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EBOOK GRATUITO 2 Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer ou forma sem a prévia autorização do autor. A violação dos direitos autoriais é crime estabelecido na lei No. 9610/98 e punido no artigo 184 do Código Penal. Produção, Edição e Revisão: Alexandre Garcez e Equipe Fotografia: Thiago de Almeida Silva Revisão: Danielle Scotellaro Projeto de Arte: Alexandre Garcez Divulgação e Mídias: Mônica Freitas ALEXANDRE GARCEZ 3 ARMAS CONTRA ILEGALIDADES ATUAÇÃO ADVOCATÍCIA PENAL EM ÂMBITO POLICIAL 1 4 1 0 2 0 - 0 8 4 3 - GAR6 ERDNAXELA Rio de Janeiro, Brasil – 2020 Para reportar algum erro nesta obra, ou caso queira enviar alguma sugestão, envie email para ebook3armas@gmail.com https://alexandremgarcez.wixsite.com/telegram-advomachine Seja membro gratuitamente da nossa comunidade https://alexandremgarcez.wixsite.com/telegram-advomachine https://alexandremgarcez.wixsite.com/telegram-advomachine https://alexandremgarcez.wixsite.com/telegram-advomachine 3 Olá, primeiramente parabéns por adquirir esse e-book. Embora gratuito, o valor das informações aqui contidas é inestimável. Aproveite esse material porque a partir de agora você tem em mãos um pequeno arsenal de uso prático para ser utilizado em situações reais de dificuldade durante sua trajetória como criminalista, em especial, no âmbito do atendimento em delegacia de polícia. Não sei se você sabe, mas provavelmente deve suspeitar, delegacias de polícia eventualmente podem ser ambientes complicados e até hostis para o advogado criminalista e para o seu cliente. Aqui vai algumas das situações reais que você pode se deparar ao atender um cliente na delegacia de polícia: • Uso de algemas do cliente sem amparo legal; • Identificação criminal desmotivada em detrimento do cliente; • Impedimento de acesso do advogado aos autos de inquérito; • Impedimento para realizar cópia de documentos do inquérito; • Tomar um "chá de cadeira" interminável; • Ter o cliente exposto à mídia; • Sofrer ameaça de prisão para intimidar sua atuação; • Interrogatório sub-repitício (ilegal e mediante coação); Esses são alguns entre tantos outros percalços que enfrentei durante minha jornada. Admito - não foi nada fácil -, na hora da tensão a coisa pode ficar feia e uma vez no campo de batalha, é muito difícil improvisar. Consegui driblar esse tipo de situação com conhecimento técnico, mas, também houve muito suor e prática. Por isso, de forma direta e fácil aqui estão 3 armas em primeira mão para te ajudar a saber o que fazer quando for ameaçado no exercício da nobre profissão de advogado e em especial, da incrível e fantástica carreira de advogado criminalista. Seja bem-vindo e prepare-se para começar a afiar suas armas . Alexandre Garcez:. Ps: Mas antes leia o aviso na próxima página. 4 Antes de iniciar o voo, os passageiros são sempre orientados por um membro da tripulação especialmente treinado sobre as regras e procedimentos de segurança em caso de emergência. Leia as informações dadas nesse e-book – elas foram feitas para aumentar a sua segurança e a dos seus clientes , e para que você saiba como se comportar em caso de emergência ou de tensão. Abaixo vai a ideia conceitual de como pensar estrategicamente e manter a combatividade. 1ª – Tenha iniciativa, pois não receberá ajuda para todas as situações. Tenha em vista o objetivo final que é de construir soluções para o seu cliente e ser bem remunerado por isso. 2ª – Há sempre uma surpresa, por isso esteja preparado, jamais pare de estudar. 3ª – Mantenha seu corpo forte, sua mente afiada e seu smartphone carregado. 4ª – Aprenda a suportar o desconforto e a fadiga sem queixar-se e seja moderado em suas necessidades. 5ª – Pense e aja como caçador, não como caça. 6ª – Defender significa combater sempre com inteligência, portanto, seja o mais criativo e estratégico. Mesmo quando tudo parecer desfavorável, quando sentir medo, quando tentarem te tornar pequeno, quando um tremor atravessar sua pele, quando precisar enfrentar a injustiça e assumir a defesa do seu cliente, seja ele quem for, lembre-se, o desafio serve apenas para torná-lo mais experiente, mais forte e mais sensato. O resultado positivo é o objetivo, mas a experiência prática em si é um ganho inestimável. Mesmo que, vez ou outra, você perca, mostre combatividade. É disso que os advogados de verdade são feitos! Então, se no final você for atingido e chegar perto do limite, baixe sua cabeça diante do seu inimigo e quando ele estiver rindo, levante-a com toda força e dê-lhe uma última cabeçada no nariz. Combatividade jurídica é a qualidade que o advogado e a advogada, em especial os criminalistas, têm para buscar ferozmente uma solução absolutória para o seu cliente e em última opção, a diminuição da pena. Se puder entender isso, então continue lendo. Senão, ok! Eu vou entender e te espero até você sentir que seu momento chegou. Mas até lá saiba que mais dia, menos dia, o desafio baterá a sua porta. Estar preparado é uma escolha. Então, pense bem: já não é hora de começar direito? 