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Apostila Planejamento e Avaliação de Políticas Públicas Conteúdo + Questões Comentadas + Questões Gabaritadas Carta ao Leitor Concurseiros de serviço social elaboramos esse material sobre o tema: Planejamento e Avaliação de Políticas Sociais Assistentes Sociais. Esse conteúdo é sempre cobrado nos concursos de serviço social, dessa forma esse material auxiliará em sua aprovação. Concurseiros pedimos que não compartilhe esse material, nem com FINS LUCRATIVOS e nem SEM FINS LUCRATIVOS, esse material é protegido pela lei de direitos autorais, dessa forma a reprodução dele a terceiros sem a devida autorização do grupo concurseiros de serviço social, constitui-se crime e quem o pratica está sujeito as penalidades legais. Esperamos que esse material te ajude em sua aprovação. Conheça também os nossos outros materiais, temos certeza que vários deles poderão te ajudar, estamos enviando uma lista de nossos materiais para você. Concurseiro caso necessite tirar alguma dúvida, ou fazer alguma reclamação, sugestão etc, entre em contato conosco e teremos prazer em auxiliá-lo. REDES SOCIAIS Sumário 1. Planejamento e Avaliação nas competências e atribuições Profissionais Planejamento 2. Planejamento: Definição 3. Dimensões do Planejamento 4. Planejamento: Fases metodológicas 5. Planificação 6. Noções de Eficiência, Eficácia e Efetividade 7. Planejamento Estratégico Avaliação de Políticas Sociais 8. Histórico 9. Definição 10. Metodologia 11. Critérios de Avaliação 12. Modalidades de Avaliação 13. Avaliação X Pesquisa 14. Tipos de Avaliação 15. Avaliação Participativa 16. Indicadores Sociais 17. Monitoramento Questões Comentadas Questões Gabaritadas 1. Planejamento e Avaliação nas competências e atribuições Profissionais Como competência do assistente social Art. 4° Lei 8.662/93 I - elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos da administração pública, direta ou indireta, empresas, entidades e organizações populares; II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da sociedade civil; VI - planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais; VII - planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise da realidade social e para subsidiar ações profissionais Como atribuição privativa do assistente social Art. 5° Lei 8.662/93 I - coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas, planos, programas e projetos na área de Serviço Social; II - planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidade de Serviço Social; Planejamento 2. Planejamento: Definição De acordo com Myrian Veras Baptista o Planejamento na perspectiva lógico-racional diz respeito a um processo permanente e metódico de abordagem racional e científica de questões que se colocam no mundo social. “Refere-se, ao mesmo tempo à seleção das atividades necessárias para atender questões determinadas e à otimização seu inter-relacionamento, levando em conta os condicionantes impostos a cada caso; diz respeito, também, à decisão sobre os caminhos a serem percorridos pela ação e às providências necessárias à sua adoção, ao acompanhamento da execução, ao controle, à avaliação e à redefinição da ação” (BAPTISTA, 2007, p.13) Segundo Matus (apud Baptista, 2007) “o planejamento não é mais que a tentativa de viabilizar a intenção que o homem tem de governar a si próprio e ao futuro: de impor as circunstâncias a força da razão humana”. Neste enfoque o planejamento é a ferramenta para pensar e agir dentro de uma sistemática analítica própria, estudando as situações, prevendo seus limites e possibilidades, propondo-se objetivos, definindo-se estratégias”. Para Tragtenberg apud Baptista (2007, p.15) “o planejamento enquanto instrumento de decisão aparece ligado à modernidade, à revolução econômico- social, às mudanças ideológicas e de estrutura de poder. 3. Dimensões do Planejamento A partir da análise do processo de planejamento distingue-se quatro dimensões: Dimensão Racional A dimensão da racionalidade norteia-se pela natureza humana de sempre estar planejando mesmo sem se aperceber. A dimensão racional do planejamento determina a divisão desse processo em fases metodológicas. Dimensão Política A dimensão política do planejamento decorre do fato de que ele é um processo contínuo de tomada de decisões, o que caracteriza ou envolve uma função política, seja da área governamental, seja da área privada. Os momentos específicos de tomada de decisão ocorrem por ocasião da definição de objetivos e metas, da escolha de prioridades e alternativas de intervenção, de modificação nos níveis e/ou na composição de recursos, de distribuição de responsabilidades, etc. Nessa dimensão do processo de planejamento, cabe ao técnico o equacionamento e a operacionalização das opções assumidas pelo centro decisório. Dimensão Valorativa A dimensão valorativa ou ética decorre do fato do mesmo favorecer o desenvolvimento de uma tecnologia que, se por um lado, possibilita soluções científicas para os problemas de uma sociedade em permanente mudança, por outro lado, viabiliza a centralização do poder e o aumento de sua eficácia controladora. Envolve ainda, opções valorativas de conteúdo ético, uma vez que, envolve decisões sobre alternativas de intervenção propositadas em situações presentes, tendo em vista a mudança da situação futura determinados grupos sociais, os quais nem sempre tem acesso a essas decisões ou nelas influenciam. Essa perspectiva evidencia a necessidade do planejador ter presente, ao realizar seu trabalho, as ideias e o sistema de valores subjacentes as decisões norteadoras do planejamento e, ao mesmo tempo, procurar compreender a realidade em seu contexto mais universal. Determina, ainda, a necessidade de uma análise crítica do significado e das decorrências das novas propostas para aqueles que estiverem sob seu raio de influência e a importância da participação dos mesmos no processo decisório. Dimensão Técnico-administrativa Sob o aspecto administrativo, o planejamento é constituído pelas atividades que imprimem organização a ação, e que são realizadas pelos órgãos executores da política e da programação adotada. A organização técnico-administrativa da ação planejada pressupõe uma montagem que pode abranger diferentes níveis e setores, a partir da linha mestra da política de ação, que deve servir de base a todos os níveis de decisão. 4. Planejamento: Fases metodológicas A Dimensão Racional do planejamento determina a organização desse processo em fases metodológicas. Estas operações se inter-relacionam em um processo dinâmico e contínuo, como representado abaixo: Reflexão Diz respeito ao conhecimento dos dados, à análise e escolha das alternativas, à superação e reconstrução de conceitos e técnicas de diversas disciplinas relacionadas com a explicação e quantificação dos fatos. Decisão Que se refere à escolha de alternativas, à determinação dos meios, à definição dos prazos e etc. Ação Relacionada à execução das decisões. É o foco central do planejamento. Orienta-se por momentos que a antecedem e é subsidiada pelas escolhas efetivadas na operação anterior quanto aos necessários processos de organização. Retomada de Reflexão Operação de crítica dos processos e dos efeitos da ação planejada, com vistas ao embasamento de ações posteriores. A análise desse processo leva-nos a identificar nessa dimensão de racionalidade a dimensão político-decisória que dá suporte ético-político à sua ação técnico-administrativa. O Planejamento como processo político Segundo Baptista(2007, p.17-18) “tradicionalmente, ao se tratar de planejamento a ênfase era dada aos seus aspectos técnicos, a ênfase era dada aos seus aspectos técnico-operativos, desconhecendo no seu processamento, as tensões e pressões embutidas nas relações dos diferentes sujeitos políticos em presença. Hoje tem-se clareza de que, para que o planejado se efetive na direção desejada, é fundamental que, além do conteúdo tradicional de leitura da realidade para o planejamento da ação, sejam aliados à apreensão das condições objetivas, o conhecimento e a captura das condições subjetivas do ambiente em que ela ocorre: o jogo de vontades políticas dos diferentes grupos envolvidos, a correlação de forças, a articulação desses grupos, as alianças ou as incompatibilidades existentes entre diversos segmentos”. Equacionamento Segundo Myrian Veras Baptista (2007, p.21) corresponde ao conjunto de informações significativas para a tomada de decisões, encaminhadas pelos técnicos de planejamento aos centros decisórios. Decisão Segundo Myrian Veras Baptista (2007, p.21) corresponde às diferentes escolhas necessárias no decorrer do processo. Operacionalização Segundo Myrian Veras Baptista (2007, p.23) a operacionalização relaciona- se ao detalhamento das atividades necessárias a efetivação das decisões tomadas, cabendo aos técnicos sua consubstanciação em planos, programas, programas e projetos, e, na ocasião oportuna, em sistematização das medidas para sua implementação. Ação Segundo Myrian Veras Baptista (2007, p.24) refere-se ás providências que transformarão em realidade o que foi planejado O Planejamento enquanto processo técnico-político “ se realiza a partir de aproximações, que tem como centro de interesse a situação delimitada como objeto de intervenção. Essas aproximações consubstanciam o método e ocorrem em todos os tipos e níveis de planejamento”. (BAPTISTA, 2007, p.27). Quadro Síntese Processo Racional Fases Metodológicas Documentação Decorrente REFLEXÃO (RE) construção do objeto Estudo de Situação Estabelecimento de Prioridades Propostas