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SISTEMAS DE
 INFORMAÇÕES 
 GERENCIAIS
www.esab.edu.br 3
Sumário
1. Apresentação l.......................................................................06
2. Conceito e Fundamentos de Custos......................................07
3. Conceito e Fundamentos de Custos – Parte 02.....................14
4. Custos Fixos e Custos Variáveis............................................22
5. Custos Fixos e Custos Variáveis – Parte 02..........................28
6. Custos Indiretos de Fabricação..............................................33
7. Resumo I................................................................................38
8. Apresentação II......................................................................40
9. Introdução a Custos Logísticos..............................................41
10. Trade-offs em Logística..........................................................45
11. Estratégias de Serviço ao Cliente..........................................50
12. Custos Associados aos Processos Logísticos.......................54
13. Custos nas Atividades Básicas da Logística..........................60
14. Resumo II...............................................................................65
15. Apresentação III.....................................................................66
16. Custos nos Processos de Armazenagem...............................67
17. Custos nos Processos de Armazenagem - Parte 02..............73
18. Custos nos Processos de Gestão de Estoques.....................80
19. Custos nos Processos de Gestão de Estoques – Parte 02....85
20. Cadeia de Valor e Logística....................................................91
21. Resumo III..............................................................................97
22. Glossário................................................................................98
23. Referências.........................................................................101
www.esab.edu.br 4
Apresentação da Disciplina
Olá Aluno!
Bem-vindo à disciplina de Custos Logísticos, na qual vamos 
discutir muitas questões relacionadas à temática para aprofundar 
seus conhecimentos sobre como é composto o custo de um 
produto/serviço. Para que seu estudo se torne proveitoso e 
prazeroso, esta disciplina foi organizada em 03 seções, com 
temas e subtemas que, por sua vez, são subdivididos em 
unidades, atendendo aos objetivos do processo de ensino-
aprendizagem. 
De forma geral os Custos significam os sacrifícios que a 
empresa faz para alcançar um preço ideal e competitivo para 
venda de seu produto. Já os custos logísticos estão mais 
envolvidos com transporte, armazenagem e alocação dos 
produtos. Ao longo da disciplina promoveremos uma discussão 
partindo da contextualização dos conceitos básicos e 
fundamentais, estrutura de custos baseadas na contabilidade 
gerencial; formas de mensuração e a importância do 
reconhecimento dos custos logísticos.
www.esab.edu.br 5
OBJETIVOS
 ѵ Identificar a terminologia contábil básica e as 
classificações e nomenclaturas de custos.
 ѵ Descrever como o comportamento dos custos influencia 
no resultado das empresas; 
 ѵ Demonstrar por comparação que o resultado empresarial 
pode ser otimizado mesmo que o processo produtivo 
apresente restrições na capacidade produtiva;
 ѵ Identificar a terminologia básica de custos logísticos;
 ѵ Demonstrar por meio de cálculos e exemplos a 
importância e diferença que a mensuração de custos 
logísticos faz nas atividades industriais. 
HABILIDADES E COMPETÊNCIAS A SEREM 
DESENVOLVIDAS
O aluno, ao final desta disciplina, será capaz de:
 ¾ Conhecer os conceitos e terminologias de custos; 
 ¾ Identificar os componentes do custo; 
 ¾ Compreender os métodos de custos logísticos;
 ¾ Entender a função de importância dessa disciplina em 
sua carreira.
As habilidades serão trabalhadas com objetivo de desenvolver 
as capacidades de visão sistêmica sobre os problemas 
empresariais; visão crítica em relação a questões práticas; 
criatividade na solução de problemas e no enfrentamento de 
desafios, buscando resolvê-los de forma proativa, autônoma e 
independente, considerando-se, essencialmente, o respeito pela 
ética e a capacidade de expressão oral e escrita.
Enfim, espero promover reflexões sobre o assunto.
Desejo sucesso e bons estudos!
www.esab.edu.br 6
SEÇÃO 01: CONCEITO, CARACTERÍSTICAS E 
CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS
www.esab.edu.br 7
Com o forte aumento da concorrência entre empresas em virtude 
da globalização e as recentes crises mundiais, as empresas 
foram obrigadas a se voltarem mais ainda para a gestão de 
custos como ferramenta fundamental para a gestão estratégica 
de custos e, em alguns casos, até mesmo para tentar garantir a 
continuidade da empresa. O raciocínio é simples: em 
economias de concorrência livre, um aumento de preço 
repercute normalmente de forma negativa no volume de 
vendas. Assim, para tentar aumentar os lucros, as empresas 
precisam buscar de forma continuada a redução dos custos.
Por outro lado, outras informações relativas aos produtos e 
serviços também são demandadas pelas empresas, tais como a 
avaliação mais precisa e permanente dos estoques, controle e 
mensuração de desempenhos individualizados por linha de 
produtos e serviços, entre diversas outras. Nesse sentido, a 
utilização de um adequado sistema de custos é fundamental 
em quaisquer tipos de atividade, notadamente naquelas com 
fins lucrativos que demandam o estabelecimento de preços de 
produtos ou serviços (IUDÍCIBUS, 1993).
É importante ressaltar ainda que os preços dos produtos e 
serviços não são inteiramente determinados pelos custos, mas 
principalmente pelo mercado. Entretanto, um correto sistema de 
apuração de custos é fundamental tanto no processo de 
apuração de custos para fins de publicação das demonstrações 
www.esab.edu.br 8
contábeis (contabilidade financeira), quanto no processo de 
tomada de decisão pela empresa (contabilidade gerencial). 
Embora a contabilidade de custos atenda tanto à contabilidade 
financeira quanto à contabilidade gerencial, é possível 
depreender que esteja mais ligada à gerencial pelo suporte 
que fornece ao progresso decisório.
De acordo com Padoveze (2010), por outro lado, apesar da 
contabilidade de custos ser frequentemente associada à 
indústria, existe, hoje, um número muito significativo de 
empresas de serviços que utilizam os conceitos de custos no 
custeamento de seus serviços, principalmente nas entidades 
em que se trabalha por projeto (empresas de engenharia, 
escritórios de auditoria, planejamento etc.). Assim, em muitas 
empresas, tais como entidades comerciais e financeiras, 
utiliza-se a expressão contabilidade de custos quando, à 
primeira vista, só existem despesas.
Mas é fácil entender que a generalização dessa terminologia se 
deve não só ao uso das técnicas daquela disciplina, mas 
também à ideia de que tais entidades são produtoras de 
utilidades e, por isso, possuem custos. Estes se transformam 
imediatamente em despesas, sem que haja uma fase de 
estocagem, como no caso da indústria de bens, mas a 
aplicação da terminologia não deixa de ser apropriada.
Por definição, a contabilidade de custos é uma técnica 
utilizada para identificar, mensurar e informar os custos 
dos produtos e serviços.
Vale ressaltar que, embora a definição pareça ser mais 
condizente com as atividades de fabricação, seus fundamentos 
podem ser aplicados com razoável facilidade aos diversos 
ramos de atividade, bastando para isso determinar os 
objetivos e as finalidades do custeio (MARTINS, 2018).
www.esab.edu.br 9
Quadro 01: Reconhecimento de Custos conforme setor da 
economia
Indústria Comércio Serviços
1.A matéria-prima é 
trabalhada e convertida 
em produto acabado 
para venda.
1.Não há conversão 
de matéria-prima. Os 
produtos são comprados 
prontos para revenda.
1.Normalmente não possui 
estoques significativos e, 
quando existem, são 
utilizados na prestação 
do serviços e não pararevenda direta para o 
consumidor.
2.Possui quatro fases 
distintas e sequenciais 
de produção:
-Fase 1: Compra de 
materiais
Estoque de matéria-
prima.
-Fase 2: Transferência 
para Estoque de 
produtos em processo 
e incorporação dos 
demais custos: mão de 
obra e custos indiretos 
de fabricação.
-Fases 3: Transferência 
para Estoque de 
produtos acabados.
-Fases 4: Venda
Transferência do 
estoque de produtos 
acabados para o custo 
do produtos vendido 
(Resultado).
2.Possui duas fases 
distintas e sequenciais:
-Fase 1: Compra do 
produtos para revenda 
Estoque de mercadorias.
-Fase 2:
Vendas: Transferências 
do estoque de 
mercadorias para custo 
na mercadoria vendida 
(Resultado).
2.Como não há 
estoques, não há 
necessidade da 
utilizaçao de fases de 
produção.
www.esab.edu.br 10
3.O estoque de produtos 
em processo requer 
controles distintos para 
determinar o grau de 
acabamento e, por 
conseguintes, o custo 
de produção.
3.Não tem estoque em 
processo.
3.Também não é 
necessária a separação 
entre custos e 
despesas, uma vez 
que tanto os custos 
de serviços como as 
despesas são lançadas 
diretamente no 
resultado.
4.Fundamental 
classificação entre 
custos e despesas.
4.Fundamental 
classificação entre custos 
e despesas.
4.É possível utilizar a 
expressão custos 
prestação de serviços 
como forma de controle 
e determinação de 
preço.
5.Exemplos: Vale, 
Petrobras, BRF etc.
5.Exemplos: 
Casas Bahia, C&A, 
Supermercados etc.
5.Exemplos: empresas 
de auditoria, escritórios 
de advocacia, médicos 
etc
Fonte: Silva e Lins (2017)
OBJETIVOS E FINALIDADES DOS SISTEMAS DE CUSTEIO
Os objetivos e finalidades dos sistemas de custeio podem ser 
múltiplos, dependendo de quais necessidades dos usuários 
serão atendidas.
Em linhas gerais, o objetivo principal do custeio é medir, 
avaliar, mensurar os objetos de custos. Como objeto de custo 
entende-se qualquer item, tais como produtos, clientes, 
departamentos, processos, atividades e assim por diante, 
para o qual os custos podem ser medidos e atribuídos. Por 
exemplo, se quisermos determinar o custo para desenvolver 
um novo brinquedo, então, o objeto de custo será o projeto 
www.esab.edu.br 11
para o desenvolvimento do brinquedo. Ou ainda, para 
determinar o custo para operar um departamento dentro de 
uma fábrica, o objeto de custo é esse departamento.
