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HISTÓRIA PROF. MARCELO TAVARES EXTENSIVO ENEM 2020 Disciplina: História Professor: Marcelo Tavares Aula: O primeiro Reinado Brasileiro e o Período Regencial A CONSOLIDAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA A independência do Brasil só se consolida com a permanência de Pedro I, filho de Dom João VI que, diante da agitação popular e risco de perda do trono português, decide voltar a Portugal para reocupar o seu cargo e manter Portugal sobre seu domínio. Dessa forma, D. João VI deixa seu filho, Pedro, para cuidar do Brasil na sua ausência. Com a volta de D. João VI, rumores de que o Brasil voltaria a ser uma colônia portuguesa começam a circular ao mesmo tempo em que as cortes de Lisboa exigem que o Brasil retorne à categoria de colônia, gerando muitas insatisfações nos setores comerciais e na burguesia brasileira, que desejava manter o comércio aberto, livre do pacto colonial e das imposições portuguesas. Diante de tal situação, a elite política e econômica do Brasil começa a elaborar a ideia de independência. Assim, surge a necessidade de uma figura para manter o país independente sobre controle, evitando o que já vinha acontecendo na América espanhola: a fragmentação do território e a guerra civil. Pedro, como era filho de Dom João VI, possuía muita legitimidade. Era alguém importante que poderia manter os laços com Portugal sem que isso significasse um retrocesso econômico. Além disso, era visto também como um governante que poderia manter a estabilidade, evitando a fragmentação e contribuindo para a manutenção da ordem, evitando guerras internas. Nesse processo de disputas políticas em torno da independência, há duas forças que irão chocar-se nesse momento. A primeira gira em torno das ideias de Gonçalves Ledo, um jornalista e político brasileiro que desejava que a independência fosse realizada e houvesse maior liberdade individual, houvesse a instituição de um congresso eleito pela população e a formação de um Estado onde o governante pudesse ser um servidor da população, tornando o Estado um defensor das ideias liberais. O outro lado dessa disputa política girava em torno de José Bonifácio, que era um liberal também, mas muito mais moderado e entendia que o excesso liberal no Brasil não iria funcionar, pois o país, segundo ele, não estaria preparado. Eram dois projetos de país diferentes. José Bonifácio conseguiu fazer valer as suas ideias e levar adiante o projeto de um país menos liberal, menos inclusivo, buscando o controle da população vista como inapta a participar da construção do Brasil. Em meio aos debates políticos e voltando de uma viagem a São Paulo, às margens do rio Ipiranga, D. Pedro acaba por escolher tornar o Brasil independente em 7 de setembro de 1822, dando início ao Primeiro Império do Brasil. A CARTA CONSTITUINTE Com o Brasil independente, surgia a necessidade da criação de uma constituição que pudesse integrar todas as províncias brasileiras. Cada província nesse momento tinha os seus interesses próprios e era necessário a criação de uma legislação comum que pudesse manter a integridade do país. Nesse sentido, D. Pedro I convoca uma assembleia para elaborar a constituição. Um longo e complicado debate se estabeleceu, pois, as províncias possuíam interesses muito distintos, além de que muitos deputados queriam uma maior centralização política na figura do Imperador, enquanto outros desejavam maior liberdade e menos centralização. Havia até mesmo a discussão sobre o fim ou não da escravidão. Algumas características importantes da constituição de 1824 vieram desse momento de centralização que D. Pedro impõe. Fica decidido na constituição que o Brasil seria uma monarquia centralizada, ou seja, os poderes estariam centralizados na figura do Imperador, embora houvesse mecanismos de liberdade também. O poder central é quem definiria os governadores das províncias. O catolicismo torna-se a religião oficial do Estado imperial. Ficaram estabelecidos na constituição a divisão dos poderes em quatro: Executivo, Legislativo, Judiciário e o quarto poder seria o Moderador. O poder moderador tinha origem nas ideias do filósofo político francês Benjamin Constant. A ideia era que o poder moderador regulasse todos os outros poderes. O Imperador era quem poderia exclusivamente usar o poder moderador quando sentisse que a nação