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Usando o HAZOP para análise de um posto de combustíveis - TCC Final

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 
LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA, GESTÃO DE NEGÓCIOS E MEIO AMBIENTE 
ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOUGLAS VIEIRA BARBOZA 
 
 
 
 
 
 
USANDO O HAZOP PARA ANÁLISE DE RISCOS DE UM POSTO DE 
COMBUSTÍVEIS EM ITAIPUAÇU 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Niterói 
2015
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 
LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA, GESTÃO DE NEGÓCIOS E MEIO AMBIENTE 
ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
 
 
 
 
DOUGLAS VIEIRA BARBOZA 
 
 
 
 
USANDO O HAZOP PARA ANÁLISE DE RISCOS DE UM POSTO DE 
COMBUSTÍVEIS EM ITAIPUAÇU 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de 
Pós Graduação de Especialização em 
Engenharia de Segurança do Trabalho 
da Universidade Federal Fluminense 
como requisito para obtenção do Grau 
de Especialista em Engenharia de 
Segurança do Trabalho. 
 
 
 
ORIENTADOR: Prof. Helton Luiz Santana Oliveira, M. Sc. 
 
 
 
 
Niterói 
2015
 
 
3 
DOUGLAS VIEIRA BARBOZA 
 
 
 
 
USANDO O HAZOP PARA ANÁLISE DE RISCOS DE UM POSTO DE 
COMBUSTÍVEIS EM ITAIPUAÇU 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de 
Pós Graduação de Especialização em 
Engenharia de Segurança do Trabalho 
da Universidade Federal Fluminense 
como requisito para obtenção do Grau 
de Especialista em Engenharia de 
Segurança do Trabalho. 
 
 
Aprovada em 27 de agosto de 2015. 
 
 
BANCA EXAMINADORA: 
 
 
_______________________________________________________ 
Prof. Helton Luiz Santana Oliveira, M.Sc. 
Universidade Federal Fluminense 
 
 
_______________________________________________________ 
Prof. Gilson Brito Alves Lima, D.Sc. 
Universidade Federal Fluminense 
 
 
_______________________________________________________ 
Prof. James Hall, M. Sc. 
Universidade Federal Fluminense 
 
 
 
Niterói 
2015 
AGRADECIMENTOS 
 
A meu professor orientador, Helton Luiz Santana Oliveira, pela orientação, confiança 
e estímulo à conclusão deste trabalho. 
 
Ao professor Alexandre Elias Ribeiro Denizot, pela amizade e importantes conversas 
durante o curso, dentro e fora de sala. 
 
Ao professor Rulf Blanco Lima Neto, que me apresentou o curso e me incentivou a 
entrar nesta jornada. 
 
Aos meus amigos, Arcenio Jubim, Flávia Martins, Luma Boeta, Phelipe Rabelo e 
Valéria Glória por todos os momentos de alegria, companheirismo e incentivo. 
 
A Secretaria do LATEC pelo ótimo atendimento e total apoio, em especial ao 
Eduardo, Diogo e Luanda 
 
A todos os professores, que fazem parte do corpo docente do curso de Engenharia 
em Segurança do Trabalho que muito contribuíram para minha formação profissional 
e pessoal. 
 
A cada um dos colegas do curso de Engenharia de Segurança, pela valiosa 
contribuição de cada um neste processo. 
 
À Priscilla Faria dos Santos pelo carinho, estímulo e inspiração. 
 
À minha família, em especial, meus pais Carlos e Otília que, com muito amor e 
apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida. 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Verba volant, scripta manent 
(As palavras faladas voam, os escritos permanecem) 
 
Provérbio Latino 
SUMÁRIO 
 
 
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO 13 
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 13 
1.2 FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA 14 
1.3 OBJETIVO 15 
1.3.1 Objetivo Geral 15 
1.3.2 Objetivos Específicos 15 
1.4 QUESTÕES 16 
1.5 METODOLOGIA DA PESQUISA 16 
1.6 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO 17 
CAPÍTULO 2 – EMBASAMENTO TEÓRICO DO ASSUNTO 19 
2.1 O CONCEITO DE RISCO 19 
2.1.1 O Risco nas Empresas 23 
2.2 FASES DA GESTÃO DE RISCOS 26 
2.2.1 Identificação de Riscos 27 
2.2.2 Análise de Riscos 28 
2.2.3 Avaliação de Riscos 29 
2.2.4 Tratamento de Riscos 30 
2.3 TÉCNICAS UTILIZADAS NO GERENCIAMENTO DE RISCOS 30 
2.3.1 What-If 31 
2.3.2 Técnica de Incidentes Críticos 31 
2.3.3 Análise Preliminar de Perigo 31 
2.3.4 Análise de Modos de Falha e Efeitos 32 
2.3.5 Análise de Perigos e Operabilidade 32 
2.3.6 Análise por Árvore de Eventos 33 
2.3.7 Análise por Diagrama de Blocos 33 
2.3.8 Análise de Causas e Consequências 34 
2.3.9 Análise por Árvore de Falhas 34 
2.3.10 Management Oversight and Risk Tree 35 
CAPÍTULO 3 - ESTUDO DE CASO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 36 
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 36 
3.3.1 Descrição do Processo 37 
3.2 MÉTODO EMPREGADO: HAZOP 40 
3.3 APLICAÇÃO DO MÉTODO 42 
3.4 DISCUSSÃO DE RESULTADOS 48 
3.4.1 Plano de Ação 49 
CAPÍTULO 4 – CONCLUSÕES 51 
4.1 ANÁLISES CONCLUSIVAS 52 
4.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE AS QUESTÕES 53 
4.3 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS 54 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 56 
GLOSSÁRIO 58 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1 – Resumo do Gerenciamento de Riscos 23 
Figura 2 – Natureza dos Riscos Empresariais 25 
Figura 3 – Estrutura de uma Árvore de Eventos 33 
Figura 4 – Diagrama de Blocos com Sistema em Série 34 
Figura 5 – Estrutura Básica de uma Árvore de Falhas 35 
Figura 6 – Localização do Posto de Combustíveis 37 
Figura 7 – Posto de Combustíveis no Momento da Descarga 38 
Figura 8 – Bocas do Caminhão e Boca de Recebimento do Tanque do 
Posto 
 38 
Figura 9 – Caminhão Preparado para o Descarregamento 39 
Figura 10 – O procedimento para a análise HAZOP 40 
Figura 11 – Esquema Indicando os Nós Abordados 43 
LISTA DE QUADROS 
 
 
Quadro 1 – Palavras-Guia Básicas e seus Significados Genéricos 41 
Quadro 2 – Palavras-Guia Relativas ao Horário e a Ordem ou Sequência 41 
Quadro 3 – HAZOP do Processo de Descarga de Combustíveis 44 
Quadro 4 – Plano de Ação 49 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
 
AAE Análise por Árvore de Eventos 
AAF Análise por Árvore de Falhas 
ACC Análise de Causas e Consequências 
ADB Análise por Diagrama de Blocos 
AIChE American Institute of Chemical Engineers 
ANP Agência Nacional do Petróleo 
APR Análise Preliminar de Riscos 
AS/NZS Australian/New Zealand Standard 
CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental 
FMEA 
Failure Mode and Effect Analysis (Análise de modo e 
efeito de falha) 
HAZOP 
Hazard and Operability Study (Análise de Perigo e 
Operabilidade) 
IEC International Electrotechnical Commission 
ISO International Organization for Standardization 
MORT Management Oversight and Risk Tree 
NRI The Noordwijk Risk Initiative Foundation 
PMBOK Project Management Body of Knowledge 
RESUMO 
 
 
Postos de combustíveis encontram-se espalhados pelas estradas de todo o país e 
devido aos produtos que distribuem tem riscos inerentes a sua atividade, porém não 
existem muitos estudos sobre o assunto em áreas diversificadas, como é o caso de 
Itaipuaçu. Logo este estudo se propõe a analisar os riscos envolvidos no processo 
de descarregamento de um posto de combustíveis na região indicada, identificando 
os perigos, causas e efeitos envolvidos. Para isso se valendo da coleta de dados e 
posterior aplicação do método de análise de perigos e operabilidade (HAZOP). 
Evidencia-se nos resultados que o risco com maior criticidade neste tipo de 
empreendimento está relacionado a incêndios, explosões e afins, e propõem-se 
como medidas preventivas: a melhora na manutenção e inspeção, a capacitação do 
operador e a instalação de equipamentos de proteção para os equipamentos. 
 
 
 
Palavras chave: Análise de Riscos, HAZOP e Posto de Combustíveis. 
ABSTRACT 
 
 
Fuel stations are scattered along the roads throughout the country and because of 
the products they distribute has risks inherent in its business, but there are not many 
studies on the subject in different areas, as is the case of Itaipuaçu. So this study is 
to analyze the risks involved in the process of unloading a fuel station in the region 
designated by identifying the dangers, causes and effects involved. For this taking 
advantage of the data collection and subsequent application of the method of 
analysis of hazards and operability (HAZOP). It is evident in the results that the risk 
more critical in this typeof venture is related to fires, explosions and the like, and are 
proposed as preventive measures: the improvement in maintenance and inspection, 
training of the operator and the installation of protective for equipments. 
 
 
 
Keywords: Risk Analysis, HAZOP and Fuel Station. 
 
 
 
13 
CAPÍTULO 1 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
No âmbito da segurança do trabalho, o presente trabalho foi desenvolvido 
com o intuito de avaliar os riscos em um posto de combustíveis, visto que este tipo 
de empreendimento é fonte de preocupação em relação aos riscos socioambientais 
e de segurança operacional, pois além de atuar com substâncias tóxicas que podem 
contaminar o ambiente ao seu entorno, boa parte de seus produtos são inflamáveis 
e podem possibilitar acidentes como incêndios e explosões, caso ocorra o acumulo 
destes combustíveis em locais com condições propícias. 
 
Conforme a ANP (2014) ao final de 2013 existiam no Brasil 38.893 postos 
revendedores de combustíveis e derivados, abastecendo milhares de veículos 
automotores que compõem o principal modal de transporte deste país, o rodoviário. 
Tais postos estão distribuídos em todas as regiões do país, porém se encontram em 
maior proporção na região sudeste que apresenta maior densidade populacional, 
tendendo a se concentrar nas regiões com quantidade de veículos mais elevada e 
comumente próximas ao comércio e a residências. 
 
