Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Resumo por: Yasmin Barros - @idealizavet @yasminbarro.s Patologias reprodutivas de pequenos animais Anatomia do trato reprodutivo Ovários: órgãos responsáveis pelos estímulos hormonais, tanto na secreção e produção de estrógeno pelos folículos, quanto pela produção de progesterona pelo corpo lúteo. Se localizam caudalmente aos rins. A irrigação dos ovários acontece pelo plexo ovariano. Tubas uterinas: Comunicação dos ovários com o útero. Útero: dividido em três partes: corno uterino, corpo do útero e a cérvix (que separa o meio externo do meio interno). A irrigação do útero acontece pelo plexo uterino. Vagina: parte cranial, inerente do trato reprodutivo e a parte vestibular vaginal que abrange dois sistemas (reprodutivo e urinário– urovaginal). O óstio externo da uretra separa a parte cranial do vestíbulo vaginal. Vulva: genitália externa da fêmea. Fossa clitoriana: abriga o clitóris da fêmea. Ligamentos: que mantem o útero dentro da cavidade. São eles: ligamento largo - mesométrio, mesovário, mesossalpinge; ligamento suspensor do ovário. Glândula mamária: cadelas: 5 pares; gatas: 4 pares. Nas cadelas as glândulas mamárias são separadas anatomicamente em torácica cranial, torácica caudal, abdominal cranial, abdominal caudal e inguinal. As gatas não possuem o par de abdominal caudal. A mama é irrigada por ramos das artérias e veias torácicas de M1, M2 e M3 e de M3 até M5 são irrigadas pelos ramos da artéria epigástrica cranial superficial. A glândula mamária tem comunicação com o plexo arteriovenoso, tanto na mesma cadeia, quanto na cadeia contra-lateral e também pela drenagem linfática. O linfonodo axilar drena M1, M2 e parte de M3, já o linfonodo inguinal drena M3, M4 e M5. Anomalias congênitas Anomalias congênitas estão diretamente ligadas com a inibição do desenvolvimento em parte dos ductos paramesonéfricos ou aberrações em seu desenvolvimento; Se apresenta nos diferentes órgãos do trato reprodutor da fêmea e um único animal pode ter mais de uma afecção. Vaginais Septo (estrutura que separa a vagina) e estenoses (oclusão do canal vaginal): advindos de uma fusão incompleta ou anormal dos ductos paramesonéfricos, possuem comprimento variável, podendo desenvolver dupla vagina - ocasionada pela presença do septo. Sinais clínicos: difícil percepção por parte do tutor, geralmente percebem durante o primeiro cio, pois a cadela apresenta dor/ relutância após introdução peniana. Pode apresentar vaginites recorrentes e incontinência urinária (dependendo de qual parte e da extensão que se deu esse acometimento). Diagnóstico: palpação vaginal (pode auxiliar na regressão do septo); vaginoscopia; exames de imagem contrastados (vaginografia). Tratamento: apenas cirúrgico. Abordagem inicial → Epistotomia: incisão da borda dorsal da vagina até região do períneo ampliando o canal vaginal, seguido da realização ou de uma ressecção com vaginoplastia ou de uma vaginectomia + OSH (pois está ligada com a genética do animal, logo não devem ser animais reprodutores). A ressecção com vaginoplastia pode causar fibrose local da vagina, podendo ter a formação de uma nova estenose. Deve-se analisar o animal, pois há casos que o tratamento cirúrgico não precisa ser realizado. Hipertrofia clitoriana: o clitóris é um órgão hormônio dependente. Causas: Não há tratamento efetivo e não representa grande problema na clínica reprodutiva. Em casos que se tem lesões e o animal não consegue parar de se automutilar, pode-se realizar a clitoridectomia. Uterinas Geralmente são achados acidentais durante procedimentos cirúrgicos. Alguns fatores que podem influenciar a ocorrência são: genética, ambiental, endócrino, desenvolvimento inadequado, suprimento inadequado. Cornos hipoplásicos: corno uterino subdesenvolvido com tecido normal. O útero é composto por camadas: serosa (mais externa), muscular (promove contratilidade), submucosa e mucosa, além do lúmen uterino. Nos cornos hipoplásicos observa-se histologicamente as 4 camadas hipoplasiadas. Nesses casos o animal é infértil, pois não é capaz de abrigar o embrião. Útero unicorno: agenesia completa de um corno uterino. Ausência de camadas e lúmen (o que diferencia de cornos hipoplásicos). Aplasia segmentar uterina: raro acometimento, ligada a falha do desenvolvimento da embriogênese, facilita o desenvolvimento de mucometra, piometra. Quando tem-se acometimento do útero de origem embrionária, os ovários se apresentam normais, mas geralmente há a presença de alterações renais ipslaterais, já que os ductos paramesonefricos também auxiliam parte da formação renal, logo é possível encontrar rins hipoplásicos associado. Ovarianas Agenesia ovariana: ausência de um ou dois ovários. Os animais são inférteis na ausência dos dois ovários, porém pode-se ter ciclicidade preservada na ausência de apenas um (acompanha a ausência de outras partes do sistema reprodutivo). Hipoplasia ovariana: advindo de uma alteração cromossômica (manossomia