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1 2 AUXILIAR ADMINISTRATIVO 4º MÓDULO ANGELA MARIA BISSOLI SALEME INTRODUÇÃO É muito importante saber as técnicas de atendimento telefônico, redigir cartas comerciais Independentemente da área de atuação, pois escrever corretamente constitui-se num requisito imprescindível a qualquer pessoa que deseja alcançar o sucesso profissional. Nesta semana, abordaremos itens necessários ao desenvolvimento das atividades do auxiliar administrativo. Portanto, as dicas de atendimento telefônico e a elaboração correta de documentos oficiais o ajudará em suas tarefas diárias. Falaremos sobre alguns tipos de redações oficiais. 1. ATENDIMENTO TELEFÔNICO O atendimento telefônico deve transmitir uma imagem profissional, de eficácia e capacidade de organização. Integra-se no conjunto de serviços da empresa. As regras seguintes podem ser afixadas, não só no departamento de atendimento a clientes, mas também por todos os departamentos que contatem diretamente com eles. 3 Dicas para um bom atendimento telefônico: • Atender ao primeiro toque – isso demonstrará atenção, disposição e eficiência; • Evitar a expressão “alô” – dizer sempre o nome da empresa e o seu, seguidos do cumprimento ‘bom dia, boa tarde ou boa noite’. No caso de ligações interna informe seu nome e departamento; • Não confiar na memória – mantenha sempre por perto um lápis e/ou caneta e papel para anotações. • Use termos fáceis de serem entendidos – fale com clareza, com boa dicção e bom português; • Modo de falar – cuidado também com demonstrações excessivas de simpatia e intimidade, isso pode não ser muito bem recebido; • Interromper bruscamente a conversação – evite encerrar uma conversa bruscamente, quando necessário, seja delicado, preservando sua imagem e a da empresa. • Evite deixar esperando – se não for possível fornecer informações rapidamente, consulte se o cliente pode aguardar, ou se prefere ligar novamente, caso contrário, anote os dados e retorne posteriormente; 4 • Encerrar a conversa cordialmente – use sempre palavras como: obrigado (a), às ordens, por favor, desculpe-me, entre outros. 1.1. O QUE FAZER • Identificar-se e utilizar o nome do cliente: Ninguém gosta de falar com uma fonte desconhecida, por isso, o atendedor da chamada deve identificar-se assim que atender ao telefone. Por outro lado, deve perguntar com quem está a falar e passar a tratar o cliente pelo nome; este toque pessoal faz com que ele sinta que é importante. Exemplo: Empresa, saudação, nome do atendente. “ASAM, Maria, Bom dia!” • Assumir a responsabilidade pela resposta: A pessoa que atender ao telefone deve considerar o assunto como seu e garantir ao interlocutor uma resposta rápida. Por exemplo: não se diz “Não sei”, mas “Vou imediatamente saber” ou “Daremos uma resposta logo que seja possível”. Se não lhe for mesmo possível resolver o assunto, deverá apresentar formas alternativas para fazê-lo rapidamente, indicar o e-mail ou fax do responsável procurado e garantir que alguém confirmará a recepção do pedido ou chamada. 5 • Não negar informações: Nenhuma informação deverá ser negada, mas deverá identific ar o interlocutor antes de fornecê-la, para confirmar a seriedade da chamada, por exemplo: “Vamos recolher estes dados e depois entraremos em contato consigo. Pode dar-nos um número de telefone?”. • Não apressar a chamada: É importante dar tempo ao tempo, ouvir calmamente o que o cliente tem a dizer e mostrar que se está a acompanhar a conversa, dando feedback, mas não interrompendo o seu raciocínio. • Sorrir: Um simples sorriso no rosto reflete-se na voz, passando a impressão de que o atendedor é uma pessoa amável, solícita e interessada. • Ser sincero: Qualquer falta de sinceridade pode ser catastrófica. E as más palavras difundem-se mais rapidamente do que as boas. • Manter o cliente informado: O cliente não pode estabelecer contato visual com quem o atende, por isso, se o atendedor tiver mesmo que desviar a atenção do telefone durante alguns segundos deve 6 pedir licença e depois pedir desculpa pela demora. Poucos segun dos podem parecer uma eternidade para quem está do outro lado da linha. • Ter boas informações à mão: Um atendedor tem que conservar a informação importante na secretária e ter sempre à mão as tabelas de preços, informações acerca dos produtos, bem como uma lista de assuntos pendentes de clientes que ligaram anteriormente; isto permitirá aumentar a rapidez de resposta e o profissionalismo do atendedor. • Estabelecer objetivos com a pessoa que liga: Quem atende a chamada deve definir quando é que a pessoa deve voltar a ligar (dia e hora) ou quando é que a empresa vai retribuir a chamada NÃO SE ESQUEÇA! AO TOCAR DO TELEFONE TENHA SEMPRE CANETA E PAPEL NA MÃO! ANOTE TUDO COM A MAIOR RIQUEZA DE DETALHES POSSÍVEL, LEMBRE-SE DE QUE VOCÊ IRÁ REPASSAR AS INFORMAÇÕES. 