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Atividades aquáticas_ princípios físicos e respostas fisiológicas a imersão, uma revisão

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21/09/2015 Atividades aquáticas: princípios físicos e respostas fisiológicas a imersão, uma revisão
http://www.efdeportes.com/efd134/principios­fisicos­e­respostas­fisiologicas­a­imersao.htm 1/4
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Atividades aquáticas: princípios físicos e 
respostas fisiológicas a imersão, uma revisão
Actividades acuáticas: principios físicos y fisiológicos de la inmersión, una revisión
 
*Especializando em fisiologia do exercício, UFPR
Especializando em aprendizagem motora, USP
**Especializanda em fisiologia do exercício, UFPR
Mestranda em envelhecimento humano, UPF
Jorge Augusto Barbosa de Sales Dias*
Roberta Bolzani de Miranda Dias**
jojodidias@hotmail.com
(Brasil)
 
 
 
Resumo
          As práticas das atividades aquáticas vem crescendo a cada dia. Os exercícios realizados nesse meio apresentam caracteristicas fisiológicas que diferem do meio
aério devido aos princípios físicos da água. As atividades aquáticas podem ser praticadas por todos os públicos, salvo algumas restrições. O objetivo desse trabalho é
oferecer subsídios para estudantes, professores de educação física e fisioterapeutas que trabalham ou irão trabalhar com exercícios e atividades no meio aquático.
          Unitermos: Atividades aquáticas. Agua. Principios físicos
 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital ­ Buenos Aires ­ Año 14 ­ Nº 134 ­ Julio de 2009
1 / 1 
Introdução
    As atividades aquáticas Segundo Nakamura e Silveira (1998) inicia­se nos primórdios dos tempos, pois o homem
primitivo corria para caçar e também para não ser caçado. Devido a este estilo de vida, com certeza o homem caiu
várias vezes intencionalmente ou não nas águas, se desenvolvendo em ambiente aquático. De acordo com Sacchelli;
Accacio; Radi  (2007) e Skinner; Thomson  (1985) a água vem sendo utilizada para atividades que promovam bem­
estar  há  milhares  de  anos.  Finnerty  &  Corbitt(1960);  Campion  (1990)  relatam  que  a  água  era  usada  como
propriedades curativas pelos povos egípcios e muçulmanos.
        O  interesse  em  relação  as  atividades  físicas  e  aquáticas  vem  crescendo  a  cada  dia.  De  acordo  com  Tahara,
Santiago e Tahara (2006) as atividades aquáticas vêm evoluindo de maneira satisfatória de acordo com as exigências
da sociedade e do próprio ser humano, sendo uma das modalidades esportivas mais praticadas em academias, clubes,
haja vista a quantidade de pessoas que adoram se exercitar em meio líquido.
       A atividade aquática é bastante ampla, podendo ser praticada para muitos  fins,  sendo assim, podemos citar: o
coondicionamento físico em geral (força, flexibilidade, resistência cardiorrespiratória, resistência anaeróbica, equilíbrio
e  flexibilidade),  as  hidroterapias  (Halliwick,  Bad  Ragaz,  Watsu,  Ai­Chi),  recreação  (hotéis  e  spas)  e  etc.  Essas
atividades podem ser oferecidas para todas as idades, desde lactantes até idosos. Podendo ser divididas em atividades
como natação, hidroginástica, pólo aquático, técnicas de relaxamento, hidroterapia, recreação entre outros.
    São evidentes as principais diferenças da água em relação ao ar quanto ao movimento do ser humano: na água
temos a sensação de estarmos mais leves, mais ao mesmo tempo sentimos uma resistência maior para executarmos
um movimento qualquer dentro da água e sua temperatura é crítica na sensação de frio e calor que sentimos quando
em uma piscina, por exemplo (Duarte 2004).
Princípios físicos da água
    Os princípios físicos da água, os efeitos fisiológicos de um corpo em imersão, bem como as respostas fisiológicas ao
exercício no meio aquático são recursos importantes na abordagem de alunos e atletas (Gabilan et. al. 2006). Isso faz
com que as respostas  fisiológicas dos seres humanos sejam diferentes durante a execução dos exercícios em meio
líquido. Como meio para exercitar­se, a água pode ser muito benéfica para aqueles que compreendem seus princípios
e  propriedades  (Bates  e  Hanson  1988).  Por  isso  é  de  fundamental  importância  que  acadêmicos,  professores,  e
terapeutas saibam e identifiquem essas diferenças entre ar e água para o planejamento e execução das atividades.
    Segundo Caromano e Nowotny (2002) para entender os efeitos da imersão é preciso compreender alguns princípios
da  hidrostática  (considerando­se  a  imersão  em  repouso),  da  hidrodinâmica  (considerando  a  água  ou  o  corpo  em
movimento)  e  da  termodinâmica  (troca  de  calor  entre  o  corpo  e  o  meio).  Entre  esses  princípios  destacam­se  a
http://www.efdeportes.com/
mailto:jojodidias@hotmail.com
http://www.efdeportes.com/
21/09/2015 Atividades aquáticas: princípios físicos e respostas fisiológicas a imersão, uma revisão
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densidade, princípio de Arquimedes ou  flutuação, a pressão hidrostática, a viscosidade,  calor específico da água, a
refração, esteira redemoinhos e arrasto. (Harrison R e Bulstrode S. 1987; Becker et. al. 2000).
