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SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS www.esab.edu.br 3 Sumário 1. Apresentação l.......................................................................06 2. Conceito e Fundamentos de Custos......................................07 3. Conceito e Fundamentos de Custos – Parte 02.....................14 4. Custos Fixos e Custos Variáveis............................................22 5. Custos Fixos e Custos Variáveis – Parte 02..........................28 6. Custos Indiretos de Fabricação..............................................33 7. Resumo I................................................................................38 8. Apresentação II......................................................................40 9. Introdução a Custos Logísticos..............................................41 10. Trade-offs em Logística..........................................................45 11. Estratégias de Serviço ao Cliente..........................................50 12. Custos Associados aos Processos Logísticos.......................54 13. Custos nas Atividades Básicas da Logística..........................60 14. Resumo II...............................................................................65 15. Apresentação III.....................................................................66 16. Custos nos Processos de Armazenagem...............................67 17. Custos nos Processos de Armazenagem - Parte 02..............73 18. Custos nos Processos de Gestão de Estoques.....................80 19. Custos nos Processos de Gestão de Estoques – Parte 02....85 20. Cadeia de Valor e Logística....................................................91 21. Resumo III..............................................................................97 22. Glossário................................................................................98 23. Referências.........................................................................101 www.esab.edu.br 4 Apresentação da Disciplina Olá Aluno! Bem-vindo à disciplina de Custos Logísticos, na qual vamos discutir muitas questões relacionadas à temática para aprofundar seus conhecimentos sobre como é composto o custo de um produto/serviço. Para que seu estudo se torne proveitoso e prazeroso, esta disciplina foi organizada em 03 seções, com temas e subtemas que, por sua vez, são subdivididos em unidades, atendendo aos objetivos do processo de ensino- aprendizagem. De forma geral os Custos significam os sacrifícios que a empresa faz para alcançar um preço ideal e competitivo para venda de seu produto. Já os custos logísticos estão mais envolvidos com transporte, armazenagem e alocação dos produtos. Ao longo da disciplina promoveremos uma discussão partindo da contextualização dos conceitos básicos e fundamentais, estrutura de custos baseadas na contabilidade gerencial; formas de mensuração e a importância do reconhecimento dos custos logísticos. www.esab.edu.br 5 OBJETIVOS ѵ Identificar a terminologia contábil básica e as classificações e nomenclaturas de custos. ѵ Descrever como o comportamento dos custos influencia no resultado das empresas; ѵ Demonstrar por comparação que o resultado empresarial pode ser otimizado mesmo que o processo produtivo apresente restrições na capacidade produtiva; ѵ Identificar a terminologia básica de custos logísticos; ѵ Demonstrar por meio de cálculos e exemplos a importância e diferença que a mensuração de custos logísticos faz nas atividades industriais. HABILIDADES E COMPETÊNCIAS A SEREM DESENVOLVIDAS O aluno, ao final desta disciplina, será capaz de: ¾ Conhecer os conceitos e terminologias de custos; ¾ Identificar os componentes do custo; ¾ Compreender os métodos de custos logísticos; ¾ Entender a função de importância dessa disciplina em sua carreira. As habilidades serão trabalhadas com objetivo de desenvolver as capacidades de visão sistêmica sobre os problemas empresariais; visão crítica em relação a questões práticas; criatividade na solução de problemas e no enfrentamento de desafios, buscando resolvê-los de forma proativa, autônoma e independente, considerando-se, essencialmente, o respeito pela ética e a capacidade de expressão oral e escrita. Enfim, espero promover reflexões sobre o assunto. Desejo sucesso e bons estudos! www.esab.edu.br 6 SEÇÃO 01: CONCEITO, CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS www.esab.edu.br 7 Com o forte aumento da concorrência entre empresas em virtude da globalização e as recentes crises mundiais, as empresas foram obrigadas a se voltarem mais ainda para a gestão de custos como ferramenta fundamental para a gestão estratégica de custos e, em alguns casos, até mesmo para tentar garantir a continuidade da empresa. O raciocínio é simples: em economias de concorrência livre, um aumento de preço repercute normalmente de forma negativa no volume de vendas. Assim, para tentar aumentar os lucros, as empresas precisam buscar de forma continuada a redução dos custos. Por outro lado, outras informações relativas aos produtos e serviços também são demandadas pelas empresas, tais como a avaliação mais precisa e permanente dos estoques, controle e mensuração de desempenhos individualizados por linha de produtos e serviços, entre diversas outras. Nesse sentido, a utilização de um adequado sistema de custos é fundamental em quaisquer tipos de atividade, notadamente naquelas com fins lucrativos que demandam o estabelecimento de preços de produtos ou serviços (IUDÍCIBUS, 1993). É importante ressaltar ainda que os preços dos produtos e serviços não são inteiramente determinados pelos custos, mas principalmente pelo mercado. Entretanto, um correto sistema de apuração de custos é fundamental tanto no processo de apuração de custos para fins de publicação das demonstrações www.esab.edu.br 8 contábeis (contabilidade financeira), quanto no processo de tomada de decisão pela empresa (contabilidade gerencial). Embora a contabilidade de custos atenda tanto à contabilidade financeira quanto à contabilidade gerencial, é possível depreender que esteja mais ligada à gerencial pelo suporte que fornece ao progresso decisório. De acordo com Padoveze (2010), por outro lado, apesar da contabilidade de custos ser frequentemente associada à indústria, existe, hoje, um número muito significativo de empresas de serviços que utilizam os conceitos de custos no custeamento de seus serviços, principalmente nas entidades em que se trabalha por projeto (empresas de engenharia, escritórios de auditoria, planejamento etc.). Assim, em muitas empresas, tais como entidades comerciais e financeiras, utiliza-se a expressão contabilidade de custos quando, à primeira vista, só existem despesas. Mas é fácil entender que a generalização dessa terminologia se deve não só ao uso das técnicas daquela disciplina, mas também à ideia de que tais entidades são produtoras de utilidades e, por isso, possuem custos. Estes se transformam imediatamente em despesas, sem que haja uma fase de estocagem, como no caso da indústria de bens, mas a aplicação da terminologia não deixa de ser apropriada. Por definição, a contabilidade de custos é uma técnica utilizada para identificar, mensurar e informar os custos dos produtos e serviços. Vale ressaltar que, embora a definição pareça ser mais condizente com as atividades de fabricação, seus fundamentos podem ser aplicados com razoável facilidade aos diversos ramos de atividade, bastando para isso determinar os objetivos e as finalidades do custeio (MARTINS, 2018). www.esab.edu.br 9 Quadro 01: Reconhecimento de Custos conforme setor da economia Indústria Comércio Serviços 1.A matéria-prima é trabalhada e convertida em produto acabado para venda. 1.Não há conversão de matéria-prima. Os produtos são comprados prontos para revenda. 1.Normalmente não possui estoques significativos e, quando existem, são utilizados na prestação do serviços e não pararevenda direta para o consumidor. 2.Possui quatro fases distintas e sequenciais de produção: -Fase 1: Compra de materiais Estoque de matéria- prima. -Fase 2: Transferência para Estoque de produtos em processo e incorporação dos demais custos: mão de obra e custos indiretos de fabricação. -Fases 3: Transferência para Estoque de produtos acabados. -Fases 4: Venda Transferência do estoque de produtos acabados para o custo do produtos vendido (Resultado). 2.Possui duas fases distintas e sequenciais: -Fase 1: Compra do produtos para revenda Estoque de mercadorias. -Fase 2: Vendas: Transferências do estoque de mercadorias para custo na mercadoria vendida (Resultado). 2.Como não há estoques, não há necessidade da utilizaçao de fases de produção. www.esab.edu.br 10 3.O estoque de produtos em processo requer controles distintos para determinar o grau de acabamento e, por conseguintes, o custo de produção. 3.Não tem estoque em processo. 3.Também não é necessária a separação entre custos e despesas, uma vez que tanto os custos de serviços como as despesas são lançadas diretamente no resultado. 4.Fundamental classificação entre custos e despesas. 4.Fundamental classificação entre custos e despesas. 4.É possível utilizar a expressão custos prestação de serviços como forma de controle e determinação de preço. 