1.2. O QUE EVITAR NO ATENDIMENTO TELEFÔNICO • Deixar o cliente à espera: Para um atendedor ser eficiente tem que manter o cliente permanentemente informado. Quanto mais informações, menos dúvidas; 7 • Fazer ruídos ao mesmo tempo em que se fala: Todos os sons estranhos à conversa serão aumentados do outro lado da linha. Por isso, o atendedor deve, por exemplo, manter o auscultador afastado da boca para não fazer eco e evitar comer, beber ou fumar enquanto fala; • Distrair-se com outras pessoas: Falar com os colegas enquanto se atende um telefonema, por exemplo, não só é má educação, mas também pode confundir o cliente; • Fazer promessas que não consegue manter: Não se deve dizer que é possível fazer uma entrega num determinado dia só para acalmar os ânimos se, na realidade, se souber que isso não será possível; • Desviar-se do tema da conversa: Os clientes estão mais interessados nos problemas deles do que nos de atendedor. Este não deve começar a falar das suas experiências pessoais nem fugir do tema principal da conversa 1.3. EXPRESSÕES QUE NÃO DEVEM SER UTILIZADAS • Íntimas: “querido”, “queridinho”, “meu amor”, “meu bem”, benzinho. 8 Exemplo 1: Não meu bem, o Sr João Martins não está na empresa. Exemplo 2: Olá meu querido, tudo bem? • Condicionais: “poderia”, “gostaria”, “faria”, “se o senhor quisesse”. Exemplo 1: O senhor poderia anotar os dados da nota fiscal, por favor? Exemplo 2: Eu gostaria de solicitar um pedido de material de escritório. • Repetitivas: “né”, “sabe”, “tá”, “ok”, “hum...hum” Exemplo 1: O senhor sabe que haverá atraso na entrega, né? Exemplo 2: Tá bom, o recado será repassado ao superior, tá? • Dúbias: “eu acho que”, “eu penso que”, “pode ser que”, “talvez” Exemplo 1: Eu acho que o gerente jurídico não está. Exemplo 2: Talvez o Office-boy levará os documentos ao destino hoje. • Negativas: “problemas”, “dificuldades”, “gastos”, “prejuízo”, “nunca”, “impossível”. Exemplo 1: Sim senhor, quais são suas dificuldades? 9 Exemplo 2: Senhor! Está impossível no momento falar sobre este assunto ao telefone. • Diminutivas: “momentinho”, “minutinho”, “instantinho” Exemplo 1: Senhora aguarda só um momentinho que vou verificar. Exemplo 2: Sim, um minutinho, por favor. • Gerúndio: “estar respondendo”, “estarei verificando”, “vou estar confirmando” Exemplo 1: Vou estar respondendo assim que possível. Exemplo 2: Senhora estarei verificando os dados solicitados 2. REDAÇÃO COMERCIAL Independentemente da área de atuação, escrever corretamente constitui-se num requisito imprescindível a qualquer pessoa que deseje alcançar o sucesso profissional. A seguir, abordaremos itens referentes a redação comercial, necessários ao desenvolvimento das atividades do auxiliar administrativo. A redação comercial é um esclarecimento escritode dentro dos procedimentos legais, representando uma operação da empresa. Utiliza-se de textos redigidos de maneira mais elaborada e formal. 10 2.1. TIPOS DE REDAÇÕES COMERCIAIS Cada tipo de redação técnica apresenta uma estrutura específica, no entanto, algumas características são comuns a todos, a saber: ● Timbre: as redações técnicas geralmente são produzidas em papel timbrado da empresa, da universidade, da escola, etc. Além do timbre, elas podem conter carimbos com indicação da instituição que a emitiu. ● Destinatário: alguns textos técnicos exigem a indicação do receptor da mensagem. Além do nome, podem ser acrescidos o departamento e o cargo ocupado pelo destinatário. ● Título: algumas delas usam título, enquanto outras preenchem um campo denominado de “assunto”. ● Tema: antes de escrever é importante estar atento ao tema (assunto) que será explorado no corpo do