estava ameaçada. Outro ponto importante da carta de 1824 é a definição de quem era eleitor no Brasil. Para ser eleitor, era necessário ganhar entre 100 e 200 mil réis por ano e o voto era indireto. Esses eram os eleitores de paróquia e eles votavam nos eleitores de província, que ganhavam entre 200 e 400 mil réis anuais. Esses, por sua vez, votavam nos deputados e senadores. Mais um ponto a ser ressaltado é que não havia proibição do voto de analfabetos, mas era necessário que tivessem a renda anual exigida. A CRISE DO PRIMEIRO REINADO O período conhecido como Primeiro Reinado, que vai da independência em 1822 até a abdicação de Dom Pedro I, em 1831, é recheado de conflitos e disputas políticas em torno da construção desse Brasil independente que acabara de surgir. Sendo assim, podemos entender o processo de enfraquecimento do Imperador Dom Pedro I como um conjunto de fatores que lavaram a sua abdicação. Um dos fatores que contribuiu para essa desestabilização inicial foi a morte da sua esposa, Leopoldina, em 1826. Como ela era muito querida pela população, a imprensa brasileira inicia um processo de críticas muito fortes ao Imperador, chamando-o de cruel por ter mantido uma relação extraconjugal aberta, fazendo com que a Leopoldina entrasse em depressão e, segundo alguns analistas, ela tenha morrido em decorrência dessa tristeza profunda que sentia. Outro fator importante para a desestabilização e enfraquecimento do Imperador foi o movimento separatista que ficou conhecido como Confederação do Equador, ocorrido em Pernambuco, em 1824. Logo após a outorga da constituição, Olinda e Recife, que eram centros importantes de pensamento liberal, que debatiam ideias importantes se veem ameaçadas com a centralização administrativa da constituição, que concentrava poderes nas mãos do Imperador e, por isso, temiam uma centralização econômica e política no Sudeste, mais especificamente na então capital federal, o Rio de Janeiro. Como centros que já possuíam bastante autonomia política e econômica, Olinda e Recife iniciam uma série de agitações que se espalha pelo Nordeste, gerando a chamada Confederação do Equador. Foi a principal manifestação contra o caráter monarquistas e centralizador da política de Dom Pedro I. A ideia era separar o Nordeste do restante do Brasil, formando um sistema republicano. Apesar dos ideais de liberdade, a confederação do equador não era abolicionista, ou seja, desejava a manutenção da escravidão. A confederação do equador ressalta os diferentes grupos e interesses políticos, econômicos e sociais que estavam em jogo no processo de independência do Brasil, gerando conflitos difíceis de serem solucionados e que exigiam respostas rápidas do Imperador, desafiando sua autoridade e a integridade territorial do Brasil. Diante da ameaça de fragmentação, Dom Pedro I responde com uma intervenção militar em Pernambuco, resultando no sufocamento da revolta e na morte de um dos seus principais líderes, o Frei Caneca. Esse fato acaba por arranhar a imagem que o primeiro imperador do Brasil tentava estabelecer desde a elaboração da constituição, a imagem de um governante liberal, contribuindo para o seu enfraquecimento e questionamentos sobre a sua real capacidade de manter o país unido. O terceiro fator foi a questão da Cisplatina. Desde 1818 a região, onde hoje é o Uruguai, era parte integrante do Brasil, mas em 1828, com apoio da Argentina e da Inglaterra a região torna-se independente, surgindo a República Oriental do Uruguai. O episódio está inseridono contexto de disputadas oriundas da formação dos estados independentes na América. À medida que novos estados independentes surgem na região, alguns conflitos regionais por disputas geopolíticas surgem. Além disso, o episódio serviu para o enfraquecimento de Dom Pedro I, que perdeu uma região estratégica importante e surgia a dúvida se não poderia perder mais regiões e, assim, fazer com que o país se fragmentasse em diversas regiões, como acontecera na América espanhola. Somando todos esses fatores que arranham a imagem de D. Pedro, há ainda uma grave crise econômica. O principal produto de exportação do Brasil, o açúcar, estava em crise. O café ainda não tinha aparecido como um produto rentável e o primeiro banco do Brasil foi à falência. A dívida externa era enorme, principalmente com a Inglaterra, gerando uma dificuldade em conseguir