Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA, GESTÃO DE NEGÓCIOS E MEIO AMBIENTE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO DOUGLAS VIEIRA BARBOZA USANDO O HAZOP PARA ANÁLISE DE RISCOS DE UM POSTO DE COMBUSTÍVEIS EM ITAIPUAÇU Niterói 2015 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA, GESTÃO DE NEGÓCIOS E MEIO AMBIENTE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO DOUGLAS VIEIRA BARBOZA USANDO O HAZOP PARA ANÁLISE DE RISCOS DE UM POSTO DE COMBUSTÍVEIS EM ITAIPUAÇU Monografia apresentada ao Curso de Pós Graduação de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho da Universidade Federal Fluminense como requisito para obtenção do Grau de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho. ORIENTADOR: Prof. Helton Luiz Santana Oliveira, M. Sc. Niterói 2015 3 DOUGLAS VIEIRA BARBOZA USANDO O HAZOP PARA ANÁLISE DE RISCOS DE UM POSTO DE COMBUSTÍVEIS EM ITAIPUAÇU Monografia apresentada ao Curso de Pós Graduação de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho da Universidade Federal Fluminense como requisito para obtenção do Grau de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho. Aprovada em 27 de agosto de 2015. BANCA EXAMINADORA: _______________________________________________________ Prof. Helton Luiz Santana Oliveira, M.Sc. Universidade Federal Fluminense _______________________________________________________ Prof. Gilson Brito Alves Lima, D.Sc. Universidade Federal Fluminense _______________________________________________________ Prof. James Hall, M. Sc. Universidade Federal Fluminense Niterói 2015 AGRADECIMENTOS A meu professor orientador, Helton Luiz Santana Oliveira, pela orientação, confiança e estímulo à conclusão deste trabalho. Ao professor Alexandre Elias Ribeiro Denizot, pela amizade e importantes conversas durante o curso, dentro e fora de sala. Ao professor Rulf Blanco Lima Neto, que me apresentou o curso e me incentivou a entrar nesta jornada. Aos meus amigos, Arcenio Jubim, Flávia Martins, Luma Boeta, Phelipe Rabelo e Valéria Glória por todos os momentos de alegria, companheirismo e incentivo. A Secretaria do LATEC pelo ótimo atendimento e total apoio, em especial ao Eduardo, Diogo e Luanda A todos os professores, que fazem parte do corpo docente do curso de Engenharia em Segurança do Trabalho que muito contribuíram para minha formação profissional e pessoal. A cada um dos colegas do curso de Engenharia de Segurança, pela valiosa contribuição de cada um neste processo. À Priscilla Faria dos Santos pelo carinho, estímulo e inspiração. À minha família, em especial, meus pais Carlos e Otília que, com muito amor e apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida. 5 Verba volant, scripta manent (As palavras faladas voam, os escritos permanecem) Provérbio Latino SUMÁRIO CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO 13 1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 13 1.2 FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA 14 1.3 OBJETIVO 15 1.3.1 Objetivo Geral 15 1.3.2 Objetivos Específicos 15 1.4 QUESTÕES 16 1.5 METODOLOGIA DA PESQUISA 16 1.6 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO 17 CAPÍTULO 2 – EMBASAMENTO TEÓRICO DO ASSUNTO 19 2.1 O CONCEITO DE RISCO 19 2.1.1 O Risco nas Empresas 23 2.2 FASES DA GESTÃO DE RISCOS 26 2.2.1 Identificação de Riscos 27 2.2.2 Análise de Riscos 28 2.2.3 Avaliação de Riscos 29 2.2.4 Tratamento de Riscos 30 2.3 TÉCNICAS UTILIZADAS NO GERENCIAMENTO DE RISCOS 30 2.3.1 What-If 31 2.3.2 Técnica de Incidentes Críticos 31 2.3.3 Análise Preliminar de Perigo 31 2.3.4 Análise de Modos de Falha e Efeitos 32 2.3.5 Análise de Perigos e Operabilidade 32 2.3.6 Análise por Árvore de Eventos 33 2.3.7 Análise por Diagrama de Blocos 33 2.3.8 Análise de Causas e Consequências 34 2.3.9 Análise por Árvore de Falhas 34 2.3.10 Management Oversight and Risk Tree 35 CAPÍTULO 3 - ESTUDO DE CASO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 36 3.1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 36 3.3.1 Descrição do Processo 37 3.2 MÉTODO EMPREGADO: HAZOP 40 3.3 APLICAÇÃO DO MÉTODO 42 3.4 DISCUSSÃO DE RESULTADOS 48 3.4.1 Plano de Ação 49 CAPÍTULO 4 – CONCLUSÕES 51 4.1 ANÁLISES CONCLUSIVAS 52 4.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE AS QUESTÕES 53 4.3 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS 54 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 56 GLOSSÁRIO 58 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Resumo do Gerenciamento de Riscos 23 Figura 2 – Natureza dos Riscos Empresariais 25 Figura 3 – Estrutura de uma Árvore de Eventos 33 Figura 4 – Diagrama de Blocos com Sistema em Série 34 Figura 5 – Estrutura Básica de uma Árvore de Falhas 35 Figura 6 – Localização do Posto de Combustíveis 37 Figura 7 – Posto de Combustíveis no Momento da Descarga 38 Figura 8 – Bocas do Caminhão e Boca de Recebimento do Tanque do Posto 38 Figura 9 – Caminhão Preparado para o Descarregamento 39 Figura 10 – O procedimento para a análise HAZOP 40 Figura 11 – Esquema Indicando os Nós Abordados 43 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Palavras-Guia Básicas e seus Significados Genéricos 41 Quadro 2 – Palavras-Guia Relativas ao Horário e a Ordem ou Sequência 41 Quadro 3 – HAZOP do Processo de Descarga de Combustíveis 44 Quadro 4 – Plano de Ação 49 LISTA DE SIGLAS AAE Análise por Árvore de Eventos AAF Análise por Árvore de Falhas ACC Análise de Causas e Consequências ADB Análise por Diagrama de Blocos AIChE American Institute of Chemical Engineers ANP Agência Nacional do Petróleo APR Análise Preliminar de Riscos AS/NZS Australian/New Zealand Standard CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental FMEA Failure Mode and Effect Analysis (Análise de modo e efeito de falha) HAZOP Hazard and Operability Study (Análise de Perigo e Operabilidade) IEC International Electrotechnical Commission ISO International Organization for Standardization MORT Management Oversight and Risk Tree NRI The Noordwijk Risk Initiative Foundation PMBOK Project Management Body of Knowledge RESUMO Postos de combustíveis encontram-se espalhados pelas estradas de todo o país e devido aos produtos que distribuem tem riscos inerentes a sua atividade, porém não existem muitos estudos sobre o assunto em áreas diversificadas, como é o caso de Itaipuaçu. Logo este estudo se propõe a analisar os riscos envolvidos no processo de descarregamento de um posto de combustíveis na região indicada, identificando os perigos, causas e efeitos envolvidos. Para isso se valendo da coleta de dados e posterior aplicação do método de análise de perigos e operabilidade (HAZOP). Evidencia-se nos resultados que o risco com maior criticidade neste tipo de empreendimento está relacionado a incêndios, explosões e afins, e propõem-se como medidas preventivas: a melhora na manutenção e inspeção, a capacitação do operador e a instalação de equipamentos de proteção para os equipamentos. Palavras chave: Análise de Riscos, HAZOP e Posto de Combustíveis. ABSTRACT Fuel stations are scattered along the roads throughout the country and because of the products they distribute has risks inherent in its business, but there are not many studies on the subject in different areas, as is the case of Itaipuaçu. So this study is to analyze the risks involved in the process of unloading a fuel station in the region designated by identifying the dangers, causes and effects involved. For this taking advantage of the data collection and subsequent application of the method of analysis of hazards and operability (HAZOP). It is evident in the results that the risk more critical in this typeof venture is related to fires, explosions and the like, and are proposed as preventive measures: the improvement in maintenance and inspection, training of the operator and the installation of protective for equipments. Keywords: Risk Analysis, HAZOP and Fuel Station. 13 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO 1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS No âmbito da segurança do trabalho, o presente trabalho foi desenvolvido com o intuito de avaliar os riscos em um posto de combustíveis, visto que este tipo de empreendimento é fonte de preocupação em relação aos riscos socioambientais e de segurança operacional, pois além de atuar com substâncias tóxicas que podem contaminar o ambiente ao seu entorno, boa parte de seus produtos são inflamáveis e podem possibilitar acidentes como incêndios e explosões, caso ocorra o acumulo destes combustíveis em locais com condições propícias. Conforme a ANP (2014) ao final de 2013 existiam no Brasil 38.893 postos revendedores de combustíveis e derivados, abastecendo milhares de veículos automotores que compõem o principal modal de transporte deste país, o rodoviário. Tais postos estão distribuídos em todas as regiões do país, porém se encontram em maior proporção na região sudeste que apresenta maior densidade populacional, tendendo a se concentrar nas regiões com quantidade de veículos mais elevada e comumente próximas ao comércio e a residências. Um dos conceitos norteadores deste trabalho se encontra na aferição do potencial de ocorrência de resultados indesejados em processo de um posto de revenda de combustíveis em áreas que na maior parte das vezes são próximas a regiões habitadas e que em caso de acidentes volumosos podem afetar não somente os equipamentos e trabalhadores, mas o ambiente periférico à área de operação, prejudicando as comunidades vizinhas e seus habitantes direta ou indiretamente visto que, por exemplo, um impacto como uma