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A aplicabilidade da Perícia Digital impulsionada pelo avanço da Tecnologia

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Dell Customer Communication - Confidential
Identificação
PEREIRA; MICHELE, 2021
A aplicabilidade da Perícia Digital impulsionada pelo avanço da Tecnologia.
Michele Brito Pereira
michelepereirars@hotmail.com
IPOG – Instituto de Pós-Graduação
Porto Alegre - RS Abril / 2021
RESUMO
Através desta pesquisa será possível perceber que de acordo com o avanço da tecnologia, o ramo de atuação da perícia digital vem se expandindo a cada dia, de tal forma que, hoje atinge diversos ramos de negócios da sociedade. O universo de trabalho do perito em documentoscopia digital está se tornando cada vez mais amplo, portanto, conhecer estas novas áreas de atuação, permitirá ampliar suas possibilidades de trabalho e alcançar novos rumos, acompanhando a evolução tecnológica nos mais diversos ramos da sociedade moderna.
PALAVRAS CHAVES: Avanço tecnológico. Digitalização. Documentos oficiais.
1. INTRODUÇÃO
Na atualidade, podemos contar com uma ferramenta importante, a Internet, a qual propicia uma maior rapidez e eficiência na produção, manuseio e transmissão de dados. Ela é um marco na chamada Nova Economia, caracterizando-se pelo predomínio do conhecimento e da informação. Ao universalizar seu acesso, a Internet permite que milhões de pessoas se reúnam em torno de idéias em lugares virtuais; dessa forma, estabelece-se um novo protocolo de comunicação entre as pessoas, tanto físicas como jurídicas. Com isso surgem várias oportunidades de negócios na rede, não apresentando barreiras territoriais. O impacto revolucionário da informação está apenas começando a ser notado, provocando transformações na economia, na sociedade, nos mercados de trabalho e igualmente nas relações de consumo.
O avanço tecnológico tem provocado constantes reestruturações da sociedade. Dentre as evoluções da era da informação, pode-se seguramente destacar a grande rede de computadores, a Internet. Ela liga o mundo de ponta a ponta, facilitando a comunicação interpessoal. Porém, junto com os progressos da ciência surgem os desafios. Uma questão importante é como estabelecer a identidade das pessoas com quem se comunica, especialmente em uma rede tão vasta como a Internet.
A utilização de assinatura digital é importante dentro de um sistema de identificação porque possibilita verificar a origem da mensagem e a sua integridade. Outros métodos de autenticação como, por exemplo, a biometria não permitem por si sé verificar a integridade de uma mensagem eletrônica. Por outro lado, existe o problema da personificação de identidades alheias que poderia ser dificultada através do uso de características biométricas em combinação com assinatura digital. Assim ter-se-ia uma maior grau de certeza de que foi realmente um determinado usuário quem assinou uma mensagem eletrônica, uma vez que tenha sido requerida, por exemplo, sua impressão digital para que pudesse efetuar a assinatura de um documento eletrônico.
Da mesma forma, as organizações estão substituindo o papel pelo armazenamento eletrônico de documentos em redes, permitindo cada vez mais agilidade na obtenção da informação. Os documentos tradicionais, apostos em papel, não mais correspondem às necessidades de rapidez na circulação das informações. São evidentes as suas limitações, no que se refere à simples conservação, transmissibilidade ou segurança.
Pesquisas nos informam que os documentos impressos serão gradualmente substituídos por arquivos eletrônicos, mas sabemos que eles nunca serão eliminados por completo. A segurança dessa nova modalidade de transmissão de informações tem sido questionada, visto que é ela quem garante o sucesso das transações, no entanto, mecanismos informáticos foram desenvolvidos com finalidade de nos fazer acreditar na total segurança dos arquivos digitais, enviados por correio eletrônico. Com isso, podemos verificar que surgem questões diversas nesta nova esfera de conhecimento; desta forma, faremos uma análise acerca da possibilidade de atribuir aos arquivos digitais a característica de documento, pois em alguns países esta hipótese já é uma realidade. Também será analisada a possibilidade dos documentos digitais serem equiparados aos tradicionais e, conseqüentemente, possuírem validade jurídica.
2. DESENVOLVIMENTO
Os serviços, consumidores e processos, cada ramo de negócio com suas mais diversas rotinas, estão se tornando digitais, com isso, precisamos nos adaptar a essa realidade. Embora a maioria das pessoas pensem que essa transformação social e tecnológica tenha começado basicamente com o advento das mídias sociais, uma vez que mudaram a forma como nos comunicamos, é uma realidade que vai muito além disso (ALVES, 2019). As mídias digitais ao longo do tempo começaram a fazer parte de nossa vida, seja através da música, dos canais de entreterimento , de canais de comunicação social e interação humana, mas a evolução da tecnologia afetou outros diversos ramos de atividades e a pandemia mundial que estamos vivendo por conta do covid-19 desde 2020, acelerou essa transformação digital para aqueles ramos de negócios que eram mais resistentes, ou mais tradicionais podemos dizer assim, e foi inevitável aceitar e imergir no mundo digital que antes, era um universo restrito e distante, pois agora se tornou necessário para a sobrevivência dos negócios (ALVES, 2019).