5 Índice Leia isso antes de começar direito Capítulo I – Você Preparado Capítulo II – Garanta seu cliente – quando as mulas desafiam as Súmulas Capítulo III – Sem Misericórdia – Um golpe de mestre na violação Advogado de Verdade_ 04 06 19 25 30 8 A primeira arma que você precisa ter no bolso é o resumo das principais prerrogativas dos advogados aplicáveis em âmbito de delegacia de polícia. Afinal, como criminalista, você eventualmente poderá se deparar com algum tipo de constrangimento ilegal ou violação de direito fundamental nas DP´s (Delegacias de Polícia) da vida. Não há coisa pior, especialmente no exercício da advocacia, que apresentar conhecimento sobre seu próprio direito, mas não saber precisamente em que fonte esse direito se fundamenta. E apesar do seu smartphone ajudar na consulta de leis e etc, imagine o quão complicado isso pode se tornar após um momento de tensão com a Autoridade Policial. Pense comigo: em qual situação um advogado precisará lançar mão de suas prerrogativas? Bem, não será na hora do abraço caloroso! Certo? Possivelmente será quando o `bicho estiver pegando´, quando já estiver rolando um estresse entre você e alguma autoridade. Embora seja cada vez mais raro que algo assim ocorra, sobretudo, porque os servidores públicos estão se tornando cada vez mais bem preparados, infelizmente, ainda acontece. Então, se acontecer a situação, invariavelmente, por si só, poderá deixá- lo nervoso ou nervosa, e pior, desprevenido e inerte. Algo que você não vai querer para sua brilhante carreira. Por isso a primeira arma que você precisa ter em mãos são alguns importantes artigos da Lei nº 8.906, de 04 de julho de 1994 que trata das prerrogativas no exercício da advocacia, em especial, àquelas aplicáveis durante sua atuação em âmbito policial. 9 Por favor, não cometa o erro medonho de ficar recitando as prerrogativas contra a autoridade que estiver criando problemas. Não vai funcionar e pode piorar ainda mais as coisas. Existem advogados que, por razões que fogem à lógica estratégica, insistem em enfrentar autoridades no estilo "vence quem fala mais alto". Isso dá margem a todo tipo de aborrecimento e normalmente não resolve. Bom, então como utilizar as prerrogativas na prática? Tudo que é dito se perde, mas, o que se escreve fica para a eternidade. Solicitar a um abusador que cesse a violação é tão útil quanto dizer que vai chover. Não perca tempo, diante de uma violação, use uma das suas principais armas, sua caneta! Acaneta (ou token)! Isso mesmo, a caneta (ou token) é a espada ninja do advogado e a sua assinatura é o golpe de mestre que você dá (escrita ou digital). Obviamente que uma assinatura sozinha não fará diferença alguma no mundo. Use os fundamentos jurídicos das suas prerrogativas (estão todos aqui ao final deste e-book) não apenas para mostrar que você tem direito, mas para registrar a violação que você está combatendo. Isso é importante para suscitar nulidades no momento oportuno. Faça isso com uma petição simples e pronto! Você estará sendo combativo e estratégico. Então já que agora você está ficando mais combativo , vamos ao TOP 5 PRERROGATIVAS QUE VOCÊ TEM QUE SABER ANTES DE PÔR OS PÉS NA DELEGACIA 10 É prerrogativa do advogado ingressar livremente , no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e independentemente da presença de seus titulares. Muitos jovens advogados e advogadas se sentem um pouco intimidados quando leem “mesmo fora da hora de expediente e independentemente da presença de seus titulares”, mas... é isso aí mesmo. Em qualquer horário você pode ingressar onde quer que seja que seu cliente esteja preso! Não se preocupe se vai incomodar. - Mas Alexandre, isso significa que se eu quiser falar com o meu cliente às 2hs da manhã lá no Complexo Penitenciário de Bangu eu posso, doutor? - PODE! - Espera aí Alexandre! e no quartel do Exército, pode? - Pode também, Jesus! - E na delegacia eu posso ir falar com o meu cliente às 3h32min da madrugada? Pode, meu filho! Vai na fé e na lei! UM SUAVE CASO REAL Certa vez precisei apurar os autos de um IP (inquérito policial) que estavam acautelados na 21ª DP de Bonsucesso aqui do RJ (um dos locais que considero mais hostis do Rio). É comum haver uma corrente separando o público dos policiais que ficam atrás do balcão. Eu sabia onde ficava o setor de informações sobre inquéritos e, portanto, sem qualquer cerimônia, afastei a corrente e entrei na delegacia indo até onde deveria. Um jovem policial virou-se com dureza e tentou me admoestar dizendo: “ – Tem que pedir para entrar “ - e eu prontamente respondi resoluto: “ - Não preciso! Recomendo que você estude a lei, meu jovem. “ Esse relato termina com uma expressão do meu filhinho de 5 anos que diz sempre ao final da historinha da formiga Herold e seu amigo dinossauro: “e...fim!” Um dos maiores problemas na atuação como advogado criminalista é que muitos policiais se sentem provocados apenas porque você está exercendo sua profissão. É preciso ter parcimônia, porém jamais deixe que passem por cima dos seus direitos. TOP 5 PRERROGATIVAS QUE VOCÊ TEM QUE SABER ANTES DE PÔR OS PÉS NA DELEGACIA 11 Não vá arrumar confusão estando equivocado, cuidado com o sigilo! É prerrogativa do advogado/advogada examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital; É prerrogativa do advogado/advogada examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não estiverem sujeitos a sigilo ou segredo de justiça, assegurada a obtenção de cópias, com possibilidade de tomar apontamentos; Quando os autos do inquérito forem considerados sigilosos, hipótese que precisa ser declarada somente mediante autorização judicial, o advogado só poderá ter acesso ao que estiver documentado nos autos do inquérito, fica a dica! Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado/advogada apresentar procuração. Cuidado para não cometer a gafe de exigir o inexigível. A autoridade competente poderá delimitar o acesso do advogado aos elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos, quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências. Nesses casos, a prerrogativa de acesso do advogado sofre mitigação quando se trata de sigilo, para que a eficácia da investigação seja preservada. Mas isso não quer dizer que o advogado não terá acesso aos autos. O acesso ocorrerá, após finalizadas as diligências que envolvem o sigilo. TOP 5 PRERROGATIVAS QUE VOCÊ TEM QUE SABER ANTES DE PÔR OS PÉS NA DELEGACIA 12 É prerrogativa do advogado/advogada comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis; É prerrogativa do advogado/advogada reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento; TOP 5 PRERROGATIVAS QUE VOCÊ TEM QUE SABER ANTES DE PÔR OS PÉS NA DELEGACIA Art. 7º São direitos do advogado: I - exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional; II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia; (Redação dada pela Lei nº 11.767, de 2008) III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis; IV - ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB; V - não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua falta, em prisão domiciliar; (Vide ADIN 1.127-8) VI - ingressar livremente: a) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separam a parte reservada aos magistrados; b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e independentemente da presença de seus titulares; c) em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro serviço público onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente qualquer servidor ou empregado; d) em qualquer assembléia ou reunião de que participe ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual este deva comparecer, desde que munido de poderes especiais; LEI No 8.906/94 (aqui estão somente as prerrogativas) Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Origem http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8906.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11767.htm http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1597992 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1597992 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1597992 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1597992 13 VII - permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quaisquer locais indicados no inciso anterior, independentemente de licença; VIII - dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente de horário previamente marcado ou outra condição,observando-se a ordem de chegada; IX - (Vide ADIN 1.127-8) (Vide ADIN 1.105-7) X - usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou tribunal, mediante intervenção sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, documentos ou afirmações que influam no julgamento, bem como para replicar acusação ou censura que lhe forem feitas; XI - reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento; XII - falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão de deliberação coletiva da Administração Pública ou do Poder Legislativo; XIII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não estiverem sujeitos a sigilo ou segredo de justiça, assegurada a obtenção de cópias, com possibilidade de tomar apontamentos; (Redação dada pela Lei nº 13.793, de 2019) XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital; (Redação dada pela Lei nº 13.245, de 2016) XV - ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza, em cartório ou na repartição competente, ou retirá-los pelos prazos legais; XVI - retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração, pelo prazo de dez dias; XVII - ser publicamente desagravado, quando ofendido no exercício da profissão ou em razão dela; XVIII - usar os símbolos privativos da profissão de advogado; XIX - recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo quando autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo profissional; XX - retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial, após trinta minutos do horário designado e ao qual ainda não tenha comparecido a autoridade que deva presidir a ele, mediante comunicação protocolizada em juízo. XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração: (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016) a) apresentar razões e quesitos; (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016) b) (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016) § 1º Não se aplica o disposto nos incisos XV e XVI: 1) aos processos sob regime de segredo de justiça; 2) quando existirem nos autos documentos originais de difícil restauração ou ocorrer circunstância relevante que justifique a permanência dos autos no cartório, secretaria ou repartição, reconhecida pela autoridade em despacho motivado, proferido de ofício, mediante representação ou a requerimento da parte interessada; LEI No 8.906/94 Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Origem http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8906.htm http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1597992 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1597992 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1597992 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1594516 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1594516 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1594516 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13793.