Um dos conceitos norteadores deste trabalho se encontra na aferição do 
potencial de ocorrência de resultados indesejados em processo de um posto de 
revenda de combustíveis em áreas que na maior parte das vezes são próximas a 
regiões habitadas e que em caso de acidentes volumosos podem afetar não 
somente os equipamentos e trabalhadores, mas o ambiente periférico à área de 
operação, prejudicando as comunidades vizinhas e seus habitantes direta ou 
indiretamente visto que, por exemplo, um impacto como uma explosão não atinja os 
moradores das circunvizinhanças o potencial de poluição pode atingí-lo. 
 
 
 
 
14 
1.2 FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA 
 
Toda atividade contém riscos, e uma atividade isenta de riscos representa 
imobilidade total. Mas ainda assim, se todas as pessoas permanecessem em casa 
sem fazer nada e cessassem toda atividade produtiva e de serviços, ainda existiriam 
riscos, mesmo que pequenos. Portanto o risco zero conceitualmente não existe e 
cabe gerenciar o risco. 
 
As operações em postos de revenda de combustíveis realizadas em todas 
as regiões do Brasil são cruciais para atender a demanda nacional, porém construir 
e operar um empreendimento como este pode apresentar uma série de riscos. É 
importante atentar que alguns postos além de comercializar combustíveis líquidos 
ofertam o abastecimento com Gás Natural, que devido à compressão em cilindros, 
poderá provocar em caso de inflamação explosões de dimensões ainda maiores e 
de condições de mitigação inferiores ao que pode ocorrer com o Diesel, a Gasolina e 
o Etanol. Porém o posto de combustíveis que será utilizado neste estudo não 
comercializa gás, mas encontra-se inserido em uma região comercial e onde existem 
residências. 
 
Impedir que acidentes graves ocorram neste cenário é fundamental para 
evitar não somente perda de inventário, mas também relativa aos trabalhadores, a 
sociedade nas regiões limítrofes do empreendimento e ao meio ambiente. Conforme 
Oliveira (2014) “O único resultado positivo associado a um acidente é o aprendizado 
que pode ser obtido a partir dele”, por isso para se desenvolverem soluções relativas 
ao risco são observados casos de acidentes que ocorreram em cenários similares 
àquele de estudo. 
 
Muito embora seja comum que em locais como este se invista em 
segurança é possível que alguns riscos específicos ainda permaneçam, visto que as 
empresas ao buscarem minimizar categoricamente seus riscos estarão 
comprometendo seu lucro, tão como àquelas que forem levianas se expondo muito a 
riscos. Dessa maneira o gerenciamento de riscos não objetivará a eliminação total 
de riscos, mas sim o controle e monitoramento destes, criando dispositivos de 
proteção contra eventos indesejáveis como incêndios e explosões, que tem 
 
 
15 
resultados catastróficos na maioria das vezes caso não sejam controlados, e que 
são passíveis de ocorrência em diversas etapas da comercialização de 
combustíveis. 
 
1.3 OBJETIVO 
 
Nesta seção serão apresentados os objetivos do estudo, que se 
encontram entre objetivo geral, que se refere ao intuito que se almeja com este 
trabalho, e os objetivos específicos que fornecem subsídios para que o objetivo geral 
seja alcançado. 
 
1.3.1 Objetivo Geral 
 
Realizar uma análise dos riscos envolvidos nos processos de um posto de 
combustíveis, identificando os perigos, causas e efeitos envolvidos, aplicando-se o 
método conhecido como HAZOP sobre os dados do empreendimento e visando 
assim propor medidas preventivas e/ou mitigadoras. 
 
1.3.2 Objetivos Específicos 
 
- Levantar os principais aspectos relativos aos riscos que envolvam o 
funcionamento de cada processo e equipamentos selecionado para o 
estudo; 
 
- Propor um diagnóstico da situação analisada apresentando 
recomendações para que os perigos identificados sejam minimizados, tão 
como os custos relativos aos acidentes; 
 
- Identificar componentes em que haja maior possibilidade de falhas; 
 
- Propor medidas que reduzam a falta de atuação segura dos operadores. 
 
 
 
 
 
16 
1.4 QUESTÕES 
 
O carregamento de combustíveis nos postos de revenda, sem o devido 
cuidado, podem comprometer a atividade econômica e afetar negativamente o meio 
ambiente e a segurança operacional, podendo atingir tanto os trabalhadores do 
empreendimento como cidadãos presentes na circunvizinhança. 
 
Tendo em vista que o presente trabalho tem o intuito de avaliar os riscos 
envolvidos nos processos de um posto de combustíveis, torna-se indispensável 
responder as seguintes questões, relacionadas à empresa: 
 
 Quais os fatores ligados ao processo de carregamento de combustível em 
um posto de revenda podem acarretar em vazamento, criar atmosferas 
explosivas e ambientes com toxicidade? 
 
 Quais os equipamentos e processos apresentam maior fragilidade e, 
portanto devem ter seu funcionamento revisto? 
 
 Quem será afetado nos âmbitos econômico, ambiental e social, caso o 
acidente em um empreendimento como este ocorra? 
 
1.5 METODOLOGIA DA PESQUISA 
 
A elaboração do presente trabalho pode ser classificada quanto à área da 
ciência como uma pesquisa aplicada, pois tem como intuito alcançar resultados que 
possam ter utilização prática e promovam ações de melhoria das atividades de 
postos de combustíveis, visando a redução de acidentes através do 
desenvolvimento de uma avaliação de riscos bem estruturada. 
 
Sob o aspecto da classificação da pesquisa a mesma é 
preponderantemente uma pesquisa exploratória, pois se trata de uma pesquisa 
bibliográfica seguida de um estudo de caso, que além de buscar proporcionar maior 
familiaridade com o problema, visando tornar o objeto de estudo mais explícito, 
 
 
17 
demonstra através de avaliação dos dados recolhidos do local que é objeto de 
estudo, sua aplicabilidade. 
 
Quanto ao método de pesquisa, o estudo se caracteriza como uma 
pesquisa bibliográfica, que foi embasada a partir de material já publicado por fontes 
idôneas tais como: livros, teses, artigos periódicos, documentos técnicos e sites. 
Posteriormente sendo realizada uma análise qualitativa dos dados coletados, ou 
seja, que se preocupou apenas com o aprofundamento da compreensão sobre o 
tema. 
 
O Estudo de Caso contou com o levantamento dos dados sobre o posto 
de revenda de combustíveis localizado em Itaipuaçu, distrito de Maricá-RJ, realizado 
através de consulta à documentos de propriedade particular do próprio, além de 
entrevistas com os gestores,visitas técnicas ao local para reconhecimento de sua 
planta e coleta de dados e aplicação do método de análise de perigos e 
operabilidade (HAZOP). 
 
1.6 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO 
 
O presente trabalho foi organizado em quatro principais capítulos com a 
seguinte estruturação: 
 
No Capítulo 1, “Introdução”, é feita uma introdução formal do trabalho 
onde são expostos os seguintes tópicos: Introdução, a Situação-Problema, 
Objetivos, Questões, Metodologia e Organização do Estudo; 
 
O Capítulo 2, “Embasamento Teórico do Assunto”, busca apresentar os 
conceitos fundamentais associados ao tema de gerenciamento de riscos através de 
uma revisão bibliográfica, assim esta etapa encontra-se dividida entre o conceito de 
risco, as fases para o gerenciamento de riscos e as principais técnicas que permitem 
executá-lo. 
 
Já o Capítulo 3, “Aplicação do Caso e Discussão de Resultados”, é 
caracterizada e justificada a metodologia aplicada na investigação do tema, ou seja, 
 
 
18 
os métodos e instrumentos utilizados para a obtenção dos objetivos, e a análise dos 
dados obtidos que entram em discussão. 
 
Finalmente no Capítulo 4, “Conclusão”, são apresentadas as conclusões 
mais relevantes deste trabalho, averigua-se a concretização dos objetivos propostos 
inicialmente e são sugeridas novas pesquisas que possam complementar o trabalho 
aqui realizado. 
 
 
 
19 
CAPÍTULO 2 
 
EMBASAMENTO TEÓRICO DO ASSUNTO 
 
 
2.1 O CONCEITO DE RISCO 
 
O risco é definido de muitas maneiras e fornecer uma definição universal 
de "risco" não é fácil. Há um grande número de definições em diferentes literaturas, 
que são distintas dependendo da área de problema. Por exemplo, se o risco 
considerado baseia-se na visão econômica, ambiental, técnica, ocupacional ou com 
base na visão mais ampla sobre os riscos em objetivos de um projeto. 
 
Em geral, o conceito de risco pode ser definido como uma combinação 
entre a probabilidade e a consequência de um evento indesejado. O CETESB (2011) 
em sua norma técnica P4.261 define risco como a “Medida de danos à vida humana, 
resultante da combinação entre frequência de ocorrência de um ou mais cenários 
acidentais e a magnitude dos efeitos físicos associados a esses cenários”. Em 
outras palavras, para responder à pergunta "o que é um risco" é preciso responder a 
três perguntas: O que pode acontecer? Quais são as consequências? E qual a 
probabilidade de que tal evento ocorra? 
 
Segundo o Guia PMBOK, guia de gestão de projeto, o risco pode ser 
definido como: 
um evento ou uma condição incerta que, se ocorrer, tem efeito em 
pelo menos um objetivo do projeto. Os objetivos podem incluir 
escopo, cronograma, custo e qualidade. Um risco pode ter uma ou 
mais causas e, se ocorrer, pode ter um ou mais impactos. A causa 
pode ser um requisito, uma premissa, uma restrição ou uma 
condição que crie a possibilidade de resultados negativos ou 
positivos. 
(PMBOK, 2008). 
 
 
20 
Analisando as definições apresentadas, podemos entender que o risco é 
obtido como o produto da probabilidade de ocorrência de certo evento pela 
magnitude de suas consequências, conforme representado a seguir: 
 
 (2.1) 
 
A equação acima trata-se de uma representação conceitual do risco, onde 
termo R, representa a quantificação do Risco, P representa a Probabilidade de 
Ocorrência e C é a Magnitude da Consequência, e x representa uma combinação da 
probabilidade pela magnitude, porém embora não esteja representado nesta 
equação outro fator importante é o cenário, pois embora as condições ambientais 
sejam as mesmas o cenário pode alterar a possibilidade do risco. 
 