texto. ● Corpo do texto: os textos das redações técnicas geralmente seguem a estrutura padrão de introdução, desenvolvimento e conclusão. ● Saudações finais: alguns documentos admitem as saudações finais e sempre devem aparecer na linguagem formal: atenciosamente, saudações cordiais, cumprimentos, etc. 11 ● Assinatura: ao final do documento, muitas redações técnicas apresentam a assinatura do emissor, bem como o cargo que ocupa. Veja alguns exemplos de redação técnica: ➢ Ata ➢ Atestado ➢ Circular ➢ Contrato ➢ Declaração ➢ Memorando ➢ Relatório ➢ Requerimento ➢ Ofício ➢ Procuração ➢ Edital ➢ E-mail 2.1.1. ATA A ATA é um tipo de texto muito utilizado em assembleias, reuniões, encontros, conferências, dentre outros. As atas são produzidas com o intuito principal de registrar toda a informação e os acontecimentos de uma reunião de pessoas. Assim, alguém presente no encontro fica incumbido de redigir a ata, geralmente um secretário, sendo um documento de comprovação e que reproduz resumidamente e com fidelidade, 12 todas as discussões, deliberações e resoluções de um encontro de pessoas. Em resumo, a ata representa um registro formal de um encontro que aponta as pessoas presentes, os assuntos debatidos e as questões abordadas e levantadas. Ela pode ser lida no final da reunião, para que todos os presentes tenham conhecimento do que foi redigido. O cuidado de quem lavra ou redigir uma ata é não deixar espaço onde se possa, mais tarde, alterar o texto original. Caso haja algum erro, o redator deve escrever “digo” e fazer, logo em seguida, a devida correção. Se o erro só for percebido no final, o redator deve escrever “ Em tempo: onde se lê ... leia-se... ”, na ata não se usam abreviaturas e os números devem ser escritos por extenso. Após a leitura e a aprovação do texto final, todas as pessoas que participaram da reunião devem assinar o documento Estrutura: Como Produzir uma ATA? Geralmente, as atas de reuniões possuem um livro próprio donde são registrados os encontros desde as decisões e resoluções dos assuntos abordados. ● Título: nome da reunião e da Instituição, por exemplo, do congresso que está sendo realizado. 13 ● Data, Horário e Local: escritos por extenso, acrescenta-se no começo do texto, a data, a hora e o lugar em que o encontro ocorreu. ● Participantes: os principais envolvidos no debate, por exemplo, o nome dos palestrantes que comporão a mesa redonda de um congresso. ● Discussão: representa o corpo do texto, ou seja, é mencionado os temas que foram abordados durante o encontro como apresentação, abertura do evento, participantes, questões levantadas por cada envolvido, dentre outros. ● Conclusão: para terminar o texto é apontado as posteriores ações que serão desenvolvidas a partir do debate. Ou seja, é destacado as soluções, recomendações e resoluções. ● Ressalvas: já que se trata de um texto formal, a ata não admite rasuras e por isso, ao final do texto é indicado, se necessário, algum esclarecimento sobre uma retificação que deverá ser feita no texto. Por exemplo: "em tempo, no segundo parágrafo, na segunda linha, onde se lê Amilton, leia-se Hamilton". ● Assinatura: após a leitura e a aprovação do texto final, todas as pessoas que participaram da reunião devem assinar o documento, é por fim assinada pela autoridade máxima da Instituição. 14 2.1.2. ATESTADO É uma afirmação que têm por finalidade provar alguma coisa. O atestado afirma o que é de conhecimento do atestado. Trata-se de um documento em que é utilizada a linguagem formal, bem como a informação é objetiva e concisa. Bastante parecido com a declaração, o atestado serve como meio de provar alguma situação, por isso, deve ser assinado e datado. Exemplos: sanidade, óbito, bons antecedentes, boa conduta, médico, Atestado de antecedentes criminais, Atestado médico, Atestado de capacidade técnica, Atestado de pobreza, entre outros. Estrutura Em termos documentais, deve ser impresso em papel timbrado ou deve ser carimbado pela empresa responsável pela sua emissão. ● Título: Atestado. ● Identificação da pessoa que solicitou o atestado: nome e número de identidade. Dependendo do caso, convém acrescentar estado civil, nacionalidade, profissão, número de CPF e residência. ● Descrição da prova: indicação do que a pessoa precisa provar com o documento. 