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Carolina Pretti – TXIV A Atendimento pré-hospitalar ATENDIMENTO ÀS INTOXICAÇÕES AGUDAS ................................................................................................................... 10 CONDUTA NA INTOXICAÇÃO AGUDA ........................................................................................................................................... 10 LESÕES OSTEOARTICULARES ........................................................................................................................................... 11 ENTORSES ............................................................................................................................................................................. 11 LUXAÇÕES ............................................................................................................................................................................. 11 FRATURAS ............................................................................................................................................................................. 11 BANDAGENS E IMOBILIZAÇÕES ....................................................................................................................................... 12 BANDAGEM ........................................................................................................................................................................... 12 ATADURAS ............................................................................................................................................................................ 12 IMOBILIZAÇÕES ...................................................................................................................................................................... 12 RAIOS ............................................................................................................................................................................. 14 TRANSPORTE DE VÍTIMAS ............................................................................................................................................... 15 UMA PESSOA ......................................................................................................................................................................... 15 DUAS PESSOAS ....................................................................................................................................................................... 15 TRÊS PESSOAS ........................................................................................................................................................................ 15 QUATRO PESSOAS................................................................................................................................................................... 15 PADIOLA ............................................................................................................................................................................... 15 TRANSPORTE EM VEÍCULO ........................................................................................................................................................ 15 RISCOS OCUPACIONAIS NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR E BIOSSEGURANÇA ......................................................... 16 BIOMECÂNICA DO TRAUMA ........................................................................................................................................... 17 TRAUMA ......................................................................................................................................................................... 19 ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS ..................................................................................................................... 20 ACIDENTES POR ABELHAS, VESPAS E FORMIGAS ............................................................................................................................. 20 ACIDENTES POR ESCORPIÕES ..................................................................................................................................................... 20 ACIDENTES POR LAGARTAS ....................................................................................................................................................... 20 ACIDENTES POR ARANHAS ........................................................................................................................................................ 21 ACIDENTES POR COBRAS .......................................................................................................................................................... 21 ACIDENTES POR ANIMAIS AQUÁTICOS ......................................................................................................................................... 21 TRAUMA TÉRMICO E QUEIMADURAS ............................................................................................................................. 22 ATENDIMENTO AO POLITRAUMATIZADO ....................................................................................................................... 23 ANÁLISE PRIMÁRIA (A, B, C, D E E DO TRAUMA) .......................................................................................................................... 23 ANÁLISE SECUNDÁRIA .............................................................................................................................................................. 23 VIAS AÉREAS E ASFIXIA ................................................................................................................................................... 24 OBSTRUÇÃO DA VIA AÉREA POR CORPO ESTRANHO ........................................................................................................................ 24 AFOGAMENTO ................................................................................................................................................................ 25 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR) / RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP) ................................................... 26 PARADA CARDÍACA ................................................................................................................................................................. 26 DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO (DEA) .............................................................................................................. 