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1/20 Lista de Exercícios : Filosofia | Introdução 1. (Ueg 2017) O fenômeno da ideologia é um dos temas fundamentais tanto da reflexão filosófica quanto da sociológica. A esse respeito, verifica-se que a) Weber e outros sociólogos alemães consideram que a ideologia é um fenômeno cultural derivado da evolução cognitiva do ser humano e por isso seria objeto de estudo da psicologia, da neurologia e da filosofia, e não da sociologia. b) os filósofos contemporâneos consideram que a ideologia é melhor compreendida a partir da definição fornecida por Destutt de Tracy, segundo a qual ela é a “ciência das ideias” e por isso é objeto de estudo exclusivo da filosofia. c) Mannheim entendia que a ideologia é um produto social gerado pelas classes sociais, sendo que a ideologia, no sentido mais estrito, seria produção da classe dominante, ao passo que as classes dominadas produziriam utopias. d) Marx compreendia que a ideologia é um sistema de pensamento ilusório e que é um fenômeno que “não tem história”, sendo natural e universal, o que gerava a necessidade de substituição da ideologia burguesa pela ideologia proletária. e) Hegel produziu a abordagem filosófica mais desenvolvida de ideologia e a compreendia como sendo o estágio mais desenvolvido do pensamento humano, superando outras formas de pensamento, como o mito, a religião, a filosofia e a ciência. 2. (Enem 2016) Hoje, a indústria cultural assumiu a herança civilizatória da democracia de pioneiros e empresários, que tampouco desenvolvera uma fineza de sentido para os desvios espirituais. Todos são livres para dançar e para se divertir, do mesmo modo que, desde a neutralização histórica da religião, são livres para entrar em qualquer uma das inúmeras seitas. Mas a liberdade de escolha da ideologia, que reflete sempre a coerção econômica, revela-se em todos os setores como a liberdade de escolher o que é sempre a mesma coisa. ADORNO, T HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Zahar, 1985. A liberdade de escolha na civilização ocidental, de acordo com a análise do texto, é um(a) a) legado social. b) patrimônio político. c) produto da moralidade. d) conquista da humanidade. e) ilusão da contemporaneidade. 3. (Uel 2019) Leia o texto a seguir. O programa do esclarecimento era o desencantamento do mundo. Sua meta era dissolver os mitos e substituir a imaginação pelo saber. [..] O mito converte-se em esclarecimento, e a natureza em mera objetividade. O preço que os homens pagam pelo aumento de poder é a alienação daquilo sobre o que exercem o poder. [...] Quanto mais a maquinaria do pensamento subjuga o que existe, tanto mais cegamente ela se contenta com essa reprodução. Desse modo, o esclarecimento regride à mitologia da qual jamais soube escapar. ADORNO & HORKHEIMER. Dialética do esclarecimento. Fragmentos filosóficos. Trad. Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985. p.17; 21; 34. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a crítica à racionalidade instrumental e a relação entre mito e esclarecimento em Adorno e Horkheimer, assinale a alternativa correta. a) O mito revela uma constituição irracional, na medida em que lhe é impossível apresentar uma explicação convincente sobre o seu modo próprio de ser. b) A regressão do esclarecimento à mitologia revela um processo estratégico da razão, com o objetivo de ampliar e intensificar seus poderes explicativos. c) A explicação da natureza, instaurada pela racionalidade instrumental, pressupõe uma compreensão holística, em que as partes são incorporadas, na sua especificidade, ao todo. d) O esclarecimento implica a libertação humana da submissão à natureza, atestada pelo poder racional de diagnosticar, prever e corrigir as limitações naturais. e) O esclarecimento se caracteriza por uma explicação baseada no cálculo, do que resulta uma compreensão da natureza como algo a ser conhecido e dominado. 4. (Upe-ssa 1 2018) Em relação ao pensamento mítico, leia o texto a seguir: O homem, admirado e perplexo, diante da natureza que o cerca, sem entender o dia, a noite, o frio, o calor, o sol, a chuva, os relâmpagos, os trovões, a terra fértil ou árida, sem entender a origem da vida, a morte e o seu destino eterno, a dor, o bem e o mal, recorre aos mitos. (SOUZA, Sônia Maria Ribeiro. Um outro olhar – filosofia. São Paulo: FTD, 1995, p. 39.) A narrativa mítica tem significância para a existência humana no mundo. O mito tem uma representatividade singular para transmitir e Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 1 de 20 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 2/20 Lista de Exercícios : Filosofia | Introdução comunicar o conhecimento acerca da realidade. Sobre isso, assinale a alternativa CORRETA. a) Os relatos míticos são narrações fantasiosas, desvinculados de sentido da realidade. b) O mito está privado de coerência, e sua narrativa prende-se à existência humana no mundo. c) O pensamento mítico está desligado do desejo de dominação do mundo, e sua narrativa impõe o medo e a insegurança. d) Os mitos devem ser acolhidos na sua significância como base para a compreensão do homem na sua existência e convivência. e) A mitologia se traduz em relato ilógico sem fundamento emotivo e tenta explicar a realidade concreta. 5. (Ueg 2018) Friedrich Nietzsche (1844-1900) é um importante e polêmico pensador contemporâneo, particularmente por sua famosa frase “Deus está morto”. Em que sentido podemos interpretar a proclamação dessa morte? a) O Deus que morre é o Deus cristão, mas ainda vive o deus-natureza, no qual o homem encontrará uma justificativa e um consolo para sua existência sem sentido. b) Não fomos nós que matamos Deus, ele nos abandonou na medida em que não aceitamos o fato de que essa vida só poderá ser justificada no além, uma vez que o devir não tem finalidade. c) O Deus que morre é o deus-mercado, que tudo nivela à condição de mercadoria, entretanto o Deus cristão poderá ainda nos salvar, desde que nos abandonemos à experiência de fé. d) A morte de Deus não se refere apenas ao Deus cristão, mas remete à falta de fundamento no conhecimento, na ética, na política e na religião, cabendo ao homem inventar novos valores. e) A morte de Deus serve de alerta ao homem de que nada é infinito e eterno, e que o homem e sua existência são momentos fugazes que devem ser vividos intensamente. 6. (Ufu 2017) Leia o fragmento de autoria de Heráclito. Deus é dia e noite, inverno e verão, guerra e paz, abundância e fome. Mas toma formas variadas assim como o fogo, quando misturado com essências, toma o nome segundo o perfume de cada uma delas. BORNHEIM, G. (Org.). Os filósofos pré- socráticos. São Paulo: Cultrix, 1998, p. 40. Conforme o exposto, “Deus”, no pensamento de Heráclito, significa: a) A unidade dos contrários. b) O fundamento da religião monoteísta do período arcaico. c) Uma abstração para refutar o logos. d) A impossibilidade da harmonia no mundo. 7. (Upe-ssa 2 2017) Sobre a temática da Filosofia na História, analise o texto a seguir: Há, pois, uma inseparável conexão entre filosofia e história da filosofia. A filosofia é histórica, e sua história lhe pertence essencialmente. E, por outra parte, a história da filosofia não é uma mera informação erudita acerca das opiniões dos filósofos. Senão que é a exposição verdadeira do conteúdo real da filosofia. É, pois, com todo rigor, filosofia. A filosofia não se esgota em nenhum de seus sistemas, senão que consiste na história efetiva de todos eles. MARIAS, Julián. Historia de la Filosofia. Madrid, 1956, p. 5. Assim, é CORRETO afirmar que, na tradição histórica da filosofia, a) o racionalismo e o empirismo têm estritas relações com a solução integral do problema da vida na religião. b) os naturalistas pré-socráticosse preocuparam exclusivamente com a subjetividade e a matéria religiosa. c) o famoso lema “conhece-te a ti mesmo – torna-te consciente de tua ignorância” caracterizou o pensamento filosófico de Sócrates. d) o período da filosofia moderna é conhecido por se preocupar com as verdades reveladas. e) o período medieval teve como preocupação central a singularidade em relação ao sujeito do conhecimento. 8. (Ufu 2017) Leia a citação a seguir. A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma grande parte dos homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma direção estranha, continuem no entanto de bom grado menores durante toda a vida. São também as causas que explicam porque é tão fácil que os outros se constituam em tutores deles. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 2 de 20 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 3/20 Lista de Exercícios : Filosofia | Introdução KANT, I. Resposta à pergunta: que é “Esclarecimento”? (Aufklarung). In: ______. Textos seletos. Tradução de Raimundo Vier. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2005, p. 64. A menoridade de que fala Kant é a condição daqueles que não fazem o uso da razão. Essa condição evidencia a ausência a) do idealismo necessário para a ampliação dos horizontes existenciais. b) da autonomia para fazer uso próprio da razão sem a tutela de outrem. c) da religião encarregada de fazer feliz o homem indigente de pensamento. d) da ignorância, pois quem se deixa guiar pelos outros acerta sempre. 9. (Uel 2015) Leia os textos a seguir. Sim bem primeiro nasceu Caos, depois também Terra de amplo seio, de todos sede irresvalável sempre. HESÍODO. Teogonia: a origem dos deuses. 