Segundo Arellano (2004), toda essa evolução tecnologica, transformando os processos tradicionais em processos digitais, afeta diretamente a pericia documentospopica, que durante anos era feita em documentos físicos, agora tem um universo de atuação muito maior no mundo digital. Isso significa que o exame de pericia documental vai acabar? Como os profissionais de perícia devem se preparar para novas demandas? Onde deve estar direcionado o olhar dos assistentes técnicos para aproveitarem as novas oportunidades de trabalho? São questões muito relevantes quais vamos tratar no decorrer deste artigo, pois este ramo foi diretamente afetado e ao seguir as tendências de digitalização no Brasil que veremos a seguir, a pericia digital terá uma demanda crescente e evidente em diversos setores, acompanhando de fato a transformação de comportamentos em nossa sociedade (ARELLANO, 2004).
Na área da educação, o ensino a distância ganhou muita notoriedade, permitiu que professores pudessem flexibilizar o modo de lecionar e permitiu além disso que os alunos revolucionassem e ampliassem o formato de aprendizado (CARVALHO, 2014). De acordo com Dos Santos (2014), o que antes era restrito à uma única forma de ensino, através de um determinado professor, hoje não há fronteiras, com o ensino on-line diversos alunos e professores estão de concectando pela internet e levando o ensino para patamares sem fronteiras. Devido às restrições de contato físico que surgiram a partir de 2020 com o surgimento do covid-19, as escolas e instituições de ensino (desde a educação básica até os cursos profissionalizantes e universidades) adotaram um modelo híbrido entre o presencial e o digital (DOS SANTOS, 2014).
Com isso, uma série de documentos que eram assinados de forma física e presencial, migraram para o formato digital, as empresas se adaptaram e muitos contratos de matrícula se rematrículas passaram a ser feitos de forma digital, em múltiplas plataformas (SILVA, 2000). O próprio atendimento ao aluno foi ampliado para os meios digitais, onde pais, alunos, professores e cordenação tiram dúvidas, prestam esclarecimentos, e firmam compromissos por estes meios digitais (por exemplo: e-maill, whastsap, skype, zoom, google meeting, entre outros). Na medida em que o que for contratado não for cumprido, e na medida que uma das partes venha a sofrer algum dano, a perícia digital servirá como base para elucidação dos fatos, quando solicitada pelo judiciário ou pelas partes via assistência técnica (SILVA, 2000).
O segmento judiciário passou por uma mudança considerável na última década, mas a evolução não foi uniforme, ainda há um número imenso de processos no papel (FERREIRA E SILVA, 2012). Históricamente o judiciário e o Direitocomo um todo são ramos bastante conservadores e tradicionais a esse tipo de mudança. Mesmo depois com diversas áreas da sociedade tecnologicmaente evoluindo em seus processos, o judiciário ainda caminha lentamente para essa mudança, mas já alcançou algumas vitórias (FERREIRA E SILVA, 2012). A digitalização dos processos favoreceu as rotinas do setor, assim como as plataformas de videoconferência, que permitem que hoje as audiências sejam feitas de forma online, e a partir desta nova dinâmica, todo conteúdo pode ser analisado por equipes da perícia digital, seja nos processos eletrônicos, seja uma análise em cima das audiências quando devidamente requisitada.Essa transformação não para por aí, pois os processos judiciais estão prestes a ficar totalmente eletrônicos, por causa da integração entre tribunais e uso da Inteligência Artificial para automatizar tarefas que, hoje, são feitas por pessoas (FERREIRA E SILVA, 2012).
Para acompanhar a transformação da tecnologia na sociedade e na relação com os clinetes e consumidores, aquelas empresas que não tinham investido nessa área, criaram plataformas de atendimento digital, onde as dúvidas podem ser sanadas, reclamações podem ser feitas, compras podem ser realizadas e uma séria de procedimentos que foam imergidos em nosso dia a dia (ALVES, 2019). Um dos canais digitais mais antigos e tradicional é o e-maill, muito conhecido e estudado pela computação forense e pela perícia digital, mas a evolução da tecnologia hoje permite que essa interação seja feita também por dispositivos móveis como celulares, smarphones, aplicativos de mensagens instâneas, chats, entre outros, e todas essas plataformas são objetos de estudo da perícia digital (SCHIAVI et al, 2020).
De acordo com Alves (2019), a oferta de opções é vasta para estreitar os limites entre o online e o offline, e tornar mais fácil a migração entre os compromissos assumidos de forma física e agora digital. Há poucos anos atrás no Brasil para você fazer uma compra (um objeto de seu interesse por exemplo) você precisava se deslocar até a loja pessoalmente, preencher um formulário de papel com seus dados pessoais para abertura de crédito, levar cópia de seus documentos pessoais como comprovante de residência e de rendimentos, por fim, algumas vezes ainda assinava o seu “contrato” ou seu “cadastro” na loja, e tinha como opção o pagamento através de um carnê, com todas as parcelas de sua copra impressas , uma parcela em cada folha. O surgimento do e-commerce e dos bancos digitais, os compromissos contratados em papéis nesses tipos de estabelecimentos foram substituídos por mensagens de e-maill e por mensagens de aplicativos instantâneas, dando um salto na dinâmica das relações comerciais (GODOI, 2018).