Alternativas Proposta Preliminar Diagnóstico Estudo de Viabilidade Anteprojetos DECISÃO Escolha de Prioridades Escolha de alternativas Definição de objetivos e metas Planos Programas Projetos AÇÃO Implementação Implantação Execução Controle Roteiros Rotinas Normas/Manuais Relatórios RETOMADA DE REFLEXÃO Avaliação Retomada do processo Relatórios Avaliativos Novos planos, programas e projetos Quadro: Elaboração de Myrian Veras Baptista (2007, p.29) Implementação x Implantação Implementar segundo Baptista (2007, p.103) significa tomar providências concretas para a realização de algo planejado. Pode ser considerada como a busca, formalização e incorporação de recursos humanos, físicos, financeiros e institucionais que viabilizem o projeto, bem como a instrumentalização jurídico-administrativa do planejamento. Áreas de atuação: Política Administrativa Provimento de Recursos (financeiros, humanos e materiais) Implementar, portanto, diz respeito a busca das condições objetivas necessárias para a viabilização do que foi planejado, ação realizada para que o plano seja executado na realidade. Implantar (Executar) é segundo Baptista (2007, p.103) o momento do processo no qual a ideia antecipada no pensamento e explicitada na planificação transforma-se em ação efetiva. A implantação é a operação, nos espaços e nos prazos determinados, das ações previstas no planejamento, das ações previstas no planejamento. Diz respeito a efetivação na ação daquilo que foi planejado. Nesta fase se dá a instalação e o funcionamento do empreendimento. Fases Metodológicas segundo Danilo Gandin (1994) Marco Referencial O que queremos alcançar? Marco Situacional Marco Doutrinal Marco Operativo-Diagnóstico A que distância estamos do que queremos alcançar? Programação O que faremos em que prazo para diminuir a distância? 5. Planificação Processo de sistematização das decisões em documentos específicos. No processo de planejamento é o momento da elaboração de planos, programas e projetos. De acordo com Baptista (2007, p.97) ela “é realizada no momento em que, após a tomada de um conjunto de decisões, definidas em face de uma realidade determinada, inicia-se o trabalho de sistematização das atividades e dos procedimentos necessários para o alcance dos resultados previstos. Essas decisões são explicitadas, sistematizadas, interpretadas e detalhadas em documentos que representam graus decrescentes de níveis de decisão: planos, programas e projetos. Nesse momento também ocorre um processo de negociação das propostas nele contidas. Plano, Programas e Projetos Documentos que representam níveis decrescentes de decisão que se relacionam e se diferenciam quanto ao âmbito, grau de agregação de variáveis e detalhamento. Plano Deve ser formulado de forma clara e simples, a fim de nortear os demais níveis de propostas, sendo tomado como um marco de referência para estudos setoriais e/ou regionais, com vistas à elaboração de programas e projetos específicos. É tomado como um marco de referência para estudos setoriais e/ou regionais, com vistas à elaboração de programas e projetos específicos, dentro de uma perspectiva de coerência interna da organização e externa em relação ao contexto no qual ela se insere. No plano são sistematizados e compatibilizados recursos e metas, procurando otimizar o uso dos recursos da organização planejadora. Componentes Estruturais do Plano segundo Lozzano e Martin (apud BAPTISTA, 2007, p. 99-100): A síntese dos fatos e necessidades que o motivam e da importância da problemática para a instituição e para os grupos sociais que se beneficiarão do planejamento, fundamentado nela a formulação dos objetivos amplos da organização planejadora; A formulação explícita da política de prioridades e as razões para a escolha, destacando aspectos de viabilidade institucional, política, administrativa e técnica; O quadro ordenado, por itens, das mudanças a operar, quanto à expansão de diferentes níveis e modalidades de ação da organização, à estrutura e ao conteúdo dos setores e dos níveis de rendimento previstos; O quadro cronológico das metas ou resultados a atingir ao término do período ou das etapas previstas; Os tipos e a magnitude de recursos humanos, físicos e instrumentais indispensáveis, acompanhados, sempre que possível, de cronograma dos momentos de disponibilidade; O volume e a composição das inversões e gastos para todo o período e para cada fase; A especificação das fontes e/ou modalidades de financiamento; A previsão de mudanças legais, institucionais e administrativas indispensáveis para sua viabilidade; Atribuição das responsabilidades de execução, de controle e de avaliação dos resultados. Na medida em que o âmbito do plano abrange as execuções nos níveis de programa e projeto, o controle e avaliação da execução estão condicionados a um sistema de organização que permita o acompanhamento dos diferentes níveis de ação. Programa É, basicamente, um desdobramento do plano: os objetivos setoriais do plano irão constituir os objetivos gerais do programa. Permite projeções mais detalhadas à base de coeficientes e de informações mais específicas com relação aos diferentes níveis e modalidades e especificações de alcance setorial ou regional. Elementos Básicos do Programa (Baptista, 2007, p. 100-101) A síntese das informações sobre a situação a ser modificada com a programação; A formulação explícita das funções efetivamente consignadas aos órgãos e/ou serviços ligados ao programa, com responsabilidade em sua execução; A formulação de objetivos gerais e específicos em seu nível e explicitaçãode sua coerência com as políticas, diretrizes e objetivos da organização e de sua relação com os demais programas de mesmo nível; A estratégia e a dinâmica de trabalho a serem adotadas para a realização do programa; As atividades e os projetos que comporão o programa, suas atividades e os projetos que comporão o programa, suas inter-relações, incluindo a apresentação sumária de seus objetivos e de suas ações; Os recursos humanos físicos e materiais a serem mobilizados para a sua realização; A explicitação das medidas administrativas necessárias para sua implantação e manutenção. Projeto É a unidade elementar do processo sistemático de racionalização das decisões. Constitui-se da proposição de produção de algum bem ou serviço com emprego de técnicas determinadas, com o objetivo de obter resultados definidos em um determinado período de tempo e de acordo com um determinado limite de recursos. Qualidades esperáveis do projeto, segundo Baptista (2007, p. 102) Simplicidade e clareza na redação; Disposição gráfica adequada; Clareza e precisão nas ilustrações Objetividade e exatidão nas informações, na terminologia e nas especificações técnicas; Suficiência e Precisão: como guia para a ação, o projeto requer descrição adequada de cada operação; Abrangência, ou seja, o projeto deve se referir de forma exaustiva a todos os aspectos da estrutura da questão a que se destina; Ser compatível e coerente em suas relações entre as partes e em suas relações com os outros níveis da programação; Ter relação visível entre as operações previstas e o alcance dos resultados desejados, expressos nos objetivos; Apresentar limitação temporal e espacial O Plano é o documento que expressa o maior nível de agregação de decisões, e o projeto, por sua vez, apresenta o menor nível. O Projeto possui o maior grau de detalhamento, o plano, por sua vez possui o menor nível de detalhamento. De acordo com Myrian Veras Baptista (2007, p.98) “ quando o documento se refere a propostas relacionadas à estrutura organizacional por inteiro, consubstancia um plano; quando se dedica a um setor, a uma área ou a uma região, caracteriza-se como um programa; e, quando se detém no detalhamento de alternativas singulares de intervenção, é propriamente um projeto. O que significa que quanto maior o âmbito e menor o detalhe referido, mais o documento se caracteriza como um plano. Quanto menor o âmbito e maior o grau de detalhamento, mais ele tem características de projeto”. De acordo com Teixeira (2009) “ o planejamento é muitas vezes confundido com o plano, programa ou projeto, os quais são apenas os meios pelos quais o planejamento se expressa”. Teixeira (2009) estabelece a seguinte diferenciação entre planos, programas e projetos: Plano É o documento mais abrangente e geral, que contém estudos, análises situacionais ou diagnósticos necessários à identificação dos pontos a serem atacados, dos programas e projetos necessários, dos objetivos, estratégias e metas de um governo, de um Ministério, de uma Secretaria ou de uma Unidade. Programa É o documento que indica um conjunto de projetos cujos resultados permitem alcançar o objetivo maior de uma política pública. Projeto É a menor unidade do processo de planejamento. Trata-se de um instrumento técnico-administrativo de execução de empreendimentos específicos, direcionados para as mais variadas atividades interventivas e de pesquisa no espaço público e no espaço privado. Aspectos em comum segundo Friedmann Friedmann (1960) destaca que Plano, programa e projeto apresentam três dimensões essenciais para sua organização segundo a ordem necessária para sua efetivação, com previsão de correspondências interdependências e subordinação. DICA PARA CONCURSO Dentro do tema planejamento os concursos costumam cobrar bastante questões relacionadas a planificação. Estes, em sua maioria, exigem do candidato que este saiba diferenciar as definições dos documentos. Quando se tratar de um plano a questão pode trazer expressões como: grandes linhas; estudos situacionais; diagnósticos; grande âmbito de atuação. Quando se tratar de um programa a questão pode trazer expressões como: Setorização; Desdobramento do plano; Âmbito de atuação e grau de detalhamento intermediário. Quando se tratar de um projeto a questão pode trazer expressões como: Menor unidade do planejamento; instrumental mais próximo da execução. 