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O APLICATIVO TIKTOK E SUA UTILIZAÇÃO EM SALA DE AULA

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Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI 
 
 
 
 
 
 
ERIC DOS SANTOS MACHADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O APLICATIVO TIKTOK E SUA UTILIZAÇÃO EM SALA DE 
AULA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 IGUAPE 
2020 
 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI 
 
 
 
 
 
 
ERIC DOS SANTOS MACHADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O APLICATIVO TIKTOK E SUA UTILIZAÇÃO EM SALA DE 
AULA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IGUAPE 
2020 
Relatório de estágio apresentado à disciplina Estágio 
Supervisionado, do Centro Universitário FAVENI, no 
Curso de Letras – Português/Inglês, como pré-
requisito para aprovação. 
 
 
 
 
 
O APLICATIVO TIKTOK E SUA UTILIZAÇÃO EM SALA DE 
AULA 
 
 
RESUMO- 
 
O presente trabalho busca analisar o aplicativo TikTok como ferramenta educacional, considerando a 
influência do cenário de distanciamento social, no qual ampliou-se a busca por ferramentas que possam 
auxiliar a educação remota. Tendo em vista a necessidade de aproximar os alunos ao conteúdo 
trabalhado, os envolvendo protagonistas de seu aprendizado, mesmo à distância. Pensando nisso, 
buscou-se relacionar as ferramentas de criação de vídeos dispostas no aplicativo aos conceitos de 
narrativas transmídias, cultura de mídias e remix, com base na realização de um estudo bibliográfico 
do tema. A partir do desenvolvimento desta pesquisa foi possível perceber a aplicação dos conceitos 
estudados anteriormente na prática educativa, possibilitando um ensino mediado pela tecnologia de 
forma agradável e significativa. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Aplicativos; Educação Remota; Imagem em movimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 5 
2 EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA E EDUCAÇÃO 4.0: ..................................................................... 6 
2.1 NARRATIVAS TRANSMÍDIAS ................................................................................................. 9 
3 RELATO DE ESTUDO ........................................................................................................... 10 
3.1 REMIX ................................................................................................................................. 11 
3.2 PARÓDIAS ........................................................................................................................... 13 
3.3 CHALLENGES ....................................................................................................................... 14 
4. CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 15 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................ 16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÍNDICE DE FIGURAS 
 
FIGURA 1 - BELLA E A RAINHA VERMELHA ............................................................................. 12 
FIGURA 2 - LISTA DE VÍDEOS COM O MESMO ÁUDIO. .......................................................... 13 
 FIGURA 3 - RESULTADOS DE PESQUISA COM A HASHTAG DESAFIOS LITERÁRIOS ................ 14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
1. INTRODUÇÃO 
A pandemia do novo Coronavírus COVID- 19, impactou diversos setores da 
sociedade, influenciando também a educação. Com isso, mais do que nunca os 
docentes começaram a procurar alternativas para conduzir os estudos de modo 
remoto, assim, a tecnologia nunca esteve tão presente na vida escolar de cada aluno. 
Nesse contexto, o uso nas Novas Tecnologias de Informação e Comunicação 
(NTICS) deixaram de ser apenas uma ferramenta ao ensino, tornando-se um veículo 
de aprendizagem, proporcionando aos profissionais da educação um momento de 
reciclagem e aquisição de novos conhecimentos. 
Este é o momento de buscar adaptar as atividades educativas, inserindo 
aplicações e sites que os estudantes já conhecem e utilizam em seu cotidiano, visando 
tornar o aprendizado mais significativo e autônomo. 
Dentro deste contexto, buscou-se analisar as aplicações do aplicativo TikTok 
nas propostas educacionais, visto que, sua a utilização tornou-se viral decorrente ao 
período da quarentena, sendo bem aceito ao público jovem. 
Para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica com base nos estudos de 
Rojo e Moura (2019), Manovich (2014) e Lankshear e Knobel (2011). Objetivando 
relacionar os conceitos teóricos à utilização do aplicativo. 
Assim, a princípio será abordado o processo evolutivo na produção das 
imagens e a influência da tecnologia nos dias atuais, relacionando-os ao processo 
triádico na composição de imagens, decorrente da união entre o computador e a tela 
de vídeo, mediada pela matriz. 
Após isso, relaciona-se a concepção de narrativas transmídias proposta por 
Jenkins (2008) e remix, considerando que o aplicativo em questão permite que seus 
usuários participem ativamente no design de sua narrativa, ao ocorrer a incorporação 
de diálogos e recursos, modificando o conteúdo original e construindo novos produtos 
audiovisuais. 
 