Desde fevereiro de 2020, foi possível acompanhar pelas mais diversas mídias as notícias relacionadas a superlotação em hospitais, por conta do rápido crescimento do número de infectados pelo novo coronavírus (SANTOS; PRADO; SOUZA, 2020). Com isso, medidas de distanciamento social e as práticas de isolamento foram estabelecidas por todo o Brasil, a fim de resguardar o cenário de saúde nacional. Nesse contexto, o Conselho Federal de Medicina (CFM) desenvolveu e regulamentou por meio da Lei 13.989 de 15 de abril de 2020 o uso da telemedicina (Lei de Telemedicina) (GARCIA; GARCIA, 2020) Os médicos precisaram estar aptos a prestar atendimento sem estar fisicamente presente com o paciente e para isso tornou-se necessário a emissão de laudos de forma remota com assinatura eletrônica.
Um laudo médico é um parecer escrito de um especialista, no qual estarão descritas as análises feitas sobre certos exames, apontando as normalidades ou alterações encontradas no paciente examinado. A Resolução CFM nº 2.235/2019 determina que o laudo fornecido é de exclusiva competência do médico responsável por sua emissão (BRASIL, 2019).
O ponto-chave é entender qual o tipo de assinatura o profissional responsável poderá afixar em um laudo médico. Em um período tão crítico, onde o atendimento presencial é recomendado apenas em situações extremas, foi necessário reavaliar quais seriam as outras opções que os médicos teriam para firmar tal documento.
Com a situação emergencial do COVID-19, o cenário começou a mudar onde a Lei de Telemedicina determinou que durante o período da crise ocasionada pelo vírus, serão válidas as receitas médicas apresentadas em suporte digital quando possuírem assinatura eletrônica do profissional que realizou a prescrição. Em seguida, este entendimento foi reforçado pela Lei nº 14.063/2020 que, dentre outras matérias, regulamentou o uso de assinaturas eletrônicas em questões de saúde (BRASIL, 2020). Nesse sentido, tal lei determinou que os documentos eletrônicos subscritos por profissionais de saúde e relacionados à sua área de atuação são válidos para todos os fins quando assinados por meio de assinatura eletrônica qualificada (ou seja, assinatura eletrônica com uso de certificado digital ICP-Brasil) ou, em alguns casos, assinatura eletrônica avançada.
Assim, as inovações legislativas ocorridas durante a pandemia do COVID-19 abriram a possibilidade para que laudos médicos sejam assinados de forma eletrônica. Para tanto, os profissionais de saúde devem utilizar meio de assinatura eletrônica em associação com um certificado digital válido e emitido sob a infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil), algo que a maioria dos médicos hoje já possui em seu CRM, de modo a atender as exigências legais para validade do documento gerado eletronicamente (BRASIL, 2021). Portanto, por meio de tecnologias de assinatura eletrônica que atendem ao padrão de indústria, que permite a assinatura com certificado digital ICP-Brasil, que é capaz de demonstrar autenticidade e integridade da assinatura, os profissionais da saúde podem emitir laudos médicos válidos eletronicamente (BRASIL, 2021).
Toda essa transformação digital favoreceu o contato entre médico e paciente. Celulares, computadores e tablets transformaram a telemedicina, e todos esses dispositivos hoje que são objetos de perícia há bastante tempo agora também alcançaram o público da saúde facilitando a vida de ambas as partes. Através da teleconsulta, e do telediagnóstico agora os médicos podem assinar e enviar seus laudos e receitas médicas à distância, no formato digital. 
A digitalização no Brasil não para de crescer, impulsionada pela nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), a emissão de documento em ambiente digital virou rotina, e os benefícios vão desde o arquivamento de informações de forma virtual, de forma mais organizada, liberar espaços físicos, e facilitar a localização de documentos (RAPOSO et al, 2019).Tudo é feito por meio de serviços de nuvem que podem ser acessados em qualquer lugar do planeta, a qualquer hora. Essa inovação não é temporária, ela veio para ficar, com isso a perícia digital encontra aqui um universo imenso de atuação.
Nesse mesmo contexto, junto com a digitalização de documentos, vem a assinatura eletrônica, que potencializa a gestão dos documentos e tem validade jurídica, como as assinaturas feitas em caneta. Essa ferramenta valida a assinatura de forma 100% eletrônica, dinamiza a formalização de demandas de assinaturas provenientes de receitas médicas, deferimento de matrículas na área de educação, abertura e fechamento de contratos trabalhistas, consentimento de acordos judiciais, atas de reuniões de condomínio, contratos de compra e venda e etc. (RAPOSO et al, 2019).
A maioria das tendências de digitalização no Brasil já são realidade, algumas estão em processo de adaptação e consolidação para atender às demandas do estado, das empresas e do mercado consumidor em geral. Com base nisso, as empresas especializadas em segurança de informação tendem a prosperar e a atuação da perícia digital será fundamental na resolução das lides. 