3.ed. Trad. de Jaa Torrano. São Paulo: Iluminuras, 1995. p.91. Segundo a mitologia ioruba, no início dos tempos havia dois mundos: Orum, espaço sagrado dos orixás, e Aiyê, que seria dos homens, feito apenas de caos e água. Por ordem de Olorum, o deus supremo, o orixá Oduduá veio à Terra trazendo uma cabaça com ingredientes especiais, entre eles a terra escura que jogaria sobre o oceano para garantir morada e sustento aos homens. “A Criação do Mundo”. SuperInteressante. jul. 2008. Disponível em: <http://super.abril.com.br/religiao/criacaomundo- 447670.shtm>. Acesso em: 1 abr. 2014. No começo do tempo, tudo era caos, e este caos tinha a forma de um ovo de galinha. Dentro do ovo estavam Yin e Yang, as duas forças opostas que compõem o universo. Yin e Yang são escuridão e luz, feminino e masculino, frio e calor, seco e molhado. PHILIP, N. O Livro Ilustrado dos Mitos: contos e lendas do mundo. Ilustrado por Nilesh Mistry. Trad. de Felipe Lindoso. São Paulo: Marco Zero, 1996. p.22. Com base nos textos e nos conhecimentos sobre a passagem do mito para o logos na filosofia, considere as afirmativas a seguir. I. As diversas narrativas míticas da origem do mundo, dos seres e das coisas são genealogias que concebem o nascimento ordenado dos seres; são discursos que buscam o princípio que causa e ordena tudo que existe. II. Os mitos representam um relato de algo fabuloso que afirmam ter ocorrido em um passado remoto e impreciso, em geral grandes feitos apresentados como fundamento e começo da história de dada comunidade. III. Para Platão, a narrativa mitológica foi considerada, em certa medida, um modo de expressar determinadas verdades que fogem ao raciocínio, sendo, com frequência, algo mais do que uma opinião provável ao exprimir o vir-a-ser. IV. Quando tomado como um relato alegórico, o mito é reduzido a um conto fictício desprovido de qualquer correspondência com algum tipo de acontecimento, em que inexiste relação entre o real e o narrado. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 10. (Enem 2015) Ora, em todas as coisas ordenadas a algum fim, é preciso haver algum dirigente, pelo qual se atinja diretamente o devido fim. Com efeito, um navio, que se move para diversos lados pelo impulso dos ventos contrários, não chegaria ao fim de destino, se por indústria do piloto não fosse dirigido ao porto; ora, tem o homem um fim, para o qual se ordenam toda a sua vida e ação. Acontece, porém, agirem os homens de modos diversos em vista do fim, o que a própria diversidade dos esforços e ações humanas comprova. Portanto, precisa o homem de um dirigente para o fim. AQUINO. T. Do reino ou do governo dos homens: ao rei do Chipre. Escritos políticos de São Tomás de Aquino. Petrópolis: Vozes, 1995 (adaptado). No trecho citado, Tomás de Aquino justifica a monarquia como o regime de governo capaz de a) refrear os movimentos religiosos contestatórios. b) promover a atuação da sociedade civil na vida política. c) unir a sociedade tendo em vista a realização do bem comum. d) reformar a religião por meio do retorno à tradição helenística. e) dissociar a relação política entre os poderes temporal e espiritual. 11. (Uea 2014) Quincas Borba leu-me daí a dias a sua grande obra. O último volume compunha- se de um tratado político, fundado no Humanitismo. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 3 de 20 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 4/20 Lista de Exercícios : Filosofia | Introdução Reorganizada a sociedade pelo método dele; nem por isso ficavam eliminadas a guerra, a insurreição, a fome, as doenças; mas sendo esses supostos flagelos verdadeiros equívocos do entendimento, destinados a não influir sobre o homem, senão como simples quebra da monotonia universal, claro está que a sua existência não impediria a felicidade humana. Mas ainda quando tais flagelos correspondessem no futuro à concepção acanhada de antigos tempos, nem por isso ficava destruído o sistema porque sendo Humanitas a substância criadora e absoluta, cada indivíduo deveria achar a maior delícia do mundo em sacrificar-se ao princípio de que descende. (ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas, 1970. Adaptado.) Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, foi publicado, em primeira edição, em 1881. O romance mantém um diálogo crítico e irônico com alguns princípios filosóficos presentes e atuantes na sociedade brasileira da segunda metade do século XIX. A filosofia política do Humanitismo, exposta pelo personagem Quincas Borba, entende que a) o conflito é o princípio gerador da civilização, o sistema político perfeito é o que promove as guerras entre os povos. b) o caminho da regeneração social é a religião suprema, a evolução social emancipa os indivíduos das imposições da história. c) a existência de Deus, comprovada cientificamente, garante aos indivíduos a paz e a concórdia eternas. d) os progressos históricos devem ser considerados de maneira global, pois o conjunto dos seres humanos predomina sobre as individualidades. e) os seres humanos, tomados isoladamente, precisam ter seus direitos particulares reconhecidos e protegidos por uma espécie de Grande Ser. 12. (Unioeste 2012) “É no plano político que a Razão, na Grécia, primeiramente se exprimiu, constituiu-se e formou-se. A experiência social pode tornar-se entre os gregos o objeto de uma reflexão positiva, porque se prestava, na cidade, a um debate público de argumentos. O declínio do mito data do dia em que os primeiros Sábios puseram em discussão a ordem humana, procuraram defini-la em si mesma, traduzi-la em fórmulas acessíveis a sua inteligência, aplicar-lhe a norma do número e da medida. Assim se destacou e se definiu um pensamento propriamente político, exterior a religião, com seu vocabulário, seus conceitos, seus princípios, suas vistas teóricas. Este pensamento marcou profundamente a mentalidade do homem antigo;caracteriza uma civilização que não deixou, enquanto permaneceu viva, de considerar a vida pública como o coroamento da atividade humana”. Considerando a citação acima, extraída do livro As origens do pensamento grego, de Jean Pierre Vernant, e os conhecimentos da relação entre mito e filosofia, é incorreto afirmar que a) os filósofos gregos ocupavam-se das matemáticas e delas se serviam para constituir um ideal de pensamento que deveria orientar a vida pública do homem grego. b) a discussão racional dos Sábios que traduziu a ordem humana em fórmulas acessíveis a inteligência causou o abandono do mito e, com ele, o fim da religião e a decorrente exclusividade do pensamento racional na Grécia. c) a atividade humana grega, desde a invenção da política, encontrava seu sentido principalmente na vida pública, na qual o debate de argumentos era orientado por princípios racionais, conceitos e vocabulário próprios. d) a política, por valorizar o debate publico de argumentos que todos os cidadãos podem compreender e discutir, comunicar e transmitir, se distancia dos discursos compreensíveis apenas pelos iniciados em mistérios sagrados e contribui para a constituição do pensamento filosófico orientado pela Razão. e) ainda que o pensamento filosófico prime pela racionalidade, alguns filósofos, mesmo após o declínio do pensamento mitológico, recorreram a narrativas mitológicas para expressar suas ideias; exemplo disso e o “Mito de Er” utilizado por Platão para encerrar sua principal obra, A República. 13. (Uff 2012) A grande contribuição de Tomás de Aquino para a vida intelectual foi a de valorizar a inteligência humana e sua capacidade de alcançar a verdade por meio da razão natural, inclusive a respeito de certas questões da religião. Discorrendo sobre a “possibilidade de descobrir a verdade divina”, ele diz que há duas modalidades de verdade acerca de Deus. A primeira refere-se a verdades da revelação que a razão humana não consegue alcançar, por exemplo, entender como é possível Deus ser uno e trino. A segunda modalidade é composta de verdades que a razão pode atingir, por exemplo, que Deus existe. A partir dessa citação, indique a afirmativa que melhor expressa o pensamento de Tomás de Aquino. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 4 de 20 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 5/20 Lista de Exercícios : Filosofia | Introdução a) A fé é o único meio do ser humano chegar à verdade. b) O ser humano só alcança o conhecimento graças à revelação da verdade que Deus lhe concede. c) Mesmo limitada, a razão humana é capaz de alcançar certas verdades por seus meios naturais. d) A Filosofia é capaz de alcançar todas as verdades acerca de Deus. e) Deus é um ser absolutamente misterioso e o ser humano nada pode conhecer d’Ele. 14. (Unimontes 2012) No final da Idade Média, os teóricos cristãos concebem uma teoria política baseada na origem divina do poder. O que fundamenta o poder político não é mais a natureza ou a razão, mas sim a vontade de Deus. Os fundamentos para esse modo de pensar eram buscados em duas fontes. Marque a alternativa correta. a) A Escritura Sagrada e o Direito Romano. b) Os Mitos e a religião. c) A política e a religião. d) No Direito Romano e nas histórias e fábulas. 15. (Ueg 2012) Uma pesquisa publicada em março de 2011 informa que o sentimento religioso está diminuindo nos países ricos e que, em algumas décadas, o ateísmo pode se tornar majoritário nessas regiões. Independentemente de concordar ou não com as conclusões da pesquisa, filosoficamente, tal perspectiva pode ser relacionada a a) Descartes e sua noção de que Deus existe na medida em que existe a ideia de Deus e ela está no homem, mas não veio do homem. b) Marx, que definiu a religião como o “ópio do povo”, considerando que as condições materiais interferem nas crenças. c) Sartre e a noção existencialista de que todo homem é livre e deve se responsabilizar por essa liberdade. d) Spinoza e sua perspectiva de um deus panteísta, um deus que seria as próprias leis da natureza. 