A finalidade básica de todo sistema de custeio é prestar 
informações para a tomada de decisão, ou seja, fornece 
instrumentos para que os usuários do sistema de custos 
possam obter informações confiáveis, relevantes e oportunas 
de forma a possibilitar a melhor condução das suas decisões.
De maneira geral, é comum se distinguirem três principais 
finalidades da gestão de custos, para as quais os gerentes 
necessitam de informações no processo de tomada de decisão:
	Avaliação de estoque: A informação sobre a 
constituição dos estoques é importante tanto para a 
contabilidade financeira – balanço patrimonial e 
demonstração do resultado do exercício – quanto 
para a contabilidade gerencial na determinação, por 
exemplo, do estoque mínimo a ser mantido.
	Controle de desempenho: Para essa finalidade é 
necessário adotar o conceito de determinação de 
responsabilidades, em que um gerente controla os 
custos e demais gastos para fins de avaliação de 
desempenho. Informações sobre os itens de custos, 
as receitas e os demais gastos que possam ser 
controláveis pelos gerentes tornam-se fundamentais.
	Outras decisões: Muitas decisões sobre produzir ou 
comprar, mudança de mix de produtos, identificação 
dos produtos mais e menos rentáveis, determinação 
de preço mínimo etc. necessitam de informações de 
custos precisas (MARTINS, 2018).
www.esab.edu.br 12
CONCEITOS RELACIONADOS À CONTABILIDADE DE 
CUSTOS
O processo de gestão de custos requer o entendimento dos 
conceitos fundamentais e terminologias de custos. Nesse 
sentido, é necessário conhecer adequadamente essas 
terminologias para que se possa melhor entender todo o 
processo de custeio. Ao fornecer essas definições, não se 
tenciona exaurir a apresentação de diferentes nomenclaturas, 
mas apresentar um conjunto de definições que possibilite ter 
uma ideia de como os custos são formulados e gerenciados.
CUSTOS
São os recursos consumidos no processo de produção de um 
bem ou serviço que se espera tragam benefícios atuais ou 
futuros para a entidade após a conclusão e venda do produto 
ou serviço.
O custo é, antes de tudo, um investimento em recursos que 
está em processamento e que, em um período próximo, se 
transformarão, no caso da indústria, em bens manufaturados. 
Por exemplo, a matéria-prima é um investimento que se 
mantém como tal durante todo o tempo em que fica em 
estoque. No momento de sua utilização na fabricação de um 
bem, seu custo surge como parte integrante do bem elaborado. 
Este, por sua vez, é de novo um investimento, já que também 
fica ativado até o momento da sua venda. 
Note-se que a determinação do custo final de fabricação de 
um produto passa por fases dentro do estoque, começando no 
estoque de matéria-prima, passando para o estoque de produtos 
em processo e finalmente chegando ao estoque de produtos 
acabados. Ocorrendo a venda, esse custo é “baixado” do 
estoque e transferido para a demonstração do resultado do 
exercício como custo do produto vendido.
www.esab.edu.br 13
De acordo com Iudícibus (1993), em outras palavras, custos 
são incorridos (consumidos) para produzir benefícios presentes 
ou futuros. Ou seja, ativos (produtos) que foram produzidos 
são sacrificados em troca de um valor que se espera seja 
superior ao que foi sacrificado.
DESPESAS
São recursos consumidos direta ou indiretamente na forma de um 
bem ou serviço com intuito de obtenção de receitas. Outra 
característica da despesa é o fato de não se relacionar com o 
processo produtivo. Todavia, é importante ressalvar que, embora 
teoricamente seja fácil a separação entre custos e despesas, na 
prática existe uma série de circunstâncias que torna difícil a 
separação de forma clara e objetiva. Por exemplo, é comum 
encontrarmos uma única parte administrativa responsável por 
toda a empresa, sem separação da que realmente pertence 
exclusivamente à fábrica (custos) e à parte administrativa 
propriamente dita (despesas) (PADOVEZE, 2010).
Na verdade, muitas vezes, a definição do recurso 
como um custo ou despesa depende da natureza 
comercial do negócio da empresa; por exemplo, a 
conta telefônica de uma indústria normalmente é 
tratada como uma despesa operacional, mas, se a 
empresa for de telemarketing, provavelmente será 
tratada como um custo do serviço. É importante 
ressaltar que o ponto principal na separação entre 
custos e despesas está na definição do objeto de 
custos. Um gasto pode ser despesa em uma 
determinada atividade e custo em outra, 
dependendo do que se está efetivamente avaliando. 
Por exemplo, para uma transportadora o combustível 
dos caminhões é um custo. Esse mesmo combustível 
do caminhão de entregas de uma grande loja de 
departamentos é despesa de venda.
www.esab.edu.br 14
Perdas referem-se ao consumo de um bem ou serviço de 
forma involuntária. São exemplos de perdas: 
 ѵ Incêndios 
 ѵ Deterioração de estoques 
 ѵ Rebarbas, etc,
As perdas podem ser classificadas em dois grupos:
De acordo com Martins (2018), as perdas normais são 
aquelas inevitáveis e inerentes ao processo produtivo 
como um todo. Por exemplo, fazer círculos em uma chapa de 
aço quadrada acarretará perdas nas áreas entre os círculos 
bem como nas extremidades da chapa. Independentemente do 
tratamento a ser dado a essa parte que sobra no processo, por 
exemplo, reinserida de volta ao processo produtivo, venda 
como sucata ou simplesmente o descarte, essa perda tem uma 
parcela incorporada no custo de cada círculo produzido.
www.esab.edu.br 15
Para entender melhor!
Considerando o exemplo, imagine-se que a chapa de aço 
custou $ 10.000 e foram produzidosdez círculos. Nesse caso, 
cada círculo vai receber de custo de material o valor de $ 1.000 
($ 10.000/10) já com as perdas/sobras embutidas. Para efeito 
de controle é muito importante que a empresa quantifique os 
recursos perdidos à parte, antes de distribuí-los entre os 
produtos. Isso fará com que ela conheça o custo real do 
produto sem a inclusão das perdas e trabalhe para reduzi-la 
ou, se possível, evitá-la. 
No caso das perdas anormais, estas não são incorporadas ao 
custo de produção e sim transferidas diretamente para o 
resultado do período como despesas no momento da sua 
ocorrência. Considerando o exemplo apresentado acima, 
suponha agora que a máquina que cortava os círculos 
danificou cinco dos dez círculos que se pretendia produzir. 
Nesse caso, será necessário dividir as partes em custo e perda, 
sendo $ 5.000 para custos e $ 5.000 para o resultado do 
período como perda. No caso de venda como sucata da parte 
descartada como perda, o seu valor deverá ser contabilizado 
como dedução do custo do produto vendido no período. 
DESEMBOLSOS
São pagamentos em dinheiro resultantes da aquisição do bem 
ou serviço. O desembolso pode ocorrer antes, no decorrer ou 
depois da entrada dos bens ou serviços comprados. É oportuno 
lembrar que o desembolso, ou o pagamento, não é fato gerador 
do reconhecimento contábil do custo e sim o seu uso. Nesse 
sentido, para efeitos contábeis e fiscais, um custo deve ser 
considerado quando um recurso é inserido no processo de 
produção e transformado em produto manufaturado que depois 
será vendido, não na ocasião do pagamento. 
www.esab.edu.br 16
PREÇO
Em um mercado de livre concorrência, é o consumidor quem 
define o preço que está disposto a pagar por um bem ou 
serviço. As empresas definirão seus preços de venda em 
função do tipo do consumidor que desejam atingir e da parcela 
de mercado que desejam ocupar. Para definir esse preço, muitas 
empresas adotam o conceito de custo-meta, que consiste em 
linhas gerais de partir do preço médio praticado no mercado e a 
partir desse valor verificar suas condições de competitividade 
para disputar o mercado. Por exemplo, considere as seguintes 
informações: 
1. Preço médio praticado pelo mercado = $ 200 
2. Lucro desejado pela empresa = 30% 
Com essas informações, a empresa determina qual seria o seu 
custo máximo possível aplicando o percentual relativo ao seu 
lucro esperado de 30% sobre o preço de mercado, conforme 
exemplo a seguir: 
Preço $ 200 Lucro $ 60 ($ 200 × 30%) Custos $ 140 (Preço – Lucro)
Assim, o custo máximo que deveria ser avaliado seria de $ 140, 
ou seja, se a empresa não tiver condições de produzir com esse 
valor então ela será competitiva no mercado. 
QUALIDADE
O conceito de qualidade mais aceito hoje está registrado abaixo.
Satisfazer as necessidades e exceder as expectativas dos 
consumidores em relação às especificações técnicas, 
pontualidade, condições de pagamento etc. 
O processo de melhoria de qualidade abrange desde a escolha 
de fornecedores até a orientação ao cliente quanto ao melhor 
uso do produto. São exemplos de custos e perdas relacionados 
www.esab.edu.br 17
com a qualidade e decorrentes do processo produtivo: 
 ѵ Retrabalho decorrente de falhas; 
 ѵ Manutenções preventivas e corretivas;
 ѵ Trocas e devoluções; 
 ѵ Sucatas; 
 ѵ Atendimento pós-venda etc. 
DESPERDÍCIO 
Desperdício refere-se aos gastos pelos quais o consumidor 
não está disposto a pagar. Em outras palavras, são custos ou 
despesas que não adicionam valor ao produto ou serviço. De 
modo geral, alguns desses gastos podem ser eliminados sem 
prejuízos ao produto, serviços ou na geração de receitas. 
São exemplos de desperdício: 
 ѵ Estocagem;
 ѵ Inspeção; 
 ѵ Ociosidade etc.
Note-se uma relação direta entre os desperdícios e as 
perdas, uma vez que a ocorrência do primeiro poderá onerar o 
processo produtivo da mesma forma como ocorre no caso das 
perdas. Obviamente que as empresas buscam sempre as 
perdas e desperdícios “zero” ou próximos a esse valor; 
buscam de forma contínua a identificação desses gastos e a 
sua eliminação, quando possível (IUDÍCIBUS, 1993).
www.esab.edu.br 18
CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS 
Considerando que as informações de custos têm diferentes 
propósitos, usuários e níveis de complexidade variados, uma 
das formas de obter informações mais relevantes e, por 
conseguinte, facilitar o controle e o processo de tomada de 
decisão é a classificação dos custos. Essa classificação 
depende em qual ponto de referência seja considerado, 
conforme veremos abaixo. 