5.Exemplos: Vale, Petrobras, BRF etc. 5.Exemplos: Casas Bahia, C&A, Supermercados etc. 5.Exemplos: empresas de auditoria, escritórios de advocacia, médicos etc Fonte: Silva e Lins (2017) OBJETIVOS E FINALIDADES DOS SISTEMAS DE CUSTEIO Os objetivos e finalidades dos sistemas de custeio podem ser múltiplos, dependendo de quais necessidades dos usuários serão atendidas. Em linhas gerais, o objetivo principal do custeio é medir, avaliar, mensurar os objetos de custos. Como objeto de custo entende-se qualquer item, tais como produtos, clientes, departamentos, processos, atividades e assim por diante, para o qual os custos podem ser medidos e atribuídos. Por exemplo, se quisermos determinar o custo para desenvolver um novo brinquedo, então, o objeto de custo será o projeto www.esab.edu.br 11 para o desenvolvimento do brinquedo. Ou ainda, para determinar o custo para operar um departamento dentro de uma fábrica, o objeto de custo é esse departamento. A finalidade básica de todo sistema de custeio é prestar informações para a tomada de decisão, ou seja, fornece instrumentos para que os usuários do sistema de custos possam obter informações confiáveis, relevantes e oportunas de forma a possibilitar a melhor condução das suas decisões. De maneira geral, é comum se distinguirem três principais finalidades da gestão de custos, para as quais os gerentes necessitam de informações no processo de tomada de decisão: Avaliação de estoque: A informação sobre a constituição dos estoques é importante tanto para a contabilidade financeira – balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício – quanto para a contabilidade gerencial na determinação, por exemplo, do estoque mínimo a ser mantido. Controle de desempenho: Para essa finalidade é necessário adotar o conceito de determinação de responsabilidades, em que um gerente controla os custos e demais gastos para fins de avaliação de desempenho. Informações sobre os itens de custos, as receitas e os demais gastos que possam ser controláveis pelos gerentes tornam-se fundamentais. Outras decisões: Muitas decisões sobre produzir ou comprar, mudança de mix de produtos, identificação dos produtos mais e menos rentáveis, determinação de preço mínimo etc. necessitam de informações de custos precisas (MARTINS, 2018). www.esab.edu.br 12 CONCEITOS RELACIONADOS À CONTABILIDADE DE CUSTOS O processo de gestão de custos requer o entendimento dos conceitos fundamentais e terminologias de custos. Nesse sentido, é necessário conhecer adequadamente essas terminologias para que se possa melhor entender todo o processo de custeio. Ao fornecer essas definições, não se tenciona exaurir a apresentação de diferentes nomenclaturas, mas apresentar um conjunto de definições que possibilite ter uma ideia de como os custos são formulados e gerenciados. CUSTOS São os recursos consumidos no processo de produção de um bem ou serviço que se espera tragam benefícios atuais ou futuros para a entidade após a conclusão e venda do produto ou serviço. O custo é, antes de tudo, um investimento em recursos que está em processamento e que, em um período próximo, se transformarão, no caso da indústria, em bens manufaturados. Por exemplo, a matéria-prima é um investimento que se mantém como tal durante todo o tempo em que fica em estoque. No momento de sua utilização na fabricação de um bem, seu custo surge como parte integrante do bem elaborado. Este, por sua vez, é de novo um investimento, já que também fica ativado até o momento da sua venda. Note-se que a determinação do custo final de fabricação de um produto passa por fases dentro do estoque, começando no estoque de matéria-prima, passando para o estoque de produtos em processo e finalmente chegando ao estoque de produtos acabados. Ocorrendo a venda, esse custo é “baixado” do estoque e transferido para a demonstração do resultado do exercício como custo do produto vendido. www.esab.edu.br 13 De acordo com Iudícibus (1993), em outras palavras, custos são incorridos (consumidos) para produzir benefícios presentes ou futuros. Ou seja, ativos (produtos) que foram produzidos são sacrificados em troca de um valor que se espera seja superior ao que foi sacrificado. DESPESAS São recursos consumidos direta ou indiretamente na forma de um bem ou serviço com intuito de obtenção de receitas. Outra característica da despesa é o fato de não se relacionar com o processo produtivo. Todavia, é importante ressalvar que, embora teoricamente seja fácil a separação entre custos e despesas, na prática existe uma série de circunstâncias que torna difícil a separação de forma clara e objetiva. Por exemplo, é comum encontrarmos uma única parte administrativa responsável por toda a empresa, sem separação da que realmente pertence exclusivamente à fábrica (custos) e à parte administrativa propriamente dita (despesas) (PADOVEZE, 2010). Na verdade, muitas vezes, a definição do recurso como um custo ou despesa depende da natureza comercial do negócio da empresa; por exemplo, a conta telefônica de uma indústria normalmente é tratada como uma despesa operacional, mas, se a empresa for de telemarketing, provavelmente será tratada como um custo do serviço. É importante ressaltar que o ponto principal na separação entre custos e despesas está na definição do objeto de custos. Um gasto pode ser despesa em uma determinada atividade e custo em outra, dependendo do que se está efetivamente avaliando. Por exemplo, para uma transportadora o combustível dos caminhões é um custo. Esse mesmo combustível do caminhão de entregas de uma grande loja de departamentos é despesa de venda. www.esab.edu.br 14 Perdas referem-se ao consumo de um bem ou serviço de forma involuntária. São exemplos de perdas: ѵ Incêndios ѵ Deterioração de estoques ѵ Rebarbas, etc, As perdas podem ser classificadas em dois grupos: De acordo com Martins (2018), as perdas normais são aquelas inevitáveis e inerentes ao processo produtivo como um todo. Por exemplo, fazer círculos em uma chapa de aço quadrada acarretará perdas nas áreas entre os círculos bem como nas extremidades da chapa. Independentemente do tratamento a ser dado a essa parte que sobra no processo, por exemplo, reinserida de volta ao processo produtivo, venda como sucata ou simplesmente o descarte, essa perda tem uma parcela incorporada no custo de cada círculo produzido. www.esab.edu.br 15 Para entender melhor! Considerando o exemplo, imagine-se que a chapa de aço custou $ 10.000 e foram produzidosdez círculos. Nesse caso, cada círculo vai receber de custo de material o valor de $ 1.000 ($ 10.000/10) já com as perdas/sobras embutidas. Para efeito de controle é muito importante que a empresa quantifique os recursos perdidos à parte, antes de distribuí-los entre os produtos. Isso fará com que ela conheça o custo real do produto sem a inclusão das perdas e trabalhe para reduzi-la ou, se possível, evitá-la. No caso das perdas anormais, estas não são incorporadas ao custo de produção e sim transferidas diretamente para o resultado do período como despesas no momento da sua ocorrência. Considerando o exemplo apresentado acima, suponha agora que a máquina que cortava os círculos danificou cinco dos dez círculos que se pretendia produzir. Nesse caso, será necessário dividir as partes em custo e perda, sendo $ 5.000 para custos e $ 5.000 para o resultado do período como perda. No caso de venda como sucata da parte descartada como perda, o seu valor deverá ser contabilizado como dedução do custo do produto vendido no período. DESEMBOLSOS São pagamentos em dinheiro resultantes da aquisição do bem ou serviço. O desembolso pode ocorrer antes, no decorrer ou depois da entrada dos bens ou serviços comprados. É oportuno lembrar que o desembolso, ou o pagamento, não é fato gerador do reconhecimento contábil do custo e sim o seu uso. Nesse sentido, para efeitos contábeis e fiscais, um custo deve ser considerado quando um recurso é inserido no processo de produção e transformado em produto manufaturado que depois será vendido, não na ocasião do pagamento. www.esab.edu.br 16 PREÇO Em um mercado de livre concorrência, é o consumidor quem define o preço que está disposto a pagar por um bem ou serviço. As empresas definirão seus preços de venda em função do tipo do consumidor que desejam atingir e da parcela de mercado que desejam ocupar. Para definir esse preço, muitas empresas adotam o conceito de custo-meta, que consiste em linhas gerais de partir do preço médio praticado no mercado e a partir desse valor verificar suas condições de competitividade para disputar o mercado. Por exemplo, considere as seguintes informações: 1. Preço médio praticado pelo mercado = $ 200 2. Lucro desejado pela empresa = 30% Com essas informações, a empresa determina qual seria o seu custo máximo possível aplicando o percentual relativo ao seu lucro esperado de 30% sobre o preço de mercado, conforme exemplo a seguir: Preço $ 200 Lucro $ 60 ($ 200 × 30%) Custos $ 140 (Preço – Lucro) Assim, o custo máximo que deveria ser avaliado seria de $ 140, ou seja, se a empresa não tiver condições de produzir com esse valor então ela será competitiva no mercado. QUALIDADE O conceito de qualidade mais aceito hoje está registrado abaixo. Satisfazer as necessidades e exceder as expectativas dos consumidores em relação às especificações técnicas, pontualidade, condições de pagamento etc. O processo de melhoria de qualidade abrange desde a escolha de fornecedores até a orientação ao cliente quanto ao melhor uso do produto. São exemplos de custos e perdas relacionados www.esab.edu.br 17 com a qualidade e decorrentes do processo produtivo: ѵ Retrabalho decorrente de falhas; ѵ Manutenções preventivas e corretivas; ѵ Trocas e devoluções; ѵ Sucatas; ѵ Atendimento pós-venda etc. DESPERDÍCIO Desperdício refere-se aos gastos pelos quais o consumidor não está disposto a pagar. Em outras palavras, são custos ou despesas que não adicionam valor ao produto ou serviço. De modo geral, alguns desses gastos podem ser eliminados sem prejuízos ao produto, serviços ou na geração de receitas. São exemplos de desperdício: ѵ Estocagem; ѵ Inspeção; ѵ Ociosidade etc. Note-se uma relação direta entre os desperdícios e as perdas, uma vez que a ocorrência do primeiro poderá onerar o processo produtivo da mesma forma como ocorre no caso das perdas. Obviamente que as empresas buscam sempre as perdas e desperdícios “zero” ou próximos a esse