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CEET – CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TÉCNICA VASCO COUTINHO CURSO TÉCNICO EM COMERCIO EXTERIOR BRUNNA SANTOS ROCHA DE JESUS RAIANY CARVALHO TAILANY SOUZA SALLES IMPORTAÇÃO FIO DIAMANTADO VILA VELHA ES 2020 BRUNNA SANTOS ROCHA DE JESUS RAIANY CARVALHO TAILANY SOUZA SALLES IMPORTAÇÃO FIO DIAMANTADO Trabalho apresentado na disciplina de comercio exterior II, no ceet Vasco Coutinho, do curso técnico em Comercio Exterior modulo II. Orientador: Prof.ª Obede Gomes VILA VELHA ES 2020 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 4 2. OBJETIVO ................................................................................................. 6 3. META ......................................................................................................... 6 4. FIO DIAMANTADO .................................................................................... 6 4.1 Constituição do fio ................................................................................ 9 5. POR QUE ESSE PRODUTO FOI ESCOLHIDO ....................................... 15 6. DEFINIÇÃO DO PAIS EXPORTADOR .................................................... 16 7.DEFINIÇÃO DO EXPORTADOR ................................................................. 16 7.1 Prazos ................................................................................................... 17 7.2 Procedimento de importação .............................................................. 17 7.3 Custo total dessa importação ............................................................. 19 7.4 Packing list .......................................................................................... 19 8. CONCORRENTES ...................................................................................... 20 8.1 Locvit ................................................................................................ 20 8.2 Tyrolt ................................................................................................. 20 8.3 Hebron .............................................................................................. 20 8.4 Skystone Brasil ................................................................................ 21 8.5 Ics ...................................................................................................... 21 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 23 ANEXO ........................................................................................................... 24 4 1. INTRODUÇÃO Nas pedreiras brasileiras, a utilização da tecnologia de corte com fio diamantado começou na década de 90 e seu uso foi intensificado nos últimos 10 anos (VIDAL et al., 2012). O fio diamantado é a tecnologia de corte de rocha ornamental mais difundida no mundo atualmente. No Brasil, essa tecnologia teve seu desenvolvimento embasado no empirismo, A indústria das rochas ornamentais representa uma atividade responsável por um ganho considerável para a economia brasileira, impulsionada diretamente pelo segmento de revestimento e ornamentação da construção civil. Um dos principais pilares de sustentação do setor é a exportação dos materiais processados pelas etapas de serragem e polimento, que no ano de 2018, representaram 77,52% das exportações brasileiras, totalizando cerca de US$ 769,4 milhões (ABIROCHAS, 2019). A etapa de serragem, que visa transformar os blocos extraídos nas pedreiras em chapas com espessuras comerciais, é realizada em grande escala pelos teares multifio diamantados. Estima-se que no Brasil existam cerca de 1.500 teares em operação. Deste total cerca de 1.200 são multilâmina e o restante predominantemente multifio diamantado. (VIDAL, 2014). Acredita- se que até 2020, visando ao atendimento dos mercados interno e externo, a capacidade brasileira de serragem de chapas poderá superar 120 milhões de metros quadrados por ano, com cerca de 80% dessa capacidade representada por teares multifio diamantados (ABIROCHAS, 2018). A primeira iniciativa empresarial voltada ao setor de rochas ornamentais, no