EM RELAÇÃO AO OBJETO DE CUSTO: CUSTOS DIRETOS 
E INDIRETOS
A distinção entre custos diretos e indiretos é efetuada 
dependendo da forma com que os custos serão identificados e 
alocados aos produtos ou serviços e tem como objetivo o 
controle dos custos. 
Os custos serão classificados como:
Custos Diretos - quando for possível a sua fácil identificação e 
mensuração precisa ao objeto de custo, bastando existir uma 
medida de consumo (quilos, horas de mão de obra etc.). 
Desse modo, os custos diretos variam proporcional e 
diretamente à quantidade produzida. 
São exemplos de custos diretos na fabricação de uma cadeira 
escolar: 
	Matéria-prima: madeira, fórmica, base de ferro; 
	Mão de obra: horas do cortador de madeira e montador. 
Custos Indiretos - são aqueles que não podem ser identificados 
fácil e corretamente aos objetos de custo. 
www.esab.edu.br 19
São exemplos de custos indiretos:
	Aluguel;
	Energia elétrica.
	Depreciação; 
	Salários de supervisores etc. 
Nesse sentido, sua incorporação aos produtos requer a 
utilização de algum tipo de distribuição (rateio) em virtude da 
impossibilidade da sua mensuração direta e objetiva. Entende-se 
como rateio a alocação de custos indiretos aos produtos em 
fabricação, segundo critérios racionais. Por exemplo, o aluguel é 
distribuído pela área ocupada por cada departamento. Contudo, 
dada a dificuldade de fixação de critérios de rateio, tais 
alocações carregam consigo certo grau de subjetividade e, por 
conseguinte, a possibilidade de alguma arbitrariedade. 
A separação de custos diretos e indiretos leva em consideração, 
além de sua natureza intrínseca, a relevância e a relação custo-
benefício ou conveniência. Por exemplo, o gasto com energia 
elétrica comumente é um custo materialmente importante para 
se buscar uma apropriação direta. Todavia, o investimento 
necessário em equipamentos para permitir uma mensuração 
adequada de energia elétrica consumida por produto talvez 
não seja economicamente viável ou ainda os resultados obtidos 
por um sofisticado sistema de mensuração poderiam não ser 
tão diferentes daqueles obtidos através de rateios. Por conta 
disso muitas empresas optaram em tratar esse custo como 
indireto simplesmente (IUDÍCIBUS, 1993; PADOVEZE, 2010).
www.esab.edu.br 20
RASTREAMENTO
Rastreamento é o processo de identificar e atribuir ao objeto 
de custo o gasto que está específica ou fisicamente 
associado a ele. A identificação desses custos é realizada, na 
maioria das vezes, pela observação física. Por exemplo, 
suponha que o departamento de energia seja o objeto de custo. 
O salário do supervisor desse departamento e o combustível 
usado para produzir a energia são exemplos de custos que 
podem ser especificamente identificados, desde que medidos 
(pela observação física) com o objeto de custo (o departamento 
de energia). 
Como um segundo exemplo, considere os materiais e a mão 
de obra empregados para fabricar um produto. Ambos são 
fisicamente observáveis, por isso, os custos desses itens podem 
ser diretamente associados ao objeto de custos. Portanto, em 
outras palavras, rastreamento é a capacidade de se atribuir 
um valor diretamente ao objeto de custo por um 
relacionamento causal. Quanto mais custos puderem ser 
rastreados para o objeto, maior será a precisão da atribuição 
dos custos. O estabelecimento da rastreabilidade é um elemento-
chave na construção de atribuições mais precisas de custos.Sistemas de gestão de custos normalmente 
lidam com muitos objetos de custos. Assim, é 
possível que determinado item de custo seja 
classificado como um custo direto em uma 
determinada atividade e um custo indireto em 
outra. Tudo depende de qual objeto de custo é o 
ponto de referência. Por exemplo, se a fábrica 
for o objeto de custo, o custo para limpeza e 
conservação será um custo direto; no entanto, se
www.esab.edu.br 21
os objetos de custo forem produtos feitos na 
fábrica, esse gasto será um custo indireto. 
Quando não for possível alguma forma de 
rastreamento aos objetos de custos, é 
necessário que seja efetuado um rateio, 
conforme mencionado no tópico sobre os 
custos indiretos (MARTINS, 2018; PADOVEZE, 
2010).
www.esab.edu.br 22
Agora vamos estudar com calma sobre a segregação dos 
custos. Como vimos na unidade anterior, são classificados como 
custos fixos aqueles cujo total não varia proporcionalmente ao 
volume produzido, ou seja, se a capacidade total de produção 
for de 1.000 unidades, se a empresa produz apenas uma 
unidade ou todas as 1.000, seu custo fixo total será o mesmo. O 
exemplo clássico é o custo com o aluguel da fábrica. 
Considere os seguintes exemplos: 
1. Aluguel da fábrica = $ 10.000 Capacidade de produção = 
10.000 unidades Quantidade produzida = 10.000 unidades 
Custo variável = $ 5 por unidade
Nesse caso, o custo fixo na unidade será de $ 1,00 ($ 
10.000/10.000 un.) e o custo total será de $ 6 ($ 5 + $ 1). 
2. Aluguel da fábrica = $ 10.000 Capacidade de produção = 
10.000 unidades Quantidade produzida = 5.000 unidades 
Custo variável = $ 5 por unidade 
Nesse caso, o custo fixo na unidade será de $ 2,00 ($ 
10.000/5.000 un.) e o custo total será de $ 7 ($ 5 + $ 2).
Com base nos exemplos apresentados acima, é possível 
depreender que o custo unitário depende diretamente do valor 
do custo fixo e principalmente do volume produzido. Quanto 
maior for a produção, menor será o peso dos custos fixos em 
cada unidade produzida. Por outro lado, é possível observar 
que os custos são fixos dentro de determinado nível de capacidade. 
www.esab.edu.br 23
Entretanto, ressalte-se que ocorrendo, por exemplo, a compra 
de uma nova máquina, esse fato faz com que o valor da 
depreciação, que é um custo fixo, seja aumentado; o mesmo se 
aplica no caso do aluguel de um novo espaço para expansão 
da fábrica. Nesse sentido, os custos fixos podem variar se 
houver qualquer mudança no nível da capacidade instalada. 
Resumindo
De acordo com Martins (2018), os custos são fixos em um 
intervalo de tempo e dentro de determinada capacidade de 
produção.
CUSTOS VARIÁVEIS 
São classificados como custos variáveis aqueles que mantêm 
uma relação direta ao volume de produção. Em outras 
palavras, cada unidade a mais ou a menos produzida repercute 
diretamente no custo de produção. Os principais custos variáveis 
são a matéria-prima e a mão de obra diretamente utilizada no 
processo produtivo. 
Considere os seguintes exemplos: 
Custo total de matéria-prima adquirida no período: 
Quantidade = 5.000 metros 
Valor = $ 80.000 
Consumo por produto = 2 metros
Custo do metro da matéria-prima: = $ 80.000/5.000 m = $ 16/m 
Custo por unidade produzida: = $ 16 × 2 metros = $ 32/un.
Mão de obra utilizada diretamente na produção: Quantidade de 
horas utilizadas na produção = 20.000 horas 
Valor dos salários e encargos dessa mão de obra = $ 360.000 
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Tempo utilizado por cada produto = 4 horas 
Quantidade produzida = 5.000 unidades 
Custo da hora da mão de obra: = $ 360.000/20.000 m = $ 18/h 
Custo por unidade produzida: = $ 18 × 4 horas = $ 72/un. 
Com base nos exemplos apresentados, cada unidade consome 
$ 32 de matéria-prima e $ 72 de mão de obra. Quanto maior for o 
volume de produção desses produtos, maior será o montante de 
recursos gastos com materiais e mão de obra. 
COMPOSIÇÃO DOS CUSTOS DOS PRODUTOS
O custo de cada produto é composto de matéria-prima (MP), 
mão de obra diretamente identificada ao produto (MOD) e 
os demais custos indiretos de fabricação (CIF). Conforme já 
visto nos tópicos anteriores, a apropriação dos custos diretos 
aos produtos, MP e MOD, não é uma tarefa das mais 
complicadas, visto que existe quase sempre uma forma 
objetiva de identificação com o objeto de custo. 
No caso da alocação dos CIF aos produtos, a tarefa torna-se 
bem mais complexa e requer sempre cuidados especiais, uma 
vez que necessita da determinação de um critério de rateio. Em 
razão dessa complexidade, os CIF serão tratados em detalhes 
no capítulo seguinte. 
MATÉRIA-PRIMA (MP) 
MP é a parte do custo do produto que será modificada pela 
ação da mão de obra direta e dos custos indiretos e se 
transformará em produto acabado. Como exemplos de MP na 
fabricação de uma caneta, podemos citar o plástico, a mola, a 
tinta e o prendedor. Todos os gastos com a aquisição e 
transporte dos materiais do fornecedor até a empresa poderão 
ser inseridos no custo com matéria-prima. É o caso dos gastos 
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com seguro ou frete do tipo FOB, isto é, quando a empresa 
compradora se responsabiliza pelo pagamento desses gastos 
relativos à aquisição da MP, estes deverão ser considerados 
também como parte do custo da MP adquirida. 
Por exemplo, quando uma MP é adquirida por $ 10.000, tendo 
ainda um frete de $ 1.000 e um seguro de $ 500, o valor total 
que será contabilizado como custo de MP será de $ 11.500 
($ 10.000 + $ 1.000 + $ 500).
CONTABILIZAÇÃO
A contabilização da MP segue o seguinte fluxo:
Figura 01: Fluxo de Contabilização da Matéria-Prima:
Fonte: Silva e Lins (2017)
CONTROLE DO ESTOQUE DE MATÉRIA-PRIMA
O controle e a avaliação do estoque de matéria-prima, de modo 
geral, se apresentam de duas formas:
 ѵ Inventário Periódico; 
 ѵ Inventário Contínuo ou Permanente
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INVENTÁRIO PERIÓDICO: Compreende o controle e apuração 
do valor do estoque de forma anual. O procedimento de 
apuração do valor financeiro do estoque baseia-se 
exclusivamente na sua valorização em função de contagem 
física, realizada obrigatoriamente ao fim do exercício social de 
cada ano, de forma a determinar o valor do estoque final nesta 
data e, por conseguinte, o valor do custo da mercadoria vendida 
do período através da seguinte fórmula:
CMV = EI + C – EF
Onde: 
CMV = Custo da mercadoria vendida. 