16. (Uel 2011) Leia o texto a seguir. Francis Bacon, em sua obra Nova Atlântida, imagina uma utopia tecnocrática na qual o sofrimento humano poderia ser removido pelo desenvolvimento e pelo aperfeiçoamento do conhecimento científico, o qual permitiria uma crescente dominação da natureza e um suposto afastamento do mito. Na obra Dialética do Esclarecimento, Adorno e Horkheimer defendem que o projeto iluminista de afastamento do mito foi convertido, ele próprio, em mito, caindo no dogmatismo e em numa forma de mitologia. O progresso técnico-científico consiste, para Adorno e Horkeheimer, no avanço crescente da racionalidade instrumental, a qual é incapaz de frear iniciativas que afrontam a moral, como foram, por exemplo, os campos de concentração nazistas. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o desenvolvimento técnico-científico, é correto afirmar: a) Bacon pensava que o incremento da racionalidade instrumental aliviaria as causas do sofrimento humano, apesar de a razão, a longo prazo, sucumbir novamente ao mito. b) Adorno e Horkheimer concordavam que o progresso científico não consegue superar o mito, mas se torna um tipo de concepção mítica incapaz de discriminar o que é certo do que é errado moralmente. c) Adorno e Horkheimer sustentavam que o crescente avanço da racionalidade instrumental consistia num incremento da capacidade humana de avaliar moralmente. d) Bacon apontava que o aumento da capacidade de domínio do homem sobre a natureza conduziria os seres humanos a uma forma de dogmatismo. e) Tanto Adorno e Horkheimer quanto Bacon viam o progresso técnico e científico como a solução para os sofrimentos humanos e para as incertezas morais humanas. 17. (Unesp 2011) Parece notícia velha, mas a ciência e o ensino da ciência continuam sob ataque. No portal ‘www.brasilescola.com’ há um texto de Rainer Sousa, da Equipe Brasil Escola, que discute a origem do homem. No final, o texto diz: “sendo um tema polêmico e inacabado, a origem do homem ainda será uma questão capaz de se desdobrar em outros debates. Cabe a cada um adotar, por critérios pessoais, a corrente explicativa que lhe parece plausível”. “Critérios pessoais” para decidir sobre a origem do homem? A religião como “corrente explicativa” sobre um tema científico, amplamente discutido e comprovado, dos fósseis à análise genética? Como é possível essa afirmação de um educador, em pleno século 21, num portal que leva o nome do nosso país e se dedica ao ensino? (Marcelo Gleiser. Folha de S.Paulo, 13.02.2011. Adaptado.) O pensamento de Marcelo Gleiser é expresso por meio de uma a) perspectiva conciliatória entre religião e ciência acerca da origem do homem. b) abordagem do conflito entre criacionismo e evolucionismo sob um ponto de vista liberal, defendendo a liberdade individual para escolher qual adotar. c) pressuposição de que a teoria da evolução das espécies de Charles Darwin é anacrônica e, Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 5 de 20 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 6/20 Lista de Exercícios : Filosofia | Introdução portanto, inapropriada para explicar a origem do homem. d) crítica da posição adotada pela Equipe Brasil Escola, por seu teor de irracionalismo. e) pressuposição segundo a qual, no que tange à origem do homem, os critérios subjetivos devem prevalecer sobre os critérios empíricos. 18. (Uel 2010) Leia atentamente os textos abaixo, respectivamente, de Platão e de Aristóteles: [...] a admiração é a verdadeira característica do filósofo. Não tem outra origem a filosofia. (PLATÃO. Teeteto. Tradução de Carlos Alberto Nunes. Belém: Universidade Federal do Pará, 1973. p. 37.) Com efeito, foi pela admiração que os homens começarama filosofar tanto no princípio como agora; perplexos, de início, ante as dificuldades mais óbvias, avançaram pouco a pouco e enunciaram problemas a respeito das maiores, como os fenômenos da Lua, do Sol e das estrelas, assim como a gênese do universo. E o homem que é tomado de perplexidade e admiração julga-se ignorante (por isso o amigo dos mitos é, em certo sentido, um filósofo, pois também o mito é tecido de maravilhas); portanto, como filosofavam para fugir à ignorância, é evidente que buscavam a ciência a fim de saber, e não com uma finalidade utilitária. (ARISTÓTELES. Metafísica. Livro I. Tradução Leonel Vallandro. Porto Alegre: Globo, 1969. p. 40.) Com base nos textos acima e nos conhecimentos sobre a origem da filosofia, é correto afirmar: a) A filosofia surgiu, como a mitologia, da capacidade humana de admirar-se com o extraordinário e foi pela utilidade do conhecimento que os homens fugiram da ignorância. b) A admiração é a característica primordial do filósofo porque ele se espanta diante do mundo das ideias e percebe que o conhecimento sobre este pode ser vantajoso para a aquisição de novas técnicas. c) Ao se espantarem com o mundo, os homens perceberam os erros inerentes ao mito, além de terem reconhecido a impossibilidade de o conhecimento ser adquirido pela razão. d) Ao se reconhecerem ignorantes e, ao mesmo tempo, se surpreenderem diante do anseio de conhecer o mundo e as coisas nele contidas, os homens foram tomados de espanto, o que deu início à filosofia. e) A admiração e a perplexidade diante da realidade fizeram com que a reflexão racional se restringisse às explicações fornecidas pelos mitos, sendo a filosofia uma forma de pensar intrínseca às elaborações mitológicas. 19. (Unicentro 2010) “Os poemas homéricos têm por fundamento uma visão de mundo clara e coerente. Manifestam-na quase a cada verso, pois colocam em relação com ela tudo quanto cantam de importante – é, antes de mais nada, a partir dessa relação que se define seu caráter particular. Nós chamamos de religiosa essa cosmovisão, embora ela se distancie muito da religião de outros povos e tempos. Essa cosmovisão da poesia homérica é clara e coerente. Em parte alguma ela enuncia fórmulas conceituais à maneira de um dogma; antes se exprime vivamente em tudo que sucede, em tudo que é dito e pensado. E embora no pormenor muitas coisas resultem ambíguas, em termos amplos e no essencial, os testemunhos não se contradizem. É possível, com rigoroso método, reuni-los, ordená-los, fazer lhes o cômputo, e assim eles nos dão respostas explícitas às questões sobre a vida e a morte, o homem e Deus, a liberdade e o destino (...).” (OTTO. Os deuses da Grécia: a imagem do divino na visão do espírito grego. 1ª Ed., trad. [e prefácio] de Ordep Serra. – São Paulo: Odysseus Editora, 2005 - p. 11.) Com base no texto, e em seus conhecimentos sobre a função dos mitos na Grécia arcaica, assinale a alternativa correta. a) De acordo com os poemas homéricos, os deuses em nada poderiam interferir no destino dos humanos e, assim, a determinação divina (ananque) se colocava em segundo plano, uma vez que era o acaso (tykhe) quem governava, isto é, possuía a função de ensinar ao homem o que este deveria escolher no momento de sua livre ação. b) As poesias de Homero sempre mantiveram a função de educar o homem grego para o pleno exercício da atividade racional que surgiria no século VI a.C., uma vez que, de acordo com historiadores e helenistas, não houve uma ruptura na passagem do mito para o logos, mas sim um processo gradual e contínuo de enraizamento histórico que culminou no advento da filosofia. c) Os mitos homéricos serviram de base para a educação, formação e visão de mundo que o homem grego arcaico possuía. Em seus cânticos, Homero justapõe conceitos importantes como harmonia, proporção e questionamentos a respeito dos princípios, das causas e do porquê das coisas. Embora todas essas instâncias apresentavam-se como tal, os mitos não deixaram de lado o caráter mágico, fictício e fabular em que eram narrados. d) O mito já era pensamento. Ao formalizar os versos de sua poesia, Homero inaugura uma modalidade literária bem singular no ocidente. As ações dos deuses e dos homens, por exemplo, sempre Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 6 de 20 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 7/20 Lista de Exercícios : Filosofia | Introdução obedeceram a uma ordem pré-estabelecida, a qual sempre revelou uma lógica racional em funcionamento. e) Os mitos tiveram função meramente ilustrativa na educação do homem grego, pois o caráter teórico e abstrato da cultura grega apagou em grande parte os aspectos que se revelariam relevantes na poesia grega. 20. (Uenp 2010) Considere as alternativas abaixo e assinale a única que não pode ser considerada como causa do surgimento da filosofia na Grécia Clássica. a) A filosofia pode ser considerada um “milagre grego”, sem ter qualquer relação com as circunstâncias históricas específicas da civilização helênica, surgiu como desdobramento espontâneo de suas formas de vida, devendo-se unicamente a genialidade do espírito grego. b) Os poemas homéricos embora ricos em imaginação apenas raramente caem na descrição do monstruoso e do disforme, o que é raro entre as manifestações artísticas dos povos antigos, isso indica, que já na literatura homérica há uma preocupação com a harmonia, a proporção, o limite e a medida, categorias fundamentais para o desenvolvimento da filosofia, principalmente da ontologia. c) O orfismo, que era uma espécie de religião privada, praticada pelos gregos, acreditava na imortalidade da alma, além disso, a religião órfica rompia com o naturalismo, e era difundida sem dogmas ou de custódios dos dogmas, deixando ampla liberdade para o pensamento filosófico. d) O surgimento da polis, principalmente o desenvolvimento da ideia de lei e de justiça como expressão da vontade coletiva publica (democracia), e o consequente rompimento com modelos teocráticos de organização do Estado, privilegiando o espaço publico e o debate coletivo de ideias, é fator fundamental para o surgimento da filosofia entre os gregos. e) Os gregos desenvolveram de forma considerável o pensamento cientifico na antiguidade clássica, por exemplo: transformaram em matemática os expedientes práticos para medir, contar e calcular; transformaram em astronomia aquilo que era pratica de adivinhação e previsão do futuro; transformaram em medicina as práticas misteriosas de grupos religiosos relacionadas com o conhecimento das causas e das curas das doenças. 