Tendo o risco definido, pode-se agora definir mais corretamente o 
significado de análise e avaliação de risco no âmbito da segurança e saúde no 
trabalho. A Norma P4.261 define avaliação de risco como sendo o “Processo pelo 
qual os resultados da estimativa de risco são utilizados para a tomada de decisão, 
por meio de critérios comparativos de risco, visando à definição da estratégia de 
gerenciamento do risco.” (CETESB, 2011). 
 
É interessante ainda apresentar algumas outras definições que são 
consideradas importantes e estão presentes no referido documento do CETESB 
(2011), para poder efetuar esta avaliação e que se apresentam a seguir: 
 
 Perigo - Uma ou mais condições físicas ou químicas com potencial para 
causar danos às pessoas, à propriedade e ao meio ambiente. 
 Acidente - Evento específico não planejado e indesejável, ou uma 
sequência de eventos que geram consequências indesejáveis. 
 Incidente - Evento não desejado que poderia resultar em danos à pessoa, 
ao meio ambiente, à propriedade ou em perdas no processo. 
 Risco Individual - Risco para uma pessoa presente na vizinhança de um 
perigo, em período de tempo definido. O risco individual tem caráter 
 
 
21 
cumulativo e geográfico, razão pela qual sua expressão decorre da soma 
do risco individual de cada cenário acidental contribuinte nos pontos x,y 
localizados no entorno do empreendimento. Pode ser expresso por meio 
de contornos de risco (ou de isorrisco). 
 Risco Social - Risco para um agrupamento de pessoas presente na 
vizinhança de um perigo, em período de tempo definido. Sua expressão 
se dá por meio da chamada curva F-N, onde F representa a frequência 
acumulada de ocorrência dos cenários com número de fatalidades N ou 
mais. 
 Risco Residual - Risco do empreendimento, após a implantação de 
medidas de redução (se pertinentes), a ser gerenciado por meio de um 
Programa de Gerenciamento de Risco. 
 Gerenciamento de Riscos - Processo de controle de risco compreendendo 
a formulação e a implantação de medidas e procedimentos técnicos e 
administrativos que têm por objetivo prevenir, reduzir e controlar o risco, 
bem como manter uma instalação operando dentro de padrões de 
segurança considerados toleráveis ao longo de sua vida útil. 
 
Um evento danoso decorre da conexão entre risco e perigo, sendo uma 
ocasião em que algo ou alguém se encontra exposto ao perigo. Exemplificando, um 
tanque de gás natural que possui uma atmosfera explosiva constitui um perigo e não 
um risco, visto que poderá causar danos a algo ou alguém que esteja exposto a ele. 
Porém em um evento que um trabalhador descuidado promova uma centelha na 
atmosfera citada, levará a estimativa de frequência da ocorrência e consequência de 
danos ou perdas, ou seja, ao risco. Sendo assim, só existe risco quando existir algo 
ou alguém exposto ao perigo. 
 
Pode se entender a avaliação de riscos como um estudo detalhado que 
deve ser realizado sobre os locais de trabalho e tem como objetivo detectar as 
fontes que possam acarretar acidentes e sua gravidade junto dos colaboradores da 
organização, permitindo que sejam tomadas decisões mais coerentes e efetivas em 
ambientes que haja possibilidade de um evento danoso. Esse estudo deve fornecer 
 
 
22 
informação suficiente para que a equipe de gestão da organização possa decidir que 
medidas de prevenção devem ser aplicadas para que os riscos sejam eliminados e 
quais os riscos que serão aceitáveis (CONVERSO, 2006). 
 
Em Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos (PMBOK, 
2008), que embora resuma o gerenciamento de riscos do projeto, apresenta 
conceitos que podem ser utilizados de maneira geral para construir o gerenciamento 
de riscos conforme representados na sequência de processos a seguir: 
 
 Planejar o gerenciamento de riscos – O processo de definição de como 
conduzir as atividades de gerenciamento de riscos; 
 Identificar os riscos – O processo de determinação dos riscos que podem 
afetar o projeto e a documentação de suas características; 
 Realizar a análise qualitativa de riscos – O processo de priorização dos 
riscos para análise ou ação adicional através da avaliação e combinação 
de sua probabilidade de ocorrência e impacto; 
 Realizar a análise quantitativade riscos – O processo de analisar 
numericamente o efeito dos riscos identificados, nos objetivos gerais do 
projeto; 
 Planejar as respostas aos riscos – O processo de desenvolvimento de 
opções e ações para aumentar e reduzir as ameaças aos riscos 
identificados, nos objetivos gerais do projeto. 
 Monitorar e controlar os riscos – O processo de implementação de planos 
de respostas aos riscos, acompanhamento dos riscos identificados, 
monitoramento dos riscos identificados, monitoramento dos riscos 
residuais, identificação de novos riscos e avaliação da eficácia dos 
processos de tratamento dos riscos durante todo o projeto. 
 
 
 
23 
 
Figura 1 – Resumo do Gerenciamento de Riscos 
Fonte: adaptado de PMBOK, 2008 
 
2.1.1 O Risco nas Empresas 
 
Para González-Quijano (2004) os principais tipos de risco que se podem 
destacar na atividade empresarial classificam-se como: 
 
 Estratégicos, que se tratam daqueles relacionados com as decisões 
estratégicas da organização, como adaptação a mudanças, 
gerenciamento de alianças, decisões sobre novos empreendimentos, 
entre outras semelhantes. 
 De mercado, que é a influência das variáveis de mercado em resultados 
futuros do negócio. 
 Financeiros, são os impactos sobre o rendimento financeiro da empresa. 
 Operacionais, são aqueles derivados do desenvolvimento prático do 
negócio 
 Regulatórios/Legais, estão relacionados com a instabilidade das regras na 
regulação, fiscalização e contabilidade. 
 De Crédito, é o não cumprimento dos compromissos cobrados. 
 
 
 
24 
González-Quijano (2004) diz ainda que se podem diferenciar os níveis de 
risco e diferentes atitudes a tomar, conforme estes afetem o negócio: 
 
 Riscos a eliminar (o risco como perigo) – São os riscos que estão 
associados a um perigo importante sendo relacionados as competências 
essenciais da empresa. Tais riscos podem diminuir a viabilidade da 
empresa (baixa probabilidade e alta incidência). Um exemplo poderia ser 
o risco de se produzir uma catástrofe em um tanque de armazenamento 
de gasolina. 
 Riscos a gerenciar (o risco como oportunidade) – São os riscos que estão 
vinculados às atividades da empresa. Apresentam entre média e alta 
probabilidade e incidência variável. Esta classe de risco deve ser 
gerenciada para se obter o máximo de benefícios para a empresa. 
 Riscos a assumir (o risco como negócio) – São riscos inerentes às 
atividades da empresa, sendo consequentes do tipo de negócio e de sua 
regulamentação. A esta classe de risco podemos associar as decisões 
estratégicas, como a entrada em determinados negócios. 
 
Os riscos podem ser divididos conforme sua natureza em riscos 
especulativos ou puros, como indicado por Alberton (1996). De modo que o risco 
especulativo ou dinâmico apresenta a possibilidade de ganho ou a chance de perda, 
enquanto o risco puro ou estático envolve somente possibilidade de perda, sem 
nenhuma possibilidade de lucro ou ganho. 
 
A Figura 2 apresenta as subdivisões tanto dos riscos puros, como dos 
riscos especulativos. Onde os riscos puros têm como subdivisões os riscos à 
propriedade, às pessoas e de responsabilidade, e os riscos especulativos em riscos 
administrativos, políticos e de inovação. 
 
Segundo Alberton (1996) os riscos administrativos tratam-se do processo 
de decisão, em que o lucro está atrelado a decisões corretas e o ônus ao processo 
decisório errôneo. Para a autora quando tratamos deste tipo de risco é difícil ter uma 
 
 
25 
previsão precisa de resultados de uma ação adotada, porém esta incerteza é 
característica do risco. 
 
 
Figura 2 – Natureza dos Riscos Empresariais 
Fonte: Alberton, 1996 
 
Notam-se ainda na Figura 2 que os riscos administrativos encontram-se 
subdivididos em riscos de mercado, riscos financeiros e de produção. Nas definições 
de Converso (2006) podemos exemplificar tais riscos, sendo os riscos de mercado 
como erros na previsão de demanda e erro de valor de mercado. Os riscos 
financeiros estão relacionados à inflação, regime fiscal, concorrência e situação 
econômica. Os riscos de produção dizem respeito ao dimensionamento da 
produção, variação do custo produtivo, restrição no fornecimento de matéria-prima, 
entre outros. 
 
Os riscos especulativos políticos estão relacionados aos aspectos 
políticos-governamentais do município, Estado e País, que podem vir a afetar os 
interesses e objetivos da organização, conforme mencionado por Alberton (1996). 
Como riscos políticos são exemplos, segundo Converso (2006), Nacionalização, 
Golpe de Estado, guerras, restrição comercial e mudanças na legislação. 
 
 
 
26 
Já os riscos de inovação estão relacionados à incerteza da aceitação de 
novos produtos, serviços e tecnologia pelos consumidores, e a administração eficaz 
deste tipo de risco é um fator preponderante para a competitividade empresarial 
(ALBERTON, 1996). 
 
Definido por González-Quijano (2004) como a possibilidade de perder ou 
não perder, mas jamais de ganhar, o risco puro pode ser inerente à atividade ou 
incorporado. É inerente quando o risco é próprio de cada empresa de acordo com a 
sua atividade, próprio do trabalho a realizar, é aquele que por sua natureza não se 
pode separar da atividade empresarial. O incorporado não é próprio da atividade 
empresarial, mas sim produto de condutas pouco responsáveis do trabalhador 
objetivando benefícios para si ou para a empresa. 
 
Uma das subdivisões do risco puro é o risco às pessoas que Alberton 
(1996) define como sendo as perdas consequentes das doenças e acidentes de 
trabalho, causando morte ou invalidez de funcionários. Os riscos de 
responsabilidade referem-se às perdas causadas a terceiros pelo pagamento de 
indenizações, responsabilidade ambiental, qualidade e segurança do produto entre 
outros. Já os riscos à propriedade englobam perdas devidas a incêndios, explosões, 
vandalismo, roubo, sabotagem, acidentes naturais e danos a equipamentos e bens 
em geral. Porém Converso (2006) não considera os riscos à propriedade como uma 
coisa única, mas sim os riscos de fenômenos naturais (Terremotos, inundações, 
furacões), os riscos sociais (furtos, sabotagem, terrorismo), os riscos técnicos 
(incêndios, defeito em peças, falha nos sistemas de segurança e controle) e riscos 
econômicos puros (Interrupção da produção, perda pecuniária). 
 