EI = Estoque inicial obtido conforme estoque final do exercício 
anterior. 
C = Compras líquidas. São as compras efetuadas no período, 
sem os impostos e acrescidas dos fretes e seguros, quando 
incidentes. 
EF = Estoque final obtido conforme contagem física efetuada 
no final do período. 
Esse tipo de controle sofre fortes críticas no sentido de que 
não permite um acompanhamento mais rigoroso sobre todas as 
saídas, notadamente daqueles não decorrentes de vendas, 
possibilitando a ocorrência de desvios e roubos. Também não 
permite apurar os resultados intermediários/parciais sempre 
que uma venda é realizada. Sua vantagem é a simplicidade de 
aplicação. 
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INVENTÁRIO CONTÍNUO OU PERMANENTE: No inventário 
permanente, em cada movimentação do estoque de matéria-
prima, seja por entrada ou saída, o saldo do estoque é 
atualizado. A contagem no final do exercício, nesse caso, tem 
por objetivo o controle através da comparação entre o controle 
contábil e o controle físico. O inventário permanente apresenta 
três formas principais de controle contábil para estoques 
com grandes quantidades e diversidades de produtos: –
PEPS – O primeiro que entra é o primeiro que sai; –UEPS – O 
último que entra é o primeiro que sai; – (MARTINS, 2018; 
IUDÍCIBUS, 1993; HORNGREN, 2010).
PEPS – O primeiro que entra é o primeiro 
que sai;
UEPS – O último que entra é o primeiro 
que sai; 
Média Ponderada Móvel – As saídas são estabelecidas com 
base na média dos valores das compras.
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MÃO DE OBRA DIRETA 
Os gastos com mão de obra referem-se aos empregados que 
estão relacionados com o processo produtivo. Os gastosrelacionados aos empregados que atuam em atividades 
administrativas são considerados como despesa. Na 
determinação do custo de mão de obra a ser alocada aos 
produtos são considerados também os encargos trabalhistas e 
demais tributos incidentes sobre a folha de pagamento. Nesse 
sentido, podem-se dividir os cálculos nas seguintes etapas: 
1ª Etapa: Cálculo do mês médio:
Quadro 02: Cálculo de dias de mão-de-obra
Total de dias no ano 365 dias
(–) Total de domingos 52 dias
(–) Total de sábados 52 dias
(–) Feriados em dias úteis 12 dias
(=) Dias úteis trabalhados no ano (a) 249 dias
Total de meses no ano (b) 12 meses
Mês médio (a/b) 20,75 dias
Fonte: Silva e Lins (2017)
2ª Etapa: Cálculo das horas efetivamente trabalhadas:
Quantidade de horas diárias 8,8 horas (44 h por semana/5 dias)
Média de horas trabalhadas por mês 20,75 dias × 8,8 h = 182,60 h
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3ª Etapa: Cálculo dos encargos sociais da empresa:
Figura 02: Cálculo dos encargos sociais
Fonte: Silva e Lins (2017)
4ª Etapa: Cálculo do custo total de cada funcionário. 
Supondo salários individuais de $ 500,00: 
Salário-base: $ 500,00 
Encargos (77,8% do salário): $ 389,00 
Total do custo de MOD por funcionário $ 889,00 
5ª Etapa: Determinação do tempo real de trabalho 
Considere agora, por hipótese, que o tempo efetivamente 
utilizado na produção seja de 80% do tempo total (os outros 
são gastos em “cafezinho”, “telefones” etc.). Assim, é possível 
determinar o que foi alocado ao processo produtivo e o que foi 
desperdício, ficando a critério da empresa a apropriação ou 
não ao custo do desperdício. 
6ª Etapa: Cálculo do custo do Homem/hora 
Total de horas efetivamente trabalhadas no mês 146,08 h 
(182,60 × 80%) 
Total de salários: $ 889,00
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Custo do Homem/hora $ 889,00/146,08 = $ 6,08/por hora 
De posse dessa informação, é possível calcularmos facilmente 
o custo de mão de obra direta alocada aos produtos, bastando 
para isso que seja feito um controle do tempo gasto em cada 
produto pelos empregados. Teríamos, por exemplo, o seguinte:
Figura 03: Cálculo do curso homem/hora
 
Fonte: Silva e Lins (2017)
Supondo que a empresa disponha de dez empregados e que 
cada funcionário trabalhou efetivamente 6 horas diárias para a 
produção, teríamos: 
1. Total de horas trabalhadas no mês por funcionário 6 h × 21 
dias = 126 h; 
2. Total de custos no mês por funcionário $ 766,08 (126 h × $ 
6,08); 
3. Total do custo lançado para produção $ 7.660,80 ($ 766,08 
× 10 emp.); 
4. Total despendido pela empresa $ 8.890,00 ($ 889,00 × 10 
emp.); 
5. Custo da ociosidade (c – d) ($ 1.229,20).
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CONTABILIZAÇÃO DA MÃO DE OBRA 
Em um sistema de contabilidade de custos bem elaborado, os 
valores lançados no custo de produção incluem apenas os 
valores efetivamente utilizados no processo produtivo, não 
incluídas, portanto, as possíveis ociosidades que porventura 
ocorram. Já na contabilidade financeira são contabilizados os 
valores efetivamente provisionados e que serão pagos 
posteriormente.
Para resolver esse possível problema, a contabilização poderia 
ser efetuada da seguinte maneira, conforme o exemplo abaixo: 
Valor total da folha de pagamento (salários e encargos) = $ 10.000 
Custos: pessoal da produção = $ 6.000 
Despesa: pessoal da administração = $ 2.000 
Ociosidade na produção = $ 2.000 
Contabilização: 
D: Produção em processo $ 6.000 
D: Despesa com pessoal administrativo $ 2.000 
D: Custo de Produção – Ociosidade $ 2.000 
C: Salários a Pagar $ 10.000 
Esse tipo de contabilização apresenta a vantagem de evidenciar 
os gastos com a parte administrativa, bem como a ociosidade 
no processo produtivo paga pela empresa. Finalmente, as 
fases do processo produtivo acarretam a necessidade de serem 
identificados o custo do período, o custo dos produtos em 
processo e o custo dos produtos vendidos (CPV). 
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Nesse sentido, para chegarmos ao CPV, primeiro apura-se o 
custo da produção do período (CPP) que corresponde ao 
somatório de todos os componentes alocados no custo de 
produção, em seguida o custo da produção acabada (CPA) 
para, por fim, chegarmos ao CPV. A Figura 02 apresenta o 
processo esquematicamente.
Figura 04: Processo do Custo dos Produtos Vendidos
Fonte: Silva e Lins (2017)
RESUMINDO...
Sistemas de contabilidade de custos são estruturados de 
forma a medir e atribuir custos para os objetos de custo. Entre 
as finalidades mais relevantes da gestão de custos, temos a 
avaliação dos estoques, o auxílio na determinação dos preços 
e, principalmente, o controle e a avaliação de desempenho de 
produtos/serviços ou unidades de negócios. Tais finalidades 
são utilizadas pela empresa na otimização das decisões relativas 
ao gerenciamento dos custos. Nas unidades 3 e 4 foram 
apresentados os principais conceitos relacionados à gestão de 
custos, as classificações e a composição dos custos do produto.
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Normalmente identificados com a estrutura de produção, os 
custos indiretos são aqueles cuja apropriação ao produto ou 
serviço se dá normalmente através de estimativas ou com o 
uso de rateios. Esses rateios compreendem o uso de diferentes 
critérios, tais como horas de mão de obra, consumo de 
materiais etc. Sua composição é formada, de modo geral, 
pelo gasto com depreciação das máquinas, gastos com 
manutenção, horas de supervisão de produção, gasto com 
aluguel de equipamentos, entre outros custos (MARTINS, 
2018).
Quase sempre são classificados como custos fixos, dado que 
não variam com o volume de produção. Ressalvas são os 
gastos com energia elétrica, materiais diversos de produção, 
alguns gastos com embalagem que embora variem com o 
volume de produção não se identificam diretamente com o 
produto ou serviço de modo a permitir uma apropriação direta. 
O fato é que dos três componentes do custo de um produto ou 
serviço, matéria-prima – MP, mão de obra direta – MOD e o 
custo indireto de fabricação – CIF, sem dúvida, este último é 
que vem merecendo ao longo dos anos as maiores atenções do 
mundo acadêmico e empresarial. Esse fato é decorrente 
principalmente do aumento significativo dos custos indiretos, em 
razão dos gastos crescentes com capacidade instalada e de 
uma maior sofisticação do processo produtivo, e ainda pelas 
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dificuldades técnicas de apropriação desses custos aos 
produtos, tendo em vista a necessidade do uso de rateios 
(IUDÍCIBUS, 1993).
Por exemplo, nas indústrias com uso intensivo de tecnologia, 
como as montadoras de veículos e manufatura de 
computadores, os CIF chegam a representar mais da metade 
dos custos totais. Nesse sentido, os CIF ganham um status 
muito importante tanto no processo de apuração quanto no 
processo de distribuição e gestão dos custos. 
Os CIF têm características próprias, diferentes das dos demais 
custos de matéria-prima e mão de obra direta. 
As principais são: 
1. Devido ao fato de estarem identificados principalmente 
com a estrutura de produção (máquinas e capacidade 
instalada, por exemplo), os custos são em grande parte 
fixos, enquanto a matéria-prima e a mão de obra são 
custos variáveis; 
2. A apropriação dos custos indiretos aos produtos é feita 
por estimativas através de bases de rateio, pois não há 
uma relação direta de consumo, facilmente mensurável, 
como se observa no caso da matéria prima ou mão de obra. 