21. (Uenp 2010) O Renascimento é um período que compreende o fim da Idade Média e o Início da Idade Moderna, entre os séculos XIV e XVI, e tem alcance em diversos campos da sociedade, do saber e da arte. Por causa disso é classificado por muitos estudiosos como um período de transição, não mais medieval, mas ainda não moderno. Autores recentes como Michel Foucault, no entanto, ampliaram o valor do Renascimento sustentando que ele constitui um sistema completo. Sobre o período é incorreto afirmar que: a) Os humanistas resgataram o conceito romano de studia humanitatis. Entre suas preocupações estava o ensino do latim, da retórica e da filosofia moral. Resgataram em seus textos o valor do homem, o colocando no centro da cultura como valor maior, em contraposição a Deus, que o era durante a Idade Média. b) Maquiavel tem como uma de suas propostas teóricas a demarcação do objeto de estudo da política, bem como a sua separação da ética, da moral e da religião. Maquiavel é considerado por isso como o fundador da ciência política, ou da filosofia política moderna. c) A propriedade privada, recém ressurgida na época, é vista como um empecilho à pratica da virtude humana, por alguns humanistas. Para Tomas More, o homem deveria viver deacordo com a natureza, dai seu esforço de defender uma nova civilização. Muitas vezes, a critica social de A Utopia parece estar endereçada à Inglaterra, lugar onde More nasceu. d) Uma das preocupações recorrentes dos que escrevem sobre Utopia é delinear a educação dos jovens, e isso é um tema central da Cidade do Sol de Campanella, onde os jovens receberiam todo tipo de instrução e até os muros da cidade seriam decorados com todo o saber conhecido. Essa preocupação já estava presente na filosofia grega antiga, por exemplo, em Platão. e) Os humanistas de um modo geral criticaram o movimento de reforma religiosa, tendo em vista que eram em sua maioria católicos e percebiam que, se o projeto da reforma fosse levado a cabo, a Igreja Católica perderia sua hegemonia cultural e religiosa, fortalecendo o paganismo clássico que renascia. 22. (Ufsj 2010) “Toda proposição formulada pela religião ou pela moral encerra esse erro; sacerdotes e legisladores da moral são os promotores dessa perversão da razão”. Assinale a alternativa que explicita o erro ao qual Nietzsche se refere. a) Erro da confusão entre a causa e o efeito. b) Erro da indulgência. c) Erro dos pressupostos éticos. d) Erro das causas imaginárias, que destrói toda a possibilidade da razão existencial. 23. (Ufu 2010) Friedrich Nietzsche (1844 – 1900) opõe à moral tradicional, herdeira do Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 7 de 20 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 8/20 Lista de Exercícios : Filosofia | Introdução pensamento socrático-platônico e da religião judaica- cristã, a transvaloração de todos os valores. Conforme Aranha e Arruda (2000): “Ao fazer a crítica da moral tradicional, Nietzsche preconiza a ‘transvaloração de todos os valores’. Denuncia a falsa moral, ‘decadente’, ‘de rebanho’, ‘de escravos’, cujos valores seriam a bondade, a humildade, a piedade e o amor ao próximo”. Desta forma, opõe a moral do escravo à moral do senhor, a nova moral. (ARANHA, M. L. de A. e MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2000, p. 286.) Assinale a alternativa que contenha a descrição da “moral do senhor” para Nietzsche. a) É caracterizada pelo ódio aos instintos; negação da alegria. b) É negativa, baseada na negação dos instintos vitais. c) É transcendental; seus valores estão no além- mundo. d) É positiva, baseada no sim à vida. 24. (Unicentro 2010) Qual dos argumentos abaixo não caracteriza a crítica feita pela Escola de Frankfurt à razão ocidental? a) A Escola de Frankfurt confronta-se com a questão da autodestruição da razão, examinando o acasalar de razão e barbárie na história, comprometendo-se, assim, a pensar como é que a razão humana pôde entrar em um conflito tão radical consigo própria. b) Para os filósofos da Escola de Frankfurt, principalmente para Adorno e Horkheimer, há uma implicação paradoxal da razão ocidental e do mito: o próprio mito já é razão e a razão volta a ser mitologia da modernidade burguesa, isto é, se o mito se baseia na imitação dos fenômenos naturais, a ciência moderna substitui a mimese pelo princípio de identidade. c) Segundo os filósofos da Escola de Frankfurt, a racionalidade moderna deve contrapor ao irracionalismo inerente a sua própria constituição, uma visão instrumental da razão, na tentativa de adequar meios e fins. Para esses filósofos, a razão deve observar e normatizar, calcular, classificar e dominar a natureza, controlando as incoerências, injustiças e os acasos da vida. d) A racionalidade ocidental configura-se, na crítica feita pela Escola de Frankfurt, como razão de dominação e controle da natureza exterior e interior. Ao separar sujeito e objeto, corpo e alma, natureza e cultura, destitui o indivíduo de seu aspecto empírico e singular, transformando-o em um autômato. e) Para a Escola de Frankfurt, a racionalidade moderna adota a mesma atitude com relação aos objetos que o ditador em relação aos homens: conhece-os para melhor os dominar. A crítica desses filósofos se dirigiu a um tipo de saber que quer ser sinônimo de poder, e que tem a técnica como sua essência. 25. (Ufu 2010) Para Marx, o materialismo histórico é a aplicação do materialismo dialético ao campo da história. Conforme Aranha e Arruda (2000) “Marx inverte o processo do senso comum que pretende explicar a história pela ação dos ‘grandes homens’ ou, às vezes, até pela intervenção divina. Para o marxismo, no lugar das ideias, estão os fatos materiais; no lugar dos heróis, a luta de classes”. Assim, para compreender o homem é necessário analisar as formas pelas quais ele reproduz suas condições de existência, pois são estas que determinam a linguagem, a religião e a consciência. (ARANHA, M. L. de A. e MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2000, p. 241.) A partir da explicação acima e dos seus conhecimentos sobre o pensamento de Karl Marx, assinale a alternativa que indica, corretamente, os dois níveis de “condições de existência” para Marx. a) Infraestrutura (ou estrutura), caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza; e superestrutura, caracterizada pelas estruturas jurídico-políticas e ideológicas. b) Infraestrutura (ou estrutura), caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza; e materialismo dialético, que é na verdade a forma pela qual o homem produz os meios de sobrevivência. c) Modos de produção, caracterizados pelo pensamento filosófico dos socialistas utópicos; e o imperialismo, característica máxima do capitalismo industrial. d) Imperialismo, característica do capitalismo industrial; e infraestrutura (ou estrutura), caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza. 26. (Unicentro 2010) “Primeiro foi o espanto, depois o despertar crítico e a decepção. O ser humano queria uma explicação para o mundo, uma ordem para o caos. Ele queria, enfim, a verdade. Essa busca da verdade tornou-se cada vez mais exigente com o conhecimento que adquiria e transmitia. Ambicioso, o homem sentia uma necessidade crescente de entender e explicar de maneira clara, coerente e precisa. Essa busca do saber fez nascer a filosofia.” Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 8 de 20 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 9/20 Lista de Exercícios : Filosofia | Introdução (COTRIM. Fundamentos da filosofia: história e grandes temas. 16ª Ed., São Paulo: Saraiva, 2006 - pp.49-50.). Assinale a alternativa que caracteriza corretamente a atitude filosófica. a) O conhecimento filosófico é uma conquista recente da humanidade: no pensamento grego antigo, filosofia e mitologia encontravam-se unidas e só vieram a se separar no século XVII, com a ciência galileana. b) A atitude filosófica caracteriza-se pela passagem do senso comum para o bom senso: enquanto o senso comum é conhecimento acrítico e fragmentário da realidade, o bom senso trata de organizá-lo criticamente em um todo coerente, o qual podemos chamar de filosofia de vida. c) A dúvida e a incerteza do pensamento caracterizam exemplarmente a atitude filosófica: “Só sei que nada sei” é, desde Sócrates, a proposição que expressa o método, por excelência, da filosofia. d) As indagações filosóficas se realizam de modo não sistemático, são perguntas sobre a capacidade e a finalidade humanas para conhecer e agir. e) A exigência de rigor, clareza e crítica é própria da atitude filosófica. Em seu exercício ordinário, a filosofia é essencialmente teórica, mas isso não significa que ela esteja à margem do real (do mundo). TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES: Entrevista com Jean-Pierre Vernant O francês Jean-Pierre Vernant é considerado o maior helenista vivo. Nome familiar aos estudantes de filosofia, o autor francês tem vários livros publicados em português, entreeles Universo, os Deuses, os Homens (Cia. das Letras), As Origens do Pensamento Grego (Bertrand Brasil), A Morte nos Olhos (Zahar), Mito e Sociedade na Grécia Antiga (José Olympio), Mito e Tragédia na Grécia Antiga (Perspectiva). Sai agora no Brasil outro volume fundamental, Entre Mito & Política, antologia de textos, uma espécie de "suma" de toda uma vida de pesquisador. Nascido em 1914, Vernant participou ativamente da Resistência francesa e nunca abandonou sua vocação de militante. Fato que contrasta, em aparência, com o clichê do intelectual isolado em sua torre de marfim. Ao contrário, Vernant, que carrega a justa fama de ter colocado os estudos helênicos em outro nível, poderia lembrar que foi na Grécia antiga que o ser humano foi definido como animal político. No novo livro, ele trafega entre mito e política com dupla mão de direção: investigando o que há de político no mito e o que há de mítico na política. Tudo muito atual, embora às vezes ele fale de fatos e gente de 2.500 anos atrás. Na verdade, Vernant olha o passado para melhor entender o presente. A civilização da Grécia antiga é comumente sintetizada entre nós numa fórmula: o milagre grego. O sr. aceita isso? Vernant - Absolutamente não! Essa ideia, expressa por Renan e amplamente retomada depois dele, segundo a qual a Grécia, e somente a Grécia, teria inventado a razão, o pensamento científico, a filosofia e todos os grandes valores universais, parece-me inaceitável. É verdade que, por volta do século 7.