explosão não atinja os moradores das circunvizinhanças o potencial de poluição pode atingí-lo. 14 1.2 FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA Toda atividade contém riscos, e uma atividade isenta de riscos representa imobilidade total. Mas ainda assim, se todas as pessoas permanecessem em casa sem fazer nada e cessassem toda atividade produtiva e de serviços, ainda existiriam riscos, mesmo que pequenos. Portanto o risco zero conceitualmente não existe e cabe gerenciar o risco. As operações em postos de revenda de combustíveis realizadas em todas as regiões do Brasil são cruciais para atender a demanda nacional, porém construir e operar um empreendimento como este pode apresentar uma série de riscos. É importante atentar que alguns postos além de comercializar combustíveis líquidos ofertam o abastecimento com Gás Natural, que devido à compressão em cilindros, poderá provocar em caso de inflamação explosões de dimensões ainda maiores e de condições de mitigação inferiores ao que pode ocorrer com o Diesel, a Gasolina e o Etanol. Porém o posto de combustíveis que será utilizado neste estudo não comercializa gás, mas encontra-se inserido em uma região comercial e onde existem residências. Impedir que acidentes graves ocorram neste cenário é fundamental para evitar não somente perda de inventário, mas também relativa aos trabalhadores, a sociedade nas regiões limítrofes do empreendimento e ao meio ambiente. Conforme Oliveira (2014) “O único resultado positivo associado a um acidente é o aprendizado que pode ser obtido a partir dele”, por isso para se desenvolverem soluções relativas ao risco são observados casos de acidentes que ocorreram em cenários similares àquele de estudo. Muito embora seja comum que em locais como este se invista em segurança é possível que alguns riscos específicos ainda permaneçam, visto que as empresas ao buscarem minimizar categoricamente seus riscos estarão comprometendo seu lucro, tão como àquelas que forem levianas se expondo muito a riscos. Dessa maneira o gerenciamento de riscos não objetivará a eliminação total de riscos, mas sim o controle e monitoramento destes, criando dispositivos de proteção contra eventos indesejáveis como incêndios e explosões, que tem 15 resultados catastróficos na maioria das vezes caso não sejam controlados, e que são passíveis de ocorrência em diversas etapas da comercialização de combustíveis. 1.3 OBJETIVO Nesta seção serão apresentados os objetivos do estudo, que se encontram entre objetivo geral, que se refere ao intuito que se almeja com este trabalho, e os objetivos específicos que fornecem subsídios para que o objetivo geral seja alcançado. 1.3.1 Objetivo Geral Realizar uma análise dos riscos envolvidos nos processos de um posto de combustíveis, identificando os perigos, causas e efeitos envolvidos, aplicando-se o método conhecido como HAZOP sobre os dados do empreendimento e visando assim propor medidas preventivas e/ou mitigadoras. 1.3.2 Objetivos Específicos - Levantar os principais aspectos relativos aos riscos que envolvam o funcionamento de cada processo e equipamentos selecionado para o estudo; - Propor um diagnóstico da situação analisada apresentando recomendações para que os perigos identificados sejam minimizados, tão como os custos relativos aos acidentes; - Identificar componentes em que haja maior possibilidade de falhas; - Propor medidas que reduzam a falta de atuação segura dos operadores. 16 1.4 QUESTÕES O carregamento de combustíveis nos postos de revenda, sem o devido cuidado, podem comprometer a atividade econômica e afetar negativamente o meio ambiente e a segurança operacional, podendo atingir tanto os trabalhadores do empreendimento como cidadãos presentes na circunvizinhança. Tendo em vista que o presente trabalho tem o intuito de avaliar os riscos envolvidos nos processos de um posto de combustíveis, torna-se indispensável responder as seguintes questões, relacionadas à empresa: Quais os fatores ligados ao processo de carregamento de combustível em um posto de revenda podem acarretar em vazamento, criar atmosferas explosivas e ambientes com toxicidade? Quais os equipamentos e processos apresentam maior fragilidade e, portanto devem ter seu funcionamento revisto? Quem será afetado nos âmbitos econômico, ambiental e social, caso o acidente em um empreendimento como este ocorra? 1.5 METODOLOGIA DA PESQUISA A elaboração do presente trabalho pode ser classificada quanto à área da ciência como uma pesquisa aplicada, pois tem como intuito alcançar resultados que possam ter utilização prática e promovam ações de melhoria das atividades de postos de combustíveis, visando a redução de acidentes através do desenvolvimento de uma avaliação de riscos bem estruturada. Sob o aspecto da classificação da pesquisa a mesma é preponderantemente uma pesquisa exploratória, pois se trata de uma pesquisa bibliográfica seguida de um estudo de caso, que além de buscar proporcionar maior familiaridade com o problema, visando tornar o objeto de estudo mais explícito, 17 demonstra através de avaliação dos dados recolhidos do local que é objeto de estudo, sua aplicabilidade. Quanto ao método de pesquisa, o estudo se caracteriza como uma pesquisa bibliográfica, que foi embasada a partir de material já publicado por fontes idôneas tais como: livros, teses, artigos periódicos, documentos técnicos e sites. Posteriormente sendo realizada uma análise qualitativa dos dados coletados, ou seja, que se preocupou apenas com o aprofundamento da compreensão sobre o tema. O Estudo de Caso contou com o levantamento dos dados sobre o posto de revenda de combustíveis localizado em Itaipuaçu, distrito de Maricá-RJ, realizado através de consulta à documentos de propriedade particular do próprio, além de entrevistas com os gestores,visitas técnicas ao local para reconhecimento de sua planta e coleta de dados e aplicação do método de análise de perigos e operabilidade (HAZOP). 1.6 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO O presente trabalho foi organizado em quatro principais capítulos com a seguinte estruturação: No Capítulo 1, “Introdução”, é feita uma introdução formal do trabalho onde são expostos os seguintes tópicos: Introdução, a Situação-Problema, Objetivos, Questões, Metodologia e Organização do Estudo; O Capítulo 2, “Embasamento Teórico do Assunto”, busca apresentar os conceitos fundamentais associados ao tema de gerenciamento de riscos através de uma revisão bibliográfica, assim esta etapa encontra-se dividida entre o conceito de risco, as fases para o gerenciamento de riscos e as principais técnicas que permitem executá-lo. Já o Capítulo 3, “Aplicação do Caso e Discussão de Resultados”, é caracterizada e justificada a metodologia aplicada na investigação do tema, ou seja, 18 os métodos e instrumentos utilizados para a obtenção dos objetivos, e a análise dos dados obtidos que entram em discussão. Finalmente no Capítulo 4, “Conclusão”, são apresentadas as conclusões mais relevantes deste trabalho, averigua-se a concretização dos objetivos propostos inicialmente e são sugeridas novas pesquisas que possam complementar o trabalho aqui realizado. 19 CAPÍTULO 2 EMBASAMENTO TEÓRICO DO ASSUNTO 2.1 O CONCEITO DE RISCO O risco é definido de muitas maneiras e fornecer uma definição universal de "risco" não é fácil. Há um grande número de definições em diferentes literaturas, que são distintas dependendo da área de problema. Por exemplo, se o risco considerado baseia-se na visão econômica, ambiental, técnica, ocupacional ou com base na visão mais ampla sobre os riscos em objetivos de um projeto. Em geral, o conceito de risco pode ser definido como uma combinação entre a probabilidade e a consequência de um evento indesejado. O CETESB (2011) em sua norma técnica P4.261 define risco como a “Medida de danos à vida humana, resultante da combinação entre frequência de ocorrência de um ou mais cenários acidentais e a magnitude dos efeitos físicos associados a esses cenários”. Em outras palavras, para responder à pergunta "o que é um risco" é preciso responder a três perguntas: O que pode acontecer? Quais são as consequências? E qual a probabilidade de que tal evento ocorra? Segundo o Guia PMBOK, guia de gestão de projeto, o risco pode ser definido como: um evento ou uma condição incerta que, se ocorrer, tem efeito em pelo menos um objetivo do projeto. Os objetivos podem incluir escopo, cronograma, custo e qualidade. Um risco pode ter uma ou mais causas e, se ocorrer, pode ter um ou mais impactos. A causa pode ser um requisito, uma premissa, uma restrição ou uma condição que crie a possibilidade de resultados negativos ou positivos. (PMBOK, 2008). 