28 Carolina Pretti – TXIV A 10 Atendimento às intoxicações agudas CEATOX: departamento ligado ao HC, responsável por intoxicações (0800148110) Definição: introdução no organismo de substâncias químicas exógenas como medica- mentos ou outras substâncias estranhas ao metabolismo humano e produtos biológicos vegetais ou animais. A diferença entre intoxicação e envenenamento está no tipo e quantidade de pro- duto ingerido ou absorvido pelo organismo. Intoxicação: é o efeito de uma determinada substância no organismo causando alte- rações fisiológicas mais leves Envenenamento: as alterações fisiológicas são tão extremas que destroem células e/ou tecidos Tipos de exposição: ingestão, inalação, administração parenteral (através da via sub- cutânea, intramuscular e endovenosa) e absorção cutânea A gravidade e reversibilidade da toxicidade, está intimamente relacionada com a dose (concentração), tipo de contato e tipo de superfície exposta, doenças coexistentes e resposta individual, idade, farmacodinâmica (o que a droga faz no organismo) e far- macocinética (absorção, distribuição, metabolismo, eliminação) Conduta na intoxicação aguda 1. Avaliação clínica inicial o É necessária avaliar: Condições respiratórias: obstrução de vias aéreas, dispinéia, apnéia, edema pul- monar e insuficiência respiratória Condições circulatórias:alteração de FC, arritmia, PA, PCR e estado de choque Condições neurológicas: rebaixamento do nível de consciência, crise convulsiva, alteração pupilar e agitação psicomotora o Realizar exame físico Pele e mucosa: temperatura, hidratação, odor, coloração e sinais de queimadu- ras Boca: hálito, lesões corrosivas e odor Olhos: conjuntiva, pupila e movimento ocular SNC: Escala de com de Glasgow e estado neuromuscular Cardiocirculatório: FC, PA, perfusão e ritmo Respiratório: FR, ausculta e movimento respiratório Abdome: atividade intestinal, cólicas e diurese (normalidade: 30 a 70 ml/h) 2. Estabilização Medidas que visam corrigir os distúrbios que representam risco iminente de morte são idênticas as realizadas em qualquer outra situação clínica grave o É necessário realizar o ABCD (Suporte avançado): A: Dispositivo avançado de via aérea B: Checar posicionamento e fixar (boa ventilação) C: Circulação – Acesso venoso/ritmo/drogas D: Diagnóstico diferencial – investigar causas 3. Reconhecimento da síndrome tóxica e identificação do agente causal Síndrome tóxica: definida como um conjunto de sinais e sintomas produzido por doses tóxicas de substâncias químicas. O reconhecimento da síndrome permite a iden- tificação mais rápida do agente causal e consequentemente a realização do trata- mento adequado Principais síndromes toxicológicas: anticolinérgica, colinérgica (estimulação excessiva dos receptores de acetilcolina – hiperatividade parassimpática), simpaticomimética (excitação do SNC), extrapiramidal (movimentos involuntários), narcótica (depressão do SNC) e hipnótico-sedativa o Alterações eletrocardiográficas QT prolongado: antidepressivos e fenotiazinas QRS prolongado: antidepressivos, fenotiazinas (clorpromazina, TTO doenças nervosas) Bloqueio atrioventricular: B bloqueadores, digitálicos, bloqueadores de cálcio (ve- rapamil, diltiazen, anlodipina) Taquiarritmias ventriculares: anfetaminas, cocaína, digitálicos e teofilina Padrão isquêmico (onda T invertida): monóxido de carbono 4. Descontaminar Etapa em que se procura diminuir a exposição ao tóxico, quer reduzindo o tempo e/ou a superfície de exposições quer reduzindo a quantidade do agente químico Principais vias de exposição aguda: digestiva, respiratória, cutânea e percutânea o Lavagem gástrica Indicada em agentes de alta toxicidade sistêmica e até 1 h pós-ingestão Volume de soro fisiológico a cada vez: em adultos de 100 a 250 ml e em criança de 5 a 10 ml/kg Contraindicações: SNC deprimido sem proteção da via aérea e ingestão de de- rivado de petróleo e substâncias corrosivas (risco de hemorragia ou perfura- ção) Complicações: lesão obstrutiva de vias aéreas: laringe, epiglote, cordas vocais; lesões de vias aéreas por aspiração: alcança traqueia, brônquios e parênquima pulmonar; perfuração de esôfago e estômago Manejo inicial: é necessário priorizar a liberação de vias aéreas e estabilidade hemodinâmica. Se houver instabilidade de via aérea: intubação endotraqueal ou orotraqueal por visualização direta (evitar sangramentos e injúrias adicionais), laringoscopia, cricotiroidotomia percutânea ou traqueostomia, endoscopia diges- tiva alta o Descontaminação gastrointestinal Carvão ativado: reduz 69% em 30 min e 34% em 1 h Pó vegetal: substâncias por contato direto (absorvente) Via de administração: via oral ou sonda gástrica Indicação: até 1 h após exposição agentes de circulação entero-hepática ou liberação prolongada (fenobarbital e teofilina) Dose: 1g/kg de peso, 25 a 100 g Catárticos: sulfato de magnésio 250 mg/kg em crianças e 15 a 20g em adultos – carvão por mais 12h Agentes não adsorvidos: ácidos e metais (lítio e ferro) o Descontaminação ocular e cutânea: água corrente 5. Administração do antídoto o Atropina: carbamatos (bloqueia os efeitos muscarínicos de acetilcolina) o Oximas (contrathion): inseticidas o Azul de metileno: pirudium, nitratos, nitritos o Flumezenil (lanexat): benzodiazepínicos o Desferoxamina (desferal): ferro e alumínio o D-Penicilamina (cuprimine): chumbo, cobre e mercúrio o N-Acetilcisteína (fluimucil): paracetamol o Naloxona (narcan): opióides, opiáceos o Vitamina k: cumarinas e inandionas – restaurar tempo de protombina 6. Aumento da eliminação do tóxico absorvido o Diurese medicamentosa: furosemida o Diurese iônica: alcalinização favorece a excreção de ácidos fracos e acidificação de bases fracas. Realizado com bicarbonato de sódio em soro glicosado ou fisio- lógico endovenoso o Diálise peritoneal o Hemodiálise 7. Tratamento sintomático o Convulsões: benzodiazepínicos – diazepan o Crises alérgicas: prometazina, corticóide o Tratamento da dor: dipirona, morfina o Tratamento das reações extrapiramidis: (distonias) responsável pela parte auto- mática (SNC), ou seja, movimentos involuntários (bromoprida, difenidramina) Cuidados aos pacientes com intoxicação exógena: é necessário garantir a permea- bilidade da via aérea, decúbito elevado a 30º e oferta de 02 (CPM); monitorização multiparâmetros: PA, FR, FC, T, ECG e sat 02; Puncionar acesso venoso calibroso; co- letar sangue para exames complementares e screening toxicológico; realizar anamne- ses e exame físico, identificando sinais e sintomas da síndrome tóxica; realizar, se necessário, medidas de prevenção da absorção e aumento de excreção dos tóxicos: lavagem gástrica, carvão ativado, entre outros; administrar antídotos (CPM); prevenir e auxiliar no manejo das complicações das intoxicações exógenas e da terapia empre- gada Ao ligar nas centrais de atendimento a intoxicação, informar: idade, peso, como foi o contato com o produto, há quanto tempo foi a exposição, os sintomas que o paciente está apresentando, informações sobre o produto (verificar embalagem) e telefone para contato Carolina Pretti – TXIV A 11 Lesões osteoarticulares São lesões que ocorrem em ossos, músculos e ligamentos Entorses Lesões dos ligamentos das articulações, onde ocorre estiramento além de sua ampli- tude normal podendo ocorrer ruptura ligamentar, em que as superfícies articulares mantêm-se em contato. Quando ocorre entorse há uma distensão dos ligamentos, mas não há o deslocamento completo dos ossos da articulação São usualmente denominados “torcedura” ou “mau jeito” Causas mais frequentes: hiperextensão violenta, contrações violentas e rotações que forçam as articulações Sintomas: dor intensa ao redor da articulação atingida, dificuldade de movimentação, que poderá ser maior ou menor conforme a contração muscular e dor à movimentação na articulação afetada Procedimento: 1. Aplicar gelo (para que ocorra vasoconstrição) ou compressas frias durante as primeiras 24 h (diminuição de edema e dor) 2. Manter o membro elevado se possível 3. Imobilizar o membro com talas, procurando colocá-lo na posição que for menos dolorosa para o acidentado, o mais naturalmente possível 4. Caso haja ferida no local da entorse, cobrir com curativo seco e limpo, antes de imobilizar e enfaixar 5. Preparar o acidentado para o transporte 6. Atendimento médico especializado Ao enfaixar qualquer membro ou região afetada, deve ser deixada uma parte ou extremidade à mostra para observação da normalidade circulatória Luxações Lesões com estiramento ou ruptura dos ligamentos das articulações em que as ex- tremidades de um dos ossos que compõe uma articulação são deslocadas de seu lugar com perda de contato total ou parcial dos ossos que compõe a articulação afetada, em que as extremidades de um dos ossos que compõe uma articulação são deslocadas de seu lugar com perda de contato ou parcial dos ossos que compõe a articulação afetada. Os danos a tecidos moles podem ser graves, afetando vasos sanguíneos, nervos e cápsula articular São usualmente denominados “deslocamento dos