6. Noções de Eficiência, Eficácia e Efetividade DICA PARA CONCURSO As questões de concurso envolvendo as noções de eficácia e efetividade basicamente trocam as definições, por isso é importante estabelecer palavras ou expressões chaves: Eficiência – A questão pode trazer expressões como: Ausência de desperdícios; uso econômico dos recursos; menor quantidade de recursos para produzir mais resultados; fazer as coisas de maneira adequada Eficácia – A questão pode trazer expressões como: Capacidade de realizar objetivos; fazer as coisas certas Efetividade - A questão pode trazer expressões como: Impacto; mudança na realidade social. Exemplo de questão (TJ-MA, IESES, 2009) Os critérios mais usuais de avaliação de uma ação planejada estão relacionados com a eficiência, a eficácia e a efetividade. Considere a resposta que materializa o conceito de eficiência. a) A eficiência deve analisar a adequação da ação para o alcance dos objetivos e das metas previstos no planejamento e o grau que os mesmos foram ou não alcançados. b) A eficiência diz respeito ao estudo dos impactos, verificação dos objetivos e avaliação dos impactos financeiros. c) A eficiência diz respeito, mais propriamente, ao estudo do impacto planejado sobre a situação e à adequação dos objetivos definidos. d) A eficiência incide diretamente sobre a ação desenvolvida. Tem por objetivo reestruturar a ação para obter, ao menor custo e ao menor esforço, melhores resultados. Resposta letra D. A noção de eficiência está relacionada a ideia de custo diz respeito a capacidade de utilizar produtivamente os recursos. Letra A – A definição diz respeito a eficácia Letra B - A definição diz respeito a efetividade Letra C - A definição diz respeito a efetividade 7. Planejamento Estratégico O planejamento estratégico é um estudo exploratório-descritivo acerca do referencial teórico-metodológico, de grande importância para a atuação do assistente social. Orientar e presidir as principais decisões de uma organização; Estabelecer os propósitos da organização; Definir os domínios de atuação da organização; Otimizar oportunidades e forças; Minimizar e eliminar ameaças e fraquezas; Diferenciar as tarefas gerenciais dos vários níveis hierárquicos da organização. O Planejamento estratégico segundo Teixeira (2009) “vem sendo entendido como a forma contemporânea de planificação”, na medida em que se desvaloriza o planejamento normativo buscando-se a superação do “enfoque de técnicas ou métodos, que, por si só, não permitia refletir e encaminhar ações no campo da estratégia política de gestão. Absorver a noção de estratégia implica, no caso das instituições governamentais e não governamentais, absorver um sentido político para a gestão pública, concebendo-se a unidade a ser gerida como uma unidade plural (não consensual), onde a inconformação está presente e a utopia é o horizonte. Além disso, a sociedade a quem se destinam as ações planejadas é também uma sociedade plural e multiétnica”. Atualmente, “enfrentando e absorvendo todas as críticas, retoma-se o planejamento para desvendar algumas de suas faces ocultas e de suas armadilhas, muito claras no planejamento tradicional, como o mito do instrumental técnico neutro, o mito do técnicoplanejador, o mito da previsão do futuro, etc., para inscrevê-lo como um exercício de liberdade e participação, necessário aos que governam e aos que não governam. É instrumento dos que querem tornar-se sujeitos e construir o presente e o futuro desde já, dos que não querem sucumbir às forças do acaso ou do mercado, ou à vontade estranha, ou aos desígnios dos donos do poder. O planejamento contemporâneo põe, claramente, no âmago de sua reflexão, o papel da estratégia no processo de tomada de decisões compartilhadas. Sendo válido destacar que “a categoria ‘estratégia’, além de conferir um sentido político para a gestão pública e para o planejamento, resgata a noção de combate”. Procedimentos relacionados ao ato de planejar: Identificação do “terreno” ou “cenário” em que se desenvolverá a ação e suas tendências. Identificação de “aliados”, “oponentes”, “interessados”, “neutros” e, em alguns casos, até “inimigos”, mapeando a natureza e consistência de seus vínculos. Identificação do perfil das forças em confronto, seus recursos, suas técnicas, suas alianças (em magnitude e qualidade), sua capacidade operacional. Identificação do tempo disponível (de luta). Planejamento Estratégico Situacional No Planejamento estratégico situacional formula-se o conceito de momentos para superar a ideia de “etapas”, considerada rígida, colocando o planejamento a partir de um enfoque dinâmico do seu processo. Desse modo se caracteriza pela permanente interação de seus momentos que são constantemente retomados. O Método PES prevê quatro momentos (Matus, 1993, 1994) para o processamento técnico-político dos problemas: os momentos explicativo, normativo, estratégico e tático-operacional. Momento Explicativo O momento explicativo equivale ao diagnóstico no planejamento normativo, sendo o momento de identificação, seleção (valorando, priorizando e escolhendo), descrição e explicação dos problemas, com a apresentação dos nós críticos. Sendo o Nó crítico a causa do problema. Momento Normativo É o desenho do deve ser, uma definição de como se acredita que deveria ser a realidade. Nesse momento o mais importante é estabelecer objetivos em relação a cada problema ou grupo de problemas. E na medida em que se estabeleceu os objetivos, devem-se estabelecer as metas e as linhas de ação para cada objetivo especifico. Ainda nesse momento são identificados e quantificados os recursos necessários a consecução das ações. Momento Estratégico Nesse momento realiza-se a análise de como as operações necessárias poder conflituosas do ponto de vista político, as exigências que podem ser impostas do ponto de vista econômico, ou, ainda se apresenta grandes demandas de tecnologia de elevada complexidade. As reflexões realizadas objetivam a construção da viabilidade para as proposições decorrentes do momento normativo. Momento Tático-Operacional Para Matus o plano se completa na ação. Apenas a ação muda a realidade e este agir faz parte do plano. Este é momento de executar o que foi planejado. É também o momento de monitorar as operações e avaliar continuamente. Momentos do Planejamento Estratégico na perspectiva prática Momento Explicativo Análise dos limites e possibilidades do ambiente externo e interno; identificação e seleção de problemas estratégicos, montagem de fluxos de explicação dos problemas, construção da árvore de resultados, a partir de uma situação-objetivo (o que se pretende alcançar) Momento Operacional Desenvolver ações como solução para cada Nó Crítico, desenho das operações que serão realizadas, definindo para cada uma dessas operações os recursos necessários, produtos esperados, resultados previstos, construção dos cenários possíveis onde o plano será executado, analisar a trajetória conjunto das operações em cada cenário e tentar reduzir a vulnerabilidade do plano. Momento Estratégico Análise dos atores envolvidos no Plano (seus interesses, motivações e poder em cada uma das operações e cenários imaginados), definição da melhor estratégia. Estabelecer um programa direcional para o plano, construir viabilidade estratégica para alcançar a Situação-objetivo Momento Tático-operacional Debate sobre as formas organizativas, cultura organizacional e modus operandi com vistas a garantia da execução do Plano. Temas desse momento (funcionamento da agenda de direção, sistema de prestação de contas, participação dos envolvidos, gerenciamento do cotidiano, sala de situações, análise sistemática da conjuntura). Exemplo de Questão sobre o Planejamento Estratégico Situacional em sua perspectiva prática. (INSS, 2016, Cespe/UNB Na perspectiva do planejamento estratégico situacional, o momento explicativo é representado pelo desenho de ações ou projetos específicos e pela definição dos produtos e resultados esperados. ERRADO. A questão descreve as ações realizadas no Momento Operacional e não as do Momento Explicativo que seriam: visualização dos limites e possibilidades tanto no ambiente interno quanto externo, identificação, seleção e explicação dos problemas, construção da árvore de resultados baseada no vislumbre da realidade que se deseja atingir) As quatro premissas do planejamento estratégico situacional Avaliação de Políticas Sociais 8. Histórico A avaliação de programas públicos e em particular de programas sociais, historicamente não se apresentou como uma preocupação do Estado. Os estudos para as melhorias técnicas das políticas públicas sempre estiveram mais voltados para o processo de planejamento do que para a implementação e avaliação. No entanto, com a crise dos anos 1980 as mudanças estruturais ocorridas em 1990 e com isso a agudização dos problemas sociais colocou-se “a necessidade crucial e urgente de se obter maior eficiência e maior impacto nos investimentos governamentais em programas sociais. A avaliação sistemática, contínua e eficaz desses programas pode ser um instrumento fundamental para se alcançar melhores resultados e proporcionar uma melhor utilização e controle dos recursos neles aplicados, além de fornecer