X0). Geralmente são animais i3nférteis e podem predispor a neoplasias dos ovários hipoplásicos. Diagnóstico: por cariotipagem e histologia de tecido ovariano (retirado cirurgicamente). No tecido ovariano será encontrada células intersticiais e células do epitélio do cordão sexual. Intersexo São denominados os animais que são hermafroditas verdadeiros, pseudo- hermafroditas e outras formas de reversão sexual. Pseudohermafroditismo: animal apresenta gônadas não condizentes com seu fenótipo, associado a características e comportamento sexual. A alteração ocorre durante a fase de diferenciação de ductos mesonéfricos e paramesonéfricos que dão origem a genitália externa. Acomete mais raças puras, principalmente os braquiocéfalicos. Fêmeas: ovários com genitália externa masculina; raro acometimento; pode ser causado pela ação/aplicação de andrógenos durante fase fetal; supressão da função ovariana. Machos: testículos retidos na cavidade abdominal com útero, epidídimo e ducto deferente; genitália externa feminina; ausência de ciclicidade; presença de clitóris hipertrofiado e pênis diminuto. Diagnóstico: histórico reprodutivo, dosagem hormonal para ver se há compatibilidade com a genitália externa do animal, histopatologia do tecido gonodal e cariotipagem. Tratamento: cirúrgico Hermafroditismo verdadeiro: animal que apresenta características sexuais ambíguas; raro acometimento; tecido testicular e ovariano na mesma gônada (ovotestis) ou em gônadas separadas. Sinais clínicos: diferentes manifestações. O animal pode possuir pênis subdesenvolvimento, vagina com presença de osso peniano, infertilidade e neoplasias gonadais. Diagnóstico: histórico clínico, exames complementares de imagem, cariotipagem, histopatológico/imunohistoquímica (analisa se tem receptores para estrógeno e testosterona), dosagem hormonal. Tratamento: cirúrgico e hormonal. Caso clínico Canina, Bulldog (braquiocefálica de raça pura), 6 meses de 8 kg. Queixa: aumento de volume em região vulvar e lambedura excessiva na mesma região (hipertrofia clitoriana?) Exame físico: parâmetros vitais dentro dos valores de referência; presença de estrutura de consistência firme em região clitoriana. Exames laboratoriais: sem alterações Osso peniano dentro da vulva Duas gônodas, que nesse momento não se pode afirmar qual seria (ovário ou testículo?). A estrutura encobrindo a gônoda do lado esquerdo visualmente é muito semelhante ao que seria um epidídimo. Presença de estruturas que seriam compatíveis com os ductos deferentes, como também presença de estrutura que poderia ser compatível com o útero. Retirada de estruturaóssea. Pênis diminuto dentro do canal vaginal. Histopatologia de epidídimo para ambas gônadas. Alterações no ciclo estral Estro silencioso: ausência de sinais de estro. Investigar se não é falha na identificação do tutor, já que tem cadelas tão higiênicas que lambem todo sangramento vaginal. Diagnóstico: dosagem de progesterona (> 3ng/ml) – hormônio especifico da fisiologia reprodutiva da cadela. Anamnese – investigar se tem sinais de pseudociese (aumento de mama? Comportamento materno? Galactorreia?), pois se o animal apresentar pseudociese, é indicativo de que ela ovulou e que tem progesterona atuante, logo ela tem ciclidade, pois teve um pro-estro e um estro anterior. Analisar histórico reprodutivo e realizar dosagens de P4 mensais, já que no momento da consulta a cadela possa estar em anestro. Realizar citologias vaginais seriadas (semanais). O acompanhamento é essencial para verificar se ela está tendo falha na atividade ovariana ou se é apenas um ciclo sem sinais. Em gatas, lembrar da hierarquia, pois gatas submissas demonstram estro silencioso. Slipt heat: condição comum em cadelas jovens <4 anos, autolimitante, após os 4 anos não tem recidiva desse quadro. Acomete raças de grandes porte, principalmente raças de pastoreio/Pastor alemão. Etiologia desconhecida. Sinais clínicos: sinais de estro de 3 a 5 dias (aumento de vulva, secreção vaginal serossanguinolenta, aceitação de machos), porém sem ovulação. Retorna com sinais após algumas semanas, onde ocorre a ovulação. Confundido com perda embrionária. Diagnóstico: histórico reprodutivo, citologia vaginal, vaginoscopia, dosagem hormonal (P4). Período de anestro de 1 a 3 semanas. Intervalos irregulares entre cios: pode ser aumentado ou diminuído, por diversos motivos, desde a puberdade até o período de senilidade (intervalo maior) dos animais. Conhecer as especificidades fisiológicas e particulares do seu paciente é essencial. Intervalos longos: cadelas e gatas com intervalos maiores que 12 meses. Animais de pequeno porte pode ter intervalos mais longos. Animais obesos podem ter dificuldade pra ciclar. Doenças endócrinas como HAC (cortisol/estresse) e hipotireoidismo (redução do metabolismo) fazem com que o intervalo dos ciclos sejam maiores. O uso da progesterona impede a ciclagem. Animais caquéticos não respondem a resposta hormonal, aumentando o intervalo entre cios. Tratamento: causa