20 Analisando as definições apresentadas, podemos entender que o risco é obtido como o produto da probabilidade de ocorrência de certo evento pela magnitude de suas consequências, conforme representado a seguir: (2.1) A equação acima trata-se de uma representação conceitual do risco, onde termo R, representa a quantificação do Risco, P representa a Probabilidade de Ocorrência e C é a Magnitude da Consequência, e x representa uma combinação da probabilidade pela magnitude, porém embora não esteja representado nesta equação outro fator importante é o cenário, pois embora as condições ambientais sejam as mesmas o cenário pode alterar a possibilidade do risco. Tendo o risco definido, pode-se agora definir mais corretamente o significado de análise e avaliação de risco no âmbito da segurança e saúde no trabalho. A Norma P4.261 define avaliação de risco como sendo o “Processo pelo qual os resultados da estimativa de risco são utilizados para a tomada de decisão, por meio de critérios comparativos de risco, visando à definição da estratégia de gerenciamento do risco.” (CETESB, 2011). É interessante ainda apresentar algumas outras definições que são consideradas importantes e estão presentes no referido documento do CETESB (2011), para poder efetuar esta avaliação e que se apresentam a seguir: Perigo - Uma ou mais condições físicas ou químicas com potencial para causar danos às pessoas, à propriedade e ao meio ambiente. Acidente - Evento específico não planejado e indesejável, ou uma sequência de eventos que geram consequências indesejáveis. Incidente - Evento não desejado que poderia resultar em danos à pessoa, ao meio ambiente, à propriedade ou em perdas no processo. Risco Individual - Risco para uma pessoa presente na vizinhança de um perigo, em período de tempo definido. O risco individual tem caráter 21 cumulativo e geográfico, razão pela qual sua expressão decorre da soma do risco individual de cada cenário acidental contribuinte nos pontos x,y localizados no entorno do empreendimento. Pode ser expresso por meio de contornos de risco (ou de isorrisco). Risco Social - Risco para um agrupamento de pessoas presente na vizinhança de um perigo, em período de tempo definido. Sua expressão se dá por meio da chamada curva F-N, onde F representa a frequência acumulada de ocorrência dos cenários com número de fatalidades N ou mais. Risco Residual - Risco do empreendimento, após a implantação de medidas de redução (se pertinentes), a ser gerenciado por meio de um Programa de Gerenciamento de Risco. Gerenciamento de Riscos - Processo de controle de risco compreendendo a formulação e a implantação de medidas e procedimentos técnicos e administrativos que têm por objetivo prevenir, reduzir e controlar o risco, bem como manter uma instalação operando dentro de padrões de segurança considerados toleráveis ao longo de sua vida útil. Um evento danoso decorre da conexão entre risco e perigo, sendo uma ocasião em que algo ou alguém se encontra exposto ao perigo. Exemplificando, um tanque de gás natural que possui uma atmosfera explosiva constitui um perigo e não um risco, visto que poderá causar danos a algo ou alguém que esteja exposto a ele. Porém em um evento que um trabalhador descuidado promova uma centelha na atmosfera citada, levará a estimativa de frequência da ocorrência e consequência de danos ou perdas, ou seja, ao risco. Sendo assim, só existe risco quando existir algo ou alguém exposto ao perigo. Pode se entender a avaliação de riscos como um estudo detalhado que deve ser realizado sobre os locais de trabalho e tem como objetivo detectar as fontes que possam acarretar acidentes e sua gravidade junto dos colaboradores da organização, permitindo que sejam tomadas decisões mais coerentes e efetivas em ambientes que haja possibilidade de um evento danoso. Esse estudo deve fornecer 22 informação suficiente para que a equipe de gestão da organização possa decidir que medidas de prevenção devem ser aplicadas para que os riscos sejam eliminados e quais os riscos que serão aceitáveis (CONVERSO, 2006). Em Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos (PMBOK, 2008), que embora resuma o gerenciamento de riscos do projeto, apresenta conceitos que podem ser utilizados de maneira geral para construir o gerenciamento de riscos conforme representados na sequência de processos a seguir: Planejar o gerenciamento de riscos – O processo de definição de como conduzir as atividades de gerenciamento de riscos; Identificar os riscos – O processo de determinação dos riscos que podem afetar o projeto e a documentação de suas características; Realizar a análise qualitativa de riscos – O processo de priorização dos riscos para análise ou ação adicional através da avaliação e combinação de sua probabilidade de ocorrência e impacto; Realizar a análise quantitativade riscos – O processo de analisar numericamente o efeito dos riscos identificados, nos objetivos gerais do projeto; Planejar as respostas aos riscos – O processo de desenvolvimento de opções e ações para aumentar e reduzir as ameaças aos riscos identificados, nos objetivos gerais do projeto. Monitorar e controlar os riscos – O processo de implementação de planos de respostas aos riscos, acompanhamento dos riscos identificados, monitoramento dos riscos identificados, monitoramento dos riscos residuais, identificação de novos riscos e avaliação da eficácia dos processos de tratamento dos riscos durante todo o projeto. 23 Figura 1 – Resumo do Gerenciamento de Riscos Fonte: adaptado de PMBOK, 2008 2.1.1 O Risco nas Empresas Para González-Quijano (2004) os principais tipos de risco que se podem destacar na atividade empresarial classificam-se como: Estratégicos, que se tratam daqueles relacionados com as decisões estratégicas da organização, como adaptação a mudanças, gerenciamento de alianças, decisões sobre novos empreendimentos, entre outras semelhantes. De mercado, que é a influência das variáveis de mercado em resultados futuros do negócio. Financeiros, são os impactos sobre o rendimento financeiro da empresa. Operacionais, são aqueles derivados do desenvolvimento prático do negócio Regulatórios/Legais, estão relacionados com a instabilidade das regras na regulação, fiscalização e contabilidade. De Crédito, é o não cumprimento dos compromissos cobrados. 24 González-Quijano (2004) diz ainda que se podem diferenciar os níveis de risco e diferentes atitudes a tomar, conforme estes afetem o negócio: Riscos a eliminar (o risco como perigo) – São os riscos que estão associados a um perigo importante sendo relacionados as competências essenciais da empresa. Tais riscos podem diminuir a viabilidade da empresa (baixa probabilidade e alta incidência). Um exemplo poderia ser o risco de se produzir uma catástrofe em um tanque de armazenamento de gasolina. Riscos a gerenciar (o risco como oportunidade) – São os riscos que estão vinculados às atividades da empresa. Apresentam entre média e alta probabilidade e incidência variável. Esta classe de risco deve ser gerenciada para se obter o máximo de benefícios para a empresa. Riscos a assumir (o risco como negócio) – São riscos inerentes às atividades da empresa, sendo consequentes do tipo de negócio e de sua regulamentação. A esta classe de risco podemos associar as decisões estratégicas, como a entrada em determinados negócios. Os riscos podem ser divididos conforme sua natureza em riscos especulativos ou puros, como indicado por Alberton (1996). De modo que o risco especulativo ou dinâmico apresenta a possibilidade de ganho ou a chance de perda, enquanto o risco puro ou estático envolve somente possibilidade de perda, sem nenhuma possibilidade de lucro ou ganho. A Figura 2 apresenta as subdivisões tanto dos riscos puros, como dos riscos especulativos. Onde os riscos puros têm como subdivisões os riscos à propriedade, às pessoas e de responsabilidade, e os riscos especulativos em riscos administrativos, políticos e de inovação. Segundo Alberton (1996) os riscos administrativos tratam-se do processo de decisão, em que o lucro está atrelado a decisões corretas e o ônus ao processo decisório errôneo. Para a autora quando tratamos deste tipo de risco é difícil ter uma 25 previsão precisa de resultados de uma ação adotada, porém esta incerteza é característica do risco. Figura 2 – Natureza dos Riscos Empresariais Fonte: Alberton, 1996 Notam-se ainda na Figura 2 que os riscos administrativos encontram-se subdivididos em riscos de mercado, riscos financeiros e de produção. Nas definições de Converso (2006) podemos exemplificar tais riscos, sendo os riscos de mercado como erros na previsão de demanda e erro de valor de mercado. Os riscos financeiros estão relacionados à inflação, regime fiscal, concorrência e situação econômica. Os riscos de produção dizem respeito ao dimensionamento da produção, variação do custo produtivo, restrição no fornecimento de matéria-prima, entre outros. Os riscos especulativos políticos estão relacionados aos aspectos políticos-governamentais do município, Estado e País, que podem vir a afetar os interesses e objetivos da organização, conforme mencionado por Alberton (1996). Como riscos políticos são exemplos, segundo Converso (2006), Nacionalização, Golpe de Estado, guerras, restrição comercial e mudanças na legislação. 26 Já os riscos de inovação estão relacionados à incerteza da aceitação de novos produtos, serviços e tecnologia pelos consumidores, e a administração eficaz deste tipo de risco é um fator preponderante para a competitividade empresarial (ALBERTON, 1996). Definido por González-Quijano (2004) como a possibilidade de perder ou não perder, mas jamais de ganhar, o risco puro pode ser inerente à atividade ou incorporado. É inerente quando o risco é próprio de cada empresa de acordo com a sua atividade, próprio do trabalho a realizar, é aquele que por sua natureza não se pode separar da atividade empresarial. O incorporado não é próprio da atividade empresarial, mas sim produto de condutas pouco responsáveis do trabalhador objetivando benefícios para si ou para a empresa. Uma das subdivisões do risco puro é o risco às pessoas que Alberton (1996) define como sendo as perdas consequentes das doenças e acidentes de trabalho, causando morte ou invalidez de funcionários. Os riscos de responsabilidade referem-se às perdas causadas a terceiros pelo pagamento de indenizações, responsabilidade ambiental, qualidade e segurança do produto entre outros. Já os riscos à propriedade englobam perdas devidas a incêndios, explosões, vandalismo, roubo, sabotagem, acidentes naturais e danos a equipamentos e bens em geral. Porém Converso (2006) não considera os riscos à propriedade como uma coisa única, mas sim os riscos de fenômenos naturais (Terremotos, inundações, furacões), os riscos sociais (furtos, sabotagem, terrorismo), os riscos técnicos (incêndios, defeito em peças, falha nos sistemas de segurança e controle) e riscos econômicos puros (Interrupção da produção, perda pecuniária). 