ossos” Causas: traumatismos por golpes indiretos, movimentos articulares violentos e às ve- zes uma contração muscularé suficiente para causar uma luxação Articulações mais atingidas: ombro, cotovelo, dedos e mandíbula Sinais e sintomas: dor intensa no local afetado (a dor é muito maior que no entorse), geralmente afetando todo o membro cuja articulação foi atingida, edema, impotência funcional e deformidade visível na articulação, podendo apresentar um encurtamento ou alongamento do membro afetado A manipulação das articulações deve ser feita com extremo cuidado e delicadeza, levando-se em consideração, inclusive, a dor intensa que o acidentado sentirá. O tratamento de uma luxação (redução) é atividade exclusiva de pessoal especializado em atendimento a emergências traumato-ortopédicas Procedimento: 1. Aplicar gelo (para que ocorra vasoconstrição) ou compressas frias durante as primeiras 24 h (diminuição de edema e dor) 2. Manter o membro elevado se possível 3. Imobilizar o membro com talas, procurando colocá-lo na posição que for menos dolorosa para o acidentado, o mais naturalmente possível 4. Caso haja ferida no local da entorse, cobrir com curativo seco e limpo, antes de imobilizar e enfaixar 5. Preparar o acidentado para o transporte 6. Atendimento médico especializado Ao enfaixar qualquer membro ou região afetada, deve ser deixada uma parte ou extremidade à mostra para observação da normalidade circulatória Fraturas Lesão caracterizada pela interrupção na continuidade do osso. Pode apresentar grande grau de deformação na região afetada. É uma emergência traumato-ortopédica que requer boa orientação de atendimento, calma e tranquilidade por parte de quem for socorrer e transporte adequado. Causas: queda, impacto ou movimento violento e esforço maior que o osso pode su- portar Mecanismos: ação direta no osso, ação indireta no osso (transmissão) e ação muscular Sinais e sintomas: dor intensa no local e que aumente ao menor movimento, edema local, crepitação ao movimentar, hematoma (rompimento de vasos, com acúmulo de sangue no local) ou equimose (mancha de coloração azulada na pele e que parece horas após a fratura) e paralisia (lesão de nervos) o Classificação Fechada ou interna: os ossos quebrados permanecem no interior do membro sem perfurar a pele Aberta ou exposta Os ossos entram em contato com o meio externo por perfurar a pele ou uma perfuração na pele atinge o osso Procedimento: 1. Ficar atento para o controle de hemorragia arterial 2. Não tentar recolocar o osso exposto de volta para o seu lugar 3. Limpar o ferimento provocado pela exposição do osso 4. Colocar um curativo seco e fixá-lo com bandagens 5. Não tocar no osso exposto 6. Manter o acidentado em repouso, tranquilizando-o, enquanto se procede a mobilização da mesma maneira que se realiza em fraturas fechadas 7. Preparar o acidentado para o transporte 8. Atendimento especializado Procedimento: 1. Observar o estado geral do acidentado, procurando lesões mais graves com fe- rimento e hemorragia 2. Acalmar o acidentado, pois ele pode ficar apreensivo e em pânico 3. Ficar atento para prevenir choque hipovolêmico 4. Controlar eventual hemorragia e cuidar de qualquer ferimento, com curativo, antes de proceder a imobilização do membro afetado 5. Imobilizar o membro com talas, procurando colocá-lo na posição que for menos dolorosa para o acidentado, o mais naturalmente possível 6. Trabalhar com delicadeza e cuidado 7. Preparar o acidentado para o transporte 8. Atendimento médico especializado Toda atenção é pouca, os menores erros podem gerar sequelas irreversíveis. Os acidentes que causam fraturas são de grande energia devendo haver preocupa- ção com o comprometimento de outros órgãos Monitorar permanentemente o estado geral e as condições das vias aéreas superi- ores do acidentado Nos casos de alteração da consciência o acidentado tende a aspirar secreções, san- gue e vômito. Precisamos ficar atentos para a necessidade de limpar rapidamente a boca do acidentado, apoiar a cabeça lateralizada e, às vezes, fazer uma suave tração na língua Para a profilaxia do estado de choque é importante a contenção da hemorragia O acidentado deve ser protegido contra frio, coberto com peças de roupa, mobilizado o menos possível e mantido em decúbito Na maioria dos casos a conduta final mais importante é a imobilização da parte afe- tada, muitas vezes, suficiente para aliviar a dor e estabelecer condições favoráveis à cura da lesão A maioria das lesões osteoarticulares não apresenta muita gravidade, mas podem assumir proporções desastrosas não atendidas com o primeiro socorro adequado Manobras desorientadas e descontroladas provocam a laceração de partes moles e até mesmo, perfurações da pele, o que transforma uma fratura fechada em aberta de prognóstico muito pior Lembrar que o trajeto dos vasos sanguíneos acompanha o arcabouço ósseo Lesões vasculares: desvio importante do eixo, pontas ósseas e fragmentos ósseos Carolina Pretti – TXIV A 12 Bandagens e imobilizações Bandagem Bandagens são peças de tecido aplicadas em áreas de ferimentos, que possuem a finalidade de exercer pressão para controlar o sangramento sobre uma parte do corpo (curativo), fixar curativos (curativo), proteger feridas (curativo), fornecer apoio a uma parte lesionada do corpo (imobilização) e fixar uma tala em uma parte lesionada do corpo (imobilização) Os materiais mais utilizadas são: gazes, crepom e tecidos elásticos Devem ser adaptados de modo confortável a uma região do corpo devendo, portanto, ser utilizada técnica de aplicação adequada a cada região anatômica Bandagem triangular: possui fácil aplicação, pode ser utilizada aberta ou dobrada e pode ser improvisada com qualquer tecido e com técnica apropriada se aderir a qualquer região anatômica. É usada para apoiar fraturas, fixar talas, formar tipoias e fazer torniquetes improvisados. Dobrada (em gravata): deve ter aproximadamente 10 cm de largura e é utilizada para fixar talas, bandagens de pressão, torniquetes, bandagens combinadas (bandagens tri- angulares, abertas e dobradas) Estendida: útil para curativos em ferimentos na cabeça, braço, mão, joelho, pé e tórax Combinadas triangulares, estendidas e dobradas: necessário nas bandagens de feri- mentos nos ombros, quadris e coxas Para proteger ferimentos a bandagem pode ser improvisada com um pano limpo, aberto, dobrado ou combinado Dimensões apropriadas: 120 cm x 120 cm x 170 cm (mínimo: 100 cm base e 60 cm de altura) o Considerações na utilização: As ataduras ou bandagens devem ter bom aspecto, proporcionando conforto e bem-estar à vítima Ao aplicar uma bandagem, observar o local, a extensão da lesão e as condições da circulação As bandagens não devem ser muito apertadas para não impedir o afluxo e re- fluxo do sangue, pois pode provocar edema e dores intensas. Porém, devem ficar firmes e não se deslocar, adaptando-se às formas corporais Na aplicação da bandagem, coloque o membro em posição funcional e evite con- tato entre duas superfícies cutâneas, para que não haja aderências e fricções Procedimento 1. Proteger o ferimento com a compressa de pano limpo, e de tamanho suficiente para cobri-lo além dos limites da lesão 2. Sempre que possível, deixar a extremidade de um membro ferido descoberta, para observar, pela coloração, se a circulação está se processando normalmente 3. Evitar apertar demasiadamente a compressa para não ocorrer dificuldade na circulação ou deixar a compressa demasiadamente frouxa para que não se des- prenda com facilidade 4. Fixar a compressa com material garantindo firmeza e a integridade do curativo 5. Evitar o contato de duas superfícies de pele para evitar irritação 6. Colocar o acidentado na posição correta para o tipo de lesão 7. Manter sempre apoiada a parte do corpo onde está aplicando a bandagem para que possa manter a posição correta 8. Proteger as saliências ou ferimentos com curativos