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1 Beatriz Machado de Almeida BMC – Aula 3 Receptores associados a canais iônicos e receptores associados a proteína G A importância da comunicação COMO TUDO COMEÇOU? Quando a vida surgiu na terra os seres eram unicelulares. A partir do surgimento de seres pluricelulares e multicelulares, começou a necessidade dessas células se comunicarem entra si. Para isso era necessário cumprir os desafios. Percepção, hierarquização, integração, ajuste homeostático. Resposta coordenada → Sinalização. O ajuste homeostático é muito importante na sinalização celular porque uma vez que o sinal foi disparado, a célula vai responder aquele sinal, porém aquele sinal tem que ser encerrado, senão a célula vai ficar o tempo todo respondendo. Todo sinal que é ligado, tem que ser desligado para que o ajuste homeostático aconteça. COMO ACONTECE A SINALIZAÇÃO CELULAR? Eu preciso ter uma molécula sinalizadora, porque minha célula vai responder a ela. Mas de onde surge a molécula sinalizadora? de uma célula que irá produzir ela, uma célula sinalizadora. Essa molécula sinalizadora vai ser reconhecida por uma célula alvo. Temos vários exemplos, como a nossa glândula mestre, pode secretar o TSH, nesse caso a célula da adeno-hipófise foi a célula sinalizadora, o TSH foi a molécula sinalizadora, e ele vai ser reconhecido pelas células alvo da tireóide. Tipos de sinalização AUTÓCRINA A célula sinalizadora é a célula alvo. A célula produz uma molécula sinal que vai ser reconhecida por ela própria. DEPENDENTE DE CONTATO A molécula sinalizadora produzida pela célula sinalizadora não é secretada para fora da célula. Ela fica presa a membrana da célula e vai ter que entrar em contato com a célula alvo, o que terá proteína receptora para reconhecer essa molécula sinalizadora. Exemplo: linfócito T citotóxico. Ele produz uma molécula sinalizadora chamada ligante do FAZ, que vai ficar na membrana do linfócito T citotóxico esse faz será reconhecido pelo FAS ligante (proteína receptora- receptor de morte) da célula alvo. Essa é uma das vias da apoptose, existe ainda a via mitocondrial. SINÁPTICO Obviamente vai envolver um neurônio. Exemplo: você tem lá os neurônios colinérgicos que secreta acetilcolina, ele sofreu uma despolarização de membrana e lá no terminal sináptico a Sinalização Intracelular 2 Beatriz Machado de Almeida BMC – Aula 3 despolarização faz com que haja abertura dos canais de cálcio voltagem dependente, aí o cálcio vai funcionar as vesículas. No terminal sináptico acetilcolina vai ser liberada na fenda sináptica. depois essa acetilcolina vai ser reconhecida por uma proteína receptora na célula alvo. PARÁCRINA Célula que está produzindo ou molécula sinalizadora está próxima da célula alvo. Exemplo: A célula endotelial produz óxido nítrico que vai ser reconhecido pela musculatura lisa que está ali do lado. Esse óxido nítrico vai atuar na musculatura promovendo vasodilatação. TELÉCRINA Glândula secreta o hormônio e esse hormônio cai na corrente sanguínea e depois é reconhecido por uma célula alvo em outro local. Exemplo: Hipófise secretando FSH e ele sendo reconhecido pelas glândulas secretoras no ovário. Alguns exemplos de moléculas sinalizadoras Resposta da célula Sinais extracelulares alteram a atividade de uma grande variedade de proteínas celulares e mudam o comportamento da célula. Como a célula responde um sinal? Aqui em cima vocês tão vendo em vermelho uma molécula sinalizadora se ligando com a proteína receptor, quando isso acontece a célula responde imediatamente um sinal? Não, é necessária uma cascata de sinalização intracelular. Quem executa a ação geralmente é a última proteína ativa, normalmente é proteína kinase, representado ali pelo círculo verde. Aquele círculo vai ser a última proteína ativada e ela quem vai executar o sinal. Mas até ela ser ativada, outras proteínas precisaram ser ativadas antes. Com a ligação da molécula sinalizadora a proteína receptora houve uma ativação do quadrado que ativou o triângulo que ativou o círculo. 