Outro forte segmento do mercado afetado pelo avanço da tecnologia, somado ao distanciamento social é o setor de Recursos Humanos das empresas, porque depois que houve uma necessidade crescentedas empresas e funcionários migrarem para o trabalho remoto, foi necessário que a equipe de Recursos Humanos encontrasse maneiras de otimizar o onboarding digital (SILVA, 2020). A rotina de algumas empresas no que tange ao processo de admissão e assinatura de documentos mudou, soluções digitais foram implementadas e a assinatura dos contratos passou a ser digital, para tanta gestão, armazenamento e proteção de documentos físicos são práticas que se demonstram cada vez mais relegadas ao passado. Agora, contratos de trabalho, documentos como os de férias e até cartas ofertas podem ser firmados virtualmente com o uso da assinatura eletrônica, carregando a mesma validade jurídica dos documentos impressos (SILVA, 2020).
Em 2021, o avanço da transformação digital é um tema evidentemente em alta. Após um ano intensivo de aprendizados e adaptações, as empresas estão cada vez mais atentas a práticas, ferramentas e soluções para tornar o cotidiano remoto ainda mais eficiente do que a jornada presencial. É com isso em mente que vários setores, como o de RH, tiveram que investir em novidades tecnológicas e operacionais para garantir suas contratações no formato digital, realizar entrevistas, videochamadas, e até mesmo desligamento à distância.
Segundo Freire (2021), conforme o artigo 11 da CLT, todos os colaboradores têm o direito de ajuizar uma ação trabalhista ao sair de uma relação laboral e podem requerer isso em relação aos seus últimos cinco anos na empresa.Ocorre que, quando é acusada em um processo trabalhista, a empresa precisa ter comprovações sobre tudo que se passou no decorrer desse lapso temporal. Na falta desses documentos, isso pode acarretar uma derrota em uma eventual disputa judicial.
Do mesmo modo que o anterior, as empresas podem ser alvos de fiscalização do estado. Nesse caso, o fiscal do trabalho solicitará documentações e, caso não estiverem em mãos da empresa, pode enfrentar problemas fiscais, gerando um possível pagamento de multas pelo não armazenamento ou perda desses arquivos, desse modo, inclusive no formato digital a preservação dos documentos é inevitável, essencial e obrigatória por lei. O arquivamento correto permite que a empresa tenha maior segurança fiscal, trabalhista e financeira, visto que ela não terá problemas relacionados à gestão ineficiente de documentos quando requisitados para análise das partes ou para serem examinados em casos de perícia. 
Segundo Negreiros e Dias (2008), os principais documentos de uma empresa devem ser guardados corretamente, principalmente, os relativos ao setor de RH, tributários, trabalhistas, contábeis e guias de recolhimento. Dependendo da situação, é recomentado armazenar documentos trabalhistas por 10 anos, como a folha de pagamento e o registro eletrônico. O Fundo de Garantia do tempo de Serviço (FGTS), por exemplo, recomenda-se por 30 anos. É preciso ressaltar que existem situações em que o empresário deve guardar as comprovações por prazo indeterminado, como o livro de empregados e o contrato de trabalho, por razão da concessão de benefícios previdenciários (ROBREDO, 2004) No entanto, esse tipo de documento não é mais necessário para empresas que são obrigadas a enviar dados ao eSocial. Na esfera tributária a apresentação dos documentos pode ser exigida pelo fisco para os últimos cinco anos, já na esfera trabalhista e previdenciária até cinco anos ou até uma data determinada pelo contrato de trabalho, livro ou registro dos funcionários (NEGREIROS E DIAS, 2008).
Além disso, hoje em dia, as empresas podem armazenar e encontrar documentos mais facilmente, por meio da nuvem (Souza, 2014). O armazenamento de documentos por meio eletrônico, ótico ou equivalente apresenta o mesmo valor probatório do original para fins de prova em procedimentos de fiscalização. Porém, é fundamental que os gestores assegurem a guarda de arquivos digitais no decorrer de certo período, mantendo uma cópia de segurança para qualquer imprevisto que possa ocorrer.
À medida que o mundo dos negócios continua sua transição para um ambiente digital, sem papel, as assinaturas eletrônicas estão se tornando rapidamente uma necessidade dos negócios. Mas eles são realmente um substituto legítimo para as assinaturas tradicionais? Sim, esta é a resposta. A implementação de assinaturas eletrônicas gera mais flexibilidade pois podem ser feitas do smartphone ao desktop pessoal, de qualquer lugar que o indivíduo esteja. As assinaturas eletrônicas são muito mais avançadas do que parecem.