 
 
6 
 
1 EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA E EDUCAÇÃO 4.0: 
Antes de analisarmos os recursos e modos de utilização do aplicativo TikTok em sala de aula, 
cabe analisarmos o processo evolutivo de produção de imagem, propostos por Santaella e Noth (2014 
[1997]) como pré-fotográfico, fotográfico e pós-fotográfico, levando em conta as tecnologias utilizadas 
para a criação de imagens e sua influência. 
O primeiro paradigma, denominado como “pré-fotográfico”, recorre aos processos manuais de 
produção de imagem, nos quais o pintor utiliza de suas habilidades manuais e corporais para viabilizar 
a sua expressão, criando sua arte de modo artesanal. Essas imagens buscavam retratar a vida do 
artista, por meio de desenhos, pinturas, gravuras e esculturas, utilizando-se, portanto, um critério 
materialista para a constituição dessas imagens: 
Trata-se, antes de tudo, de determinar o modo como as imagens são 
materialmente produzidas, com que materiais, instrumentos, técnicas, meios 
e mídias. É nos seus modos de produção que estãotambémpressupos- tos 
os papéis desempenhados pelos agentes da produção, trazendo, ade- mais, 
consequências para os modos como as imagens são armazenadas e 
transmitidas. Uma vez que nenhum processo de signo pode dispensar a 
existência de meios de produção, armazenamento e transmissão, pois são 
esses meios que tornam possível a existência mesma dos signos, o exame 
desses meios parece ser um ponto de partida imprescindível para a 
compreensão das implicações mais propriamente semióticas das imagens, 
quer dizer, das características que elas têm em si mesmas, na sua natu- reza 
interna, dos tipos de relações que elas estabelecem com o mundo, ou objetos 
nelas representados, e dos tipos de recepção que estão aptas a produzir 
(Santaella; Noth, 2014 [1997]: 162). 
 
O “paradigma fotográfico” traz conceitos referentes a história da fotografia, o que permitiu 
posteriormente a invenção do cinema, compreendendo aspectos como a relação intrínseca entre 
fotografia e mímese e fotografia e semiótica. Assim, para Santaella e Noth (2014 [1997]) citados por 
Rojo e Moura (2019): 
Segundo Santaella e Noth (2014 [1997]: 167), o paradigma foto- gráfico da 
imagem estática “inaugurou a automatização na produção de imagens por 
meio de máquinas, ou melhor, de prótesesóticas” e é, pois, caracterizado 
pelos “processos automáticos de captação da imagem”. A máquina 
 
 
 
7 
(mecânica), uma ferramenta, imiscui-se entre o autor-criador e a obra, 
modificando a situação de produção. (ROJO e MOURA, 2019: 70).Por sua vez, o “paradigma pós-fotográfico” engloba as novas possibilidades para a criação, 
reprodução e distribuição das imagens como dados, o que permitiu a disseminação de novas práticas 
sociais, centralizando os autores dentro de processos midiáticos. Neste contexto, as imagens, áudios, 
vídeos e fotografias são criadas e tratadas a partir de ferramentas tecnológicas, revelando um processo 
triádico na composição de imagens, constituído pela união entre o computador e a tela de vídeo, sendo 
mediados por um programa de cálculos matemáticos, a matriz. 
Dessa forma, o agente de produção é considerado como um programador e já não mais como 
um artista, “cuja inteligência visual se realiza na interação e complementaridade com os poderes da 
inteligência artificial” (PEIRCE, p. 166). 
Assim, este novo processo de criação de imagens nos remete a importância e impacto da 
internet, ocasionando uma revolução ao oferecer com velocidade uma variedade de imagens, 
conteúdos e áudios digitais, bem como, o amplo número de aplicações disponíveis aos mais diversos 
fins. 
A diversificação de telas também é um aspecto que favoreceu o acesso a conteúdos midiáticos 
nos mais variados formatos, hoje, o usuário tem ao seu dispor formas variadas em como efetuar a 
busca por seus dados e visualizá-los: ora no smartphone, televisão digital, computadores, tablets, 
relógios inteligentes e os diversos aparatos tecnológicos que podem ser utilizados individual ou 
conjuntamente. 
Web 2.0 é a rede como plataforma, abarcando todos os dispositivos 
conectados. As aplicações Web 2.0 são aquelas que produzem a maioria das 
vantagens intrínsecas de tal plataforma: distribuem o software como um 
serviço de atualizaçãocontínuo que se torna melhor quanto mais pessoas o 
utilizam, consomem e transformam os dados de múltiplas fontes - inclusive 
de usuários individuais - enquanto fornecem seus próprios dados e serviços, 
de maneira a permitir modificações por outros usuários, criando efeitos de 
rede através de uma ‘arquitetura participativa’ e superando a metáfora de 
página da Web 1.0 para proporcionar ricas experiências aos 
usuários(O’REILLY, 2005B). 
 