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13245.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13245.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13245.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13245.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Msg/VEP-10.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13245.htm 14 3) até o encerramento do processo, ao advogado que houver deixado de devolver os respectivos autos no prazo legal, e só o fizer depois de intimado. § 2º O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer. (Vide ADIN 1.127-8) § 3º O advogado somente poderá ser preso em flagrante, por motivo de exercício da profissão, em caso de crime inafiançável, observado o disposto no inciso IV deste artigo. § 4º O Poder Judiciário e o Poder Executivo devem instalar, em todos os juizados, fóruns, tribunais, delegacias de polícia e presídios, salas especiais permanentes para os advogados, com uso e controle assegurados à OAB. (Vide ADIN 1.127-8) § 5º No caso de ofensa a inscrito na OAB, no exercício da profissão ou de cargo ou função de órgão da OAB, o conselho competente deve promover o desagravo público do ofendido, sem prejuízo da responsabilidade criminal em que incorrer o infrator. § 6o Presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte de advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da inviolabilidade de que trata o inciso II do caput deste artigo, em decisão motivada, expedindo mandado de busca e apreensão, específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de representante da OAB, sendo, em qualquer hipótese, vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos objetos pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos de trabalho que contenham informações sobre clientes. (Incluído pela Lei nº 11.767, de 2008) § 7o A ressalva constante do § 6o deste artigo não se estende a clientes do advogado averiguado que estejam sendo formalmente investigados como seus partícipes ou co-autores pela prática do mesmo crime que deu causa à quebra da inviolabilidade. (Incluído pela Lei nº 11.767, de 2008) § 8o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.767, de 2008) § 9o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.767, de 2008) § 10. Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar procuração para o exercício dos direitos de que trata o inciso XIV. (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016) § 11. No caso previsto no inciso XIV, a autoridade competente poderá delimitar o acesso do advogado aos elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos, quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências. (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016) § 12. A inobservância aos direitos estabelecidos no inciso XIV, o fornecimento incompleto de autos ou o fornecimento de autos em que houve a retirada de peças já incluídas no caderno investigativo implicará responsabilização criminal e funcional por abuso de autoridade do responsável que impedir o acesso do advogado com o intuito de prejudicar o exercício da defesa, sem prejuízo do direito subjetivo do advogado de requerer acesso aos autos ao juiz competente. (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016) § 13. O disposto nos incisos XIII e XIV do caput deste artigo aplica-se integralmente a processos e a procedimentos eletrônicos, ressalvado o disposto nos §§ 10 e 11 deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.793, de 2019) LEI No 8.906/94 Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Origem http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8906.htm http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1597992 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1597992http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1597992 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1597992 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1597992 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1597992 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1597992 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1597992 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11767.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11767.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Msg/VEP-594-08.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11767.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Msg/VEP-594-08.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11767.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13245.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13245.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13245.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13245.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13793.