Estado do Espírito Santo, originou-se na década de 1920, no município de Cachoeiro do Itapemirim, por meio de beneficiamento secundário, corte e polimento, de materiais oriundos do Rio de Janeiro, São Paulo, Portugal e Itália. Na mesma época, promove-se a primeira tentativa de se estabelecer empresas direcionadas ao beneficiamento primário das rochas, serragem, com o auxílio de teares feitos em madeira e movidos por uma roda d’água. Somente a partir de década de 1960, a produção comercial deste segmento começou a 5 se consolidar, com destaque para a formação de um polo transformador de rochas ornamentais no município de Cachoeiro do Itapemirim. Todavia, por volta de 1965, o processo de extração dos blocos de mármore e granito ainda apresentava grandes precariedades. Os blocos eram extraídos com a utilização de marretas e um pedaço de ferro oitavado. Além de toda a dificuldade apresentada no processo de extração dos blocos, o processo de serragem também apresentava inúmeras dificuldades, devido principalmente à falta de quem fabricasse tecnologias capazes de auxiliar o processo de serragem do mármore e a ausência de pessoas que soubessem lidar com os teares importados existentes, no Espírito Santo. Essas precariedades tecnológicas, descritas no setor de rochas, acabaram suscitando a necessidade de desenvolver, no estado, mais precisamente no município de Cachoeiro do Itapemirim, maior produtor brasileiro de mármore na época, tecnologias capazes de suprir a demanda por máquinas e equipamentos, necessários ao desenvolvimento do setor de rochas ornamentais. Entretanto, as empresas localizadas na região, apesar de possuírem recursos, não dispunham de conhecimentos tecnológicos suficientes para fabricar tecnologias adequadas. Para tanto, tornou-se imprescindível a compra de projetos de empresas europeias, centro tecnológico mais desenvolvido, com o intuito de adequar esses projetos às especificações e exigências das empresas locais. Nasce, então, o setor de máquinas e equipamentos, voltado para rochas ornamentais, em terra capixaba. O setor, que até o início da década de 1970 ainda dava seus primeiros passos, no decorrer dos anos, cria capacidade e estrutura a ponto de adquirir condições suficientes para produzir qualquer tipo de produto pleiteado pelo segmento de rochas. Até a produção de fio diamantado, maior inovação observada no setor, já pode ser confeccionada no estado. 6 2. OBJETIVO Demonstrar o processo de importação da tecnologia de corte com fio diamantado na lavra de mármores e granitos comerciais, realizando uma pesquisa obtendo conhecimento das especificações técnicas do mesmo. 3. META Adquirir conhecimento sobre a utilização do fio diamantado na lavra de rochas ornamentais, a fim de se obter um referencial teórico sobre o processo de importação desta tecnologia para o setor de rochas ornamentais do Brasil. 4. FIO DIAMANTADO Fios Diamantados são ferramentas de corte aplicadas ao desmonte de rochas ornamentais, tais como os mármores e os granitos, bem como a cortes de blocos de concreto, e podem ser utilizadas em substituição a serras em geral. Estas ferramentas são compostas de um cabo de aço inoxidável AISI 316, sobre o qual são dispostos segmentos anulares diamantados (pérolas), de diâmetro (φ) de 10 a 12mm, largura (l) de 5mm, com espaçamento da ordem de 25mm. Estas pérolas diamantadas são as partes mais importantes dos fios diamantados, pois devido ao fato de serem feitas àbase de um compósito diamantado, são responsáveis pela ação de corte. Para dar início à operação de corte, o fio diamantado é introduzido em furos ortogonais coplanares, previamente feitos na rocha. Uma polia acoplada a um motor faz com que o fio adquira rotação, ao passo que o fio é tracionado por um motor, montado sobre trilhos alinhados com a direção de corte. A tecnologia de corte com Fios de Pérolas Diamantadas vem sendo largamente utilizada em pedreiras do mundo inteiro, devido a vantagens que só esta tecnologia pode oferecer, por exemplo: 7 É uma Tecnologia altamente viável, do ponto de vista ambiental, pois quase não gera rejeitos ou qualquer dano à pedra (espessura de corte é de apenas 10 a 12 mm), e por deixar superfícies de corte esquadrejadas e planas, ficando fácil o planejamento de uma reconstituição natural, por exemplo, reflorestamento. Técnica que produz a menor quantidade de rejeitos, onde a espessura do corte é de apenas 10 a 12mm, sem gerar qualquer tipo de dano à pedra. Corta em locais onde seria complicado ou, em alguns casos, impossível por outras técnicas, pois o equipamento do fio é de fácil transporte e montagem. Por ser uma técnica extremamente versátil, adapta-se a numerosas operações, cortando na vertical, horizontal e em oblíquo, ou seja, os cortes podem ser feitos em qualquer ângulo, de 0 a 180. Bastam dois operadores para monitorar, pois o sistema é automático, e não exige supervisão constante. A operação é silenciosa, com baixa geração de pó ou vibrações. Produz cortes planos, de superfície lisa. Garante ajuste dimensional superior ao das outras técnicas de corte. Pode realizar cortes em grandes profundidades, de acordo com o comprimento do fio. A taxa de produção é elevada, por exemplo, da ordem de duas vezes superior à taxa de produção do jato de chama. Um fator que limita a aplicação de algumas ferramentas de desmonte de rochas ornamentais, tal como granito, é a relação de dependência entre o custo da tecnologia e o tipo de granito a ser cortado. A escolha da técnica fio diamantado está diretamente ligada ao valor comercial do granito em questão, tendo viabilidade econômica somente para blocos com um valor de mercado acima de US$ 472,00/m3 O oneroso custo do fio diamantado pode ser reduzido mediante inovações tecnológicas que podem ser aplicadas a estas ferramentas, o que 8 levaria esta Técnica a ser economicamente viável para qualquer tipo de rocha independente do seu valor comercial. O desenvolvimento da tecnologia do fio diamantado decorreu da necessidade de superar as Inconveniências técnicas típicas do fio helicoidal. Os primeiros equipamentos de acionamento do fio diamantado foram inspirados nessa tecnologia. A partir do final da década de 1970, na Itália, foram desenvolvidas as primeiras máquinas com fio diamantado na extração de mármores e travertinos, para corte deste tipo de rocha e com esta tecnologia tendo como diferença principal o sistema operacional das máquinas de tipo hidráulica e de tipo elétrica. A substituição da tecnologia do fio helicoidal foi decorrente da evolução constante das tecnologias de abrasivos diamantados nas minas de Carrara, Itália, sob o ponto de vista técnico e aplicativo, para os cortes de paredes verticais, e pisos horizontais com diferentes tipos de máquinas da época. Depois do aparecimento do fio diamantado há alguns anos, substituindo gradualmente o fio helicoidal, esta nova tecnologia de corte é objeto de contínuo desenvolvimento e aperfeiçoamento. A melhoria de desempenho das máquinas desta tecnologia de lavra vem proporcionando maiores velocidades de corte da rocha, maior capacidade de manobra de todo o equipamento bem como uma melhor compartimentação do volume de rocha a desmontar, além da otimização dos componentes constituintes do próprio fio diamantado. A tecnologia de corte com fio diamantado tem sido largamente utilizada nas pedreiras de rochas ornamentais, sendo a solução consagrada para a lavra de rochas carbonáticas e silicáticas em maciços rochosos e, em alguns casos, em matacões, quanto estes se apresentam na forma de grandes volumes. O princípio básico de corte com fio diamantado é a translação deste, sob tensão, quando enlaçado na rocha. Para isso, primeiramente, são efetuados furos coplanares e perpendiculares que se interceptam nas extremidades. Em seguida, o fio diamantado é inserido dentro destes furos, as duas pontas são emendadas, formando um circuito fechado, e colocado sobre a polia motriz do 9 equipamento de corte. O corte se processa com o movimento de translação do fio, tensionado, em contato com a rocha. Durante o corte é fornecida água ao sulco de corte, com a finalidade de refrigeração e limpeza das partículas provenientes do corte. O fio diamantado, conforme pode ser visto na Figura I, é constituído por basicamente três partes: um cabo de aço, as pérolas diamantadas e o revestimento de plástico FONTE google 2020 4.1 Constituição do fio O fio diamantado é constituído por um cabo de aço galvanizado, que funciona como suporte para as pérolas diamantadas, separadas ao longo do cabo por molas metálicas (fio para mármore), ou por material plástico ou borracha, utilizados nos fios para rochas silicatadas (granito), bem como em alguns tipos de mármores ricos em sílica (Fig. II). 