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Artigo de Renato - tcc 2020

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1
A DEVOÇÃO À VIRGEM MARIA: DE MÃE A SENHORA DO CÉU
 JULIO, Renato Neves¹
  RU: 2041778
SANTOS, Wilson Xavier dos ²
 RESUMO
No ano de 2017, tanto Brasil quanto Portugal celebraram o ano Mariano, fazendo uma referência direta a descoberta da imagem de Aparecida, bem como aos 100 anos de diversas manifestações que ficaram conhecidas como Marianas em Fátima, sendo muito importante o debate até mesmo diante da influência que tiveram em diversos papados como no caso de João Paulo II. Apesar de muito presentes essas devoções na era moderna, em especial entre os católicos, são pouco debatidas suas influências advindas da idade medieval. Pretendemos apresentar uma visão histórica acerca do assunto, apontando diversas questões ao longo dos períodos, apresentando a questão iconológica ao longo da histórica. Traremos para a elaboração deste trabalho uma revisão bibliográfica por meio de uma análise qualitativa, buscando embasamento teórico em diversos autores. Podemos concluir que foi diversa sua presença e influência na história, se tornando essencial para a compreensão da igreja católica moderna e seus diversos desdobramentos.
Palavras-chave: Maria. Mãe. Devoção. 
1 INTRODUÇÃO
Os escritores sagrados nem sempre compreenderam o significado das verdades que o Espírito Santo os moveu pela inspiração a escrever, como é evidente em Pedro 1, 10-12: “10 Da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que vos foi dada, 11 Indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo havia de vir, e a glória que se lhes havia de seguir. 12 aos quais foi revelado que, não para si mesmos, mas para nós, eles ministravam estas coisas que agora vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho; para as quais coisas os anjos desejam bem atentar. ”
Uma vez que a Bíblia é a palavra revelada de Deus que foi dada por inspiração divina, ela é, então, a Verdade, e ela é sem erro ou contradição. Isso é verdadeiro não apenas da mensagem da escritura em geral, mas de cada declaração da Bíblia. Jesus fala dos escritos de Moisés como a palavra de Deus (Marcos 7:10-13). 
	É notório que a figura de Maria é extremamente presente no interior do cristianismo de forma geral, surgindo ainda nos primórdios do século da era cristã, entretanto se apresentando de forma mais notório na idade média. 
	É importante pensarmos em um ponto de partida que seja esse período da história da humanidade, entretanto também apresentaremos diversos outros pontos relacionados à devoção mariana mais contemporânea, como sua relação com o papado de João Paulo II, e as devoções tanto no Brasil, quanto na Polônia, país de origem de Karol Wojtyla.
	Apresentamos ao longo do texto as diversas questões relacionadas ao surgimento da devoção a partir da idade média, elaborando um levantamento bibliográfico do tema a partir do ano de 800 DC, tendo em vista ser o ano em que Carlos Magno foi coroado pelo Papa Leão III, transformando o Sacro Império Romano-Germânico. Por óbvio Maria já era venerada muito antes disso, o que será apresentado em algumas imagens, sendo o ano uma forma de recorte.
	Devemos antes de mais nada elaborar de forma sucinta uma certa comparação entre Brasil e Polônia tendo em vista que estamos inseridos no primeiro, porém elaborando um trabalho acerca de perspectivas do segundo o que torna viável tal comparação e paralelo. Temos primeiramente que que os dois países são completamente distintos entre si, em todas as perspectivas, seja histórica, seja em suas realidades socioculturais, porém por óbvio existem algumas aproximações que podem ser feitas e observadas. Houve em um momento da história uma grande migração de poloneses para o Brasil, o que acarreta uma necessária aproximação entre ambos, bem como a disseminação entre culturas. 
	Para compreendermos melhor a questão em relação ao então Papa João Paulo segundo analisaremos duas Encíclicas específicas, a Veritatis Splendor (1993) e a Evangelium Vitae (1995) que foram delimitadoras no interior do papado de João Paulo II. 
	Com esse desenvolvimento analisaremos mais afundo as questões ligadas diretamente ao agora já Papa João Paulo II e sua devoção Mariana em seu Papado em si. Também procuraremos observar se houve alguma mudança em suas atitudes e tomadas de decisões em torno de seu papado após o atentado que sofre em 13 de maio de 1981 na Praça de São Pedro no Vaticano, sendo baleado e gravemente ferido, porém se reestabelecendo em seu cargo de forma relativamente breve.
	Iremos observar a importância que a devoção Mariana do Papa João Paulo segundo possuiu ao longo de toda a sua história com grande influência em seu Papado com tomadas de decisões em torno das direções a serem adotada pela atual igreja católica.