primária. Intervalos curtos: cadelas com intervalos menores que 4 meses. Alta herdabilidade (35%), levar em consideração a raça. Raças predispostas: Basset Hound, Cocker Spaniels, Labrador, Pastor Alemão. O pastor Alemão pode apresentar falha na ovulação, porém é raro (1%). O diestro pode ficar curto, por uma perda embrionária (1° trimestre – 22-25 dias), pois perde o corpo lúteo e começa a regressão uterina mais cedo. O efeito dormitório também pode encurtar o intervalo (comum em canis), pois as cadelas ciclam juntas, com isso uma cadela pode entrar em estro antes do período, para acompanhar as demais que estão no mesmo ambiente. Lembrar que o cio curto não é benéfico na reprodução, pois o animal precisa ter um período de descanso. O período de 4 meses (normal), é o período fisiológico para que o útero tenha condições de se revascularizar e de se preparar, logo um intervalo menor que esse é patológico, fazendo com que o útero não tenha condições para abrigar gestações. Tratamento: varia conforme a causa. Patologias inerentes aos órgãos Vulva e vagina Hiperplasia/Prolapso vaginal: alguns autores consideram o prolapso vaginal verdadeiro, quando acontece na fase diestro, após parição da fêmea, onde tem as contrações abdominais e expulsão do feto, onde pode ocasionar o prolapso da vulva e do útero. A hiperplasia é uma alteração de outra fase do ciclo, mas pode ser chamada de prolapso pela apresentação do quadro. Acometimento em raças braquiocefálicas sendo vistas em alta incidência em outras raças como dálmata, doberman e pitbull. Raro acometimento em gatas. A hiperplasia apresenta edema da mucosa vaginal em resposta ao aumento de estrógeno (fase folicular); acomete mucosa cranial de meato urinário até a região caudal, podendo se projetar externamente aos lábios vulvares. Se apresenta geralmente a partir do 2° cio e é recidivante nos ciclos posteriores, sendo comum em cadelas jovens. Fatores como: hiperestrogenismo (fase estro/pro-estro ou cistos ovarianos promovendo a produção de estrógeno); separação forçada na cópula; incompatibilidade macho x fêmea (macho muito grande pra fêmea), contribuem para a apresentação clínica. Classificado em 3 tipos embasado no grau de protusão e parte de mucosa envolvida: Sinais clínicos: presença de estrutura em região vulvar, podendo estar ulcerada, necrosada, automutilada; imcompatibilidade no momento da monta; quadros de disquezia e disúria Diagnóstico: histórico clínico, citologia, exames de imagem complementares. Tratamento: decréscimo nas concentrações de estrógeno circulante, pois a mucosa reage ao seu estímulo, logo reduzindo essas concentrações, a clínica desaparece→ passagem da fase do ciclo. Normalmente em grau I, é autolimitante. GnRH – 2,2mg/kg/IM – hCG – 100 UI/@IM para forçar a ovulação e ter aumento da progesterona, auxiliando no decréscimo de E2. Reduzir o edema e reintroduzir região prolapsada com suturas de apoio (grau I e II). Lavar região prolapsada com solução fisiológica 0,9% gelada no intuito de promover vasoconstricção e reduzir o edema, aliviando a dor; Aplicação de açúcar por 10 minutos (devido sua alta osmolaridade), reduzindo o edema e fazendo bacteriostase; Lubrificação com géis a base de água, para hidratar a mucosa e evitar necrose; Reintrodução e sutura padrão Buhner (captonado). O tratamento de manejo pode funcionar momentaneamente, porém é um quadro recidivante, com isso o tratamento definitivo é a OSH. Dependendo do grau de acometimento, é necessário realizar a exérese de tecido prolapsado. O cuidado pós operatório é essencial: uso do colar elisabetano e compressas geladas. Caso clínico Pitbull, fêmea, 2 anos de 21 kg. Cadela atendida com quadro de ‘‘massa’’ que ultrapassa as bordas vaginais com evolução de 7 dias. Durante a anamnese foi questionado sobre o último cio, tutor relatou que estava no cio há 10 dias (E2 alto, indicativo de prolapso). Tutor relatou que apresentou essa alteração no último cio só que não chegou a ultrapassar as rimas vulvares e que depois regrediu. Paciente com disúria há 3 dias. Exame físico: parâmetros vitais dentro dos valores de referência; presença de região prolapsada vaginal; disúria (gotejamento). Coletados exames laboratoriais evidenciando uma azotemia (creatinina 1,9mg/dL e ureia 120mg/dL), azotemia pós renal, pela retenção de urina, devido a presença do prolapso. Paciente submetido a OSH terapêutica e terapia de suporte, para abaixar as concentrações de E2. 