10 Figura II-Fio diamantado sem trilhos. FONTE Extraída de Stonecontact, 2013 O componente mais importante do fio diamantado consiste em um cabo de aço de 5 mm de diâmetro no qual são introduzidas em certa sequência anéis com pérolas de diamantes (elementos abrasivos de diamantes) que são fabricadas por dois métodos distintos: eletrodeposição e sinterização. As eletrodepositadas são constituídas segundo um processo químico, através de banhos galvânicos, que utilizam como eletrólito um composto de sais de níquel. Sobre cada pérola é depositado aproximadamente 0,30 a 0,40 quilate de diamante sintético com granulometria entre 0,42 e 0,25 mm (40 e 60 mesh). Para as sintetizadas, o método consiste em homogeneizar o metal com o diamante sintético em uma granulometria entre 0,42 e 0,29 mm (41 e 50 mesh) e solidificar a mistura, fazendo uso de elevadas pressões e temperaturas. A principal diferença entre os dois tipos de anéis nos fios diamantados é que nas pérolas eletrodepositadas a velocidade de corte decresce linearmente com uso, enquanto as sintetizadas mantêm uma velocidade de corte constante durante a vida útil do anel. Existe ainda a recente tendência a favor das sintetizadas em vista da diferença significativa em termos de custos operacionais. Os fabricantes de material diamantado desenvolveram um novo anel com pérolas de diamantes sintetizadas de menor diâmetro e consequentemente surgiu um novo fio diamantado com 30 anéis/metro, cabo de aço de 3 mm e 49 fios e anéis de 6,5mm de comprimento por 7 mm de diâmetro. Parece, até o momento, que o uso de tais elementos abrasivos tenha dado resultados positivos em determinados tipos de rochas, particularmente em rochas metamórficas de estrutura cristalina (Mármores tipo Carrara, Rosa Portugal, Branco e Rosa da Grécia e Turquia) ou em rochas 11 metamórficas silicáticas como os serpentinos da região de Vaimalenco e os Verdes dos Alpes. Normalmente, a montagem do fio diamantado é feita obedecendo a uma frequência de 29 a 35 pérolas/metro, para rochas carbonáticas, e 39 a 41 pérolas/metro, para rochas duras e/ou abrasivas. Para tanto, são empregados moldes específicos, que determinam este espaçamento a ser preenchido por material de revestimento do cabo de aço (plástico, borracha ou mola). Normalmente é utilizado o fio emborrachado (vulcanizado) para corte de granito, o de molas para mármore e o de plástico para teares multifio. Por motivo de segurança os fioscom mola possuem anéis de fixação a cada intervalo constante do fio, evitando que, em caso de rompimento do cabo de aço, sejam lançadas mais pérolas que a quantidade compreendida naquele intervalo (3 ou 5 unidades). Esses anéis também permitem minimizar o deslocamento das pérolas devido à expansão/retração das molas. O fio diamantado para pedreiras pode ser utilizado em todas as fases do desmonte de rochas, seja ele primário ou secundário, e no esquadrejamento de blocos. A utilização do fio é mais destacada nas etapas de desmonte primário e secundário. A aplicação do fio no esquadrejamento de blocos muitas vezes não é viável, pois seu emprego não permite um esquadrejamento seletivo, ou seja, a seleção de blocos sem defeitos do ponto de vista comercial, preferindo-se outras técnicas como perfuração e cunhas ou explosivo (MARCON, 2012). O elemento cortante, a pérola, é constituído de uma pasta diamantada montada sobre um suporte cilíndrico. As pérolas utilizadas para a realização dos cortes nas pedreiras possuem diâmetros externos iniciais, de 10-11 mm para fio de pedreira e de 7-8 mm para máquinas multifio, de acordo com o fabricante e o tipo de pérola. Com a utilização, esse diâmetro vai decaindo, até atingir o anel de suporte da pasta diamantada. O anel de suporte possui diâmetro externo de 7 mm, para fio de pedreira e de 5 para multifio, também de acordo com o fabricante e o tipo de pérola (Figura III). 