15 ● Local e data ● Assinatura: pessoa responsável pela emissão do atestado (emitente). Exemplo Atestado de Bons Antecedentes Atesto para os devidos fins que (nome da pessoa que solicitou o atestado, estado civil, nacionalidade, profissão), portador do (número de identidade) e do CPF (número de CPF), residente em (endereço completo) é pessoa idônea, desconhecendo qualquer fato que desabone a sua conduta. (Local e data) ___________________ Assinatura do emitente 2.1.3. CIRCULAR Circular é o tipo de texto muito utilizado na vida acadêmica e profissional, ela serve para dar informações, avisar, transmitir, dar ordens e padronizar regras. Pelo fato de ser um documento interno, porque é destinado a um determinado órgão ou empresa, ela comunica várias pessoas ao mesmo tempo através do mesmo documento. Segue a linguagem formal e, pelo fato de apresentar o teor de um documento, sua estrutura requer cuidados específicos. Uma 16 das suas principais características é a objetividade na escrita. Em termos técnicos elas são numeradas e, conforme a necessidade, podem conter as iniciais do responsável pela sua redação, bem como pela sua digitação. Estrutura A circular deve obedecer a seguinte estrutura: ● Cabeçalho: identificação do órgão emitente. ● Local e data ● Número da circular: número sequencial separado por barra do ano da sua emissão. ● Vocativo: Invocação das pessoas a quem se destina o documento. ● Mensagem: comunicação formal feita de forma sucinta e de compreensão fácil. ● Despedida: feita de forma simples. ● Identificação e assinatura do emitente Como Fazer uma Circular? ● Cabeçalho: Setor ● Local e data: Vitória (ES), xx de xxxx de 20xx ● Número da circular: Circular n.º xx/20xx ● Vocativo: Caros funcionários 17 ● Mensagem: Informação sobre algo ● Despedida: Atenciosamente ● Identificação e assinatura do emitente: Responsável do Setor 2.1.4. CONTRATO Contrato é um tipo de redação técnica utilizado para estabelecer uma relação jurídica entre duas ou mais partes. Enquadra-se no gênero jurídico, tal como certidões, estatutos, leis, regulamentos, entre outros. É muito utilizado na sociedade e cada vez mais essencial o estudo desse gênero textual. Características O contrato é um documento e, como tal, deve obedecer alguns critérios. A sua escrita contempla: ● Linguagem formal ● Objetividade ● Coerência ● Vocabulário técnico A sua redação é estruturalmente dividida em 3 partes.Na primeira, as pessoas que fazem parte do acordo são identificadas, bem como é descrita a natureza do contrato. 18 Na segunda, constam as cláusulas com as condições do contrato. São chamadas as disposições gerais, as quais contemplam as responsabilidades, os termos e as condições acordadas que, naturalmente, variam conforme o tipo de documento e as necessidades de cada situação. A validade das cláusulas, no entanto, depende de aspectos jurídicos, os quais devem ser revistos por advogados. A terceira parte é o fecho. Nela constam local, data, assinaturas e testemunhas, se houver. Exemplo Contrato Particular de Compra e Venda Através do presente instrumento particular de CONTRATO DE COMPRA E VENDA, de um lado como promitente VENDEDOR: (nome, estado civil, nacionalidade, profissão, números de identidade e CPF, residência). COMPRADOR: (nome, estado civil, nacionalidade, profissão, números de identidade e CPF, residência). Primeiro - o (a) Vendedor (a), por meio deste CONTRATO DE COMPRA E VENDA, vende ao Comprador, 01 (um) bem imóvel situado (localização do imóvel). 19 Segundo - o (a) Vendedor (a) declara que recebeu das mãos do Comprador (a), a importância de (valor em números e por extenso), em moeda corrente do país. O referido imóvel é de legítima propriedade do Vendedor, sem nenhum ônus, ou hipoteca e livre de quaisquer embaraço. Terceira - o (a) Vendedor (a) se responsabiliza por si e por seus herdeiros a nada ter o que reclamar sobre esta venda ora realizada, nem futuramente, dando a partir da data de quitação, uso posse e domínio do referido Imóvel ao Comprador. Quarta - Ambas as partes renunciam o direito de se arrepender desta venda ora realizada e se comprometem entre si a não intentarem nenhuma outra ação no sentido de interceptar sua última ação legal. Quinta- Fica desde já