da gaze 9. A bandagem deve cobrir todas as bordas do curativo 10. Cobrirapenas um terço da bandagem em cada volta 11. Correr a bandagem sempre da esquerda para a direita 12. Não deixar extremidades soltas, elas podem enroscar em algum objeto 13. Se o sengue ensopar o curativo e a bandagem originais, elas não devem ser removidas, deve-se aplicar outro curativo sobre o local 14. Imobilizar o local do ferimento Cabeça o Bandagem triangular dobrada 1. Cobrir o ferimento com pedaço de pano limpo 2. Dobrar a bandagem até formar uma faixa de espessura adequada 3. Passar em torno da testa comprimindo o ferimento 4. Cruzar o tecido e voltar com o envolvimento ao lado inicial 5. Amarrar as duas pontas mantendo pressão adequada à bandagem o Bandagem triangular estendida: 1. Cobrir o ferimento com pedaço de pano limpo 2. Colocar a bandagem triangular na cabeça do acidentado, de modo que o vértice do triangulo fique do lado oposto ao ferimento (nuca e testa) 3. Trazer as pontas laterais do triângulo por cima do vértice, amarrando-as ao redor da cabeça com um nó, e cuidando para que este não fique sobre o feri- mento 4. Prender cuidadosamente as pontas sob a bandagem, onde for possível Tórax – Bandagem triangular estendida: 1. Cobrir o ferimento com pedaço de pano limpo 2. Colocar o vértice da bandagem sobre o ombro 3. Cruzar as pontas nas costas e amarrá-las com um nó, diretamente abaixo da ponta do vértice deixando uma das pontas mais compridas (antes: dobrar exce- dente até a altura do tórax se necessário) 4. Trazer a ponta mais comprida para cima, à altura do ombro e, amarrá-la com vértice, arrematando com um nó Braço – Bandagem triangular estendida: 1. Cobrir o ferimento com pedaço de pano limpo 2. Colocar a bandagem triangular paralela ao braço, segurando o vértice no pulso e colocando uma das pontas no ombro 3. Tomar a ponta livre da bandagem e ir envolvendo o braço até o ombro, termi- nando por fazer um nó com a outra ponta Mão – Bandagem triangular estendida: 1. Cobrir o ferimento com pedaço de pano bem limpo 2. Colocar a mão sobre a bandagem, com o ferimento voltado para cima e as pontas dos dedos voltadas para o vértice 3. Puxar o vértice para o pulso 4. Cruzar as outras duas pontas sobre a mão enrolando-as no pulso e dando-lhes um nó Quadris e coxas – Bandagem combinadas triangulares, estendidas e dobradas: 1. Aplicação da bandagem sobre o quadril e a coxa segue a mesma técnica e o mesmo tipo de material utilizado na aplicação de bandagens no braço e ombro 2. O vértice duplo na cintura deve firmar-se à tira com um nó para que a bandagem fique firme Joelho – Bandagem triangular estendida 1. Cobrir o ferimento com pedaço de pano bem limpo 2. Colocar a bandagem sobre o joelho, com o vértice voltado para cima 3. Enrolar as pontas, cruzando-as atrás do joelho 4. Trazer as pontas para frente 5. Amarra-las com um nó, acima do joelho Pé – Bandagem triangular estendida 1. Cobrir o ferimento com pedaço de pano bem limpo 2. Colocar o pé sobre a bandagem, fazendo com que as pontas dos dedos apontem para o vértice do triângulo, se o ferimento for na parte superior do pé (se estiver na parte posterior, o vértice deverá estar voltado para o calcanhar) 3. Puxar o vértice até a perna 4. Cruzar as duas pontas da bandagem sobre o pé e ao redor do tornozelo 5. Amarrar as duas pontas e dar um nó completo Ataduras Utilizar faixa ou gaze própria para curativos Procedimento: 1. O socorrista deve aplicar a atadura após limpar o ferimento e cobri-lo com um pedaço de pano bem limpo 2. Firmar a parte a ser amarrada, colocando-se o socorrista de frente para a vítima que deverá estar sentada ou deitada 3. Aplicar uma atadura de largura adequada, que ofereça segurança 4. Suspender a extremidade da atadura o mais alto possível em relação ao feri- mento e aplicá-lo desenrolando-a pouco a pouco 5. Iniciar a aplicação de atadura, pela sua extremidade, colocando-a na parte supe- rior do curativo, dando duas voltas bem firmes, para que fiquem ajustadas 6. Envolver o membro, passando a atadura alternadamente, por cima e por baixo do ferimento, de tal maneira que cada volta cubra 2/3 da volta anterior man- tendo a pressão, até que a atadura fique bem ajustada 7. Prender a extremidade da atadura, para que a bandagem fique firme Imobilizações Possui a finalidade de tirar os movimentos das articulações acima e abaixo da lesão. É utilizada nas lesões osteoarticulares evidentes ou suspeitas quando se necessita trans- portar uma vítima de acidente. o Talas: Carolina Pretti – TXIV A 13 Qualquer dispositivo usado para imobilizar uma fratura ou lesão articular. Podem ser flexíveis ou rígidas, industrializadas ou improvisadas com qualquer objeto que ofereça estabilidade São usadas para: apoiar e imobilizar possíveis fraturas, luxações e entorses gra- ves, controlar o sangramento e a dor, reduzir o edema e evitar maiores danos ao tecido pelo movimento das extremidades ósseas Não deslocar, remover ou transportar o acidentado de fratura, antes de ter a parte afetada imobilizada corretamente. A única exceção a ser feita é para os casos em que o acidentado e/ou socorrista corre perigo iminente de vida. Mesmo nestes casos, é necessário manter a calma, promover uma análise rápida e precisa da situação e realizar a remoção provisória com o máximo de cuidado possível Regras para aplicação: Em dúvida da presença de lesão, mas com dor, imobilize a lesão Cobrir todos os ferimentos Remover ou cortar roupas e as joias ao redor do local da lesão para que as extremidades ósseas fraturadas não sejam movidas acidentalmente, compli- cando o quadro e para que não ocorra garroteamento com o edema O membro atingido deve ser acolchoado com panos limpos, camadas de algodão ou gaze, procurando sempre localizar os pontos de pressão e desconforto Forrar a tala para prevenir pressão e desconforto da vítima Aplicar a tala antes de tentar mover a vítima Ao imobilizar um membro que não pode voltar ao seu lugar natural, não forçar seu retorno Imobilizar a área lesionada na posição em que foi encontrada A imobilização deve ser feita dentro dos limites doo conforto e da dor do acidentado Não imobilizar a vítima caso provoque mais dor Antes e depois da imobilização, avaliar o pulso e a sensibilidade distalmente à lesão Prender as talas com atadura de pano Imobilizar as articulações imediatamente acima e abaixo da lesão Fixar pelo menos 4 pontos: acima e abaixo das articulações e acima e abaixo da fratura Apertar o suficiente para imobilizar a área, com o devido cuidado para não provocar insuficiência circulatória Avaliar a cada 15 minutos para garantir que a tala não impeça a circulação Exceções: Se houver deformidade profunda, ausência de pulso ou se a extremidade distal estiver cianótica, alinhe o membro lesionado com a tração antes de fazer a imobilização (há maior risco de perder o membro) Se a vítima apresentar sinais de choque (circulatório), alinhar a lesão na posição anatômica normal e providenciar transporte imediato, sem perder tempo com a aplicação de talas Tipos de talas: Rígidas: encontradas no mercado e feitas de madeira, alumínio, arame, plástico, papelão ou fibras prensadas de madeira. Algumas apresentam formatos es- pecíficos para os braços e são equipadas com fechos de velcro, outras são flexíveis e suficiente para serem moldadas sobre qualquer superfície anatô- mica ou acessório. Podem ser moldáveis (papelão, aramada com espuma, alu- mínio com espuma, aramada com espuma e velcro) ou não-moldáveis (lona, PVC e madeira) De tração: somente pessoas especializadas Pneumáticas (infláveis): moles e flexíveis antes de infladas e rígidas quando cheias de ar, são usadas principalmente no antebraço e parte inferior da perna, não se ajustam aos membros, podem impedir circulação, dificultam mo- nitoramento das extremidades e pulso e podem perder pressão Improvisadas: em um acidente é muito mais provável que necessitede