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13793.htm 15 Art. 7o-A. São direitos da advogada: (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016) I - gestante: (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016) a) entrada em tribunais sem ser submetida a detectores de metais e aparelhos de raios X; (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016) b) reserva de vaga em garagens dos fóruns dos tribunais; (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016) II - lactante, adotante ou que der à luz, acesso a creche, onde houver, ou a local adequado ao atendimento das necessidades do bebê; (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016) III - gestante, lactante, adotante ou que der à luz, preferência na ordem das sustentações orais e das audiências a serem realizadas a cada dia, mediante comprovação de sua condição; (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016) IV - adotante ou que der à luz, suspensão de prazos processuais quando for a única patrona da causa, desde que haja notificação por escrito ao cliente. (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016) § 1o Os direitos previstos à advogada gestante ou lactante aplicam-se enquanto perdurar, respectivamente, o estado gravídico ou o período de amamentação. (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016) § 2o Os direitos assegurados nos incisos II e III deste artigo à advogada adotante ou que der à luz serão concedidos pelo prazo previsto no art. 392 do Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943 (Consolidação das Leis do Trabalho). (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016) § 3o O direito assegurado no inciso IV deste artigo à advogada adotante ou que der à luz será concedido pelo prazo previsto no § 6o do art. 313 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016) Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado previstos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta Lei: (Incluído pela Lei nº 13.869. de 2019) Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.869. de 2019) LEI No 8.906/94 Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Origem http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8906.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13363.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13363.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13363.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13363.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13363.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13363.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13363.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13363.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13363.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13363.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13363.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13363.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13363.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13869.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13869.htm 16 II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia; (Redação dada pela Lei nº 11.767, de 2008) III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis; IV - ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB; V - não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua falta, em prisão domiciliar; (Vide ADIN 1.127-8) https://www.conjur.com.br/2020-jan-03/violacao-prerrogativas-advogados-passa-crime http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11767.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11767.htm http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1597992 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1597992 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1597992 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1597992 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1597992 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1597992 17 TOP 5 PRERROGATIVAS QUE VOCÊ TEM QUE SABER ANTES DE PÔR OS PÉS NA DELEGACIA Bem, Alexandre, ok! Mas o que eu faço se no final minha prerrogativa for desrespeitada? Nesse caso, você terá primeiramente que agir na modalidade que eu chamo de medidas paliativas nível « café com leite ». Algo semelhante a quando você era criança e corria para pedir abrigo ao seu responsável adulto porque seu coleguinha te derrubou. Minha infância serve para ilustrar. Cresci no período das trevas, na década de 1980 (sim eu sou um ancião), fui criado na têmpera selvagem de uma região pobre, onde fazia parte da nossa educação sobreviver ao amiguinho porque, geralmente, a porrada comia. Bullyng não existia. Na verdade, mexer com o outro e humilhá-lo porque o pobrezinho era caolha, não passava de um treinamento natural para encarar a vida e, normalmente, a resposta para esses conflitos terminava com um apelo à agressão imediata com o fim de afastar a injusta provocação. Então, para resolver as questões da velha e boa violência recíproca intersubjetiva infantil, quando havia um litígio, raramente o pai ou a mãe de alguma criança da minha rua eram acionados como tribunal de exceção. Mas, voltando à questão inicial, ter a prerrogativa violada é como ser derrubado ou sofrer bullyngpelo coleguinha no meu bairro na década de 1980. Você pode chamar a mãe que, neste caso, é a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Uma mãe que... às vezes, devo dizer, meio desleixada. A depender da seccional da OAB do seu Estado, você vai precisar que os astros estejam alinhados em Capricórnio com a Lua em saturno para receber aquele apoio real. Falando sério, penso que os advogados criminalistas, em especial os iniciantes, não devem jamais esperar que a OAB vai « comprar a sua briga ». - Mas Alexandre, então quer dizer que eu não posso contar com a OAB? Resposta: Veja, você pode contar com ela sim, já que afinal é para isso que pagamos uma das maiores anuidades entre as demais profissões, não é mesmo? Pelo menos a sua ligação telefônica alguém deve atender lá na OAB! Porém, para a sua saúde emocional, reserve uma margem de incredulidade quanto ao auxílio da OAB. Tente pensar que a vida do criminalista é como a minha rua na década de 1980, defenda-se como puder, sozinho, com as suas próprias armas, já que afinal você é um defensor. 