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FACULDADE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS CLÍNICA CIRÚRGICA II GABRIELA PICCHIONI BAÊTA - 68A Apendicite aguda e Plastrão Apendicular Apendicite Aguda: doença recorrente na prática médica, é a principal causa de abdome agudo e emergência cirúrgica mais comum. A incidência máxima é entre 10 e 30 anos de idade, sendo mais comum em homens. Fisiopatologia: começa na obstrução da luz do apendicular (apendicolito, aumento linfonodal, matéria vegetal, obstrução por parasitoses, neoplasias…) → supercrescimento bacteriano + secreção continuada de muco → distensão luminal (gera a dor) → isquemia mucosa (diminuição da drenagem venosa e linfático) → processo inflamatório + gangrena + perfuração (dependendo do tempo). História Clínica: dor migratória: periumbilical → fossa ilíaca direita, anorexia, náusea, vômitos, febre, íleo adinâmico Exame Físico: - Ponto de McBurney: a dor será localizada geralmente nesse ponto. Situado dois terços da distância da cicatriz umbilical à espinha ilíaca ântero-superior direita - OBS: o ceco é móvel e o apêndice pode estar rotado, nem sempre a dor será nesse local! Pode ser no flanco, na pelve subhepática - Sinal de Blumberg: indica possibilidade de apendicite (não é patognomônico) → dor à descompressão brusca do ponto de McBurney - Sinal de Rovsing: indica possibilidade de apendicite (não é patognomônico) → palpação no QIE e o paciente queixa de dor no QID - Sinal do Obturador: indica possibilidade de apendicite (não é patognomônico) → paciente em decúbito dorsal, faz-se uma rotação interna + flexão da coxa (mais comum em apendicites retrocecal) - Sinal do Psoas: indica possibilidade de apendicite (não é patognomônico) → paciente em decúbito lateral esquerdo, sente dor quando você faz extensão da coxa direita sobre o quadril - Sinal de Dunphy: indica possibilidade de apendicite (não é patognomônico) → dor no ponto de McBurney quando tosse Exames Laboratoriais: leucocitose, PCR aumentado, EAS: piócitos + Exame de imagem: US: vê se a parede espessada, maior que 7mm. Em corte: lesão em alvo - melhor para crianças, mulheres grávidas, diferenciar no caso de DIP TC: exame de escolha, sensibilidade e especificidade melhor. Vê-se a parede espessada, maior que 7mm. A medida que vai evoluindo observa-se gordura periapendicular borrada, abscesso, líquido e possibilidade de visualizar apendicolito OBS: laparoscopia diagnóstica → quando não se define pelos exames clínicos, físico e de imagem, ou seja, em dúvida diagnóstica. Diagnóstico diferencial: qualquer dor abdominal aguda! - Linfadenite mesentérica - Gastroenterite Aguda - Ureterolitíase - Pielonefrite Aguda - DII - Divertículo de Meckel - Tuberculose Intestinal - Úlcera péptica perfurada FACULDADE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS CLÍNICA CIRÚRGICA II GABRIELA PICCHIONI BAÊTA - 68A - DIP - Cisto ovariano roto - Gravidez ectópica Escore de Alvarado: É um teste de triagem que tem como objetivo reduzir a proporção de falso-negativos. Se >7 pontos: alta probabilidade de apendicite Avaliação e Tratamento: Classificação: Apendicectomia Aberta: muito raramente realizada, restrita aos serviços que não possuem cirurgia laparoscópica ou pacientes instáveis/complicados - Incisão de McBurney ou de Davis, Mediana (se complicada ou conversão) Apendicectomia Videolaparoscopica: tendência atual, geralmente realizado com 3 portais (infraumbilical 10mm, da câmera 10mm, de instrumento 5mm) FACULDADE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS CLÍNICA CIRÚRGICA II GABRIELA PICCHIONI BAÊTA - 68A Plastrão Apendicular: é uma condição que ocorre em 2 a 6% dos casos de apendicite aguda, geralmente quando o paciente chega tardiamente ao hospital. É uma "massa inflamatória" e pode ser classificado em fleimão ou abscesso, sendo este drenado assim que possível (percutânea, transvaginal ou transanal). A abordagem terapêutica desses casos permanece controversa. Palpável no exame físico. Os estudos mostram atualmente que se o paciente não estiver séptico, faz-se a ATBterapia (evitar colectomia ou fístulas) e depois a apendicectomia de intervalo.