 2. O PAPEL DO FEMININO NA RELIGIÃO ATUAL 
	De forma geral o campo de estudos e atuação da teologia é cercado pela figura masculina, até mesmo pela sua origem patriarcal, surgindo nos últimos anos uma área feminista, atribuindo uma nova voz e visão de mundo a um campo muito conservador. Temos aqui uma nova posição de entendimento teológico, antes muito presente por homens celibatários, e que agora se veem tendo que dividir espaço com uma ideia nova de teologia, com um pensamento mais progressista. Nessa perspectiva a teologia feminista traz consigo um novo olhar ao mundo, buscando conhecimentos de diversas áreas, como a sociologia e a antropologia, saberes intimamente ligados ao conhecimento teológico e a sociedade de forma geral, com o objetivo de se reconhecer enquanto parte de um mundo que é posto, porém não imutável.
	Pensando a América Latina e especificamente o Brasil, a teologia feminista advém da europeia, porém se desenvolve com todo um arcabouço de características próprias, já que nossos países, histórica e culturalmente são extremamente divergentes daqueles que produzem em certa medida direções para o conhecimento do mundo. Essas novas concepções acerca da teologia, e aqui especificamente da teologia feminista tem sua gênese no começo dos anos 1970 e se ampliando nos anos 1980, passando a desenvolver um maior debate acerca inclusive da questão de gênero, o que se estabelece de forma mais robusta nos últimos anos com uma guinada na forma de se pensar o mundo a relação dos indivíduos.
	Para alguns autores, como o caso de Rosado (2001), a teologia feminista parte do interior das academias, geralmente não tendo um pertencimento a instituições religiosas, mas sim havendo um forte vínculo com movimentos sociais ligados a luta pela inclusão feminina em diversos espaços que antes eram tidos apenas como patriarcais. Por obvio existe uma ampla concepção da teologia feminista, porém nós ateremos aqui ao entendimento voltado as concepções católicas. É nesse contexto de diversidade de pensamentos em que Gebara (2006) expõe a expressão “teologias feministas” estando estas:
“No centro da reflexão das teologias feministas está uma intencionalidade de base que se expressa na afirmação da dignidade feminina através de múltiplas formas. Essas teologias são marcadas pelos contextos diferentes em que nascem e por algumas problemáticas diferentes, dependendo do objetivo imediato perseguido. Costumo chamar esses objetivos específicos ou imediatos de intencionalidades específicas, visto que partem da preocupação de grupos específicos como as mulheres negras, indígenas, lésbicas, trabalhadoras do campo, empregadas domésticas, etc. É a partir daí que se pode falar das diferentes teologias feministas. Nem sempre essas teologias são escritas, mas elas se expressam na vida cotidiana e nos múltiplos encontros de mulheres. ” (Cf. M. J. ROSADO, 2001, p. 298) 	
	É nesse contexto que existe um pensamento conciliador e de inclusão de uma forma mais universal, a qual nem ao menos poderia ser debatida emnenhum âmbito devido ao conservadorismo patriarcal presente no passado das instituições religiosas.
	Pretendemos nesta seção levantar os fatores que fizeram com que fosse possível o surgimento de uma teologia feminista na América Latina, buscando vislumbrar de que forma está se consolidou e se reproduziu no âmbito acadêmico e social, pensando sua representação na contemporaneidade e sua relevância para o campo teológico.
	Tentaremos apresentar um percurso histórico acerca da teologia feminista, sua forma de surgimento e sua consequente relação com os conceitos de gênero, demonstrando como uma categoria de análise e hermenêutica ligada a teologia. Posteriormente nosso objetivo é o de elabora uma apresentação da teologia feminista em suas fases na América Latina, observando sua consolidação, também tentando demonstrar um espaço de produção da teologia das mulheres.
	Na modernidade um dos campos que mais sofreu alterações e influência diante dos estudos relacionados as teorias feministas sem dúvida foi a religião, abrindo um espaço nunca antes obtido.
2.1 A QUESTÃO HISTÓRICA EM TORNO DA DEVOÇÃO
	Tivemos como pretensão nesse momento demonstrar que foi advindo das diversas relações cristãs com o tempo em relação a devoção à Virgem Maria, muito cercado no tempo específico do ano 800, vislumbrando o que de fato foi herdado dos cristãos a partir dos anos 800 em relação as formas de devoção da Virgem.
	Traremos aqui uma análise em uma perspectiva sociológica, correspondendo a um entendimento que após a religião cristã se tornar oficial diante do Império Romano no século IV em diante, a figura de Maria, em uma tendência crescente, passou a ser identificada enquanto a Mãe Rainha, Senhora e nobre, sendo considerada a Mãe do Pantocrator ou Imperador Celeste, surgindo nesse ínterim como Mãe de Deus, sendo definida pelo Concílio de Éfeso como Theotokos, ou seja, Daquele que tudo governa. Nesse momento da história, ficava a cargo dos reis e imperadores, bem como aos nobres e nascidos em locais específicos, se tornando comum que Jesus ficasse identificado como uma espécie de Soberano, especificamente celeste, como na forma dos soberanos em terra, e por consequência sua mãe de forma específica como uma espécie, conforme demonstrado por Grün (2009), como Imperatriz.