Com isso, a Web 2.0 potencializou os meios de publicação, compartilhamento e organização 
das informações, ampliando os espaços de interação entre os sujeitos que participam ativamente deste 
processo. (O’REILLY, 2005; CORRÊA, 2012; LEITE, 2015). 
Com os avançostecnológicos recentes, houve uma potencialização da 
participação dos usuários no que diz respeito à criação, compartilhamento e 
difusão de arquivos na Internet. Cada vez mais os sites passam a se 
 
 
 
8 
fundamentar em dados recolhidos e postados (disponibilizados online) pelos 
próprios internautas. Assim, até mesmo as plataformas e interfaces foram se 
transformando: alguns softwares tiveram seus códigos-fonte abertos, o 
conteúdo passou a ser ouvido e visto no próprio site, o design e o 
funcionamento se tornaram passíveis de modificações por parte dos usuários, 
entre outras mudanças em curso (BRESSAN, 2007). 
Para Manovich (2014) toda essa interação que ocorre ao passo que milhões de pessoas 
escrevem blogs, realizam o upload de vídeos, fotografias e utilizam softwares de modo gratuito há uma 
década atrás teria custado milhares de dólares. Nesse contexto: 
O software cultural, em outras palavras, é um subconjunto determinado de 
softwares de aplicação destinados a criar, distribuir e acessar (publicar, 
compartilhar e remixar) objetos culturais como imagens, filmes, sequências 
de imagens em movimento, desenhos 3D, textos, mapas, assim como várias 
combinações dessas e de outras mídias. (MANOVICH, 2008) 
 
O uso dessas ferramentas digitais encontra-se priorizado na Base Nacional Comum 
Curricular, como a quinta competência da BNCC, orientando sobre a importância de inserir a Cultura 
Digital (Cybercultura) dentro do contexto escolar: 
 
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e 
comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e éticanas diversas 
práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar 
e disseminar informações, produzirconhecimentos, resolver problemas 
e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. (BNCC, 2018) 
 
Nesse sentido, visando realizar um processo educativo embasado na criatividade e 
inventividade com o uso das tecnologias, é preciso utilizar recursos e ambientes variados que 
promovam a experimentação “com o aluno no centro do processo de aprendizagem”. Indo além dos 
recursos utilizados, é importante que as práticas pedagógicas estejam fundamentadas em vivências 
que respeitem docentes e alunos. (GAROFALO, 2018a, s/d). Assim: 
O professor 4.0 deve ter percepção e flexibilidade para assumir diferentes 
papéis: aprendiz, mediador, orientador e pesquisador na busca de novas 
práticas. Ele deverá criar circunstâncias propícias às exigências desse 
novo ambiente de aprendizagem, assim como propor e mediar ações que 
levem à aprendizagem do aluno. Para isso, é preciso ter metas e objetivos 
bem definidos, entendendo o contexto histórico social dos alunos e as 
dificuldades do processo (GAROFALO, 2018b, s/d). 
 
 
 
9 
Em suma, pensando no contexto da escola pública, muitos docentes encontram dificuldades 
ao desenvolver atividades e projetos que envolvam os recursos tecnológicos, decorrente à escassez 
de aparatos disponíveis que não condizem com a quantidade de alunos matriculados por sala ou 
dificuldades de conexão, assim, é necessário pensar em ferramentas que possam ser acessadas por 
todos. 
2.1 NARRATIVAS TRANSMÍDIAS 
 