aos formuladores de políticas sociais e aos gestores de programas dados importantes para o desenho de políticas mais consistentes e para a gestão pública mais eficaz”. (COSTA; CASTANHAR, 2003, p. 271) 9. Definição Segundo Costa e Castanhar (2003) a definição de avaliação não apresenta grandes divergências, que segundo a UNICEF (1990) “trata-se do exame sistemático e objetivo de um projeto ou programa, finalizado ou em curso, que contemple o seu desempenho, implementação e resultados, com vistas à determinação de sua eficiência, efetividade, impacto, sustentabilidade e a relevância de seus objetivos” (COSTA; CASTANHAR, 2003, p. 972). Lima Junior et all apud Figueiredo e Figueiredo (1986, p.) define avaliação como "a análise crítica do programa (política) com o objetivo de apreender, principalmente, em que medida as metas estão sendo alcançadas, a que custo, quais os processos ou efeitos colaterais que estão sendo ativados (previstos ou não previstos, desejáveis ou não desejáveis) indicando novos cursos de ação mais eficazes" Segundo Aguilar e Ander-Egg (1994), a avaliação é uma forma de pesquisa social aplicada, sistemática, planejada e dirigida; destinada a identificar, obter e proporcionar de maneira válida e confiável dados e informações suficientes e relevantes para apoiar um juízo sobre o mérito e o valor de diferentes componentes de um programa (tanto na fase de diagnóstico, programação e execução) ou de um conjunto de atividades específicas que se realizam, foram realizadas ou se realizarão, com o propósito de produzir efeitos e resultados concretos; comprovando a extensão e o grau em que se deram estas conquistas, de tal forma que sirva de base ou para a tomadade decisões racional e inteligente entre cursos de ação, ou para solucionar problemas e promover o conhecimento e a compreensão dos fatores associados ao êxito ou fracasso de seus resultados. 10. Metodologia Segundo Figueiredo e Figueiredo (1986) a avaliação utiliza os métodos próprios da pesquisa social, destacadamente: Pesquisa de populações por amostragem; Análise de dados agregados; Análise de conteúdo; Observação participante. A ESCOLHA DO MÉTODO: Condicionada aos objetivos da avaliação. A ênfase encontra-se no estabelecimento de CONEXÕES LÓGICAS entre: Os objetivos da avaliação, os critérios de avaliação e os modelos analíticos. Tais conexões devem ser capazes de oferecer uma resposta à pergunta: a política ou programa social sob observação foi um sucesso ou um fracasso? 11. Critérios da Avaliação De acordo com Costa e Castanhar (2003) critérios são medidas de aferição dos resultados obtidos, não havendo um consenso na literatura sobre eles. Costa e Castanhar (2003) destacam os critérios listados no manual do Unicef que são os seguintes: Eficiência Significa a menor relação custo/benefício possível para o alcance dos objetivos estabelecidos no programa. Eficácia Medida do grau em que o programa atinge seus objetivos e metas. Impacto (ou Efetividade) Indica se o projeto tem efeitos positivos no ambiente externo em que interveio, em termos técnicos, econômicos, socioculturais, institucionais e ambientais. Sustentabilidade Mede a capacidade de continuidade dos efeitos benéficos alcançados através do programa social após o seu término Análise custo-efetividade Comparação de formas alternativas da ação social para a obtenção de determinados impactos, para ser selecionada, aquela atividade/projeto que atenda os objetivos com o menor custo. Satisfação do beneficiário Avalia a atitude do usuário em relação a qualidade do atendimento que está recebendo do programa. Equidade Procura avaliar o grau em que os benefícios de um programa estão sendo distribuídos de maneira justa e compatível com as necessidades do usuário. 12. Modalidades de avaliação ASPECTO COMUM: Toda e qualquer avaliação é necessariamente um julgamento, consiste em atribuir um valor (positivo ou negativo / aprovando ou desaprovando) a partir de um determinado critério de justiça estabelecido. Avaliação Política De acordo com Figueiredo e Figueiredo (1986) por avaliação política entende- se “ análise ou elucidação do critério ou critérios que fundamentam determinada política: as razões que a tornam preferível a qualquer outra: Segundo Arretche (2001) nessa modalidade de avaliação pode ser enfatizada tanto o caráter político decisório que implicou na adoção de uma dada política, quanto os valores e critérios políticos identificados. Por não objetivar analisar a engenharia institucional nem tampouco os seus resultados prováveis essa modalidade de avaliação prescinde do exame da operacionalidade concreta ou da implementação do programa sob análise, pois sua análise centra-se no exame dos pressupostos e fundamentos políticos de um determinado curso de ação pública. Análise de Políticas Públicas Segundo Arretche (2001) o exame da engenharia institucional e dos traços constitutivos dos programas. Qualquer política pública pode ser formulada e implementada de diversos modos. A análise de políticas públicas busca reconstituir estas diversas características, de forma a apreendê-las em um todo coerente e compreensível. Ou melhor dizendo, de forma a dar sentido e entendimento ao caráter errático da ação pública Avaliação de Políticas Públicas Segundo Arretche (2001) ainda que a análise da engenharia institucional possa atribuir resultados prováveis a uma dada política pública somente a avaliação de política pública pode estabelecer uma relação de causalidade entre um dado programa e um dado resultado. Particularidade da Avaliação de Políticas Públicas Consiste na adoção de métodos e técnicas de pesquisa que permitam estabelecer uma relação de causalidade entre um programa x e um resultado y, ou ainda, que, na ausência do programa x, não teríamos o resultado y. 13. Avaliação x Pesquisa A avaliação e pesquisa, segundo Faria (2001, p.42) apresentam muitas afinidades e podemos mencionar entre outras, o conteúdo substantivo dos fenômenos estudados; as técnicas de coleta, organização e análise de dados; e a utilização de resultados. Especificidades da Avaliação em três dimensões (FARIA, 2001, p.42): Do ponto de vista metodológico A avaliação é uma atividade que obtém, combina e compara dados de desempenho com um conjunto de metas escalonadas Do ponto de vista de sua finalidade A avaliação responde a questões sobre a eficácia/efetividade dos programas e, neste sentido, sua tarefa é julgar e informar Do ponto de vista de seu papel A avaliação detecta eventuais falhas e afere os méritos dos programas durante sua elaboração. Neste sentido, sua tarefa é formativa, permitindo a correção ou confirmação de rumos. Pesquisas orientadas para decisão Pesquisas orientadas para conclusão São aquelas que oferecem subsídios para formuladores e implementadores de políticas e programas. São aquelas que surgem do interesse teórico dos pesquisadores e têm por finalidade primordial submeter à prova hipóteses explicativas de determinados fenômenos. Quadro: elaboração a partir do texto Avaliação de Programas Sociais: Evoluções e Tendências de Regina M. Faria (p. 43) 14. Tipos de Avaliação Tipos de avaliação segundo Figueiredo e Figueiredo (1986) As pesquisas de avaliação se enquadram em dois tipos básicos: Avaliação de Processo e Avaliação de Impactos Avaliação de Processos – Visa a aferição da eficácia, verificar em que medida o programa ou projeto está sendo implementado de acordo com a diretrizes previamente estabelecidas, o alcance das metas. Sua importância deriva da impossibilidade de antever os possíveis entraves de uma dada política antes de sua execução No âmbito da avaliação de processos temos três tipos: Avaliação de metas ou resultados; Avaliação de meios-metodologia de implantação; Avaliação de relação custo/benefício e/ou custo/resultado. Avaliação de metas ou resultados; A avaliação de metas talvez seja o tipo mais simples e comum, e o mais difundido. Em geral é feita pelos próprios órgãos encarregados da execução da política. O critério de sucesso usado é o da eficácia objetiva, isto é, se as metas atingidas são iguais, superiores ou inferiores às metas propostas. O modelo analítico empregado para a aferição do sucesso ou fracasso do programa consiste em medir se a diferença entre a meta atingida e a proposta está dentro de limites toleráveis. Estes limites ditam a faixa do sucesso/fracasso da política. Avaliação de meios-metodologia de implantação; Em pesquisas com este objetivo temos três critérios de eficácia: Funcional, Administrativa e Contábil. Quando a intenção da avaliação está na moralidade executória, os critérios da eficácia administrativa e contábil são os usados. Nestes casos os modelos analíticos de aferição são os de auditoria. No caso da intenção instrumental o critério adequado é o da eficácia funcional, cujos modelos analíticos são construídos para aferir se os meios e a metodologia de implantação do programa estão sendo empregados de acordo com as estratégias previamente definidas. Avaliação de relação custo/benefício e/ou custo/resultado. Os estudos de avaliação que visam estabelecer relação ótima entre os custos da implantação de uma política e os benefícios derivados de seus resultados são efetivamente os menos utilizados na avaliação de políticas sociais. Avaliação de Impacto - diz respeito aos efeitos do programa sobre a população-alvo e tem, subjacente,a intenção de estabelecer uma relação de causalidade entre a política e as alterações nas condições sociais. Tipos de avaliação segundo Costa e Castanhar (2003) Avaliação de Meta (realização de produção ou de produtos) É o tipo