Com relação à composição dos CIF, é possível classificá-los 
nos seguintes subgrupos: 
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De acordo com Martins (2018), o controle dos custos indiretos 
de fabricação consiste em observar se o valor efetivamente 
incorrido foi considerado na composição dos custos indiretos e 
se estes foram devidamente rateados para os produtos. Nesse 
aspecto, é importante ressaltar que o critério de rateio utilizado ou 
eventual mudança nesse critério pode vir a causar importantes 
variações no cálculo dos custos.
RATEIO DOS CIF NO CUSTEIO DE PRODUTOS E SERVIÇOS 
O rateio dos CIF aos produtos e serviçospode ser feito 
diretamente aos produtos usando-se para isso base de rateio. 
Essa forma de distribuição dos CIF segue as seguintes etapas: 
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Desta forma:
• A Departamentalização é importante em custos para uma 
racional distribuição dos Custos Indiretos.
• Cada departamento pode ser dividido em mais de um 
Centro de Custos.
• Dividem-se os Departamentos em Produção e Serviços.
• Para a alocação dos Custos Indiretos aos produtos, é 
necessário que todos estes custos estejam, na penúltima 
fase, nos Departamentos de Produção.
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A Figura 05 relata essas etapas:
Figura 05: Etapas de rateio dos CIF.
Fonte: Silva e Lins (2017)
Assim, todos os Custos Indiretos só podem ser alocados, por 
sua própria definição, de forma indireta aos produtos, isto é, 
mediante estimativas, critérios de rateio, previsão de 
comportamento de custos etc. Todas essas formas de 
distribuição contêm, em menor ou maior grau, certo 
subjetivismo; portanto, a arbitrariedade sempre vai existir 
nessas alocações, sendo que às vezes ela existirá em nível 
bastante aceitável, e em outras oportunidades só a aceitamos 
por não haver alternativas melhores. Há recursos matemáticos e 
estatísticos que podem ajudar a resolver esses problemas, mas 
nem sempre é possível sua utilização (MARTINS, 2018; 
IUDÍCIBUS, 1993).
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Caro Acadêmico!
Chegamos ao final da nossa 1ª seção, foram muitas as 
informações onde aprendemos que a gestão de Custos 
nasceu da Contabilidade Financeira, quando da necessidade de 
avaliar estoques na indústria de manufatura, tarefa essa que 
era fácil na empresa típica da era do mercantilismo. Seus 
princípios derivam dessa finalidade primeira e, por isso, nem 
sempre conseguem atender completamente a suas outras duas 
mais recentes e provavelmente mais importantes tarefas: 
 ѵ Planejamento;
 ѵ Controle;
 ѵ Tomada de decisão. 
Esses novos campos deram nova vida a essa área que, por 
sua vez, apesar de já ter criado técnicas e métodos específicos 
para tal missão, não conseguiu ainda explorar todo o seu 
potencial. A Contabilidade de Custos passou, nessas últimas 
décadas, de mera auxiliar na avaliação de estoques e lucros 
globais para importante arma de planejamento, controle e 
decisão gerenciais. Além do setor industrial de manufatura, a 
Contabilidade de Custos aplica-se, também, ao setor de 
prestação de serviços: instituições financeiras, hospitais, 
instituições de ensino, consultorias, auditorias etc. Interessante 
não é? Agora que conhecemos a história e conceitos 
básicos, vou convidá-lo a conhecer os Custos Logísticos, 
começando pelos conceitos e também como funciona.
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Está preparado para aprender mais? Serão muitas informações 
que irão ajudá-lo a compreender sobre Custos Logísticos.
Excelente Estudo!
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SEÇÃO 02: CUSTOS LOGÍSTICOS
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As operações logísticas possuem diversos custos que envolvem 
desde a matéria-prima até a chegada do produto nas mãos do 
consumidor. Segundo Faria e Costa (2010), alguns desses 
custos são de movimentação, armazenagem, transportes, 
embalagens, manutenção de inventários, tecnologia da 
informação e tributários. Esses custos são associados ao 
negócio e ao produto da empresa e, por isso, diferem de 
empresa para empresa. Portanto, há necessidade de 
conhecer profundamente o negócio para que não existam 
custos desnecessários.
CUSTOS DE ARMAZENAGEM
A armazenagem tem a função de 
acondicionar os produtos até a sua 
expedição ao consumidor. Para isso, os 
materiais precisam ser organizados desde a 
entrada até a estocagem e a expedição. 
Essas atividades têm custos que as empresas 
visam reduzir, principalmente referentes aos estoques, há um 
grande esforço por parte das empresas para minimizar o uso dos 
locais de armazenagem, com o objetivo de sincronizar a produção 
com a demanda do consumidor, visando a evitar o acúmulo dos 
estoques ao longo da cadeia para que obtenham menores custos, 
carregamentos e descarregamentos mais frequentes e giros 
mais rápidos de estoques (FARIA; COSTA, 2010)
www.esab.edu.br 42
Assim, se a produção for sincronizada com os pedidos do 
cliente, a tendência é que os produtos fiquem no estoque por 
menor tempo ou que nem sejam estocados. Essa é a 
chamada produção puxada, em que o cliente puxa a 
produção por meio do pedido, determinando o que deve ser 
produzido; assim, a empresa entrega o pedido sob essa 
demanda, evitando custos com estoques. Existe ainda o custo 
do armazém que, seja próprio ou alugado, exige investimento.
Faria e Costa (2010) listam as decisões relativas aos custos 
que envolvem movimentação dentro do armazém: 
	Áreas, condições, equipamentos e métodos operativos: 
armazéns maiores envolvem mais tempo para o 
deslocamento interno e, consequentemente, maiores 
desgastes dos equipamentos de movimentação, como a 
empilhadeira. Por isso, os métodos, ou seja, os modos 
como as tarefas devem ser realizadas precisam ser 
claros e eficientes. 
	Inspeção e devolução de materiais: a inspeção de 
materiais na recepção visa a identificar os produtos 
que estão em bom estado de conservação. Por outro 
lado, se houver falha na recepção e entrarem produtos 
em não conformidade, ou se houver danificação dentro 
do armazém, há custo a ser absorvido.
	Rotas de movimentação e manuseio: nos centros de 
distribuição, as rotas dos produtos devem buscar o 
menor manuseio possível, para evitar esse custo. 
	Tempo de ciclo: quanto menor o tempo de ciclo de 
um produto, maior será a sua rotatividade no armazém. 
Isso é positivo, pois significa que o produto fica pouco 
tempo estocado e é vendido rapidamente.
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	Ativos envolvidos: ativos são os bens do armazém, 
como produtos, estantes, máquinas e equipamentos, 
que envolvem custo para a operação acontecer. 
Essas decisões são relevantes para que a empresa formule 
estratégias de trabalho no armazém. Elas devem ser 
revisadas com frequência, para que se verifique a possibilidade 
de mudanças para a redução de custos. 
CUSTOS COM TRANSPORTE
Os custos com transporte, em todos os modais, envolvem 
basicamente a manutenção dos veículos, o combustível e a 
mão de obra. Faria e Costa (2010, p. 86) afirmam que: “O 
transporte no plano nacional ou internacional é considerado 
como um dos subprocessos mais relevantes da logística”. O 
transporte é o elo entre os canais da cadeia de suprimentos. 
Canais são todos os locais por onde um produto passa, por 
exemplo: fábrica, centro de distribuição, atacados e varejos. 
Muitas vezes utiliza-se mais de um modal de transporte na 
cadeia de suprimentos de um produto.
Algumas peças automobilísticas podem vir da 
Alemanha de navio, e outras, de avião da 
Argentina. Elas são então distribuídas para as 
fábricas do Brasil por meio do transporte 
rodoviário. Observam-se três modais diferentes 
de transporte na cadeia de suprimentos 
automobilística desse exemplo – hidroviário, 
aeroviário e rodoviário.
Os custos de transporte variam conforme os tipos de veículos, 
a distância, o volume e peso de carga, a facilidade de 
acondicionamento e manuseio e o risco envolvido (BOWERSOX; 
CLOSS, 2001). 
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As distâncias podem limitar as possibilidades de modais. Por 
exemplo, cargas da Europa para o Brasil têm somente duas 
opções de modais: aéreo ou hidroviário. Se o volume e peso 
da carga forem altos, a única opção é o transporte hidroviário, 
por comportar grandes volumes e pesos no navio. 
Algumas mercadorias exigem manuseio e condições especiais 
de transporte, como produtos inflamáveis, e quanto mais 
específicas as características de carga e cuidados, maior 
será o custo envolvido na operação logística. O mesmo 
acontece com o risco. Se a mercadoria tem características que 
aumentam o risco de ser furtada, como alto valor, ou 
características que a tornam perigosa, o custo do transporte 
será maior, por exigir colaboradores treinados e planejamento 
para minimizar tais riscos.Os custos logísticos relacionados com transporte englobam 
suprimentos, transferência e distribuição. Os custos de 
suprimentos se referem ao abastecimento da produção. A 
matéria-prima e os componentes transportados para a 
produção são exemplos de suprimentos. O custo de 
transferência no transporte está associado ao deslocamento 
entre as filiais da empresa, como o envio de produtos de uma 
loja para outra. Já a distribuição se refere ao transporte de 
produtos acabados para os pontos de venda. A distribuição 
pode ocorrer de diferentes formas: o produto pronto pode sair 
da fábrica para centros de distribuição, atacados ou diretamente 
para os varejos (NAKAGAWA, 1994).
Os fatores externos também influenciam os 
custos de transporte, principalmente no mercado 
internacional. Questões climáticas, como neve, 
e locais de difícil acesso acrescem custo ao 
serviço de transporte.
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O termo trade-off vem do inglês e pode ser traduzido como 
perda-ganho ou custo-benefício. Assim, trade-off quer dizer 
que a tomada de decisão implica em custos, por um lado, e 
benefícios, por outro lado. É preciso ter bom senso e adotar 
critérios de prioridades nas decisões. Em relação à logística, 
existem inúmeras decisões que envolvem trade-offs. 
Nesse contexto, para Corrêa (2010), trade-off significa 
balanceamento de prioridades. As decisões sobre embalagem, 
por exemplo, envolvem custos e benefícios. Optar por uma 
embalagem mais resistente significa, em geral, ter maior custo. 