18 TOP 5 PRERROGATIVAS QUE VOCÊ TEM QUE SABER ANTES DE PÔR OS PÉS NA DELEGACIA Defenda-se Defensor! Ao se deparar com algum nível de violação de suas prerrogativas em âmbito policial você poderá acionar a OAB, ok já falamos disso há pouco. Mas quero ressaltar que antes de lançar mão da OAB, recomendo que você avalie bem a situação e tenha calma para deixar a boa e velha Ordem para o final, se for mesmo o caso de chamar a cavalaria (que pode não vir). A depender da situação, um simples telefonema para a Ouvidoria da Polícia às vezes é mais rápido e eficaz. É claro que isso vai depender da prerrogativa que está sendo violada. Já me deparei com situações em que a Autoridade Policial criava embaraços para que o advogado não tivesse acesso aos autos.Isso às vezes acontece de maneira muito sutil como, por exemplo, promover um « chá de cadeira » para gerar desistência pelo cansaço. Então, é preciso ter um certo feeling. Hoje em dia, graças aos smartphones, é fácil encontrar o contato dos órgãos de fiscalização da própria polícia e você deve fazer uso dessa alternativa sem medo de ser feliz. As Ouvidorias são órgãos da Secretaria da Segurança Pública que em geral têm como atribuições ouvir, encaminhar e acompanhar denúncias, reclamações, sugestões e elogios feitos pela população sobre a atuação policial. Já fiz algumas autoridades policiais calçarem as sandálias da humildade simplesmente ligando para a Ouvidoria. Quando a violação ocorre nos Tribunais aí as providências possíveis são mais robustas, mas isso é assunto para outro e- book. Recomendo o estudo das prerrogativas. Vou deixar todas elas ao final desse e- book. 21 Se por um lado as prerrogativas estão ligadas à proteção das garantias do advogado, por outro, algumas súmulas vinculantes estão ligadas à proteção e garantias de direitos constitucionais de qualquer pessoa, neste caso, do seu cliente especialmente em âmbito policial. Recomendo o estudo de súmulas vinculantes e as súmulas de um modo geral, tanto do STF (Supremo Tribunal Federal) quanto do STJ (Superior Tribunal de Justiça Embora neste e-book, eu chame as Súmulas Vinculantes de Arma No2, na verdade elas funcionam mais como munição para uma outra poderosa arma contra violações constitucionais, inclusive, em âmbito policial, assunto que tratarei mais detidamente no Capítulo III, a chamada Reclamação Constitucional. www.advomac hine.com.br Arma no2 SÚMULAS VINCULANTES MAS AFINAL O QUE SÃO SÚMULAS VINCULANTES? Mas o que são súmulas vinculantes? O Art. 103-A da Constituição Federal diz que “o Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. ” Fique atento ao fato de que SÚMULA VINCULANTE é diferente de SÚMULA! A palavra vinculante faz toda a diferença porque justamente impele que seja compulsoriamente observada. Por isso, não adianta usar as técnicas aqui apresentadas usando apenas súmulas ´comuns´, ok? Fica esperto. SÚMULAS VINCULANTES CONTRA ILEGALIDADES EM ÂMBITO DA ATIVIDADE POLICIAL Fundamentação: Artigos 103-A, e respectivos incisos da Constituição Federal; Súmula Vinculante 11 Súmula Vinculante 14 Súmula Vinculante 25 E outras 22 A Súmula Vinculante é realmente poderosa, porque, exceto pelo próprio STF e o Poder Legislativo, os demais órgãos do Poder Judiciário e a administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, ficam vinculados, isto é, devem obedecer suas diretrizes. Portanto, a Autoridade Policial (que faz parte do Poder Executivo) deverá observar os ditames das Súmulas Vinculantes e obedecê- las detidamente. Há muitas situações que as Súmulas Vinculantes de certa forma funcionam ferramenta de garantia de direitos constitucionais de pessoas acusadas ou detidas pelo Poder Público. Aqui estão algumas situações comuns e reais em que podem ser aplicadas tanto as prerrogativas do advogado, como súmulas vinculantes e, é claro, o próprio Art.5º da Constituição Federal: Arma no2 SÚMULAS VINCULANTES 23 USO ILEGAL DE ALGEMAS NO SEU CLIENTE Imagine a seguinte situação: você é chamado para atender um cliente preso em flagrante delito pela suposta prática do crime de furto em um Shopping. Chegando lá, seu cliente é um jovem franzino com olhos esbugalhados, assustado e trêmulo. Ele está algemado. Os policiais estão aguardando a viatura chegar. Você é o advogado do rapaz. O que você faz? Vai ficar parado olhando? Claro que não! Você se aproxima, se identifica e cumprimenta seu cliente, pergunta se ele está bem e depois se dirige os policiais. Então pergunta porque ele está algemado. Se o motivo que os policiais alegarem não for porque ele resistiu a prisão, ou porque tentou fugir ou porque oferece risco à integridade das pessoas, então, as algemas devem ser removidas imediatamente. Mas não é só isso, apure a situação! O