3 Beatriz Machado de Almeida BMC – Aula 3 Por que a proteína receptora não ativa diretamente o círculo? Um dos motivos é pela amplificação do sinal, porque quando a proteína receptora ativa quadrado, o quadrado podia ativar dezenas de triângulos e que por sua vez ativam centenas de círculos. Além disso a célula não responde apenas a um sinal por vez, ela tem que responder simultaneamente há dezenas de sinais. As cascatas de sinalização podem, então, se intercruzar. Quando a proteína kinase é ativada ela pode: (1) ativar proteínas ou enzimas citosólicas, como por exemplo alguma enzima que vai ativar algum processo metabólico ou (2) proteína do cito esqueleto para mudar a conformação da célula ou (3) síntese proteica. A via depende da molécula sinalizadora. A cascata de sinalização possue várias funções Os sinais extracelulares podem agir de modo lento ou rápido na mudança de comportamento da célula-alvo A proteína kinase pode atuar no citosol ou no núcleo. • Se ela for atuar no citosol ativando alguma proteína ou enzima citosólica, essa resposta é mais rápida do que você precisar fazer síntese proteica. • Se a célula for sinalizar para produzir uma proteína aí o processo é mais lento, por que a proteína kinase vai ter que entrar no núcleo, fazer com que o gene transcreva, para depois esse RNA ir para você citosol para ser traduzido em uma proteína. A proteína é sintetizada no citosol porque os ribossomos estão no citosol. Mas para isso acontecer, a informação do gene precisa chegar lá, só que o gene não sai do núcleo. O RNA copia a informação do gene e leva para o citosol para ser traduzido pelos ribossomos. É a proteína kinase que ativa enzimas responsáveis pela transcrição e pela tradução. Moléculas sinalizadoras extracelulares pertencem, em geral, a duas classes Sabemos que uma das propriedades da membrana é que ela tem permeabilidade seletiva. Algumas moléculas conseguem passar livremente pela membrana plasmática sem a necessidade de proteína transportadora. Outras moléculas não conseguem ultrapassar. Se eu tenho, moléculas sinalizadoras das 2 classes, algumas conseguem passar e outras não. A) Moléculas grandes demais ou demasiadamente hidrofílicas para atravessar a membrana plasmática da célula alvo. A maior parte das moléculas sinalizadoras não conseguem ultrapassar, logo elas vão se ligar receptores da membrana celular. Moléculas hidrossolúveis pequenas conseguem passar. 4 Beatriz Machado de Almeida BMC – Aula 3 B) Moléculas suficientemente pequenas ou suficientemente hidrofóbicas para escorregar facilmente da membrana plasmática. Obviamente aquelas que conseguem entrar na célula vão se ligar a receptores dentro das células. Exemplo de moléculas intracelulares, que conseguem passar a membrana sem transportadores: cortisol, aldosterona, NO. Seus receptores são intracelulares. Receptores na membrana plasmática A gente tem 3 classes muito importantes de receptores de membrana: (1) Receptores ionotrópicos; (2) Receptores associados a proteína G; (3) Receptores enzimáticos. • IONOTRÓPICOS: Associados à canal iônico. • METABOTRÓPICOS: Associados à proteína G. Associados à enzima. OBS: Tem literaturas que colocam os receptores associados a proteína G como diferentes dos associados a enzimas. Receptores associados a canais iônicos O próprio receptor é um canal iônico. Ao responder a uma molécula sinalizadora ele vai se abrir ou se fechar à um determinado ion. Todos os canais da membrana são receptores ionotrópicos? Não, a maioria não é. Qual é a diferença entre um canal iônico e um receptor ionotrópico? O canal iônico não responde diretamentea molécula sinalizadora, o receptor ionotrópico sim, responde diretamente. • Formam poros hidrofílicos através das membranas. • (revestidos por H2O). • Complexos de 3 a 5 subunidades transmembrânicas. • Maior eficiência → taxa de transporte 100.000 maior. • (neurotransmissão). • Baixa afinidade pelo ligante (transitória). • Causam mudança no potencial de membrana. Quando eu tenho um neurônio colinérgico (que secreta acetilcolina), no terminal sináptico dele há várias vesículas contendo acetilcolina. Para essas vesículas