Já uma embalagem mais frágil tem menor preço. Ambos os 
casos apresentam vantagens e desvantagens, e a decisão 
estará ancorada na prioridade. Se for um produto que precisa 
de embalagem resistente, a empresa estará ciente de que 
haverá maior custo. Mas, se o produto não exigir uma 
embalagem resistente, a empresa terá menor custo com 
embalagem. 
O maior exemplo de trade-off de estoques está relacionado a 
manter ou não estoques no armazém. O fato de manter estoques 
tem a vantagem de não faltar produto para o cliente, mas a 
desvantagem é ser um custo, pelo risco de não vender os 
produtos e ser um dinheiro imobilizado. Assim, se a empresa 
optar por não manter estoques ou por trabalhar com estoque 
mínimo, existe a vantagem de ter baixo custo com estoque e a 
desvantagem do risco de faltar produtos aos clientes. 
www.esab.edu.br 46
A maioria das empresas opta pelo just in time, que significa 
em tempo ou no tempo certo. Nessa filosofia, os estoques são 
mínimos e voltados à demanda do cliente, que compra a 
quantidade exata que precisa para não gerar estoques. Porém, 
se houver qualquer falha na cadeia de suprimentos, como tempo 
maior de transporte, o cliente final pode ficar sem o produto. 
Um trade-off ligado à tecnologia da informação na logística 
significa que, quanto mais moderna for a tecnologia, maior 
será o preço.
A tecnologia, seja software ou hardware, agiliza processos e 
faz a entrega do pedido ser mais assertiva; porém, há custos 
na compra da tecnologia e no treinamento para utilizá-la. Por 
outro lado, se a empresa opta por ter menos tecnologia, sua 
agilidade não será a mesma, e isso impacta a entrega do 
pedido para o cliente. Quanto aos tributos, um exemplo simples é 
que, quanto mais se vende, maior será a carga tributária. 
Manter uma empresa de forma legalizada implica em diversos 
tributos a cada venda e movimentação (NAKAGAWA, 1994).
Ainda, determinadas operações logísticas têm tributos 
diferenciados, como cargas importadas. O tributo pode ser o 
preço a pagar por uma matéria-prima de maior qualidade, por 
exemplo. No transporte são diversos os trade-offs, e isso torna a 
escolha dos modais mais complexa. Muitas vezes, torna-se 
necessário utilizar mais de um meio de transporte para que os 
custos totais sejam menores do que utilizando somente um 
modal. Por isso, os custos de cada operação devem ser 
cuidadosamente identificados.
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Figura 06: Trade-offs em transportes
Fonte: Faria e Costa (2010)
O transporte rodoviário possui vantagens de flexibilidade, 
pois transita nas rodovias e não precisa de estruturas como 
portos e aeroportos para funcionar. Também entrega a 
mercadoria na porta do cliente. Porém, serve para distâncias 
médias e tem preço e capacidades de embarques médios. O 
transporte rodoviário é o mais utilizado no Brasil, apesar de 
as estradas brasileiras estarem em situação precária. 
O transporte ferroviário apresenta baixo custo, porém nem 
todo local tem ferrovias, e a velocidade nesse modal é menor 
que no transporte rodoviário. Na Europa, o transporte ferroviário 
tem larga utilização para cargas e passageiros e passa por 
diversos países. Porém, no Brasil, há baixo investimento no 
setor, pois o custo para manutenção da infraestrutura 
ferroviária é elevado. 
O transporte aéreo apresenta a vantagem de ser o mais 
rápido, mas é o modal mais caro e com menor capacidade de 
embarque para volume e peso de mercadorias. 
É comum as empresas analisarem o trade-off do modal aéreo e 
optarem por utilizá-lo somente para cargas com prazos urgentes. 
Nesse caso, pagar mais, compensa para atender o cliente e 
manter a imagem da empresa como comprometida com o nível 
de serviço. O transporte dutoviário tem pouca utilização no Brasil, 
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devido aos altos custos de instalação e manutenção, além de 
exigir mão de obra especializada. A vantagem desse transporte 
por meio de dutos é que comporta grandes volumes, 
principalmente de líquidos, como o petróleo. 
Por fim, o transporte hidroviário, também conhecido como 
aquaviário, tem grande capacidade de carga em peso e 
volume e faz longas distâncias com fretes de baixo custo. 
Porém, há maior demora com esse modal. Por isso, a 
empresa que opta pelo modal hidroviário deve entender os 
seus trade-offs e planejar antecipadamente as viagens. A 
Figura 04 apresenta um comparativo de utilização de modais 
entre países com extensões territoriais semelhantes, incluindo o 
Brasil (POZO, 2010; RIBEIRO, 2005).
Figura 07: Comparação de utilização de modais entre 
países com extensões territoriais semelhantes
Fonte: Tavares (2012)
Como vimos, a escolha do modal envolve trade-offs. Baseando-se 
nesses trade-offs, os países optam por investir e incentivar o 
uso de determinados meios de transporte. Isso depende muito 
das condições financeiras do país. Por exemplo, na Rússia e 
no Canadá, o transporte ferroviário tem maior participação, se 
comparado aos demais modais. Comparando países de grande 
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extensão, observa-se que o Brasil é o país com maior utilização 
do modal rodoviário. Percebe-se que no país há território para o 
modal ferroviário e também longa costa para investir em 
portos. Esses, no entanto, exigiriam altos investimentos e muito 
planejamento, além de envolver decisões políticas.
Todas as operações logísticas envolvem 
complexos trade-offs com custos e benefícios. 
Assim, as empresas precisam ter consciência 
desses trade-offs para fazer a gestão com as 
melhores decisões, conforme o cenário e suas 
prioridades.
DECISÕES EM REDES LOGÍSTICAS BASEADAS EM TRADE-
OFFS
As decisões logísticas são complexas e precisam ser baseadasb 
em trade-offs para haver maior assertividade. As empresas 
trabalham dentro de uma rede logística, onde estão interligadas; 
isso significa que as decisões de uma empresa influenciam as 
demais empresas na cadeia de suprimentos. Por isso, a 
comunicação é essencial para prevenir falhas e alinhar as 
informações. 
Os principais trade-offs de decisões logísticas estão relacionados 
com estoques, transporte e localização. É preciso tomar 
decisões para estabelecer estratégias interligadas nesses três 
itens, com o objetivo de servir o cliente de forma excelente. As 
estratégias de serviço ao cliente podem ser vistas na próxima 
unidade (NAKAGAWA, 1994; MARTINS, 2018).
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As decisões de trade-offs de estoque se relacionam com a 
política de manter ou não estoques, com a disposição dosestoques, ou seja, a sua organização, e com os métodos para 
controlar os estoques. Já as decisões de trade-offs de transporte 
estão associadas com modais, rotas e tamanhos dos 
embarques. As decisões de trade-offs de localização englobam 
a área do armazém, se será público ou privado, os pontos de 
estoque e a demanda relacionada aos estoques (MARTINS, 
2018).
É preciso levar em conta que as decisões logísticas de estoque, 
transporte e localização estão relacionadas com as decisões 
estratégicas da empresa de um modo geral. 
As decisões empresariais ocorrem em três níveis de 
planejamento: estratégico, tático e operacional. 
Planejamento Estratégico - são tomadas as decisões que 
afetam toda a empresa em longo prazo. São tomadas pelos 
responsáveis pela empresa, como os diretores, e devem 
considerar fatores internos da organização e fatores externos 
do mercado. Os fatores internos correspondem ao que a 
empresa tem de melhor e, também, aos pontos negativos que 
ela tem a melhorar. 
Com a análise dos fatores internos, identifica-se o potencial da 
empresa para servir o cliente, bem como os pontos que exigem 
melhoria. Já os fatores externos correspondem, por exemplo, a 
questões de mercado, legislação, cotação da moeda estrangeira 
e concorrência. Ou seja, é tudo o que acontece fora da 
empresa e que pode afetá-la de forma positiva ou negativa. A 
análise externa serve para a empresa aproveitar as 
oportunidades e estabelecer formas de enfrentar possíveis 
ameaças. A análise de cenário contemplando fatores externos e 
internos aponta os trade-offs para que sejam tomadas decisões. 
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Planejamento Tático - diz respeito às decisões que decorrem 
da direção; ou seja, são os desdobramentos do planejamento 
estratégico em partes aplicadas aos setores. Geralmente, os 
gerentes, supervisores e coordenadores de setores atuam no 
planejamento tático e são responsáveis por estipular metas e 
incentivar as equipes. 
Planejamento Operacional - envolve as decisões do 
cotidiano em curto prazo. Essas decisões são tomadas pelos 
colaboradores, que exercem a atividade-fim da empresa, e 
são de grande importância, pois estão diretamente relacionadas 
com o produto e/ou serviço da empresa. O Quadro 02 traz 
exemplos de decisões relacionadas aos planejamentos 
estratégico, tático e operacional.
Quadro 03: Exemplos de decisão estratégica, tática e 
operacional.
NÍVEL DA DECISÃO
Área da decisão Estratégica Tática Operacional
Localização das 
instalações
Quantidade, área e 
localização de 
armazéns, plantas e 
terminais
Estoques
Localização de 
estoques e normas de 
controle
Níveis dos estoques 
de segurança
Quantidades e 
momentos de 
reposição
Transporte Seleção de moda
Leasing de 
equipamento 
periódico
Roteamento, 
despacho
Processamento 
de pedidos
Projeto do sistema de 
entrada, transmissão 
de pedidos e 
processamento
Processamento de 
pedidos, atendimento 
de pedidos pendentes
Serviço ao cliente Padrões de 
procedimentos
Regras de 
priorização dos 
pedidos de clientes
Preparação das 
remessas
Armazenagem
Seleção do material 
de deslocamento, 
layout da instalação
Escolha de espaços 
sazonais e utilização 
de espaços privados
Separação de pedidos 
e reposição de 
estoque
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Compra
Desenvolvimento de 
relações fornecedor-
comprador
Contratação, seleção 
de fornecedores, 
compras antecipadas
Contratação, seleção 
de fornecedores, 
compras antecipadas
Fonte: BALLOU (2006)
Acesse o link ou código a seguir e aprofunde 
seus conhecimentos sobre trade-offs e custos 
logísticos: http://www.anpad.org.br/admin/
pdf/2013_EnANPAD_GOL365.pdf
http://www.anpad.org.br/admin/pdf/2013_EnANPAD_GOL365.pdf
http://www.anpad.org.br/admin/pdf/2013_EnANPAD_GOL365.pdf
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Os processos logísticos geram diferentes custos que dependem 
da operação a ser realizada pela empresa. Assim, os gestores 
precisam ficar atentos para identificar os custos que cada 
operação envolve, visando a controlá-los e/ou evitá-los sempre 
que possível. Afinal, a receita, ou seja, a entrada de dinheiro 
deve sempre ser maior do que a saída, e o controle e a 
previsão dos custos tornam-se imprescindíveis. 