	Outrossim, vale ressaltar que no cristianismo conhecido como primitivo, antes mesmo de qualquer forma de virada, que na história ficou conhecida como “virada constantiniana”, a figura de Maria aparece como uma figura deveras diversa, muito quando pensamos nesse contexto sociológico e no âmbito dos estamentos sociais e políticos que colocou os cristãos em um sentido de marginalidade em certo momento histórico, sendo que a partir de um entendimento próximo na leitura da bíblia em relação das narrativas da infância de Jesus, conforme podemos observar na figura a seguir apresentada.
	
	A pintura apresentada foi uma das primeiras representações da Vigem Maria, em que esta, está com Jesus em seus braços, havendo uma data provável do século II, o que é apontado por Amato (1995). Ao lado da Virgem, podemos dizer que, segundo ainda Amato (1995), se encontra o profeta Balaão, o qual aponta o aparecimento da estrela que anunciaria a chegada de Jesus. Ainda na época primitiva como definimos aqui, a figura de Maria era demasiadamente incipiente, havendo algumas demonstrações em catacumbas, fazendo referências à algumas cenas bíblicas.
	É preciso que se ressalte que desde o início das suas representações em um sentido icônico, a figura de Maria aparece sempre em função da de Jesus, ou seja, podemos apontar que a sua figura se apresenta para apoiar a história de Jesus, se demonstrando, como outras figuras da bíblia e da história da humanidade sempre como ao lado, e não como singular.
	Apesar desse período da história, após a consolidação do cristianismo como uma religião oficial, a figura de Maria passa a ter, ainda que de forma não constante e gradual, um patamar diverso desse apresentado anteriormente, e se destacando em comparação com outros personagens que surgem nos textos sagrados. É nesse contexto e momento que algumas figuras, que não possuirão, de forma iconográfica, ligação com fontes específicas da bíblia, mas que por outro lado faziam parte de um poder político e no interior da religiosidade do momento, o que pode ser vislumbrado na figura a seguir apresentada.
	Podemos analisar a partir da apresentação da imagem, já estabelecida no século VI, com certa liberdade secular da igreja, Maria aparece como uma figura central, mesmo que ainda esteja apoiada em uma figura maior ainda como Jesus em seu colo, entretanto não mais em uma cena bíblica, mas com evocação de elementos que são figurativos, com uma qualidade muito maior sacerdótica, com o apoio de formas auxiliares como os anjos que são demonstrados, como também os mecenas que são postos como membros auxiliares de Maria que neste contexto se põe em uma ocupação mais central do que apresentado anteriormente, o que de fato manifesta sua posição enquanto mãe de Deus e se coloca em uma determinada posição social.
	Aqui, fica exposto, muito por meio dos olhos das artes de forma mais específica, estabelecendo um status quo que fornece legitimidade possível em um âmbito muito maior. Podemos afirmar que nesse momento da história, isso faz todo sentido diante da submissão da religião diante da política, assim como o contrário, podendo ser afirmado que ainda não havia um traço específico para a modernidade. Esse parâmetro de relacionamento entre religião e política, assim como a figuração de Maria entremeio de tal questão percorreu diversos séculos, mesmo que houvesse diversas especificações de matrizes culturais, teológicos e políticos ao longo do tempo.
	É necessário que apresentemos a questão de Jesus no colo de Maria, sua mãe, mesmo que se demonstre enquanto um relacionamento corriqueiro entre mãe e filho, não levando diretamente a uma narração específica da bíblia, não estando também relacionado a história do nascimento de Jesus, tendo um motivo muito mais teleológico enquanto representação de ícone, podendo-se afirmar que as diversas imagens de Maria com Jesus no colo, logo nos primeiros séculos trazem a tona as diversas lutas doutrinárias que pretendiam defender Maria enquanto materna e divina, conforme demonstrado por Amato (1995).
	Logo após o início da Idade Média, a personagem de Maria, enquanto, conforme já apontado pelo Concílio de Éfeso, compreendida como Theotokos ou Mãe de Deus, também representada em pequenas estátuas feitas em blocos de madeira escura, em sua maioria com feições impassíveis ou afetuosos, disposta em um trono e mostrando em seus joelhos o menino Jesus. Conforme demostrado por Duquesne (2005), estas figuras ficaram conhecidas como “Virgens em majestade”, assim como apresentado na figura a seguir.