2.2 FASES DO GERENCIAMENTO DE RISCOS 
 
Segundo a ISO 31000 (2009) que trata dos princípios e diretrizes para o 
gerenciamento de risco, este se trata de um processo global de identificação de 
riscos, análise de riscos e avaliação de riscos, visando estimar os riscos inaceitáveis 
e tomar medidas para saná-los ou reduzi-los. Já na ISO 31010 (2009) encontramos 
as técnicas que poderão ser utilizadas para efetuar cada uma dessas fases. 
 
 
 
27 
2.2.1 Identificação de Riscos 
 
Para a ISO 31000 (2009) este processo objetiva gerar uma lista 
abrangente de riscos com base nas fontes de risco, áreas de impactos, eventos 
(incluindo mudanças nas circunstâncias) e as suas causas e consequências 
potenciais. Logo o objetivo desta etapa é gerar uma lista abrangente de riscos que 
possam criar, melhorar, prevenir, degradar, acelerar ou atrasar a realização dos 
objetivos de determinado projeto. 
 
Esta etapa é essencial, pois a menos que os riscos sejam identificados 
suas consequências e probabilidades poderão ser estimadas e estratégias para a 
redução de riscos poderão ser adotadas (SUTTON, 2010). 
 
O PMBOK (2008) descreve o processo de identificação dos riscos como 
determinação de riscos que podem afetar o projeto e a documentação de suas 
características. Para isso podendo incluir os seguintes participantes: gerente do 
projeto, membros da equipe do projeto, equipe de gerenciamento de riscos (quando 
designada), clientes, especialistas no assunto externos, usuários finais, outros 
gerentes, partes interessadas e especialistas emgerenciamento de riscos, além de 
buscar estimular que todos os demais envolvidos com o projeto se envolvam na 
identificação de riscos. 
 
Existem várias técnicas propostas para identificação de riscos, porém as 
mais usuais são: Brainstorming, Brainstorming Eletrônico, Técnica Delphi, 
Entrevista/Julgamento de Especialistas, Identificação de Causa, Análise SWOT 
(strengths, weaknesses, opportunities, threats), Checklist, Diagrama de Causa e 
Efeito, Fluxograma, Diagrama de Influência, Técnica de Grupo Nominal, Pondering, 
Sinética, Criação de Cenários, Questionário, Abordagem baseada em Caso (Case 
Based Approach) (MORANO; MARTINS; FERREIRA, 2006). 
 
Alberton (1996) indica que podemos adicionar as tradicionais técnicas de 
identificação de riscos a Técnica What-If e a Técnica de Incidentes Críticos dentro de 
uma abordagem mais moderna. 
 
 
 
28 
2.2.2 Análise de Riscos 
 
Esta fase envolve o desenvolvimento de uma compreensão do risco, 
fornecendo uma entrada para avaliação de riscos e possibilitando decisões sobre a 
necessidade de os riscos serem tratados, e sobre as estratégias e os métodos mais 
adequados de tratamento. A análise de risco também pode fornecer uma 
contribuição para a tomada de decisões onde as escolhas devem ser feitas e as 
opções envolvem diferentes tipos e níveis de risco, considerando as causas e fontes 
de risco, suas consequências positivas e negativas, e a possibilidade destas 
ocorrerem. O risco é analisado por determinação de consequência e probabilidade, 
podendo ter várias consequências e afetar múltiplos objetivos (ISO 31000, 2009). 
 
A análise de riscos pode ser executada em diversos graus de detalhe, 
dependendo do risco, da finalidade da análise e das informações, dados e recursos 
disponíveis. Dependendo ainda das realidades do projeto, a análise pode ser 
qualitativa, semiquantitativa ou quantitativa, ou uma combinação destas (ISO 31000, 
2009). 
 
Segundo o PMBOK (2008) a análise de riscos qualitativa analisa a 
prioridade dos riscos identificados usando a sua relativa probabilidade, o impacto 
correspondente nos objetivos do empreendimento caso tais riscos ocorram, entre 
outros fatores, como o intervalo de tempo para a resposta e a tolerância da 
organização associada com restrições de cronograma, escopo, custo e qualidade do 
projeto. Já a análise quantitativa pode ser utilizada para atribuir classificação 
numérica a cada risco individualmente ou para analisar o efeito agregado de todos 
os riscos que afetam o projeto, sendo realizada em alguns casos sobre riscos que 
foram priorizados na análise qualitativa como tendo impacto potencial e substancial 
nas demandas concorrentes do empreendimento. 
 
Alberton (1996) diz que a análise de riscos é um processo qualitativo que 
busca propor medidas para reduzir a frequência e consequências de acidentes 
inevitáveis, e entre as técnicas mais utilizadas durante esta fase temos a Análise 
Preliminar de Riscos (APR), Análise de Modos de Falhas e Efeitos (FMEA) e Análise 
de Operabilidade e Perigos (HAZOP). 
 
 
29 
2.2.3 Avaliação de Riscos 
 
A evolução da avaliação de riscos se deu pelo propósito de avaliar as 
causas e consequências dos eventos adversos, para isso formaram-se grupos de 
estudos com interesse na área, e a partir daí surgiram organizações e manuais com 
o intuito de padronizar e formalizar conceitos, diretrizes e técnicas. Criando uma 
avaliação formal, que difere daquelas intuitivas que podem ser incompletas ao 
subestimar riscos (NÓBREGA, 2007). 
 
Segundo a ISO 31000 (2009) a avaliação de riscos baseia-se nos 
resultados da análise de riscos para a tomada de decisões em relação a que riscos 
requerem tratamento e qual a prioridade para implementação do tratamento. A 
avaliação compara o nível de risco proveniente da análise com aquele estabelecido 
para o contexto considerado para dimensionar a necessidade de tratamento. Sendo 
conveniente Convém que as decisões considerem amplamente o risco para todas as 
partes e não somente pela organização beneficiada pelo risco, podendo resultar a 
avaliação de riscos no procedimento de uma análise mais aprofundada ou na 
decisão de não se tratar o risco mantendo apenas os controles já existentes. 
 
Para uma avaliação quantitativa se deve observar o conceito que 
confiabilidade, que segundo Lewis (1987) se trata da probabilidade de um 
componente, dispositivo, equipamento ou sistema de desempenhar sua função 
projetada por um período especificado de tempo em determinadas condições de 
contorno. 
 
Para Alberton (1996) esta etapa toma por base as anteriores e procura 
quantificar eventos geradores de possíveis acidentes levando em consideração as 
variáveis frequência e probabilidade do evento, porém quando estas não estão 
claramente disponíveis se pode realizar uma avaliação qualitativa, que avaliará o 
perigo e não o risco. Assim a autora expões como principais técnicas de avaliação 
de riscos a Análise por Árvore de Eventos (AAE), a Análise por Diagrama de Blocos 
(ADB), a Análise de Causas e Consequências (ACC), a Análise da Árvore de Falhas 
(AAF) e o Management Oversight and Risk Tree (MORT). 
 
 
 
30 
2.2.4 Tratamento de Riscos 
 
Conforme a ISO 31000 (2009) esta fase envolve a escolha de uma ou 
mais opções para alterar as características dos riscos e a implementação dessas 
opções. Quando implementado, o tratamento fornecerá novos controles ou 
modificará os existentes. Para isto envolverá avaliar o tratamento de riscos já 
realizado; decidir se os níveis de risco residual são toleráveis; se não forem 
toleráveis, definir e implementar um novo tratamento para os riscos; e avaliar a 
eficácia desse tratamento. 
 
Nesta etapa se avaliam as opções de tratamento e são definidos planos 
de ação onde são determinadas as melhores combinações de tratamentos, visto que 
não é viável tratar todos os riscos. Para chegar a esta decisão são levados em 
consideração fatores legais, sociais, políticos, econômicos, entre outros critérios 
relevantes a organização (FERREIRA, 2008). 
 
De acordo com a AS/NZS 4360 (2004) o tratamento de riscos é elaborado 
conforme as seguintes etapas: Identificar as opções de tratamento de riscos com 
resultados positivos (oportunidade), identificar as opções de tratamento de riscos 
com resultados negativos, avaliar as opções de tratamento de riscos e preparar e 
implementar os planos de tratamento. 
 
2.3 TÉCNICAS UTILIZADAS NO GERENCIAMENTO DE RISCOS 
 
É necessário que o risco seja gerenciado em diversos cenários de 
ambientes laboratoriais, seja quando está se elaborando um projeto, quando este já 
está em andamento ou quando já ocorreu algum evento indesejado, visto que 
comumente não é possível eliminá-lo. 
Com o propósito de avaliar o risco foram desenvolvidas por instituições e 
pesquisadores ao longo dos anos algumas técnicas estruturadas, das quais algumas 
se encontram elencadas a seguir. 
 
 
 
31 
2.3.1 What-If 
 
Segundo a AIChE (1992) esta técnica deve ser desenvolvida através do 
debate de um grupo de pessoas experientes e familiarizadas com o processo 
analisado que devem levantar questionamentos do tipo “E se?” sobre possíveis 
eventos indesejados. O what-if não é tão estruturado como o HAZOP e o FMEA por 
exemplo, por isso necessitando que o analista adapte os conceitos básicos para 
aplicações específicas, gerando uma lista de questões e respostas sobre o processo 
que identificam perigos, situações perigosas ou eventos indesejáveis que podem 
gerar acidentes específicos. No entanto, é frequentemente usado pela indústria em 
quase todas as fases da vida de um processo e tem uma boa reputação entre os 
peritos na sua utilização. 
 
2.3.2 Técnica de Incidentes Críticos 
 
De acordo com Flanagan (1954) a técnica do incidente crítico consiste em 
um conjunto de procedimentos para a coleta de observações diretas do 
comportamento humano de modo a facilitara sua utilidade potencial na solução de 
problemas práticos e desenvolvimento de princípios psicológicos gerais. Tal técnica 
se vale da visão daqueles que desenvolvem a tarefa para detectar acidentes críticos 
e assim poder tratá-los, sendo ordenada em 5 passos: Determinação do objetivo 
geral do estudo, Planejamento e especificação sobre como os incidentes do fato 
serão coletados em conformidade com o objetivo geral, Execução da coleta de 
dados, Análise dos dados coletados e Interpretação dos dados com base no 
referencial teórico da metodologia.. 
 