empréstimos. Somando-se a esses fatores econômicos, políticos e sociais, há ainda um fator internacional que contribuiu para a queda de D. Pedro. Em 1826, seu pai, D. João VI, morre, gerando um vácuo de poder em Portugal. Dom Pedro I, imperador do Brasil, era, nesse momento, o sucessor direto do trono português e em Portugal inicia-se um movimento popular pedindo o seu retorno para ocupar o trono. Diante disso, o então imperador brasileiro decide nomear a sua filha, Maria da Glória, como Rainha de Portugal e a envia para tomar posse do trono em seu nome e, assim, manter a estabilidade e o controle do trono português. Como sua filha era menor de idade, D. Pedro I pede que o seu irmão, Miguel, case-se com Maria da Glória, que era sua sobrinha, para que possam assumir o trono, como rei e rainha. Mas Miguel tinha planos diferentes e decide prender a sobrinha, Maria da Glória e tomar o trono para si, iniciando um processo de centralização, buscando acabar com o liberalismo e governar pela força, à moda dos antigos reis. Pedro I começa a se preocupar muito com o que acontecia em Portugal e começa a perder apoio interno, sofrendo muitas críticas da imprensa local e despertando um sentimento antilusitano em parte da população brasileira, insatisfeita com a condução política do imperador. Dessa forma, em 1831, ao voltar de uma viagem a Minas Gerais, portugueses que residiam no Rio de Janeiro decidem receber o imperador com uma festa. Sabendo da notícia, brasileiros insatisfeitos vão às ruas e começa uma pancadaria entre os dois grupos, com garrafas voando e muita confusão. O episódio ficou conhecido como “a noite das garrafadas” e marcou essa oposição entre brasileiros e portugueses nesse momento de crise. D. Pedro fica muito insatisfeito com o episódio e demite todo o seu ministério, convocando novos ministros, todos eles portugueses, aumentando ainda mais o sentimento antilusitano e arranhando mais a sua própria imagem. Uma parte da população insatisfeita vai para o Campo de Santana, no Centro do Rio de Janeiro, e começa a manifestar-se contra o Imperador, pedindo a sua abdicação. Diante de tanta pressão interna e em Portugal também, Pedro I abdica do trono brasileiro e volta para Portugal, onde luta contra seu irmão Miguel e retoma o trono português, reabilitando o liberalismo português, dando fim ao período que ficou conhecido como Primeiro Reinado no Brasil. QUESTÕES DESENVOLVENDO COMPETÊNCIAS 1. (ENEM (LIBRAS) 2017) Constituição Política do Império do Brasil (de 25 de março de 1824) Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a organização política, e é delegado privativamente ao Imperador, como Chefe Supremo da Nação, e seu Primeiro Representante, para que incessantemente vele sobre a manutenção da independência, equilíbrio e harmonia dos demais Poderes Políticos. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 18 abr. 2015 (adaptado). A apropriação das ideias de Montesquieu no âmbito da norma constitucional citada tinha o objetivo de A) Expandir os limites das fronteiras nacionais. B) Assegurar o monopólio do comércio externo. C) Legitimar o autoritarismo do aparelho estatal. D) Evitar a reconquista pelas forças portuguesas. E) Atender os interesses das oligarquias regionais. 2. (ENEM PPL 2016) É hoje a nossa festa nacional. O Brasil inteiro, da capital do Império a mais remota e insignificante de suas aldeolas, congrega-se unânime para comemorar o dia que o tirou dentre as nações dependentes para colocá-lo entre as nações soberanas, e entregou-lhe os seus destinos, que até então haviam ficado a cargo de um povo estranho. Gazeta de Notícias, 7 set. 1883. As festividades em torno da Independência do Brasil marcam o nosso calendário desde os anos imediatamente posteriores ao 7 de setembro de 1822. Essa comemoração está diretamente relacionada com A) A construção e manutenção de símbolos para a formação de uma identidade nacional. B) O domínio da elite brasileira sobre os principais cargos políticos, que se efetivou logo após 1882. C) Os interesses de senhores de terras que, após a Independência, exigiram a abolição da escravidão. D) O apoio popular às medidas tomadas pelo governo imperial para a expulsão de estrangeiros do país. E) A consciência da população sobre os seus direitos adquiridos posteriormente à transferência da Corte para o Rio de Janeiro. 