	Denota-se, portanto, que a Virgem é posto como uma posição mais altiva, acima do povo em seu reinado. Ainda não é a conhecida como Virgem de misericórdia, não pedindo à Jesus por todo o povo, mas sim reinando como uma forma de imperatriz com, e como o próprio Jesus, não olhando de frente com este, o que representaria um pedido em favor das almas.
	Na figura apresentada anteriormente, datada da idade média, tanto Maria, quanto Jesus possuem representações de majestades, muito diante de suas vestes postas. Maria usa até mesmo coroa, enquanto Jesus possui uma função de amparo em relação à sua mãe, com Maria apontando para seu filho que nesse instante possui uma figura de protagonismo. Conforme exposto por Amato (1995) :
... a imagem da virgem rainha [...] em Santa Maria in Trastevere, em Roma, serve para ilustrar o Cântico dos cânticos [...]. A basílissa está sentada ao lado de Cristo, no mesmo trono. O livro aberto segurado por Cristo registra: “Veni electa mea et ponam in te thronum meum”. O encontro do esposo com a esposa, comentam os escritores medievais, signifi ca o encontro de Cristo com a Igreja. (AMATO, 1995, p. 155)
	Apesar do apresentado anteriormente,em especial a partir do início do ano 1000, a personificação de Maria, começou a ser representada em relação a figura de Jesus, ou seja, sempre apresentando Jesus nos braços ou colo de Maria, conforme a figura a seguir apresentada.
A terminologia utilizada na imagem apresentada, Hodegetria, que advém do grego e significa “ela que mostra o caminho”, demonstra que nesse momento Jesus é apontado como tal, porém ao mesmo tempo é abençoado por sua mãe. É aqui que Theotókos, que utiliza do véu, ou marphórion, que olha para aquele que deve ser o devoto, indicando o caminho de Jesus. Apesar de na representação, ser o menino Jesus, conforme apontado por Amato (1995), este tem fisionomia adulta segurando um rolo. Segundo Barnay (2013), Jesus é uma espécie de Ser central, enquanto Maria se apresenta em função deste. Essas figuras surgem com um determinismo específico, que seja, a defesa do dogma calcedoniano, exposto em 451 d.C. declarando Jesus como homem e Deus ao mesmo tempo, ou seja, segunda pessoa da trindade, e de Éfeso, de 431 d.C. ao qual declarou Maria a mãe de Deus. A seguir, pensaremos a figura da Virgem Czestochowa, conforme apresentado a seguir.
	Logo na primeira idade média, Maria era mais considerada como a legitimadora de uma soberania do império dos céus, podendo ser identificada com a igreja em uma perspectiva direta. Já por volta de 850, a figura de Maria passa a ser considerada como uma espécie de mediadora entre o céu e a terra, sendo mais invocada como mãe dos cristãos, conforme apontado por Barnay (2013). Diante dessa forma mais sensível quanto a religião, Maria passa a ser compreendida como a assessora direta de Jesus, sendo representada como um ícone do poder Mariano conforme a imagem anterior pode comprovar.
	A figura apresentada é uma das imagens mais famosas de Maria, enquanto realização de milagres, sendo, assim como nos dias atuais, a imagem reproduzida levada de casa em casa para a veneração.
	Nesse momento temos uma evolução da figura e da devoção Mariana, em especial no cenário popular, mesmo que essa evolução tenha se dado ao longo de século, com forte tendência nas reformas monásticas do século XII.
2.2 O PAPA JOÃO PAULO II E SUA DEVOÇÃO MARIANA
	Podemos retomar a devoção da Igreja Católica em um momento histórico muito específico com relação a devoção popular oficialmente aprovado no Concílio de Efez em 431 quando da concessão do título de Theotokos, sendo este o nome em grego para a Mãe de Deus em sua tradução literal demonstrando sua importância descomunal para a Igreja Católica já da época mencionada. Já em 1545 no Concilio Tridentiano ficou estabelecido a possibilidade de veneração de imagens e pinturas o que também inclui no rol as de Maria, resultando na proliferação de criação de santuários Marianos. 
	Claro que em momentos históricos distintos dos apresentados acima, mas tanto no Brasil, quanto na Polônia se torna indiscutível a presença e importância que se têm em torno da figura de Maria e sua devoção, havendo grandes santuários em sua homenagem, cada qual em devoção de sua própria perspectiva, o primeiro em torno da Virgem Maria e o segundo em torno da Nossa Senhora do Monte Claro em Częstochowa, porém tornando um elo de ligação muito forte entre as duas nações que têm em seu cerne uma ligação muito forte com a Igreja Católica. Segundo Casanova (2005), em ambos os países, as igrejas tentaram implantar uma transformação em torno do ambiente social, influenciando diretamente a construção de uma nova perspectiva social no sentido democrático e no encontro dos povos enquanto coletividade, atribuindo aos seus membros uma maior e melhor perspectiva social e política na construção do caráter.