º antes de nossa era, houve um conjunto de fenômenos complexos. Em primeiro lugar, a passagem de uma civilização oral para uma cultura escrita e de uma palavra poética e profética - a de Homero e Hesíodo - para um discurso lógico e demonstrativo - o de Platão e Aristóteles. Ao mesmo tempo, o antigo sistema de governo, mantido por um rei ou por um grupo aristocrático, dá lugar à organização da cidade (polis), na qual todos os cidadãos podem discutir igualmente e concorrer à decisão coletiva. No seio desse duplo processo cultural e político, é impossível discernir onde está a causa e o efeito. Entretanto, o triunfo do logos na era clássica foi desfavorável aos gregos, cuja civilização não tem, portanto, nada de miraculosa: na realidade, não tentavam compreender o que contradiz a esse princípio lógico de identidade, particularmente os fenômenos exteriores, que não se prestam a demonstrações nem ao cálculo. É por isso que não existiu na realidade uma física grega, por causa da ausência da experimentação e da aplicação do cálculo à realidade. O surgimento e a afirmação do discurso lógico não deveriam levar ao desaparecimento do mito? Vernant - Mythos significa apenas relato, narração, embora, entre os gregos, os termos mythos e logos não se oponham entre si. Essa palavra serve hoje para designar, na história do pensamento grego, uma tradição transmitida oralmente e que não se insere na ordem do racional. Observe que os mythoi (mitos) não são um apanágio dos gregos. Nossa ciência atual está repleta de mithos: por acaso o big- bang original de nossos cientistas seria muito diferente do chaos (caos) evocado por Hesíodo, esse camponês da Beócia do século 8.º antes de Cristo? As narrativas da origem transmitidas pelos mitos continuam inteiramente atuais na Grécia clássica, porque respondem a desafios relacionados com a identidade: o grego sabe de onde é porque conhece de cor todas essas histórias. Além disso, essas narrativas transmitem modos de ser e de comportar- se. Em Homero, aprende-se a trabalhar, a navegar, a fazer a guerra e a morrer - afirmava Platão. A tradição mitológica define assim um estilo exemplar Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 9 de 20 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 10/20 Lista de Exercícios : Filosofia | Introdução de existência, nos planos moral e estético, que para os gregos se confundem. A mitologia assim descrita exprime o essencial da religião grega? Vernant - Não. Apenas em parte. Naturalmente, ela se refere a deuses aos quais devem ser rendidas honras, junto aos quais os humanos se sentem inferiores ao nada e cujo brilho divino não chega até os mortais porque estes não são dignos. Mas a religião está relacionada também com a prática, com rituais que acompanham e ordenam todos os gestos da existência. De fato, a religião está em toda a parte, no modo de comer, de entrar e sair, de se reunir na "agorá". Nada separa a esfera religiosa da esfera civil: o religioso é político, o político é religioso. Na vida coletiva, a irreligião é inconcebível. O Estado de São Paulo, Caderno 2, 05/08/2001 27. (Uenp 2010) De acordo com o texto, é correto afirmar: a) A filosofia foi um milagre dos gregos. b) A filosofia desenvolveu-se na Grécia em decorrência de características específicas do povo grego. c) O triunfo da razão, na cultura grega , foi bastante favorável à civilização grega. d) Não houve desenvolvimento de uma física entre os gregos porque eles não aplicavam o cálculo à realidade. e) O desenvolvimento da democracia não guarda qualquer relação com o surgimento da filosofia na Grécia, visto que se trata apenas de uma manifestação cultural. 28. (Uenp 2010) Sobre a religião dos gregos, assinale a alternativa correta. a) A mitologia está estritamente associada à religião. b) A religião está associada à vida prática do grego, e transcende o ritual para ordenar todos os gestos da existência. c) Na vida coletiva, era comum que o grego não fosse religioso. d) A religião e a política não se misturavam entre os gregos. e) Os deuses gregos são muito parecidos com os homens (possuem características antropomórficas), por isso o grego não se sente inferior a eles. 29. (Uenp 2010) Pierre Vernant é um grande estudioso da mitologia. De acordo com o seu pensamento, assinale a alternativa incorreta. a) O mito é uma propriedade característica da cultura grega. b) A palavra mito significa relato, narração. c) Mito e filosofia não são realidades opostas, na verdade existe uma relação de complementaridade entre os dois. d) A ciência contemporânea se utiliza de mitos. e) As narrativas mitológicas, além de trazer informações sobre a origem, transmite ao grego um modo de ser e comportar-se, o que caracteriza sua identidade. 30. (Ufma 2009) O homem sempre buscou explicações sobre os aspectos essenciais da realidade que o cerca e sobre sua própria existência. Na Grécia antiga, antes da filosofia surgir, essas explicações eram dadas pela mitologia e tinham, portanto, um forte caráter religioso. Historicamente, considera-se que a filosofia tem inicio com Tales de Mileto, em razão de ele ter afirmado que “a água é a origem e a matriz de todas as coisas”. Nesse sentido, pode-se dizer que a frase de Tales tem caráter filosófico pelas seguintes razões: a) Porque destaca a importância da água para a vida; porque faz referência aos deuses como causa da realidade e, porque nela, embora apenas subentendido, esta contido o pensamento: “tudo é matéria”. b) Porque enuncia algo sobre a origem das coisas; porque o faz sem imagem e fabulação e porque nela, embora apenas subentendido, está contido o pensamento: “tudo é um”. c) Porque narra uma lenda; porque narra essa lenda através de imagens e fabulação e porque nela, embora apenas subentendido, está contido o pensamento: “tudo é movimento”. d) Porque enuncia uma verdade revelada por Deus; porque o faz através da imaginação e, porque nela, embora apenas subentendido, esta contido o pensamento: “o homem e a medida de todas as coisas”. e) Porque enuncia algo sobre a origem das coisas; porque o faz recorrendo a deuses e a imaginação e, porque nela, embora apenas subentendido, está contido o pensamento: “conhece-te a ti mesmo”. 31. (Uenp 2009) “Dividiu-se em três partes o Universo, e cada qual logrou sua dignidade. Coube-me habitaro mar alvacento, quando se tiraram as sortes, a Hades couberam as brumosas trevas e coube a Zeus o vasto Céu, no éter, e as nuvens. A terra ainda é comum a todos, assim como o vasto Olimpo” Segundo o texto de Homero, a origem do Universo é explicada pela divisão feita por Cronos entre seus três filhos: Poseidon, Hades e Zeus. A visão mítica revelada por relatos como esse permeou as sociedades gregas e romanas da Antiguidade e atribuiu um caráter religioso a seu legado artístico e cultural. As religiões e as mitologias são formas de explicar os mistérios do mundo que tiveram grande importância para a formação dos povos da Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 10 de 20 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 11/20 Lista de Exercícios : Filosofia | Introdução Antiguidade. A mitologia grega, por exemplo, criou narrativas sobre a natureza, os sentimentos humanos presentes no imaginário do mundo ocidental. Dessa perspectiva, analise os enunciados a seguir: I. O mito de Prometeu continua sendo lembrado na atualidade, representando a possibilidade do ser humano de desafiar os deuses e construir a cultura. II. O mito de Édipo tem relação com a ideia de destino e com a dificuldade dos seres humanos diante das dificuldades da vida. III. Os deuses gregos eram poderosos e imortais, não tinham as fraquezas humanas e dominavam o mundo com sua astúcia. IV. Muitas obras da literatura grega se inspiraram nas histórias vividas pelos mitos, com destaque especial para as obras de Homero. V. A mitologia grega se desenvolveu sem vínculos com a religião da época; os mitos e os deuses eram cultuados de forma totalmente independente. Assinale a alternativa correta: a) I, II, III são verdadeiras; IV e V são falsas. b) apenas V é falsa. c) todas são verdadeiras. d) todas são falsas. e) apenas I é verdadeira. 