48 após, não houve regressão do quadro, com isso a paciente foi submetida a exérese cirúrgica de região prolapsada. Vaginite: inflamação da vagina, acomete cadelas em todas as idades. Se divide em vaginite juvenil e vaginite adulta. Vaginite juvenil ou do filhote: ocorrência em cadelas que não atingiram a puberdade; etiologia desconhecida; na maioria dos casos inflamatório, mas pode coexistir crescimento bacteriano. Sinais clínicos: lambedura excessiva, hiperemia vulvar, edema vulvar e corrimento vulvar (pode estar presente ou não). Diagnóstico: histórico clínico, citologia vaginal, cultura + ABG. Tratamento: resolução espontânea após o primeiro cio. Tratamento suporte: Limpeza local com solução fisiológica 0,9% Uso de colarelizabethano até próximo cio (4 a 5 meses), impedindo o ato de lambedura. Antibiótico apenas se for necessário, visto que a maioria é de causa inflamatória. Vaginite adulta: comum em animais castrados, sem predileção por raça ou idade. Dividida em primária por infecção viral ou infecção bacteriana (E. coli, Pasteurelia spp, Streptococcus spp, Staphylococcus spp) → bactérias presentes na microbiota vaginal que frente a desregulação ou diminuição da imunidade local, se proliferam levando as alterações clínicas. Secundária: doenças do trato urinário (cistite predispondo a vaginite); afecções endócrinas, uterinas; neoplasias vaginais com secreção sanguinolenta; trauma, corpo estranho; anomalias congênitas; atrofia vaginal levando ao acúmulo de secreção. Diagnóstico: histórico reprodutivo, exame reprodutivo completo, citologia vaginal, vaginoscopia (mucosa hiperemica), cultura + ABG. Tratamento: ABT (em casos primários), Lavagem vaginal com solução fisiológica 0,9% ou soluções como cloridrato de benzidamina (flogo- rosa, anti-inflamatório), diluição em 500 ml de água morna, realizando a lavagem com a sonda. Vitamina C (Cenevit 200mg/ml) – 500mg/SID 7 dias, no intuito de alterar o pH vaginal, já que as bactérias alcalinizam essa região. Tratar causa primária (em casos secundários). Neoplasias vulvo/vaginais: baixo acometimento (2,4-4,6% em cães, raríssimo em gatos), exceto o TVT devido à quantidade de animais errantes no Brasil. Acomete animais de diferentes idades e raças. Origem celular: Mesenquimal: leiomioma/ leiomiossarcoma/fibroma/fibrossarcoma. Epitelial: carcinoma/pólipos Redonda: TVT/Mastocitoma. Sinais clínicos: edema perineal, prolapso vaginal, secreção vaginal, disúria, incontinência. O mastocitoma tem uma sintomatoliga diferente, já que envolve os mastócitos, nos quais liberam histamina causando alterações gastrointestinais, choque anafilático, entre outros. Diagnóstico: palpação, vaginoscopia, citologia vaginal, exames de imagem, histopatológico, estadiamento (TNM). Sempre analisar se não há metástases. Tratamento: Remoção cirúrgica Terapia suporte Quimioterapia: TVT: vincristina 0,5-0,75 mg/m2 durante sete semanas; repetir hemograma após tratamento, pois a quimioterapia predispões a quadros de leucopenia e trombocitopenia. No final do tratamento faz a cauterização do que restou e a castração. Mastocitoma: inibidores de tirosina-quinase – Palladia 3,25mg/kg > redução 2,2 mg/kg. Útero Complexo hiperplasia endometrial cística (HEC)/ Piometra: A HEC é uma alteração fisiológica na espécie canina devido as particularidades do seu ciclo reprodutivo. É uma alteração da fase de diestro: fase prolongada de ação da P4. Começa a se desenvolver na fase de estro, portanto o estrógeno também é responsável pela formação de HEC. Isolada a HCE não é prejudicial, mas predispõe a alterações uterinas como: mucometra, hemometra, hidrometra e a piometra. E2 na fase folicular: promove a vascularização, edema uterino, relaxamento de cérvix, contrações miometriais que em conjunto auxilia na formação de criptas, nas quais possuem receptores de P4. P4 fase luteínica: proliferação das glândulas endometriais pelos receptores ligados nas criptas; secreção das glândulas endometriais (leite uterino); fechamento de cérvix; inibe contrações miometriais; diminuição da imunidade local, desenvolvendo a HEC. Mucometra/hidrometra/hemometra: aumento da atividade secretória das glândulas endometriais que não é drenável → acumulo de líquido, muco ou sangue (mais grave) no lúmen uterino; secreção vulvar mucoide/sanguinolenta em fase luteínica (pode estar ausente); ausência de reação inflamatória e infecciosa local; sem repercussão nos exames laboratoriais, porém em casos de hemometra deve se atentar ao hematócrito, já que a cadela está perdendo sangue intrauterino, podendo apresentar um quadro anêmico que em alguns casos, diante da gravidade, torna-se necessário a realização de transfusão sanguínea; pré estádio para o desenvolvimento da piometra. Sinais clínicos: Secreção vaginal mucoide/ sanguinolenta. Em casos de piometra fechada, estará ausente; Distenção abdominal: na hidrometra a distensão é maior, comparada a mucometra e a hemometra; Apatia Diagnóstico: histórico reprodutivo (cio recente? A mucometra, a hemometra e a hidrometra geralmente acomete de 7-15 dias após o cio, a piometra costuma aparecer após 20 dias, mas não exclui a possibilidade de acometimento anterior); exames laboratoriais; citologia vaginal; ultrassonografia (não consegue diferenciar). Tratamento: cirúrgico. Piometra: quadro de urgência. Uma das afecções mais frequentes na rotina clínica. Se apresenta de forma aberta ou fechada em relação a cérvix; acúmulo de líquido de origem purulenta associado a um processo inflamatório uterino; demonstra manifestações clínicas