12 Figura III -Corte em "L" com fio Diamantado sem trilhos. FONTE Extraída de Stonecontact, 2013 A deposição da pasta diamantada nos anéis de suporte é feita por meio de processos eletrolíticos ou por sinterização. Pérolas eletrodepositadas: O processo por eletrodeposição se dá através de banhos galvânicos, que utilizam como eletrólito um composto de sais de níquel. Assim, por eletrólise, o aro cilíndrico da pérola eletrodepositada é revestido por um extrato de colante metálico, que mantém presos os grânulos de diamante depositados sobre sua superfície, até que o desgaste do cilindro da pérola seja completo (Fig. IV). Figura IV- Fio diamantado nas versões com molas, plastificado e vulcanizado FONTE Extraída de Stonecontact, 2013 Tais pérolas geram ação de corte com uma única camada de diamante, cujo tamanho de partículas se situa na faixa de 30/40 mesh (600-425 μm) a 40/50 mesh (425-300 um). Este sistema é preferível para cortes de rochas de baixa dureza e em pequenos cortes, devido ao fato dos diamantes se 13 apresentarem mais protuberantes e, portanto, cortarem de maneira mais eficaz, mesmo que com maior desgaste. Sua velocidade de corte decresce regularmente com o tempo e, em função do tipo de aplicação, permitem a utilização de máquinas de baixa potência. Pérolas sinterizadas: o processo de sinterização consiste na homogeneização do pó de diamante com o pó de metal ligante (geralmente tungstênio, cobalto, cobalto-bronze, bronze, ferro- cobalto), sendo a mistura prensada e sinterizada de modo a formar uma matriz ligante impregnada com diamantes ao redor do cilindro (Fig. 48). Esse processo é melhor indicado na fabricação de pérolas que irão atuar principalmente em rochas duras e rochas abrasivas, pelo fato de permitir uma homogênea distribuição dos diamantes na pasta diamantada que, em se consumindo, liberam novos diamantes até o esgotamento da pasta diamantada da pérola. Figura VI - Dimensões da pérola. FONTE Extraída de Stonecontact, 2013 As composições das ligas metálicas, a concentração e a granulometria dos grãos de diamantes são escolhas que dependem do tipo de aplicação, assim como acontece nos segmentos diamantados de discos e de lâminas. Geralmente o tamanho das partículas de diamante nas pérolas é de aproximadamente 425-300 μm (40/50 mesh). A velocidade de corte é praticamente constante ao longo de sua vida útil. Ao contrário das pérolas eletrolíticas, as sinterizadas requerem máquinas com maior potência. O diamante é a parte da pérola que realmente corta. O tipo de rocha a ser cortada é que definirá a qualidade, a concentração e o tamanho dos mesmos. O diamante surgiu há milhões de anos na natureza, através da transformação química do carbono em cristal, tendo acontecido em grandes 14 profundidades, algumas vezes mais de 80 km, sob influência de temperatura e pressão muito elevadas (temperatura em torno de 1.100 - 1.300ºC e pressão maior que 70t/cm²). Os diamantes, tanto naturais como sintéticos, apresentam variedades de forma cristalina, sendo predominante, para os diamantes naturais, a forma octaédrica. É o mais duro material conhecido, apresentando dureza 10 na escala de Mohs. Os diamantes extraídos da natureza são purificados, processados e classificados de acordo com o tipo de função que desempenham. No início dos anos 1950, grandes companhias passaram a produzir diamante sintético (Fig. 06), o qual é obtido através da exposição do grafite a altas temperaturas e altas pressões de compressão. De acordo com Turchetta (2003), a matriz diamantada tem a função de suportar rigidamente os diamantes o tempo necessário para que este realize o corte; e tem uma dureza adequada para que possa se desgastar de maneira que quando o diamante estiver no tamanho e/ou forma final de sua vida útil possa sair e ser substituído por outro diamante emergindo da matriz. Assim, uma matriz mole pode resultar no destacamento do diamante antes do fim de sua vida útil. Já uma matriz muito dura, desgastará o suficiente e pode ocasionar a planificação da superfície do diamante, cegando a ferramenta. A dureza da matriz também é influenciada pela dureza e abrasividade da rocha na qual será utilizada (Fig. VII) Figura VII - Pérola eletrodepositada. FONTE Extraída de Stonecontact, 2013 15 Figura 07 - Pérola sinterizada. FONTE Extraída de Stonecontact, 2013. 