32. (Ufma 2009) “Embora esses dogmas pertençam à religião, os utopianos pensam que a razão pode induzir, por si mesma, a crer neles e aceitá-los. Não hesitam em declarar que, na ausência desses princípios, fora preciso ser estúpido para não procurar o prazer por todos os meios possíveis, criminosos ou legítimos. A virtude consistiria, então, em escolher, entre duas volúpias, a mais deliciosa, a mais picante; e em fugir dos prazeres que se seguissem dores mais vivas do que o gozo que tivessem proporcionado” (MORE, Thomas. A utopia. Trad. Luis de Andrade, São Paulo: Nova Cultural, 1988. Col. Os Pensadores) A questão sobre a natureza da felicidade humana e a possibilidade de sua realização é uma das principais questões estudadas pela filosofia grega antiga, sendo discutida no interior de uma ética e relacionada a noções de virtude e de justiça. Sabe- se que uma das características principais do humanismo, presente no pensamento renascentista, é justamente a releitura dos filósofos antigos, buscando integra-los a concepção cristã de vida. A concepção ética do povo utopiano, descrita na obra A utopia, de Thomas More pode ser considerada, em suas linhas gerais, uma revalorização de que corrente filosófica grega? a) Dos sofistas, na medida em que defende que a felicidade consiste em obter o máximo de prazer possível, especialmente os que nos advém das honras, do sucesso e das riquezas materiais. b) Do platonismo, na medida em que separa os prazeres em duas classes: os relacionados ao corpo e os relacionados à alma, e que a felicidade estaria no gozo dos prazeres relacionados a alma, devendo-se desprezar os prazeres do corpo. c) Do estoicismo, na medida em que defende que a felicidade consiste na tranquilidade ou ausência de perturbação, alcançada através do autocontrole, da contenção e da austeridade, desprezando-se todo tipo de prazer. d) Do aristotelismo, na medida em que defende que a felicidade á uma “virtude da alma segundo a virtude perfeita” e que essa virtude consistiria em uma espécie de mediania, de meio termo entre dois extremos. e) Do epicurismo, na medida em que defende que a felicidade consiste no gozo dos prazeres, mas não de todo e qualquer prazer, apenas os bons e honestos, devendo ser rejeitados os que levam a dores mais intensas do que o gozo que proporcionam. 33. (Ufsm 2009) A afirmação “Os homens libertam-se pouco a pouco da brutalidade, quando de nenhum modo se procura intencionalmente nela os conservar” foi usada por Immanuel Kant, em 1784, para expressar uma importante reivindicação do iluminismo. (KANT, I. Resposta à pergunta: que é o iluminismo?) A citação se refere à passagem I. da superstição à religião. II. do mito ao conceito. III. da heteronomia à autonomia. Está(ao) correta(s) a) I apenas. b) II apenas. c) III apenas. d) I e III apenas. e) II e III apenas. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Texto 1 Eis aqui, portanto, o princípio de quando se decidiu fazer o homem, e quando se buscou o que devia entrar na carne do homem. Havia alimentos de todos os tipos. Os animais ensinaram o caminho. E moendo então as espigas Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 11 de 20 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 12/20 Lista de Exercícios : Filosofia | Introdução amarelas e as espigas brancas, Ixmucaná fez nove bebidas, e destas provieram a força do homem. Isto fizeram os progenitores, Tepeu e Gucumatz, assim chamados. A seguir decidiram sobre a criação e formação de nossa primeira mãe e pai. De milho amarelo e de milho branco foi feita sua carne; de massa de milho foram feitos seus braços e as pernas do homem. Unicamente massa de milho entrou na carne de nossos pais. (Adaptado: SUESS, P. Popol Vuh: Mito dos Quiché da Guatemala sobre sua origem do milho e a criação do mundo. In: A conquista espiritual da América Espanhola: 200 documentos – Século XVI. Petrópolis: Vozes, 1992, p. 32-33.) Texto 2 “Se você é o que você come, e consome comida industrializada, você é milho”, escreveu Michael Pollan no livro O Dilema do Onívoro, lançado este ano no Brasil. Ele estima que 25% da comida industrializada nos EUA contenha milho de alguma forma: do refrigerante, passando pelo Ketchup, até as batatas fritas de uma importante cadeia de fast food – isso se não contarmos vacas e galinhas que são alimentadas quase exclusivamente com o grão. O milho foi escolhido como bola da vez ao seu baixo preço no mercado e também porque os EUA produzem mais da metade do milho distribuído no mundo. (Adaptado: BURGOS, P. Show do milhão: milho na comida agora vira combustível. Super Interessante. Edição 247, 15 dez. 2007, p.33.) 34. (Uel 2009) Com base nos textos 1 e 2 e nos conhecimentos sobre as relações entre organização social e mito, é correto afirmar. a) Os deuses maias criaram os homens dotados de livre arbítrio para, a partir dos princípios da razão e da liberdade, ordenarem igualitariamente a sociedade. b) A exemplo das narrativas que predominavam no período homérico da Grécia antiga, os mitos expressam uma forma de conhecimento científico da realidade. c) Na busca de um princípio fundante e ordenador de todas as coisas, como ocorre na mitologia grega, a narrativa mítica justifica as bases da legitimação de organização política e de coesão social. d) Assim como nos povos Quiché da Guatemala, também os mitos gregos procuram explicar a arché, a origem, a partir de um elemento originário onde está presente o milho. e) Para certas tradições de pensamento, como a da escola de Frankfurt, o iluminismo representa a superação completa do mito. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: “Cada indivíduo deve encontrar um aspecto do mito que se relacione com sua própria vida. Os mitos têm basicamente quatro funções. A primeira é a função mística – e é disso que venho falando, dando conta da maravilha que é o universo, da maravilha que é você, e vivenciando o espanto diante do mistério. Os mitos abrem o mundo para a dimensão do mistério, para a consciênciado mistério que subjaz a todas as formas. Se isso lhe escapar, você não terá uma mitologia. Se o mistério se manifestar através de todas as coisas, o universo se tornará, por assim dizer, uma pintura sagrada. Você está sempre se dirigindo ao mistério transcendente, através das circunstâncias da sua vida verdadeira. A segunda é a dimensão cosmológica, a dimensão da qual a ciência se ocupa, mostrando qual é a forma do universo, mas fazendo-o de uma tal maneira que o mistério, outra vez, se manifeste. Hoje, tendemos a pensar que os cientistas detêm todas as respostas. Mas os maiores entre eles dizem-nos: “Não, não temos todas as respostas. Podemos dizer-lhe como a coisa funciona, mas não o que é”. Você risca um fósforo. O que é o fogo? Você pode falar de oxidação, mas isso não me dirá nada. A terceira função é sociológica – suporte e validação de determinada ordem social. E aqui os mitos variam tremendamente, de lugar para lugar. Você tem toda uma mitologia da poligamia, toda mitologia da monogamia. Ambas satisfatórias. Depende de onde você estiver. Foi essa função sociológica do mito que assumiu a direção do nosso mundo – e está desatualizada. A quarta função do mito, aquela, segundo penso, com que todas as pessoas deviam tentar se relacionar – a função pedagógica, como viver uma vida humana sob qualquer circunstância. Os mitos podem ensinar-nos isso.” (CAMPBELL, J. O Poder do Mito. São Paulo: Palas Athenas, 1990. P. 32). 35. (Unimontes 2009) O mito descreve a maravilha do universo com relatos simbólicos. É incorreto dizer que a) os mitos nascem em um universo sagrado e encantado. b) a função do mito é explicar de forma coerente a origem da vida, dos deuses e do universo. c) a função do mito é acomodar o homem em um mundo assustador. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 12 de 20 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 13/20 Lista de Exercícios : Filosofia | Introdução d) a narrativa mítica é simbólica e necessita ser interpretada. 36. (Ueg) Para a mitologia grega [...] “Zeus ocupa o trono do universo. Agora o mundo está ordenado. Alguns deuses disputaram entre si, alguns triunfaram. Tudo que havia de ruim no céu etéreo foi expulso, ou para a prisão do tártaro ou para a terra, entre os mortais. E os homens, o que aconteceu com eles? Quem são eles?” VERNANT, Jean Pierre. O universo, os deuses, os homens. São Paulo: Companhia das Letras, 2000 A ordem, em todas as suas acepções, é o grande objeto do espanto filosófico. Causam maravilhamento a ordem das leis naturais que a ciência descobre, a ordem manifesta nas proporções e harmonias da obra de arte e a ordem das ações justas na vida moral e política da sociedade. Antes da filosofia, os mitos já expressavam esse maravilhamento, porém com diferenças importantes. Sobre esse assunto, é correto afirmar que o mito: a) Enuncia de modo argumentativo a escala de valores de uma sociedade pré-crítica. b) Estabelece parâmetros de abordagem dos fenômenos naturais sobre bases estritamente lógicas, como o princípio de não contradição. c) Busca explicações suficientes sobre o lugar do homem no mundo, apelando ao sagrado. d) Possui uma grande densidade teológico-moral, dando a cada membro do grupo autonomia para decidir e atuar sem limites objetivos. 