2.3.3 Análise Preliminar de Perigo 
 
A análise preliminar de perigo é um método simples e indutivo de análise, 
cujo objetivo é identificar perigos e situações perigosas e eventos que podem causar 
danos para uma determinada atividade, instalação ou sistema. É mais comumente 
realizada no início do desenvolvimento de um projeto quando existe pouca 
informação sobre detalhes do projeto ou procedimentos operacionais e muitas vezes 
pode ser um precursor para promover estudos ou para fornecer informações para 
 
 
32 
possíveis alterações no projeto, porém pode ser utilizado para analisar sistemas já 
existentes quando se objetiva investigar perigos ou riscos que servirão de base para 
uma análise posterior ou sempre que as circunstâncias indicarem que uma técnica 
mais extensa não é recomendada (ISO 31010; 2009). 
 
2.3.4 Análise de Modos de Falha e Efeitos 
 
A FMEA é uma técnica usada para identificar as formas pelas quais 
componentes processos ou sistemas podem deixar de cumprir sua funcionalidade no 
projeto, assim identificando: todos os potenciais modos de falha das várias partes de 
um sistema, os efeitos que estas falhas podem ter no sistema, os mecanismos de 
falha, e como evitar as falhas e/ou mitigar seus efeitos no sistema. A técnica ainda 
se estende para o FMECA que considera para cada modo de falha identificada uma 
classificação de acordo com a sua importância ou criticidade, geralmente de maneira 
qualitativa ou semi-quantitativa, mas podendo ser quantificada quando são utilizadas 
taxas de falha reais (ISO 31010; 2009). 
 
2.3.5 Análise de Perigos e Operabilidade 
 
A sigla HAZOP significa Hazard and operability study, em tradução livre 
estudo de riscos e operabilidade, e trata-se de um exame estruturado e sistemático 
de um produto, processo, procedimento ou sistema planejado ou existente. Tem o 
propósito de identificar riscos sobre pessoas, equipamentos, ambiente e/ou objetivos 
organizacionais. Esta técnica é qualitativa e baseia-se na utilização de palavras-
guia, sendo realizada por uma equipe multidisciplinar que sempre devem buscar 
fornecer uma solução para o tratamento de risco. Se assemelha ao FMEA na 
medida em que identifica modos de falha, porém a equipe considera resultados 
indesejados, desvios de resultados pretendidos e condições para causas e modos 
de falha possível, enquanto FMEA começa por identificar modos de falha (ISO 
31010; 2009). 
 
 
 
 
 
 
33 
2.3.6 Análise por Árvore de Eventos 
 
Uma árvore de eventos mostra graficamente os resultados possíveis de 
um acidente que procede de um evento topo (uma falha de equipamento específico 
ou erro humano). Uma AAE é a representação de uma sequência de acidentes, ou 
seja, conjuntos de falhas ou erros que levam ao acidente principal. Estes resultados 
descrevem as possíveis consequências de acidentes em termos da sequência de 
eventos (sucessos ou falhas de funções de segurança) que partem de um evento 
topo. É uma técnica bem adequado à análise de processos complexos que têm 
várias camadas de sistemas de segurança ou procedimentos de emergência no local 
para responder a eventos iniciadores específicos (AIChE; 1992) 
 
 
Figura 3 – Estrutura de uma Árvore de Eventos 
Fonte: adaptado de Tizzei, 1973 
 
2.3.7 Análise por Diagrama de Blocos 
 
Os diagramas de blocos são usualmente utilizados para modelar o efeito 
das falhas de determinado item em um sistema, que comumente corresponde à 
disposição física deste no sistema e informa que a falha de um item implicará na 
falha do sistema. Por conseguinte o sucesso do sistema no tempo pretendido para 
sua missão depende do sucesso de cada um dos blocos que o compõe. É 
 
 
34 
Importante observar ainda que dependendo do sistema a análise pode ser feita em 
série ou em paralelo (Modarres; Kaminskiy; Krivtsov, 2009). 
 
 
Figura 4 – Diagrama de Blocos com Sistema em Série 
Fonte: Modarres; Kaminskiy; Krivtsov, 2009 
 
2.3.8 Análise de Causas e Consequências 
 
Uma Análise de Causa e Consequência (ACC) é uma mistura das 
Análises por Árvore de Falhas e Árvore de Eventos, é utilizada como ferramenta de 
comunicação, visto que em seu diagrama mostra as relações entre os resultados de 
acidentes (consequências) e suas causas básicas. A ACC é mais comumente 
utilizada quando a lógica de falha dos acidentes analisados é bastante simples, uma 
vez que em sua forma gráfica combina as árvores de falhas e árvores de eventos no 
mesmo diagrama, podendo em alguns casos se tornar mais detalhado (AIChE; 
1992). 
 
2.3.9 Análise por Árvore de Falhas 
 
De acordo com a AIChE (1992) a AAF se trata uma técnica dedutiva que 
parte de uma hipótese acidental ou de falha no sistema principal, e fornece um 
método para determinar as causas desse evento, assim árvore de falhas é um 
modelo gráfico que mostra as várias combinações de falhas de equipamentos e 
erros humanos que podem resultar na falha do sistema principal de interesse, o 
Evento Topo. Como uma ferramenta qualitativa esta técnica apresenta capacidade 
de identificar as combinações de falhas no equipamento de base e os erros 
humanos que podem levar a um acidente, permitindo que o analista de risco possa 
 
 
35 
estabelecer medidas preventivas ou mitigadoras sobre as causas básicas 
significativos visando reduzir a probabilidade de um acidente. 
 
 
Figura 5 – Estrutura Básica de uma Árvore de Falhas 
Fonte: AIChE, 1992 
 
2.3.10 Management Oversight and Risk Tree 
 
Para a NRI (2009) o MORT é um procedimento analítico para investigar 
causas e fatores contribuintes de acidentes e incidentes, tratando-se de uma árvore 
lógica das funções necessárias a uma organização para gerir seus riscos de forma 
eficaz, aplicada a estrutura gerencial e controle operacional da empresa. Sua ênfase 
é sobre "o que" em vez de "como", e isso permite que MORT a ser aplicado a 
diferentes indústrias. 
O Management Oversight and Risk Tree, remonta a AAF, porém 
utilizando outros símbolos, sendo elaborado em três etapas: definir os eventos a 
serem analisados; caracterizar cada evento em termos de transferências 
indesejadas de energia; avaliar a hipótese de que as transferências indesejadas de 
energia foram o resultado de como os riscos estavam a ser geridos na atividade em 
que ocorreu o acidente (NRI; 2009). 
 
 
 
36 
CAPÍTULO 3 
 
ESTUDO DE CASO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS 
 
 
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 
 
Para atender o objetivo deste trabalho de realizar uma avaliação 
qualitativa e quantitativa dos riscos envolvidos nos processos de um posto de 
combustíveis visando propor medidas preventivas e/ou mitigadoras, utilizou-se a 
técnica de análise de riscos conhecida como Análise de Perigos e Operabilidade 
(HAZOP) sobre um estudo real de um posto de combustíveis localizado em 
Itaipuaçu, distrito de Maricá, na região metropolitana do Rio de Janeiro. 
 
O posto de combustíveis em questão opera a cerca de 9 anos, com uma 
área de serviço de aproximadamente 600 m², subdivididas entre a área de 
tancagem, área de abastecimento, área para troca de óleo, depósitos, lojas e 
escritórios. Ele possui 5 tanques subterrâneos de combustível com capacidade total 
para 75 mil litros de produtos, sendo um tanque de 20 m³ designados para 
armazenar gasolina comum, um tanque de 15 m³ para gasolina aditivada, 10 m³ para 
etanol,15 m³ para diesel e 10 m³ para óleo reciclável. São tanques de aço carbono 
simples que tem seu abastecimento realizado a uma curta distância com os bocais 
de descarregamento distando a aproximadamente seis metros da área de tancagem. 
 
O empreendimento encontra-se situado na principal via de Itaipuaçu, ou 
seja, aquela que contém o maior fluxo de veículos desta região. Estando localizado 
em uma região plana e aproximadamente ao nível do mar, se insere em uma área 
comercial do distrito, têm em sua circunvizinhança lojas, escritórios, uma escola e 
residências. 
 
Os combustíveis são comercializados em três ilhas de abastecimento, 
onde duas ilhas contém uma bomba cada e a terceira ilha contém duas bombas com 
2 saídas de combustíveis. Os combustíveis são comercializados conforme o 
 
 
37 
seguinte arranjo: a ilha com duas bombas é responsável pela distribuição de 
gasolina comum e aditivada em uma bomba e gasolina comum e etanol na outra, 1 
ilha pela distribuição de etanol e gasolina comum e 1 ilha pela distribuição de diesel 
comum apenas. 
 
 
Figura 6 - Localização do Posto de Combustíveis 
Fonte: Google Earth, 2015. 
 
3.1.1 Descrição do Processo 
 
O processo em análise, neste caso, se trata do processo de descarga de 
produtos no posto de combustíveis, composto por: tanques do posto de 
combustíveis, responsáveis por armazenar o combustível transportado e mantê-lo 
até ser comercializado nas bombas; Caminhão-Tanque, que tem a função de conter 
o produto e transportá-lo até ser descarregado; Equipamentos para a transmissão 
segura de combustíveis entre o tanque do caminhão e o reservatório do posto; e os 
sistemas de segurança instalados no empreendimento. 
 
 
 
38 
 
Figura 7 – Posto de Combustíveis no Momento da Descarga 
Fonte: Própria, 2015. 
 
O Tanque do caminhão é dividido em 7 compartimentos de 5 mil litros 
cada para separar os combustíveis, e aparentemente é fabricado para aguentar 
pressões internas e evitar perdas. Possui 14 bocas de carga e descarga dotada de 
chave de corte, estando 7 dispostas em cada lado do caminhão, e utilizada 
mangueira para cada tipo de produto, além de um compressor, identificador de nível, 
recuperador de gases e ligação com a terra. 
 
 
Figura 8 – Bocas do Caminhão e Boca de Recebimento do Tanque do posto 
Fonte: Própria, 2015. 
 