mais tradicional e tem como propósito medir o grau de êxito que um programa obtém com relação ao alcance de metas previamente estabelecidas. Metas do programa são os produtos mais imediatos (ou concretos) que dele decorrem. Essa modalidade de avaliação pressupõe que se atribuam valores a um conjunto de metas, definindo-se o êxito relativo do programa em função do grau em que tais metas tenham sido cumpridas. Trata-se, portanto, de uma avaliação ex-post facto, ou seja, requer que o programa (ou uma etapa do mesmo) tenha sido concluído para se poder avaliá-lo. Entre as principais limitações desse tipo de avaliação, pode-se citar: a dificuldade de especificar as metas de forma precisa; a existência de várias metas; a seleção de metas a serem incluídas no processo de avaliação; mudanças nas metas ao longo da própria execução do programa. Avaliação de Impacto (alcance do propósito ou missão) A avaliação de impacto procura identificar os efeitos produzidos sobre uma população-alvo de um programa social. Busca-se verificar não apenas se as atividades previstas foram executadas, como também se os resultados finais que se esperavam foram igualmente alcançados. O foco desse tipo de estudo é, em síntese, detectar mudanças nas condições de vida de um grupo-alvo ou de uma comunidade, como resultado de um programa e em que medida as mudanças ocorreram na direção desejada. O problema central a investigar nesse caso é a efetividade do programa e, para conseguir esse intento, se recorre a mecanismos que permitam estabelecer relações causais entre as ações de um programa e o resultado final obtido. O objetivo desse tipo de avaliação pode ser definido como sendo o de identificar os efeitos líquidos de uma intervenção social. À semelhança da avaliação de metas, descrita anteriormente, essa abordagem é realizada após o encerramento do programa ou de etapas do mesmo. Avaliação de Processos Essa modalidade de avaliação investiga de forma sistemática o desenvolvimento de programas sociais com o propósito de: medir a cobertura do programa social; estabelecer o grau em que está alcançando a população beneficiária; e, principalmente, acompanhar seus processos internos. Seu objetivo é detectar possíveis defeitos na elaboração dos procedimentos, identificar barreiras e obstáculos à sua implementação e gerar dados importantes para sua reprogramação, através do registro de eventos e de atividades. Assim, o uso adequado das informações produzidas durante o desenvolvimento do programa permite introduzir mudanças no seu conteúdo durante a própria execução. Ao contrário, portanto, dos enfoques anteriores, essa modalidade de avaliação se realiza simultaneamente com o desenvolvimento do programa, sendo também chamada de avaliação formativa. Tipos de avaliação segundo Marta Arretche (2001) Avaliação de Eficiência Entende-se a avaliação da relação entre o esforço empregado na implementação de uma dada política e os resultados alcançados Avaliação de Eficácia Entende-se a avaliação da relação entre os objetivos e instrumentos explícitos de um dado programa e seus resultados efetivos. A avalição de eficácia é seguramente a mais usualmente aplicada nas avaliações correntes de políticas públicas. Esse tipo de avaliação pode ser realizada a partir de dois enfoques: -Metas propostas e metas alcançadas -Instrumentos propostos e instrumentos efetivamente empregados. Avaliação de Efetividade Entende-se o exame da relação entre a implementação de um determinado programa e seus impactos e/ou resultados, isto é, seu sucesso ou fracasso em termos de uma efetiva mudança nas condições sociais prévias da vida das populações atingidas pelo programa sob avaliação. Nas avaliações de efetividade, a maior dificuldade metodológica não consiste em distinguir produtos de resultados. De fato, a principal dificuldade metodológica consiste precisamente em demonstrar que os resultados encontrados (sejam eles no sentido do sucesso ou do fracasso) estão causalmente relacionados aos produtos oferecidos por uma dada política sob análise. Por esta razão, estudos confiáveis sobre efetividade dos programas são muito difíceis, e mesmo raros; Tipos de Avaliação segundo Regina M. Faria (2001) O primeiro conhecido como ex-ante, consiste no levantamento das necessidades e estudos de factibilidade que irão orientar a formulação e o desenvolvimento do programa. Inclui a definição de seus objetivos, âmbito de aplicação, caracterização dos beneficiários e suas necessidades (p.44); O segundo inclui atividades destinadas ao acompanhamento e monitoramento dos programas. Em geral, esse tipo de avaliação busca a adequação entre o plano e sua execução. Trata-se de avaliar a eficiência. É o fazer certo as coisas certas, posto que a atividade de monitoramento permite intervir no processo da execução, corrigindo os rumos cada vez que desvios são detectados (p.44); O terceiro pode ser identificado como avaliação formativa, avaliação de processo ou de eficácia e tem por objetivo fazer as coisas certas. A essência do trabalho do avaliador é acompanhar, observar e testar o ‘desempenho’ do programa para aprimorá-lo. Este acompanhamento inclui o diagnóstico das eventuais falhas dos instrumentos, procedimentos, conteúdos, bem como da adequação do público-alvo e do impacto do programa, aumentando sua adequação aos seus objetivos e metas (p.45); O quarto conjunto é identificado como avaliação somativa de resultado, ou ex-post. Envolve estudos comparativos entre programas rivais, subsidia a decisão e avalia, principalmente a maior ou menor efetividade de diferentes ‘tratamentos’ oferecidos ao grupo-alvo. Seu objetivo é permitir a melhor escolha do programa para alcançar as metas de média e longo prazos (p. 45). Crítica realizada por Boschetti (2009) A autora crítica a grande preocupação de muitos autores em tipificar a avaliação e enfatizar os métodos e técnicas adequadas na sua condução afirmando que “mais que conhecer e dominar tipos e métodos de avaliação ou diferenciar análise e avaliação, é fundamental reconhecer que as políticas sociais têm um papel imprescindível na consolidação do Estado democrático de direito e que, para exercer essa função, como seu objetivo primeiro, devem ser entendidas e avaliadas como um conjunto de programas, projetos e ações que devem universalizar direitos. Para tanto, toda e qualquer avaliação de políticas sociais (ou de programas e projetos) deve se sobrepor à mera composição de técnicas e instrumentos, e se situar no âmbito da identificação da concepção de Estado e de política social que determina seu resultado”. Afirma ainda que essas avaliações com abordagem mais tecnicista, não analisando as políticas sociais como formas de garantia de direitos e o dever do Estado em sua provisão “não consideram que a relação custo-benefício não pode se aplicar às políticas sociais públicas com o rigor e intencionalidade com que se aplica ao mercado, visto que seu objetivo não é (e não deve ser) o de atender o maior número de pessoas com o menor dispêndio e recursos. Ao contrário, a avaliação de políticas sociais públicas deve ser orientada pela intencionalidade de apontar em que medida as políticas e programas sociais são capazes e estão conseguindo expandir direitos, reduzir a desigualdade social e propiciar a equidade. Crítica a abordagem sequencial segundo Boschetti (2009) A abordagem sequencial “trata as políticas sociais como um conjunto de ações que possuem início, meio e fim, e não como processo de formulação,execução e consolidação de direitos e serviços sociais que devem ser permanentes e universais” A abordagem sequencial “explica as políticas sociais como sucessão linear de ações que, invariavelmente, seguiriam as seguintes etapas: a) identificação do problema (construção da agenda com base nas demandas); b) formulação de objetivos adaptados ao problema identificado; c) tomada de decisão; d) implementação/execução; e) avaliação de processo e/ou impacto; f) extinção ou manutenção da política, em decorrência da avaliação. Alguns autores consideram que “a abordagem sequencial tem a vantagem de propor um quadro de análise simples, que atribui ordem ao complexo processo de ações e decisões no campo da formulação, implementação e avaliação de políticas sociais, os limites da abordagem sequencial, contudo, são muito mais expressivos: a) apresenta visão linear e etapista, não considerando a complexidade dos fenômenos sociais e do processo de construção de respostas às questões sociais; b) postura teórica simplista, que concebe as políticas sociais como instrumentos de resolução de problemas individuais; c) supervaloriza as funções das políticas sociais e desconsidera que o enfrentamento das desigualdades sociais é muito mais complexo e se situa no âmbito da estrutura econômica e social” (MULLER; SUREL, 1998). 