sistêmicas; maior acometimento em cadelas com idade >5 anos e nuliparas; acomete com menos frequência gatas. É importante atentar-se ao histórico de pseudogestação e uso de progestágenos. P4 fase luteínica: proliferação das glândulas endometriais pelos receptores ligados nas criptas; secreção das glândulas endometriais (leite uterino); fechamento de cérvix; inibe contrações miometriais; diminuição da imunidade local, desenvolvendo a HEC → componente bacteriano, seja por ascensão; via hematogena; monta natural mal selecionada; inseminação inadequada. As bactérias vão ter um ambiente perfeito para sua proliferação → piometra. Principais agentes isolados: E.coli (mais predominante); Streptococcus spp; Staphylococcus spp; Proteus; Klebsiella; Pasteurella; Pseudomonas. Em 75% dos casos as bactérias causadoras são gram negativa. Sinais clínicos: inúmeros e inespecíficos Descarga vaginal em piometra aberta. Na piometra fechada não há descarga vaginal, mas o quadro é mais grave, tendo risco de rompimento do útero desenvolvendo peritonite, aumentando a taxa de mortalidade Apatia/anorexia Polidipsia/poliúria Êmese/diarreia Distenção abdominal Hipertermia, que pode levar a hipotermia em quadros sépticos Desidratação Claudicação Uveíte Septicemia: componente infeccioso associado a disfunções vitais. Por isso é importante o acompanhamento dos parâmetros vitais em conjunto com exames laboratoriais. O primeiro passo do animal que chega com piometra é realizar sua estabilização: analisar frequência cardíaca, respiratória, hidratação, TPC, temperatura, PAS, glicemia. E.coli: possui LPS que forma e deposita imunocomplexos em diferentes órgãos e promove a endotoxemia. A deposição ocorre comumente nos: Rins: animal apresenta azotemia renal e pré-renal (pela desidratação) → injúria renal aguda. Por isso o animal apresenta poliúria e polidipsia, na tentativa de reestabelecer a volemia e reduzir os níveis de creatinina. Além disso, o animal apresenta síndrome urêmica que causa gastrite, levando a vômitos. Fígado: causando hepatite aguda local. Sistema locomotor/articulações: animal apresenta claudicação. Sistema oftálmico: afeta a parte vascularizada do olho, levando a uveíte. Distúrbios hidroeletrolíticos: acidose e alcalose metabólica, deficiência de potássio, aumento do lactato. Diagnóstico: histórico reprodutivo, exames laboratoriais, sinais clínicos, exames de imagem, palpação abdominal (cuidado para não romper o útero). Hemograma: anemia normocitica, normocrômica (atenção a desidratação, pois após reestabelecer a volemia, tende-se a reduzir mais o hematócrito); leucocitose com desvio à esquerda, podendo evoluir para leucopenia em casos mais graves; trombocitopeniapor consumo. Urinálise: proteinúria; DEU <1,030; UPC urinário; SDMA. Bioquímica sérica: azotemia; aumento de FA e hipoalbuminemia devido a hepatite/lesão aguda; hipoglicemia Hemogasometria: alcalose/acidose metabólica; hipocalemia; aumento de lactato. Exames de imagem Raio-x: útero distendido (ponta da seta). Ultrassom: possibilita analisar se tem hiperplasia endometrial cística e distensão uterina com conteúdo anecogênico com presença de celularidade (pús) (ambas alterações descritas estão demonstradas na imagem acima). Tratamento: cirúrgico – OSH, porém deve-se analisar o paciente. Ex: animal hipotenso que não responde a prova de carga e que mesmo após aplicação de vasoativo (norepinefrina, dobutamina) e de coloide, não responde → paciente em choque séptico, logo não é possível entrar em cirurgia, é preciso realizar a estabilização do paciente. Tratamento conservativo farmacológico para cadelas reprodutivas sem complicações/sepse: o tratamento leva a recidivas e tem alta taxa de insucesso: PGF-2α natural: 10-50 µg/kg SC TID a 5x, 3-7 dias – efeitos colaterais Cobergolina VO + PGF-2α natural, SC - 5 µg/kg (mbas), sendo cabergolina SID e PGF- 2α natural a cada 3 dias durante 10 dias – efeitos colaterais. Aglepristone – 10mg/kg, SC, SID. Dias 1,2,8 e 15. (Custo de 600 a 800 reais). Sempre associado a antibioticoterapia. Efeitos colaterais da PGF-2α: sialorreia, diarreia, vômito, contrações abdominais, inquietação, taquipneia, bradicardia (associar atropina). Terapia de suporte: Fluidoterapia: 5ml/kg/hora, para favorecer a diurese e ajudar a liberar componentes tóxicos. Reposição de eletrólitos: animal em acidose, realizar reposição do bicabornato. Reposição de potássio que foi perdido pelo vômito e diarreia. Controle da dor: Cloridrato de tramadol – 3-5mg/kg (TID) por 5 dias. Pode usar morfina e metadona em animais mais sensíveis à dor. Antitérmicos: dipirona 25mg/kg (TID) por 5-7 dias. Antibioticoterapia: sempre ter senso crítico. -Quinolonas: enrofloxacina (responde bem) 5-10mg/kg, BID/SID, 10-15 dias. Cães: dose de 10mg, SID e gatos: 2,5mg, BID. Repetir hemograma em 2 dias, se não observar melhora, associar com amoxi. Nesses casos não se pode esperar o resultado do antibiograma, devido a sua demora de 7 dias. -Cefalosporinas: cefalexina/cefalotina 