	Devemos lembrar que a devoção mariana ficou ainda mais intenso após a segunda metade do século XIX logo em seguida do que ficou conhecido como o dogma Immaculada Conceição da Maria (1854), bem como uma série de aparições que ocorreram como em La Salette (1846) e Lourdes (1858). Já em 1942 o então Papa Pio XII, ofertou a toda a humanidade o Immaculado Coração da Maria estabelecendo o dia específico do que ficou conhecido como Santa Maria – Rainha do Mundo.
	Já mais recentemente e adentrando ao nosso personagem principal, um dos mais devotos e ligados a devoção mariana foi sem dúvidas o Papa João Paulo II, claro e por óbvio a de Monte Claro, sua terra natal, tendo para si e para o seu papado o lema Totus Tuus, podendo se observar isso por diversas razões, como cultural tendo em vista a sua nacionalidade polonesa, sociais já que era membro do ambiente acadêmico mariano em Cracóvia e até mesmo geográficos tendo em vista ser proveniente da região mais ao sul da Polônia, local onde fica estabelecido a santuário do Monte Claro.
	A devoção Mariana é deveras antiga tanto no Brasil, quanto na Polônia. No primeiro, data ainda da colonização tendo em vista ter herdado tal devoção dos portugueses que aqui se estabeleceram já que em 1139 o Rei de Portugal sagrou-se como o Reino à Mãe de Deus e em 1640 a Virgem da Conceição foi oficialmente tornada Padroeira de Portugal e de todas as suas colônias. Já no segundo o cristianismo data ainda da Idade Média, já com certo culto Mariano. No século XIV pode-se constatar as primeiras pinturas em fontes de Nossa Senhora do Monte Claro atraindo romeiros e peregrinos, sendo criado pelo Rei Ladislau IV a Fortaleza Mariana, transformando o mosteiro em base militar que durante a tentativa de invasão sueca foi usado como base e segundo a lenda quando da aparição de Nossa Senhora do Monte Claro fez com que os protestantes suecos desistissem das tentativas de entrada e destruição do mosteiro.
	Apesar de nesse tempo os poloneses não possuírem um território específico, a força religiosa e cultural manteve esse povo unido tendo sua identidade mantida muito com base em Nossa Senhora de Czestochowa, ou seja, podemos denotar que houve uma forte ligação com a devoção Mariana desde o início de sua história enquanto nação nesse período de 125 sem um território ou Estado próprio, girando o centro de tal nação em torno do lugar sagrado do santuário de Czestochowa.
	Pensando na questão dos Santuários, o Código Canônico da Igreja Católica de 1983 estabelece e delimita que tais serão:
Cân. 1230 — Pelo nome de santuário entende-se a igreja ou outro lugar sagrado aonde os fiéis, por motivo de piedade, em grande número acorrem em peregrinação, com a aprovação do Ordinário do lugar. (LEITE, 1983, p. 212) 
	Outrossim devemos lembrar que o santuário de Monte Claro em Czestochowa está entre os dez mais importantes da Igreja Católica em todo o mundo, o que de fato nós faz afirmar que existe um entrelace extremamente importante entre a cultura polonesa e a figura Mariana, podendo ser observado uma devoção muito grande, o que influenciou a perspectiva de vida de João Paulo II desde sua infância em grande medida.
	Apesar de existir uma certa resistência política na Polônia durante muito tempo em estabelecer uma ligação clara com a Igreja Católica, em 1979 a eleição de Karol Wojtyla como Papa e líder da Igreja Católica mundial, bem como seu apoio ao movimento da Solidariedade, bem como as suas peregrinações a Polônia aos pés da Nossa Senhora do Monte Claro aumentaram e fortaleceram o mosteiro de Nossa Senhora do Monte Claro, conforme apresentado por Bosco (1980).
	Podemos afirmar então que em ambos os países, as duas Marias impactaram os povos de forma a construir uma cultura religiosa muito específica. As duas nações possuem uma forte ligação com as questões sociais e culturais de suas Santas Padroeiras visivelmente em suas peregrinações aos santuários, o que de fato influenciou a vida e a obra de Karol Wojtyla em sua vida toda, inclusive após se tornar João Paulo II e dar início a sua direção da Igreja Católica enquanto líder desta. Outro ponto que podemos observar é a presença da devoção em momentos mais conturbados da história, os quais fortalecem de certa forma a fé geral de uma nação que já busca se alicerçar na Igreja Católica como já foi mencionado. Nãohá como negar que diante da ligação de João Paulo II com o santuário Mariano, o qual é considerado o mais visitado do mundo com seis milhões de visitantes por ano, existe uma íntima relação de ligação de fé entre o Papa e sua devoção Mariana.
