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1 Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Curso (AGM0107/3) – Seminário IV - 14/06/2021 2 Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Conservação de Solo e proteção de recursos naturais na prestação de serviços ambientais Rodrigo Matos de Souza1 Luiz Paulo Pereira Nascimento 2 1. INTRODUÇÃO Ecossistema gera diferentes processos que desencadeiam uma séria de benefícios que são apropriados pelo homem de uma forma direta ou indireta. 1.1 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA E JUSTIFICATIVA DA PESQUISA A conservação do solo e a proteção de recursos naturais podem ser definidas como um conjunto de atividades de múltiplos significados. É uma modalidade de relação homem/meio físico que procura mitigar os impactos ambientais causados pela ocupação e uso das terras. Atividades agrícolas ou urbanas dependem totalmente dos interesses humanos e, sem dúvidas, são também causadoras da degradação ambiental em maior ou menor intensidade. 1.2 OBJETIVO GERAL Na natureza, um ecossistema gera diferentes processos que desencadeiam uma série de benefícios que são apropriados pelo homem de uma forma direta ou indireta, dependendo da sua necessidade. Esses processos podem ser considerados serviços ambientais quando apresentam possibilidades ou potenciais de serem utilizados para o bem-estar. Esses serviços ambientais podem ser definidos como bens produzidos pelos ecossistemas (naturais ou antropizados – ou seja, modificados pelo homem) e podemos admitir, como vários estudiosos, que há uma diferenciação entre serviços ecossistêmicos e serviços adaptados. Serviços ecossistêmicos são providos pela natureza. E serviços adaptados são providos por agentes de proteção, conservação de solo e água e também pelos praticantes da recuperação, restauração e habilitação de ambientes degradados. Tais serviços afetam direta ou indiretamente as condições de bem-estar de todas as formas de vida. Em condições naturais, a paisagem ecossistêmica está em equilíbrio prestando serviços sem a intervenção humana. Em condições antropizadas, a paisagem ecossistêmica desequilibrada só presta serviços com a intervenção humana. No momento em que substituímos a cobertura original do solo por uma cobertura cultivada, necessitamos de ações de conservação e proteção do solo e de outros recursos naturais como a água e a biodiversidade. Na agricultura, as práticas de conservação do solo podem ser entendidas como uma tentativa de adaptação para imitar o comportamento hídrico da natureza tendo, para isso, como pano de fundo um agroecossistema. Tais práticas buscam criar condições para que o comportamento hidrológico do agroecossistema seja semelhante ao do ecossistema local ou de referência. A proteção de recursos naturais pode ser entendida como um conjunto de atividades para construção de alternativas para preservação, uso racional e ético do capital natural (água, ar, solo, biodiversidade, energia luminosa). Em ambas atividades a principal característica é estudar e monitorar a dinâmica 2 temporal de variáveis de meio físico em função das atividades humanas. A proposta de incluir as práticas de conservação de solo e proteção de recursos como atividades de prestação de serviços ambientais tem, oportunamente, como objetivo admitir que o conservacionismo e a proteção são tipos de provisão ambiental característicos do agroecossistema ou de ecossistemas antropizados. As práticas conservacionistas influenciam em pelo menos cinco grandes funções ecossistêmicas ligadas às variáveis hidrológicas: 1) A interceptação das gotas de chuvas, que na natureza ocorre com a cobertura vegetal natural, no agroecossistema ocorre com a cobertura cultivada morta (palha) ou com a cobertura viva (plantas). 2) A infiltração da água que, na natureza ocorre normalmente em função da porosidade e permeabilidade características do local, no agroecossistema ocorre pelo manejo em profundidade de sistemas radiculares e pela reestruturação da agregação do perfil cultural do solo. 3) A captação de água da chuva, que ocorre na natureza em função da capacidade de armazenamento do ecossistema local, na paisagem cultivada o redesenho da superfície do solo inclui estruturas mecânicas como terraceamento, caixas circulares entre outras. 4) A condução do escorrimento superficial, que na natureza ocorre pela drenagem natural, na paisagem cultivada o redesenho inclui estruturas mecânicas como canais escoadouros, drenos e terraços em gradiente. 5) A dissipação do fluxo de água nos canais de escorrimento natural, que é realizada por plantas (herbáceas, arbustivas e arbóreas), em condições de agroecossistemas é realizada por estruturas mecânicas como o enrocamento, escadas, caixas, taludes. Em paisagens cultivadas os fundamentos básicos dos serviços ambientais são: combate incessante da erosão, recuperação de áreas degradadas, controle progressivo do escorrimento superficial, manutenção da cobertura permanente do solo, recarga artificial de aquíferos, recuperação e preservação de minas d'água e proteção da biodiversidade. 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Podemos concluir que é correto e possível remunerar proprietários de terras pela disposição em praticar a conservação do solo e a proteção de recursos naturais. O pagamento por serviços ambientais na agricultura é uma realidade, mas é lógico que serão necessário recursos financeiros e humanos Para tanto, é fundamental que um profissional capacitado elabore um plano individual de propriedade, redesenhando a ocupação e uso das terras, inserindo a variável ambiental em todas atividades operacionais de produção. Atualmente, no Brasil, existem iniciativas para pagamento de serviços ambientais que estão sendo implementadas em diferentes escalas de governo. No âmbito dos Comitês de Bacias Hidrográficas existem recursos gerados pela cobrança do uso da água. A maioria dos estados brasileiros adota o ICMS Ecológico (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que é um mecanismo tributário que permite aos municípios obter recursos para viabilizar o PSA. Existem ainda inúmeros projetos de lei tramitando em prefeituras e estados e que também visam aplicar parte do imposto de renda em projetos de conservação ambiental. Hoje podemos afirmar que o pagamento por serviços ambientais é uma forma eficiente de incentivar a preservação ambiental e a agricultura conservacionista. 3 4. REFERÊNCIAS AB’SABER, A.N. – (Re)conceituando Educação Ambiental. Rio de Janeiro: CNPq; MAST, Foulder, 1991. BRANCO, S. M.; CAVINATTO, V. M. Solos a base da vida terrestre.1ed. São Paulo: Moderna. 1999. 79p. FREIRE, O. Solos das Regiões Tropicais. 1ed. Botucatu: FEPAF, 2006. 271p. GUERRA, A. J. T.;SILVA, A. S.;BOTELHO, R. G. M. Erosão e conservação dos solos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 1999. 340p.
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