22-30mg/kg, BID/TID, 10 dias. -Beta-lactâmicos: amoxicilina – ac. Clavulânico 22mg/kg, TID, 10 dias. -Nitroimidazólicos: metronidazol 15-25mg/kg, BID/SID, 5 dias. - Ceftriaxona: 30 mg/kg, TID, 5-7 dias (terceira geração: usada pra tratar causas infecciosas por bactérias mais resistentes). Febre não é um sinal clínico de deficiência de ceftriaxona. Evitar o uso imediato antes da tentativa de associações com outros antibióticos. Anti-inflamatórios: meloxicam 0,1- 0,2mg/kg SID por 3 dias; Carprofeno 2,2-4,4mg/kg, BID/SID por 7 dias. Em quadros de azotemia não usa-se anti- inflamatório, pois possuem metabolização renal. Antieméticos: metoclopramida 0,5mg/kg, TID, por 5 dias; C. Maroptant 0,1ml/kg, SC, SID por 5 dias; Ondansentrona 0,1-1mg/kg, TID por 5 dias. Protetores gástricos: Ranitidina 2mg/kg, BID, 5-7 dias; Omeprazol 0,5-1mg/kg, BID, 10-15 dias. Caso clínico Canina, 10 anos, shitzu, 6 kg. Histórico: secreção vaginal, aumento de volume abdominal, diarreia, êmese em evolução clínica de 10 dias. Último cio há 20 dias, nega histórico de uso de progestágenos, nunca gestou (nulípara). Exame físico: 37,7°C; 160 bpm (taquicardia); 28mrpm; normohidratada; secreção ocular bilateral; sensibilidade dolorosa abdominal; secreção vaginal piosangnolenta; PAS: 130 mmHg. Leucocitose com desvio a esquerda e com presença de metamielócitos. Trombocitopenia. Creat, ureia e FA aumentadas e hipoglicemica. Realizado exames de imagem USG: cornos uterinos aumentados (4,18cm), com parede espessada, conteúdo anecogênico e pontos de celularidade. Ausência de líquido livre abdominal. Foi feito bolus de glicose – 0,5ml/kg por 20 minutos e paciente subemetida a OSH. Paciente internado: -Ringer lactato 2xmanutenção (5ml/kg/hr), 40 ml de glicose diluída na fluido -Enrofloxacina 10mg/kg/SID -Cefezolina (transoperatorio e 24hr pós operatório) 30mg/kg/TID -Tramadol 3mg/kg/TID Dipirona: 25 mg/kg/TID Omeprazol: 1mg/kg/BID Tobramicina: 1gt/Bulbo ocular a cd 3h. Não foi realizado meloxicam, pois tinha quadro de azotemia. Pela queixa em bulbo ocular, foi corado com fluorcerina. Diagnóstico de ceratite ulcerativa bilateral. Hemograma em 48 hrs: Bastonetes e creat reduziram e a glicose aumentou, animal voltou a comer. Porém aumentou leucocitose . Paciente de alta hospitalar: -Amoxicilina – ac. Clavulânico 22mg/kg, TID -Enrofloxacina 10mg/kg, SID -Dipirona 25mg/kg/TID -Omeprazol 1mg/kg, BID Tobramicina 1gt/BO cd 3hr -Cuidados pós operatórios Retorno da paciente: Paciente liberada de alta médica. Segue acompanhada pelo setor de oftalmologia. Metrite puerperal: contaminação que se comporta semelhante a piometra, acontece no pós-parto, diferente da piometra que acontece na fase de diestro. Neoplasias uterinas: raras, geralmente animais de meia idade a idosos. Origem: Epitelial: adenoma/adenocarcinoma Mesenquimal: fibroma/ fibrossarcoma/ leiomioma/leiomiossarcoma. Sinais clínicos: distensão abdominal, anorexia, secreção vaginal. Atentar-se a metástases. Diagnóstico: exames de imagem, histopatológico, estadiamento (TNM). Tratamento: cirúrgico Ovário Cistos ovarianos: estruturas repletas de fluido envoltos por uma delgada parade no interstício ovariano; ligados a um desequilíbrio no eixo hipotálamo hipófise gonadal; conforme sua origem os dinais clínicos se alteram. Cisto folicular: se apresenta isoladamente ou múltiplos em um ou ambos ovários; atuantes na fase de proestro e estro; acomete geralmente animais idosos (8-11 anos); sem predisposição racial, sendo mais relatado em animais de grande porte; ligados a secreção estrogênica Sinais clínicos (reflexo do hiperestrogenismo): ciclo irregular, sinais de estro, prolongamentos de proestro e estro, alterações endócrinas (alopecia bilateral). O estrógeno faz aplasia de medula óssea levando a diminuição do hematócrito, dos leucócitos e das plaquetas. Diagnóstico: histórico reprodutivo; vaginoscopia; citologia vaginal; dosagem hormonal (3-143 pg/ml); exames de imagem (cistos medindo de 5 a 8 mm); histopatológico. Tratamento: OSH ou promoção da luteinização dos cistos foliculares induzindo a ovulação, porém é recidivo GnRH – 50µg/IM hCG – 220 UI/kg/IV; 500 UI/IM em dus doses no intervalo de 48 hrs. LH – 50 mg IM Cistos lúteos: geralmente se apresenta únicos e em apenas um ovário; produtores de progesterona; 10% dos cistos diagnosticdos em cadelas sendo rara em gatas; sem predisposição racial e de idade. Ligados a liberação insuficiente de LH para ovulação mas suficiente para luteinizar as células do folículo anovulatório ou por um retardo no amudurecimento folicular na liberação de LH → formando um grande cisto produtor de progesterona. Sinais clínicos (reflexo do aumento de P4): diestro prolongado; pseudociese acentuada; HEC/piometra Diagnóstico: histórico reprodutivo; vaginoscopia; dosagem hormonal (>2ng/ml); citologia vaginal; exames de imagem (1,5-5cm); histopatológico Tratamento: cirúrgico – OSH; promoção de luteólise: PG2α (cloprostenol) – 2,5µg/kg em intervalos de 48 horas totalizando 3 