impro- viso no local. Pode se usar caixas de papelão, bambus, tábuas de passar roupa, revistas enroladas, guarda-chuvas, cabos de vassoura, caneleiras ou qualquer outro objeto semelhante. Também é possível realizar a autoimobilização (tala anatômica), amarrando e fixando a parte lesionada a uma parte adjacente não lesionada como um dedo com o outro, uma perna com a outra ou um braço com o peito. Devem ser leves, firmes, rígidas, longas (o suficiente para se estender sobre as articulações e prevenir movimentos dos dois lados da fra- tura), largas (o suficiente para o membro afetado) e forradas (de forma que as superfícies internas não entrem em contato com a pele) Imobilização com poucos recursos: o Braço e antebraço: 1. Colocar algodão ou pedaços de pano para acolchoar debaixo da axila 2. Colocar talas dos lados externos e internos do braço, com comprimento sufi- ciente para ir até o cotovelo 3. Fixar com tiras de pano ou atadura 4. Fazer uma tipoia para imobilizar o braço com o antebraço flexionado em ângulo reto e fixá-la junto ao tórax 5. Modos: imobilização do braço adaptando as roupas da vítima de modo a servi- rem de apoio ao membro lesado; imobilização com braço na posição encontrada, semidobrado; imobilização do braço esticado com uma tala e quatro bandagens; imobilização do braço dobrado com uma tala e quatro bandagens e uma banda- gem de apoio o Mão: imobilização da mão com apoio de uma tipóia o Dedos da mão: imobilização do dedo com um abaixador de língua de madeira ou outra tabuinha fina ou tira de papelão resistente, amarrado com uma atadura o Tornozelo: imobilização com travesseiro e atadura o Pé ou tornozelo: imobilização com madeira e atadura o Coluna: fixando o acidentado a aparelho feito com duas tábuas compridas e três transversais, mais curtas o Bacia: Ligaduras circulares, que se colocam bem juntas desde a parte alta das coxas até a parte superior dos ossos dos quadris. Para transportar o acidentado, não havendo padiola, será indispensável colocá-lo sobre uma tábua, porta ou escada acolchoada, fixando à mesma os membros inferiores e a pelve o Fêmur: a imobilização provisória de fêmur pode ser feita com alguém puxando o pé para baixo enquanto o socorrista coloca uma tábua acolchoada comprida sobre o lado externo da coxa e do tronco, e outra, mais curta, do lado interno da perna e da coxa fixadas com atadura, gravatas ou tiras de pano. Acima da articulação da coxa o Perna: a imobilização provisória de fraturas da perna pode ser feita com a coloca- ção de duas tábuas forradas sobre o lado externo e interno da perna com atadu- ras, gravatas ou tiras de pano o Joelho: 1. Sentar o acidentado e apoiar o joelho com roupas 2. Envolver o joelho com uma atadura esparadrapo para apoiar a lesão e com- primir 3. Usar um isolante e uma fira ou corda 4. Dobrar o isolante até que cubra ¾ da perna a se imobilizada 5. Posicionar a perna de forma a manter uma curvatura confortável, o isolante deve se posicionar acima do joelho 6. Preencher as lacunas da tala em torno da perna do acidentado usando cami- setas ou qualquer coisa que sirva para imobilizar 7. Amarrar a fita sobre o ombro do acidentado colocando o né em uma posição confortável e fácil de imobilizar 8. Ajudar apoiando o lado ferido, ou com um galho ou outro material o Tipoias: Apoios feitos a partir de panos, faixas, cintos..., que visam sustentar o peso e manter os membros em elevação constante e com certa imobilidade Carolina Pretti – TXIV A 14 Raios Eletrocussão: é a lesão ou morte provocada pela exposição do corpo a uma dose letal de energia elétrica. É a principal causa de lesão ou morte relacionada a efeitos atmos- féricos Raios são descargas elétricas muito intensas que ocorrem em nuvens e podem atingir o solo. São consequência do rápido movimento de elétrons de um lugar para outro. Os elétrons se movem com tamanha velocidade que fazem o ar ao seu redor iluminar-se (clarão - relâmpago) e aquecer-se (estrondo - trovão). Podem ser visíveis ou não. O raio é visível quando duas correntes se encontram Quando houver raios, não se deitar, apenas agachar-se e quando houver aglomerados de pessoas, dispersar-se Epidemiologia: → No mundo, ocorrem de 1-3 bilhões por ano = 50/100 por segundo (90% terra e 10% mar, pois não há altitude). → No Brasil ocorrem 60 milhões por ano = 2 por segundo → Em 2007 foram 45 mortes nos EUA: 98% em locais abertos, 89% homens, 30% com idades entre 20 e 25 anos, 25% embaixo de árvores e 25% próximo à água → No verão é mais comum → 70% das lesões não são fatais e 30% de mortalidade → A maioria dos óbitos são decorrentes de parada cardiorrespiratória → Relação com esportes praticados a céu aberto (montanhismo, treking, mountain, bike, golf, pesca...), campos/agricultura Mar: menor resposta às variações de temperatura, possui relevo menos acidentado, menor concentração de aerossóis, comparado à superfície dos continentes. Na praia, quando houver chuva procurar edificações o Mecanismos de lesão Direto: ocorre quando um indivíduo está em ambiente aberto e não é capaz de encontrar um abrigo Contato: ocorre quando o indivíduo está em contato direto com o objeto que é atingido ou com um respingo que sai desse choque Contato lateral ou respingo: ocorre quando o raio atinge um objeto (por exemplo: terra, edifício, árvore) e respinga em uma ou mais vítimas. “Saltos de corrente” ocorrem de indivíduo a indivíduo, árvore a indivíduo e até mesmo em ambientes fechados, do fio de telefone ao indivíduo que está usando o aparelho Voltagem de corrente ou corrente de terra: ocorre quando o raio atinge a terra ou um objeto adjacente. A disseminação da corrente é radial. O tecido humano tem menos resistência do que a terra, o que faz a corrente entrar no corpo do indivíduo. Seu trajeto, por exemplo, sobe por um membro inferior e desce pelo outro, segundo a via de menor resistência Indireto: quando há uma onda de choque produzida pelo raio, que pode jogar o indivíduo a até 10 metros. Produz trauma fechado. O trauma fechado pode ocor- rer em qualquer lançamento do corpo da vítima, provocado, por exemplo, por incêndios florestais, incêndios em edifício e explosões provocadas pelos raios Alterações cardíacas: fibrilação ventricular, assistolia por despolarização do miocárdio, produção intensa de catecolaminas ou estímulo autonômico (hipertensão e taquicardia), alterações inespecíficas no ECG (Prolongamento do intervalo QT), inversão de onda T e necrose do miocárdio - elevação CPK-MB Alterações respiratórias: espasmos da musculatura torácica e músculos acessórios da respiração, bloqueio do centro respiratório e edema agudo de pulmão Alterações do Sistema Nervoso Central: o Sintomas imediatos ou transitórios (sintomas podem durar horas ou até alguns dias): perda de consciência, amnésia, dores de cabeça e parestesia o Sintomas permanentes: lesões estruturais vistas em exames de imagem e avali- ações pós-morte, encefalopatia isquêmico-hipóxica, hemorragia intracraniana e síndromes cerebelares o Desenvolvimento de síndromes neurológicas (podem persistir por meses ou anos): doença do neurônio motor e distúrbios do movimento o Relacionado à segundo trauma (relacionados a quedas): hemorragias epidural, sub- dural ou subaracnóidea e lesões medulares Alterações renais: o Deve-se manter a vítima hidratada, fazendo o controle eletrolítico o Insuficiência renal aguda: danos às membranas celulares de nervos, músculos e vasos, rabdomiólise / hemoglobinúria e elevação dos níveis séricos de uréia e creatinina o Tratamento: hidratação vigorosa, alcalinização da urina, diuréticos, correção dos distúrbios hidroelétricos, diálise e terapias de suporte Figuras de Lichtenberg (matemático, físico e astrônomo que categorizou sinais pato- gnomônicos de vítimas de eletrocussão por raios). A ausência de alterações histopatológicas torna consistente a hipótese de que se trata de um fenômenofísico e não de uma classe de queimadura Procedimento: 1. Garantir a segurança do local, para você mesmo e para outras pessoas. 