A narrativa está presente na vida do homem desde a sua origem, transmitindo valores históricos 
e culturais perante o domínio individual do conjunto de habilidades linguísticas, conforme considerado 
por Mikhail Bakhtin (2004) ao propor as palavras e enunciações como constituintes essenciais da 
narrativa, sendo responsável pela produção de significados dos sujeitos. 
Se antes eram enquadradas apenas orais ou escritas, hoje, as narrativas passam por uma 
grande expansão, uma vez que, com a tecnologia digital interativa, essas podem ser constituídas a 
partir da mescla de imagens, letras, sons, vídeos e outros inúmeros recursos. 
 Nesse contexto, perante a diversidade de aparatos tecnológicos existentes e sua vasta 
inserção em sociedade, torna-se recorrente a reorganização e mistura de materiais midiáticos, 
transformando e gerando novas possibilidades de uso aos produtos culturais. 
Lessing (2009) define esse processo como cultura alterável (Read – Write Culture), a partir do 
momento em que os produtos advindos da cultura não são apenas consumidos, mas recombinados, 
permitindo a produção de novos artefatos culturais levando em conta os interesses de seu público 
consumidor e/ou produtor. 
Assim, Lemos (2005, p.1) ressalta que: 
 
“o princípio que rege a cibercultura é a „re- mixagem‟, conjunto de práticas 
sociais e comunicacionais de combinações, colagens, cut-up de informação 
a partir das tecnologias digitais”. 
 
Estas novas narrativas são denominadas como “transmídia” ou “transmidiáticas” (SCOLARI, 
2011; 2013) e são compreendidas como todas narrativas desenvolvidas a partir do uso de distintas 
plataformas de mídias, entrelaçando-se com novos significados. Scolari (2013) define-as como “um 
tipo de relato que se expande por meio de múltiplos meios e plataformas de comunicação, no qual uma 
parte dos consumidores assume um papel ativo no processo de expansão”. (SCOLARI, 2013, p. 36). 
Com o auxílio do aplicativo TikTok, é possível promover momentos em que o aluno transforme 
narrativas já existentes e crie suas novas histórias, pois agirá ativamente no design de sua narrativa, 
incorporando outros diálogos e recursos, modificando o conteúdo original e construindo novos modos 
de saber, uma vez que “nenhum denós pode saber tudo; cada um de nós sabe alguma coisa; e 
 
 
 
10 
podemos juntar as peças, se associarmos nossos recursos e unirmos nossas habilidades” (JENKINS 
2008, p. 28). 
 
3 RELATO DE ESTUDO 
Este aplicativo em questão, TilkTok foi criado para edição e compartilhamento 
de vídeos curtos em 2016 pela startup chinesa ByteDance, ganhando popularidade 
no mundo inteiro, principalmente após a disseminação do Novo CoronaVírus, COVID-
19, perante a adoção de quarentenas e Lockdowns, ultrapassando 2 bilhões de 
downloads. 
Com o TikTok é possível criar vídeos de 15 a 60 segundos, utilizando efeitos 
de realidade aumentada, incluindo trilhas sonoras originais ou já existentes, bem 
como, é possível mesclar imagens e vídeos, compartilhando com outros usuários 
compondo uma rede social de massa. 
Os tiktokers, assim chamados os usuários do aplicativo, assumem a todo 
instante a posição de design, visto que, escolhem se querem compor seus vídeos a 
partir da dublagem, colagens, narração, paródias, composições, entre outras 
ferramentas disponíveis no aplicativo. Nesse contexto, os usuários utilizam diferentes 
fontes de linguagem para transmitir o que se deseja, dialogando com a concepção de 
Ângela Dionísio (2005, p. 131) evidenciando: 
 
na atualidade, uma pessoa letrada deve ser [...] capaz de atribuir sentidos a 
mensagens oriundas de múltiplas fontes de linguagem, bem como ser capaz 
de produzir mensagens incorporando múltiplas fontes de linguagem. 
 
Assim, este aplicativo pode ser considerado uma ferramenta promissora ao 
incentivo a leitura dentro e fora da sala de aula, pois faz parte do cotidiano do aluno e 
promove a transdisciplinaridade, permitindo a atuação ativa dos alunos. Favorecendo 
os multiletramentos ao introduzir o repertório do aluno nas práticas educativas e 
promover o diálogo entre o que se vê nas mídias e a na internet com os conteúdos 
trabalhados (ROJO, 2013) que são muitas vezes vistos como maçantes e 
ultrapassados. 
Bem como, com a expansão das tecnologias a imagem em movimento se 
tornou acessível com a portabilidade de uma filmadora nos smartphones e vem 
 
 
 
11 
conquistando um espaço cada vez maior na vida das pessoas, ao gravarem vídeos 
como vlogs que demonstram a sua rotina diária. 
A inserção dos recursos audiovisuais na educação pode auxiliar a 
aprendizagem, visto que, colabora para a interatividade e prende a atenção do aluno 
ao serem adequadas a algum assunto em específico de uma disciplina ou conteúdo. 
Dessa forma, a escola tem a oportunidade de enriquecer os saberes do aluno, 
de modo que: 
[...] pensando na questão da formação para o trabalho, para a cidadania, para 
a vida pessoal, enfim. Portanto, funcionar, primeiro colaborativamente, 
segundo “protagonistamente” implicaria em uma pedagogia de projeto e não 
em uma pedagogia de conteúdos (ROJO, 2013, p.2). 
 