 
39 
O processo de descarga é composto por mangueira que ligará a boca do 
tanque do caminhão à boca de recebimento do tanque do posto. Foi observado que 
este processo no posto de estudo ocorreu de maneira individualizada, ou seja, um 
combustível sendo descarregado por vez, conforme se pode observar o 
descarregamento de gasolina comum na Foto 2. 
 
Na zona de descarga ainda existem para-raios, compressores, quadro 
elétrico, tanques para cada tipo de produto e rede de ventilação. 
 
Para que o processo de descarga seja realizado, o operador conecta um 
fio terra do caminhão a rede elétrica de posto para evitar fagulhas devidas a carga 
elétrica, rede a que também está conectado o para-raios que se encontra no teto do 
posto. A seguir o operador conecta a mangueira a boca de carga e descarga com a 
boca do tanque do posto de combustíveis correspondente para transmitir o produto. 
A boca de aspiração de gases fica conectada a rede de vento do posto para evitar 
riscos devidos aos vapores gerados durante o processo de descarga. Logo o 
operador pode abrir a válvula para descarregar os combustíveis para seus 
respectivos reservatórios. 
 
 
Figura 9 – Caminhão Preparado para o Descarregamento 
Fonte: Própria, 2015. 
 
 
40 
3.2 MÉTODO EMPREGADO: HAZOP 
 
Segundo a IEC 61882 (2001) o HAZOP se divide basicamente em quatro 
etapas: A definição, A preparação, O exame e a Documentação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10 – O procedimento para a análise HAZOP 
Fonte: IEC 61882, 2001 
Definição 
 
 Definir Escopo e Objetivos 
 Definir responsabilidade 
 Selecionar Equipe 
Preparação 
 
 Planejar a Análise 
 Coletar dados 
 Indicar o estilo de registro 
 Estimar o tempo 
 Organizar uma programação 
Exame 
 
 Dividir o sistema em partes (nós de estudo) 
 Selecionar um nó e definir as intenções do projeto 
 Identificar desvios usando palavras-guias em cada elemento 
 Identificar consequências e causas 
 Identificar se existe um problema significativo 
 Identificar proteção, detecção, e mecanismos que indicam 
 Identificar possíveis medidas corretivas/mitigadoras (opcional) 
 Indicar ações 
 Repetir para cada elemento e, em seguida, cada nó do sistema 
Documentação e Acompanhamento 
 
 Registrar o exame 
 Assinar a documentação 
 Produzir o relatório da análise 
 Acompanhar que ações serão implementadas 
 Re-analisar algumas partes do sistema se necessário 
 Produzir relatório de saída final 
 
 
41 
O HAZOP é elaborado através de um exame por palavras-guia, que 
busca identificar os principais desvios na intenção do projeto, para facilitar este 
exame, o sistema é dividido em nós, que poderão ter tamanhos diferentes conforme 
a complexidade do sistema e severidade dos perigos. A seleção dos nós e 
posteriormente dos parâmetros a serem analisados é uma decisão subjetiva, 
portanto podendo resultar em diferentes combinações que permitam alcançar o 
objetivo desejado com a aplicação do método. Para se identificar os desvios é 
realizado um questionamento utilizando palavras-guia pré-determinadas, que visam 
estimular o pensamento imaginativo, suscitar ideias e discussões para maximizar as 
chances de uma análise mais completa (IEC 61882;2001). 
 
Tabela 1 – Palavras-Guia Básicas e seus Significados Genéricos 
Palavras-Guia Significado 
Não ou Nenhum Negação Completa da Intenção do Projeto 
Mais Aumento Quantitativo 
Menos Diminuição Quantitativa 
Também Modificação Qualitativa/Acréscimo 
Parte de Modificação Qualitativa/Decréscimo 
Reverso Oposição lógica a intenção do projeto 
Outro que Substituição Completa 
 
Fonte: IEC 61882, 2001 
 
Ainda podem ser utilizadas em um HAZOP, palavras-guia adicionais que 
se preocupam com o horário e a ordem ou sequência. 
 
Tabela 2 – Palavras-Guia Relativas ao Horário e a Ordem ou Sequência 
Palavras-Guia Significado 
Cedo Relativo ao horário 
Tarde Relativo ao horário 
Antes Relativo a Ordem ou Sequência 
Depois Relativo a Ordem ou Sequência 
 
Fonte: IEC 61882, 2001 
 
 
42 
3.3 APLICAÇÃO DO MÉTODO E RESULTADOS 
 
A análise de riscos sobre o posto de combustíveis, realizada no âmbito 
deste trabalho de conclusão, foi desenvolvida utilizando-se o HAZOP e teve foco 
sobre o processo de descarregamento de combustíveis, visando identificar perigos 
que tenham potencial para gerar acidentes derivados dos desvios nas variáveis do 
processo. Como a técnica empregada busca as causas de determinados desvios em 
variáveis de processo, ou seja, os dividem em nós de estudo, que no caso deste 
trabalho foram divididos principalmente pelos grandes equipamentos com 
parâmetros de processo distintos, conforme descritos a seguir: 
 
1- Boca de Descarga e Mangueira do Caminhão-Tanque para Gasolina 
Comum; 
2- Boca de Descarga e Mangueira do Caminhão-Tanque para Gasolina 
Aditivada; 
3- Boca de Descarga e Mangueira do Caminhão-Tanque para Gasolina para 
Etanol; 
4- Boca de Descarga e Mangueira do Caminhão-Tanque para Diesel; 
5- Chave de Corte da Boca de Gasolina Comum do Caminhão; 
6- Chave de Corte da Boca de Gasolina Aditivada do Caminhão; 
7- Chave de Corte da Boca de Etanol do Caminhão; 
8- Chave de Corte da Boca de Diesel do Caminhão; 
9- Recuperador de Vapores; 
10- Tanque de Recebimento de Gasolina Comum; 
11- Tanque de Recebimento de Gasolina Aditivada; 
12- Tanque de Recebimento de Etanol; 
13- Tanque de Recebimento de Diesel; 
14- Tubulação entre o Tanque de Recebimento e a Bomba da Gasolina 
Comum; 
15- Tubulação entreo Tanque de Recebimento e a Bomba Gasolina 
Aditivada; 
16- Tubulação entre o Tanque de Recebimento a Bomba de Etanol; 
17- Tubulação entre o Tanque de Recebimento e a Bomba de Diesel; 
18- Bombas de abastecimento; 
 
 
43 
19- Rede de Ventilação; 
20- Quadro Elétrico; 
21- Compressor; 
22- Aterramento. 
 
 
 
Figura 11 – Esquema Indicando os Nós Abordados 
Fonte: Adaptado de Santos (2005 apud Ecoteste, 2005) 
 
A Figura 7 tem o intuito único de auxiliar o leitor na identificação dos 
equipamentos que foram definidos como nós para este estudo a partir de um uma 
imagem já existente na literatura, para isso identificando mais de um nó em um só 
ponto, visto que muitos equipamentos, como por exemplo, os tanques de 
armazenamento serão semelhantes, variando apenas o combustível que eles 
contém.
 
 
44 
Quadro 1 – HAZOP do Processo de Descarga de Combustíveis 
Nó Parâmetro Palavra-Guia Desvio Causas Consequências Recomendações 
1, 2, 3 e 4 
Nível Menos Menos Nível 
Falta de atenção do 
operador, Impacto ou 
desgaste no 
equipamento, Falta de 
estanqueidade 
Vazamento de 
combustível 
Limitar acesso a área de 
descarga e melhorar a 
manutenção, capacitar o 
operador, Assegurar a 
disponibilidade de material 
absorvente 
Pressão Menos Pressão Baixa 
Falta de atenção do 
operador, Impacto ou 
desgaste no 
equipamento 
Perda por 
vaporização 
excessiva, não 
atendimento do nível 
necessário para o 
tanque 
Limitar acesso à área de 
descarga e melhorar a 
manutenção, capacitar o 
operador para operar 
corretamente e para atuar 
em caso de acidente 
Pressão Mais Pressão Alta 
Incrustações devidas 
à falta de limpeza 
Ruptura do 
equipamento 
Melhorar a manutenção: 
limpeza, verificação de 
integridade e instalação 
de válvula de alívio de 
pressão e vácuo 
Fluxo Também Contaminação Falha humana Mistura de produtos 
Conexões de mangueiras 
diferenciadas para cada 
produto e capacitação do 
operador para operar 
corretamente e para atuar 
em caso de acidente 
5,6,7 e 8 Fluxo Mais Fluxo Maior 
Impacto ou desgaste, 
falta de revisão pelo 
operador. 
Não se pode cessar o 
fluxo e ocorre o 
vazamento de 
combustível 
Capacitar o operador para 
verificar continuamente a 
chave e implantar 
dispositivos que possam 
recuperar o combustível 
 
 
45 
Fluxo Menos Fluxo Menor Falha humana 
Falta suprimento para 
o tanque 
Capacitar o operador para 
evitar o evento e para 
solucioná-lo quando já 
houver ocorrido 
9 
Fluxo Mais Fluxo Maior 
Impacto, desgaste ou 
manutenção precária 
no equipamento 
Fuga de Gases 
Melhorar a manutenção: 
limpeza e verificação de 
integridade, e implementar 
medida para conter a fuga 
de gases 
Pressão Mais Pressão Alta 
Obstrução da 
passagem 
Falha do 
Equipamento e 
Explosão 
Melhorar a manutenção: 
limpeza; instalar 
equipamentos de extinção 
 
Temperatura 
Mais Temperatura Alta 
Existência de uma 
fonte de calor 
Explosão, incêndio 
em jato 
Eliminar possíveis fontes 
de calor do local; instalar 
equipamentos de extinção 
10, 11, 12 e 
13 
Nível Menos Menos Nível 
Falta de atenção do 
operador, Impacto ou 
desgaste no 
equipamento, Falta de 
estanqueidade 
Vazamento de 
combustível 
Verificações periódicas de 
estanqueidade e Aplicar 
dispositivo que impeça 
que o combustível se 
propague e o direcione 
para ponto de coleta 
Nível Mais Nível Alto 
Falha humana 
Ineficiência no 
Controle de Nível 
Transbordo de 
combustível e 
possível 
contaminação do solo 
Capacitar o operador e 
instalar alarme de nível, e 
Aplicar dispositivo que 
impeça que o combustível 
se propague e o direcione 
para ponto de coleta 
Pressão Mais Pressão Alta 
Falha humana e 
extrapolação da 
capacidade máxima 
Falha estrutural do 
reservatório e 
explosão 
Instalar verificadores de 
pressão com alarme, 
equipamentos de extinção 
e válvula de alívio de 
pressão e vácuo 
 