3. (ENEM 2012) Após o retorno de uma viagem a Minas Gerais, onde Pedro I fora recebido com grande frieza, seus partidários prepararam uma série de manifestações a favor do imperador no Rio de Janeiro, armando fogueiras e luminárias na cidade. Contudo, na noite de 11 de março, tiveram início os conflitos que ficaram conhecidos como a Noite das Garrafadas, durante os quais os “brasileiros” apagavam as fogueiras “portuguesas” e atacavam as casas iluminadas, sendo respondidos com cacos de garrafas jogadas das janelas. VAINFAS, R. (Org.). Dicionário do Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008 (adaptado). Os anos finais do I Reinado (1822-1831) se caracterizaram pelo aumento da tensão política. Nesse sentido, a análise dos episódios descritos em Minas Gerais e no Rio de Janeiro revela A) Estímulos ao racismo. B) Apoio ao xenofobismo. C) Críticas ao federalismo. D) Repúdio ao republicanismo. E) Questionamentos ao autoritarismo. 4. (ENEM CANCELADO 2009) A Confederação do Equador contou com a participação de diversos segmentos sociais, incluindo os proprietários rurais que, em grande parte, haviam apoiado o movimento de independência e a ascensão de D. Pedro I ao trono. A necessidade de lutar contra o poder central fez com que a aristocracia rural mobilizasse as camadas populares, que passaram então a questionar não apenas o autoritarismo do poder central, mas o da própria aristocracia da província. Os líderes mais democráticos defendiam a extinção do tráfico negreiro e mais igualdade social. Essas ideias assustaram os grandes proprietários de terras que, temendo uma revolução popular, decidiram se afastar do movimento. Abandonado pelas elites, o movimento enfraqueceu e não conseguiu resistir à violenta pressão organizada pelo governo imperial. FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 1996 (adaptado). Com base no texto, é possível concluir que a composição da Confederação do Equador envolveu, a princípio, A) Os escravos e os latifundiários descontentes com o poder centralizado. B) Diversas camadas, incluindo os grandes latifundiários, na luta contra a centralização política. C) As camadas mais baixas da área rural, mobilizadas pela aristocracia, que tencionava subjugar o Rio de Janeiro. D) As camadas mais baixas da população, incluindo os escravos, que desejavam o fim da hegemonia do Rio de Janeiro. E) As camadas populares, mobilizadas pela aristocracia rural, cujos objetivos incluíam a ascensão de D. Pedro I ao trono. 5. (UEPB2014) Movimento implantado em Pernambuco de 1824, que teve adesão das províncias da Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, tendo como um dos seus objetivos estabelecer uma República com princípios federalistas e que teve a participação de homens livres e escravos, foi a: A) Balaiada. B) Insurreição Pernambucana. C) Confederação do Equador. D) Sabinada. E) Farroupilha. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: A(s) próxima(s) questão(ões) trata da montagem do sistema político e de aspectos sociais e econômicos da sociedade brasileira à época do processo de emancipação de 1822. Na verdade, ela(s) trata(m) dos fundamentos de nossa sociedade e dá(ão) subsídios para que se possa entender como fomos nos formando combinando de forma desigual liberdade, participação política e justiça social. Como bem afirmou o historiador José Murilo de Carvalho: “Temos liberdade, alguma participação e muita desigualdade”. 6. (UEPB 2013) Sobre aspectos políticos do processo de emancipação assinale a única alternativa INCORRETA. A) O sistema representativo, criado com a emancipação política de 1822, permitia a eleição de deputados gerais para um mandato de quatro anos, mas os senadores tinham que ser eleitos através de lista tríplice e para mandatos vitalícios. B) A Constituição de 1824, outorgada por D. Pedro I, continha direitos civis e políticos reconhecidos nos países europeus, mas, ao mesmo tempo, adotava o Poder Moderador, que permitia ao Imperador controlar o sistema político brasileiro. C) Como forma de conseguir que Portugal aceitasse a emancipação do Brasil, D. Pedro I determinou que se implantasse um sistema eleitoral em que os governantes municipais e estaduais fossem escolhidos livre e democraticamente pela população. D) Com a emancipação do Brasil em 1822, a elite político-econômica brasileira optou por um sistema de governo baseado numa monarquia representativa. O objetivo era preservar a unidade do país em torno da figura do Imperador e manter a paz e a ordem social. E) O arranjo institucional pós-emancipação legou um sistema político em que o Imperador era o chefe absoluto do governo e do Estado. Dentre outras coisas, o Imperador escolhia seus ministros entre os líderes dos partidos Liberal e Conservador. 