valor; buscam de forma contínua a identificação desses gastos e a sua eliminação, quando possível (IUDÍCIBUS, 1993). www.esab.edu.br 18 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS Considerando que as informações de custos têm diferentes propósitos, usuários e níveis de complexidade variados, uma das formas de obter informações mais relevantes e, por conseguinte, facilitar o controle e o processo de tomada de decisão é a classificação dos custos. Essa classificação depende em qual ponto de referência seja considerado, conforme veremos abaixo. EM RELAÇÃO AO OBJETO DE CUSTO: CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS A distinção entre custos diretos e indiretos é efetuada dependendo da forma com que os custos serão identificados e alocados aos produtos ou serviços e tem como objetivo o controle dos custos. Os custos serão classificados como: Custos Diretos - quando for possível a sua fácil identificação e mensuração precisa ao objeto de custo, bastando existir uma medida de consumo (quilos, horas de mão de obra etc.). Desse modo, os custos diretos variam proporcional e diretamente à quantidade produzida. São exemplos de custos diretos na fabricação de uma cadeira escolar: Matéria-prima: madeira, fórmica, base de ferro; Mão de obra: horas do cortador de madeira e montador. Custos Indiretos - são aqueles que não podem ser identificados fácil e corretamente aos objetos de custo. www.esab.edu.br 19 São exemplos de custos indiretos: Aluguel; Energia elétrica. Depreciação; Salários de supervisores etc. Nesse sentido, sua incorporação aos produtos requer a utilização de algum tipo de distribuição (rateio) em virtude da impossibilidade da sua mensuração direta e objetiva. Entende-se como rateio a alocação de custos indiretos aos produtos em fabricação, segundo critérios racionais. Por exemplo, o aluguel é distribuído pela área ocupada por cada departamento. Contudo, dada a dificuldade de fixação de critérios de rateio, tais alocações carregam consigo certo grau de subjetividade e, por conseguinte, a possibilidade de alguma arbitrariedade. A separação de custos diretos e indiretos leva em consideração, além de sua natureza intrínseca, a relevância e a relação custo- benefício ou conveniência. Por exemplo, o gasto com energia elétrica comumente é um custo materialmente importante para se buscar uma apropriação direta. Todavia, o investimento necessário em equipamentos para permitir uma mensuração adequada de energia elétrica consumida por produto talvez não seja economicamente viável ou ainda os resultados obtidos por um sofisticado sistema de mensuração poderiam não ser tão diferentes daqueles obtidos através de rateios. Por conta disso muitas empresas optaram em tratar esse custo como indireto simplesmente (IUDÍCIBUS, 1993; PADOVEZE, 2010). www.esab.edu.br 20 RASTREAMENTO Rastreamento é o processo de identificar e atribuir ao objeto de custo o gasto que está específica ou fisicamente associado a ele. A identificação desses custos é realizada, na maioria das vezes, pela observação física. Por exemplo, suponha que o departamento de energia seja o objeto de custo. O salário do supervisor desse departamento e o combustível usado para produzir a energia são exemplos de custos que podem ser especificamente identificados, desde que medidos (pela observação física) com o objeto de custo (o departamento de energia). Como um segundo exemplo, considere os materiais e a mão de obra empregados para fabricar um produto. Ambos são fisicamente observáveis, por isso, os custos desses itens podem ser diretamente associados ao objeto de custos. Portanto, em outras palavras, rastreamento é a capacidade de se atribuir um valor diretamente ao objeto de custo por um relacionamento causal. Quanto mais custos puderem ser rastreados para o objeto, maior será a precisão da atribuição dos custos. O estabelecimento da rastreabilidade é um elemento- chave na construção de atribuições mais precisas de custos.Sistemas de gestão de custos normalmente lidam com muitos objetos de custos. Assim, é possível que determinado item de custo seja classificado como um custo direto em uma determinada atividade e um custo indireto em outra. Tudo depende de qual objeto de custo é o ponto de referência. Por exemplo, se a fábrica for o objeto de custo, o custo para limpeza e conservação será um custo direto; no entanto, se www.esab.edu.br 21 os objetos de custo forem produtos feitos na fábrica, esse gasto será um custo indireto. Quando não for possível alguma forma de rastreamento aos objetos de custos, é necessário que seja efetuado um rateio, conforme mencionado no tópico sobre os custos indiretos (MARTINS, 2018; PADOVEZE, 2010). www.esab.edu.br 22 Agora vamos estudar com calma sobre a segregação dos custos. Como vimos na unidade anterior, são classificados como custos fixos aqueles cujo total não varia proporcionalmente ao volume produzido, ou seja, se a capacidade total de produção for de 1.000 unidades, se a empresa produz apenas uma unidade ou todas as 1.000, seu custo fixo total será o mesmo. O exemplo clássico é o custo com o aluguel da fábrica. Considere os seguintes exemplos: 1. Aluguel da fábrica = $ 10.000 Capacidade de produção = 10.000 unidades Quantidade produzida = 10.000 unidades Custo variável = $ 5 por unidade Nesse caso, o custo fixo na unidade será de $ 1,00 ($ 10.000/10.000 un.) e o custo total será de $ 6 ($ 5 + $ 1). 2. Aluguel da fábrica = $ 10.000 Capacidade de produção = 10.000 unidades Quantidade produzida = 5.000 unidades Custo variável = $ 5 por unidade Nesse caso, o custo fixo na unidade será de $ 2,00 ($ 10.000/5.000 un.) e o custo total será de $ 7 ($ 5 + $ 2). Com base nos exemplos apresentados acima, é possível depreender que o custo unitário depende diretamente do valor do custo fixo e principalmente do volume produzido. Quanto maior for a produção, menor será o peso dos custos fixos em cada unidade produzida. Por outro lado, é possível observar que os custos são fixos dentro de determinado nível de capacidade. www.esab.edu.br 23 Entretanto, ressalte-se que ocorrendo, por exemplo, a compra de uma nova máquina, esse fato faz com que o valor da depreciação, que é um custo fixo, seja aumentado; o mesmo se aplica no caso do aluguel de um novo espaço para expansão da fábrica. Nesse sentido, os custos fixos podem variar se houver qualquer mudança no nível da capacidade instalada. Resumindo De acordo com Martins (2018), os custos são fixos em um intervalo de tempo e dentro de determinada capacidade de produção. CUSTOS VARIÁVEIS São classificados como custos variáveis aqueles que mantêm uma relação direta ao volume de produção. Em outras palavras, cada unidade a mais ou a menos produzida repercute diretamente no custo de produção. Os principais custos variáveis são a matéria-prima e a mão de obra diretamente utilizada no processo produtivo. Considere os seguintes exemplos: Custo total de matéria-prima adquirida no período: Quantidade = 5.000 metros Valor = $ 80.000 Consumo por produto = 2 metros Custo do metro da matéria-prima: = $ 80.000/5.000 m = $ 16/m Custo por unidade produzida: = $ 16 × 2 metros = $ 32/un. Mão de obra utilizada diretamente na produção: Quantidade de horas utilizadas na produção = 20.000 horas Valor dos salários e encargos dessa mão de obra = $ 360.000 www.esab.edu.br 24 Tempo utilizado por cada produto = 4 horas Quantidade produzida = 5.000 unidades Custo da hora da mão de obra: = $ 360.000/20.000 m = $ 18/h Custo por unidade produzida: = $ 18 × 4 horas = $ 72/un. Com base nos exemplos apresentados, cada unidade consome $ 32 de matéria-prima e $ 72 de mão de obra. Quanto maior for o volume de produção desses produtos, maior será o montante de recursos gastos com materiais e mão de obra. COMPOSIÇÃO DOS CUSTOS DOS PRODUTOS O custo de cada produto é composto de matéria-prima (MP), mão de obra diretamente identificada ao produto (MOD) e os demais custos indiretos de fabricação (CIF). Conforme já visto nos tópicos anteriores, a apropriação dos custos diretos aos produtos, MP e MOD, não é uma tarefa das mais complicadas, visto que existe quase sempre uma forma objetiva de identificação com o objeto de custo. No caso da alocação dos CIF aos produtos, a tarefa torna-se bem mais complexa e requer sempre cuidados especiais, uma vez que necessita da determinação de um critério de rateio. Em razão dessa complexidade, os CIF serão tratados em detalhes no capítulo seguinte. MATÉRIA-PRIMA (MP) MP é a parte do custo do produto que será modificada pela ação da mão de obra direta e dos custos indiretos e se transformará em produto acabado. Como exemplos de MP na fabricação de uma caneta, podemos citar o plástico, a mola, a tinta e o prendedor. Todos os gastos com a aquisição e transporte dos materiais do fornecedor até a empresa poderão ser inseridos no custo com matéria-prima. É o caso dos gastos www.esab.edu.br 25 com seguro ou frete do tipo FOB, isto é, quando a empresa compradora se responsabiliza pelo pagamento desses gastos relativos à aquisição da MP, estes deverão ser considerados também como parte do custo da MP adquirida. Por exemplo, quando uma MP é adquirida por $ 10.000, tendo ainda um frete de $ 1.000 e um seguro de $ 500, o valor total que será contabilizado como custo de MP será de $ 11.500 ($ 10.000 + $ 1.000 + $ 500). CONTABILIZAÇÃO A contabilização da MP segue o seguinte fluxo: Figura 01: Fluxo de Contabilização da Matéria-Prima: Fonte: Silva e Lins (2017) CONTROLE DO ESTOQUE DE MATÉRIA-PRIMA O controle e a avaliação do estoque de matéria-prima, de modo geral, se apresentam de duas formas: ѵ Inventário Periódico; ѵ Inventário Contínuo ou Permanente www.esab.edu.br 26 INVENTÁRIO PERIÓDICO: Compreende o controle e apuração do valor do estoque de forma anual. O procedimento de apuração do valor financeiro do estoque baseia-se