eleito o FÓRUM DE (indicação do Fórum), para serem resolvidas quaisquer questões que porventura se originem deste contrato que lavrado foi, obriga-se a cumpri-lo e para isso assinando-os pelo próprio punho para que conduza aos efeitos legais da lei em vigor. (Local e data) ____________________ Assinatura do Vendedor _____________________ Assinatura do Comprador 20 2.1.5. DECLARAÇÃO Declara a inexistência ou não acontecimento de fato. Tem valor probatório. Nela se manifesta opinião, conceito, resolução ou observação. Pode ser feito por pessoas físicas ou jurídicas. Exemplo DECLARAÇÃO Declaramos para os devidos fins que o Sr. ........................ portador da Carteira de Trabalho nº ..................... da série ..................... foi nosso funcionário no período de ....................... a.......................... exercendo a função de ................................ Informamos, ainda, que exerceu sua função a contento, não havendo nada que possa desaboná-lo. Por ser a expressão da verdade, firmamos a presente declaração. Local e data ............................................................. 2.1.6. MEMORANDO O Memorando ou Comunicação Interna (C.I.) representa um tipo de texto informativo veiculado nos meios profissionais (empresas, órgãos públicos, etc.), que se estabelece uma comunicação rápida, sem formalidades. Os memorandos são importantes ferramentas de comunicação entre diversos setores de uma empresa, instituição, associação, 21 dentre outros. Em outras palavras, eles são correspondências oficiais muito frequentes no meio organizacional. São textos breves que apresentam uma linguagem formal, objetiva, direta, clara e coesa. Observe que os memorandos podem ser enviados também por correio eletrônico (e-mail). Na maior parte dos casos, os memorandos são documentos que apresentam duas vias: uma para o destinatário (emissor) e outro para o remetente (receptor). Classificação Segundo o local para o qual será enviado, há dois tipos de memorando: ● Memorando Interno: enviado para setores internos da empresa. ● Memorando Externo: menos utilizado e enviado para empresas alheias. Estrutura Textual: Como Fazer um Memorando? Segue abaixo a estrutura básica textual dos memorandos: ● Número: Os memorandos costumam apresentar números. Além disso, são produzidos em papéis com o timbre da empresa. 22 ● Vocativo: indica-se o nome do setor para o qual será enviada a mensagem (remetente) e abaixo, o setor que o emitiu (destinatário). ● Local e Data: apresentam a data e o local que foi produzido o memorando. ● Assunto: parte importante do memorando que vem destacado o tema que será abordado. ● Corpo de Texto: o conteúdo da mensagem que será enviada. ● Despedida: expressões formais de despedida: atenciosamente, cumprimentos, grato pela compreensão. ● Assinatura: o remetente assina no final do memorando. Como é produzido por uma pessoa física, geralmente aparece abaixo da assinatura o cargo do emissor. Exemplo de Memorando Para compreender melhor a estrutura desse tipo de produção textual, segue abaixo um exemplo de memorando: Timbre da Instituição: Ceet Vasco Coutinho Memorando (ou C.I) N° xxx Para: Biblioteca De: Diretoria Local e Data: Vila Velha (ES), 03 de agosto de 2018 23 Assunto: Entrega de Livros Corpo de Texto: Caro Bibliotecário, Venho informar que os livros que foram encomendados pela biblioteca da escola já chegaram e se encontram na direção. Aguardamos sua presença para conferir o pedido. Desde já agradeço a atenção, Atenciosamente, Assinatura: fulana de tal Cargo: Diretora 2.1.7. RELATÓRIO Relatório é um tipo de texto muito pedido pelos professores, sobretudo, nas universidades. Como o próprio nome diz, o intuito é relatar sobre algo, seja uma visita técnica ou o percurso realizado para fazer um estágio e uma pesquisa. Também utiliza- se em atividades empresariais. Em resumo, trata-se de um texto que reúne de forma organizada e detalhada o desenvolvimento de um trabalho em determinado período. 24 Com o intuito de esclarecer melhor a produção de um relatório e acabar com as dúvidas sobre sua estrutura, segue abaixo um resumo detalhado de como fazer um bom relatório. 