7. (UESPI 2012) Em 1988, foi promulgada, através da Assembleia Constituinte eleita pelo voto popular, a constituição conhecida como “Constituição Cidadã”. Mas, nem todas as Constituições brasileiras tiveram essa feição, a exemplo da outorgada em 1824 por D. Pedro I, pela qual: A) Foi instituído o Poder Moderador. B) Se extinguiu o Poder Judiciário. C) Consolidou-se a vitória do Partido Brasileiro. D) Estabeleceu-se a separação entre os poderes eclesiástico e civil. E) Se conseguiu o desenvolvimento do que se convencionou chamar de questão militar. 8. (UFC 2009) Leia o texto a seguir. Ofício da Villa do Crato. Temos presente o Ofício de V. Excelências do primeiro do corrente a que acompanharam os Decretos da dissolução da Assembleia Constituinte e Legislativa do Brasil plenamente congregada no Rio de Janeiro [...] e apesar do laconismo que se observa em dito Ofício, ele veio pôr-nos em perplexidade pelo modo decisivo com que V. Excelências, supremas Autoridades desta Província, mandam sem mais reflexão (...) Jornal Diário do Governo do Ceará, 10. de abril de 1824. A citação acima se refere à dissolução da Assembleia Constituinte, em 1823, fato que se relaciona com a eclosão da Confederação do Equador. Sobre a participação do Ceará nesse movimento revoltoso, assinale a alternativa correta. A) O Ceará participou da Confederação do Equador, porque pretendia romper com a dependência econômica e política em relação a Pernambuco. B) A província do Ceará almejava se isolar das demais províncias do atual Nordeste: Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Piauí e Alagoas. C) O crescimento da exportação de algodão levou os proprietários e comerciantes cearenses a lutarem pelos interesses do grupo "corcunda", aliado de D. Pedro I. D) O grupo "patriota", composto por membros da família Alencar, defendia ideias monarquistas para garantir os direitos do Ceará junto ao imperador. E) A maior parte das elites cearenses aderiu ao movimento levada pelo receio de perder sua autonomia, em decorrência do centralismo político imposto pela Constituição de 1824. 9. (UFG 2012) Analise os mapas a seguir. No Brasil, entre 1822 e 1889, ocorreram mudanças nas unidades administrativas, fruto de uma política de Estado, conforme a representação gráfica dos mapas. Essas mudanças objetivavam: A) A punição das províncias envolvidas em movimentos separatistas, como no caso da Confederação do Equador, em Pernambuco. B) O alcance de maior equilíbrio político-administrativo entre as províncias, como no caso da criação do Paraná com a divisão de São Paulo. C) O cumprimento de acordos diplomáticos externos, como no caso da concessão da província da Cisplatina à Argentina. D) O aumento do controle fiscal nas regiões produtoras de ouro para garantir recursos ao governo, como no caso de Goiás e Minas Gerais. E) A dinamização econômica dos espaços distantes do litoral com a criação de novos territórios, como no caso da divisão da província do Grão-Pará. 10. (UFPA 2016) Mesmo antes da ruptura da colônia brasileira com a metrópole portuguesa em 1822, José Bonifácio de Andrada e Silva já admitia que seria muito difícil: [...] a liga de tanto metal heterogêneo, como brancos, mulatos, pretos livres e escravos, índios, etc., em um corpo sólido e político. SILVA, Ana Rosa Cloclet da. Construção da nação e escravidão no pensamento de José Bonifácio: 1783- 1823. Campinas, SP: Ed. da Unicamp,1999. p. 178. Na presente fala do “Patriarca da Independência” em relação à sociedade brasileira, é importante observar que existe uma preocupação de ordem social na construção da Nação brasileira. Bonifácio considerava que a A) heterogeneidade dos habitantes do Brasil, marcada pela presença de negros e índios, revelava-se um problema para a construção de um projeto nacional com a edificação de um Império do Brasil mais civilizado. B) presença de gente de tantas cores e condições poderia atrapalhar a convivência harmoniosa entre os habitantes da futura Nação, sobretudo porque os índios eram muito belicosos e os negros não se adaptariam à liberdade. C) presença de negros na sociedade brasileira decorrente do escravismo colonial atrapalhava a construção da Nação por não servir à sustentabilidade da economia agroexportadora e monocultora do café. D) mistura de raças não era recomendável para uma colônia que queria se tornar uma monarquia constitucional reconhecida por todos os países europeus, principalmente pelos anglo-saxões, que eram abolicionistas. E) grande dificuldade seria colocar em prática o processo de catequização dos índios e de civilização aos negros africanos, sobretudo porque esses grupos eram considerados pelos homens brancos como incapazes de sair da barbárie. 