aplicações. Pode ser necessário a repetição do protocolo. Lembrar dos efeitos colaterais. Cistos germinativos: estruturas epiteliais, subcapsulares ou no córtex ovariano; predisposição a formação de adenomas, cistoadenomase cistoadenocarcinomas: produtores de hormônios (aumento de E2) ou não. Cistos da rete ovarii e cistos praovarianos: sem apresentação clpinica e disfunção ovariana. Cistos de corpo lúteo: raro acometimento em cães e gatos. Síndrome do ovário remanescente: presença de tecido ovariano funcional em cavidade abdominal após falha no procedimento de ovariosalpingohisterectomia – OSH/OH. Após procedimento tecido se revasculariza e passa sofrer ações hormonais advindos do eixo hipotálamo hipófise gonadal, produzindo E2 e P4; acometimento em cadelas e gatas independente de idade e raça. Atentar-se a cirurgias minimamente invasivas em animais de grande porte (cicatrizes pequenas), geralmente nesses caso há falha do procedimento cirúrgico. Sinais clínicos: animal sob influência hormonal como um animal não castrado – sinais de ciclicidade, pseudociese, HEC/piometra/piometra de coto, sinais de estro. Diagnóstico: histórico reprodutivo; citologia vaginal; vaginoscopia; exames de imagem (fase de estro, pois aumenta a vascularização observando o ovário melhor); dosagem hormonal (E2>15 pg/ml, P4> 2ng/ml indicativo de ovário remanescente); histopatológico. Tratamento: cirúrgico – laparotomia exploratória. Caso clínico Rottweiler, 10 anos de 47 kg. Paciente atendido com quadro de secreção vaginal purulenta há 7 dias; com histórico de neoplasia mamária – realizado OSH+mastectomia unilateral D (há 4 anos). Exame físico: parâmetros vitais dentro dos valores de referência; secreção vaginal mucopurulenta em quantidade discreta. Exames laboratoriais: leucocitose de 22.000mm3 com desvio de 3% bastonetes. Realizada citologia vaginal e vaginoscopia: fase de diestro com ação hormonal (ovário remanescente?). Foi realizado US e a cirurgia – celiotomia exploratória: piometra de coto e ovário remanescente. Neoplasias ovarianas: baixa incidência; acometimento em animais de meia idade a idosos; divididos pela célula de origem em: Epiteliais: adenoma/adenocarcinoma/ carcinoma. Germinativas: disgerminoma/teratoma/ teratocarcinoma. Gonadal-estromal: tumor de cels. Da granulosa/tecoma/luteoma. Sinais clínicos: variam segundo a origem da neoplasia – anorexia, efusões abdominais, perda de peso. Além da sintomatologia hormonal: sinais de estro, alopecia, pancitopenia, HEC. Atentar-se a metastases. Diagnóstico: exame de imagem; exames laboratoriais; histopatológico; estadiamento (TNM). Tratamento: remoção cirúrgica e quimioterapia adjuvante. Glâdula mamária Pseudociese: síndrome observada em animais não gestantes, que apresentam comportamento gestacional/materno; alteração fisiológica que passa a ser patológica quando desenvolve sinais clínicos; cerca de 50% a 75% das cadelas apresentam sinais clínicos dessa afecção; os sinais vão variar pela sensibilização da fêmea as alterações hormonais deste período. São recidivas. Sinais clínicos: procura de ninhos; agressividade; anorexia; adoção de objetos inanimados; galactorréia; aumento de mamas. Diagnóstico: histórico reprodutivo e sinais comportametais. Descartar gestação. Tratamento: Manejo: uso de colar elizabethano para evitar a lambedura da mama; Manejo com compressas: primeiramente quente para fluidificar a mama e depois fria para promover vasoconstrição; Pomadas a base de arnica para reduzição da temperatura local. Terapia farmacológica – antiprogestagenos: mais efeitos colaterais que benefícios. -Cabergolina – 5mg/kg VO, SID, 5-7 dias -Bromocriptina- 10-20 mg/kg VO, BID, 10-14 dias. Geralmente vem manipulada junto com omeprazol, devido a grande alteração gástrica promovida. Metergolina (Sec Lec)– 0,1mg/kg VO, BID, 5-10 dias + manejo. Inibe receptores dopaminergicos que estão na cascata de liberação da prolactina. Utilizado quando a galactorreia está bastante exacerbada e a mama está bastante aumentada, promovendo desconforto para o animal. Associa-se ao uso de anti- inflamatório. Terapia alternativa: homeopatia – pulsatilla 30CH – 3 gçóbulos VO, TID, 10 dias. Mastite: inflamação/infecção das glândulas mamárias. Ocorre em quadros de amamentação, trauma, estase láctea e falta de higiene (E.coli, Streptococcus e Staphylococcus). Acontece na fase de puerpério ou em casos de pseudociese (diestro) que não obteve-se resolução (comum em animais de grande porte). Sinais clínicos: desconforto, inchaço e inflamação, secreção mamária de diferentes cores, febre/letargia, fístulas/abecessos/necrose. Diagnóstico: histórico reprodutivo; hemograma e perfil bioquímico (sinais de infecção); cultura e ABG; termografia; exames de imagem complementares. Tratamento: Manejo: uso de colar elizabethano, manejo com compressas, afastar filhotes. Antibioticoterapia: -Amoxicilina + ác. Clavulânico – 22mg/kg VO, TID (cães) BID (gatos, 10-15 dias. -Cefalexina – 22 mg/kg VO, BID, 10 dias. -Sulfa+trimetropin – 15mg/kg VO, BID, 5-7 dias. Abcedou? Necrosou?: Manejo de ferida – conservativo ou cirúrgico se necessário. Controle da dor: -AINES – Meloxicam 0,1-0,2mg/kg, VO, SID, 3-4 dias. -Opióides: cloridrato de tramadol – 3-5mg/kg, VO, TID, 5 dias Antitérmicos: dipirona – 25mg/kg, VO, TID, 7 dias. Secar o leite: Metergolina (Sec Lec)– 0,1mg/kg VO, BID, 5-10 dias. Hiperplasia fibroadenomatosa mamária felina: proliferação rápida do estroma e epitélio ductal das glândulas mamárias; ausência de produção láctea; ocorre após estro ovulatório (aumento de P4 – faz de diestro), ou quando há administração de hormônio exógeno (aumento de P4). Logo se caracteriza por uma alteração hormônio-dependentes; receptores em células mamárias para progesterona. Sinais clíncios: intumescência mamária em todas as mamas, desconforto, dor/letargia, febre, ulcerações, fistulações/necrose, evolução para mastites. Diagnóstico: sinais clínicos caracterpisticas; histórico pós cio ou uso exógeno de hormônios; histopatológico. Tratamento: como não há produção de leite, ela não responde a metergolina e outros tipos de fármacos. Então, o uso de antiprogestagenos é o ideal. Quando é pelo aumento da p4 endógena (pós cio): realização da OSH + manejo de compressa. Quando é pelo aumento da p4 exógena: OSH + mastectomia bilateral. Farmacológico: -Aglepristone: 10-15mg/kg, SC, SID. Dias 1,2 e 7; -Cabergolina – 5mg/kg, VO, SID. 5- 7 dias. (efeitos colaterais) -Bromocriptina: 0,25mg, VO, SID, 5-7 dias. (efeitos colaterais) Abcedou? Necrosou?: Manejo de ferida associada a ABT Controle da dor: -AINES – Meloxicam 0,1-0,2mg/kg, VO, SID, 3-4 dias. -Opióides: cloridrato de tramadol – 3-5mg/kg, VO, TID, 5 dias Antitérmicos: dipirona – 12,5mg/kg, VO, TID, 5 dias. Neoplasias mamárias: tipo neoplásico mais comum nas cadelas e 3° na espécie felina; acomete animais de todas as raças; geralmente acomete animais senis (7-12 anos). Desenvolvimento hormônio-dependente: tecido mamário contém receptores para E2, P4 e prolactina > quando o paciente tem mais receptores de prolactina a incidência de tumores malignos é maior, em contrapartida quando se tem mais receptores de E2 a incidência de neoplasias de origem benigna que é maior. Castração - incidência de tumores mamários: -0,05% antes do 1° cio: levar em consideração a importância dos hormônios sexuais para o desenvolvimento. Tem-se relatado cadelas com problemas articulares por não fechamento da epifíse óssea; incontinência urinária, cistites recorrentes, vagina pequena, linfoma, osteossarcoma e hemangiossarcoma, devido a castração precoce. -8% após o 1° cio -26% após 2/ cio Cadelas com dietas ricas em lipídeos e obesas possuem maior incidência de desenvolverem neoplasias mamárias. Cerca de 70% dos tumoresmamários em cadelas são de origem maligna e em gatos essa porcentagem varia de 85-93%, além de ter alto grau metástatico. Classificação completa dividida em subtipos histológicos: Sinais clínicos: nódulos únicos ou múltiplos, aderidos/não aderidos, contorno regular/irregular, ulcerados/não ulcerados, firmes à palpação, sinais de inflamação. Aatentar-se a metástases em pulmão, órgãos abdominais, medula e SNC. Diagnóstico: citologia (PAAF), termografia, histopatologia, estadiamento tumoral (TNM); exames de imagem; exames laboratoriais. Tratamento: uso de anti-inflamatório para reduzção da inflamação local do tumor (age como quimioterápico). Se tiver invasão em linfonodo regionais (inguinal- M3-M5 e axilar- M1-M3), realizar a retirada. Se houver metástase, não se faz necessário a realizada da mastectomia, o ideal é entrar com tratamento para dar qualidade de vida. Caso não há metástase: OSH + mastec unilateral (em cães) + linfadenectomia, posteriormente ao resultado do histopatológico, realiza-se novamente a mastec da outra cadeia mámaria caso tenha nódulos, caso não tenha, o ideal é esperar um pouco antes de realizar outra cirurgia. Quimioterapia adjuvante (depende do tumor e das condições do animal). É extremamente importante o acompanhamento oncólogico para determinar o melhor tratamento. É recomendado ser feito de 3 em 3 meses no primeiro ano e de 6 em 6 meses a partir do segundo ano – realização de raixo x torácico e ultrassom abdominal. Prognóstico: variável – média de sobrevida de 7 a 16 meses em cães e 10 a 12 meses em gatas. Depende do tamanho, características invasora, ulceração, acometimento de linfonodos regionais, metástases à distância, benignos x malignos, recidivas, demais comorbidades. Carcinoma inflamatório: crescimento agudo (3 a 5 dias), tumor indiferenciado (várias células), crescimento em placa, produção de secreção, dolorido e altamente metástatico. Não é possível a realização da citologia e não tem resolução cirúrgica, pois se espalha muito rápido, além de não ter margem cirúrgica. Liberação de ocitocina e catecolamina → choque. Essa neoplasia leva ao óbito em até 15 dias. Realizar tratamento com ópioide e anti-inflmatório para dar conforto até o momento do óbito.
Compartilhar