Pensando nisso, a seguir, o diálogo presente entre o aplicativo e os conceitos 
que podem ser aplicados a partir dele serão analisados, propondo sua utilização para 
o incentivo a leitura e promoção de uma participação ativa por parte dos estudantes. 
 
3.1 REMIX 
 
Para Navas (2010) um remix pode ser caracterizado por sua filiação à obra 
original, referenciando-a de alguma forma mesmo diante de graus variados de 
diferenciação. 
Essa prática envolve a utilização de diversas ferramentas tecnológicas, 
utilizando ferramentas que em sua maioria podem ser acessada por todos, 
despertando a criatividade de forma individual, assim, Lankshear e Knobel (2011) 
evidenciam a importância desta cultura a sociedade, descrevendo o remix como “a 
prática de tomar artefatos culturais, combiná-los e manipulá-los de modo a gerar um 
novo tipo de misturas e produtos criativos” (LANKSHEAR; KNOBEL, 2011, p.105). 
No aplicativo TikTok é possível criar uma infinidade de remixes, utilizando o 
próprio aplicativo para efetuar a sequenciação, intercalação, sobreposição ou 
composição. Assim, na Figura 1 podemos observar uma usuária do aplicativo 
caracterizada como a personagem Bella, fazendo alusão a obra “A Bela e a Fera”, de 
Jeanne-MarieLePrince de Beaumont, entretanto, relaciona a música tema do filme 
 
 
 
12 
inspirado na história para revelar aspectos de outro livro “A Rainha Vermelha” de 
Victoria Aveyard, proveniente da literatura juvenil internacional. 
Assim, é demonstrado como obras clássicas podem ser trabalhadas 
desenvolvendo atividades que referenciem a obras contemporâneas, podendo 
trabalhar a intertextualidade explícita ou implícita, dentre outros temas por meio da 
criação de vídeos, considerando que: O vídeo constitui uma ferramenta e um 
dispositivo pedagógico importante para os adolescentes por sua capacidade de 
visualizar os próprios conflitos e o dos outros (PIRES, 2010). 
 
FIGURA 1 - BELLA E A RAINHA VERMELHA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: https://vm.tiktok.com/Ej1wqS/. Acesso em 10/11/20. 
 
Enquanto na visão de Koch (2004), a intertextualidade é "um processo" em que 
"em um texto, está inserido outro texto (intertexto) anteriormente produzido, que faz 
parte da memória social de uma coletividade ou da memória discursiva […] dos 
interlocutores" (KOCH, 2004, p. 146). 
Essa metodologia pode ser uma ponte entre a literatura considerada maçante 
com obras que fazem parte do cotidiano do aluno, pois foram adaptadas ao cinema 
ou se encaixam na leitura por fruição. Para tal prática, é necessário considerar: 
Muito se diz que “a geração de hoje em dia nãolê” ou que “só querem saber 
de internet”, o que é bastante contraditório. Um jovem que passa horas em 
frente ao computador está sempre em contato com a leitura. É certo dizer que 
provavelmente não está lendo Shakespeare, mas algo que goste e que faça 
parte de sua zona de lazer. Aqui está toda a sacada, o prazer como 
consequência da leitura (MOURA; FERREIRA, 2017 p. 5). 
https://vm.tiktok.com/Ej1wqS/
 
 
 
13 
Utilizar tecnologias no processo escolar viabiliza que “professores e alunos se 
tornem parceiros de aprendizagem, um interagindo com o outro, revendo e 
construindo aprendizagens juntos” (BITENCOURT, 2005, p. 2) assim ocorre a troca 
mútua de conhecimentos. Ao ser bem utilizada, a ferramenta TikTok auxilia na 
construção de conhecimentos e raciocínio, instigando a criatividade e interessando-
os sobre o que é trabalhado em sala de aula, aplicando seus conhecimentos práticos. 
 