11. (UEM 2017) O Primeiro Reinado se iniciou com a Proclamação da Independência, em 1822, que garantiu ao Brasil autonomia em relação a Portugal. Essa fase da história política do Brasil imperial se estendeu até 1831, quando teve início o período regencial. Sobre o Primeiro Reinado, assinale e some o que for correto. 01) O projeto constitucional que se originou dos trabalhos da Assembleia Constituinte de 1823, dissolvida por D. Pedro I no mesmo ano, estabelecia o critério censitário para o direito ao voto, que exigia renda anual equivalente a 150 alqueires de farinha de mandioca. 02) A constituição de 1824 estabeleceu uma divisão político-administrativa do território brasileiro em estados federados e a centralização do governo em um único poder, o moderador.04) A Confederação do Equador foi a união das províncias insurgentes, localizadas próximas à linha do Equador, que estavam descontentes com os rumos políticos tomados pelo governo imperial e com a situação econômica, marcada por crises como a do açúcar, a do algodão e pelos crescentes impostos cobrados pelo governo central. 08) O desempenho econômico durante esse período apresentou índices expressivos, pois a demanda por produtos agrícolas por parte dos países europeus era elevada. Com isso, a balança comercial do Brasil estava equilibrada. 16) Alguns jornalistas como Líbero Badaró e Evaristo da Veiga representaram uma relevante fonte de apoio para o governo de D. Pedro I, uma vez que elogiavam o seu estilo de governar, bem como seu relacionamento político com as províncias. 12. (UEPG 2017) Apesar de curto (1822-1832), o Primeiro Reinado brasileiro é um período fundamental de nossa história política e foi marcado por intensas disputas políticas que marcaram a formação do Estado Nacional brasileiro. A respeito desse período histórico, assinale e some o que for correto. 01) Após a Proclamação da Independência, em 07 de setembro de 1822, províncias do norte e do nordeste brasileiro não reconheceram o novo governo. Nessas províncias, foram promovidos protestos e conflitos armados entre as forças leais à D. Pedro I e àquelas que pretendiam manter o Brasil ligado a Portugal. 02) Em 1824, foi outorgada a Constituição que vigoraria durante todo o período imperial. De orientação política conservadora, a Carta Magna estabeleceu, entre outras coisas, o voto como sendo censitário (por renda) e restrito aos brasileiros alfabetizados do sexo masculino. 04) Chamou-se de Confederação do Equador o movimento organizado com objetivo separatista que daria origem a um novo Estado, liberto do Império brasileiro. Esse movimento foi reprimido e seus líderes foram presos ou executados. 08) A abdicação de D. Pedro I provocou uma situação política incomum. Como o sucessor direto do trono, D. Pedro II, era menor de idade, o país passou a ser governado por um grupo de três pessoas (Regência Trina). 16) Maior conflito externo enfrentado pelo Primeiro Reinado, a Guerra da Cisplatina teve como desfecho a separação dessa região que havia sido invadida e anexada pelo Brasil por ordem de D. João VI, então Rei de Portugal. 13. (PUCRS 2016) Sobre a situação econômica e financeira do Brasil durante o Primeiro Reinado, é INCORRETO afirmar que A) O Brasil passava por uma forte crise no comércio de exportação, devido à queda das suas vendas externas de açúcar no mercado Europeu. B) A situação brasileira se agravou na medida em que, depois do declínio da produção aurífera colonial, a Inglaterra perdeu o interesse de ser parceira comercial do Brasil. C) O imperador D. Pedro I fazia gastos excessivos e não voltados ao desenvolvimento econômico, como o financiamento da Guerra da Cisplatina, além de existirem problemas na arrecadação de impostos. D) O café, que seria o grande produto brasileiro de exportação no século XIX, ainda não ocupava espaço significativo no comércio exterior do país. E) Havia grande carência em transportes que, aliada às dimensões continentais do território brasileiro, dificultava a integração econômica do novo país e o adequado aproveitamento de suas riquezas naturais. 