15. Avaliação Participativa Segundo Carvalho (2001) o surgimento da avaliação participativa guarda estreita vinculação com a pesquisa-ação e, por causa disso apresenta propósitos, princípios, procedimentos e estratégias semelhantes as utilizadas nesse tipo de pesquisa. Apresenta como eixo metodológico fundante: o envolvimento e participação dos formuladores, gestores, implementadores e beneficiários no próprio processo avaliativo. Apresenta como objetivos centrais: Incorporar os sujeitos implicados nas ações públicas – decisores, implementadores, beneficiários e outros agentes sociais envolvidos direta ou indiretamente nas decisões e impactos destas ações Desencadear um processo de aprendizagem social 16. Indicadores Sociais Definição De acordo com Januzzi (2009, p.22) “os indicadores sociais são medidas usadas para permitir a operacionalização de um conceito abstrato ou demanda de interesse programático na área social. Os indicadores apontam, indicam, aproximam, traduzem em termos operacionais as dimensões sociais de interesse definidas a partir de escolhas teóricas ou políticas realizadas anteriormente. Eles se prestam a subsidiar as atividades de planejamento público e a formulação de políticas sociais nas diferentes esferas de governo, possibilitam o monitoramento das condições de vida e bem-estar da população por parte do poder público e sociedade civil e permitem o aprofundamento da investigação acadêmica sobre a mudança social e sobre os determinantes dos diferentes fenômenos sociais. Um indicador busca através de um número retratar determinado aspecto da realidade social”. Costa e Castanhar (2003) trazem algumas exemplificações sobre Tipos de Indicadores: Segundo Schwartzman Simples Aqueles que são expressos em termos absolutos De desempenho Aqueles que requerem um padrão ou um objetivo para comparação e são relativos Gerais Aqueles que são gerados fora da instituição (ou programa), com base em estatísticas gerais ou em opiniões de especialistas Segundo Rob Vos Indicadores de Resultado Refletem os níveis de satisfação de necessidades básicas alcançados Indicadores de Insumo Referem-se aos meios (recursos) disponíveis para se obter um determinado padrão de vida. Indicadores de acesso Identificam os determinantes que permitem tornar efetiva (e em que grau) a utilização de recursos disponíveis para atender determinadas necessidades básicas. Propriedades dos Indicadores Relevância para discussão da agenda da política social; Confiabilidade dos dados usados na sua construção; Validade em representar o conceito indicado; Ter um grau de cobertura populacional adequado aos propósitos a que se presta; Sensibilidade às políticas públicas implementadas; Especificidade a efeitos de programas setoriais; Inteligibilidade para os agentes e públicos-alvo das políticas; Comunicabilidade; Atualizável periodicamente, a custos factíveis; Desagregabilidade em termos geográficos, sócio demográficos e Socioeconômicos; Historicidade para possibilitar comparações no tempo. Quadro: Elaboração a partir do texto de Paulo Januzzi (2012, p. 35) 17. Monitoramento De acordo com Garcia (2000, p.33) monitoramento é o “processo sistemático e contínuo que, produzindo informações sintéticas e em tempo eficaz, permite a rápida avaliação situacional e a intervenção oportuna que confirma ou corrige as ações monitoradas” Itens Monitoramento Avaliação Frequência Regular Episódica Ação principal Acompanhamento/vigilância Apreciação, Julgamento Propósito Principal Melhorar eficiência, ajustar plano de trabalho Melhorar efetividade, impacto e programação futura Foco Insumos, produtos, processos, efeitos, plano de trabalho Efetividade, relevância, impacto, custo- Efetividade, Fontes de informação Sistemas regulares, sítios sentinelas, observação, relatórios progresso, apreciações As mesmas, mais estudos e pesquisas específicas Realizados por Gerentes e coord. de programas, comunidade (beneficiários), supervisores, Financiadores. Gerentes e coordenadores de programas, supervisores, financiadores, avaliadores externos, comunidade (beneficiários) Informa a Gerentes e coordenadores de programas, técnicos e comunidade (beneficiários), supervisores, financiadores Gerentes e coordenadores de programas, supervisores, financiadores, tomadores de decisão, beneficiários, comunidade FONTE: BUVINICH, Manuel Rojas. Ferramentas para o monitoramento e avaliação de programa Tipos de Monitoramento Estratégico – baseado em medidas de desempenho relacionadas ao cumprimento da missão institucional Gerencial - voltado ao acompanhamento de metas e prazos de ações Analítico – “exercício sistemático de análise de séries temporais de indicadores de esforços e de processos” (JANUZZI, 2011, p.57) Conceitos Importantes relacionados a temática da Avaliação Abordagem Qualitativa Busca descrever significados que são socialmente construídos, e por causa disso é definida como subjetiva. Apresenta características não estruturadas, abordando o contexto e as interações nele estabelecidas. A partir da coleta de dados qualitativos obtém-se respostas semiestruturadas ou não-estruturadas. As técnicas de análise são indutivas, orientadas pelo processo, e os resultados não são generalizáveis. A abordagem qualitativa não deve ser confundida com a avaliação da qualidade dos serviços que foi desenvolvida por Avedis Donabedian que se ancora em dados quantitativos e adota os sete pilares da qualidade: otimização, eficácia, efetividade, eficiência, equidade, legitimidade e aceitabilidade. Abordagem Quantitativa Busca descrever significados que são considerados inerentes ao objeto e atos, e por causa disso é definida como objetiva. Apresenta como característica uma abordagem focalizada, pontual e estruturada, utilizando dados quantitativos, sendo a coleta de dados realizada através da obtenção de respostas estruturadas. As técnicas de análise são dedutivas e orientadas pelos resultados, sendo os resultados generalizáveis. Abordagem Pluralista É a tendência atual, na medida em que se busca um tipo de avaliação que não apenas mensure quantitativamente benefícios ou malefícios de um programa ou ação, mas que também qualifique decisões, processos, resultados e impactos sociais. (ALMEIDA, 2005). Avaliação de DesempenhoRefere-se ao que se faz com relação a uma política, programa ou projeto. Compreende dois subtipos: Desempenho Institucional - tem como finalidade apreciar em que medida uma instituição realiza a missão que lhe foi atribuída, mediante a consecução dos seus objetivos e o cumprimento de suas metas. Desempenho Individual ou Pessoal - destina-se a averiguar em que medida cada indivíduo em uma instituição cumpre suas atribuições e contribui para o alcance dos objetivos e metas da instituição. Também focaliza a produtividade do desempenho pessoal e a qualidade dos serviços prestados. (RUA, 2010). Avaliação de Marco Zero A Avaliação Marco Zero ocorre antes da instalação de um determinado programa e serve para orientar a equipe responsável por ele no planejamento das ações, garantindo o máximo de proximidade às reais necessidades e expectativas dos futuros usuários. Serve também para a formação de um banco de dados inicial sobre o contexto e as necessidades e condições básicas do público a ser servido pelo programa, que possibilitará o estabelecimento de parâmetros para orientar futuras comparações dos resultados alcançados pelo programa. (Chianca, Marino e Schiesari, 2005) Avaliação Matriz Destina-se a identificar os pontos fortes e as fraquezas de uma intervenção. A informação coletada refere-se ao desenho e implementação da política/programa ou projeto, de modo a julgar a sua eficácia. O objetivo é verificar se alguma mudança é necessária a fim de aperfeiçoar a política/programa/projeto. Pode ser realizada como monitoramento ou a posteriori, periodicamente. (RUA, 2010) Avaliação Multicêntrica Corresponde a uma forma de avaliação realizada em diversos locais por meio de estudos experimentais, em larga escala, de grandes programas sociais. Avaliação por triangulação de métodos Os dois aspectos principais são a busca da apreensão das dimensões objetivas e subjetivas e a superação da falsa dicotomia entre o sujeito e o objeto da pesquisa. Pode combinar métodos e fontes de coleta de dados qualitativos e quantitativos (entrevistas, questionários, observação e notas de campo, documentos, além de outras), assim como diferentes métodos de análise dos dados: análise de conteúdo, análise de discurso, métodos e técnicas estatísticas descritivas e/ou inferenciais, etc. Seu objetivo é contribuir não apenas para o exame do fenômeno sob o olhar de múltiplas perspectivas, mas também enriquecer a nossa compreensão, permitindo emergir novas ou mais profundas dimensões. Ela contribui para estimular a criação de métodos inventivos, novas maneiras de capturar um problema para equilibrar com os métodos convencionais de coleta de dados. (MINAYO et all, 2005) Marco Lógico O marco lógico é uma ferramenta para facilitar o processo de conceptualização, elaboração, execução e avaliação de projetos. Seu objetivo é dar estrutura ao processo de planejamento e informação essencial relativa ao projeto. Pode ser utilizado em todas as etapas de preparação do projeto: programação, identificação, orientação, análise, apresentação perante os comitês de revisão, execução e avaliação ex-post. (BANCO MUNDIAL, 2004). Questões Comentadas 1. Defensoria Pública da União - DPU 2016 Cargo: Analista Judiciário - Área Apoio Especializado - Especialidade: Serviço Social Banca: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB (CESPE) No processo de planejamento, o programa consiste em um documento mais abrangente e geral, que contém estudos, análises situacionais ou diagnósticos necessários à identificação dos pontos a serem atacados. C. Certo E. Errado Gabarito: ERRADO Comentário: O Plano é o documento mais abrangente do processo de planejamento Programa é um documento intermediário que expressa a setorização do plano Projeto é a menor unidade do processo de planejamento Nível de agregação de decisões (abrangência) Plano > Programa > Projeto Nível de detalhamento Projeto > Programa > Projeto 2. Defensoria Pública da União - DPU 2016 Cargo: Assistente Social Banca: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB (CESPE) A estratégia incorporada pelo planejamento estratégico relaciona-se à noção de mobilização, de negociação, de movimento, de manejo de técnicas e recursos e dos meios necessários para se enfrentar uma situação complexa. C. Certo E. Errado Gabarito: CERTO Comentário: Segundo Teixeira (2009, p. 559) O planejamento estratégico absorve a categoria estratégia e lhe dá visibilidade por agregar ao processo a noção de mobilização, de negociação, de movimento, de manejo de técnicas, recursos, enfim, todos os meios táticos para enfrentar os oponentes ou uma situação complexa. 3. Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão - MPOG 2015 Cargo: cargo 16 Assistente Social Banca: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB (CESPE) A respeito da avaliação que consta nos processos de planejamento, implementação e monitoramento de serviços e instituições, julgue os itens que se seguem. As avaliações de impacto são consideradas tecnicamente simples, com baixo custo e abordam os efeitos de uma intervenção de curto prazo. C. Certo E. Errado Gabarito: ERRADO Comentário: Avaliações de impacto são consideradas complexas onde “a principal dificuldade metodológica consiste precisamente em demonstrar que os resultados encontrados (sejam eles no sentido do sucesso ou do fracasso) estão causalmente relacionados aos produtos oferecidos por uma dada política sob análise. Por esta razão, estudos confiáveis sobre efetividade dos programas são muito difíceis, e mesmo raros” (ARRETCHE, 2001). 4. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) 2008 Cargo: Atividade Técnica Complexidade Intelectual Banca: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB (CESPE) Julgue os itens seguintes, relativos às atividades de avaliação, monitoramento e controle de políticas sociais. Avaliação e o monitoramento se confundem na medida em que o objetivo de ambas se restringe ao estudo dos resultados das atividades de gestão. C. Certo E. Errado Gabarito: ERRADO Comentário: Monitoramento e avaliação são complementares, sendo o monitoramento necessário para uma avaliação bem realizada. No entanto, o monitoramento não é suficiente para a avaliação, a avaliação precisa de complementação de outras fontes. 5. Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão - MPOG 2015 Cargo: cargo 16 Assistente Social Banca: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB (CESPE) No que se refere ao planejamento como processo técnico-político, julgue os próximos itens. O plano delineia as decisões de caráter geral do sistema, suas linhas políticas, suas estratégias, suas diretrizes e responsabilidades, e o programa é a setorização do plano, já que detalha, por setor, a política, as diretrizes e as medidas instrumentais. C. Certo E. Errado Gabarito: CERTO Comentário: De acordo com Myrian Vera Baptista (2007, p. 99) O Plano delineia as decisões de caráter geral do sistema, suas grandes linhas políticas, suas estratégias, suas diretrizes e precisa suas responsabilidades. O Programa é o documento que detalha por setor, a política, diretrizes, metas e medidas instrumentais. É a setorização do plano. 6. Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão - MPOG 2015 Cargo: cargo 16 Assistente Social Banca: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB (CESPE) No que se refere ao planejamento como processo técnico-político, julgue os próximos itens. A sintonia da gestão pública democrática com o planejamento estratégico pode ser explicada pela necessidade de se ultrapassar a democracia representativa, combinando-a com a democracia participativa ou direta. C. Certo E. Errado Gabarito: CERTO Comentário: De acordo com Teixeira (2009) O planejamento estratégicovem sendo entendido como a forma contemporânea da planificação. Os estudos permitiram que a temática do planejamento pudesse ressurgir com renovada importância no contexto sociopolítico e institucional, nos níveis local, estadual, nacional e mundial, quer no âmbito da Administração Pública, quer no do setor privado. Sabe-se que a gestão pública democrática sintoniza com o planejamento estratégico. Primeiro, porque tende a romper, nas organizações, com as hierarquias verticais rígidas de comando, promovendo um tipo de comunicação horizontal intensiva (colegiada). Segundo, porque busca ultrapassar a democracia representativa, combinando-a com a democracia participativa ou direta. 7. Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão - MPOG 2015 Cargo: cargo 16 Assistente Social Banca: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB (CESPE) No que se refere ao planejamento como processo técnico-político, julgue os próximos itens. O planejamento — como processo permanente e metódico de abordagem racional e científica — supõe uma ação contínua sobre um conjunto de situações em determinado momento histórico. C. Certo E. Errado Gabarito: CERTO Comentário: De acordo com Myrian Veras Baptista (2007, p. 13) O termo “planejamento”, na perspectiva lógico-racional, refere-se ao processo permanente e metódico de abordagem racional e científica de questões que se colocam no mundo social Enquanto processo permanente, supõe ação contínua sobre um conjunto dinâmico de situações em um determinado momento histórico. Como processo metódico de abordagem racional e científica, supõe uma sequência de atos decisórios, ordenados em momentos definidos e baseados em conhecimentos teóricos, científicos e técnicos. 8. Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão - MPOG 2015 Cargo: cargo 16 Assistente Social Banca: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB (CESPE) No que se refere ao planejamento como processo técnico-político, julgue o próximo item. Os personagens centrais do processo de planejamento atual, diferentemente do planejamento tradicional, são os profissionais envolvidos na operacionalização dos planos e projetos. Gabarito: ERRADO Comentário: De acordo com Myrian Veras Baptista "é importante enfatizar que, enquanto no planejamento tradicional perdia-se a referência concreta ao sujeito - a população entrava como "usuária", "demandante", "clientela", mas nunca como ser histórico-, no planejamento agora proposto a população é personagem central do processo. (BAPTISTA, 2007, p. 21) 9. Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina- TJ-SC 2015 Cargo: Assistente Social Banca: Fundação Getúlio Vargas (FGV) Segundo Teixeira (2009: 2-3), “(...) a formulação de políticas sociais, com as atuais exigências de democratização do espaço público, tende a atravessar o espaço estatal e civil da sociedade brasileira, deixando de ser cada vez mais decisão adstrita ao âmbito da gestão e do poder. Cabe, entretanto, a gestores e técnicos, processar teórica, política e eticamente as demandas sociais, dando-lhes vazão e conteúdo no processo de planejamento e gestão, orientando a sua formatação e execução. Não bastam pronunciamentos políticos gerais e abstratos que afirmem intenções sociais. É necessário que sejam materializadas por meio de um cuidadoso processo de planejamento institucional, com alcance capilar, indicando desde concepções globais até ações (na ponta), de execução de políticas públicas.” Em consonância com os princípios do Projeto Ético Político hegemônico na profissão, o planejamento é legítimo apenas quando é: A) um instrumental técnico neutro; B) atribuição executada por um técnico governamental; C) capaz de prever o futuro; D) desenvolvido em instituições públicas; E) um exercício de liberdade e participação da sociedade. Gabarito: E Comentário: De acordo com Teixeira (2009) hoje, enfrentando e absorvendo todas as críticas, retoma-se o planejamento para desvendar algumas de suas faces ocultas e de suas armadilhas, muito claras no planejamento tradicional, como o mito do instrumental técnico neutro, o mito do técnico planejador, o mito da previsão do futuro, etc., para inscrevê-lo como um exercício de liberdade e participação, necessário aos que governam e aos que não governam. É instrumento dos que querem tornar-se sujeitos e construir o presente e o futuro desde já, dos que não querem sucumbir às forças do acaso ou do mercado, ou à vontade estranha, ou aos desígnios dos donos do poder. O planejamento contemporâneo põe, claramente, no âmago de sua reflexão, o papel da estratégia no processo de tomada de decisões compartilhadas. 10. Tribunal de Justiça do Estado da Bahia – TJ-BA 2015 Cargo: Analista Judiciário - Assistente Social Banca: Fundação Getúlio Vargas (FGV) Dentre as formas atuais de planificação, o planejamento estratégico é aquele que vem sendo defendido no âmbito das políticas públicas porque insere: A) uma delimitação entre as instituições e os movimentos sociais; B) o instrumental técnico neutro; C) uma hierarquização vertical de comando; D) a democracia representativa; E) um sentido político para a gestão pública. Gabarito: E Comentário: Segundo Teixeira (2009, s/p) absorver a noção de estratégia implica, no caso das instituições governamentais e não governamentais, absorver um sentido político para a gestão pública, concebendo-se a unidade a ser gerida como uma unidade plural (não consensual), onde a inconformação está presente e a utopia é o horizonte. Além disso, a sociedade a quem se destinam as ações planejadas é também uma sociedade plural e multiétnica. Sabe-se que a categoria “estratégia”, além de conferir um sentido político para a gestão pública e para o planejamento, resgata a noção de combate. A partir dela, pode-se reconhecer as instituições como trincheiras específicas de luta, naturalmente, com mediações. 