fusionarem e a acetilcolina sair, é preciso haver uma despolarização de membrana. Quando a despolarização de membrana chega ao terminal sináptico ela estimula a abertura de canais de cálcio voltagem dependentes, isso é um canal, não é um 5 Beatriz Machado de Almeida BMC – Aula 3 receptor ionotrópico. Quando esse canal abre o cálcio entra por transporte passivo. Por que ele entra passivamente? Porque eu tenho pouco cálcio no citosol, por causa das bombas de cálcio, que bota um cálcio para fora da célula ou para dentro do retículo endoplasmático. O cálcio induz o fusionamento das membranas e aí acetilcolina vai para a fenda sináptica. A acetilcolina se liga ao seu receptor ionotrópico da célula muscular, esse receptor ao ligar a acetilcolina abre os canais de sódio deixando sódio entrar. O sódio entra passivamente porque a bomba de sódio e potássio tá tirando o sódio ativamente. Se você tem sódio do lado de fora, quando eu abro canal o sódio tende a entrar. Quando o sódio entra ele vai despolarizar a membrana da musculatura. Lembrar que se eu despolarizo, abre o canal de cálcio dependente de voltagem, aí o cálcio vai entrar na minha musculatura esquelética e eu vou ter a contração muscular (o que precisa saber tá nesse parágrafo). Todos os receptores dessa acetilcolina são desse tipo? Não, também temos um receptor metabotrópico da acetilcolina. • Os receptores ionotrópicos da acetilcolina são os nicotínicos. • Os receptores metabotrópicos da acetilcolina são os muscarínicos. Receptores associados à proteína G • Associados a uma proteína efetora através de uma intermediária que se liga a GDP ou GTP. • A ligação com a PG reduz a afinidade pelo ligante. 6 Beatriz Machado de Almeida BMC – Aula 3 Figura: eu tenho a proteína receptora e a proteína G. A gente fala que é um receptor associado porque ele está de fato junto com a proteína receptora. Repare que aqui tá na forma inativa: a proteína G tem 3 subunidades a alfa, a beta e a gama. A reunião de beta e gama chamamos de complexo de betagama. Na subunidade alfa há uma pequena molécula dinucleotídeo chamada de guanosina difosfato (2 fosfatos GDP). Essa proteína G se ativa quando ela ganha um fosfato, sync resultando em guanosina trifosfato (GTP). Qual a semelhança dessa molécula com outra? O ATP, que é uma molécula doadora de fosfato, principal moeda energética da célula porque ela promove a doação de energia através da sua doação de fosfato. Nas reações que você recebe um fosfato (fosforilação) você está ativando essa via. Só que a ATP não é a única molécula doadoras de fosfato também temos o GTP, só que a ATP é a mais utilizada, por isso dizemos que é a principal moeda energética da célula. Quando a molécula sinalizadora se liga com a proteína receptora, a proteína receptora fosforila a sub unidade alfa, tornando o GDP em GTP. Quando ocorre essa troca, a proteína G se ativa, e a sua unidade alfa se separa do complexo beta gama. A partir de agora você tem a proteína ativa. O próximo passo pode ser ativada pela sub unidade de alfa ou pelo complexo betagama. (não precisa decorar esses passos professora falou que não vai perguntar isso aí, MAS É IMPORTANTE SABER POR CONTA DO AJUSTE HOMEOSTÁTICO!) Como é que o sinal vai ser desligado? Se eu não tenho mais a molécula sinalizadora. Se o GTP continuar ali na proteína G, vai continuar mandando sinal. É preciso que o GTP seja desfosforilado (Que ele perca o grupo fosfato) e aí sim cancele o sinal. O que a proteína G faz uma vez ativa? 1- Ativar canal iônico 2- Ativar enzimas de membrana - A via da de adenilato ciclase é a via que ativa PKA - A via da fosfolipase c é a via que ativa a PKC, faz outras coisas também! Receptores acoplados à proteína G 20 tipos; Gs (ativa especificamente a adenilatociclase); Gi; Gq (ativa a fosfolipase C) Toda vez que a Gs é ativada, eu tenho uma ativação da adenilato ciclase. Adenilatociclase converte o ATP em AMPc que por consequência, o AMPc irá ativa a PKA *A fosfodiesterase degrada o AMPc; O viagra é um inibidor da fosfodiesterase. Segundos mensageiros • Pequenas moléculas liberadas ou formada no citosol em resposta do sinal extracelular. • Ajudam a propagar o sinal dentro da célula. Principais famílias das proteínas G triméricas 7 Beatriz Machado de Almeida BMC – Aula 3 Proteínas G podem A enzima adenilciclase converte o a ATP em AMP cíclico. É através dessa via que o AMP cíclico surge na célula. • Regular canais iônicos. • Ativar enzimas. O AMP cíclico atua ativando a proteína kinase A. O que é PKA faz dentro da célula? 