2.2 FASES DO GERENCIAMENTO DE RISCOS Segundo a ISO 31000 (2009) que trata dos princípios e diretrizes para o gerenciamento de risco, este se trata de um processo global de identificação de riscos, análise de riscos e avaliação de riscos, visando estimar os riscos inaceitáveis e tomar medidas para saná-los ou reduzi-los. Já na ISO 31010 (2009) encontramos as técnicas que poderão ser utilizadas para efetuar cada uma dessas fases. 27 2.2.1 Identificação de Riscos Para a ISO 31000 (2009) este processo objetiva gerar uma lista abrangente de riscos com base nas fontes de risco, áreas de impactos, eventos (incluindo mudanças nas circunstâncias) e as suas causas e consequências potenciais. Logo o objetivo desta etapa é gerar uma lista abrangente de riscos que possam criar, melhorar, prevenir, degradar, acelerar ou atrasar a realização dos objetivos de determinado projeto. Esta etapa é essencial, pois a menos que os riscos sejam identificados suas consequências e probabilidades poderão ser estimadas e estratégias para a redução de riscos poderão ser adotadas (SUTTON, 2010). O PMBOK (2008) descreve o processo de identificação dos riscos como determinação de riscos que podem afetar o projeto e a documentação de suas características. Para isso podendo incluir os seguintes participantes: gerente do projeto, membros da equipe do projeto, equipe de gerenciamento de riscos (quando designada), clientes, especialistas no assunto externos, usuários finais, outros gerentes, partes interessadas e especialistas emgerenciamento de riscos, além de buscar estimular que todos os demais envolvidos com o projeto se envolvam na identificação de riscos. Existem várias técnicas propostas para identificação de riscos, porém as mais usuais são: Brainstorming, Brainstorming Eletrônico, Técnica Delphi, Entrevista/Julgamento de Especialistas, Identificação de Causa, Análise SWOT (strengths, weaknesses, opportunities, threats), Checklist, Diagrama de Causa e Efeito, Fluxograma, Diagrama de Influência, Técnica de Grupo Nominal, Pondering, Sinética, Criação de Cenários, Questionário, Abordagem baseada em Caso (Case Based Approach) (MORANO; MARTINS; FERREIRA, 2006). Alberton (1996) indica que podemos adicionar as tradicionais técnicas de identificação de riscos a Técnica What-If e a Técnica de Incidentes Críticos dentro de uma abordagem mais moderna. 28 2.2.2 Análise de Riscos Esta fase envolve o desenvolvimento de uma compreensão do risco, fornecendo uma entrada para avaliação de riscos e possibilitando decisões sobre a necessidade de os riscos serem tratados, e sobre as estratégias e os métodos mais adequados de tratamento. A análise de risco também pode fornecer uma contribuição para a tomada de decisões onde as escolhas devem ser feitas e as opções envolvem diferentes tipos e níveis de risco, considerando as causas e fontes de risco, suas consequências positivas e negativas, e a possibilidade destas ocorrerem. O risco é analisado por determinação de consequência e probabilidade, podendo ter várias consequências e afetar múltiplos objetivos (ISO 31000, 2009). A análise de riscos pode ser executada em diversos graus de detalhe, dependendo do risco, da finalidade da análise e das informações, dados e recursos disponíveis. Dependendo ainda das realidades do projeto, a análise pode ser qualitativa, semiquantitativa ou quantitativa, ou uma combinação destas (ISO 31000, 2009). Segundo o PMBOK (2008) a análise de riscos qualitativa analisa a prioridade dos riscos identificados usando a sua relativa probabilidade, o impacto correspondente nos objetivos do empreendimento caso tais riscos ocorram, entre outros fatores, como o intervalo de tempo para a resposta e a tolerância da organização associada com restrições de cronograma, escopo, custo e qualidade do projeto. Já a análise quantitativa pode ser utilizada para atribuir classificação numérica a cada risco individualmente ou para analisar o efeito agregado de todos os riscos que afetam o projeto, sendo realizada em alguns casos sobre riscos que foram priorizados na análise qualitativa como tendo impacto potencial e substancial nas demandas concorrentes do empreendimento. Alberton (1996) diz que a análise de riscos é um processo qualitativo que busca propor medidas para reduzir a frequência e consequências de acidentes inevitáveis, e entre as técnicas mais utilizadas durante esta fase temos a Análise Preliminar de Riscos (APR), Análise de Modos de Falhas e Efeitos (FMEA) e Análise de Operabilidade e Perigos (HAZOP). 29 2.2.3 Avaliação de Riscos A evolução da avaliação de riscos se deu pelo propósito de avaliar as causas e consequências dos eventos adversos, para isso formaram-se grupos de estudos com interesse na área, e a partir daí surgiram organizações e manuais com o intuito de padronizar e formalizar conceitos, diretrizes e técnicas. Criando uma avaliação formal, que difere daquelas intuitivas que podem ser incompletas ao subestimar riscos (NÓBREGA, 2007). Segundo a ISO 31000 (2009) a avaliação de riscos baseia-se nos resultados da análise de riscos para a tomada de decisões em relação a que riscos requerem tratamento e qual a prioridade para implementação do tratamento. A avaliação compara o nível de risco proveniente da análise com aquele estabelecido para o contexto considerado para dimensionar a necessidade de tratamento. Sendo conveniente Convém que as decisões considerem amplamente o risco para todas as partes e não somente pela organização beneficiada pelo risco, podendo resultar a avaliação de riscos no procedimento de uma análise mais aprofundada ou na decisão de não se tratar o risco mantendo apenas os controles já existentes. Para uma avaliação quantitativa se deve observar o conceito que confiabilidade, que segundo Lewis (1987) se trata da probabilidade de um componente, dispositivo, equipamento ou sistema de desempenhar sua função projetada por um período especificado de tempo em determinadas condições de contorno. Para Alberton (1996) esta etapa toma por base as anteriores e procura quantificar eventos geradores de possíveis acidentes levando em consideração as variáveis frequência e probabilidade do evento, porém quando estas não estão claramente disponíveis se pode realizar uma avaliação qualitativa, que avaliará o perigo e não o risco. Assim a autora expões como principais técnicas de avaliação de riscos a Análise por Árvore de Eventos (AAE), a Análise por Diagrama de Blocos (ADB), a Análise de Causas e Consequências (ACC), a Análise da Árvore de Falhas (AAF) e o Management Oversight and Risk Tree (MORT). 30 2.2.4 Tratamento de Riscos Conforme a ISO 31000 (2009) esta fase envolve a escolha de uma ou mais opções para alterar as características dos riscos e a implementação dessas opções. Quando implementado, o tratamento fornecerá novos controles ou modificará os existentes. Para isto envolverá avaliar o tratamento de riscos já realizado; decidir se os níveis de risco residual são toleráveis; se não forem toleráveis, definir e implementar um novo tratamento para os riscos; e avaliar a eficácia desse tratamento. Nesta etapa se avaliam as opções de tratamento e são definidos planos de ação onde são determinadas as melhores combinações de tratamentos, visto que não é viável tratar todos os riscos. Para chegar a esta decisão são levados em consideração fatores legais, sociais, políticos, econômicos, entre outros critérios relevantes a organização (FERREIRA, 2008). De acordo com a AS/NZS 4360 (2004) o tratamento de riscos é elaborado conforme as seguintes etapas: Identificar as opções de tratamento de riscos com resultados positivos (oportunidade), identificar as opções de tratamento de riscos com resultados negativos, avaliar as opções de tratamento de riscos e preparar e implementar os planos de tratamento. 2.3 TÉCNICAS UTILIZADAS NO GERENCIAMENTO DE RISCOS É necessário que o risco seja gerenciado em diversos cenários de ambientes laboratoriais, seja quando está se elaborando um projeto, quando este já está em andamento ou quando já ocorreu algum evento indesejado, visto que comumente não é possível eliminá-lo. Com o propósito de avaliar o risco foram desenvolvidas por instituições e pesquisadores ao longo dos anos algumas técnicas estruturadas, das quais algumas se encontram elencadas a seguir. 31 2.3.1 What-If Segundo a AIChE (1992) esta técnica deve ser desenvolvida através do debate de um grupo de pessoas experientes e familiarizadas com o processo analisado que devem levantar questionamentos do tipo “E se?” sobre possíveis eventos indesejados. O what-if não é tão estruturado como o HAZOP e o FMEA por exemplo, por isso necessitando que o analista adapte os conceitos básicos para aplicações específicas, gerando uma lista de questões e respostas sobre o processo que identificam perigos, situações perigosas ou eventos indesejáveis que podem gerar acidentes específicos. No entanto, é frequentemente usado pela indústria em quase todas as fases da vida de um processo e tem uma boa reputação entre os peritos na sua utilização. 