Nesta unidade, você vai conhecer os principais custos 
envolvidos na cadeia de suprimentos, um conhecimento 
fundamental para identificar os pontos em que os custos 
logísticos geralmente são gerados ao longo da cadeia. Você 
também vai estudar as atividades básicas da logística e os 
custos envolvidos em cada uma delas. Além disso, manter 
um nível de serviço elevado para satisfazer plenamente o 
cliente gera custos como consequência. Dessa forma, neste 
capítulo, você vai estudar os custos relacionados a serviços, 
percebendo que a empresa deve sempre ter em mente a 
satisfação do cliente e os custos necessários para que ela seja 
mantida ou superada (BORNIA, 2010).
CUSTOS LOGÍSTICOS NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
Antes de entrar na questão dos custos na cadeia de 
suprimentos, precisamos conceituar essa cadeia e seu 
gerenciamento. A cadeia de suprimentos é o conjunto de 
processos requeridos para obter materiais, agregar-lhes valor 
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de acordo com a concepção dos clientes e consumidores e 
disponibilizar os produtos para o lugar (onde) e para a data 
(quando) que os clientes e consumidores os desejarem.
A definição de SCM (do inglês sup-ply chain management, ou 
gerenciamento da cadeia de suprimentos) elaborada pelo fórum 
de SCM de Ohio: 
Esse conceito tem foco no cliente, que desencadeia as 
atividades e os processos na cadeia de suprimentos. É o 
cliente quem determina quais produtos serão produzidos e 
quais serviços deseja que sejam realizados.
A cadeia de suprimentos tem como pressuposto 
a integração entre os seus diversos membros, 
como o fabricante, o centro de distribuição e os 
varejos, por exemplo. Assim, os custos, em 
muitos casos, são diluídos ao longo dessa 
cadeia de suprimentos.
A cadeia de suprimentos é constituída por diversos membros 
que interagem entre si, com um fluxo de produtos e 
informações. São membros da cadeia de suprimentos: 
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Na indústria existem três momentos principais. O primeiro 
momento se refere à entrada da matéria-prima (input), quando 
os custos são de recepção desse material; em alguns casos, 
ocorre a estocagem. No momento seguinte, ocorre a 
transformação da matéria-prima em produto. Isso pode 
acontecer em diversas etapas da linha de produção e pode 
demorar dias, dependendo do produto. Os custos de 
manutenção das máquinas e seu desgaste e o tempo que 
ficam ociosas devem ser estimados. Por fim, após a 
transformação, existe o produto, que é o resultado ou a saída 
(output) da produção. Nesse terceiro momento, o produto é 
embalado e fica pronto para seguir a cadeia de suprimentos.
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Distribuição física: depois do produto pronto, a distribuição 
pode ocorrer de diversas formas, por meio de centros de 
distribuição, atacados, direto ao varejo, entre outras. Os custos 
dos centros de distribuição se dividem, principalmente, em 
três: recebimento do produto, armazenagem e expedição. No 
recebimento o produto é conferido e só deve entrar no 
armazém se estiver de acordo com a descrição da nota fiscal. 
A armazenagem compreende a movimentação dos produtos e 
seu acondicionamento no armazém, bem como os inventários. 
Por último, ocorre a expedição, quando os produtos são 
separados para sair, conforme o pedido e a nota fiscal de saída 
emitida. Vale lembrar que o abastecimento da indústria com 
matéria-prima é denominado inbound logistics, ou logística de 
suprimentos. Já a distribuição dos produtos acabados chama-se 
outbound logistics, ou somente distribuição. O outbound pode 
se dar da fábrica direto ao cliente, no caso de compras pela 
internet, por exemplo.
Varejo: são os pontos de venda, onde o cliente faz a compra. 
Existem custos inerentes à venda, como comissões de 
vendedores, conservação dos produtos e marketing.
Transporte: interliga todos os membrosda cadeia de 
suprimentos. Os modais de transporte são: rodoviário, 
ferroviário, hidroviário, aéreo e dutoviário. Os custos inerentes 
ao transporte são o frete e o seguro da carga. No Brasil, o modal 
rodoviário é o mais utilizado em comparação aos outros modais. 
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Para reduzir custos, é possível que se utilize mais de um modal 
de transporte na cadeia de suprimentos.
O consumo é o objetivo de toda cadeia de suprimentos, e o 
custo com marketing deve existir para promover o produto e, 
consequentemente, gerar consumo. Dessa forma, a logística se 
conecta ao marketing, que é o responsável pelo posicionamento 
do produto no mercado (BORNIA, 2010).
Figura 08: Elementos da cadeia de suprimentos.
Fonte: Novaes (2001)
A cadeia de suprimentos precisa estar interligada. Por exemplo, 
o lançamento de um produto pode ser promovido no varejo, 
mas será a logística que fará a distribuição, e o produto 
precisará estar nas prateleiras conforme prometido nas 
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publicidades. Assim, a comunicação e a cooperação são 
indispensáveis para as empresas que constituem a cadeia de 
suprimentos. Essa não é uma tarefa fácil, e quanto mais 
membros a cadeia de suprimentos tiver, maior será a 
complexidade envolvida para a atuação conjunta em direção ao 
mesmo foco: a satisfação do cliente.
Existem vários tipos de cadeia de suprimentos, com poucos ou 
muitos membros. O tamanho da cadeia de suprimentos depende 
do negócio, e muitas vezes existe a necessidade de vários 
intermediários entre o fornecedor e o consumidor final. Mas o 
fato é que, em toda cadeia de suprimentos, os custos precisam 
ser averiguados e, quando possível, diluídos, para não afetar o 
consumidor final. A ideia de parceria deve imperar na cadeia de 
suprimentos.
Relações de conflito e ações como empurrar os custos para os 
demais membros da cadeia não são boas práticas de mercado. 
Daí a importância de contratos com cláusulas bem claras para 
definir as responsabilidades dos integrantes de um negócio. A 
gestão da cadeia de suprimentos envolve saber lidar com 
pessoas e negociar de forma que todos os envolvidos se 
beneficiem principalmente o cliente. Dessa forma, a parceria 
impera e as informações e os produtos fluem ao longo da 
cadeia de suprimentos com eficiência e eficácia. 
E se por acaso algum imprevisto acontecer, haverá parceria o 
suficiente na busca por soluções, e não culpados. O foco das 
empresas de sucesso e seus parceiros está na solução e em 
evitar que o problema se repita. É a cultura do aprendizado 
agindo para impedir que os erros e os custos se repitam 
(NAKAGAWA, 1994; MARTINS, 2018).
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Diversas são as atividades logísticas realizadas ao longo da 
cadeia de suprimentos. Essas atividades são divididas em duas 
categorias: atividades-chave (primárias) ou atividades de apoio/
suporte (secundárias). Tais atividades devem ser executadas com 
foco na estratégia de negócios da empresa, isto é, seu nível de 
serviço, que corresponde à exigência de qualidade da empresa 
no fluxo de bens e serviços, conforme mostra a Figura 07.
Figura 09: Atividades logísticas primárias e de apoio, tendo o 
nível de serviço como foco.
Fonte: Ballou (1993).
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As três atividades primárias da logística estão diretamente 
relacionadas com o nível de serviço, e as atividades 
secundárias fornecem suporte para as atividades primárias. As 
atividades-chave ou primárias têm maior importância em 
relação ao custo e ao nível de serviço. As atividades primárias, 
segundo o autor, são:
Transporte: refere-se ao modal de transporte. No caso de 
caminhões, a mesma empresa pode ter veículos próprios, 
terceirizados ou trabalhar com ambos. A terceirização 
geralmente é adotada como opção para minimizar custos com 
transporte, mas é preciso escolher bem antes de terceirizar, 
para aliar custo com qualidade dos serviços prestados. 
Também é preciso considerar os custos com modais. Por 
exemplo, o modal aéreo tem maior custo e maior velocidade; 
por isso, é aconselhável para entregas urgentes. Já quando há 
mais tempo disponível para entrega e trata-se de longos 
percursos, o modal hidroviário possui alta capacidade e valores 
acessíveis.
Gestão de estoques: a política de gestão de estoques deve 
ser bem definida na empresa. Nesse sentido, existem duas 
opções. A primeira opção é manter estoques elevados e garantir 
a disponibilidade dos produtos ao cliente. A segunda alternativa 
é o contrário, ou seja, ter o mínimo possível de produtos em 
estoque e correr o risco de faltar produtos ao cliente. Muitas 
empresas adotam essa última opção e assumem os riscos da 
falta de produtos. Quando se opta por estoques reduzidos, a 
empresa deve ser muito organizada, de forma a minimizar os 
riscos da falta e/ou providenciar rápida reposição de produtos, 
quando necessário.
Processamento de pedidos: é a entrega dos bens e produtos 
ao cliente. Pequenos clientes ou pedidos devem ser atendidos 
com a mesma qualidade fornecida aos clientes grandes, pois 
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todos merecem respeito. Além disso, os pequenos pedidos 
podem crescer com o passar do tempo e trazer maior lucro para a 
empresa. Também é importante salientar que alguns clientes 
fazem pequenos pedidos como forma de testar o atendimento; 
se a expectativa for atendida, os pedidos aumentam e se tornam 
significativos no faturamento.
Armazenagem: é o processo de cuidado do produto dentro do 
armazém, por meio da recepção, armazenagem e expedição. 
Devem existir procedimentos para que o produto seja 
protegido de forma que conserve a sua integridade física. 
Alguns produtos merecem cuidados especiais, como locais 
específicos de armazenagem. É o caso de alimentos que 
precisam de refrigeração para manter a qualidade.