2. Estabilizar a via aérea, a respiração e a circulação. 3. Em caso de ausência de respiração ou circulação espontânea, iniciar RCP. 4. Avaliar o ritmo cardíaco com um desfibrilador automático externo (DEA) após cinco ciclos (2 min). 5. Encaminhar ao serviço médico especializado A American Heart Association recomenda a realização de vigorosas medidas de reanimação naqueles indivíduos que parecem mortos à avaliação inicial! Muitos relatos de excelente recuperação após paradas cardíacas induzidas por re- lâmpago e no fato de que as vítimas, nessa categoria, são, em sua grande maioria, jovens e não cardiopatas. Não é incomum observar uma parada cardíaca com recuperação espontânea da ati- vidade elétrica após o indivíduo ter sido atingido por um raio, mas qualquer parada res- piratória contínua pode causar parada cardíaca secundária por hipóxia. o Prevenção: Ambientes fechados: Procure um edifício e fique longe de janelas e portas abertas, lareiras, banhei- ras e chuveiros e objetos metálicos, como pias e utensílios. Desligue o rádio e o computador e evite telefones com fio. Use o telefone apenas para emergências. Desligue todos os aparelhos e equipamentos elétricos antes da chegada da tempestade Ao ar livre: Evite objetos metálicos, como bicicletas, tratores e cercas. Evite objetos altos, como árvores, e abaixe-se (dois pontos de apoio são mais seguros que quatro, quando deitado) Evite áreas próximas a oleodutos, fios de alta tensão e outros. Evite campos abertos. Evite abrigos abertos (ex.: abrigos para carros ou ônibus), dependendo de seu tamanho total, já que relâmpagos laterais ou terrestres podem ocorrer. Livre-se de objetos metálicos, pois podem atrair relâmpagos. Em grandes eventos públicos ao ar livre, procure ônibus ou minivans nas adja- cências. Fique no interior de um veículo com capota, evitando conversíveis. Mantenha as janelas fechadas e evite a presença de itens metálicos no veículo. Barracas oferecem pouca ou nenhuma proteção. Evite estacas metálicas e objetos úmidos. Na ausência de abrigos, todos os indivíduos devem ficar 10 a 15 metros dis- tantes uns dos outros, evitando contatos por respingo e correntes de terra. Tente fazer o menor contato possível com a terra. Agache-se, colocando os pés juntos. Recubra as orelhas com as mãos e fique sobre algum material isolante. Uma posição alternativa é ajoelhar-se ou sentar-se de pernas cruzadas. Não fique em pé, de cócoras, abraçado ou encostado a árvores altas. Procure uma área baixa, com árvores menores ou arbustos. Procure grandes cavernas e fique longe de sua abertura e paredes laterais. Caso esteja em áreas elevadas ou ao lado de uma montanha, procure um terreno mais baixo. Procure valas, a não ser que haja contato com a água. Na água, vá imediatamente para a terra e fique longe da margem. Evite nadar, ficar em barcos ou em objetos altos dentro d’água Carolina Pretti – TXIV A 15 Transporte de vítimas Atendimento pré-hospitalar é o atendimento prestado a uma vítima no local do aci- dente visando a manutenção da vida dela e sua estabilização para transporte para um centro hospitalar. No modelo americano, é executado pelo paramédico e no europeu, pelo médico. Motivos que dificultam a chegada do socorro especializado: local de difícil acesso e falta de comunicação. Nesses casos, movimentar a vítima o mínimo possível para não agravar supostas lesões pré-existentes. Uma pessoa Apoio no ombro: 1. Passar o braço em torno da cintura da vítima 2. Passar o braço da vítima ao redor do seu pescoço 3. Dar a mão para a mão da vítima do braço que está envolvido no seu ombro Nas costas: 1. Abaixar e dar as costas para a vítima 2. Colocar os braços dela ao redor do seu pescoço 3. Inclinar para frente 4. Levantá-la Duas pessoas Cadeirinha (só fazer com pessoas que vocês aguentem o peso) 1. Abaixar atrás da vítima, estender um braço e dobrar o outro a 90 graus do primeiro, segurando o antebraço do primeiro com a mão do braço dobrado. 2. O segundo socorrista deve fazer os mesmos procedimentos. Os dois socorris- tas devem segurar de suas mãos dos braços estendidos os antebraços fletidos do outro socorrista, formando uma “cadeirinha” 3. Os dois devem então encostar a cadeirinha na parte posterior da perna da vítima, pedir que ela se sente e passe os seus braços ao redor do pescoço dos dois socorristas 4. Levantar simultaneamente Segurando pelas extremidades (não carregar assim se a vítima estiver traumatizada) 1. Um socorrista segura a vítima pelas axilas 2. O outro segura a vítima pelas pernas abertas 3. Levantar simultaneamente Transporte na cadeira 1. Sentar a vítima 2. Amarrar a vítima à cadeira 3. Um socorrista deve segurar na frente e o outro atrás da cadeira ou de um lado e do outro. Sempre em pontos e fixação fortes da cadeira 4. Levantar em blocos, com cuidados com a cabeça e o pescoço da vítima Três pessoas O ideal seria 4 pessoas, pois a quarta iria imobilizar a cabeça da vítima 1. Um socorrista segura a cabeça e as costas da vítima 2. Outro socorrista segura a cintura e a parte superior da coxa da vítima 3. O terceiro segura a parte inferior da coxa e as pernas 4. Mover a vítima em blocos, movimentando o mínimo possível Quatro pessoas 1. Um socorrista segura a cabeça 2. O segundo segura as costas 3. O terceiro segura a cintura e a coxa superior 4. O quarto segura a coxa inferior e a perna 5. Os movimentos devem ser em bloco (sincronizados) Padiola É o mais adequado meio de transportar doentes e feridos na falta de uma maca hospitalar. Não é indicado para vítimas politraumatizadas. 1. Pegar dois cabos (de madeira, de vassoura, de metal, de árvore...). 2. Ou enrolar um cobertor várias vezes neles, ou colocar as duas varas dentro as mangas de 2 camisas e abotoá-las ou colocar dois sacos de tecido fortes e fazer um furo neles. 3. Se não tiver como fazer uma padiola: usar uma porta, tábua de passar roupa, tábuas amarradas entre si, poltronas, camas, escadas… 4. Amarrar o doente ao meio de transporte com lençóis e cintos. Movimentar o mínimo possível. Transporte de vítimas com suspeita de lesão na coluna 1. Improvisar padiola não flexível e lisa (como uma porta, uma tábua de passar roupa…) 2. Colocar almofadas (feitas de toalhas, por exemplo) na padiola na região da nuca, na região lombar, na dobra da perna e no tornozelo 3. Colocar o acidentado sobre a padiola (apenas quando tiverem 4 socorristas): 4. Com a padiola no chão e ao lado do acidentado pronta com as almofadas, rolar o acidentado sob seu próprio corpo e em seguida rolar o corpo sobre a padiola 5. O primeiro socorrista segura a cabeça, o segundo as costas, o terceiro as nádegas e coxas e o quarto as pernas e pés. Levantar ao mesmo tempo a vítima, colocando-a na padiola com cuidado para não dobrar sua coluna. 