2.3.2 Técnica de Incidentes Críticos De acordo com Flanagan (1954) a técnica do incidente crítico consiste em um conjunto de procedimentos para a coleta de observações diretas do comportamento humano de modo a facilitara sua utilidade potencial na solução de problemas práticos e desenvolvimento de princípios psicológicos gerais. Tal técnica se vale da visão daqueles que desenvolvem a tarefa para detectar acidentes críticos e assim poder tratá-los, sendo ordenada em 5 passos: Determinação do objetivo geral do estudo, Planejamento e especificação sobre como os incidentes do fato serão coletados em conformidade com o objetivo geral, Execução da coleta de dados, Análise dos dados coletados e Interpretação dos dados com base no referencial teórico da metodologia.. 2.3.3 Análise Preliminar de Perigo A análise preliminar de perigo é um método simples e indutivo de análise, cujo objetivo é identificar perigos e situações perigosas e eventos que podem causar danos para uma determinada atividade, instalação ou sistema. É mais comumente realizada no início do desenvolvimento de um projeto quando existe pouca informação sobre detalhes do projeto ou procedimentos operacionais e muitas vezes pode ser um precursor para promover estudos ou para fornecer informações para 32 possíveis alterações no projeto, porém pode ser utilizado para analisar sistemas já existentes quando se objetiva investigar perigos ou riscos que servirão de base para uma análise posterior ou sempre que as circunstâncias indicarem que uma técnica mais extensa não é recomendada (ISO 31010; 2009). 2.3.4 Análise de Modos de Falha e Efeitos A FMEA é uma técnica usada para identificar as formas pelas quais componentes processos ou sistemas podem deixar de cumprir sua funcionalidade no projeto, assim identificando: todos os potenciais modos de falha das várias partes de um sistema, os efeitos que estas falhas podem ter no sistema, os mecanismos de falha, e como evitar as falhas e/ou mitigar seus efeitos no sistema. A técnica ainda se estende para o FMECA que considera para cada modo de falha identificada uma classificação de acordo com a sua importância ou criticidade, geralmente de maneira qualitativa ou semi-quantitativa, mas podendo ser quantificada quando são utilizadas taxas de falha reais (ISO 31010; 2009). 2.3.5 Análise de Perigos e Operabilidade A sigla HAZOP significa Hazard and operability study, em tradução livre estudo de riscos e operabilidade, e trata-se de um exame estruturado e sistemático de um produto, processo, procedimento ou sistema planejado ou existente. Tem o propósito de identificar riscos sobre pessoas, equipamentos, ambiente e/ou objetivos organizacionais. Esta técnica é qualitativa e baseia-se na utilização de palavras- guia, sendo realizada por uma equipe multidisciplinar que sempre devem buscar fornecer uma solução para o tratamento de risco. Se assemelha ao FMEA na medida em que identifica modos de falha, porém a equipe considera resultados indesejados, desvios de resultados pretendidos e condições para causas e modos de falha possível, enquanto FMEA começa por identificar modos de falha (ISO 31010; 2009). 33 2.3.6 Análise por Árvore de Eventos Uma árvore de eventos mostra graficamente os resultados possíveis de um acidente que procede de um evento topo (uma falha de equipamento específico ou erro humano). Uma AAE é a representação de uma sequência de acidentes, ou seja, conjuntos de falhas ou erros que levam ao acidente principal. Estes resultados descrevem as possíveis consequências de acidentes em termos da sequência de eventos (sucessos ou falhas de funções de segurança) que partem de um evento topo. É uma técnica bem adequado à análise de processos complexos que têm várias camadas de sistemas de segurança ou procedimentos de emergência no local para responder a eventos iniciadores específicos (AIChE; 1992) Figura 3 – Estrutura de uma Árvore de Eventos Fonte: adaptado de Tizzei, 1973 2.3.7 Análise por Diagrama de Blocos Os diagramas de blocos são usualmente utilizados para modelar o efeito das falhas de determinado item em um sistema, que comumente corresponde à disposição física deste no sistema e informa que a falha de um item implicará na falha do sistema. Por conseguinte o sucesso do sistema no tempo pretendido para sua missão depende do sucesso de cada um dos blocos que o compõe. É 34 Importante observar ainda que dependendo do sistema a análise pode ser feita em série ou em paralelo (Modarres; Kaminskiy; Krivtsov, 2009). Figura 4 – Diagrama de Blocos com Sistema em Série Fonte: Modarres; Kaminskiy; Krivtsov, 2009 2.3.8 Análise de Causas e Consequências Uma Análise de Causa e Consequência (ACC) é uma mistura das Análises por Árvore de Falhas e Árvore de Eventos, é utilizada como ferramenta de comunicação, visto que em seu diagrama mostra as relações entre os resultados de acidentes (consequências) e suas causas básicas. A ACC é mais comumente utilizada quando a lógica de falha dos acidentes analisados é bastante simples, uma vez que em sua forma gráfica combina as árvores de falhas e árvores de eventos no mesmo diagrama, podendo em alguns casos se tornar mais detalhado (AIChE; 1992). 2.3.9 Análise por Árvore de Falhas De acordo com a AIChE (1992) a AAF se trata uma técnica dedutiva que parte de uma hipótese acidental ou de falha no sistema principal, e fornece um método para determinar as causas desse evento, assim árvore de falhas é um modelo gráfico que mostra as várias combinações de falhas de equipamentos e erros humanos que podem resultar na falha do sistema principal de interesse, o Evento Topo. Como uma ferramenta qualitativa esta técnica apresenta capacidade de identificar as combinações de falhas no equipamento de base e os erros humanos que podem levar a um acidente, permitindo que o analista de risco possa 35 estabelecer medidas preventivas ou mitigadoras sobre as causas básicas significativos visando reduzir a probabilidade de um acidente. Figura 5 – Estrutura Básica de uma Árvore de Falhas Fonte: AIChE, 1992 2.3.10 Management Oversight and Risk Tree Para a NRI (2009) o MORT é um procedimento analítico para investigar causas e fatores contribuintes de acidentes e incidentes, tratando-se de uma árvore lógica das funções necessárias a uma organização para gerir seus riscos de forma eficaz, aplicada a estrutura gerencial e controle operacional da empresa. Sua ênfase é sobre "o que" em vez de "como", e isso permite que MORT a ser aplicado a diferentes indústrias. O Management Oversight and Risk Tree, remonta a AAF, porém utilizando outros símbolos, sendo elaborado em três etapas: definir os eventos a serem analisados; caracterizar cada evento em termos de transferências indesejadas de energia; avaliar a hipótese de que as transferências indesejadas de energia foram o resultado de como os riscos estavam a ser geridos na atividade em que ocorreu o acidente (NRI; 2009). 36 CAPÍTULO 3 ESTUDO DE CASO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS 3.1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO Para atender o objetivo deste trabalho de realizar uma avaliação qualitativa e quantitativa dos riscos envolvidos nos processos de um posto de combustíveis visando propor medidas preventivas e/ou mitigadoras, utilizou-se a técnica de análise de riscos conhecida como Análise de Perigos e Operabilidade (HAZOP) sobre um estudo real de um posto de combustíveis localizado em Itaipuaçu, distrito de Maricá, na região metropolitana do Rio de Janeiro. O posto de combustíveis em questão opera a cerca de 9 anos, com uma área de serviço de aproximadamente 600 m², subdivididas entre a área de tancagem, área de abastecimento, área para troca de óleo, depósitos, lojas e escritórios. Ele possui 5 tanques subterrâneos de combustível com capacidade total para 75 mil litros de produtos, sendo um tanque de 20 m³ designados para armazenar gasolina comum, um tanque de 15 m³ para gasolina aditivada, 10 m³ para etanol,15 m³ para diesel e 10 m³ para óleo reciclável. São tanques de aço carbono simples que tem seu abastecimento realizado a uma curta distância com os bocais de descarregamento distando a aproximadamente seis metros da área de tancagem. O empreendimento encontra-se situado na principal via de Itaipuaçu, ou seja, aquela que contém o maior fluxo de veículos desta região. Estando localizado em uma região plana e aproximadamente ao nível do mar, se insere em uma área comercial do distrito, têm em sua circunvizinhança lojas, escritórios, uma escola e residências. Os combustíveis são comercializados em três ilhas de abastecimento, onde duas ilhas contém uma bomba cada e a terceira ilha contém duas bombas com 2 saídas de combustíveis. Os combustíveis são comercializados conforme o 37 seguinte arranjo: a ilha com duas bombas é responsável pela distribuição de gasolina comum e aditivada em uma bomba e gasolina comum e etanol na outra, 1 ilha pela distribuição de etanol e gasolina comum e 1 ilha pela distribuição de diesel comum apenas. Figura 6 - Localização do Posto de Combustíveis Fonte: Google Earth, 2015. 3.1.1 Descrição do Processo O processo em análise, neste caso, se trata do processo de descarga de produtos no posto de combustíveis, composto por: tanques do posto de combustíveis, responsáveis por armazenar o combustível transportado e mantê-lo até ser comercializado nas bombas; Caminhão-Tanque, que tem a função de conter o produto e transportá-lo até ser descarregado; Equipamentos para a transmissão segura de combustíveis entre o tanque do caminhão e o reservatório do posto; e os sistemas de segurança instalados no empreendimento. 