As assinaturas eletrônicas são soluções SaaS (Software as a Service) completas que autenticam, rastreiam e armazenam as informações do assinante em cada estágio do ciclo de vida do contrato (MARCONDES E SAYAO, 2002). Assim como as manuscritas, as assinaturas eletrônicas são exclusivas para cada signatário. No entanto, embora o depoimento de testemunhas e a escrita à mão sejam a única maneira de garantir a validade de uma assinatura tradicional, as eletrônicas oferecem camadas adicionais de autenticação.Cada assinatura eletrônica tem uma infraestrutura de chave pública (PKI) específica, que aparece como uma sequência única de números criptografados - um público e outro privado. Os dados criptografados oferecem um registro da data e hora em que a assinatura ocorreu e contém informações sobre o endereço IP do signatário, por esse motivo a perícia digital encontra elementos concretos que podem ser analisados e rastreados facilmente (ARELLANO, 2004)
O documento eletrônico pode ter a mesma validade jurídica que o impresso e para que isso aconteça é preciso que seja possível garantir a autenticidade (comprovação de autoria) e a integridade dele. Isso significa assegurar que quem o assinou foi realmente a pessoa indicada nele e o documento que não tenha sofrido nenhuma manipulação indevida (KÁTIA, 2005). No Brasil foi criada a Medida Provisória nº 2.200-2/2001 que cria a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil) e determina os critérios para garantir a autenticidade, integridade e validade de documentos gerados em formato eletrônico. Segundo Kátia (2005), é uma MP com força de lei e nela que nos baseamos para atestar o valor jurídico da assinatura eletrônica. Em um primeiro momento, a medida regulamenta a cadeia de emissão de certificados digitais (ICP-Brasil) e nomeia o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI) como Autoridade Certificadora Raiz. O objetivo da ICP-Brasil é oferecer uma cadeia centralizada de certificados digitais, com Autoridades de Certificação e Autoridades de Registro atuando sob fiscalização do ITI. Por meio destes certificados digitais, em conjunto com uma tecnologia de assinatura eletrônica, é possível produzir documentos eletrônicos com assinatura digital (KÁTIA, 2005).
Outro ponto relevante da Medida Provisória é que ela autoriza o uso de assinatura eletrônica (isto é, sem necessidade de certificados digitais ICP-Brasil) para produzir documentos eletrônicos. O artigo 10, § 2º da MP prevê que se a assinatura for feita com tecnologia que ofereça recursos que permitam identificar a autoria e preservar a integridade dos documentos, ela também terá validade jurídica, da mesma forma que um documento assinado com o certificado digital (DIAS, SILVA E CERVANTES, 2012). Como nem todo mundo possui certificado digital, a assinatura eletrônica se torna o modo mais rápido e eficiente para a realização de negociações empresariais e a assinatura de contratos diversos. Entretanto, é necessário ter alguns cuidados sobre como assinar documentos online e garantir a autenticidade e integridade necessárias. A melhor maneira de garantir tais características é realizar a assinatura por meio de plataformas de assinatura eletrônica, pois normalmente elas oferecem um ambiente protegido, que garante a integridade do documento, e coletam as informações exigidas no momento da assinatura para assegurar sua autenticidade, quais podem ser rastreadas depois em caso de perícia (DIAS, SILVA E CERVANTES, 2012).
Hoje, a assinatura eletrônica é utilizada para formalizar operações de ordemadministrativa, financeira, comercial, fiscal, tributária, previdenciária etc., ela chegou para ficar e o trabalho do perito em documentoscopia digital está evidentemente ligado a esse cenário. 
2.1 Diferenças entre uma assinatura efetuada no formato digital e uma assinatura eletrônica 
Segundo Silva (2020), para ficar claro o que é a assinatura eletrônica, vale a pena entender primeiro o conceito de assinatura, seja qual for o seu meio de emissão. Em termos gerais, assinar um documento significa autenticar, ou seja, reconhecer como verdadeiro e íntegro o seu conteúdo, a partir de um registro efetuado por um sujeito (que pode ser uma pessoa física ou uma pessoa jurídica). Desse modo, o signatário de um documento assume a responsabilidade pelo seu teor, sendo a assinatura a marca que confere a garantia de que o que está sendo atestado é crível e autêntico. Tendo em vista essas características, a própria natureza de uma assinatura confere a essa ação um valor legal. Isso porque, ao subscrever um documento, o assinante declara, de acordo com a sua espontânea vontade, que as informações contidas nele são verídicas, sendo, portanto, confiáveis e dignas de boa-fé (SILVA, 2020).
O mesmo autor afirma que a assinatura funciona como um instrumento jurídico que pode ser usado em todas as esferas sociais, consistindo, por isso, em um valioso artefato constitucional. Tanto uma assinatura feita à caneta quanto a assinatura eletrônica são dotadas dessas especificidades. Mas se ambos os tipos de assinatura têm a mesma função, o que difere um do outro? A diferença principal é o meio através do qual a firma é atribuída pelo signatário. Isso porque a assinatura eletrônica ocorre por meio de mecanismos que operam eletronicamente, o que leva à sua utilização em documentos elaborados sob o formato digital. Logo, a assinatura eletrônica é o recurso usado para conferir autoria, autenticidade ou concordância na documentação que tramita em ambiente virtual (SILVA, 2020).
Nesse sentido, a assinatura eletrônica compreende um vasto conjunto de tipos de registro que tem como base o uso de mecanismos eletrônicos, em geral, criptografados, para identificar um signatário e efetuar a respectiva validação da sua identidade e garantir a integridade do documento.