exclusivamente na sua valorização em função de contagem física, realizada obrigatoriamente ao fim do exercício social de cada ano, de forma a determinar o valor do estoque final nesta data e, por conseguinte, o valor do custo da mercadoria vendida do período através da seguinte fórmula: CMV = EI + C – EF Onde: CMV = Custo da mercadoria vendida. EI = Estoque inicial obtido conforme estoque final do exercício anterior. C = Compras líquidas. São as compras efetuadas no período, sem os impostos e acrescidas dos fretes e seguros, quando incidentes. EF = Estoque final obtido conforme contagem física efetuada no final do período. Esse tipo de controle sofre fortes críticas no sentido de que não permite um acompanhamento mais rigoroso sobre todas as saídas, notadamente daqueles não decorrentes de vendas, possibilitando a ocorrência de desvios e roubos. Também não permite apurar os resultados intermediários/parciais sempre que uma venda é realizada. Sua vantagem é a simplicidade de aplicação. www.esab.edu.br 27 INVENTÁRIO CONTÍNUO OU PERMANENTE: No inventário permanente, em cada movimentação do estoque de matéria- prima, seja por entrada ou saída, o saldo do estoque é atualizado. A contagem no final do exercício, nesse caso, tem por objetivo o controle através da comparação entre o controle contábil e o controle físico. O inventário permanente apresenta três formas principais de controle contábil para estoques com grandes quantidades e diversidades de produtos: – PEPS – O primeiro que entra é o primeiro que sai; –UEPS – O último que entra é o primeiro que sai; – (MARTINS, 2018; IUDÍCIBUS, 1993; HORNGREN, 2010). PEPS – O primeiro que entra é o primeiro que sai; UEPS – O último que entra é o primeiro que sai; Média Ponderada Móvel – As saídas são estabelecidas com base na média dos valores das compras. www.esab.edu.br 28 MÃO DE OBRA DIRETA Os gastos com mão de obra referem-se aos empregados que estão relacionados com o processo produtivo. Os gastosrelacionados aos empregados que atuam em atividades administrativas são considerados como despesa. Na determinação do custo de mão de obra a ser alocada aos produtos são considerados também os encargos trabalhistas e demais tributos incidentes sobre a folha de pagamento. Nesse sentido, podem-se dividir os cálculos nas seguintes etapas: 1ª Etapa: Cálculo do mês médio: Quadro 02: Cálculo de dias de mão-de-obra Total de dias no ano 365 dias (–) Total de domingos 52 dias (–) Total de sábados 52 dias (–) Feriados em dias úteis 12 dias (=) Dias úteis trabalhados no ano (a) 249 dias Total de meses no ano (b) 12 meses Mês médio (a/b) 20,75 dias Fonte: Silva e Lins (2017) 2ª Etapa: Cálculo das horas efetivamente trabalhadas: Quantidade de horas diárias 8,8 horas (44 h por semana/5 dias) Média de horas trabalhadas por mês 20,75 dias × 8,8 h = 182,60 h www.esab.edu.br 29 3ª Etapa: Cálculo dos encargos sociais da empresa: Figura 02: Cálculo dos encargos sociais Fonte: Silva e Lins (2017) 4ª Etapa: Cálculo do custo total de cada funcionário. Supondo salários individuais de $ 500,00: Salário-base: $ 500,00 Encargos (77,8% do salário): $ 389,00 Total do custo de MOD por funcionário $ 889,00 5ª Etapa: Determinação do tempo real de trabalho Considere agora, por hipótese, que o tempo efetivamente utilizado na produção seja de 80% do tempo total (os outros são gastos em “cafezinho”, “telefones” etc.). Assim, é possível determinar o que foi alocado ao processo produtivo e o que foi desperdício, ficando a critério da empresa a apropriação ou não ao custo do desperdício. 6ª Etapa: Cálculo do custo do Homem/hora Total de horas efetivamente trabalhadas no mês 146,08 h (182,60 × 80%) Total de salários: $ 889,00 www.esab.edu.br 30 Custo do Homem/hora $ 889,00/146,08 = $ 6,08/por hora De posse dessa informação, é possível calcularmos facilmente o custo de mão de obra direta alocada aos produtos, bastando para isso que seja feito um controle do tempo gasto em cada produto pelos empregados. Teríamos, por exemplo, o seguinte: Figura 03: Cálculo do curso homem/hora Fonte: Silva e Lins (2017) Supondo que a empresa disponha de dez empregados e que cada funcionário trabalhou efetivamente 6 horas diárias para a produção, teríamos: 1. Total de horas trabalhadas no mês por funcionário 6 h × 21 dias = 126 h; 2. Total de custos no mês por funcionário $ 766,08 (126 h × $ 6,08); 3. Total do custo lançado para produção $ 7.660,80 ($ 766,08 × 10 emp.); 4. Total despendido pela empresa $ 8.890,00 ($ 889,00 × 10 emp.); 5. Custo da ociosidade (c – d) ($ 1.229,20). www.esab.edu.br 31 CONTABILIZAÇÃO DA MÃO DE OBRA Em um sistema de contabilidade de custos bem elaborado, os valores lançados no custo de produção incluem apenas os valores efetivamente utilizados no processo produtivo, não incluídas, portanto, as possíveis ociosidades que porventura ocorram. Já na contabilidade financeira são contabilizados os valores efetivamente provisionados e que serão pagos posteriormente. Para resolver esse possível problema, a contabilização poderia ser efetuada da seguinte maneira, conforme o exemplo abaixo: Valor total da folha de pagamento (salários e encargos) = $ 10.000 Custos: pessoal da produção = $ 6.000 Despesa: pessoal da administração = $ 2.000 Ociosidade na produção = $ 2.000 Contabilização: D: Produção em processo $ 6.000 D: Despesa com pessoal administrativo $ 2.000 D: Custo de Produção – Ociosidade $ 2.000 C: Salários a Pagar $ 10.000 Esse tipo de contabilização apresenta a vantagem de evidenciar os gastos com a parte administrativa, bem como a ociosidade no processo produtivo paga pela empresa. Finalmente, as fases do processo produtivo acarretam a necessidade de serem identificados o custo do período, o custo dos produtos em processo e o custo dos produtos vendidos (CPV). www.esab.edu.br 32 Nesse sentido, para chegarmos ao CPV, primeiro apura-se o custo da produção do período (CPP) que corresponde ao somatório de todos os componentes alocados no custo de produção, em seguida o custo da produção acabada (CPA) para, por fim, chegarmos ao CPV. A Figura 02 apresenta o processo esquematicamente. Figura 04: Processo do Custo dos Produtos Vendidos Fonte: Silva e Lins (2017) RESUMINDO... Sistemas de contabilidade de custos são estruturados de forma a medir e atribuir custos para os objetos de custo. Entre as finalidades mais relevantes da gestão de custos, temos a avaliação dos estoques, o auxílio na determinação dos preços e, principalmente, o controle e a avaliação de desempenho de produtos/serviços ou unidades de negócios. Tais finalidades são utilizadas pela empresa na otimização das decisões relativas ao gerenciamento dos custos. Nas unidades 3 e 4 foram apresentados os principais conceitos relacionados à gestão de custos, as classificações e a composição dos custos do produto. www.esab.edu.br 33 Normalmente identificados com a estrutura de produção, os custos indiretos são aqueles cuja apropriação ao produto ou serviço se dá normalmente através de estimativas ou com o uso de rateios. Esses rateios compreendem o uso de diferentes critérios, tais como horas de mão de obra, consumo de materiais etc. Sua composição é formada, de modo geral, pelo gasto com depreciação das máquinas, gastos com manutenção, horas de supervisão de produção, gasto com aluguel de equipamentos, entre outros custos (MARTINS, 2018). Quase sempre são classificados como custos fixos, dado que não variam com o volume de produção. Ressalvas são os gastos com energia elétrica, materiais diversos de produção, alguns gastos com embalagem que embora variem com o volume de produção não se identificam diretamente com o produto ou serviço de modo a permitir uma apropriação direta. O fato é que dos três componentes do custo de um produto ou serviço, matéria-prima – MP, mão de obra direta – MOD e o custo indireto de fabricação – CIF, sem dúvida, este último é que vem merecendo ao longo dos anos as maiores atenções do mundo acadêmico e empresarial. Esse fato é decorrente principalmente do aumento significativo dos custos indiretos, em razão dos gastos crescentes com capacidade instalada e de uma maior sofisticação do processo produtivo, e ainda pelas www.esab.edu.br 34 dificuldades técnicas de apropriação desses custos aos produtos, tendo em vista a necessidade do uso de rateios (IUDÍCIBUS, 1993). Por exemplo, nas indústrias com uso intensivo de tecnologia, como as montadoras de veículos e manufatura de computadores, os CIF chegam a representar mais da metade dos custos totais. Nesse sentido, os CIF ganham um status muito importante tanto no processo de apuração quanto no processo de distribuição e gestão dos custos. Os CIF têm características próprias, diferentes das dos demais custos de matéria-prima e mão de obra direta. As principais são: 1. Devido ao fato de estarem identificados principalmente com a estrutura de produção (máquinas e capacidade instalada, por exemplo), os custos são em grande parte fixos, enquanto a matéria-prima e a mão de obra são custos variáveis; 2. A apropriação dos custos indiretos aos produtos é feita por estimativas através de bases de rateio, pois não há uma relação direta de consumo, facilmente mensurável, como se observa no caso da matéria prima ou mão de obra. Com relação à composição dos CIF, é possível classificá-los nos seguintes subgrupos: www.esab.edu.br 35 De acordo com Martins (2018), o controle dos custos indiretos de fabricação consiste em observar se o valor efetivamente incorrido foi considerado na composição dos custos indiretos e se estes foram devidamente rateados para os produtos. Nesse aspecto, é importante ressaltar que o critério de rateio utilizado ou eventual mudança nesse critério pode vir a causar importantes variações no cálculo dos custos. RATEIO DOS CIF NO CUSTEIO DE PRODUTOS E SERVIÇOS O rateio dos CIF aos produtos e serviçospode ser feito diretamente