1- Pode atuar em nível citosólico: pode ativar proteínas e enzimas 2- Induzir síntese proteica: ao atuar no núcleo Ajuste homeostático Ainda que eu desfosforilise o GTP ainda tem AMP cíclico na célula ativando a PKA. Enquanto estiver aí vai ficar ativando e mandando sinal. Para acabar com o sinal você tem que destruir o AMP cíclico. A fosfodiesterase (presente na célula) degrada o GMP cíclico, e encerra o sinal. Nessa via vocês tão vendo que a molécula verdinha (no quadro) tem como segundo mensageiro o AMP cíclico, mas existem vários segundos mensageiros como por exemplo, GMP cíclico, será estudado numa via mais adiante. O GMP cíclico é ativado pelo óxido nítrico, esse é GMP cíclico ativa uma Pkg (proteína kinase G), e essa Pkg induz à vasodilatação da musculatura lisa. Enquanto você tiver oxido nítrico na célula, você terá a vasodilatação. Mesmo que você acabe com óxido nítrico, enquanto você tiver ali GMP cíclico também vai haver a indução da vasodilatação. Para que esse sinal acabe você precisa degradar o GMP cíclico, isso vai acontecer também por fosfodiesterase. O viagra é inibidor da fosfodiesterase. Se não tem fosfodiesterase você não degrada GMP cíclico, logo você continua induzindo a vasodilatação. Figura: Segundos mensageiros. Proteínas G`s. Proteína Gs: Aqui está mostrando adenil ciclase também transformando a ATP em AMP cíclico. Adenilciclase tira dois fosfatos e o único fosfato que sobra ela cicla, faz uma ligação aqui junto com a pentose, ficando uma coisa cíclica. A fosfodiesterase quebra isso aqui (suponho que foi o fosfato), e forma uma molécula de AMP, é assim que ela cancela o sinal. - Gs - Estímulo à adenilato ciclase Ex: RECEPTOR β ADRENÉRGICO - Gi - Inibição da adenilato ciclase Ex: RECEPTOR α2 ADRENÉRGICO AMPC ativa a PKA A pKa está lá no nosso citosol, o tempo todo, mas de uma forma inativa. Ela só vai se ativar se tiver O AMP cíclico. Figura: 2 sub unidades reguladoras e 2 subunidades catalíticas. As catalíticas estão inativadas, por que as subunidades reguladoras estão ligadas nela. MAS perceba que a subunidade reguladora tem sítios para a ligação do AMP cíclico. Enquanto você não tiver AMP cíclico a subunidade reguladora vai estar segurando a subunidade catalítica. Só que quando o AMP cíclico surge na célula, a subunidade reguladora vai se 8 Beatriz Machado de Almeida BMC – Aula 3 desligar da unidade catalítica, e a unidade de catalítica vai ficar ativa, executando o seu papel. por isso que a PKA precisa do AMP cíclico para ser ativada. A produção da PKA independe do sinal, ela sempre ficaali no citosol, isso porque a resposta tem que ser rápida (a via do AMP cíclico não pode esperar que você produza PKA). Aqui a gente tem a via comum a vários processos celulares. A adrenalina tem receptores beta adrenérgicos e receptores alfa adrénergicos. Cada receptor vai atuar por uma via. O receptor alfa-1 é o Gq, o receptor alfa-2 ativa uma Gi (inibição- inibe a via da adenilciclase) e os receptores beta é Gs. Sempre que a adrenalina se ligar o receptor beta adrenérgico vai ativar uma Gs. A adrenalina não sinaliza para todas as células, somente para aquelas que tem receptor. Nossas células são todas geneticamente idênticas. Quando houve a fecundação do óvulo pelo espermatozoide, as nossas células começaram a se dividir por mitose, o que dá células filhas geneticamente iguais às células mãe. Mas nossas células são diferentes epigeneticamente falando. A epigenética está relacionada com a expressão dos genes, e nossas células não expressam os genes de maneira igual. As células do fígado e do pâncreas são geneticamente iguais, mas não expressam os mesmos genes (há