Há diferentes tipos de assinatura eletrônica, dessa forma, existem variadas maneiras de efetuar esse tipo de firma, o modo mais simples de atribuir a autenticação de assinantes em um documento, é a assinatura eletrônica por meio de plataformas, esse tipo de assinatura eletrônica é o mais utilizado atualmente. depois da elaboração do documento que será assinado (no formato Word, PDF, ou qualquer outro formato eletrônico), o emissor deve acessar a plataforma por meio de login e senha, selecionar o arquivo (que pode estar armazenado no computador ou em um sistema de gestão de arquivos) e fazer o upload. Ou em caso de integração, o fluxo é automático de um sistema para o outro populando as informações no template criado dentro da própria plataforma (RIBEIRO E MESQUITA, 2020).
Após essa fase o emissor seleciona a relação dos interessados na validação do documento, adicionando o nome e o endereço de e-mail das pessoas que serão as signatárias do arquivo que será enviado. Até mesmo a ordem em que as assinaturas têm que ser emitidas pode ser especificada durante essa etapa. Também é possível incluir os dados de outros destinatários que, mesmo não sendo assinantes, precisam acompanhar todo o processo de tramitação documental recebendo apenas uma cópia. Na sequência, será preciso que o responsável pelo documento opte pela sinalização dos campos (padrões ou personalizados) que necessitarão de preenchimento pelos assinantes (RIBEIRO E MESQUITA, 2020). Outra ação normalmente exigida nessa sequência é a adição das tags que indicam a solicitação da inclusão de informações sobre data, local da assinatura, iniciais do signatário, endereço, CNPJ ou qualquer informação que você precise que seja preenchido. Finalizadas essas indicações, basta que o emissor envie o documento, o qual será recebido pelos destinatários por meio de um link que deve ser acessado para a emissão da assinatura (KAZIENKO, 2003).
O signatário pode efetuar a assinatura via link recebido por e-mail ou sms a partir de qualquer dispositivo que tenha acesso à internet, como notebooks, tablets e celulares. Para isso, com o documento aberto, é preciso que o assinante siga as orientações simples e esclarecedora contidas nas plataformas, chegando à etapa de conclusão do procedimento. Não é preciso se preocupar com o arquivamento do documento, uma vez que ele é armazenado de forma automática, com fácil recuperação na nuvem para análise, rastreamento ou posterior perícia. A gestão da plataforma de assinatura eletrônica permite a supervisão das atividades de tramitação eletrônica dos arquivos. (KAZIENKO, 2003).
Tanto a assinatura eletronica quanto a assinatura digital têm mesma finalidade geral que é a de possibilitar a emissão de firma em documentos que circulam eletronicamente, mas contam com tecnologias diferentes. Distingui-las é importante, pois possibilita o maior entendimento da assinatura eletrônica e de suas variedades de utilização. Resumindo, podemos dizer que toda assinatura digital é uma assinatura eletrônica, mas nem sempre uma assinatura eletrônica consiste em uma assinatura digital (LIZOTE E MENIN, 2012). Essas soluções tecnológicas não coincidem totalmente porque, enquanto a assinatura eletrônica tem um escopo mais amplo, referindo-se a variadas possibilidades de registro cujo alicerce operacional é o funcionamento de diversos mecanismos eletrônicos, a assinatura digital é uma dessas opções de autenticação.Portanto, a assinatura eletrônica abrange a totalidade de meios juridicamente válidos de confirmar a autoria no meio digital, incluindo a assinatura digital, que é um tipo particular de assinatura eletrônica (LIZOTE E MENIN, 2012).
De acordo com Furlaneto e Bellinetti (2008), todas as pessoas comuns ou funcionários de empresas, seja ela grande ou pequena podem usufruir e utilizar uma assinatura eletrônica, por exemplo hoje observamos com bastante frequeência no mercado imobiliário, tornando as assinaturas de contratos muito mais eficientes e desse modo, o fluxo contratual tem um funcionamento dinâmico, rápido e auditável. Corretores e demais funcionários otimizam o processo de contratação de forma remota, tanto par alocações quanto para compra e venda. Com o uso adequado de contratos imobiliários digitais, processos morosos de entrega de documentos em papel — que exigem o deslocamento de locador, locatário e fiadores até a imobiliária — deixam de existir. Todo o processo passa a ser feito digitalmente, de forma que uma contratação que poderia levar semanas pode ser finalizada em até um dia (FURLANETO E BELLINETTI, 2008).
As instituições financeiras são diretamente beneficiadas com a adoção da assinatura eletrônica permite que os clientes da instituição fechem vários negócios via internet, através do site e de aplicativos bancários para abertura e movimentação de contas (Ex. Nubanck), contratação de empréstimos, adesão à títulos de capitalização e programas de previdência, seguros e consórcios (PEREIRA, 2011).
A assinatura eletrônica está presente também no ramo das seguradoras, os custos relativos ao seu funcionamento administrativo são cortados, a partir da assinatura digital maximizam o volume de negócios e simplificam os processos comerciais, a contratação de uma apólice se tornou muito mais simples. Assim, um contrato de seguro pode ser formalizado em algumas horas via internet, bastando que seguradora e segurado concordem com os termos do acordo (PEREIRA, 2011).