aos produtos usando-se para isso base de rateio. Essa forma de distribuição dos CIF segue as seguintes etapas: www.esab.edu.br 36 Desta forma: • A Departamentalização é importante em custos para uma racional distribuição dos Custos Indiretos. • Cada departamento pode ser dividido em mais de um Centro de Custos. • Dividem-se os Departamentos em Produção e Serviços. • Para a alocação dos Custos Indiretos aos produtos, é necessário que todos estes custos estejam, na penúltima fase, nos Departamentos de Produção. www.esab.edu.br 37 A Figura 05 relata essas etapas: Figura 05: Etapas de rateio dos CIF. Fonte: Silva e Lins (2017) Assim, todos os Custos Indiretos só podem ser alocados, por sua própria definição, de forma indireta aos produtos, isto é, mediante estimativas, critérios de rateio, previsão de comportamento de custos etc. Todas essas formas de distribuição contêm, em menor ou maior grau, certo subjetivismo; portanto, a arbitrariedade sempre vai existir nessas alocações, sendo que às vezes ela existirá em nível bastante aceitável, e em outras oportunidades só a aceitamos por não haver alternativas melhores. Há recursos matemáticos e estatísticos que podem ajudar a resolver esses problemas, mas nem sempre é possível sua utilização (MARTINS, 2018; IUDÍCIBUS, 1993). www.esab.edu.br 38 Caro Acadêmico! Chegamos ao final da nossa 1ª seção, foram muitas as informações onde aprendemos que a gestão de Custos nasceu da Contabilidade Financeira, quando da necessidade de avaliar estoques na indústria de manufatura, tarefa essa que era fácil na empresa típica da era do mercantilismo. Seus princípios derivam dessa finalidade primeira e, por isso, nem sempre conseguem atender completamente a suas outras duas mais recentes e provavelmente mais importantes tarefas: ѵ Planejamento; ѵ Controle; ѵ Tomada de decisão. Esses novos campos deram nova vida a essa área que, por sua vez, apesar de já ter criado técnicas e métodos específicos para tal missão, não conseguiu ainda explorar todo o seu potencial. A Contabilidade de Custos passou, nessas últimas décadas, de mera auxiliar na avaliação de estoques e lucros globais para importante arma de planejamento, controle e decisão gerenciais. Além do setor industrial de manufatura, a Contabilidade de Custos aplica-se, também, ao setor de prestação de serviços: instituições financeiras, hospitais, instituições de ensino, consultorias, auditorias etc. Interessante não é? Agora que conhecemos a história e conceitos básicos, vou convidá-lo a conhecer os Custos Logísticos, começando pelos conceitos e também como funciona. www.esab.edu.br 39 Está preparado para aprender mais? Serão muitas informações que irão ajudá-lo a compreender sobre Custos Logísticos. Excelente Estudo! www.esab.edu.br 40 SEÇÃO 02: CUSTOS LOGÍSTICOS www.esab.edu.br 41 As operações logísticas possuem diversos custos que envolvem desde a matéria-prima até a chegada do produto nas mãos do consumidor. Segundo Faria e Costa (2010), alguns desses custos são de movimentação, armazenagem, transportes, embalagens, manutenção de inventários, tecnologia da informação e tributários. Esses custos são associados ao negócio e ao produto da empresa e, por isso, diferem de empresa para empresa. Portanto, há necessidade de conhecer profundamente o negócio para que não existam custos desnecessários. CUSTOS DE ARMAZENAGEM A armazenagem tem a função de acondicionar os produtos até a sua expedição ao consumidor. Para isso, os materiais precisam ser organizados desde a entrada até a estocagem e a expedição. Essas atividades têm custos que as empresas visam reduzir, principalmente referentes aos estoques, há um grande esforço por parte das empresas para minimizar o uso dos locais de armazenagem, com o objetivo de sincronizar a produção com a demanda do consumidor, visando a evitar o acúmulo dos estoques ao longo da cadeia para que obtenham menores custos, carregamentos e descarregamentos mais frequentes e giros mais rápidos de estoques (FARIA; COSTA, 2010) www.esab.edu.br 42 Assim, se a produção for sincronizada com os pedidos do cliente, a tendência é que os produtos fiquem no estoque por menor tempo ou que nem sejam estocados. Essa é a chamada produção puxada, em que o cliente puxa a produção por meio do pedido, determinando o que deve ser produzido; assim, a empresa entrega o pedido sob essa demanda, evitando custos com estoques. Existe ainda o custo do armazém que, seja próprio ou alugado, exige investimento. Faria e Costa (2010) listam as decisões relativas aos custos que envolvem movimentação dentro do armazém: Áreas, condições, equipamentos e métodos operativos: armazéns maiores envolvem mais tempo para o deslocamento interno e, consequentemente, maiores desgastes dos equipamentos de movimentação, como a empilhadeira. Por isso, os métodos, ou seja, os modos como as tarefas devem ser realizadas precisam ser claros e eficientes. Inspeção e devolução de materiais: a inspeção de materiais na recepção visa a identificar os produtos que estão em bom estado de conservação. Por outro lado, se houver falha na recepção e entrarem produtos em não conformidade, ou se houver danificação dentro do armazém, há custo a ser absorvido. Rotas de movimentação e manuseio: nos centros de distribuição, as rotas dos produtos devem buscar o menor manuseio possível, para evitar esse custo. Tempo de ciclo: quanto menor o tempo de ciclo de um produto, maior será a sua rotatividade no armazém. Isso é positivo, pois significa que o produto fica pouco tempo estocado e é vendido rapidamente. www.esab.edu.br 43 Ativos envolvidos: ativos são os bens do armazém, como produtos, estantes, máquinas e equipamentos, que envolvem custo para a operação acontecer. Essas decisões são relevantes para que a empresa formule estratégias de trabalho no armazém. Elas devem ser revisadas com frequência, para que se verifique a possibilidade de mudanças para a redução de custos. CUSTOS COM TRANSPORTE Os custos com transporte, em todos os modais, envolvem basicamente a manutenção dos veículos, o combustível e a mão de obra. Faria e Costa (2010, p. 86) afirmam que: “O transporte no plano nacional ou internacional é considerado como um dos subprocessos mais relevantes da logística”. O transporte é o elo entre os canais da cadeia de suprimentos. Canais são todos os locais por onde um produto passa, por exemplo: fábrica, centro de distribuição, atacados e varejos. Muitas vezes utiliza-se mais de um modal de transporte na cadeia de suprimentos de um produto. Algumas peças automobilísticas podem vir da Alemanha de navio, e outras, de avião da Argentina. Elas são então distribuídas para as fábricas do Brasil por meio do transporte rodoviário. Observam-se três modais diferentes de transporte na cadeia de suprimentos automobilística desse exemplo – hidroviário, aeroviário e rodoviário. Os custos de transporte variam conforme os tipos de veículos, a distância, o volume e peso de carga, a facilidade de acondicionamento e manuseio e o risco envolvido (BOWERSOX; CLOSS, 2001). www.esab.edu.br 44 As distâncias podem limitar as possibilidades de modais. Por exemplo, cargas da Europa para o Brasil têm somente duas opções de modais: aéreo ou hidroviário. Se o volume e peso da carga forem altos, a única opção é o transporte hidroviário, por comportar grandes volumes e pesos no navio. Algumas mercadorias exigem manuseio e condições especiais de transporte, como produtos inflamáveis, e quanto mais específicas as características de carga e cuidados, maior será o custo envolvido na operação logística. O mesmo acontece com o risco. Se a mercadoria tem características que aumentam o risco de ser furtada, como alto valor, ou características que a tornam perigosa, o custo do transporte será maior, por exigir colaboradores treinados e planejamento para minimizar tais riscos.Os custos logísticos relacionados com transporte englobam suprimentos, transferência e distribuição. Os custos de suprimentos se referem ao abastecimento da produção. A matéria-prima e os componentes transportados para a produção são exemplos de suprimentos. O custo de transferência no transporte está associado ao deslocamento entre as filiais da empresa, como o envio de produtos de uma loja para outra. Já a distribuição se refere ao transporte de produtos acabados para os pontos de venda. A distribuição pode ocorrer de diferentes formas: o produto pronto pode sair da fábrica para centros de distribuição, atacados ou diretamente para os varejos (NAKAGAWA, 1994). Os fatores externos também influenciam os custos de transporte, principalmente no mercado internacional. Questões climáticas, como neve, e locais de difícil acesso acrescem custo ao serviço de transporte. www.esab.edu.br 45 O termo trade-off vem do inglês e pode ser traduzido como perda-ganho ou custo-benefício. Assim, trade-off quer dizer que a tomada de decisão implica em custos, por um lado, e benefícios, por outro lado. É preciso ter bom senso e adotar critérios de prioridades nas decisões. Em relação à logística, existem inúmeras decisões que envolvem trade-offs. Nesse contexto, para Corrêa (2010), trade-off significa balanceamento de prioridades. As decisões sobre embalagem, por exemplo, envolvem custos e benefícios. Optar por uma embalagem mais resistente significa, em geral, ter maior custo. Já uma embalagem mais frágil tem menor preço. Ambos os casos apresentam vantagens e desvantagens, e a decisão estará ancorada na prioridade. Se for um produto que precisa de embalagem resistente, a empresa estará ciente de que haverá maior custo. Mas, se o produto não exigir uma embalagem resistente, a empresa terá menor custo com embalagem. O maior exemplo de trade-off de estoques está relacionado a manter ou não estoques no armazém. O fato de manter estoques tem a vantagem de não faltar produto para o cliente, mas a