6. Imobilizar a vítima para transporte: colocar almofadas ao redor da cabeça e amarrar a testa. Depois amarrar o corpo à tábua nas alturas do peito, quadril e pé. Transporte em veículo o Carroça: depois de imobilizar a vítima na tala, colocá-la dentro da carroça sobre um colchão ou palha para não a deixar se mover muito. o Caminhão: escolher o mais leve, pois há menos solavancos. o Automóvel: Lesão de membros superiores ou ferida: vítima pode viajar sentada no banco de trás se o motorista dirigir com calma. Lesão na cabeça: vítima deitada no banco de trás com as pernas encolhidas. Necessidade de viajar na posição reta: deitar o banco do passageiro da frente para trás e colocar a maca com a parte da cabeça da vítima apoiada no banco de trás e da perna no banco da frente. Carolina Pretti – TXIV A 16 Riscos ocupacionaisno atendimento pré-hospitalar e biossegurança Risco é um valor estimado que leva em consideração a probabilidade de ocorrência de um dano e a gravidade de tal dano o Risco ocupacional Galafasi afirma que são todas as condições que podem ocasionar danos à saúde do trabalhador em seu ambiente de trabalho Ministério de saúde → a possibilidade de perda ou dano e a probabilidade de que tal perda ou dano ocorra durante a realização de uma atividade. Implica, pois, a probabilidade da ocorrência de um efeito adverso O APH é o atendimento que procura chegar precocemente a vítima, após ter ocorrido um agravo a saúde, após ter ocorrido um agravo a saúde. A equipe de saúde atua em diversos locais, com espaço restrito e limite de tempo, há exposição diária à riscos ocupacionais A 1ª preocupação é a segurança da equipe → ninguém deve tentar um salvamento, se não estiver treinado para fazê-lo Socorrista que se torna uma vítima: não está mais apto a atender outras pessoas, aumentará o número de vítimas, diminuirá o número de socorristas O atendimento do doente deve ser adiado até que a cena seja segura. Tem que ser seguro para o socorrista e para a vítima o O Ministério do Trabalho e Emprego classifica os riscos ocupacionais em 5 grupos: Físico: exposição a agentes explosivos, altas temperaturas, radiações, ruídos Químico: contato com produtos tóxicos, manipulação de medicamentos, desinfe- tantes Biológico: contato com microrganismos patogênicos. No início dos anos 80 – HIV: preocupação com contato com sangue e fluidos corporais Hepatites virais: Pode ser transmitida aos profissionais de saúde por agulhas e expo- sições mucocutâneas na pele não intacta. Causa inflamação aguda do fígado. período de incubação da exposição à manifestação dos sintomas é geralmente de 60 a 90 dias. Uma vacina derivada do antígeno de superfície da hepatite B (AgHBs) pode imunizar os indivíduos contra HBV. Caso um profissional de saúde seja exposto a sangue de um doente potencialmente infectado por HBV antes de desenvolver imunidade (antes de completar a série de doses da vacina), pode-se conferir proteção passiva contra HBV através da administração de imunoglobulina da hepatite B (HBiG). Como na infecção pelo HBV, a infecção pelo HCV pode variar de progressão lenta e assintomática à insuficiência hepática e morte Vírus B e C HBV: Assintomático em até 30%. Possui vacina, imunoglobulina. Mais facilmente con- traída do que a infecção pelo HIV, taxa de mortalidade alta e não há tratamento espe- cífico HCV: pode evoluir lentamente assintomático até a insuficiência hepática e a morte. ⅔ dos doentes são usuários de drogas endovenosas. Não existe imunoglobulinas. HIV: Vírus se instala no sistema imune, diminuindo as defesas → infecções raras e câncer. É menos possível contrair HIV do que HBV ou HCV. Após a infecção, o HIV dirige- se ao sistema imune do seu novo hospedeiro. Com o tempo, o número de certos tipos de leucócitos cai dramaticamente e deixa o doente vulnerável ao desenvolvimento de infecções raras ou cânceres. Há probabilidade de adquirir infecção por picada de agulha infectada, exposição a uma quantidade maior de sangue, exposição ao sangue de um doente com um estágio mais avançado da doença, uma lesão percutânea profunda e uma lesão com uma agulha cheia de sangue O HIV é transmitido essencialmente através de sangue ou sêmen infectado, mas secreções vaginais e fluidos pericárdicos, perito- neais, pleurais, amnióticos e cefalorraquidianos podem ser considerados potencialmente infectados. A menos que haja a presença evidente de sangue, as lágrimas, a urina, o suor, as fezes e a saliva são geralmente considerados não infecciosos. Ergonômico: envolve posições não ergonômicas representadas por movimentos brus- cos, repetitivos; posições incomodasse prolongadas; peso excessivo e estresse Acidente: espaço limitado e arranjo físico da ambulância; assistência a vítima com ambulância em movimento o A exposição ao sangue pode ser: Percutânea: quando um indivíduo se pica ou se corta com um objeto perfurocor- tante contaminado. Mucocutânea: exposição de sangue à pele não íntegra, como uma lesão de partes moles (por exemplo: abrasão, laceração superficial) ou uma patologia cutânea (por exemplo: acne) ou a exposição de sangue a mucosas (por exemplo: conjuntiva ocular). Menor probabilidade de causar lesão. Biossegurança: é o conjunto de ações voltadas para a prevenção e proteção do tra- balhador, minimização de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados o Precauções padrão: Consistem em barreiras físicas ao sangue, aos fluidos corporais e à exposição, além de práticas de manipulação segura para agulhas e outros objetos perfuro- cortantes. Uma vez que os doentes traumatizados com frequência têm hemorragia externa e o sangue é um fluido corporal de risco elevadíssimo, devem ser utilizados dis- positivos de proteção no atendimento aos doentes Constituem-se basicamente: barreiras físicas, lavagem de mãos, prevenção de lesões perfurocortantes e gerenciamento da exposição ocupacional Barreiras físicas: Luvas: devem ser utilizadas para tocar a pele não íntegra, as mucosas ou as áreas contaminadas por sangue ou outros fluidos corporais. No atendimento ao doente, é comum a ocorrência de perfurações nas luvas, portanto, elas devem ser examinadas regularmente em busca de defeitos e devem ser tro- cadas imediatamente caso seja observado qualquer problema. Máscaras e protetores faciais: servem para proteger as mucosas oral e nasal do profissional de saúde da exposição a agentes infecciosos, especialmente em situações em que há conhecimento ou suspeita da presença de patógenos de transmissão aérea. Caso as máscaras ou os protetores faciais fiquem úmidos ou sujos, eles devem ser trocados imediatamente. Proteção ocular: Deve ser utilizada sempre que houver a possibilidade de res- pingos de gotículas de fluido infectado, como ocorre ao entubar um doente que tenha sangue na orofaringe. Os óculos não são considerados adequados, pois não fornecem proteção lateral. Aventais: aventais descartáveis com forros plásticos impermeáveis oferecem a melhor proteção, mas podem ser extremamente desconfortáveis e pouco práticos no ambiente pré-hospitalar. Aventais ou outras roupas devem ser trocados imediatamente caso estejam sujos. Quando e como usar luvas: usar luvas de procedimento, não estéril, quando houver possibilidade de tocar em sangue, fluídos corporais, membranas mucosas, pele não ín- tegra e qualquer item contaminado, de todos os clientes. Lavas as mãos imediatamente após a retirada das luvas. Trocar as luvas entre um procedimento e outro. Calçar as luvas imediatamente antes do cuidado a ser executado, evitando contaminação prévia das mesmas. Estando de luvas, não manipule objetos fora do campo de trabalho. Retirar as luvas imediatamente após o término da atividade. Removê-las sem tocar na parte externa das mesmas. Usar luvas adequadas para cada procedimento (luvas cirúrgicas estéreis ou luvas de procedimento não estéreis) Quando lavar as mãos: após tocar fluidos, secreções e itens contaminados, após a retirada das luvas, antes de procedimentos no paciente, entre contatos com pacientes, entre procedimentos num mesmo paciente, antes e depois de atos fisiológicos e antes do preparo de soros e medicações Nunca se deve reencapar agulhas após o uso. Não remover com as mãos agulhas usadas das seringas descartáveis e não as que- brar ou entortar Carolina Pretti – TXIV A 17 Biomecânica do trauma Estudo das ações de forças e seus efeitos sobre estruturas biológicas: fundamental para diagnosticar possíveis lesões não visíveis, que podem levar a vítima à morte ou condená-la a uma vida com sequelaspermanentes → suspeitadas e presumidas Se o socorrista não compreender os princípios da biomecânica, as lesões podem pas- sar despercebidas A compreensão desses princípios aumenta o nível de suspeita, com base no padrão das lesões provavelmente associadas ao exame do local da ocorrência, antes até de examinar o doente. A compreensão do processo de troca de energia leva à suspeita de 95% das possí- veis lesões. Socorrista: observa e transmite dados relevantes ao médico do pronto socorro. Médico: questiona e recebe as informações. o Leis de Newton 1ª Lei – Princípio da inércia: todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele 2ª Lei – Princípio fundamental da dinâmica a mudança de movimento é propor- cional à força motora imprimida, e é produzida na direção de linha reta na qual aquela força é imprimida As lesões podem ser descritas como interações entre o hospedeiro e o agente em um ambiente o Energia mecânica ou cinética: permanece como o agente de lesão, mais comum e é o agente dos acidentes automobilísticos, quedas, traumatismos penetrantes e ex- plosão. Colisões: se há danos no veículo, certamente há lesão da vítima Atropelamentos: a colisão do corpo com o carro ocorre em etapas e cada etapa possui seu padrão de lesão Adultos: 1. Impacto inicial nas pernas e às vezes nos quadris. 