37. (Uema) Coloque V (verdadeiro) ou F (falso) nas inferências relacionadas às características da atividade filosófica: ( ) A filosofia é uma forma de pensar acerca de certas questões. A sua característica fundamental é o uso de argumentos lógicos. ( ) Os filósofos analisam e clarificam conceitos. ( ) Os filósofos ocupam-se de questões acerca da religião, da política, da arte, dentre outras, que podemos chamar vagamente “o sentido da vida”. ( ) A filosofia é uma ciência da mesma forma que a biologia. ( ) A radicalidade, particularidade e visão de conjunto são características fundamentais da reflexão filosófica. Marque a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo: a) V, V,V, V, F. b) V, V, V, F, V. c) F, F, V, V, F. d) V, F, V, V, F. e) V, V, V, F, F. 38. (Uel) Sobre a passagem do mito à filosofia, na Grécia Antiga, considere as afirmativas a seguir. I. Os poemas homéricos, em razão de muitos de seus componentes, já contêm características essenciais da compreensão de mundo grega que, posteriormente, se revelaram importantes para o surgimento da filosofia. II. O naturalismo, que se manifesta nas origens da filosofia, já se evidencia na própria religiosidade grega, na medida em que nem homens nem deuses são compreendidos como perfeitos. III. A humanização dos deuses na religião grega, que os entende movidos por sentimentos similares aos dos homens, contribuiu para o processo de racionalização da cultura grega, auxiliando o desenvolvimento do pensamento filosófico e científico. IV. O mito foi superado, cedendo lugar ao pensamento filosófico, devido à assimilação que os gregos fizeram da sabedoria dos povos orientais, sabedoria esta desvinculada de, qualquer base religiosa. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e II. b) II e IV. c) III e IV. d) I, II e III. e) I, III e IV. 39. (Ufu) Marx, no Prefácio de 1859 de Para a crítica da economia política, afirma que “(...) na produção social da própria vida, os homens contraem relações determinadas necessárias e independentes de sua vontade, relações de produção estas que correspondem a uma etapa determinada de desenvolvimento de suas forças produtivas materiais”. Nesse sentido, desenvolve também seu conceito de consciência, que define como sendo determinada a) pela Filosofia. Assim, é o pensamento filosófico que forma as consciências dos homens. b) pela produção espiritual dos homens. Assim, é a consciência que determina a produção social da vida e não a produção social da vida que determina a consciência. c) pela religião. Assim, é toda a ética religiosa que determina a consciência humana. d) pelo ser social dos homens. Assim, é a produção social da vida que determina a consciência e não a consciência que determina a produção social da vida. 40. (Ufu) “(…) Assim, a magia e a mitologia ocupam a imensa região exterior do desconhecido, Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 13 de 20 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 14/20 Lista de Exercícios : Filosofia | Introdução englobando o pequeno campo do conhecimento concreto comum. O sobrenatural está em todas as partes, dentro ou além do natural; e o conhecimento do sobrenatural que o homem acredita possuir, não sendo da experiência direta comum, parece ser um conhecimento de ordem diferente e superior. É uma revelação acessível apenas ao homem inspirado ou (como diziam os gregos) ‘divino’ — o mágico e o sacerdote, o poeta e o vidente”. CORNFORD, F.M. Antes e Depois de Sócrates. Trad. Valter Lellis Siqueira. São Paulo: Martins Fontes, 2001, pp.14-15. A partir do texto acima, é correto afirmar que a) o campo do conhecimento mítico limita-se ao que se manifesta no campo concreto comum. b) a magia e a mitologia não se confundem com o conhecimento concreto comum. c) o conhecimento no mito, por ser uma revelação, é acessível igualmente a todos os homens. d) o mito não distingue o plano natural do sobrenatural, sendo o conhecimento do sobrenatural superior. 41. (Ufu) A Patrística, filosofia cristã dos primeiros séculos, poderia ser definida como a) retomada do pensamento de Platão, conforme os modelos teológicos da época, estabelecendo estreita relação entre filosofia e religião. b) configuração de um novo horizonte filosófico, proposto por Santo Agostinho, inspirado em Platão, de modo a resgatar a importância das coisas sensíveis, da materialidade. c) adaptação do pensamento aristotélico, conforme os moldes teológicos da época. d) criaçãode uma escola filosófica, que visava combater os ataques dos pagãos, rompendo com o dualismo grego. 42. (Ufu) Para John Locke, filósofo político inglês, os direitos naturais do homem eram a) família, propriedade e religião. b) liberdade, propriedade e servidão. c) propriedade, servidão e família. d) liberdade, igualdade e propriedade. e) família, religião e pátria. Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 14 de 20 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 15/20 Lista de Exercícios : Filosofia | Introdução Gabarito: Resposta da questão 1: [C] [Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia] Karl Mannheim expande o conceito marxista de ideologia em seu livro Ideologia e Utopia, sendo uma das principais referências sociológica para compreender esse conceito, exatamente como a alternativa [C] afirma. Vale ressaltar que as afirmativas [A] e [D] estão incorretas porque a primeira defende um primado da psicologia que é incompatível com a teoria weberiana. Já a afirmativa [D] está incorreta porque, para Marx, a ideologia é sempre histórica e não natural e universal. [Resposta do ponto de vista da disciplina de Filosofia] Para Mannheim, toda ideologia é vinculada à uma classe social que, por sua vez, está organizada de forma específica na estrutura produtiva. Assim, a produção de ideologias não se limitaria à classe economicamente dominante, sendo todas as classes sociais produtoras de suas próprias ideologias, podendo, no entanto, ocorrer a sobreposição de uma ideologia dominante sobre as outras, ideia identificada na alternativa [C]. A alternativa [D] poderia gerar dúvidas, no entanto, ao contrário do proposto por essa opção, Marx entende a ideologia como produto de uma construção social, não sendo, portanto, natural ou universal. Resposta da questão 2: [E] Na contemporaneidade, a indústria cultural, ao padronizar a produção cultural, produz a ilusão de que os indivíduos estão escolhendo o que vão consumir. No entanto, isso é um efeito da ideologia, uma vez que todos os produtos são massificados e extremamente parecidos entre si. Resposta da questão 3: [E] [A] Incorreta. O mito não é caracterizado pela irracionalidade, e sim por um regime explicativo e constitutivo do sentido dependente da imaginação e do símbolo, da alegoria e da metáfora. A atribuição de irracionalidade ao mito resulta de uma compreensão restritiva e objetivista do conhecimento e da linguagem. [B] Incorreta. A regressão do esclarecimento à mitologia mostra uma limitação interna da razão, uma contradição entre o pressuposto de esclarecer e a promessa de emancipar. Regredir à mitologia significa reconhecer que a promessa de superação da submissão à natureza não pode ser cumprida, jamais o será, pois a dimensão calculadora da razão não apenas não suspende a submissão à natureza, mas a intensifica. [C] Incorreta. Uma das características distintivas da explicação da natureza pautada na racionalidade instrumental é justamente a recusa de uma explicação holística, em que as partes são incorporadas, na sua especificidade, ao todo. Um dos seus procedimentos fundamentais consiste no desmembramento e na separação, tal qual pode ser visto na famosa passagem do Discurso do Método, de Descartes. Desmembrar e dividir, tanto quanto possível, para posteriormente voltar a reunir. Contudo, mesmo quando ocorre a reunião dos membros metodicamente separados, tal procedimento não supõe uma compreensão holística, pois o pensamento não se junta à matéria, por ser de natureza distinta. Portanto, não há integração da parte ao todo. [D] Incorreta. Embora esta seja a promessa do esclarecimento, o uso da razão, compreendida enquanto cálculo e instrumento, implica alienação humana, logo não livra o humano da sua submissão à natureza. Ao aliená-lo, desvincula-o daquilo que ele produz, na exata medida em que concebe o próprio mundo, e o humano aí incluído, enquanto objeto. Além disso, no início do texto, Adorno e Horkheimer afirmam: “Mas a terra totalmente esclarecida resplandece sob o signo de uma calamidade triunfal” (p. 17). [E] Correta. A racionalidade instrumental, característica do esclarecimento, consiste em compreender a natureza como objeto, passível de um conhecimento objetivo, e justamente por esse motivo, passível também de domínio. A alienação humana, o incremento de poder, a mútua afecção entre mito e esclarecimento em que um se converte no outro, são expressões de uma compreensão em que razão consiste em cálculo e domínio. Resposta da questão 4: [D] O mito pode ser entendido, de acordo com a ideia expressa no texto, como uma forma de explicação e interpretação da realidade e dos acontecimentos, a partir de uma narrativa baseada no sobrenatural. No entanto, a narrativa mítica, ao contrário do que muitas vezes é pensado pelo senso comum, não existe desprovida de lógica e desvinculada de qualquer relação com a realidade, mas como uma representação vinculada à sociedade que a produziu, de modo que faça sentido para os indivíduos que a compõem. Nesse sentido, os mitos devem ser considerados em sua importância como modos de representação da realidade, uma vez que expressam a significação que os indivíduos atribuem a sua existência e ao mundo que os cerca. Resposta da questão 5: [D] Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 15 de 20 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 16/20 Lista de Exercícios : Filosofia | Introdução A fala de Nietzsche, pensador representante da filosofia niilista, expressa a ideia de que a influência dos valores religiosos nos diferentes aspectos da vida humana é cada vez menor. Assim, o autor se refere à morte da moralidade cristã, que teria perdido o valor de fundamento da verdade e do sentido da existência humana, o que implica a necessidade da criação de novos valores que cumpram esse papel. Resposta da questão 6: [A] Para Heráclito, a existência do universo é marcada pelo “devir”, ou seja, pela permanente transformação. Assim, tudo o que existe está em um fluxo constante