38 Figura 7 – Posto de Combustíveis no Momento da Descarga Fonte: Própria, 2015. O Tanque do caminhão é dividido em 7 compartimentos de 5 mil litros cada para separar os combustíveis, e aparentemente é fabricado para aguentar pressões internas e evitar perdas. Possui 14 bocas de carga e descarga dotada de chave de corte, estando 7 dispostas em cada lado do caminhão, e utilizada mangueira para cada tipo de produto, além de um compressor, identificador de nível, recuperador de gases e ligação com a terra. Figura 8 – Bocas do Caminhão e Boca de Recebimento do Tanque do posto Fonte: Própria, 2015. 39 O processo de descarga é composto por mangueira que ligará a boca do tanque do caminhão à boca de recebimento do tanque do posto. Foi observado que este processo no posto de estudo ocorreu de maneira individualizada, ou seja, um combustível sendo descarregado por vez, conforme se pode observar o descarregamento de gasolina comum na Foto 2. Na zona de descarga ainda existem para-raios, compressores, quadro elétrico, tanques para cada tipo de produto e rede de ventilação. Para que o processo de descarga seja realizado, o operador conecta um fio terra do caminhão a rede elétrica de posto para evitar fagulhas devidas a carga elétrica, rede a que também está conectado o para-raios que se encontra no teto do posto. A seguir o operador conecta a mangueira a boca de carga e descarga com a boca do tanque do posto de combustíveis correspondente para transmitir o produto. A boca de aspiração de gases fica conectada a rede de vento do posto para evitar riscos devidos aos vapores gerados durante o processo de descarga. Logo o operador pode abrir a válvula para descarregar os combustíveis para seus respectivos reservatórios. Figura 9 – Caminhão Preparado para o Descarregamento Fonte: Própria, 2015. 40 3.2 MÉTODO EMPREGADO: HAZOP Segundo a IEC 61882 (2001) o HAZOP se divide basicamente em quatro etapas: A definição, A preparação, O exame e a Documentação Figura 10 – O procedimento para a análise HAZOP Fonte: IEC 61882, 2001 Definição Definir Escopo e Objetivos Definir responsabilidade Selecionar Equipe Preparação Planejar a Análise Coletar dados Indicar o estilo de registro Estimar o tempo Organizar uma programação Exame Dividir o sistema em partes (nós de estudo) Selecionar um nó e definir as intenções do projeto Identificar desvios usando palavras-guias em cada elemento Identificar consequências e causas Identificar se existe um problema significativo Identificar proteção, detecção, e mecanismos que indicam Identificar possíveis medidas corretivas/mitigadoras (opcional) Indicar ações Repetir para cada elemento e, em seguida, cada nó do sistema Documentação e Acompanhamento Registrar o exame Assinar a documentação Produzir o relatório da análise Acompanhar que ações serão implementadas Re-analisar algumas partes do sistema se necessário Produzir relatório de saída final 41 O HAZOP é elaborado através de um exame por palavras-guia, que busca identificar os principais desvios na intenção do projeto, para facilitar este exame, o sistema é dividido em nós, que poderão ter tamanhos diferentes conforme a complexidade do sistema e severidade dos perigos. A seleção dos nós e posteriormente dos parâmetros a serem analisados é uma decisão subjetiva, portanto podendo resultar em diferentes combinações que permitam alcançar o objetivo desejado com a aplicação do método. Para se identificar os desvios é realizado um questionamento utilizando palavras-guia pré-determinadas, que visam estimular o pensamento imaginativo, suscitar ideias e discussões para maximizar as chances de uma análise mais completa (IEC 61882;2001). Tabela 1 – Palavras-Guia Básicas e seus Significados Genéricos Palavras-Guia Significado Não ou Nenhum Negação Completa da Intenção do Projeto Mais Aumento Quantitativo Menos Diminuição Quantitativa Também Modificação Qualitativa/Acréscimo Parte de Modificação Qualitativa/Decréscimo Reverso Oposição lógica a intenção do projeto Outro que Substituição Completa Fonte: IEC 61882, 2001 Ainda podem ser utilizadas em um HAZOP, palavras-guia adicionais que se preocupam com o horário e a ordem ou sequência. Tabela 2 – Palavras-Guia Relativas ao Horário e a Ordem ou Sequência Palavras-Guia Significado Cedo Relativo ao horário Tarde Relativo ao horário Antes Relativo a Ordem ou Sequência Depois Relativo a Ordem ou Sequência Fonte: IEC 61882, 2001 42 3.3 APLICAÇÃO DO MÉTODO E RESULTADOS A análise de riscos sobre o posto de combustíveis, realizada no âmbito deste trabalho de conclusão, foi desenvolvida utilizando-se o HAZOP e teve foco sobre o processo de descarregamento de combustíveis, visando identificar perigos que tenham potencial para gerar acidentes derivados dos desvios nas variáveis do processo. Como a técnica empregada busca as causas de determinados desvios em variáveis de processo, ou seja, os dividem em nós de estudo, que no caso deste trabalho foram divididos principalmente pelos grandes equipamentos com parâmetros de processo distintos, conforme descritos a seguir: 1- Boca de Descarga e Mangueira do Caminhão-Tanque para Gasolina Comum; 2- Boca de Descarga e Mangueira do Caminhão-Tanque para Gasolina Aditivada; 3- Boca de Descarga e Mangueira do Caminhão-Tanque para Gasolina para Etanol; 4- Boca de Descarga e Mangueira do Caminhão-Tanque para Diesel; 5- Chave de Corte da Boca de Gasolina Comum do Caminhão; 6- Chave de Corte da Boca de Gasolina Aditivada do Caminhão; 7- Chave de Corte da Boca de Etanol do Caminhão; 8- Chave de Corte da Boca de Diesel do Caminhão; 9- Recuperador de Vapores; 10- Tanque de Recebimento de Gasolina Comum; 11- Tanque de Recebimento de Gasolina Aditivada; 12- Tanque de Recebimento de Etanol; 13- Tanque de Recebimento de Diesel; 14- Tubulação entre o Tanque de Recebimento e a Bomba da Gasolina Comum; 15- Tubulação entreo Tanque de Recebimento e a Bomba Gasolina Aditivada; 16- Tubulação entre o Tanque de Recebimento a Bomba de Etanol; 17- Tubulação entre o Tanque de Recebimento e a Bomba de Diesel; 18- Bombas de abastecimento; 43 19- Rede de Ventilação; 20- Quadro Elétrico; 21- Compressor; 22- Aterramento. Figura 11 – Esquema Indicando os Nós Abordados Fonte: Adaptado de Santos (2005 apud Ecoteste, 2005) A Figura 7 tem o intuito único de auxiliar o leitor na identificação dos equipamentos que foram definidos como nós para este estudo a partir de um uma imagem já existente na literatura, para isso identificando mais de um nó em um só ponto, visto que muitos equipamentos, como por exemplo, os tanques de armazenamento serão semelhantes, variando apenas o combustível que eles contém. 44 Quadro 1 – HAZOP do Processo de Descarga de Combustíveis Nó Parâmetro Palavra-Guia Desvio Causas Consequências Recomendações 1, 2, 3 e 4 Nível Menos Menos Nível Falta de atenção do operador, Impacto ou desgaste no equipamento, Falta de estanqueidade Vazamento de combustível Limitar acesso a área de descarga e melhorar a manutenção, capacitar o operador, Assegurar a disponibilidade de material absorvente Pressão Menos Pressão Baixa Falta de atenção do operador, Impacto ou desgaste no equipamento Perda por vaporização excessiva, não atendimento do nível necessário para o tanque Limitar acesso à área de descarga e melhorar a manutenção, capacitar o operador para operar corretamente e para atuar em caso de acidente Pressão Mais Pressão Alta Incrustações devidas à falta de limpeza Ruptura do equipamento Melhorar a manutenção: limpeza, verificação de integridade e instalação de válvula de alívio de pressão e vácuo Fluxo Também Contaminação Falha humana Mistura de produtos Conexões de mangueiras diferenciadas para cada produto e capacitação do operador para operar corretamente e para atuar em caso de acidente 5,6,7 e 8 Fluxo Mais Fluxo Maior Impacto ou desgaste, falta de revisão pelo operador. Não se pode cessar o fluxo e ocorre o vazamento de combustível Capacitar o operador para verificar continuamente a chave e implantar dispositivos que possam recuperar o combustível 45 Fluxo Menos Fluxo Menor Falha humana Falta suprimento para o tanque Capacitar o operador para evitar o evento e para solucioná-lo quando já houver ocorrido 9 Fluxo Mais Fluxo Maior Impacto, desgaste ou manutenção precária no equipamento Fuga de Gases Melhorar a manutenção: limpeza e verificação de integridade, e implementar medida para conter a fuga de gases Pressão Mais Pressão Alta Obstrução da passagem Falha do Equipamento e Explosão Melhorar a manutenção: limpeza; instalar equipamentos de extinção Temperatura Mais Temperatura Alta Existência de uma fonte de calor Explosão, incêndio em jato Eliminar possíveis fontes de calor do local; instalar equipamentos de extinção 10, 11, 12 e 13 Nível Menos Menos Nível Falta de atenção do operador, Impacto ou desgaste no equipamento, Falta de estanqueidade Vazamento de combustível Verificações periódicas de estanqueidade e Aplicar dispositivo que impeça que o combustível se propague e o direcione para ponto de coleta Nível Mais Nível Alto Falha humana Ineficiência no Controle de Nível Transbordo de combustível e possível contaminação do solo Capacitar o operador e instalar alarme de nível, e Aplicar dispositivo que impeça que o combustível se propague e o direcione para ponto de coleta Pressão Mais Pressão Alta Falha humana e extrapolação da capacidade máxima Falha estrutural do reservatório e explosão Instalar verificadores de pressão com alarme, equipamentos de extinção e válvula de alívio de pressão e vácuo 46 Temperatura Mais Temperatura Alta Existência de uma fonte de calor