O setor de telecomunicações é caracterizado por grande competitividade entre as empresas. Afinal, para se destacarem, elas precisam não apenas fornecer os melhores serviços, mas também oferecer atendimento de qualidade aos seus clientes. Com a assinatura eletrônica, formalizam um processo de contratação de serviços em poucos minutos (FORGIONI, 2000).2.2 A origem do reconhecimento de firma
A história do sistema registral brasileiro (popularmente chamado de reconhecimento de firma) nasceu com a própria chegada dos portugueses, quando a política de entrega de lotes de terras (sesmarias) a donatários, instituída com o objetivo de povoar as terras recém-descobertas (e impedir invasões de outras Coroas), gerou-se a necessidade de criar um sistema de registro imobiliário (DOS SANTOS, 2014).
O mesmo autor afirma ainda que o então Registro Paroquial, em meados de 1530 evoluiu ao longo dos séculos para novas formas de registros, como as do nascimento, casamento e falecimento. Em 1892, foi editado o Decreto nº 79/1892 (presente até hoje no arquivo da Câmara dos Deputados), que determinava que o escrito particular tinha valor quando assinado pelas canetas com pena de ganso das partes e por duas testemunhas, exceto quando seu teor depunha contra um terceiro. Nesse caso, o documento só teria validade a partir da data do reconhecimento de firma ou do registro nas notas do tabelião. Esse sistema foi usado até hoje em nossa sociedade, até o advento da internet e avanços tecnológicos na área de computação que permitiram por fim que vários processos puderam ser migrados para o formato eletrônico (DOS SANTOS, 2014).
2.2.1 O reconhecimento de firma na atualidade
Atualmente, existem dois tipos de reconhecimento de firma: por autenticidade e por semelhança. Enquanto no primeiro, o signatário comprova pessoalmente que é o dono da assinatura (ao firmá-la diante do tabelião), no segundo, o notário confere a autoria do documento com os registros arquivados em seu banco de dados. Por conta dessa maior rigidez, o reconhecimento por autenticidade costumava ser exigido em documentos migratórios ou compra/venda de bens (FERREIRA E SILVA, 2019). O desenvolvimento da computação e da internet que se sucederam nos anos 2000 (como armazenamento de dados em discos rígidos, redes, computação em nuvem e mídias criptográficas) forneceram condições para que a assinatura manuscrita fosse substituída por meios eletrônicos de autenticação. Surge então a assinatura eletrônica, permitida legalmente no país desde 2001 (FERREIRA E SILVA, 2019).
Gandin et al (2010), cita que a assinatura eletrônica tem a mesma validade jurídica que a assinatura à caneta para 95% das transações nacionais, independentemente de esta última trazer ou não o carimbo de um cartório. A única exceção ainda fica por conta da compra/venda de imóveis, que exige escritura pública e da transferência de proprietário para um carro usado. No mais, documentos de locação, contratos de prestação de serviços, aditamentos, atestados médicos, prontuários, declarações, tudo pode ser confirmado em poucos segundos, com alguns cliques, ainda que os signatários estejam em áreas geográficas diferentes (renovação contratual a distância), com segurança e possibilidade de rastreamento do processo do início ao fim (GANDIN et al, 2010). 
A administração pública foi a primeira a trocar o papel pelo certificado digital, em 2006, a Lei nº 11.419 que criou o Processo Judicial Eletrônico (PJe) não somente permitiu, como passou a exigir a assinatura eletrônica via certificado digital como condição para o impulsionamento dos atos processuais.Em 2011, no caminho da transformação digital do sistema tributário brasileiro, a Receita Federal tornou obrigatório o uso de certificado digital para a transmissão da DIPJ (Instrução Normativa nº 1.149/2011), marco para as obrigações fiscais que, ano a ano, passaram a ser feitas apenas de forma eletrônica, extinguindo o papel na relação dos contribuintes com o Fisco (CARVALHO, 2014).
Em 2013 a Receita Federal, também aboliu o reconhecimento de firma para qualquer cidadão (conforme Portaria RFB nº 1.880/2013, alterada pela Portaria RFB nº 2.860/2017), bastando a apresentação do documento original ou cópia autenticada com a assinatura feita na hora, exceto em caso de dúvidas quanto à autenticidade (CARVALHO, 2014). Seguindo o exemplo do Fisco, 5 anos depois, a Lei nº 13.726/2018 eliminou a exigência de reconhecimento de firma em todos os demais órgãos públicos, cabendo apenas a confrontação, por parte do agente administrativo, da assinatura do cidadão com a de seu documento (ou, estando presente, com a assinatura feita diante do servidor).O fim do papel e a exclusão da cultura das autenticações notariais para comprovação de autoria na relação com o Estado, representam um grande avanço para nossa sociedade e o campo de atuação da perícia digital se torna cada dia mais amplo. (CARVALHO, 2014).
2.3 Documentos Oficiais Digitais
A quantidade de documentos oficiais que as pessoas precisavam carregar consigo para efetuar as mais diversas transações todos os dias sempre foi desconfortável e vulnerável, uma vez que o risco de serem roubados ou extraviados sempre foi muito alto (GICO, 2001). Carteira de motorista, RG, CPF, carteira de trabalho, passaporte, carteiras de habilitação profissionais, certidão de nascimento, casamento, óbito, e titulo de leitor são alguns deles, e até hoje o processo para digitalizados é lento e depende de uma vontade social e das entidades responsáveis para investirem de uma vez por todas nessa transformação digital que se faz tão necessária nos dias de hoje.