Manuseio de materiais: o cuidado com o produto deve existir 
também durante o seu manuseio. Por isso, existem 
equipamentos adequados para auxiliar na movimentação dos 
materiais, como empilhadeiras, esteiras e paleteiras. A 
segurança dos trabalhadores responsáveis pelo manuseio dos 
materiais também deve ser observada.
Embalagem de proteção: tem a função de proteger o produto 
no estoque, no centro de distribuição e no transporte. Assim, o 
produto chegará intacto nas mãos do consumidor. É importante 
que a embalagem não seja danificada nos processos logísticos, 
pois isso pode afetar o produto e comprometer a imagem da 
empresa perante o cliente. No comércio exterior, as empresas 
devem observar a legislação pertinente nos países em que a 
carga vai entrar, pois estes podem estabelecer restrições 
quanto ao tipo de embalagem utilizada nos produtos.
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Quando utilizarem madeira na embalagem, as 
mercadorias brasileiras que são exportadas 
para a Argentina devem ser de madeira 
tratada. Esse tratamento na madeira chama-se 
fumigação e mata as bactérias existentes. 
Assim, as mercadorias com embalagem de 
madeira, como paletes e caixas, entram na 
Argentina somente se tiverem um documento 
que comprove a fumigação.
Disponibilidade do produto (obtenção): refere-se aos 
materiais que entram na empresa, por meio de ordens de 
compras. As decisões sobre os fornecedores devem levar em 
consideração custo, qualidade dos produtos e comprometimento 
com os prazos de entrega.
Programação de produtos: refere-se aos materiais 
programados para sair da empresa. É importante calcular 
rotas e prazos, considerando possíveis adversidades, como 
questões climáticas e engarrafamentos em determinados locais.
Manutenção de informações: o fluxo de informações deve fluir 
de forma contínua na cadeia de suprimentos e deve considerar, 
inclusive, as sugestões dos clientes. Ou seja, o fluxo de 
informações não é de mão única, das empresas para o cliente, 
pois este precisa ser valorizado para ser mantido. O mesmo 
deve acontecer com os parceiros, que devem receber 
informações confiáveis e com termos técnicos que todos 
conheçam, para que a credibilidade da empresa seja garantida.
Assim, as atividadessecundárias são importantes para o bom 
desempenho das atividades primárias. As atividades logísticas 
devem sempre estar integradas por meio da comunicação e do 
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propósito comum de satisfazer o cliente e, devem ser realizadas 
conforme as decisões estratégicas da empresa. Dessa forma, o 
melhor posicionamento é aquele que supre as necessidades do 
cliente e norteia a estratégia geral da empresa. Salienta-se que 
as atividades primárias e secundárias se originam da estratégia 
geral da empresa, portanto, os parceiros na cadeia de 
suprimentos devem conhecer essa estratégia para ficarem 
alinhados e fornecerem o produto ou serviço mais adequado 
(NAKAGAWA, 1994; MARTINS, 2018; BORNIA, 2010).
Acesse o link abaixo ou o código ao lado e 
aprofunde seus conhecimentos sobre custos 
logísticos. http://www.techoje.com.br/site/techoje/
categoria/detalhe_artigo/285 
http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/285
http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/285
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Olá Acadêmico!
Que bom que chegou até aqui! 
Foi uma seção de muito aprendizado sobre Custos Logísticos. 
Agora você sabe que quais são os custos que precisam ser 
conhecidos para ser controlados de forma eficiente e eficaz. 
Você compreendeu que ao ter o domínio dos custos existentes 
nas empresas, principalmente os custos logísticos, é possível 
fazer um gerenciamento consistente e tomar decisões sensatas. 
Estudamos também os principais custos relacionados às 
operações logísticas além do trade-off, presente nas mais 
diversas atividades logísticas. Discutimos também sobre o 
processo de tomada de decisão logística e identificação das 
decisões em redes logísticas baseadas em trade-offs, 
compreendendo a influência dos trade-offs nas tomadas de 
decisão.
Agora vamos estudar a última seção dessa disciplina e 
acredito que será de muito aprendizado. Fique atento as 
dicas, aos saiba mais, aos exemplos dados. Não deixe 
acumular os estudos, pois são muitos os conteúdos.
Até a próxima seção!
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SEÇÃO 03: CUSTOS LOGÍSTICOS E ARMAZENAGEM
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OS CUSTOS NAS DECISÕES DE ARMAZENAGEM
As decisões de armazenagem são complexas, pois envolvem 
diferentes questões relacionadas ao negócio e ao cenário externo 
da empresa. Por exemplo, a empresa precisa conhecer o tipo de 
produto para definir a estrutura de armazém mais adequada 
internamente, mas também precisa considerar o local escolhido 
para o armazém com relação às vias de acesso, para escoar os 
produtos na cidade. Faria e Costa (2010) destacam algumas 
decisões relacionadas aos custos de armazenagem:
 ѵ Áreas, condições, equipamentos e métodos operativos; 
 ѵ Inspeção e devolução de materiais;
 ѵ Rotas de movimentação e manuseio; 
 ѵ Tempo de ciclo; 
 ѵ Ativos envolvidos.
Administrar significa tomar decisões baseados em fatos, 
principalmente relacionados à determinação dos custos. 
Salienta-se que os fatores que contribuem para a 
determinação dos custos de armazenagem variam conforme 
o negócio. Faria e Costa (2010) apontam que esses fatores que 
englobam:
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 ѵ Características de recebimento: grandes volumes e 
produtos especiais dispendem mais custos.
 ѵ Características de acondicionamento: determinadas 
mercadorias exigem um cuidado especial na 
armazenagem, como manutenção de temperatura e 
locais separados.
 ѵ Características de seleção de pedido: separação por 
tipos de produtos, como lotes; levam tempo, o que 
significa custo.
 ѵ Necessidade de etiquetagem: é um procedimento que 
precisa de colaboradores, tempo e etiquetas, portanto 
envolve custos.
 ѵ Característica de reembalagem: pode ocorrer conforme 
a negociação entre o fabricante e o armazém, ou por 
conta de danos à embalagem original.
 ѵ Necessidade de mão de obra direta e equipamentos: a 
operação do armazém acontece por meio de pessoas e 
equipamentos, que têm custo.
 ѵ Necessidade de recursos indiretos: manutenção, 
higienização e colaboradores extras são exemplos.
Todas essas características e necessidades precisam ser 
pensadas e planejadas, para que o armazém consiga 
administrar os custos envolvidos a partir dos ganhos com a 
movimentação dos produtos. A redução de custos é uma 
busca incessante nos armazéns, mas não afeta o nível de 
atendimento ao cliente. A escolha entre a centralização e a 
descentralização da armazenagem apresenta-se como uma 
decisão relevante para a empresa, com vantagens e 
desvantagens em ambos os casos. Cada empresa precisa 
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considerar essas vantagens e desvantagens conforme sua 
política e suas prioridades. A Figura 08 exemplifica as estruturas 
descentralizada e centralizada de armazenagem
Figura 10. Estruturas descentralizada e centralizada de 
armazenagem. 
Fonte: Correa (2010)
Na estrutura de armazenagem descentralizada existem 
armazéns em diversos locais e cada armazém tem a sua 
gestão. Nessa estrutura, a economia de escala é baixa, com 
pouca eficiência em comparação à estrutura centralizada e 
com maior controle das operações. O risco de interromper o 
abastecimento é menor, pois pode haver transferência interna 
em casos de emergência de suprimentos. O custo com 
transporte torna-se mais baixo, pois existem vários armazéns 
de onde as mercadorias são expedidas. Os estoques de 
segurança são maiores nessa estrutura e, por consequência, 
há elevado nível de serviço ao cliente com a disponibilidade do 
produto. 
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Já na estrutura de armazenagem centralizada existe maior 
economia de escala com a centralização da armazenagem 
em somente um local, onde o foco da atenção é reduzir custos. 
Porém, com o estoque centralizado, o risco de interrupção total 
do abastecimento é maior, pois toda a distribuição parte do 
mesmo ponto e depende da mesma unidade. O estoque de 
segurança é menor, assim, o nível de serviço ao cliente pode ser 
menor, devido à possível indisponibilidade do produto. O custo 
de transporte também se torna maior, pois até as entregas com 
destinos mais distantes têm o mesmo ponto de origem 
(MARTINS, 2018).
Um gestor tem como prioridade obter elevada 
eficiência, economizando tudo o que for 
possível. Assim, ele está ciente que reduzir 
custos em armazenagem pode impactar na 
redução dos estoques de segurança e, 
consequentemente, oferecer menor nível de 
serviço ao cliente. Nesse caso, a estrutura de 
armazenagem é centralizada.
CUSTOS NA LOCALIZAÇÃO DE ARMAZÉNS
A empresa tem três opções quanto aos armazéns que 
interferem nos custos. Os armazéns podem ser próprios, 
contratados ou públicos. A escolha depende das prioridades 
do negócio e das possibilidades de armazenagem disponíveis, 
bem como dos custos associados às operações. Os armazéns 
próprios, ou seja, de propriedade da empresa, são de sua 
responsabilidade em todos os aspectos: finanças, gestão, 
recursos humanos, operações logísticas, entre outros. 
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Assim, a gestão da armazenagem fica sob o domínio da 
empresa, com a sua marca e imagem no mercado. A vantagem 
é que as decisões da gestão podem ser aplicadas 
imediatamente na rotina da equipe. No entanto, os custos 
inerentes ao armazém são absorvidos pela empresa. Esses 
custos são diversos e envolvem desde a estrutura do prédio, a 
mão de obra, as máquinas e os equipamentos, por exemplo. Já 
com relação aos armazéns contratados ou terceirizados, a 
empresa tem três opções principais: alugar somente o prédio 
do armazém, terceirizar toda a operação, com prédio e serviço, 
ou terceirizar somente o serviço e ter o prédio próprio. 
No caso de alugar somente o prédio, a empresa assina um 
contrato e paga um aluguel referente ao imóvel. Esse aluguel 
pago isentará a empresa de responsabilidades quanto à 
manutenção, sendo menos uma preocupação para a empresa, 
que deve preservar o local fazendo uso para as atividades 
logísticas. Outra alternativa é a empresa terceirizar todos os 
serviços da operação de armazenagem e também o prédio. 
Dessa

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