1. Título: na capa de um relatório, também chamada de página de rosto, deve aparecer o título do trabalho com o nome da instituição, departamento, curso, bem como do autor ou da equipe envolvida 2. Introdução: Nessa parte inicial, é necessário apresentar um resumo dos objetivos da pesquisa e a metodologia que foi utilizada. 3. Desenvolvimento: essa é a parte mais longa do relatório onde estão as pesquisas realizadas e os dados obtidos no percurso. Dependendo do foco do relatório, podem surgir nessa parte do texto, entrevistas, depoimentos, gráficos e tabelas. Esses recursos ajudam a organizar melhor a pesquisa e dar mais consistência ao trabalho. 4. Conclusão/Considerações Finais: Ainda que alguns relatórios tenham um teor crítico, geralmente esses textos não possui esse objetivo. Ou seja, nos relatórios a ideia principal é relatar sobre algo, e, portanto, na conclusão, o autor deve fazer um fechamento das principais ideias desenvolvidas durante o percurso. 5. Bibliografia: nessa parte final no relatório deve conter, numa folha separada, tudo o que foi consultado durante o percurso da 25 pesquisa, seguindo as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Hoje em dia, além da bibliografia, é comum incluir a webgrafia, ou seja, os sites consultados. 2.1.8. REQUERIMENTO O requerimento, também chamado de petição, é um tipo de texto muito utilizado por entidades oficiais, órgãos públicos ou Instituições. Trata-se de um documento cuja função primordial é pedir, solicitar ou requerer algo. Ainda que seja um tipo de redação técnica, ele pode ser solicitado pelo professor da escola, da universidade, ou mesmo no trabalho.Por esse motivo, fique atento às suas características e estrutura. Principais Características ● Redação técnica ● Texto breve e objetivo ● Linguagem formal ● Solicitação de algo ● Terceira pessoa do singular e plural 26 Estrutura: Como Fazer um Requerimento? Primeiramente devemos atentar para o propósito comunicativo do requerimento, ou seja, qual o objetivo central da solicitação. Na escola, ele pode ser escrito pelos professores quando requisitam algo, por exemplo, um material. Para compreender como é produzido um requerimento, segue abaixo a estrutura básica: ● Vocativo: Nome da Instituição ou o Órgão ao qual é destinado. Ou seja, o início do requerimento aparece o nome do destinatário. ● Corpo de Texto: trata-se de um texto breve e direto sobre o que se pretende solicitar. ● Saudações Finais: já que se trata de um texto que utiliza a linguagem formal, nas saudações finais é comum aparecer as expressões: grato pela compreensão, atenciosamente, cumprimentos, dentre outros. ● Local e Data: ao final é importante apontar o local e a data do requerimento. ● Assinatura do Requerente: por fim, o remetente, ou seja, a pessoa (instituição, órgão, entidade) interessada em solicitar algo, assina o documento. Ele também pode ser acompanhado de carimbo da instituição. 27 Requerimento Deferido e Indeferido Muito comum a utilização dos termos “deferido” e “indeferido” nos documentos requerimento. Dessa maneira, quando deferido, significa que ele foi aprovado; e por outro lado, se indeferido, o que fora solicitado não foi aprovado. Vale lembrar que algumas expressões e siglas são utilizadas nos requerimentos, a saber: “Termos em que pede deferimento”; “P. e A. D.” (Pede a aguardar deferimento); “E. D.” (Espera deferimento); e “A. D.” (Aguarda deferimento). Exemplo Senhor Diretor, Solicitamos o material didático para o ensino médio, posto que estamos terminando o conteúdo do primeiro bimestre. Grato pela compreensão, Itabuna, 04 de abril de 2013 Professores do Ensino Médio 2.1.9. OFÍCIO Ofício é o documento que expõe o assunto de forma clara, usando uma linguagem formal. É um tipo de correspondência muito utilizada nos órgãos públicos, originalmente é uma 28 correspondência oficial, podendo ser usado também por empresas, clubes e associações, e, ainda atualmente, como correspondência protocolar entre as entidades públicas ou particulares. Consta no Manual de Redação da Presidência da República que a linguagem utilizada deve ser formal sem ser rebuscada, e devemos seguir a padronização conforme disposição federal. Exemplo 29 2.1.10. PROCURAÇÃO Procuração é o documento oficial pelo qual uma pessoa dá poderes a outra pessoa para executar uma operação em seu nome. Os poderes são mencionados