genes que estão desligados nas células do fígado e estão ligados nas células do pâncreas e vice versa). Então no caso da adrenalina há células que expressam o receptor alfa e há células que expressam receptor beta, então não é igual para todas as células, e outras nem expressam. Percebam então que os efeitos são diferentes. O receptor alfa vai fazer vasoconstrição, e o receptor beta vai fazer vasodilatação. Em relação ao fígado, o hepatócito tem receptores beta expressos na membrana. Se adrenalina chegar esses receptores vão ativar uma Gs, porque TODOS eles ativam essa Gs, e vai fazer uma cascata de sinalização, vai ativar a adenilciclase que vai transformar o ATP em AMP cíclico, e o AMP cíclico vai ativar a PKA. O sinal da adrenalina está mandando essa PKA ativar as enzimas que vão quebrar o glicogênio, que vão fazer a glicogenólise. Não é sempre a pka que é delegada a essa função. Aqui como é a adrenalina, é a pka, mas a pkc também pode fazer isso, mas ai já é outra molécula sinalizadora. Aqui foi uma via de sinalização que envolveu enzimas citosólicas, o que é uma sinalização um pouco mais rápida do que aquela que vai fazer ainda a síntese proteica. • Cascatas de sinalização; • Amplificação de sinal. Aqui é o caso de uma sinalização mais lenta. É o exemplo dá necessidade de síntese proteica. A molécula sinalizadora tá dizendo que precisa produzir proteína. Então a PKA tem que entrar no NÚCLEO e ativar uma enzima chamada de CREB que vai fazer a transcrição e a tradução da proteína. Temos com como exemplo a memória de longo prazo (tem que haver síntese proteica para que haja consolidação da memória). Respostas mediadas pelo AMPc A PKA vai fazer o que a molécula sinalizadora mandar, pode ser ativar uma enzima, fazer síntese proteica... O ACTH vai ser produzido pela minha adenohipófise, e vai atuar como molécula sinalizadora lá na glândula suprarenal, o que tem um receptor para o ACTH. Quando ele se ligar, vai ser uma sinalização via GS, 9 Beatriz Machado de Almeida BMC – Aula 3 que vai reproduzir o AMP cíclico, que vai ativar a PKA e a PKA vai induzir a síntese e a secreção de cortisol. O glucagon vai fazer mecanismos similares ao da adrenalina. Eu botei o TSH, mas na verdade ele tem 2 tipos de receptores, tanto o receptor que ativa GS, tanto o que ativa GQ. A adenohipófise secreta o TSH, quando o TSH chega na tireoide, e vai ativar a PKA e a PKA vai induzir à síntese de tirosina. Só que a minha tireóide precisa produzir tetraiodotirosina e triodotirosina. Essa via de sinalização só mandou produzir tirosina (via da GS). Mas aí o outro sinal vai abrir os canais de iodo isso é via GQ, aí o iodo entra e possibilita formação da tetraiodotirosina e triodotirosina. Mecanismo de ação das catecolaminas Receptores adrenérgicos e suas principais ações sobre órgãos e sistemas Percebam que o receptor beta, todos eles, atuam em nível de GS. A gente tem alfa 1 atuando ao nível de GQ, e alfa 2 atua no nível de GI, que inibe a adenilciclase. Então se essa via está associada a vasodilatação. É claro que as outras vias estão associadas a vasoconstricção. O medicamento que atua bloqueando esses receptores é um beta bloqueador. Receptores acoplados à proteínas GQ Percebam que a via GQ é uma via uma pouco mais complexa. A via GS é só a ativação de PKA. Acontecem várias coisas na via GQ, inclusive a ativação de PKC. Reparem só: TODA vez que A GQ for ativa, A ENZIMA DE MEMBRANA que será ativada é a fosfolipase C. A enzima fosfolipase C, vai atuar quebrando o fosfatildilinositol que está sempre voltado para a monocamada interna (assimetria). Quando quebra, uma parte continua na membrana e outra parte vai para o citosol. Então essas 2 moléculas são chamadas de diacilglicerol (DAG- fica namembrana) e o trifosfato de inositol (IP3- vai ao citoplasma). Uma das coisas que estou querendo é ativar a PKC, e para isso ele precisa se ligar a duas coisas, a DAG e ao Cálcio, o DAG já apareceu ali na imagem e a PKC se ligou, está faltando o cálcio. De onde o cálcio vai surgir? Bombas de cálcio bombeiam o cálcio para dentro do REL (retículo endoplasmático