Densidade: é definida como a quantidade de massa ocupada por certo volume a determinada temperatura e
pode  ser  expressa  em  quilogramas  por  metro  cúbico  (Kg/m3)  ou  gramas  por  centímetro  cúbico  (g/cm3)
Skinner; Thomson (1985) d=m(Kg)/V(m3). A densidade depende tanto da massa de um objeto como também
do volume que aquela massa ocupa, ou seja, 1 Kg de pedra é mais denso que 1 Kg de algodão. A água pura
(4º C) possui densidade (g/cm3) de 1,00; a média do corpo humano 0,97 e a densidade do ar é de 0,001. Uma
pessoa ou objeto flutuará se sua densidade for menor que 1,0 e afundará se tiver densidade maior que 1,0 e
ficará logo abaixo da superfície se for igual a 1,0.
Princípio  de  Arquimedes  ou  flutuação:  O  princípio  de  Arquimedes  diz  que  quando  um  corpo  está  imerso
completamente ou parte dele num líquido em repouso, ele sofre um empuxo para cima, igual ao peso do líquido
deslocado. O empuxo, força exercida de baixo para cima (encontrada só em meio líquido) é uma força contraria
à  força  de  gravidade,  devido  a  essa  força  que  os  corpos  imersos  apresentam  peso  aparente  inferior  ao
apresentado no solo (Sacchelli; Accacio; Radi, 2007).
Pressão hidrostática (Lei de Pascal): Pressão é definida pela força aplicada em uma determinada área e pode
ser expressa em Newtons por quadrado (N/m2), unidade conhecida também como Pa (Pascal), ou milímetros
de mercúrio (mmHg) (Sacchelli; Accacio; Radi 2007). Lei de Pascal afirma que, quando um corpo é imerso na
água, a pressão do líquido é aplicada sobre todas as áreas da superfície do corpo imerso, sendo diretamente
proporcional à profundidade e à densidade do líquido: quanto maior a profundidade e a densidade, maior será
a pressão hidrostática exercida. (Skinner; Thomson 1985).
Viscosidade: A água é um meio mais denso que o ar, e cria resistência nos movimentos devido ao atrito com as
moléculas da água em nosso  corpo.  Princípio  importante  no  trabalho  para  o  fortalecimento  da musculatura.
(Caromano e Nowotny 2002).
Calor  específico  da  água:  Edlich  et  al  apud  Bates  e  Hanson  (1998)  cita  que  o  calor  específico  da  água  é
milhares de vezes o do ar, e a perda de calor na água é 25 vezes a do ar a dada temperatura. Esta perda de
calor pode acontecer tanto pela condução (movimento de energia térmica de algo mais quente para algo mais
frio), ou por convecção (perda de calor causada pelo movimento da água contra o corpo mesmo se a água e o
corpo estiverem na mesma temperatura). Bates e Hanson (1998).
Esteira, redemoinhos e arrasto:Becker EB apud Caromano e Nowotny, quando um objeto se move através da
água, cria­se uma diferença na pressão à frente e na traseira do objeto, sendo que a pressão traseira torna­se
menor que a dianteira. Como conseqüência, ocorre um deslocamento do fluxo de água para dentro da área de
pressão  reduzida  (denominada esteira). Na  região da esteira  forma­se  redemoinhos, que  tendem a arrastar
para trás o objeto (arrasto). Quanto mais rápido o movimento, maior o arrasto.
Respostas fisiológicas a irmersão e atividade aquática
    Entre as atividades aquáticas que promovem a saúde e bem estar encontramos diversas modalidades, para o maior
controle das práticas aquáticas é de fundamental importância saber como o corpo do ser humano responde em meio
liquído. Os dois principais motivos que diferenciam as respostas fisiológicas do meio aério e aquático são os efeitos
hidrostáticos no sistema cardiovascular e a intensificação da perda de calor na água (cerca de 25x maior do que o ar)
(Kruel et al., 2006; Alberton et al. 2006).
       Segundo Wilmore e Costil  (2002) em uma mesma  intensidade do exercício com o mesmo consumo de oxigênio
(VO2) a frequência cárdiaca tende a apresentar uma bradicardíaca em média de 8 a 13 batimentos por minuto. Isso
ocorre por causa da pressão hidrostática. A pressão hidrostática faz com que haja um aumento no retorno venoso do
sangue ao coração,  resultando assim em um maior volume de ejeção,  consequentemente a FC diminui  (Bates, A.;
Hanson, N., 1998), (Skinner; Thomson, 1985).