desvantagem é ser um custo, pelo risco de não vender os produtos e ser um dinheiro imobilizado. Assim, se a empresa optar por não manter estoques ou por trabalhar com estoque mínimo, existe a vantagem de ter baixo custo com estoque e a desvantagem do risco de faltar produtos aos clientes. www.esab.edu.br 46 A maioria das empresas opta pelo just in time, que significa em tempo ou no tempo certo. Nessa filosofia, os estoques são mínimos e voltados à demanda do cliente, que compra a quantidade exata que precisa para não gerar estoques. Porém, se houver qualquer falha na cadeia de suprimentos, como tempo maior de transporte, o cliente final pode ficar sem o produto. Um trade-off ligado à tecnologia da informação na logística significa que, quanto mais moderna for a tecnologia, maior será o preço. A tecnologia, seja software ou hardware, agiliza processos e faz a entrega do pedido ser mais assertiva; porém, há custos na compra da tecnologia e no treinamento para utilizá-la. Por outro lado, se a empresa opta por ter menos tecnologia, sua agilidade não será a mesma, e isso impacta a entrega do pedido para o cliente. Quanto aos tributos, um exemplo simples é que, quanto mais se vende, maior será a carga tributária. Manter uma empresa de forma legalizada implica em diversos tributos a cada venda e movimentação (NAKAGAWA, 1994). Ainda, determinadas operações logísticas têm tributos diferenciados, como cargas importadas. O tributo pode ser o preço a pagar por uma matéria-prima de maior qualidade, por exemplo. No transporte são diversos os trade-offs, e isso torna a escolha dos modais mais complexa. Muitas vezes, torna-se necessário utilizar mais de um meio de transporte para que os custos totais sejam menores do que utilizando somente um modal. Por isso, os custos de cada operação devem ser cuidadosamente identificados. www.esab.edu.br 47 Figura 06: Trade-offs em transportes Fonte: Faria e Costa (2010) O transporte rodoviário possui vantagens de flexibilidade, pois transita nas rodovias e não precisa de estruturas como portos e aeroportos para funcionar. Também entrega a mercadoria na porta do cliente. Porém, serve para distâncias médias e tem preço e capacidades de embarques médios. O transporte rodoviário é o mais utilizado no Brasil, apesar de as estradas brasileiras estarem em situação precária. O transporte ferroviário apresenta baixo custo, porém nem todo local tem ferrovias, e a velocidade nesse modal é menor que no transporte rodoviário. Na Europa, o transporte ferroviário tem larga utilização para cargas e passageiros e passa por diversos países. Porém, no Brasil, há baixo investimento no setor, pois o custo para manutenção da infraestrutura ferroviária é elevado. O transporte aéreo apresenta a vantagem de ser o mais rápido, mas é o modal mais caro e com menor capacidade de embarque para volume e peso de mercadorias. É comum as empresas analisarem o trade-off do modal aéreo e optarem por utilizá-lo somente para cargas com prazos urgentes. Nesse caso, pagar mais, compensa para atender o cliente e manter a imagem da empresa como comprometida com o nível de serviço. O transporte dutoviário tem pouca utilização no Brasil, www.esab.edu.br 48 devido aos altos custos de instalação e manutenção, além de exigir mão de obra especializada. A vantagem desse transporte por meio de dutos é que comporta grandes volumes, principalmente de líquidos, como o petróleo. Por fim, o transporte hidroviário, também conhecido como aquaviário, tem grande capacidade de carga em peso e volume e faz longas distâncias com fretes de baixo custo. Porém, há maior demora com esse modal. Por isso, a empresa que opta pelo modal hidroviário deve entender os seus trade-offs e planejar antecipadamente as viagens. A Figura 04 apresenta um comparativo de utilização de modais entre países com extensões territoriais semelhantes, incluindo o Brasil (POZO, 2010; RIBEIRO, 2005). Figura 07: Comparação de utilização de modais entre países com extensões territoriais semelhantes Fonte: Tavares (2012) Como vimos, a escolha do modal envolve trade-offs. Baseando-se nesses trade-offs, os países optam por investir e incentivar o uso de determinados meios de transporte. Isso depende muito das condições financeiras do país. Por exemplo, na Rússia e no Canadá, o transporte ferroviário tem maior participação, se comparado aos demais modais. Comparando países de grande www.esab.edu.br 49 extensão, observa-se que o Brasil é o país com maior utilização do modal rodoviário. Percebe-se que no país há território para o modal ferroviário e também longa costa para investir em portos. Esses, no entanto, exigiriam altos investimentos e muito planejamento, além de envolver decisões políticas. Todas as operações logísticas envolvem complexos trade-offs com custos e benefícios. Assim, as empresas precisam ter consciência desses trade-offs para fazer a gestão com as melhores decisões, conforme o cenário e suas prioridades. DECISÕES EM REDES LOGÍSTICAS BASEADAS EM TRADE- OFFS As decisões logísticas são complexas e precisam ser baseadasb em trade-offs para haver maior assertividade. As empresas trabalham dentro de uma rede logística, onde estão interligadas; isso significa que as decisões de uma empresa influenciam as demais empresas na cadeia de suprimentos. Por isso, a comunicação é essencial para prevenir falhas e alinhar as informações. Os principais trade-offs de decisões logísticas estão relacionados com estoques, transporte e localização. É preciso tomar decisões para estabelecer estratégias interligadas nesses três itens, com o objetivo de servir o cliente de forma excelente. As estratégias de serviço ao cliente podem ser vistas na próxima unidade (NAKAGAWA, 1994; MARTINS, 2018). www.esab.edu.br 50 www.esab.edu.br 51 As decisões de trade-offs de estoque se relacionam com a política de manter ou não estoques, com a disposição dosestoques, ou seja, a sua organização, e com os métodos para controlar os estoques. Já as decisões de trade-offs de transporte estão associadas com modais, rotas e tamanhos dos embarques. As decisões de trade-offs de localização englobam a área do armazém, se será público ou privado, os pontos de estoque e a demanda relacionada aos estoques (MARTINS, 2018). É preciso levar em conta que as decisões logísticas de estoque, transporte e localização estão relacionadas com as decisões estratégicas da empresa de um modo geral. As decisões empresariais ocorrem em três níveis de planejamento: estratégico, tático e operacional. Planejamento Estratégico - são tomadas as decisões que afetam toda a empresa em longo prazo. São tomadas pelos responsáveis pela empresa, como os diretores, e devem considerar fatores internos da organização e fatores externos do mercado. Os fatores internos correspondem ao que a empresa tem de melhor e, também, aos pontos negativos que ela tem a melhorar. Com a análise dos fatores internos, identifica-se o potencial da empresa para servir o cliente, bem como os pontos que exigem melhoria. Já os fatores externos correspondem, por exemplo, a questões de mercado, legislação, cotação da moeda estrangeira e concorrência. Ou seja, é tudo o que acontece fora da empresa e que pode afetá-la de forma positiva ou negativa. A análise externa serve para a empresa aproveitar as oportunidades e estabelecer formas de enfrentar possíveis ameaças. A análise de cenário contemplando fatores externos e internos aponta os trade-offs para que sejam tomadas decisões. www.esab.edu.br 52 Planejamento Tático - diz respeito às decisões que decorrem da direção; ou seja, são os desdobramentos do planejamento estratégico em partes aplicadas aos setores. Geralmente, os gerentes, supervisores e coordenadores de setores atuam no planejamento tático e são responsáveis por estipular metas e incentivar as equipes. Planejamento Operacional - envolve as decisões do cotidiano em curto prazo. Essas decisões são tomadas pelos colaboradores, que exercem a atividade-fim da empresa, e são de grande importância, pois estão diretamente relacionadas com o produto e/ou serviço da empresa. O Quadro 02 traz exemplos de decisões relacionadas aos planejamentos estratégico, tático e operacional. Quadro 03: Exemplos de decisão estratégica, tática e operacional. NÍVEL DA DECISÃO Área da decisão Estratégica Tática Operacional Localização das instalações Quantidade, área e localização de armazéns, plantas e terminais Estoques Localização de estoques e normas de controle Níveis dos estoques de segurança Quantidades e momentos de reposição Transporte Seleção de moda Leasing de equipamento periódico Roteamento, despacho Processamento de pedidos Projeto do sistema de entrada, transmissão de pedidos e processamento Processamento de pedidos, atendimento de pedidos pendentes Serviço ao cliente Padrões de procedimentos Regras de priorização dos pedidos de clientes Preparação das remessas Armazenagem Seleção do material de deslocamento, layout da instalação Escolha de espaços sazonais e utilização de espaços privados Separação de pedidos e reposição de estoque www.esab.edu.br 53 Compra Desenvolvimento de relações fornecedor- comprador Contratação, seleção de fornecedores, compras antecipadas Contratação, seleção de fornecedores, compras antecipadas Fonte: BALLOU (2006) Acesse o link ou código a seguir e aprofunde seus conhecimentos sobre trade-offs e custos logísticos: http://www.anpad.org.br/admin/ pdf/2013_EnANPAD_GOL365.pdf http://www.anpad.org.br/admin/pdf/2013_EnANPAD_GOL365.pdf http://www.anpad.org.br/admin/pdf/2013_EnANPAD_GOL365.pdf www.esab.edu.br 54 Os processos logísticos geram diferentes custos que dependem da operação a ser realizada pela empresa. Assim, os gestores precisam ficar atentos para identificar os custos que cada operação envolve, visando a controlá-los e/ou evitá-los sempre que possível. Afinal, a receita, ou seja, a