Ainda Gico (2001), os documentos de identificação oficiais são confeccionados com rigorosos dispositivos de segurança, bem como chaves de segurança para evitar fraudes, e quando migram para plataformas digitais tendem a ser mais seguros e menos vulneráveis a falsificações, uma vez que são compostos por autenticações (como leitura biométrica ou o QR Code dinâmico por exemplo) e dados criptografados. A perícia digital mais uma vez será crucial para elucidação de crimes que envolvam fraudes de documentos, inclusive na esfera digital (GICO, 2001).
Siqueira (2012), relata em seu trabalho que fraudes no meio digital são mais difíceis e podem ser detectadas de forma rápida, uma vez que a rastreabilidade é grande. É possível detectar um possível fraudador pelo seu IP e por qual equipamento foi usado, papel da perícia digital somado à conhecimentos de computação forense. A identificação digital ainda pode ser feita por meio de reconhecimento facial, reconhecimento da íris, autenticação dobrada (criptografia por QRCode ou SMS Token) e a biometria (corpo, íris, voz, rosto, geometria da mão entre outros) (SIQUEIRA, 2012).
2.4 A Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileiras 
A Medida Provisória 2.200-2 de 2001 viabilizou a emissão dos certificados digitais, a partir desta norma foram instituídas as hierarquias e os tipos de certificados que seriam oferecidos no país. A principal autoridade da ICP-Brasil é o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), uma autarquia federal vinculada à Casa Civil da Presidência da República, cuja missão é manter e executar as políticas da ICP-Brasil. ICP-Brasil é uma cadeia hierárquica que viabiliza a emissão de certificados digitais para identificar virtualmente pessoas físicas ou jurídicas (FERREIRA E SILVA, 2017). No Brasil, é usada a infraestrutura de chaves públicas, conhecida como certificação com raiz única. Ou seja, uma Autoridade Certificadora Raiz é o ponto mais alto e responsável por executar as Políticas de Certificados, normas técnicas e operacionais aprovadas pelo Comitê Gestor da ICP-Brasil (FERREIRA E SILVA, 2017).
O mesmo autor ressalta que na sequência aparecem as Autoridades Certificadoras (AC), que são entidades públicas ou privadas responsáveis por emitir, distribuir, renovar, revogar e gerenciar todos os certificados vinculados a elas. Além disso, checam se o titular do certificado possui a chave privada correspondente à chave pública.
Esse sistema de confirmação é conhecido como criptografia assimétrica. Cada pessoa ou entidade recebe dois códigos ao criar o certificado: certificado público, que deve ser compartilhado; certificado privado, que deve ser mantido em segurança. Assim, quando um documento é codificado com a chave pública, ele só pode ser decodificado com a chave privadacorrespondente (FERREIRA E SILVA, 2017).
Os tipos de certificados digitais variam de acordo com sua aplicação e nível de segurança exigida. Como cada um pode ser usado para várias atividades, é importante conhecê-los antes de solicitar o formato e, principalmente, saber qual se encaixa melhor na sua demanda.
2.4.1 Certificado tipo A
É o mais utilizado para assinaturas digitais de todos os tipos de documentos. É indicado para profissionais autônomos, empresas e órgãos públicos que têm uma grande demanda de arquivos e que precisam de validações rápidas para otimizar o tempo e reduzir os custos.
2.4.2 Certificado tipo S
Indicado para documentos sigilosos e confidenciais, esse certificado só permite a decodificação do arquivo por pessoas autorizadas. Ótima opção para arquivos e transações que exigem segurança máxima e muito útil para acordos cujas informações como valor monetário, dados pessoais e acordos das partes são extremamente sigilosos.
2.4.3 Certificado tipo T
Conhecido como carimbo do tempo, esse documento eletrônico serve como evidência de data e hora para as transações digitais. Ele garante que essas informações fiquem presentes nos documentos sem a possibilidade de serem alteradas. Seu uso é aconselhável em conjunto com outros certificados.
3. CONCLUSAO
Com o fim de igualar os documentos digitais aos tradicionais, a informática nos apresenta uma maneira inovadora de assinar, que é a assinatura digital, visando a aumentar a confiança de seus usuários, garantindo, assim, que os requisitos inerentes a eles sejam verificados. Com a assinatura digital, seu usuário tem certeza de que o documento não será modificado, sem deixar vestígios e também o destinatário poderá confiar que a mensagem é mesmo de seu autor e que foi enviada exatamente na hora indicada. A cada mensagem a assinatura será diferente, pois ela utiliza o conteúdo do texto e sua chave privada, formando o que chamamos de digesto de mensagem. Conseqüentemente, cada documento terá uma assinatura diferente, pois seus conteúdos são diferentes, não tendo em hipótese alguma intenção de torná-la ilegível. Sua finalidade precípua é elevar a segurança do documento assinado.
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