Explosão, Incêndio Eliminar possíveis fontes de calor do local; instalar equipamentos de extinção e válvula de alívio de pressão e vácuo 14, 15, 16 e 17 Fluxo Menos Menos Fluxo Desgaste dos equipamentos, manutenção ineficiente Vazamento de combustível, perda de produto Realizar manutenção periódica e troca de peças e aplicar dispositivo que impeça que o combustível se propague e o direcione para ponto de coleta 18 Fluxo Mais Mais Fluxo Impacto, deterioração de peças Vazamento de combustível e explosão Realizar manutenção periódica e colocar barreira para evitar proximidade excessiva de veículos, elaborar plano de contenção e possível evacuação Volume Mais Volume excessivo Falha humana ou do sistema automático de parada Continua fornecendo produto e ocorre vazamento Capacitar o operador, averiguar o sistema, implementar sinal sonoro, e implantar dispositivo e plano de contenção do vazamento 19 Pressão Mais Pressão Alta Obstrução no canal Dificuldade na sucção da bomba, formação de atmosfera suscetível a ignição Fazer limpeza periódica dos canais, e elaborar plano de reposição rápida da área obstruída na tubulação quando esta ocorrer 20 Corrente Mais Mais Corrente Sobrecarga Elétrica Curto-circuito Realizar revisões periódicas e trocar peças 47 Temperatura Mais Temperatura Alta Excesso de temperatura devido ao curto-circuito Incêndio Realizar revisões e criar um plano de prevenção e evacuação quando este se fizer necessário 21 Pressão Mais Pressão Alta Falha de manutenção Parada do motor Estabelecer regras mais rígidas de manutenção e plano para conserto 22 Corrente Nenhum Nenhuma Corrente Falha de manutenção ou erosão (por exemplo por roedores) Geração de ponto de ignição Estabelecer manutenção periódica e controle de pragas, e plano de controle para ignição 48 3.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS A análise de riscos e operabilidade apresenta uma série de riscos, como demonstrado anteriormente na tabela 3, com importâncias variáveis, mas que devem ser contidos, para que não gerem riscos as pessoas, ao ambiente e a operabilidade do empreendimento. Evidencia-se que o risco com maior severidade no processo de descarregamento de combustíveis em um posto de revenda se trata da possibilidade de incêndios, explosões e eventos do gênero, visto que mesmo um simples vazamento a depender da situação poderá desencadear um incêndio com perdas significativas. E não são somente os vazamentos de combustíveis líquidos que podem provocar estes resultados, conforme observado, há geração de vapores no ambiente estudado e estes são propícios a ignição, caso haja uma fonte de geração de calor, que pode ocorrer através do funcionamento mecânico de alguns equipamentos, ações descuidadas de usuários ou mesmo de uma sobrecarga elétrica. Embora o risco que potencialmente seja mais preocupante, seja o de uma explosão de grandes proporções que além de colocar em risco a saúde e a vida dos trabalhares, usuários e pessoas na circunvizinhança, ainda acarretará em riscos econômicos, se têm riscos de menor escala que puramente comprometem o capital do empreendimento, como é o caso da mistura de combustíveis ou da parada de equipamentos. Como recomendações em maior parte das situações se indica que a manutenção seja melhorada, se tenha inspeções periódicas, o operador seja capacidade para evitar acidentes e colaborar com a manutenção continua de equipamentos, e a instalação de equipamentos que garantam a integridade dos equipamentos do processo. 49 3.4.1 Plano de Ação Analisando os resultados é pertinente que se proponha um plano de ação identificando os principais passos para a solução dos problemas expostos, logo este foi proposto a partir do método conhecido como 5W2H que tem por base 7 questionamentos para que se possa pensar o tal planejamento, conforme expostos a seguir: Quadro 4 – Planode Ação Situação Problema Método de Abordagem Motivação Local de Aplicação Temporalidade Responsabilidade Custos Risco de danos por acesso de pessoas a locais indevidos Programa de Sinalização e Delimitação de Acessos Reduzir os riscos inerentes ao acesso de pessoas a locais indevidos Zona de descarregamento no momento da descarga e bombas e bocais em operação Em até 1 mês e dar continuidade recorrentemente Da consultoria em Segurança do Trabalho contratada e da empresa que a contratou R$ 1000 Risco de Negligência, Imprudência ou imperícia do trabalhador Programa de Capacitação do trabalhador Reduzir a Probabilidade de Danos que possam ser Causados pelos trabalhadores No Local de Trabalho e possivelmente em Ambiente externo Em até 3 meses e dar continuidade recorrentemente Da consultoria em Segurança do Trabalho contratada e da empresa que a contratou R$ 5000 Indisponibilidade de Material absorvente e extintores, e ausência de plano de contenção de vazamento e de evacuação Programa de Contingência e Respostas de Emergências Mitigar possíveis vazamentos e incêndios Na área de serviços do posto de combustíveis: Abastecimento, Tancagem, Troca de óleo... Em até 2 meses e dar continuidade recorrentemente Da consultoria em Segurança do Trabalho contratada e da empresa que a contratou R$ 3000 50 Ausência de conexões diferenciadas, recuperador de combustíveis, alarme de nível, dispositivo de coleta e direcionamento de vazamentos, alarmes de pressão e válvula de pressão e vácuo Programa de Práticas Reconhecidas e Amplamente Aceitas de Engenharia Implantar conexões diferenciadas, recuperador de combustíveis, alarme de nível, dispositivo de coleta e direcionamento de vazamentos, alarmes de pressão e válvula de pressão e vácuo Na área de serviços do posto de combustíveis: Abastecimento, Tancagem, Troca de óleo; e no caminhão-tanque Em até 3 meses e dar continuidade recorrentemente Da consultoria em Segurança do Trabalho contratada e da empresa que a contratou R$ 6000 Possibilidade de existência de fontes de ignição e/ou calor no ambiente de operação Programa de Prevenção à formação de Atmosferas Explosivas Eliminar fontes de ignição e/ou calor no ambiente de operação Na área de serviços do posto de combustíveis Em até 1 mês e dar continuidade recorrentemente Da consultoria em Segurança do Trabalho contratada e da empresa que a contratou R$ 1000 Presença de pragas que podem danificar equipamentos e instalações elétricas Programa de Controle de Pragas Eliminar Pragas No Empreendimento em sua totalidade Em até 1 mês e dar continuidade recorrentemente Da consultoria em Segurança do Trabalho contratada e da empresa que a contratou R$ 1000 Possíveis falhas na limpeza, manutenção integridade e estanqueidade Programa de Manutenção / Inspeção de Equipamentos e Instalações Criar Regras para Manutenção periódica, verificar a estanqueidade e a integridade regularmente e Na área de serviços do posto de combustíveis Em até 2 meses e dar continuidade recorrentemente Da consultoria em Segurança do Trabalho contratada e da empresa que a contratou R$ 3000 51 manter os equipamentos e instalações limpas É importante ressaltar que o empreendimento não se trata de uma grande empresa, onde é viável o desenvolvimento de uma equipe de saúde e segurança do trabalho própria, portanto indica-se a contratação de uma consultoria especializada em Segurança do Trabalho, pois esta terá condições de progredir com as metas almejadas no plano de ação e que os custos estimados tem o intuito meramente ilustrativo e foram arbitrados pelo autor, visto que não existem valores tabelados para tal consultoria. 52 CAPÍTULO 4 CONCLUSÕES 4.1 ANÁLISES CONCLUSIVAS Tendo que este trabalho teve por objetivo geral contribuir para excelência do sistema de gerenciamento de riscos através da realização de uma análise dos riscos envolvidos nos processos de um posto de combustíveis, em especial ao processo de descarga, aplicando o método de Análise de Perigos e Operabilidade, o HAZOP, sobre os dados do empreendimento e visando assim propor medidas preventivas e/ou mitigadoras. Sendo para isso traçados alguns objetivos específicos, que foram: Levantar os principais aspectos relativos aos riscos que envolvam o funcionamento do processo e equipamentos selecionado para o estudo; gerar um diagnóstico da situação analisada apresentando recomendações para que os perigos identificados sejam minimizados, tão como os custos relativos aos acidentes; identificar componentes em que haja maior possibilidade de falhas; e propor medidas que reduzam a falta de atuação segura dos operadores. Este trabalho tem um caráter prático, evidenciado pelo modo como foi elaborado, através de visitas ao posto de combustíveis, entrevista com gestores e estudo de alguns documentos do empreendimento para elaboração da análise de perigos e operabilidade (HAZOP). Porém para que alcançasse seu propósito necessitou de um base teórica bem elaborada, que se encontra na revisão de literatura, onde descreve o conceito de riscos para os empreendimentos, as fases do gerenciamento de riscos e as principais técnicas para sua elaboração a partir de fontes idôneas, publicadas em manuais técnicos, livros, artigos, trabalhos monográficos e sítios confiáveis da internet. Tal base permitiu maior conhecimento sobre as questões relacionadas ao risco e como se pode desenvolver soluções para situações de perigo em diferentes âmbitos, e embora não citados ao longo da revisão, informações sobre estudos elaborados em outros tipos de empreendimentos também auxiliaram para que este estudo chegasse a sua conclusão. 53 4.