na procuração e assinalados por ambos. Há vários tipos de procuração, cada qual indica de forma específica quais os poderes são dados do outorgante (quem concede poderes) para o outorgado (quem recebe poderes). Estrutura Como um documento oficial, deve obedecer alguns aspectos na sua estrutura e ser lavrado em tabelião e ser reconhecido em cartório, e em alguns casos pode também ser feita procuração particular. Dados de uma procuração: ● Título: Procuração. ● Identificação do outorgante: nome, estado civil, nacionalidade, profissão, números de identidade e CPF, residência. ● Identificação do outorgado: nome, estado civil, nacionalidade, profissão, números de identidade e CPF, residência. 30 ● Indicação e descrição dos poderes: o que o outorgante autoriza que o outorgado faça em seu nome, da forma mais detalhada possível. ● Local e data ● Assinatura do outorgante Exemplo Eu, (nome do outorgante, estado civil, nacionalidade, profissão), portador do (número de identidade) e do CPF (número de CPF), residente em (endereço completo), nomeio e constituo meu bastante procurador (nome do outorgado, estado civil, nacionalidade, profissão), portador do (número de identidade) e do CPF (número de CPF), residente em (endereço completo), a quem confiro poderes para (descrição detalhada dos poderes). (Local e data) _____________________ Assinatura do outorgante 2.1.11. EDITAL Edital é um documento que comunica ao público interessado, condições e prazos de forma amplamente divulgada, deve ser exposto em local de grande circulação, como por exemplos, órgãos de imprensa escrita. Edital têm efeitos jurídicos, que evitam alguém alegar que não estava avisado. 31 Suas partes componentes são: 1. Título (a palavra EDITAL, em letras maiúsculas, em negrito e centralizada sobre o texto). 2. CITAÇÃO DO OBJETO DO EDITAL em letras maiúsculas, em negrito alinhado à esquerda. 3. Preâmbulo: parte introdutória, apresentando o assunto e a identificação do órgão responsável. 4. Texto: parte fundamental do edital que define o objeto e estabelece as condições de participação. 5. Fecho: encerramento do edital, com as determinações finais sobre sua divulgação 6. Local e data por extenso. 7. Assinatura e cargo da autoridade responsável. Ex.: Podemos encontrar Editais dos mais variados tipos em sites 2.1.12. E-MAIL Com o advento da Internet a comunicação por e-mail tornou-se essencial nas relações comerciais (interna e externa). Veja como redigir um e-mail. Na hora de responder, seja ágil. Redija textos curtos, de fácil e rápida assimilação. 32 Quando a quantidade de informações for muito grande, prefira transformá-las em arquivos anexados. Os textos de corpo de mensagem devem ser sempre curtos. Letras maiúsculas ou em negrito são como um “grito” eletrônico. Evite-as. Nos e-mails de negócio, evite usar abreviaturas e ícones de emoção. Cuidado com as respostas: Se alguém quer saber sua opinião sobre determinado assunto, evite as respostas pomposas e longas. Evite também as curtas demais. Leia sempre o que escreveu. Não há nada mais desagradável do que receber um texto repleto de erros de ortografia ou concordância, escrito de maneira rápida. Não use linhas compridas. O padrão dos textos para Internet é de cerca de 60 caracteres por linha. Programe seu computador para isso. Desta forma, o destinatário consegue ler seu texto na tela cheia, sem ter de usar a barra de comandos para encontrar o final de uma frase. Nos e-mails devemos usar de diplomacia. Por isso, manter sempre uma atitude positiva, tentar incluir na resposta trechos do e-mail do cliente, o que fará sentir-se respeitado. Em vez de “Em 33 resposta a seu pedido, informamos que...”, escrever: “Em resposta a sua solicitação das cotações, informamos que...”