	É importante estabelecermos um certo debate em torno da eleição de Karol Wojtyla o que para Reese (1998), o então Cardeal da Igreja católica despertava interesse de seus companheiros tendo em vista sua visibilidade e juventude. Era um poliglota, possuindo um comportamento a ser seguido tanto em âmbito social quanto moral tendo apenas 58 anos quando da sua eleição.
	Foi uma surpresa um não italiano tão jovem ser eleito, o que difere dos últimos Papas que o antecederam, também sendo o primeiro Papa polonês da história da Igreja.
	Para Valle (1980) a eleição de Karol Wojtyla pegou a todos de surpresa, inclusive a população católica de todo o mundo, tanto os mais fiéis, quanto os nem tanto, gerando um grande sentimento de curiosidade. Outrossim vale ressaltar que tal fato tornou, tanto a igreja católica, quanto o próprio já Papa João Paulo II deveras populares, retomando em certa medida o que o Vaticano esperava para a fé católica. 
	Antes mesmo de sua eleição como Papa, este participava ativamente do ensino religioso católico e da Liturgia, ofertando ao Vaticano uma saída para a crise que havia se instaurado no interior da religião desde a década de 1970.
	Karol Wojtyla, tinha como objetivo de vida um determinado confronto com o comunismo, porém não da forma tradicional de pensar ou de fé em específico, ou seja, não havia uma disputa ideológica e de embate direto, mas sim muito ligado aos direitos humanos em prol dos indivíduos e da coletividade que era afetada na época por um autoritarismo e perseguição crescente advindo dos sistemas comunistas ligados a União Soviética.
	Podemos levantar algumas questões que levam em direção da apresentação de João Paulo II enquanto uma figura fascinante no interior da Igreja e enquanto seu líder supremo. Para Bosco (1980), um dos principais fatores para isso é sua origem humilde, advindo de uma família pobre que havia sido arrasada pela Segundo Guerra Mundial havendo o desmantelamento de alguns de seus membros, como sua mãe que faleceu em 1929 com problemas no coração quando Karol Wojtyla tinha somente oito anos e logo em seguido seu irmão em 1932 de escarlatina o que foi, ainda segundo o autor irreparável para a pessoa do Papa João Paulo II.
	Já para Boff (1980), o já Papa João Paulo II teve uma atuação intimamente ligada a simbologia e ao seu arquétipo muito vinculados a profundidade humana, sendo apresentado pelo autor algumas qualidades específicas, muito ligado à riqueza humana e ao carisma ligado a pessoa do Papa.	
	O já Papa João Paulo II se apresentou para toda a comunidade como um homem extremamente religioso e ligado a causas humanitárias. Para ele, a fé não está baseada em teoria pura e simplesmente, nem mesmo na doutrina pura, mas sim em uma convicção se mostrando extremamente cordial e humano e necessariamente muito ligado as questões daqueles que mais precisavam dele, os pobres do mundo. Para Boff, o Papa João Paulo II:
O Papa infunde segurança e confiança que se depreende de sua personalidade e autoridade; esta autoridade se deriva não da inflação do eu ou da busca do poder pelo poder, mas da consciência de representar Cristo com sua mensagem no mundo e os mais altos valores do ser humano... daí o fascínio e o impacto de João Paulo II. (BOFF, 1980, p. 405)
	João Paulo II seguiu alguns temas ao longo de sua vida, tanto enquanto pessoa, quanto Papa, muito ligado estes desde seu nascimento, e sua juventude, ou seja, trazendo consigo uma história de vida e uma perspectiva de mundo muito específica, sendo elas a devoção, a disciplina, o drama, o intelectualismo, de certa forma o isolamento, o sofrimento, o mistério, a devoção Mariana, bem como certos laços familiares com o judaísmo, estando acima de tudo a paixão pela Polônia ligado a sua formação de base e estrutura enquanto devoto.
	Podemos concluir que sem sombra de dúvidas a influência materna sempre esteve presente na vida e obra de João Paulo II, em especial ligado a sua doutrina católica, vindo a se tornar a maternidade o principal tema pastoral e sacerdócio. A relação entre os ocorridos de sua vida ligado à mãe o levaram a escolher o lema como “Totus Tuus” que possui referência direta com a Virgem Maria ainda em 1958. Quando criança, logo após a morte de sua mãe, seu pai o levou, juntamente com seu irmão a uma peregrinação ao santuário Mariano em Kawaria Zebrzydowska conforme apresentado anteriormente. Este local se tornaria um porto seguro para o Papa João Paulo II que em diversos momentos de seu papado e de sua vida recorreu ao espaço naqueles momentos mais complexos.