14. (UEM 2015) Sobre o processo de independência e a construção do Império Brasileiro, assinale e some a(s) alternativa(s) correta(s). 01) A vinda da Corte portuguesa para o Brasil, em 1811, decorreu da necessidade de a Coroa manter o Reino de Portugal a salvo de uma invasão pelas tropas francesas de Napoleão Bonaparte. 02) A Revolução do Porto, em 1820, caracterizou-se como um movimento antiliberal e absolutista. Em razão destas características, os revolucionários portugueses pressionaram D. João VI para que reassumisse o trono português. 04) A primeira constituição brasileira foi promulgada por D. Pedro I após ser ampla e profundamente discutida e aprovada pela Assembleia Nacional Constituinte. Esse processo garantiu que a constituição fosse expressão dos anseios do povo e consolidou a unidade política do Brasil. 08) A disputa entre D. Pedro I e seu irmão D. Miguel pela Coroa de Portugal foi um fato importante para a abdicação de D. Pedro I e sua ida para Portugal, encerrando o Primeiro Reinado do Brasil. 16) No Brasil, no Segundo Reinado, os federalistas lutavam por uma autonomia política das províncias em relação ao poder central, se espelhando para tanto na federação dos Estados Unidos da América. 15. (UEM 2011) Com a proclamação da independência brasileira em 1822, o país conquistou autonomia política e econômica. A esse respeito, assinale e some a(s) alternativa(s) correta(s). 01) Apesar da proclamação da independência, algumas províncias, como Grão-Pará, Cisplatina e Maranhão, inicialmente mantiveram-se fiéis a Portugal. 02) A autonomia política e econômica só foi alcançada graças à grande participação popular, responsável pela promulgação da primeira Constituição do Brasil, em 1823. 04) Iniciada em Pernambuco, após a independência, a Confederação do Equador (1824) uniu diversas províncias do nordeste e proclamou a independência, com o intuito de formar um novo país, porém foi contida pelas forças imperiais. 08) Durante a luta pela independência do Brasil, nenhum político brasileiro propôs o fim da escravidão negra. 16) Os principais grupos políticos do início do Império foram os Restauradores, os Liberais Moderados e os Liberais Exaltados. GABARITO Resposta da questão 1: [C] O Poder Moderador centralizava todos os poderes da Nação nas mãos de d. Pedro I, uma vez que dava a ele o direito de interferir no Legislativo e no Judiciário. Sendo assim, era um mecanismo de autoritarismo. Resposta da questão 2: [A] A exaltação da Independência está atrelada à formação de um ideal de nacionalidade e patriotismo que precisou ser construído ao longo de todo o período imperial brasileiro, uma vez que nossa Independência não foi fruto de uma mobilização conjunta da população brasileira. Resposta da questão 3: [E] O Primeiro Reinado foi marcado pelo confronte entre “portugueses”, partidários do Imperador, que governava de forma autoritária e centralizado a partir da Constituição outorgada, e “brasileiros”, que faziam oposição ao imperador e utilizaram diversas formas de pressão para dificultar a acabar com seu reinado. Resposta da questão 4: [B] A questão analisa a atuação de diferentes segmentos sociais num movimento de luta contra um poder centralizador constituído. Trata-se da Confederação do Equador em 1824, um movimento revolucionário de caráter emancipacionista e republicano ocorrido no Nordeste do Brasil a partir de Pernambuco e integrando Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. O movimento representou a principal reação contra a tendência absolutista e a política centralizadora do governo de D. Pedro I (1822-1831), esboçada na Constituição de 1824. Movimentos de caráter revolucionário ocorridos no Brasil, também considerados populares, caracterizaram-se pela congregação de diferentes segmentos sociais em luta contra um poder centralizador, como foram os casos da Revolta dos Alfaiates (Conjuração Baiana) em 1798 e a Cabanagem (Pará) entre 1835 e 1840. Resposta da questão 5: [C] A Confederação do Equador ocorreu em razão da implantação da Constituição de 