5. POR QUE ESSE PRODUTO FOI ESCOLHIDO A indústria extrativa de rochas ornamentais é hoje uma grande geradora de riquezas para inúmeros países. A utilização de rochas ornamentais em diversos segmentos da economia tem forte tendência de crescimento, o que viabiliza a implementação de empreendimentos mineiros relacionados a sua importação. O corte de materiais não metálicos, frágeis e duros, tais como cerâmicos, rochas, concretos, requer a utilização de ferramentas diamantadas. Sendo o Brasil um país tipicamente importador de ferramentas diamantadas, (apesar de se encontrar esse tipo de tecnologia já nacionalizada) em especial, de fios de pérolas diamantadas. E por ter um o forte potencial geológico, a demanda destas ferramentas no corte de rochas ornamentais é bastante elevada. Aliado a isto, cada pedra ornamental tem suas propriedades próprias, e por esta razão não é todo tipo de pérola que pode ser utilizada com sucesso no corte de pedras específicas, sendo necessário o desenvolvimento tecnológico da própria produção de pérolas, que sejam fortemente baseadas em pesquisas nacionais. juntamente com a economia da região Sul do Espírito Santo que gira em torno do mercado de rochas ornamentais as empresas líderes de mercado utilizam fios diamantados para o desdobramento dos blocos. Toda a matéria prima utilizada para montar os fios é importada e seu custo é apurado em dólar americano (US$). 16 6. DEFINIÇÃO DO PAIS EXPORTADOR A China possui atualmente uma das economias que mais crescem no mundo, embora tenha apresentado uma desaceleração nos últimos anos. A média de crescimento econômico deste país, nos últimos anos é de quase 7%. Uma taxa superior à das maiores economias mundiais, inclusive a do Brasil. O Produto Interno Bruto (PIB) da China atingiu, em valores correntes, US$ 14,01 trilhões ou 96,1 trilhões de iuanes em 2019 (com crescimento de 6,1%), fazendo deste país a segunda maior economia do mundo (fica apenas atrás dos Estados Unidos). Estas cifras apontam quea economia chinesa representa atualmente cerca de 15% da economia mundial. De acordo com alguns economistas, se a China mantiver esse ritmo de crescimento, poderá se tornar a primeira economia do mundo no ano de 2030. Os chineses são especialistas na Produção de máquina de fio diamantado, eles são persistentes em providenciar produtos que atendam as normas de segurança, produtos ecológicos e com grande eficiência. Para manter a competitividade em qualidade e tecnologia, e mesmo assim a china representa o menor custo dentre os países produtores de fio diamantado, isso viabiliza a negociação desse produto com a China. Por isso foi escolhida como fornecedor. 7.DEFINIÇÃO DO EXPORTADOR FUZHOU SKYSTONE DIAMOND TOOL CO. LTD A empresa de ferramentas Skystone Diamond foi fundada em 1992, cidade de Quanzhou, província de Fujian. Em 2003, a sede da empresa foi transferida para a área de alta tecnologia de Fuzhou. Durante mais de 10 anos de desenvolvimento, buscamos continuamente a inovação tecnológica e o rigoroso controle de qualidade, ganhando muita experiência na produção de ferramentas de diamante. Enquanto isso, treinamos muitos pesquisadores criativos e gerentes de empresas com espírito de inovação. 17 Começaram a pesquisar a tecnologia do fio de diamante em 2000. Após anos de trabalho duro, conseguiram fabricar fios de diamante de alta qualidade. Além do mais, tem a própria técnica avançada especial para a fabricação de fios de diamante. Até agora, eles tem uma série completa de fios de diamante como operação de pedreira, acabamento e corte de blocos, corte com vários fios, corte de modelagem especial e corte de construção de concreto, dentre outros. Além de todo esse histórico e credibilidade na produção desse material, a FUZHOU SKYSTONE DIAMOND, Após análise minuciosa para seleção do fornecedor foi quem melhor apresentou oferta do produto. 