11. Tribunal de Justiça do Estado da Bahia – TJ-BA 2015 Cargo: Analista Judiciário - Assistente Social Banca: Fundação Getúlio Vargas (FGV) As políticas sociais assumem grande relevância no século XX, com sua expansão crescente em termos de direitos para a classe trabalhadora. Nesse sentido, para Boschetti (2009), qualquer avaliação de políticas, programas ou projetos sociais pelo assistente social deve: A) partir de uma equipe multiprofissional apta a verificar cada ângulo da política a ser implementada; B) processar informações primárias coletadas nos movimentos sociais e organizações dos trabalhadores; C) contar com um arsenal de técnicas e instrumentos que possibilitem aferir a eficácia das políticas; D) manter um conjunto de dados cujos vetores indiquem tendências de efetividade das políticas; E) priorizar a identificação da concepção de Estado e de política social que lhe dá substrato. Gabarito: E Comentário: Segundo Boschetti (2009) A avaliação de uma política social pressupõe inseri- la na totalidade e dinamicidade da realidade. Mais que conhecer e dominar tipos e métodos de avaliação ou diferenciar análise e avaliação, é fundamental reconhecer que as políticas sociais têm um papel imprescindível na consolidação do Estado democrático de direito e que, para exercer essa função, como seu objetivo primeiro, devem ser entendidas e avaliadas como um conjunto de programas, projetos e ações que devem universalizar direitos. Para tanto, toda e qualquer avaliação de políticas sociais (ou de programas e projetos) deve se sobrepor à mera composição de técnicas e instrumentos, e se situar no âmbito da identificação da concepção de Estado e de política social que determina seu resultado. 12. SEDS-TO 2014 Cargo: Analista em Defesa Social - Serviço Social Banca: FUNCAB No que se refere à discussão acerca da relevância do planejamento estratégico compreendido como um meio contemporâneo deplanificação, podem-se sinalizar as seguintes características no seu desenvolvimento: A) abarca a questão da interlocução com atores distintos, a construção de um consenso único e recursos táticos distintos para enfrentar a complexidade de questões sociais. B) articula teoria e método na pactuação dos interesses distintos, requer o manejo de técnicas específicas para a resolução dos problemas sociais. C) envolve, no processo, a noção de mobilização, de negociação, de movimento, de manejo de técnicas, recurso e meios táticos necessários para enfrentar uma situação complexa. D) condensa esforços mútuos entre atores coletivos, processos de pactuação, estratégias e instrumentos para a resolução de conflitos gerados institucionalmente. Gabarito: C Comentário: Segundo Teixeira (2009) O planejamento estratégico absorve a categoria estratégia e lhe dá visibilidade por agregar ao processo a noção de mobilização, de negociação, de movimento, de manejo de técnicas, recursos, enfim, todos os meios (táticos) necessários para enfrentar o(s) oponente(s) ou uma situação complexa. 13. Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro – TJ-RJ 2014 Cargo: Analista Judiciário – Especialidade Assistente Social Banca: Fundação Getúlio Vargas (FGV) Na gestão de políticas e de projetos sociais os processos de monitoramento e avaliação utilizam indicadores sociais. Tais indicadores podem ser definidos como A) recurso metodológico sem referência empírica, dotado para medir aspectos mais subjetivos da realidade social. B) uma medida, em geral quantitativa, dotada de significado social substantivo, usado para substituir, quantificar ou operacionalizar um conceito social abstrato, de interesse teórico ou programático. C) evidência empírica do fenômeno observado, mas não permite uma relação com os modelos explicativos do campo teórico em função do seu foco na subjetividade. D) dados rígidos que devem ser utilizados de forma igualitária para todas as políticas sociais, pois a flexibilização na definição de indicadores dificulta o acompanhamento sistemático e a comparação entre diferentes políticas. E) medidas rígidas e simetricamente mensuráveis de uma dada realidade social e de uma dada política social, tendo por base um único parâmetro e modelo teórico. Gabarito: B Comentário: De acordo com Januzzi (2001) “um indicador social é uma medida em geral quantitativa dotada de significado social substantivo, usado para substituir, quantificar ou operacionalizar um conceito social abstrato, de interesse teórico (para pesquisa acadêmica) ou programático (para formulação de políticas). É um recurso metodológico, empiricamente referido, que informa algo sobre um aspecto da realidade social ou sobre mudanças que estão se processando na mesma”. 14. Tribunal de Justiça do Estado do Amapá – TJ-AP 2014 Cargo: Analista Judiciário – Área de Apoio Especializado Serviço Social Banca: Fundação Getúlio Vargas (FCC) No cotidiano profissional o assistente social utiliza-se, com frequência, o planejamento, que pode ser compreendido como I. processo de decisão essencialmente técnica que depende de informações precisas, de transparência, de diferentes visões e busca de soluções conjuntas. II. processo dinâmico e contínuo com dimensão político-decisória que dá suporte ético-político à sua ação técnico-administrativa. III. instrumento de decisão que exige a compreensão precisa entre a constituição desse campo tecnológico e a natureza de um espaço tomado como objeto de intervenção. Está correto o que se afirma em A) I e II, apenas. B) III, apenas. C) II e III, apenas. D) I e III, apenas. E) I, II e III. Gabarito: C Comentário: A I afirmação é FALSA, pois o planejamento para além de um processo essencialmente técnico constitui também um processo político. A II afirmação é VERDADEIRA, pois segundo Myrian Veras Baptista (2007) o planejamento na perspectiva lógico-racional refere-se ao processo permanente e metódico de abordagem racional e científica que se colocam no mundo social. Por ser um processo permanente implica ação contínua sobre um conjunto dinâmico de situações em um determinado momento histórico. Por ser um processo metódico de abordagem racional e científica, supõe uma sequência de atos decisórios, ordenados em momentos definidos e baseados em conhecimentos teóricos, científicos e técnicos. Deriva da sua dimensão de racionalidade a sua organização em operações complexas e interligadas: reflexão-decisão-ação-retomada de reflexão. Estas operações se inter- relacionam em um processo dinâmico e contínuo, onde na análise desse processo é possível identificar, a dimensão político-decisória que dá suporte ético-político à sua ação técnico-administrativa. A III é afirmação é VERDADEIRA, pois de acordo com Tragtenberg (apud Baptista, 2007, p.15) o planejamento é um instrumento de decisão ligado à modernidade, e nesse sentido Merhy assinala (apud Baptista, 2007, p.15) a amplitude dos espaços de aplicação do planejamento vai exigir uma compreensão precisa da relação entre a constituição desse campo de saber tecnológico, que é o planejamento, e a natureza do espaço tomado como objeto de intervenção. 15. Prefeitura de Paulista - PE 2014 Cargo: Assistente Social Banca: UPENET Para Baptista (2007), a dimensão política do planejamento decorre do fato de que ele é um processo contínuo de tomadas de decisões, inscritas nas relações de poder, o que caracteriza ou envolve uma função política. De acordo com a autora sobre o processo de planejamento, é CORRETO afirmar que A) em planejamento, equacionamento corresponde às diferentes escolhas necessárias no decorrer do processo. B) operacionalização refere-se às providências que transformarão em realidade o que foi planejado. C) ação é o conjunto de informações significativas para a tomada de decisões, encaminhadas pelos técnicos de planejamento aos centros decisórios. D) decisão relaciona-se ao detalhamento das atividades necessárias à efetivação das decisões tomadas. E) a função essencial do planejamento, como instrumento técnico, é aumentar a capacidade e melhorar a qualidade do processo de adoção de decisões. Gabarito: E Comentário: Myrian Veras Baptista (2007, p. 21) tomando como referência o pensamento de Lozano e Martin afirma que a função essencial do planejamento, como instrumento técnico é aumentar a capacidade e melhorar a qualidade do processo de adoção de decisões, oferecendo dados básicos da situação e necessidades, elementos do juízo para apreciar situações e dados para aferição das tendências e projeções futuras. 16. FUNCAB - 2014 - PRODAM-AM - Assistente Social Contemporaneamente, os assistentes sociais vêm, cada vez mais, sendo chamados a atuar no âmbito da formulação e gestão das políticas públicas. Tal inserção exige que seja realizado, por parte do profissional, um cuidadoso planejamento institucional que é expresso por meio de: A) sistemas, benefícios e serviços. B) planos, programas e projetos. C) métodos, técnicas e instrumentos. D) benefícios, programas e documentos. E) intervenção, avaliação e retroalimentação. Gabarito: B Comentário: O planejamento se expressa no processo de planificação em planos, programas e projetos. 17. CONSULPLAN - 2014 - CBTU-METROREC - Analista de Gestão - Assistente Social Na gestão social, o planejamento consiste em definir ideias, desejos e compromissos, envolvendo pessoas que tomam decisões técnicas, políticas, éticas e administrativas de forma coerente com as conquistas e dificuldades do processo de construção de uma política pública. Considerando que o planejamento deve procurar maximizar os resultados e minimizar deficiências, analise as alternativas em relação ao conceito de eficiência, eficácia e efetividade. I. Eficiência
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