 
46 
Temperatura Mais Temperatura Alta 
Existência de uma 
fonte de calor 
Explosão, Incêndio 
Eliminar possíveis fontes 
de calor do local; instalar 
equipamentos de extinção 
e válvula de alívio de 
pressão e vácuo 
14, 15, 16 e 
17 
Fluxo Menos Menos Fluxo 
Desgaste dos 
equipamentos, 
manutenção 
ineficiente 
Vazamento de 
combustível, perda 
de produto 
Realizar manutenção 
periódica e troca de peças 
e aplicar dispositivo que 
impeça que o combustível 
se propague e o direcione 
para ponto de coleta 
18 
Fluxo Mais Mais Fluxo 
Impacto, deterioração 
de peças 
Vazamento de 
combustível e 
explosão 
Realizar manutenção 
periódica e colocar 
barreira para evitar 
proximidade excessiva de 
veículos, elaborar plano 
de contenção e possível 
evacuação 
Volume Mais Volume excessivo 
Falha humana ou do 
sistema automático de 
parada 
Continua fornecendo 
produto e ocorre 
vazamento 
Capacitar o operador, 
averiguar o sistema, 
implementar sinal sonoro, 
e implantar dispositivo e 
plano de contenção do 
vazamento 
19 Pressão Mais Pressão Alta Obstrução no canal 
Dificuldade na 
sucção da bomba, 
formação de 
atmosfera suscetível 
a ignição 
Fazer limpeza periódica 
dos canais, e elaborar 
plano de reposição rápida 
da área obstruída na 
tubulação quando esta 
ocorrer 
20 Corrente Mais Mais Corrente Sobrecarga Elétrica Curto-circuito 
Realizar revisões 
periódicas e trocar peças 
 
 
47 
Temperatura Mais Temperatura Alta 
Excesso de 
temperatura devido ao 
curto-circuito 
Incêndio 
Realizar revisões e criar 
um plano de prevenção e 
evacuação quando este 
se fizer necessário 
21 Pressão Mais Pressão Alta Falha de manutenção Parada do motor 
Estabelecer regras mais 
rígidas de manutenção e 
plano para conserto 
22 Corrente Nenhum Nenhuma Corrente 
Falha de manutenção 
ou erosão (por 
exemplo por roedores) 
Geração de ponto de 
ignição 
Estabelecer manutenção 
periódica e controle de 
pragas, e plano de 
controle para ignição 
 
 
 
48 
 
3.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 
 
A análise de riscos e operabilidade apresenta uma série de riscos, como 
demonstrado anteriormente na tabela 3, com importâncias variáveis, mas que devem 
ser contidos, para que não gerem riscos as pessoas, ao ambiente e a operabilidade 
do empreendimento. 
 
Evidencia-se que o risco com maior severidade no processo de 
descarregamento de combustíveis em um posto de revenda se trata da possibilidade 
de incêndios, explosões e eventos do gênero, visto que mesmo um simples 
vazamento a depender da situação poderá desencadear um incêndio com perdas 
significativas. E não são somente os vazamentos de combustíveis líquidos que 
podem provocar estes resultados, conforme observado, há geração de vapores no 
ambiente estudado e estes são propícios a ignição, caso haja uma fonte de geração 
de calor, que pode ocorrer através do funcionamento mecânico de alguns 
equipamentos, ações descuidadas de usuários ou mesmo de uma sobrecarga 
elétrica. 
 
Embora o risco que potencialmente seja mais preocupante, seja o de uma 
explosão de grandes proporções que além de colocar em risco a saúde e a vida dos 
trabalhares, usuários e pessoas na circunvizinhança, ainda acarretará em riscos 
econômicos, se têm riscos de menor escala que puramente comprometem o capital 
do empreendimento, como é o caso da mistura de combustíveis ou da parada de 
equipamentos. 
 
Como recomendações em maior parte das situações se indica que a 
manutenção seja melhorada, se tenha inspeções periódicas, o operador seja 
capacidade para evitar acidentes e colaborar com a manutenção continua de 
equipamentos, e a instalação de equipamentos que garantam a integridade dos 
equipamentos do processo. 
 
 
49 
3.4.1 Plano de Ação 
 
 Analisando os resultados é pertinente que se proponha um plano de ação identificando os principais passos para a 
solução dos problemas expostos, logo este foi proposto a partir do método conhecido como 5W2H que tem por base 7 
questionamentos para que se possa pensar o tal planejamento, conforme expostos a seguir: 
 
Quadro 4 – Planode Ação 
Situação 
Problema 
Método de 
Abordagem 
Motivação Local de Aplicação Temporalidade Responsabilidade Custos 
Risco de danos 
por acesso de 
pessoas a locais 
indevidos 
Programa de 
Sinalização e 
Delimitação de 
Acessos 
Reduzir os riscos 
inerentes ao 
acesso de 
pessoas a locais 
indevidos 
Zona de 
descarregamento no 
momento da 
descarga e bombas 
e bocais em 
operação 
Em até 1 mês e dar 
continuidade 
recorrentemente 
Da consultoria em 
Segurança do 
Trabalho contratada e 
da empresa que a 
contratou 
R$ 1000 
Risco de 
Negligência, 
Imprudência ou 
imperícia do 
trabalhador 
Programa de 
Capacitação do 
trabalhador 
Reduzir a 
Probabilidade de 
Danos que 
possam ser 
Causados pelos 
trabalhadores 
No Local de 
Trabalho e 
possivelmente em 
Ambiente externo 
Em até 3 meses e dar 
continuidade 
recorrentemente 
Da consultoria em 
Segurança do 
Trabalho contratada e 
da empresa que a 
contratou 
R$ 5000 
Indisponibilidade 
de Material 
absorvente e 
extintores, e 
ausência de plano 
de contenção de 
vazamento e de 
evacuação 
Programa de 
Contingência e 
Respostas de 
Emergências 
Mitigar possíveis 
vazamentos e 
incêndios 
Na área de serviços 
do posto de 
combustíveis: 
Abastecimento, 
Tancagem, Troca 
de óleo... 
Em até 2 meses e dar 
continuidade 
recorrentemente 
Da consultoria em 
Segurança do 
Trabalho contratada e 
da empresa que a 
contratou 
R$ 3000 
 
 
50 
Ausência de 
conexões 
diferenciadas, 
recuperador de 
combustíveis, 
alarme de nível, 
dispositivo de 
coleta e 
direcionamento de 
vazamentos, 
alarmes de 
pressão e válvula 
de pressão e 
vácuo 
Programa de 
Práticas 
Reconhecidas e 
Amplamente 
Aceitas de 
Engenharia 
Implantar 
conexões 
diferenciadas, 
recuperador de 
combustíveis, 
alarme de nível, 
dispositivo de 
coleta e 
direcionamento 
de vazamentos, 
alarmes de 
pressão e 
válvula de 
pressão e vácuo 
Na área de serviços 
do posto de 
combustíveis: 
Abastecimento, 
Tancagem, Troca 
de óleo; e no 
caminhão-tanque 
Em até 3 meses e dar 
continuidade 
recorrentemente 
Da consultoria em 
Segurança do 
Trabalho contratada e 
da empresa que a 
contratou 
R$ 6000 
Possibilidade de 
existência de 
fontes de ignição 
e/ou calor no 
ambiente de 
operação 
Programa de 
Prevenção à 
formação de 
Atmosferas 
Explosivas 
Eliminar fontes 
de ignição e/ou 
calor no 
ambiente de 
operação 
Na área de serviços 
do posto de 
combustíveis 
Em até 1 mês e dar 
continuidade 
recorrentemente 
Da consultoria em 
Segurança do 
Trabalho contratada e 
da empresa que a 
contratou 
R$ 1000 
Presença de 
pragas que podem 
danificar 
equipamentos e 
instalações 
elétricas 
Programa de 
Controle de 
Pragas 
Eliminar Pragas 
No Empreendimento 
em sua totalidade 
Em até 1 mês e dar 
continuidade 
recorrentemente 
Da consultoria em 
Segurança do 
Trabalho contratada e 
da empresa que a 
contratou 
R$ 1000 
Possíveis falhas 
na limpeza, 
manutenção 
integridade e 
estanqueidade 
Programa de 
Manutenção / 
Inspeção de 
Equipamentos e 
Instalações 
Criar Regras 
para 
Manutenção 
periódica, 
verificar a 
estanqueidade e 
a integridade 
regularmente e 
Na área de serviços 
do posto de 
combustíveis 
Em até 2 meses e dar 
continuidade 
recorrentemente 
Da consultoria em 
Segurança do 
Trabalho contratada e 
da empresa que a 
contratou 
R$ 3000 
 
 
51 
manter os 
equipamentos e 
instalações 
limpas 
 
 
 É importante ressaltar que o empreendimento não se trata de uma grande empresa, onde é viável o desenvolvimento de 
uma equipe de saúde e segurança do trabalho própria, portanto indica-se a contratação de uma consultoria especializada em 
Segurança do Trabalho, pois esta terá condições de progredir com as metas almejadas no plano de ação e que os custos 
estimados tem o intuito meramente ilustrativo e foram arbitrados pelo autor, visto que não existem valores tabelados para tal 
consultoria.
 
 
52 
CAPÍTULO 4 
 
CONCLUSÕES 
 
 
4.1 ANÁLISES CONCLUSIVAS 
 
Tendo que este trabalho teve por objetivo geral contribuir para excelência 
do sistema de gerenciamento de riscos através da realização de uma análise dos 
riscos envolvidos nos processos de um posto de combustíveis, em especial ao 
processo de descarga, aplicando o método de Análise de Perigos e Operabilidade, o 
HAZOP, sobre os dados do empreendimento e visando assim propor medidas 
preventivas e/ou mitigadoras. Sendo para isso traçados alguns objetivos específicos, 
que foram: Levantar os principais aspectos relativos aos riscos que envolvam o 
funcionamento do processo e equipamentos selecionado para o estudo; gerar um 
diagnóstico da situação analisada apresentando recomendações para que os 
perigos identificados sejam minimizados, tão como os custos relativos aos acidentes; 
identificar componentes em que haja maior possibilidade de falhas; e propor 
medidas que reduzam a falta de atuação segura dos operadores. 
 
