rio	
  de	
  
Janeiro	
   (ver	
   figura	
   01).	
   Essa	
   Unidade	
   foi	
   introduzida	
   a	
   partir	
   da	
   campanha	
  
conservacionista	
  iniciada	
  por	
  André	
  Rebouças1,	
  que	
  contribuiu	
  também	
  para	
  a	
  criação	
  
de	
  duas	
  outras	
  Unidades	
  nos	
  anos	
  seguintes:	
  Serra	
  dos	
  Órgãos,	
  também	
  localizada	
  no	
  
Rio	
  de	
  Janeiro;	
  e	
  Iguaçu,	
  no	
  Paraná	
  (IBAMA,	
  2009).	
  
Fonte	
  http://www.parquenacionaldoitatiaia.com.br/	
  
Figura	
  1	
  -­‐	
  paisagem	
  do	
  parque	
  nacional	
  Itatiaia.	
  
34	
  
	
  
	
   Em	
   Alagoas,	
   a	
   criação	
   de	
   Unidades	
   de	
   Conservação	
   ocorreu	
   de	
   forma	
   ainda	
  
mais	
  tardia	
  e	
  boa	
  parte	
  da	
  riqueza	
  ambiental	
  do	
  Estado	
  foi	
  perdida,	
  processo	
  ao	
  qual,	
  a	
  
expansão	
   e	
   exploração	
   territorial	
   da	
   monocultura	
   latifundiária	
   da	
   cana	
   (Saccharum	
  
officinarum)	
   destacam-­‐se,	
   cobrindo	
   grande	
   parte	
   do	
   território	
   alagoano	
   e	
  
aprofundando	
  impactos	
  relevantes	
  como	
  o	
  êxodo	
  rural	
  e	
  a	
  pobreza.	
  
O	
   processo	
   de	
   degradação	
   da	
   Mata	
   Atlântica	
   iniciou-­‐se	
   com	
   a	
   retirada	
  
indiscriminada	
   do	
   Pau-­‐Brasil	
   (Caesalpina	
   Ecnhinata)	
   e	
   de	
   outras	
  madeiras	
   de	
   lei.	
  
Teve	
  continuidade	
  com	
  a	
  chegada	
  do	
  	
   ciclo	
   da	
   Cana-­‐de-­‐açúcar.	
   Com	
   o	
   processo	
  
de	
   modernização,	
   esses	
   engenhos	
   foram	
   se	
   transformando	
   na	
   agroindústria	
  
açucareira,	
   com	
   suas	
   grandes	
   usinas,	
   promovendo-­‐se	
   uma	
   rápida	
   expansão	
   das	
  
fronteiras	
   agrícolas	
   associada	
   ao	
   crescimento	
   dos	
   centros	
   urbanos,	
   resultando	
  
numa	
  contínua	
  redução	
  da	
  cobertura	
  vegetal	
  da	
  área	
  original	
  (AUTO,	
  1998).	
  
	
   Para	
   agrave	
   da	
   situação,	
   muito	
   do	
   que	
   foi	
   perdido	
   nunca	
   foi	
   registrado.	
  
Segundo	
   Auto	
   (1998),	
   O	
   Parque	
   Municipal	
   de	
   Maceió	
   foi	
   a	
   Primeira	
   Unidade	
   de	
  
Conservação	
  legalmente	
  introduzido	
  do	
  Estado	
  de	
  Alagoas,	
  no	
  ano	
  de	
  1978	
  (somente	
  
quarenta	
  e	
  um	
  anos	
  após	
  a	
  criação	
  da	
  primeira	
  Unidade	
  de	
  Conservação	
  do	
  Brasil).	
  
3.4	
  Sistema	
  Nacional	
  de	
  Unidades	
  de	
  Conservação	
  (SNUC)	
  	
  
	
   Norteia	
  nacionalmente,	
   a	
   gestão	
  das	
  Unidades	
  de	
  Conservação;	
   sistematiza	
  o	
  
conjunto	
   de	
   leis	
   direcionadas	
   às	
   categorias	
   de	
  Manejo	
   das	
   três	
   esferas	
   de	
   Poder	
   de	
  
institucionalização	
  de	
  Unidades	
  de

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