exemplo é baseado em fatos reais e, acredite, os policiais possivelmente tentarão dizer que ele está algemado porque « estava dando alteração » ou qualquer clichê do tipo. Como reagir a desculpa sem sentido do policial? Veja, no caso apresentado, o rapaz (seu cliente) preso está apavorado, tremendo e, portanto, não oferece nenhum tipo de resistência, intenção de fuga ou perigo. Então, sem medo, você deve solicitar aos policiais com seriedade brutal e respeitosa, que as algemas sejam removidas. Eu aposto um jantar no Outback que eles atenderão ao seu pedido. Como tenho tanta certeza? Graças a Súmula vinculante No 11 Arma no2 SUMULAS VINCULANTES 24 Dá uma olhada no que diz a SÚMULA VINCULANTE 11: Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. O exemplo do uso ilegal de algemas é um paradigma que pode ser usado para se desenhar tipos de abordagem em qualquer hipótese de violação constitucional, utilizandosúmulas vinculantes de acordo com a situação. Então, o conhecimento da Súmula empodera o advogado? Claro que sim! Aqui vai algumas situações que podem ser mais comuns do que se imagina e a aplicação de súmulas representam a saída para esses percalços: • Impedimento de acesso do advogado aos autos de inquérito - Aplica-se a Súmula Vinculante 14 • Cliente preso por ser depositário infiel – aplica-se a Súmula Vinculante 25 • Uso ilegal de algemas – aplica-se a Súmula Vinculante 11. CUIDADO PORQUE O VENTO QUE VENTA LÁ, VENTA CÁ A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplicar (PAD) não ofende a Constituição. Súmula Vinculante 5. Arma no2 SÚMULAS VINCULANTES 26 27 Bem, se você leu esse e-book até aqui deve ter notado que existe uma lógica na apresentação das 3 armas contra ilegalidades as quais tratamos até então. Recapitulando, o que vimos até agora é que como advogado você conta com um acervo de prerrogativas (as quais recomendo ter no bolso antes de entrar em uma delegacia ou mesmo no fórum), acrescido do conhecimento de Súmulas Vinculantes (em especial àquelas pertinentes à atuação policial). Agora vem a cereja do bolo. A reclamação constitucional. Segundo o site do Supremo Tribunal Federal (STF) “A Reclamação (RCL) é um instrumento jurídico com status constitucional que visa preservar a competência do STF e garantir a autoridade de suas decisões. (http://www.stf.jus.br) . Originalmente, ela é resultado do entendimento jurisprudencial sedimentado do STF que, com o decorrer do tempo, foi sendo incorporada ao texto constitucional (artigo 102, inciso I, alínea “l”, da Constituição Federal).” Cuidado, pois a natureza jurídica está no âmbito do direito constitucional de petição previsto no artigo 5º, inciso XXXIV da Constituição Federal É possível ajuizar Reclamação para garantir a autoridade das súmulas vinculantes: depois de editada uma súmula vinculante pelo Plenário do STF, seu comando vincula ou subordina todas as autoridades judiciárias e administrativas do país. Em caso de descumprimento, a parte pode ajuizar Reclamação diretamente ao STF. Aqui encontramos uma importante arma para combater ilegalidades. Entre outras possibilidades de aplicação, a Reclamação Constitucional visa proteger a devida aplicação das Súmulas Vinculantes. Portanto, é admitida contra ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, conforme artigo 103-A, § 3º, da CF e artigo 7º, da Lei nº 11.417/06. Fique atento pois a previsão da reclamação constitucional não está na lei processual penal, mas no artigo 988 do Código de Processo Civil (CPC). 28 A lei nº 8.038/90 que estabelece normas procedimentais para os processos no STF e no STJ, trata da reclamação nos artigos 13 a 18. Já os Regimentos Internos dessas Cortes Superiores, em termos gerais, tratam sobre o tema nos artigos 156 a 162 e nos artigos 187 a 192, respectivamente. A Reclamação Constitucional como já dito antes, possui outras possibilidades de aplicação, mas, por ora, estamos tratando aqui apenas os casos de desrespeito às súmulas vinculantes em âmbito policial. Nesse e-book vamos nos ater apenas a essa situação, mas, recomendo a leitura do artigo 103-A, da Constituição Federal na íntegra e também do artigo 7º, da Lei nº 11.417/06 para que você tenha uma visão macroscópica da abrangência desse importante instituto. Desde janeiro de 2010, as Reclamações tramitam exclusivamente por meio eletrônico. A petição inicial, obedecendo os requisitos do art. 282 do CPC, será direcionada ao presidente do tribunal que editou a súmula vinculante. Neste caso, ao presidente do STF, juízo competente e único legitimado, já que o STJ não edita súmula vinculante (atenção: não confunda com as súmulas comuns que tanto o STJ quanto o STF editam corriqueiramente). Pois bem, vocês se lembram do exemplo lá do Capítulo II – Garanta Seu Cliente – Quando as mulas desafiam as Súmulas – em que exemplifiquei o desrespeito à Súmula Vinculante No 11? Lembra quando eu também disse: “Tudo que é dito se perde, mas, o que se escreve fica para a eternidade? ” Pois bem, após ler tudo isso imagine que você chegou até a delegacia pediu para falar com o seu cliente e teve o pedido negado pela autoridade policial. Você não vai embora e nem vai ficar com cara de paisagem pois está armado com suas prerrogativas e sabe exatamente o que pode exigir (neste caso, acesso ao seu ciente). Após ler esse e-book , havendo negativa do delegado de polícia você pega seu smartphone e liga para a Ouvidoria. Simples assim! Se o caldo engrossar liga para nossa madrasta OAB. Então senta e aguarda atrás do balcão da delegacia. Lindo de ver! Com essa mentalidade vocês, jovens guerreiros, estão se tornando combativos e combativas!! 