entrada de dinheiro deve sempre ser maior do que a saída, e o controle e a previsão dos custos tornam-se imprescindíveis. Nesta unidade, você vai conhecer os principais custos envolvidos na cadeia de suprimentos, um conhecimento fundamental para identificar os pontos em que os custos logísticos geralmente são gerados ao longo da cadeia. Você também vai estudar as atividades básicas da logística e os custos envolvidos em cada uma delas. Além disso, manter um nível de serviço elevado para satisfazer plenamente o cliente gera custos como consequência. Dessa forma, neste capítulo, você vai estudar os custos relacionados a serviços, percebendo que a empresa deve sempre ter em mente a satisfação do cliente e os custos necessários para que ela seja mantida ou superada (BORNIA, 2010). CUSTOS LOGÍSTICOS NA CADEIA DE SUPRIMENTOS Antes de entrar na questão dos custos na cadeia de suprimentos, precisamos conceituar essa cadeia e seu gerenciamento. A cadeia de suprimentos é o conjunto de processos requeridos para obter materiais, agregar-lhes valor www.esab.edu.br 55 de acordo com a concepção dos clientes e consumidores e disponibilizar os produtos para o lugar (onde) e para a data (quando) que os clientes e consumidores os desejarem. A definição de SCM (do inglês sup-ply chain management, ou gerenciamento da cadeia de suprimentos) elaborada pelo fórum de SCM de Ohio: Esse conceito tem foco no cliente, que desencadeia as atividades e os processos na cadeia de suprimentos. É o cliente quem determina quais produtos serão produzidos e quais serviços deseja que sejam realizados. A cadeia de suprimentos tem como pressuposto a integração entre os seus diversos membros, como o fabricante, o centro de distribuição e os varejos, por exemplo. Assim, os custos, em muitos casos, são diluídos ao longo dessa cadeia de suprimentos. A cadeia de suprimentos é constituída por diversos membros que interagem entre si, com um fluxo de produtos e informações. São membros da cadeia de suprimentos: www.esab.edu.br 56 Na indústria existem três momentos principais. O primeiro momento se refere à entrada da matéria-prima (input), quando os custos são de recepção desse material; em alguns casos, ocorre a estocagem. No momento seguinte, ocorre a transformação da matéria-prima em produto. Isso pode acontecer em diversas etapas da linha de produção e pode demorar dias, dependendo do produto. Os custos de manutenção das máquinas e seu desgaste e o tempo que ficam ociosas devem ser estimados. Por fim, após a transformação, existe o produto, que é o resultado ou a saída (output) da produção. Nesse terceiro momento, o produto é embalado e fica pronto para seguir a cadeia de suprimentos. www.esab.edu.br 57 Distribuição física: depois do produto pronto, a distribuição pode ocorrer de diversas formas, por meio de centros de distribuição, atacados, direto ao varejo, entre outras. Os custos dos centros de distribuição se dividem, principalmente, em três: recebimento do produto, armazenagem e expedição. No recebimento o produto é conferido e só deve entrar no armazém se estiver de acordo com a descrição da nota fiscal. A armazenagem compreende a movimentação dos produtos e seu acondicionamento no armazém, bem como os inventários. Por último, ocorre a expedição, quando os produtos são separados para sair, conforme o pedido e a nota fiscal de saída emitida. Vale lembrar que o abastecimento da indústria com matéria-prima é denominado inbound logistics, ou logística de suprimentos. Já a distribuição dos produtos acabados chama-se outbound logistics, ou somente distribuição. O outbound pode se dar da fábrica direto ao cliente, no caso de compras pela internet, por exemplo. Varejo: são os pontos de venda, onde o cliente faz a compra. Existem custos inerentes à venda, como comissões de vendedores, conservação dos produtos e marketing. Transporte: interliga todos os membrosda cadeia de suprimentos. Os modais de transporte são: rodoviário, ferroviário, hidroviário, aéreo e dutoviário. Os custos inerentes ao transporte são o frete e o seguro da carga. No Brasil, o modal rodoviário é o mais utilizado em comparação aos outros modais. www.esab.edu.br 58 Para reduzir custos, é possível que se utilize mais de um modal de transporte na cadeia de suprimentos. O consumo é o objetivo de toda cadeia de suprimentos, e o custo com marketing deve existir para promover o produto e, consequentemente, gerar consumo. Dessa forma, a logística se conecta ao marketing, que é o responsável pelo posicionamento do produto no mercado (BORNIA, 2010). Figura 08: Elementos da cadeia de suprimentos. Fonte: Novaes (2001) A cadeia de suprimentos precisa estar interligada. Por exemplo, o lançamento de um produto pode ser promovido no varejo, mas será a logística que fará a distribuição, e o produto precisará estar nas prateleiras conforme prometido nas www.esab.edu.br 59 publicidades. Assim, a comunicação e a cooperação são indispensáveis para as empresas que constituem a cadeia de suprimentos. Essa não é uma tarefa fácil, e quanto mais membros a cadeia de suprimentos tiver, maior será a complexidade envolvida para a atuação conjunta em direção ao mesmo foco: a satisfação do cliente. Existem vários tipos de cadeia de suprimentos, com poucos ou muitos membros. O tamanho da cadeia de suprimentos depende do negócio, e muitas vezes existe a necessidade de vários intermediários entre o fornecedor e o consumidor final. Mas o fato é que, em toda cadeia de suprimentos, os custos precisam ser averiguados e, quando possível, diluídos, para não afetar o consumidor final. A ideia de parceria deve imperar na cadeia de suprimentos. Relações de conflito e ações como empurrar os custos para os demais membros da cadeia não são boas práticas de mercado. Daí a importância de contratos com cláusulas bem claras para definir as responsabilidades dos integrantes de um negócio. A gestão da cadeia de suprimentos envolve saber lidar com pessoas e negociar de forma que todos os envolvidos se beneficiem principalmente o cliente. Dessa forma, a parceria impera e as informações e os produtos fluem ao longo da cadeia de suprimentos com eficiência e eficácia. E se por acaso algum imprevisto acontecer, haverá parceria o suficiente na busca por soluções, e não culpados. O foco das empresas de sucesso e seus parceiros está na solução e em evitar que o problema se repita. É a cultura do aprendizado agindo para impedir que os erros e os custos se repitam (NAKAGAWA, 1994; MARTINS, 2018). www.esab.edu.br 60 Diversas são as atividades logísticas realizadas ao longo da cadeia de suprimentos. Essas atividades são divididas em duas categorias: atividades-chave (primárias) ou atividades de apoio/ suporte (secundárias). Tais atividades devem ser executadas com foco na estratégia de negócios da empresa, isto é, seu nível de serviço, que corresponde à exigência de qualidade da empresa no fluxo de bens e serviços, conforme mostra a Figura 07. Figura 09: Atividades logísticas primárias e de apoio, tendo o nível de serviço como foco. Fonte: Ballou (1993). www.esab.edu.br 61 As três atividades primárias da logística estão diretamente relacionadas com o nível de serviço, e as atividades secundárias fornecem suporte para as atividades primárias. As atividades-chave ou primárias têm maior importância em relação ao custo e ao nível de serviço. As atividades primárias, segundo o autor, são: Transporte: refere-se ao modal de transporte. No caso de caminhões, a mesma empresa pode ter veículos próprios, terceirizados ou trabalhar com ambos. A terceirização geralmente é adotada como opção para minimizar custos com transporte, mas é preciso escolher bem antes de terceirizar, para aliar custo com qualidade dos serviços prestados. Também é preciso considerar os custos com modais. Por exemplo, o modal aéreo tem maior custo e maior velocidade; por isso, é aconselhável para entregas urgentes. Já quando há mais tempo disponível para entrega e trata-se de longos percursos, o modal hidroviário possui alta capacidade e valores acessíveis. Gestão de estoques: a política de gestão de estoques deve ser bem definida na empresa. Nesse sentido, existem duas opções. A primeira opção é manter estoques elevados e garantir a disponibilidade dos produtos ao cliente. A segunda alternativa é o contrário, ou seja, ter o mínimo possível de produtos em estoque e correr o risco de faltar produtos ao cliente. Muitas empresas adotam essa última opção e assumem os riscos da falta de produtos. Quando se opta por estoques reduzidos, a empresa deve ser muito organizada, de forma a minimizar os riscos da falta e/ou providenciar rápida reposição de produtos, quando necessário. Processamento de pedidos: é a entrega dos bens e produtos ao cliente. Pequenos clientes ou pedidos devem ser atendidos com a mesma qualidade fornecida aos clientes grandes, pois www.esab.edu.br 62 todos merecem respeito. Além disso, os pequenos pedidos podem crescer com o passar do tempo e trazer maior lucro para a empresa. Também é importante salientar que alguns clientes fazem pequenos pedidos como forma de testar o atendimento; se a expectativa for atendida, os pedidos aumentam e se tornam significativos no faturamento. Armazenagem: é o processo de cuidado do produto dentro do armazém, por meio da recepção, armazenagem e expedição. Devem existir procedimentos para que o produto seja protegido de forma que conserve a sua integridade física. Alguns produtos merecem cuidados especiais, como locais específicos de armazenagem. É o caso de alimentos que precisam de refrigeração para manter a qualidade. Manuseio de materiais: o cuidado com o produto deve existir também durante o seu manuseio. Por isso, existem equipamentos adequados para auxiliar na movimentação dos materiais, como empilhadeiras, esteiras e paleteiras. A segurança dos trabalhadores responsáveis