. Além disso, foco no receptor, clareza, concisão, precisão vocabular e expressividade são outros ingredientes fundamentais para uma boa comunicação eletrônica. Exemplo De: xxxx@xxx.com.br Para: yyyy_yy@yyyy.com.br Cc: (com cópia) www@www.com.br Enviada em: terça-feira, xx de xxxx de 200X 21:04 Assunto: orçamentos seguro automóvel Anexar: orçamento-Strada Adventure.doc Senhora Mariana: Recebemos seu e-mail de 02/06/2008 solicitando as cotações para o seguro do veículo Fiat Strada Adventure 1.6 Flex-Power , 2018/2018. Portanto, anexamos, para conhecimento e análise, arquivo contendo os quatro melhores orçamentos. Aguardamos retorno e qualquer dúvida consulte-nos. Atenciosamente, Rosangela Silva Atendimento Auto 34 3. FORMAS DE TRATAMENTO É importante saber utilizar o pronome de tratamento correto para cada destinatário. A chamada segunda pessoa indireta se manifesta quando utilizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso interlocutor (portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pessoa. É o caso dos chamados pronomes de tratamento, que podem ser observados no quadro seguinte:Pronomes de Tratamento Vossa Alteza V. A. príncipes, duques Vossa Eminência V. Ema.(s) cardeais Vossa Reverendíssima V. Revma.(s) sacerdotes e bispos Vossa Excelência V. Ex.ª (s) altas autoridades e oficiais-generais Vossa Magnificência V. Mag.ª (s) reitores de universidades Vossa Majestade V. M. reis e rainhas Vossa Majestade Imperial V. M. I. Imperadores Vossa Santidade V. S. Papa Vossa Senhoria V. S.ª (s) tratamento cerimonioso Vossa Onipotência V. O. Deus Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora e você, vocês. "O senhor" e "a senhora" são empregados no tratamento cerimonioso; "você" e "vocês", no tratamento 35 familiar. Você e vocês são largamente empregados no português do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é de uso frequente, em outras, é muito pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou literária. Observações: a) Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de tratamento que possuem "Vossa (s)" são empregados em relação à pessoa com quem falamos. Por exemplo: Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro. Emprega-se "Sua (s)" quando se fala a respeito da pessoa. Por exemplo: Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com propriedade. Os pronomes de tratamento representam uma forma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo, estamos nos endereçando à excelência que esse deputado supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa. b) 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento se dirijam à 2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita com a 3ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessivos e os pronomes 36 oblíquos empregados em relação a eles devem ficar na 3ª pessoa. Por exemplo: Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos. c) Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo do texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente. Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de "você", não poderemos usar "te" ou "teu". O uso correto exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa. 37 CONSIDERAÇÕES FINAIS A área administrativa é o elo de relacionamento e serviços entre todas as equipes das organizações. Espero que o conhecimento adquirido neste curso possa ter contribuído para seu conhecimento e ou aprimoramento profissional. As técnicas e ferramentas aqui abordadas fazem parte de algumas das rotinas do administrador em suas atividades diárias. Os assuntos não se esgotam, que sirvam de mola propulsora para novos estudos, e desejo que seja útil como primeiro degrau de sua escalada de sucesso. “Nada de esplêndido jamais foi realizado a não ser por aqueles que ousaram acreditar que algo dentro deles era superior às circunstâncias”. (Bruce Barton) 38 REFERÊNCIAS BARSANO, Paulo Roberto. Guia Prático e Didático. 1Ed. – São Paulo: Érica, 2003. KAPLAN, Robert e NORTON, David. P. - A estratégia em ação – Balanced Score Card. 6 ed. Rio de Janeiro. Campus. 1997. MILANEZ, F.I Fórum da Liberdade do Paraná, 15/08/2006. - Enfato Comunicação Empresarial. Retirado do site: wwwenfato@enfato.com.br. Acesso em julho/06. MORAES, Marcelo. S. - Relacionamento com o cliente. Que bicho é esse? Artigo retirado do site: www.ietec.com.br. 2003. Acesso em setembro/06. PORTER, Michael E. Estratégia competitiva: técnicas para a análise de indústrias e da concorrência. 7 ed. Rio de Janeiro: Campus. 1991. https://www.todamateria.com.br/lingua-portuguesa/producao- de-textos/<acesso em 02jul2018> VERGARA, Sylvia C. - Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 3 ed. São Paulo: Atlas. 2000. 39
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