29 PRODUZINDO DEFESA TÉCNICA Se ligar para a Ouvidoria produzir algum efeito, então não vai demorar muito para o delegado reaparecer e não mais impedir acesso ao seu cliente. Mas... obviamente, ele não vai se tornar seu fã ao ser compelido a fazer qualquer coisa que seja. Afinal tomou um “calorzinho” da Ouvidoria e, neste caso, digamos que ele traga o seu cliente algemado sem justificativa. E, para tornar sua vida um pequeno inferno, ele chama a imprensa, que chega ao local e começa a tirar fotos do seu cliente algemado. O delegado talvez tenha te subestimado, pois não sabe que você se armou com as principais súmulas vinculantes em âmbito policial. Então você solicita que as algemas sejam removidas e cesse “aquele circo”. Digamos que o “delegado do capeta”, no exemplo dado, simplesmente negue. E aí, o que você faz doutor? O que você faz doutora? Para começar registre o fato! Isso é fundamental. A reclamação pressupõe a prática de ato específico para que possa ser conhecida no STF. Não seja tímido ou tímida. Registre para provar a materialidade do fato e anexar à reclamação! Tire uma foto, faça um vídeo filmando seu cliente naquela situação. Preferencialmente, se puder, protocolize uma petição ali na delegacia na hora, narrando o que houve e que teve o pedido negado para que seja incluída nos autos do inquérito policial. E, por fim, por óbvio, colacione a matéria que for veiculada na imprensa com fotos do seu cliente. Após, esqueça toda a chateação, inspire e na primeira oportunidade comece a trabalhar na reclamação. 30 - Mas, Alexandre isso vai me dar um trabalhão, vale a pena ingressar com uma reclamação? Se no exemplo dado seu cliente tiver sido preso em flagrante delito e permaneça preso, a violação da súmula vinculante que você apontar na Reclamação, se conhecida e for dado provimento ao seu pedido, terá o condão residual de anular os atos ilegalmente praticados, ou seja, de produzir a nulidade do auto de prisão em flagrante e a consequência disso será que seu cliente deverá ser imediatamente posto em liberdade. Portanto, vale muito a pena você estar atento a essa possibilidade, pois ela poderá refletir efeitos que muito lembram aos produzidos por um habeas corpus, porém, com a vantagem de ser dirigido diretamente ao STF! Fundamentação: Artigos 102, I, "l", 103--A, § 3º, 105, I, "f", da Constituição Federal Lei nº 11.417/06 Art. 988, do Código de Processo Civil 31 ADVOGADO DE VERDADE Bem, gente, chegamos ao final do nosso e-book. Espero que de alguma forma esse singelo trabalho o ajude a pensar em como é importante o criminalista assumir uma posição combativa - em primeiro lugar para erguer escudos para si - e, uma vez seguro, possa de forma concreta, proteger o cliente. Eu sou um poucodramático, admito! Mas minha intenção é que usando esse jeito particular de abordar os assuntos jurídicos você entenda de verdade tudo o que está sendo ensinado. Confesso, não suporto o blá blá blá doutrinário porque embora seja útil, quase nunca passa da quinta marcha que é a prática real . Esse material não pretende mais do que se propõe, é simples e sem açúcar, suficiente apenas para ajudar você advogada e advogado iniciante ou quem deseja militar na área, começar direito, ajudar as pessoas e, é claro, ser remunerado pelo seu trabalho. Eu quero que você se torne um vencedor no estilo ADVOMACHINE ADVOMACHINE é o nosso curso de prática penal forense, um método assertivo que desenvolvi com base na prática penal real e com o qual tenho orgulho de ter ajudado muitos alunos, estagiários e advogados a se tornarem profissionais fortes e eficientes. Se faz sentido para você, eu quero te convidar a fazer parte da nossa comunidade, acesse: https://alexandremgarcez.wixsit e.com/telegram-advomachine Seja Bem-Vindo! Um abraço Alexandre Garcez:. https://alexandremgarcez.wixsite.com/telegram-advomachine https://alexandremgarcez.wixsite.com/telegram-advomachine https://alexandremgarcez.wixsite.com/telegram-advomachine https://alexandremgarcez.wixsite.com/telegram-advomachine https://alexandremgarcez.wixsite.com/telegram-advomachine https://alexandremgarcez.wixsite.com/telegram-advomachine https://alexandremgarcez.wixsite.com/telegram-advomachine https://alexandremgarcez.wixsite.com/telegram-advomachine https://alexandremgarcez.wixsite.com/telegram-advomachine https://alexandremgarcez.wixsite.com/telegram-advomachine 32 Alexandre Garcez é pai, advogado sênior, especialista em várias áreas do Direito, criador do Método Advomachine, escritor, empresário, palestrante e youtuber nas horas vagas. Atualmente se dedica à advocacia e ao ensino de prática penal forense a jovens advogados e advogadas iniciantes ou experientes que queiram militar na área. Para reportar algum erro nesta obra, ou caso queira enviar alguma sugestão, mande email para ebook3armas@gmail.com https://alexandremgarcez.wixsite.com/telegram-advomachine Seja membro gratuitamente da nossa comunidade https://alexandremgarcez.wixsite.com/telegram-advomachine https://alexandremgarcez.wixsite.com/telegram-advomachine https://alexandremgarcez.wixsite.com/telegram-advomachine
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