3.2 PARÓDIAS 
Trabalhar com a elaboração de paródias permite que o professor leve em conta 
os conhecimentos prévios dos alunos, uma vez que, a paródia se caracteriza como a 
modificação da letra original de uma música. Para Shipley (1972, apud SANT`ANNA, 
2004, p.12) a origem dessa palavra vem do grego (par-ode) significando uma ode que 
contém o sentido de outra ode. 
 
A paródia tem como elemento principal, na maioria das vezes, a comédia, ou 
seja, a partir da estrutura de um poema, música, filme, obras de arte ou 
qualquer gênero que tenha um enredo que possa ser modificado. ( BETTIO, 
2010). 
 
Este aplicativo também facilita a elaboração de paródias pois disponibiliza os 
áudios utilizados nos vídeos de diversos usuários, possibilitando que o aluno passa 
gravar a sua versão a partir da original, incluindo outros elementos, como: imagens, 
sons e efeitos à sua narrativa. 
FIGURA 2 - LISTA DE VÍDEOS COM O MESMO ÁUDIO. 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: https://vm.tiktok.com/JNpNuBN/. Acesso em 10/11/20. 
https://vm.tiktok.com/JNpNuBN/
 
 
 
14 
 
Assim, o professor pode propor atividades que envolvam a elaboração ou 
análise de paródias a partir dos recursos oferecidos no aplicativo TikTok, 
preconizando as habilidades dispostas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) 
que versam sobre o gênero em questão. 
3.3 CHALLENGES 
Os challenges são desafios popularizados na rede e disseminados ainda mais 
no TikTok, nos quais um usuário cria um desafioe propõe que outros usuários o façam 
de maneiras iguais, como uma cópia ou de maneira inspira, envolvendo mais 
criatividade no processo, conectando os usuários. 
Geralmente os desafios envolvem tarefas simples como realizar uma dança 
ou mostrar determinado aspecto de sua rotina, mas também existem perfis específicos 
para desafios literários, musicais, cinematográficos e em diversos outros nichos. 
 FIGURA 3 - RESULTADOS DE PESQUISA COM A HASHTAG DESAFIOS LITERÁRIOS 
FONTE: HTTPS://VM.TIKTOK.COM/JFNWCGT/ 
Pensando na sala de aula, o professor pode propor a elaboração de desafios 
que envolvam o gênero textual resenha ou até mesmo a caracterização das 
personagens de determinada obra, bem como, a análise da intertextualidade presente 
entre obras distintas e outras situações que forem pertinentes aos objetivos 
delimitados pelo docente. 
https://vm.tiktok.com/JFNwcGT/
 
 
 
15 
4. CONCLUSÃO 
 Neste período em que nos encontramos é notório que as tecnologias digitais 
estão sendo essenciais para garantir a continuidade dos estudos, influenciando a 
adoção de metodologias diferenciadas no processo de ensino e aprendizagem. 
 A partir da realização da presente pesquisa foi possível compreender como o 
aplicativo TikTok pode oportunizar momentos de interação e criação de novas 
narrativas, a partir das técnicas de remix e/ou paródias utilizando as ferramentas 
presentes na aplicação. 
 Assim, diversos conteúdos podem ser trabalhados de acordo com os objetivos 
do professor, cabe ressaltar que é preciso estar atento às condições de conectividade 
dos alunos, visando que todos sejam incluídos neste momento de aprendizado 
dinamizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
REFERÊNCIAS 
BAKHTIN, Mikhail M. (V. N. Volochínov. Marxismo e filosofia de linguagem. Trad. 
Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira. São Paulo: Hucitec, 2004. 
BETTIO, Maíra Althoff De, Paródia. [S.l.:s.n]. [2010?]. Disponível em: 
http://www.infoescola.com/generos-literarios/parodia. Acesso em 10 Jun. 2020. 
BITENCOURT, Jossiane. O que são Blogs. Artigo elaborado para a oficina de blogs 
pedagógicos. Disponível em: 
http://www.eproinfo.mec.gov.br/webfolio/Mod83117/etapa1/leituras/blogs_conceitos. 
pdf>Acesso em: 10 Jun. 2020. 
BRESSAN, Renato T..YouTube: intervenções e ativismos. In Anais do XII 
Congresso da Comunicação na Região Sudeste/ V Encontro Regional de 
Comunicação. Juiz de Fora. 2007. 
DIONISIO, Ângela Paiva. Gêneros multimodais e multiletramento. In: KARWOSKI, 
A.M.; GAYDECZKA, B.; BRITO, K.S. (Orgs.). Gêneros textuais: reflexões e ensino. 
Palmas e união da Vitoria, PR: Kaygangue, 2005. 
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