	O pai de Karol também exerceu forte influência acerca da construção de caráter e personalidade, sendo muito ligado a uma rigidez maior na observância da disciplina, possuindo também uma força moral arrebatadora, sendo muito exigente com relação a execução de tarefas e deveres. Sua vida junto a igreja iniciou muito cedo se tornando coroinha quando criança, porém ainda não possuindo pretensões de seguir em torno da carreira e formação religiosa. Já em 1946, agora mais vinculado a igreja tomou como ordem ser presbítero estudando doutorado em teologia já em Roma. Atuou como professor de teologia e moral nas Universidades de Lublin e Cracóvia até o ano de 1958 quando foi nomeado Bispo auxiliar na Polônia e mais especificamente na cidade de Cracóvia.
	Para Reis (1980) o então Papa João Paulo II poderia ser considerado como liberal em matéria social, porém conservador em relação à doutrina católica especificamente. Ainda para o autor, o Papa inaugurou uma nova perspectiva em torno da pastoral da igreja tornando está muito mais dinâmica e flexível havendo muitas viagens em sua agenda ligadas a esta. João Paulo II ficou conhecido por ser o Papa que mais realizou viagens desde o ano de 1978 em torno de consolidar a igreja católica pelo mundo, após um longo período de crise, levando o cristianismo com o intuito de unificar as diversas igrejas cristãs, fortalecendo o caráter implícito no Concílio Vaticano II ecumênico.
	O Papa João Paulo II tratou de concentrar esforços em torno do que se baseava o Concílio mencionado acima com o intuito muito claro de trazer ao mundo moderno a unificação da Igreja Católica Romana como força salvadora e como meio e instrumento para isso. 
	Segundo Valle (1980), desde sua eleição a figura do Papa João Paulo II esteve muito presente e forte na mídia, sempre marcado por uma base de personalidade forte, que esteve presente e a frente de diversas lutas, inclusive contra o comunismo em seu país conforme já foi mencionado acima, com grande tendência a retomar uma disciplina que a igreja havia perdido, retomando a teologia católica de uma forma mais geral e focando no religioso como reconhecido espaço da igreja católica.
	Logo nos primeiros anos de seu pontificado podemos notar em suas contribuições por meio das Cartas Encíclicas uma grande reflexão e meditação pessoal em especial relacionado ao grande tríptico sendo o Redemptor Hominis, Dives in Misericordia, e o Dominum et Vivificantem muito ligado ao seu estilo literário, e assim permaneceu ao longo de todo o seu papado, muito ligado ao confronto com o tradicional.
	Estamos aqui delimitando em especial as encíclicas vinculadas a teologia moral que seja a Veritatis Splendor, tranzendo a tona novamente o espírito missionário da Igreja na contemporaneidade. Em um segundo momento também a encíclica Evagelium Vitae, sendo esta considerada por toda a igreja católica como uma veneração pela vida, restringindo o aborto, a eutanásia e o homossexualismo. 
	Vale ressaltar que uma Carta Encíclica seria um documento oficial tendo como objetivo e leitores os bispos e todos os féis de forma mais geral possuindo em seu cerne um caráter doutrinal acerca da fé, da moral e/ou princípios da doutrina social da igreja católica.
	O Papa JoãoPaulo II publicou ao todo em seu pontificado treze cartas encíclicas[footnoteRef:1], entretanto compreendemos como as mais importantes duas, sendo elas Veritatis Splendor (O esplendor da verdade), publicada em 05 de agosto de 1993, muito relacionada as questões morais, delimitando e estabelecendo os conceitos morais como base ética e regular para a Igreja Católica, também objetivando o ensinamento da palavra e dos mandamentos de Cristo e a verdade da existência e da vida humana e o Evangelium Vitae (O evangelho da vida), publicado em 25 de março de 1995, o qual era muito específico na condenação do uso de preservativos muito ligado a concepção de vida, bem como abolindo qualquer possibilidade de aborto e eutanásia que eram citados pelo pontífice como “cultura da morte”. [1: Redemptor Hominis - O Redentor do Homem, de 04 de março de 1979; Dives in Misericórdia - Rico em Misericórdia, de 02 de dezembro de 1980; Laborem Exercens - Sobre o Trabalho Humano, de 14 de setembro de 1981; Slavorum Apostoli – Apóstolos dos Eslavos, de 02 de julho de 1985; Dominum et Vivificantem – Senhor e Vivificador, de 18 de maio de 1986; Redemptoris Mater- Mãe do Redentor, de 25 de março de 1987; Sollicitudo Rei Socialis- Solicitude Social, de 30 de dezembro de 1987; Redemptoris Missio- Missão do Redentor, de 07 de dezembro de 1990; Centesimus Annus - Sobre o Centenário da Rerum Novarum, de 01 de maio de 1991; Veritatis Splendor - O Esplendor da Verdade, de 06 de agosto de 1993; Evangelium Vitae - O Evangelho da Vida, de 25 de março de 1995; Ut Unum Sint- Que todos sejam um, de 25 de maio de 1995; Ecclesia de Eucharistia – Eucaristia da Igreja, de 17 de abril de 2003.] 