    O corpo humano quando imerso ao meio liquído apresenta uma intensificação da perda de calor, cerva de 25 vezes
maior que no ar (Bates e Hanson 1998). Isso faz com que o ser humano quando imerso procure o equilíbrio em sua
temperatura  corporal.  Em  1966  foi  definido  a  temoneutra,  temperatura  da  água  onde  não  ocorre  alteração  na  FC
(Craig  e Dvorak,  1966).  Está  bem  definida  na  literatura  cientifica  que  a  água  abaixo  da  temperatura  termoneutra
apresenta bradicardíaca na FC, temperaturas acima provocam taquicardíaca. Sendo que quando maior a diferença da
termoneutra maior será a variação da FC para mais ou para menos (Alberton et al. 2006).
    Os indicadores fisiológicos mais utilizados em academias e clubes são as Tabelas de Persepção Subjetiva do Esforço
21/09/2015 Atividades aquáticas: princípios físicos e respostas fisiológicas a imersão, uma revisão
http://www.efdeportes.com/efd134/principios­fisicos­e­respostas­fisiologicas­a­imersao.htm 3/4
(PSE) e  intensidades da (FC). De acordo com Ueda T. e Kurokawa T. (1995) a tabela de PSE pode ser utilizada na
natação, pois em seu estudo experimental com nadadores, foi constatado que a FC, VO2máx e níveis de lactato estão
altamente correlacionados. Indicando assim a escala de Borg como sendo um bom indicador de  intensidade para a
prática de natação. Aquatic Exercise Association (AEA) em 2001 recomenda o uso da escala de Borg na estimativa da
intensidade  dos  exercícios  na  hidroginástica.  As  escalas  subjetivas  de  esforço  parece  ser  bem  indicado  para  as
atividades aquáticas (Graef e Kruel, 2006). Uma proposta para se usar a FC em exercício aquático seria a utilização da
seguinte equação:
       FCmax na água = FCmáx em terra – ΔFC, em que ΔFC = bradicardia decorrente da  imersão (na profundidade,
temperatura e posição corporal utilizadas no exercício) (Graef e Kruel, 2006).
Conclusão
        As  respostas  fisiológicas  em meio  líquido  diferem  principalmente  por  dois  fatores,  a  pressão  hidrostática  e  a
intensificação da perda do calor na água. Profissionais que trabalham com atividades aquáticas devem observar estas
diferenças  fisiológicas  tanto  em  atividades  que  visam  a  recreação  como  para  o  treinamento,  pois  estas  variáveis
influenciam no desempenho das atividades e bem estar dos alunos e clientes. Sendo assim, exercícios realizados em
meio líquido devem ser programados e executados levando em consideração a profundidade da imersão, temperatra
da água, posição adotata para obter um resultados satisfatórios.
Referências
Alberton et al.Frequência Cardíaca em homens imersos em diferentes temperaturas de água. Rev. Port. Cien.
Desp. 3 (V) 266­273
Bates, A.; Hanson, N.; Exercícios aquáticos terapêuticos. 1ª Ed., São Paulo­Sp. Manole 1998
Becker. Princípios físicos da água. In: Ruoti , Morris , Cole. Reabilitação Aquática. São Paulo: Manole; 2000. p.
17­42
Candeloro e Caromano. Efeito de um programa de hidroterapia na flexibilidade e na força muscular de idosas.
Rev. bras. fisioter., São Carlos, v. 11, n. 4, p. 303­309, jul./ago. 2007 © Revista Brasileira de Fisioterapia
Campion. Adult Hydrotherapy: a pratical approach. Oxford: Heinemann Medical Books, 1990.
Caromano e Nowotny Fisioterapia Brasil ­ volume 3 ­ número 6 ­ nov/dez de 2002
Duarte, M. Princípios físicos da interação entre ser humano e ambiente aquático. São Paulo 2004
Finnerty, G.B.; Corbitt, T. Hydrotherapy. Nova York: Frederick Ungar,1960
Graef, Fabiane Inês e Kruel, Luiz Fernando Martins. Freqüência cardíaca e percepção subjetiva do esforço no
meio aquático: diferenças em relação ao meio terrestre e aplicações na prescrição do exercício – uma revisão*.
Rev Bras Med Esporte _ Vol. 12, Nº 4 – Jul/Ago, 2006
Harrison  R,  Bulstrode  S.  Percentage  weight­bearing  during  partial  immerson  in  the  hydrotherapy  pool.
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Mazzeo,  Robert  S.  Ph.D.;  Cavanagh,  Peter;  Evans, William  J.;  Fiatarone,  Maria;  Hagberg,  James;  McAuley,
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Exercício de Hidroginástica Executado por Mulheres em Diferentes Situações e Sem o Equipamento Aquafins.
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Torres, Larissa Lima; César, Eurico Peixoto ; Paizante, Grasiella Oliveira. A Importância da Hidroginástica na
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Wilmore, J. H.; Costill, D. L., Fisiologia do esporte e do exercício. 2 Ed. Barueri­ SP: Manole, 2001.
Yeda P. L. Gabilan, Mônica R. Perracini, Mario S. L. Munhoz, Fernando F. Ganança. Fisioterapia Aquática para
Reabilitação Vestibular. ACTA ORL(25­30 , 2006)
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