liso). O IP3 vai se ligar aos canais de cálcio abrindo-os e ai o cálcio sai do REL a favor do 10 Beatriz Machado de Almeida BMC – Aula 3 gradiente de concentração (transporte passivo). Cálcio no citosol sinaliza para uma porrada de coisa, inclusive vem aqui e ativa a PKC. O que o cálcio faz na célula muscular? Faz a contração, toda vez que eu falar nessa via, eu tenho contração muscular. Repare, alfa-1, contração, porque ativa GQ! A PKC, uma vez ativa, vai ativar uma proteína, uma enzima... bem parecido com a PKA. O cálcio também pode se associar a uma proteína chamada de calmodulina, que uma vez ativada pode fazer uma série de coisas. Vamos supor que a minha célula é uma endotelial, como por exemplo, que vai ter receptores muscarínicos para a acetilcolina, a acetilcolina vai ativar a GQ, que vai ativar a fosfolipase C (mesma historinha)... O cálcio vai se ligar a calmodulina, que lá na célula endotelial vai ativar a e-NOS sintase, que produz óxido nítrico, que depois vai para a musculatura lisa promover a vasodilatação. Aqui eu tenho dois segundos mensageiros (comparou com a via GS que tem o AMP cíclico apenas), DAG e IP3. Tem livros que botam o cálcio também como segundo mensageiro e tem livros que colocam o cálcio como terceiro mensageiro, o fato é que o cálcio é um mensageiro e acabou. Cálcio faz mais coisa: induz ao fusionamento de vesículas na membrana (para a secreção vesicular). Respostas celulares mediadas pela ativação da fosfolipase C O nosso pâncreas é uma glândula mista. A porção endócrina secreta insulina e glucagon e a porção exócrina secreta o suco pancreático. Nesse suco pancreático, vai a amilase pancreática, que para ser secretada precisa que a acetilcolina se ligue a receptores muscarínicos lá na célula do pâncreas. Lembrem que isso vai ativar a GQ (mesma historinha)... vai ativar a PKC que vai induzir a secreção da minha amilase pancreática. Mecanismo da angiotensina II A angiotensina II é vasoconstrictora porque o seu receptor ativa a GQ, então eu tenho cálcio na célula, e ai eu tenho contração dos vasos. Sintetizados por fosfolipases: • Fosfolipase C – converte fosfatidilinositol em IP3 e DAG • Fosfolipase D – converte fosfatidilcolina e fosfoetanolamina em DAG • Fosfolipase A2 – produz o ácido araquidônico (eicosanoides). Mais vista na bioquímica. Vem da ativação de uma proteína G. Aqui mostra que alguns hormônios atuam pala PKA e outro pela PKC. ATENÇÃO: o TSH tá nas duas vias! A gente tem mais proteínas receptoras do quemoléculas sinalizadoras. Por exemplo, a acetilcolina induz a síntese de óxido nítrico pelas células endoteliais ao se ligar ao receptor muscarínico. Se ligando ao receptor muscarínico a acetilcolina 11 Beatriz Machado de Almeida BMC – Aula 3 também induz a síntese de amilase pancreática. A acetilcolina se liga a receptor ionotrópico lá na célula muscular esquelética, induzindo contração muscular. Isso mostra uma molécula sinalizadora e várias proteínas receptoras gerando sinais diferentes, e por consequência, respostas diferentes. O CA2+ na sinalização intracelular As células mantêm um baixo nível de Ca2+ no citosol, bombeando-o para fora da célula, para dentro do RE e mitocôndria e ligando-se a proteínas intracelulares. Ajuste homeostático: se ainda tem cálcio, ainda tem sinal, então é necessário retirar o cálcio. E como será retirado? por meio da bomba de cálcio, que faz as atividades descritas acima. Vai encerrar o sinal do cálcio! Importantíssimo para a contração muscular. Homeostase do cálcio - A concentração extracelular é 10.000 maior. - Liga-se a calmodulina e ativa serie de enzimas. Ativação da produção de NO por ACH M3 no endotélio induz vasodilatação... no músculo liso via óxido nítrico... Numa sinalização parácrina, o óxido nítrico passa por difusão simples pela membrana plasmática da célula endotelial e entra na célula da musculatura lisa. Resumo: receptores acoplados à proteína G Como a célula não responde a um único sinal, as cascatas internas podem se cruzar, resultando em respostas intercruzadas.
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