	Para Julia (1998) havia aqui uma intenção clara de se manifestar o poder da fé em si, agregando os membros da comunidade. Podemos observar aqui uma forte coesão ou tendência de tal realização social, vendo uma possível crise ética no interior da sociedade contemporânea e assim objetivando a retomada com as encíclicas apresentando para seus fiéis o “verdadeiro caminho” e o “esplendor da vida”, muito de toda essa perspectiva ligada a sua vertente Mariana da qual mencionamos ao longo do texto, bem como ao seu lema Totus Tuus conforme passagem da encíclica Veritatis Splendor:
O progresso da ciência e da técnica é visto como testemunho da capacidade da inteligência e da tenacidade dos homens, mas isto não faz com que a humanidade dispense as questões religiosas, ao contrário, a religião é vista como um estimulante para enfrentar as lutas mais dolorosas, que são as do coração e da consciência moral. (1993, n. 35)
	Denotamos aqui um objetivo muito específico que seja garantir a salvação da religião, garantindo a humanidade uma proteção geral. Também podemos notar uma retomada a proteção e a garantia de respostas por meio da igreja, definindo conceitos morais e ético para uma retomada do que estava em crise.
	Temos aqui uma nova perspectiva da Igreja Católica com o Papa João Paulo II a frente, garantindo por meio de sua perspectiva Mariana uma forma de retomada as questões morais e éticas que de certa forma estavam enfrentando problemas em se relacionar com a sociedade de uma forma mais geral, conforme Júlia (1998).
3 METODOLOGIA 
	Este trabalho foi realizado através de uma pesquisa bibliográfica, buscando relatos acerca do assunto abordado, cujo o tema Maria na tradição da Igreja. Uma vez que utilizados livros, artigos, rede eletrônica.
	A pesquisa e de cunho qualitativo, buscando embasamento teórico em diversos autores. Conclui que foi diversa sua presença e influencia na história, se tornando essencial para a compreensão da igreja católica moderna e seus diversos desdobramentos. (e. Veritatis Splendor e Evangelium Vitae (1993-1995):
arcabouços do pontificado de João Paulo II. 2006; BECERRA, Salvador Rodriguez. Santuarios y apariciones marianas en Andalucia
(España). In: Revista Santuarios, Universidade de Lisboa, v. 1, n. 2, p. 223-226, 2014; ESPÍRITO SANTO, Moisés. A religião popular portuguesa. Lisboa: Assirio & Alvim,
1990. ).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Podemos concluir que a doutrina Mariana foi deveras importante ao longo de toda a história da Igreja Católica de uma forma mais ampla e geral, porém quando nós referimos a Karol Wojtyla essa concepção e perspectiva de vida está ainda muito mais presente, desde a sua infância, perpassando por toda a sua juventude, bem como por todo o seu Papado, o qual sempre este presente, bem como também sempre recorreu a essa percepção de vida em suas orientações enquanto pontífice da Igreja Católica Apostólica Romana.
	Temos com a eleição do já João Paulo II, líder mundial da fé católica uma nova visão de mundo, bem como uma nova apresentação da Igreja Católica para todo o mundo, mas com grande ênfase a seus fiéis, objetivando retoma no interior da coesão social cristã as perspectivas que antes eram adotadas e que em certa medida haviam sido perdidas ou não estavam sendo seguidas da forma como se deveria. 
	Podemos afirmar que por um lado João Paulo II era um pouco liberal ao se manter muito próximo de sua origem humilde e ter se tornado muito defensor da causa mais pobres do mundo, e por outro, com o intuito de retomada da Igreja Católica no mundo, um pouco conservador em especial em suas publicações como vimos ao longo do trabalho, condenando o aborto, o uso de contraceptivos, mesmo na proteção da AIDS no mundo, a eutanásia em todos os casos, e buscando uma retomada das questões morais e éticas mais tradicionais no interior da fé cristão católica.
	João Paulo II tentou e efetivou em grande medida uma reforma da Igreja Católica, mas seu papel mais importante este envolto em suas características pessoais, em sua presença no mundo e em especial no interior da mídia, sendo um dos primeiros Papas a utilizar dos meios de comunicação como um canal para demonstrar a fé e a Igreja de uma forma geral, atingindo aqueles que estavam distantes há algum tempo dos templos sagrados.
	Apesar de tudo isso, ainda assim seu pontificado ficou marcado por uma puxada de freio em torno da modernização da Igreja, muito pelo receio de que esta perdesse um pouco de sua identidade cultural, reforçando a identidade em torno de sua figura individual o que de fato se tornou um caminho a ser seguido já que o Papa representa toda a comunidade católica de uma forma geral, sendo seu líder.
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¹Aluno Graduando em Teologia Católica pelo Centro Universitário Internacional Uninter
²Professor Orientador do Centro Universitário Internacional Uninte.

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