de mudança, de modo que nada permanece igual a si mesmo. Esse fluxo de mudança se daria, segundo Heráclito, a partir da força dos opostos, uma vez que a concepção da realidade de Heráclito é dialética, de modo que tudo que existe é o “vir-a-ser” de todas as coisas, que existem a partir da “unidade dos contrários”. O aluno deve identificar que o texto, ao identificar Deus como “dia e noite, inverno e verão, guerra e paz, abundância e fome”, faz referência à essa dialética de todos os seres existentes. Resposta da questão 7: [C] O aluno deve identificar que apenas a alternativa [C] apresenta uma informação correta, a partir do conhecimento acerca da filosofia socrática, cujos fundamentos do autoconhecimento e do reconhecimento da própria ignorância como condições para a obtenção do verdadeiro conhecimento são centrais. Resposta da questão 8: [B] A concepção de menoridade kantiana, como indicado pelo texto, se caracteriza pelo não uso da razão de forma autônoma pelo indivíduo, de modo que ele adota a razão de outrem, estando, portanto, em um estado de menoridade. Resposta da questão 9: [D] Os mitos representam um ponto fundamental para o surgimento da filosofia, ou passagem para o logos. Estes possuem as seguintes características: são trabalhados por meio do discurso, são acríticos, são tidos como verdadeiros devido à autoridade de que os narra, por serem estes os responsáveis pela ligação do mundo natural com o mundo sobrenatural, misturam elementos naturais e sobrenaturais; tratam os elementos do mundo natural e do mundo sobrenatural como possuidores das qualidades e vícios encontrados nos humanos; os mitos narram o surgimento do mundo por meio de genealogias e lutas de contrários; e narram acontecimentos de um passado remoto, imemorial. Platão utiliza o recurso do mito em diversos de seusescritos como forma de revesti-los com a transmissão da verdade. Em seu livro “A República”, Platão utiliza o recurso do mito como uma alegoria, não representando aquilo que aconteceu, mas como um recurso que mistura o fictício (o mundo da caverna) com o real o Mundo das Ideias que podemos contemplar por meio do pensamento. Seu objetivo é criar explicações que sejam compreensíveis a seus interlocutores. Desta forma, o item [IV] não corresponde à teoria descrita. A alternativa [E] é a única que se enquadra nas teorias explicitadas. Resposta da questão 10: [C] Os homens, por si mesmos, não agem de forma homogênea. Assim, tomando a metáfora de um navio, Tomás de Aquino considera que a sociedade necessita de um piloto capaz de conduzir a todos a um mesmo fim: o bem comum. Resposta da questão 11: [D] Na filosofia humanistista o homem é considerado um objeto do próprio homem, ou seja, a vida social é regida por uma anulação do indivíduo e uma elevação do coletivo. Condiciona-se, nesta concepção, o homem às determinações econômicas e sociais. Neste sentido a ideia de substância humana (essência) não pode ser algo que inspire fraqueza, não deve ser algo disforme, indefinível. Nesta concepção a substância humana deve possuir a moral dos fortes onde a religião ou qualquer outro sentimento de moral motivado pelas crenças religiosas é combatido. Esta ideia é uma forma de ironizar tanto o positivismo que submete o homem a condição de objeto da sociedade quanto o darwinismo que coloca o homem como fadado constantemente evoluir, a constantemente buscar superar-se. Segundo o evolucionismo, somente os mais fortes sobrevivem, isto se dá por meio da guerra. Desta maneira é o humanitismo é uma distorção do humanismo. Resposta da questão 12: [B] O nascimento da filosofia não significou o abandono absoluto dos mitos, que continuaram presentes tanto na cultura grega quanto em obras filosóficas, como recursos de argumentação, como bem apresenta a alternativa [E]. Resposta da questão 13: [C] Tomás de Aquino, ainda que considere a razão humana limitada, não despreza as suas possibilidades de conhecimento. Não é por acaso que ele desenvolve as cinco vias de demonstração Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 16 de 20 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 17/20 Lista de Exercícios : Filosofia | Introdução racional da existência de Deus. Verifica-se, portanto, como a teoria do conhecimento de Tomás de Aquino está intimamente relacionada com a sua intenção de superar a dicotomia entre fé e razão. Resposta da questão 14: [A] Somente a alternativa [A] é correta. Os teóricos cristãos, justamente por serem cristãos, buscavam conciliar qualquer teoria que fosse com os escritos bíblicos. Além disso, carregavam a herança romana e, por isso, baseavam-se também no Direito Romano para desenvolverem sua teoria política. Resposta da questão 15: [B] Países mais ricos tendem a ter melhores desempenhos educacionais. Sendo assim, seus habitantes tendem a ser mais críticos a respeito das explicações religiosas. Na medida em que essa mudança a respeito das crenças está relacionada com as transformações nas condições materiais de existência, a alternativa [B] é a única que pode ser considerada correta. Resposta da questão 16: [B] A dominação política veiculada através da indústria cultural torna-se segundo Adorno e Horkeimer um mecanismo de dominação política que acabavam por vislumbrar os meios de comunicação de massa como uma perversão das ideias iluministas do século XVIII. Para o iluminismo, o progresso da razão e da tecnologia iria libertar o homem das crenças mitológicas e superstições, resultando numa sociedade mais livre e democrática. Para isso, os pensadores da Escola de Frankfurt, que eram judeus, se viram alvos da campanha nazista com a chegada de Hitler ao poder nos anos 30, na Alemanha. Com o apoio da máquina da propaganda, o nazismo era ma prova de como a racionalidade técnica, que no iluminismo servira para libertar o homem, estava escravizando e criando campos de concentração na sociedade moderna. Resposta da questão 17: [D] A crítica elencada por Gleiser se baseia nos fundamentos que caracterizam o pensamento científico e nas implicações sociais e filosóficas desse pensamento. Para ele, a posição assumida pelo autor do texto publicado pela Equipe Brasil Escola é contrária ao pressuposto básico do pensamento racional de que as explicações e os conceitos científicos não podem se basear no senso comum das opiniões, mas em critérios adotados com base na ciência. Com efeito, a utilização de “critérios pessoais” para tratar de temas científicos constituiria uma postura irracional, contrária à natureza filosófica da ciência. Resposta da questão 18: [D] Quando alguns gregos, admirados e espantados com a realidade e insatisfeitos com as explicações dadas pela tradição, começaram a questionar e fazer perguntas e a buscar respostas para elas demonstrando que o mundo e os seres humanos, os acontecimentos naturais e principalmente os acontecimentos humanos e suas ações que podem pela razão humana ser conhecidos e que a mesma é capaz de conhecer-se a si mesma. Quando alguns pensadores gregos se deram conta de que a verdade do mundo e dos humanos não era algo secreto e misterioso, que precisasse ser revelado por divindades a alguns escolhidos, mas que, ao contrário podia ser conhecida por todos por meio das operações mentais de raciocínio, que são as mesmas para todos os seres humanos. Resposta da questão 19: [C] Os mitos tinham grande importância para a cultura da Grécia Clássica. Eles apresentavam não somente uma narrativa mágica acerca da origem das coisas, mas também uma cosmovisão que fazia sentido no cotidiano dos cidadãos. Com isso, os mitos adquiriam a função educativa e formativa dos cidadãos, servindo de conhecimento comum sobre o qual as pessoas significavam suas vidas cotidianas. É nesse sentido que, por exemplo, os deuses apresentavam características humanas e que as noções cosmológicas mais importantes para a sociedade grega sempre estiveram presentes nos mitos. Entretanto, é importante ressaltar que ainda que possua uma coerência interna, os mitos são bastante diferentes do saber filosófico. Resposta da questão 20: [A] Desde o final do século XIX da nossa era e durando o século XX, estudos históricos, arqueológicos, artísticos, literários e linguísticos corrigiram o exagero da tese do “milagre grego”, porém, nunca negaram que os gregos, de fato, imprimiram mudanças de qualidade tão profundas no que receberam do Oriente e das culturas precedentes (egípcios, persas, babilônicos, assírios e caldeus), que até pareciam ter criado sua própria cultura a partir de si mesmos. “Originalidade” é um termo mais apropriado do que “milagre grego”. Resposta da questão 21: [E] A Reforma Religiosa foi um movimento iniciado por Martinho Lutero quando este fixou suas 95 teses em 1517, portanto, não há nada em que atribuir a Todos direitos reservados - www.seliganessahistoria.com.br - Página 17 de 20 http://www.seliganessahistoria.com.br/ 18/20 Lista de Exercícios : Filosofia | Introdução mesma um movimento iniciado por católicos quando na verdade, a Reforma é o protesto sobre a Doutrina da Igreja Católica tendo apoio não só de muitos humanistas como também de vários religiosos e governantes da época. Resposta da questão 22: [A] Na passagem mencionada no enunciado da questão, Nietzsche faz referência ao erro da confusão entre causa e efeito, que acaba por permitir à moral e à religião desenvolverem seus imperativos. Resposta da questão 23: [D] A moral dos senhores, baseada no sim à vida é positiva e se configura sob o signo da plenitude, do acréscimo, por isso se funda na capacidade criação, de invenção, cujo resultado é alegria, consequência da afirmação da potência. Resposta da questão 24: [C] A alternativa [C]
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