1824 – que dava plenos poderes a D. Pedro I – e queria a substituição da Monarquia pela República. Resposta da questão 6: [C] O sistema eleitoral do Brasil independente era extremamente excludente, uma vez que se baseava no voto censitário, ou seja, baseado na renda. Tanto para votar quanto para se candidatar, a camada mais rica da sociedade tinha vantagens garantidas pela Constituição de 1824.Resposta da questão 7: [A] A imposição da primeira Constituição (1824) por D. Pedro I foi apoiada pelo “partido português” e representou uma derrota política para os brasileiros que haviam articulado e promovido o movimento de independência. Essa constituição foi caracterizada pela centralização e autoritarismo e uma de suas características foi o estabelecimento de 4 poderes, estando o Poder Moderador acima dos demais, reforçando a autoridade do Imperador. Resposta da questão 8: [E] Resposta da questão 9: [A] Entre 1822 e 1889, o Brasil viveu inúmeras revoltas que contestavam principalmente o absolutismo político exercido no período; tais conflitos foram duramente reprimidos. Uma das estratégias utilizadas para manter e/ou ampliar o controle sobre as províncias foi a (re)divisão territorial, como demonstram as representações cartográficas acima. Resposta da questão 10: [A] José Bonifácio, conhecido como o Patriarca da independência e tutor de D. Pedro II, morou boa parte de sua vida na Europa e exerceu cargos importantes. Já bem mais maduro voltou para o Brasil ganhando um papel de destaque no processo de independência do Brasil. Diante da heterogeneidade cultural brasileira – com negro, índio, mestiço e branco – , Bonifácio entendia que era difícil edificar um projeto de nação que contemplasse toda esta diversidade. Resposta da questão 11: 01 + 04 = 05. A afirmativa [02] está incorreta porque a Constituição de 1824 adotou a divisão quádrupla do poder: Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador; Além disso, não se adotou o federalismo nos estados brasileiros; A afirmativa [08] está incorreta porque a economia brasileira, em geral, estava em crise no Primeiro Reinado, em especial após a Guerra Cisplatina; A afirmativa [16] está incorreta porque os jornalistas citados, em especial, Líbero Badaró, faziam oposição ao governo de d. Pedro I. Resposta da questão 12: 01 + 02 + 04 + 08 + 16 = 31. Todas as afirmativas estão corretas. Resposta da questão 13: [B] O Brasil viveu uma grave crise econômica Brasil durante o Primeiro Reinado, 1822-1831, por vários motivos. O país não conseguia emplacar nenhum produto na pauta de exportação, embora tivesse inúmeros produtos para exportar. O café ainda não possuía muita relevância na pauta de exportação. D. Pedro I gastava muito com o financiamento de guerras como a Guerra de Independência em 1823, a Confederação do Equador em 1824, a “Questão da Cisplatina” entre outros. A Inglaterra não perdeu o interesse pelo Brasil, pois representava um mercado promissor. A principal fonte de renda para o Brasil era através das tarifas alfandegárias. A queda na exportação provocou desequilíbrio na balança comercial gerando a necessidade de fazer empréstimos externos constantes comprometendo a renda alfandegária. Resposta da questão 14: 08 + 16 = 24. A afirmativa [01] é incorreta, porque a Família Real portuguesa veio para o Brasil em 1808; A afirmativa [02] é incorreta, porque a Revolução do Porto foi um movimento anti-absolutista e liberal; A afirmativa [04] é incorreta, porque a primeira Constituição brasileira foi outorgada por d. Pedro I depois que ele fechou a Assembleia Constituinte e prendeu os deputados. Resposta da questão 15: 01 + 04 + 16 = 21. [01] Verdadeiro – O movimento de independência foi articulado pelas elites de São Paulo e do Rio de Janeiro. Nas províncias de predominância portuguesa a resistência foi maior. [02] Falso – A Constituição foi imposta por D. Pedro I em 1824. [04] Verdadeiro – A Confederação do Equador foi um movimento separatista de caráter republicano, mas teve duração efêmera. [08] Falso – Parcela minoritária da elite já defendia o fim da escravidão, mas essa bandeira foi colocada em segundo plano na época da independência. [16] Verdadeiro – Essas denominações são mais comuns após a abdicação de D. Pedro I. Os restauradores eram aqueles que pretendiam a volta do Imperador ao trono brasileiro.
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