7.1 Prazos São de acordo com o fechamento da compra e prazo de produção da mercadoria. Geralmente os fios ficam prontos para embarque em mais o menos 20 dias, ou de acordo com as necessidades do importador para sua produção. Para embarque na origem e chegada no aeroporto de destino, é no Máximo uma semana. Após o embarque o Agente de Carga parceiro envia o Follow-up da carga e com a informação de previsão de chegada acompanhamos o SISCOMEX MANTRA com o número do MAWB/HAWB (conhecimento de embarque aéreo) a previsão de chegada no aeroporto Final. 7.2 Procedimento de importação Passo 01 Após o fechamento da compra, é confeccionada a Proforma Invoice, onde deve conter as seguintes especificações para análise. (Art. 557 do Regulamento Aduaneiro) Nome e endereço, completos, do exportador; Nome e endereço, completos, do importador; Aeroporto de Origem; 18 Aeroporto de Destino; Descrição da Mercadoria (Nome, Peso bruto, Peso Liquido Quantidades e espécie dos volumes, Valor total País de origem, País de aquisição, País de procedência, Preço unitário e total de cada espécie de mercadoria Frete e demais despesas relativas às mercadorias especificadas na fatura; Condições e moeda de pagamento Termo da condição de venda (INCOTERM). Sigla da Moeda; NCM Passo 2 Estando de acordo todas as informações presentes na proforma, importador e exportador acordam o termo da condição da venda (INCOTERM). Nesse processo o Incoterm será CIP (carriage and insurance paid to- No qual o transporte principal e o seguro devem ser pagos pelo exportador. Passo 3 O exportador providencia o embarque da carga e o despachante faz o acompanhamento pelo Siscomex Mantra que indica quando poderá ser registrada a DI. Passo 4 Ao registrar a DI o produto entra nos canais de parametrização, após a liberação da carga (canal verde) todos os documentos (DI, CI, INVOICE, PACKING LIST, AWB (conhecimento de embarque aéreo) são enviados do despachante ao importador para emissão de NF. 19 Passo 5 Após emissão de NF, o despachante emite uma carta ao aeroporto com seus dados e os dados do motorista responsável pela busca da carga, juntamente com a NF e o conhecimento. 7.3 Custo total dessa importação QUANTIDADE 540 MT/82,000 KG PREÇO UNITARIO USD 26.70 PREÇO TOTAL USD 14.418 FRETE USD 652 SEGURO USD 50 TOTAL USD 15120 (Valores dessa transação podem ser conferidos na Invoice Anexo A). 7.4 Packing list Além da Commercial Invoice o Packing List é um documento muito importante nas transações de importação e exportação. Também conhecido como Romaneio de carga, o Packing List é o documento que discrimina todas as mercadorias embarcadas ou todos os componentes de uma carga em quantas partes estiverem fracionadas. Tem o objetivo de dar a conhecer detalhadamente como a mercadoria está apresentada, a fim de facilitar a identificação e localização de qualquer produto dentro de um lote, além de facilitar a conferência da mercadoria por parte da fiscalização, tanto no embarque como no desembarque. (Anexo B) 20 8. CONCORRENTES 8.1 Locvit Locação e vendas de máquinas e equipamentos voltados para os setores de construção civil, indústria e mineração. • Fixação e chumbamento de arranques. • Perfuração e corte de concreto e materiais similares. • Demolição controlada. • Extração de corpo de prova. • Equipamentos para perfuração e corte diamantados. • Ancoragens químicas e mecânicas. 8.2 Tyrolt Os produtos da TYROLIT cobrem toda a gama de fios diamantados para mármores e granitos. A estrutura plástica e a base elástica protegem o fio mesmo no caso de movimentação das placas. A empresa familiar do Swarovski Group, com matriz em Schwaz no Tirol, foi fundada em 1919 e atualmente emprega 4.600 funcionários em 29 fábricas em 11 países espalhados pelos 5 continentes. A TYROLIT fabrica 80.000 produtos diferentes distribuídos nas divisões de Metal e Precisão, Comércio Industrial, Construção e Pedra – Cerâmica 8.3 Hebron Seja para o corte de mármores, granitos, quartzitos ou outro tipo de rocha ornamental, a HEBROM está pronta para fornecer a seus Clientes a melhor relação custo x benefício, seja em serviços ou na produção e comercialização de fios diamantados. Todos os nossos fios diamantados possuem garantia de fábrica por metro quadrado produzido, além de assistência técnica personalizada. 