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE AS QUESTÕES Quais os fatores ligados ao processo de carregamento de combustível em um posto de revenda podem acarretar em vazamento, criar atmosferas explosivas e ambientes com toxicidade? Existem alguns fatores que podem acarretar em vazamento e perda de produto no posto de combustíveis, que se iniciam desde o momento em que o combustível começa a sair do tanque do caminhão, podendo ocorrer devido a falhas na estrutura da boca de descarga do caminhão-tanque, falhas nas chaves de corte, danos nos tanques de armazenamento do posto, na tubulação ou nas bombas de revenda. É importante lembrar que por todos os produtos serem inflamáveis, ao vazarem e não terem sua dispersão efetuada poderão gerar condições propícias a incêndios e explosões, por isso a rede de ventilação e o recuperador de vapores também não devem apresentar falhas em sua integridade. Quanto a ambientes toxicidade considerável, mesmo que com menor potencial de perda ainda poderá ocorrer a partir de vazamentos de líquidos e vapores. Quais os equipamentos e processos apresentam maior fragilidade e, portanto devem ter seu funcionamento revisto? De modo geral, todos os equipamentos devem ter seu funcionamento revisto periodicamente, visto que a falha em qualquer um deles poderá acarretar em danos de dimensões variáveis no empreendimento, porém aquelas áreas de ligação entre equipamentos, como a boca de descarga e a de recebimento de combustíveis, podem ser consideradas de maior fragilidade haja vista a atividade mais frequente e dependente da operação por seres humanos, portanto devendo ser observadas com maior cuidado. Quem será afetado nos âmbitos econômico, ambiental e social, caso o acidente em um empreendimento como este ocorra? 54 A depender da dimensão do acidente, o posto de combustíveis em si terá sua imagem e operação afetadas, além das indenizações que poderá ser obrigado a pagar a funcionários, clientes e suas famílias, com isso tendoperdas econômicas e sociais que podem ser irreversíveis. Os escritórios e lojas que funcionam em seu terreno e aqueles adjacentes também poderão sofrer danos quanto a sua operação e socialmente, caso este acidente atinja seus funcionários e clientes. Os moradores com residências próximas poderão sofrer danos a sua saúde e vida. E em dimensão ambiental um acidente de grandes proporções afetará toda a região no entorno, seja pelas dispersões atmosféricas de poluentes ou pelo vazamento de substâncias para o solo e água subterrânea. 4.3 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS Como trabalhos futuros sugerem-se: Estudos que façam um levantamento sobre os dados hidrogeológicos da região Tais estudos poderão indicar como se encontram os reservatórios de água subterrânea, qual o tipo de permeabilidade e porosidade do solo, tão como as sustâncias que o compõem. Assim permitindo traçar uma análise mais aprofundada sobre os riscos ambientais de acidentes no posto de combustíveis quanto a contaminação das águas usadas no comércio e residências da região, que não possuem sistema de água encanada e recorrem a poços para obtê-la. Aquisição e Avaliação do Processo de Forma Quantitativa Será necessário que se aprofunde este estudo e adquira-se dados que comprovem a confiabilidade de cada material envolvido no processo, para assim dimensionar qual equipamento ou ação acarreta em maiores riscos, assim podendo dimensionar quais deste terão a necessidade de maiores cuidados com sua manutenção e maiores investimentos para que se reduza o risco ao máximo possível. 55 Avaliar a opinião da circunvizinhança Este projeto poderá descobrir qual a visão que aquelas pessoas que poderão também ser afetadas pelos processos do posto tem sobre este, e quais os melhores caminhos para conseguir melhor convivência e colaboração Analisar a influência dos fatores humanos na composição de cenários acidentais São recomendados estudos que avaliem a contribuição do fator humano nos acidentes de um posto de combustíveis, que poderão dimensionar o quão significativa é a importância das pessoas na construção de acidentes, desde os menores até os mais expressivos. 56 REFERÊNCIAS AIChE. Guidelines for Hazard Evaluation Procedures. 2. Ed. Nova York, NY: AIChE (American Institute of Chemical Engineers), 1992. ALBERTON, Anete. Uma Metodologia para Auxiliar no Gerenciamento de Riscos e na Seleção de Alternativas de Investimentos em Segurança. 1996. 193 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção), Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, 1996. ANP. Anuário Estatístico Brasileiro Do Petróleo, Gás Natural E Biocombustíveis. Rio de Janeiro, RJ: ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), 2014. AS/NZS 4360 Risk management. 1. Ed. Sydney, Austrália: AS/NZS (Standars Australia/Standards New Zeland), 2004. CETESB. Norma Técnica P4.261, de dezembro de 2011. Risco de Acidente de Origem Tecnológica: Método para decisão e termos de referência, São Paulo, SP, dez. 2011. CONVERSO, Giuseppe. La Gestione dei Rischi nella Produzione di Beni e Servizi: Modelli Matematici di Analisi Mediante Simulazione. 2006. 406 f. Tese (Doutorado em Ingegneria Chimica, dei Materiali e della Produzione), Università degli Studi di NApoli Federico II, Napoli, Itália, 2006. FERREIRA, Inês Heitor Frazão. Gestão do Risco Industrial numa Central Termoeléctrica de Ciclo Combinado. 2008. 97 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia e Gestão Industrial), Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, Portugal, 2008. FLANAGAN, John C. The Critical Incident Technique. Psychological Bulletin, Pittsburgh, v.51, n.4, jul. 1954. GONZÁLEZ-QUIJANO, Javier García. Mejora em La Confiabilidad Operacional de las Plantas de Generación de Energía Eléctrica: Desarrollo de Una Metodología de Gestión de Mantenimiento Basado em el Riesgo (RBM). 2004. 214 f. Dissertação (Mestrado em Gestión Técnica y Económica em el Setor Eléctrico), Universidad Pontificia Comillas, Madrid, Espanha, 2004. IEC 61882. Hazard and operability studies (HAZOP studies): Application Guide. 1. Ed. Reino Unido: BSI (British Standard Institution), 2001. ISO 31000. Risk management: Principles and guidelines. 1. Ed. Geneva, Suíça: ISO (International Organization for Standardization), 2009. ISO 31010. Risk management: Risk assessment techniques. 1. Ed. Geneva, Suíça: ISO (International Organization for Standardization), 2009. 57 LEWIS, Elmer Eugene. Introduction to Reliability Engineering. EUA, John Wiley and Sons, 1987. MODARRES, Mohammad; KAMINSKIY, Mark; KRIVTSOV, Vasiliy. Reliability Engineering and Risk Analysis: A Pratical Guide. 2. Ed. Boca Raton, FL, EUA: CRC Press, 2009. MORANO, Cássia Andréa Ruotolo; MARTINS, Claudia Garrido; FERREIRA, Miguel Luiz Ribeiro. Aplicação das Técnicas de Identificação de Riscos em Empreendimentos de E & P. Engevista, Niterói, v. 8, n. 2, p. 120-133, dez. 2006. NÓBREGA, Newton Carlos Medeiros. Um Estudo Teórico da Avaliação de Riscos em Projetos de Investimento em Organizações. 2007. 63 f. Trabalho (Graduação em Engenharia de Produção), Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG, 2007. NRI. NRI MORT User’s Manual: Management Oversight & Risk Tree analytical logic diagram. 2. Ed. Holanda: NRI (The Noordwijk Risk Initiative Foundation), 2009. OLIVEIRA, Helton Luiz Santana. Gerência de Riscos. 147 f. Notas de Aula. 2014. PMBOK. Um Guia de Gerenciamento de Projetos: Guia PMBOK. 4. Ed. Pennsylvania, EUA: PMI, 2008 SANTOS, Ricardo José Shamá dos. A Gestão Ambiental em Posto Revendedor de Combustíveis como Instrumento de Prevenção de Passivos Ambientais. 2005. 217 f. Dissertação (Mestrado em Sistemas de Gestão), Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ, 2005. SUTTON, I. Process Risk and Reliability Management: Operational Integrity Management. 1. Ed. Elsevier Science, 2010. TIZZEI, Leonardo Pondian. Árvore de Eventos, Avaliação de Riscos e Redução de Perigo. Intituto de Computação, Universidade de Campinas, Campinas, SP, 1973. 58 GLOSSÁRIO 59 Atmosfera Explosiva: é a atmosfera local formada quando existe proporção de gás, vapor ou pó no ar suficiente para que uma faísca proveniente de um circuito elétrico ou do aquecimento de um aparelho provoca a explosão. Brainstorming: Técnica de discussão em grupo que se vale da contribuição espontânea de ideias por parte de todos os participantes, no intuito de resolver algum problema ou de conceber um trabalho criativo. Checklist: É uma palavra em inglês que significa "lista de verificações", e serve como um instrumento de controle, composto por um conjunto de condutas, nomes, itens ou tarefas que devem ser lembradas e/ou seguidas. Curto-Circuito: Fenômeno produzido no momento que a corrente elétrica mais forte passa por um circuito que sofre uma queda e cria uma descarga elétrica que pode danificar o mesmo circuito elétrico. Diagrama de Causa e Efeito: Também conhecido como Diagrama de Ishikawa ou Diagrama Espinha-de-peixe, é uma ferramenta gráfica utilizada para o gerenciamento e controle em processos diversos, especialmente na produção industrial. Etanol: É um álcool de origem vegetal usado como combustível para veículos, uma fonte de energia alternativa e renovável. Fluxograma: Representação gráfica de um procedimento, problema ou sistema, cujas etapas ou módulos são ilustrados de forma encadeada por meio de símbolos geométricos interconectados. Gás natural: mistura de hidrocarbonetos gasosos na qual predomina o metano, que se encontra acumulada em jazidas subterrâneas porosas, associada ou não com petróleo cru. 60 Ilha de Abastecimento: Local onde ficam posicionadas as Bombas de abastecimento para suprir os
Compartilhar