Este trabalho tem um caráter prático, evidenciado pelo modo como foi 
elaborado, através de visitas ao posto de combustíveis, entrevista com gestores e 
estudo de alguns documentos do empreendimento para elaboração da análise de 
perigos e operabilidade (HAZOP). Porém para que alcançasse seu propósito 
necessitou de um base teórica bem elaborada, que se encontra na revisão de 
literatura, onde descreve o conceito de riscos para os empreendimentos, as fases do 
gerenciamento de riscos e as principais técnicas para sua elaboração a partir de 
fontes idôneas, publicadas em manuais técnicos, livros, artigos, trabalhos 
monográficos e sítios confiáveis da internet. Tal base permitiu maior conhecimento 
sobre as questões relacionadas ao risco e como se pode desenvolver soluções para 
situações de perigo em diferentes âmbitos, e embora não citados ao longo da 
revisão, informações sobre estudos elaborados em outros tipos de empreendimentos 
também auxiliaram para que este estudo chegasse a sua conclusão. 
 
 
53 
4.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE AS QUESTÕES 
 
 Quais os fatores ligados ao processo de carregamento de combustível em 
um posto de revenda podem acarretar em vazamento, criar atmosferas 
explosivas e ambientes com toxicidade? 
 
Existem alguns fatores que podem acarretar em vazamento e perda de 
produto no posto de combustíveis, que se iniciam desde o momento em que o 
combustível começa a sair do tanque do caminhão, podendo ocorrer devido a falhas 
na estrutura da boca de descarga do caminhão-tanque, falhas nas chaves de corte, 
danos nos tanques de armazenamento do posto, na tubulação ou nas bombas de 
revenda. É importante lembrar que por todos os produtos serem inflamáveis, ao 
vazarem e não terem sua dispersão efetuada poderão gerar condições propícias a 
incêndios e explosões, por isso a rede de ventilação e o recuperador de vapores 
também não devem apresentar falhas em sua integridade. Quanto a ambientes 
toxicidade considerável, mesmo que com menor potencial de perda ainda poderá 
ocorrer a partir de vazamentos de líquidos e vapores. 
 
 Quais os equipamentos e processos apresentam maior fragilidade e, 
portanto devem ter seu funcionamento revisto? 
 
De modo geral, todos os equipamentos devem ter seu funcionamento 
revisto periodicamente, visto que a falha em qualquer um deles poderá acarretar em 
danos de dimensões variáveis no empreendimento, porém aquelas áreas de ligação 
entre equipamentos, como a boca de descarga e a de recebimento de combustíveis, 
podem ser consideradas de maior fragilidade haja vista a atividade mais frequente e 
dependente da operação por seres humanos, portanto devendo ser observadas com 
maior cuidado. 
 
 Quem será afetado nos âmbitos econômico, ambiental e social, caso o 
acidente em um empreendimento como este ocorra? 
 
 
 
54 
A depender da dimensão do acidente, o posto de combustíveis em si terá 
sua imagem e operação afetadas, além das indenizações que poderá ser obrigado a 
pagar a funcionários, clientes e suas famílias, com isso tendoperdas econômicas e 
sociais que podem ser irreversíveis. Os escritórios e lojas que funcionam em seu 
terreno e aqueles adjacentes também poderão sofrer danos quanto a sua operação 
e socialmente, caso este acidente atinja seus funcionários e clientes. Os moradores 
com residências próximas poderão sofrer danos a sua saúde e vida. E em dimensão 
ambiental um acidente de grandes proporções afetará toda a região no entorno, seja 
pelas dispersões atmosféricas de poluentes ou pelo vazamento de substâncias para 
o solo e água subterrânea. 
 
4.3 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS 
 
Como trabalhos futuros sugerem-se: 
 
 Estudos que façam um levantamento sobre os dados hidrogeológicos da 
região 
 
Tais estudos poderão indicar como se encontram os reservatórios de 
água subterrânea, qual o tipo de permeabilidade e porosidade do solo, tão como as 
sustâncias que o compõem. Assim permitindo traçar uma análise mais aprofundada 
sobre os riscos ambientais de acidentes no posto de combustíveis quanto a 
contaminação das águas usadas no comércio e residências da região, que não 
possuem sistema de água encanada e recorrem a poços para obtê-la. 
 
 Aquisição e Avaliação do Processo de Forma Quantitativa 
 
Será necessário que se aprofunde este estudo e adquira-se dados que 
comprovem a confiabilidade de cada material envolvido no processo, para assim 
dimensionar qual equipamento ou ação acarreta em maiores riscos, assim podendo 
dimensionar quais deste terão a necessidade de maiores cuidados com sua 
manutenção e maiores investimentos para que se reduza o risco ao máximo 
possível. 
 
 
55 
 
 
 
 
 
 Avaliar a opinião da circunvizinhança 
 
Este projeto poderá descobrir qual a visão que aquelas pessoas que 
poderão também ser afetadas pelos processos do posto tem sobre este, e quais os 
melhores caminhos para conseguir melhor convivência e colaboração 
 
 Analisar a influência dos fatores humanos na composição de cenários 
acidentais 
 
São recomendados estudos que avaliem a contribuição do fator humano 
nos acidentes de um posto de combustíveis, que poderão dimensionar o quão 
significativa é a importância das pessoas na construção de acidentes, desde os 
menores até os mais expressivos. 
 
 
 
56 
REFERÊNCIAS 
 
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Santa Catarina, Florianópolis, SC, 1996. 
 
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Biocombustíveis. Rio de Janeiro, RJ: ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás 
Natural e Biocombustíveis), 2014. 
 
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(Doutorado em Ingegneria Chimica, dei Materiali e della Produzione), Università degli 
Studi di NApoli Federico II, Napoli, Itália, 2006. 
 
FERREIRA, Inês Heitor Frazão. Gestão do Risco Industrial numa Central 
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FLANAGAN, John C. The Critical Incident Technique. Psychological Bulletin, 
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GONZÁLEZ-QUIJANO, Javier García. Mejora em La Confiabilidad Operacional de 
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de Gestión de Mantenimiento Basado em el Riesgo (RBM). 2004. 214 f. Dissertação 
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Pontificia Comillas, Madrid, Espanha, 2004. 
 
IEC 61882. Hazard and operability studies (HAZOP studies): Application Guide. 
1. Ed. Reino Unido: BSI (British Standard Institution), 2001. 
 
ISO 31000. Risk management: Principles and guidelines. 1. Ed. Geneva, Suíça: 
ISO (International Organization for Standardization), 2009. 
 
ISO 31010. Risk management: Risk assessment techniques. 1. Ed. Geneva, Suíça: 
ISO (International Organization for Standardization), 2009. 
 
 
 
57 
LEWIS, Elmer Eugene. Introduction to Reliability Engineering. EUA, John Wiley 
and Sons, 1987. 
 
MODARRES, Mohammad; KAMINSKIY, Mark; KRIVTSOV, Vasiliy. Reliability 
Engineering and Risk Analysis: A Pratical Guide. 2. Ed. Boca Raton, FL, EUA: 
CRC Press, 2009. 
 
MORANO, Cássia Andréa Ruotolo; MARTINS, Claudia Garrido; FERREIRA, Miguel 
Luiz Ribeiro. Aplicação das Técnicas de Identificação de Riscos em 
Empreendimentos de E & P. Engevista, Niterói, v. 8, n. 2, p. 120-133, dez. 2006. 
 
NÓBREGA, Newton Carlos Medeiros. Um Estudo Teórico da Avaliação de Riscos 
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MG, 2007. 
 
NRI. NRI MORT User’s Manual: Management Oversight & Risk Tree analytical logic 
diagram. 2. Ed. Holanda: NRI (The Noordwijk Risk Initiative Foundation), 2009. 
 
OLIVEIRA, Helton Luiz Santana. Gerência de Riscos. 147 f. Notas de Aula. 2014. 
 
PMBOK. Um Guia de Gerenciamento de Projetos: Guia PMBOK. 4. Ed. 
Pennsylvania, EUA: PMI, 2008 
 
SANTOS, Ricardo José Shamá dos. A Gestão Ambiental em Posto Revendedor 
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2005. 217 f. Dissertação (Mestrado em Sistemas de Gestão), Universidade Federal 
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SUTTON, I. Process Risk and Reliability Management: Operational Integrity 
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TIZZEI, Leonardo Pondian. Árvore de Eventos, Avaliação de Riscos e Redução 
de Perigo. Intituto de Computação, Universidade de Campinas, Campinas, SP, 
1973. 
 
 
 
 
 
 
58 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GLOSSÁRIO 
 
 
 
 
59 
Atmosfera Explosiva: é a atmosfera local formada quando existe proporção de gás, 
vapor ou pó no ar suficiente para que uma faísca proveniente de um circuito elétrico 
ou do aquecimento de um aparelho provoca a explosão. 
 
Brainstorming: Técnica de discussão em grupo que se vale da contribuição 
espontânea de ideias por parte de todos os participantes, no intuito de resolver 
algum problema ou de conceber um trabalho criativo. 
 
Checklist: É uma palavra em inglês que significa "lista de verificações", e serve 
como um instrumento de controle, composto por um conjunto de condutas, nomes, 
itens ou tarefas que devem ser lembradas e/ou seguidas. 
 
Curto-Circuito: Fenômeno produzido no momento que a corrente elétrica mais forte 
passa por um circuito que sofre uma queda e cria uma descarga elétrica que pode 
danificar o mesmo circuito elétrico. 
 
Diagrama de Causa e Efeito: Também conhecido como Diagrama de Ishikawa ou 
Diagrama Espinha-de-peixe, é uma ferramenta gráfica utilizada para o 
gerenciamento e controle em processos diversos, especialmente na produção 
industrial. 
 
Etanol: É um álcool de origem vegetal usado como combustível para veículos, uma 
fonte de energia alternativa e renovável. 
 
Fluxograma: Representação gráfica de um procedimento, problema ou sistema, 
cujas etapas ou módulos são ilustrados de forma encadeada por meio de símbolos 
geométricos interconectados. 
 
Gás natural: mistura de hidrocarbonetos gasosos na qual predomina o metano, que 
se encontra acumulada em jazidas subterrâneas porosas, associada ou não com 
petróleo cru. 
 
 
 
60 
Ilha de Abastecimento: Local onde ficam posicionadas as Bombas de 
abastecimento para suprir os

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