21 8.4 Skystone Brasil A Skystone possui técnica avançada e completa de uma gama de ferramentas diamantadas. São fios para corte em pedreiras, corte em concreto (demolição limpa), teares multifio, monofio e máquinas para fio diamantado para extração e construção. O desempenho dos produtos tem sido comprovado em todo o mundo. Sua produção é amplamente exportada para o Brasil, Irã, Noruega, África do Sul, Turquia, Rússia, Polônia e outros 30 países. A forte parceria com os principais produtores de rochas brasileiras e a grande demanda neste mercado permitiram a criação de sua sede própria no Brasil. A nova unidade oferece a mesma qualidade, alta produtividade e tecnologia conhecidas mundialmente. A fabricação nacional torna as ferramentas diamantadas da Skystone mais atrativas pela maior relação custo- benefício oferecidas no mercado brasileiro. 8.5 Ics Continuando a tradição de fornecer produtos com o mais alto nível de qualidade e desempenho disponível, a ICS tem o orgulho de oferecer a última geração de fios diamantados especificamente criados para as aplicações de corte de concreto, concreto com reforço e aço. O fio diamantado ICS é feito em uma instalação moderna com especificações de precisão para oferecer o que há de melhor em serviço, economia e desempenho. 22 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS Percebemos que o fio diamantado incorporado ao corte de rochas em pedreiras trouxe uma nova perspectiva para a indústriade rochas ornamentais. Com isso o tempo de corte foi diminuído para todas as rochas, independente do grau de dureza, o trabalho ficou mais simplificado, os riscos de acidentes com explosivos foram reduzidos, uma vez que o uso de explosivos na lavra de rochas ornamentais foi significativamente reduzido ou se tornou inexistente com o uso do fio diamantado. O Brasil é cheio de produtos da China, logo se nota a grande importância de importamos os produtos já que o custo de produção lá é bem menor do que em outros países, como por exemplo o (fio diamantado),com a importação do mesmo, temos nossos custos reduzidos, pois se produzido no BRASIL o custo seria bem maior por não termos a tecnologia para criação totalmente desenvolvida, Quando a intenção não é apenas comprar para consumo próprio, o ato de importar da China vai exigir alguns detalhes adicionais, como selecionar fornecedores de atacado confiáveis que conhecem o mercado brasileiro e possuem experiência na função, escolher profissionais capacitados na área de Comercio exterior para fazer a mediação em todo o processo de compra a entrega do produto. No presente trabalho, tentamos mostrar a existência do fio diamantado e quão importante o mesmo é para a lavra de rochas ornamentais no Brasil e em especial para o Espirito Santo uma vez que exportamos bastante rochas ornamentais trazendo resultados positivos para nossa economia. 23 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Ccl-0002-00-14 capítulo do livro tecnologia de rochas ornamentais: pesquisa, lavra e beneficiamento. Vidal, f.v.; Azevedo, h.c.a.; castro, n. F. Rio de janeiro: cetem/mcti. Isbn: 987-85– 8261-005-3. P 153 - 257 Douglas Bortoleto marcon Período pibic/cetem: agosto de 2011 a julho de 2012 Utilização de fio diamantado na lavra de granitos comerciais Estudo de caso: fabricação, controle e gestão de custo de fio diamantado na empresa cofia-as Welington Antonio Galvão canzian1, William gamas Ferreira2, má Débora Athayde herkenhoff3 Https://fzskystone.en.made-in-china.com/ Https://www.suapesquisa.com/geografia/economia_da_china.htm Https://adslogistics.en.ecplaza.net/ Https://marisacortese.wordpress.com/2009/06/19/art-557-novo-regulamento- aduaneiro-fatura-comercial/ 24 ANEXO Anexo A 25 Anexo B
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