pelo manuseio dos materiais também deve ser observada. Embalagem de proteção: tem a função de proteger o produto no estoque, no centro de distribuição e no transporte. Assim, o produto chegará intacto nas mãos do consumidor. É importante que a embalagem não seja danificada nos processos logísticos, pois isso pode afetar o produto e comprometer a imagem da empresa perante o cliente. No comércio exterior, as empresas devem observar a legislação pertinente nos países em que a carga vai entrar, pois estes podem estabelecer restrições quanto ao tipo de embalagem utilizada nos produtos. www.esab.edu.br 63 Quando utilizarem madeira na embalagem, as mercadorias brasileiras que são exportadas para a Argentina devem ser de madeira tratada. Esse tratamento na madeira chama-se fumigação e mata as bactérias existentes. Assim, as mercadorias com embalagem de madeira, como paletes e caixas, entram na Argentina somente se tiverem um documento que comprove a fumigação. Disponibilidade do produto (obtenção): refere-se aos materiais que entram na empresa, por meio de ordens de compras. As decisões sobre os fornecedores devem levar em consideração custo, qualidade dos produtos e comprometimento com os prazos de entrega. Programação de produtos: refere-se aos materiais programados para sair da empresa. É importante calcular rotas e prazos, considerando possíveis adversidades, como questões climáticas e engarrafamentos em determinados locais. Manutenção de informações: o fluxo de informações deve fluir de forma contínua na cadeia de suprimentos e deve considerar, inclusive, as sugestões dos clientes. Ou seja, o fluxo de informações não é de mão única, das empresas para o cliente, pois este precisa ser valorizado para ser mantido. O mesmo deve acontecer com os parceiros, que devem receber informações confiáveis e com termos técnicos que todos conheçam, para que a credibilidade da empresa seja garantida. Assim, as atividadessecundárias são importantes para o bom desempenho das atividades primárias. As atividades logísticas devem sempre estar integradas por meio da comunicação e do www.esab.edu.br 64 propósito comum de satisfazer o cliente e, devem ser realizadas conforme as decisões estratégicas da empresa. Dessa forma, o melhor posicionamento é aquele que supre as necessidades do cliente e norteia a estratégia geral da empresa. Salienta-se que as atividades primárias e secundárias se originam da estratégia geral da empresa, portanto, os parceiros na cadeia de suprimentos devem conhecer essa estratégia para ficarem alinhados e fornecerem o produto ou serviço mais adequado (NAKAGAWA, 1994; MARTINS, 2018; BORNIA, 2010). Acesse o link abaixo ou o código ao lado e aprofunde seus conhecimentos sobre custos logísticos. http://www.techoje.com.br/site/techoje/ categoria/detalhe_artigo/285 http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/285 http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/285 www.esab.edu.br 65 Olá Acadêmico! Que bom que chegou até aqui! Foi uma seção de muito aprendizado sobre Custos Logísticos. Agora você sabe que quais são os custos que precisam ser conhecidos para ser controlados de forma eficiente e eficaz. Você compreendeu que ao ter o domínio dos custos existentes nas empresas, principalmente os custos logísticos, é possível fazer um gerenciamento consistente e tomar decisões sensatas. Estudamos também os principais custos relacionados às operações logísticas além do trade-off, presente nas mais diversas atividades logísticas. Discutimos também sobre o processo de tomada de decisão logística e identificação das decisões em redes logísticas baseadas em trade-offs, compreendendo a influência dos trade-offs nas tomadas de decisão. Agora vamos estudar a última seção dessa disciplina e acredito que será de muito aprendizado. Fique atento as dicas, aos saiba mais, aos exemplos dados. Não deixe acumular os estudos, pois são muitos os conteúdos. Até a próxima seção! www.esab.edu.br 66 SEÇÃO 03: CUSTOS LOGÍSTICOS E ARMAZENAGEM www.esab.edu.br 67 OS CUSTOS NAS DECISÕES DE ARMAZENAGEM As decisões de armazenagem são complexas, pois envolvem diferentes questões relacionadas ao negócio e ao cenário externo da empresa. Por exemplo, a empresa precisa conhecer o tipo de produto para definir a estrutura de armazém mais adequada internamente, mas também precisa considerar o local escolhido para o armazém com relação às vias de acesso, para escoar os produtos na cidade. Faria e Costa (2010) destacam algumas decisões relacionadas aos custos de armazenagem: ѵ Áreas, condições, equipamentos e métodos operativos; ѵ Inspeção e devolução de materiais; ѵ Rotas de movimentação e manuseio; ѵ Tempo de ciclo; ѵ Ativos envolvidos. Administrar significa tomar decisões baseados em fatos, principalmente relacionados à determinação dos custos. Salienta-se que os fatores que contribuem para a determinação dos custos de armazenagem variam conforme o negócio. Faria e Costa (2010) apontam que esses fatores que englobam: www.esab.edu.br 68 ѵ Características de recebimento: grandes volumes e produtos especiais dispendem mais custos. ѵ Características de acondicionamento: determinadas mercadorias exigem um cuidado especial na armazenagem, como manutenção de temperatura e locais separados. ѵ Características de seleção de pedido: separação por tipos de produtos, como lotes; levam tempo, o que significa custo. ѵ Necessidade de etiquetagem: é um procedimento que precisa de colaboradores, tempo e etiquetas, portanto envolve custos. ѵ Característica de reembalagem: pode ocorrer conforme a negociação entre o fabricante e o armazém, ou por conta de danos à embalagem original. ѵ Necessidade de mão de obra direta e equipamentos: a operação do armazém acontece por meio de pessoas e equipamentos, que têm custo. ѵ Necessidade de recursos indiretos: manutenção, higienização e colaboradores extras são exemplos. Todas essas características e necessidades precisam ser pensadas e planejadas, para que o armazém consiga administrar os custos envolvidos a partir dos ganhos com a movimentação dos produtos. A redução de custos é uma busca incessante nos armazéns, mas não afeta o nível de atendimento ao cliente. A escolha entre a centralização e a descentralização da armazenagem apresenta-se como uma decisão relevante para a empresa, com vantagens e desvantagens em ambos os casos. Cada empresa precisa www.esab.edu.br 69 considerar essas vantagens e desvantagens conforme sua política e suas prioridades. A Figura 08 exemplifica as estruturas descentralizada e centralizada de armazenagem Figura 10. Estruturas descentralizada e centralizada de armazenagem. Fonte: Correa (2010) Na estrutura de armazenagem descentralizada existem armazéns em diversos locais e cada armazém tem a sua gestão. Nessa estrutura, a economia de escala é baixa, com pouca eficiência em comparação à estrutura centralizada e com maior controle das operações. O risco de interromper o abastecimento é menor, pois pode haver transferência interna em casos de emergência de suprimentos. O custo com transporte torna-se mais baixo, pois existem vários armazéns de onde as mercadorias são expedidas. Os estoques de segurança são maiores nessa estrutura e, por consequência, há elevado nível de serviço ao cliente com a disponibilidade do produto. www.esab.edu.br 70 Já na estrutura de armazenagem centralizada existe maior economia de escala com a centralização da armazenagem em somente um local, onde o foco da atenção é reduzir custos. Porém, com o estoque centralizado, o risco de interrupção total do abastecimento é maior, pois toda a distribuição parte do mesmo ponto e depende da mesma unidade. O estoque de segurança é menor, assim, o nível de serviço ao cliente pode ser menor, devido à possível indisponibilidade do produto. O custo de transporte também se torna maior, pois até as entregas com destinos mais distantes têm o mesmo ponto de origem (MARTINS, 2018). Um gestor tem como prioridade obter elevada eficiência, economizando tudo o que for possível. Assim, ele está ciente que reduzir custos em armazenagem pode impactar na redução dos estoques de segurança e, consequentemente, oferecer menor nível de serviço ao cliente. Nesse caso, a estrutura de armazenagem é centralizada. CUSTOS NA LOCALIZAÇÃO DE ARMAZÉNS A empresa tem três opções quanto aos armazéns que interferem nos custos. Os armazéns podem ser próprios, contratados ou públicos. A escolha depende das prioridades do negócio e das possibilidades de armazenagem disponíveis, bem como dos custos associados às operações. Os armazéns próprios, ou seja, de propriedade da empresa, são de sua responsabilidade em todos os aspectos: finanças, gestão, recursos humanos, operações logísticas, entre outros. www.esab.edu.br 71 Assim, a gestão da armazenagem fica sob o domínio da empresa, com a sua marca e imagem no mercado. A vantagem é que as decisões da gestão podem ser aplicadas imediatamente na rotina da equipe. No entanto, os custos inerentes ao armazém são absorvidos pela empresa. Esses custos são diversos e envolvem desde a estrutura do prédio, a mão de obra, as máquinas e os equipamentos, por exemplo. Já com relação aos armazéns contratados ou terceirizados, a empresa tem três opções principais: alugar somente o prédio do armazém, terceirizar toda a operação, com prédio e serviço, ou terceirizar somente o serviço e ter o prédio próprio. No caso de alugar somente o prédio, a empresa assina um contrato e paga um aluguel referente ao imóvel. Esse aluguel pago isentará a empresa de responsabilidades quanto à manutenção, sendo menos uma preocupação para a empresa, que deve preservar o local fazendo uso para as atividades logísticas. Outra alternativa é a empresa terceirizar todos os serviços da operação de armazenagem e também o prédio. Dessa
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