2. O tronco rola sobre o capô do carro e pode bater no para-brisa. 3. A vítima cai do carro no asfalto, geralmente de cabeça, com possível trauma da coluna cervical Crianças: 1. O para-choque atinge as pernas (acima dos joelhos) ou a pelve da criança e lesa o fêmur ou a cintura pélvica. 2. Quase imediatamente depois: a frente o capô do veículo continua a se mover para sempre, atingindo o tórax, parte superior da perna, os quadris e o abdome. Isso faz com que os quadris e o abdome sejam afastados do ponto de impacto. 3. A vítima é arremessada do veículo e bate no asfalto. 4. Ou, para crianças muito pequenas, o carro continua a trajetória e a criança vai para baixo do carro, que passa por cima dela Capotamentos O carro pode sofrer muitos impactos, em vários ângulos diferentes. Então o corpo vai ser politraumatizado. Podem haver danos ao corpo e aos órgãos. Sem cinto → LESÕES MAIS GRAVES Na maioria dos casos: os ocupantes são ejetados do veículo enquanto ele ca- pota e/ou são esmagados à medida que o veículo capota em cima deles, ou sofrem lesões pelo impacto com o chão. Vítima potencialmente grave: sofreu ação de muitos sentidos de energia. Vítimas ejetadas: probabilidade de morrer aumenta em 300%! Lesões são potencialmente mais graves que as de dentro do veículo devido ao impacto com o solo Agressões Explosões Podem lesar 70% das pessoas na vizinhança, enquanto que uma arma auto- mática usada contra o mesmo grupo pode lesar 30%. Minas, estaleiros, fábricas químicas, refinarias, empresas de fogo de artifício, fábrica e elevadores de grãos são áreas propensas à explosão. A energia contida pode ser convertida em luz, calor e pressão Mecanismos: 1. Luz: 1º agente, dano ocular (retina) 2. Calor: combustão do explosivo, distância e barreiras – roupas e paredes 3. Ondas de choque: arremessam objetos contra a vítima, arremessam a pró- pria vítima e afetam diretamente o organismo (ouvidos: rompimento da membrana timpânica e pulmões: pneumotórax) o Energias térmica, química, elétrica e radiação o Acidentes motociclísticos: o mecanismo de trauma é diferente das colisões auto- mobilísticas e as variações ocorrem nos impactos frontal, angular ou com ejeção. Fator determinante é a ausência de estrutura ao redor do motociclista → equipa- mentos de segurança: botas, roupas de couro e capacete Frontal: a motocicleta tomba para a frente e o motociclista colide com o guidão. Se os pés permanecerem nos pedais, as coxas colidem com o guidão e o movi- mento para a frente é absorvido pela diáfise do fêmur. Pode haver lesão no crâneo, tórax, abdome, pelve (depende da parte do corpo que colidiu com o gui- dão). A pelve também pode colidir com o guidão → fraturas pélvicas em “livro aberto”, sangra muito pois afeta as aa. Ilíacas Angular: a motocicleta cai sobre o motociclista ou ele é prensado entre o veículo e o objeto em que colidiu. Pode haver lesões nos membros superiores e/ou infe- riores (fraturas), lesão extensa em partes moles e lesões de órgãos da cavidade abdominal, em decorrência da transferência de energia Com ejeção: por não estar contido, o motorista pode ser ejetado. Ele continua voando até que sua cabeça, braços, tórax, abdome ou pernas atinjam outro ob- jeto, como um veículo motorizado, um poste ou asfalto. A lesão ocorre no ponto de impacto e se irradia para o resto do corpo à medida que a energia é absorvida Quedas: primeira causa de traumatismo não fatal (EUA). Segunda causa de lesões de medula e cérebro. A gravidade da lesão depende da desaceleração vertical (concreto ≠ cama elástica), e elasticidade / viscosidade do corpo (concreto ≠ cama elástica) e su- perfície de impacto (sentado ≠ em pé). Crianças lesionam a cabeça e adultos aterrissam sobre os pés., caem para trás, atingem o solo com as nádegas e as mãos estendidas o Lesões ao cair em pé: calcâneo, joelho, cabeça do fêmur e coluna vertebral o Fatores que influenciam: Altura: quanto maior a altura, maior o potencial da lesão. A relação entre sobre- vida e altura da queda não é absoluta. Há casos de óbito em quedas da própria altura e de sobrevida em quedas de grandes alturas. Superfície de impacto: a densidade da superfície e irregularidade também influ- enciam o potencial de severidade da lesão. Superfícies que se deformam permi- tem dissipação da energia cinética. Ferimentos por arma branca: são armas de baixa energia, são usadas com a mão, como uma faca ou um picador de gelo. Essas armas produzem lesão somente com as pontas afiadas ou com as bordas cortantes. A lesão nas vítimas pode ser prevista analisando a trajetória da arma no corpo. O dano produzido por uma faca depende do Colisão Local da lesão Lesão Frontal Corpo para cima: cabeça no para-brisa, tórax (lesões cervicais e de coluna) no painel, pernas (fêmur) no volante Corpo para cima: cranioencefálica, coluna cervical, tórax (coração, pulmão e aorta), ruptura e esgarçamento de órgãos abdominais Corpo para baixo: cabeça no volante, tórax no volante, joelhos (danos à art. coxofemoral) no painel abaixo do volante Corpo para baixo: face em colisão com o volante, joelho ou tíbia em colisão com o painel, fratura ou luxação de quadril, luxação ou fratura nos pés e/ou tornozelos (se apoiados no chão) Lateral Cabeça no vidro ou muro, ombro + tórax + abdome + pelve na porta Cranioencefálica, coluna cervical, clavícula, tórax, abdome e pelve Traseira Cabeça no encosto de cabeça Hiperextensão da coluna cervical com dano medular (desaceleração rápida associada à frenagem súbita ou colisão Rotacional (angular) Vítima primeira se move para a frente, depois para a lateral, conforme o veículo rodopia ao redor do ponto de impacto Lesões das resultantes variáveis frontal, lateral ou posterior Carolina Pretti – TXIV A 18 movimento da lâmina no interior da vítima. Se for homem, faz movimentos ascendentes e se for mulher, faz movimentos descendentes. Ferimentos por arma de fogo o Balística: ciência que estuda o movimento de um projétil através do cano de uma arma de fogo, sua trajetória no ar e após atingir o alvo. o Quando o projétil atinge o corpo humano, sua energia cinética se transforma na força que afasta os tecidos de sua trajetória. As armas de média e alta energia danificam não apenas o tecido diretamente na trajetória do projétil, mas também o tecido acometido na cavidade temporária, de cada lado da trajetória. A variáveis do perfil do projétil, do rolamento e da fragmentação influenciama rápida troca de energia e, portanto, a extensão e a direção da lesão. A cavidade temporária criada por esta arma é três a cinco vezes o calibre da bala. o Orifício de entrada: A pólvora pode formar uma tatuagem ao redor do orifício, área de queimadura e abrasão da pele. Como o projétil empurra os tecidos para dentro, onde estes têm suporte, trata- se de uma ferida oval. o Orifício de saída: Nem todos os orifícios de entrada têm um orifício de saída correspondente. Algumas vezes pode haver múltiplos orifícios de saída devido à fragmentação óssea e do projétil. Geralmente, o orifício de saída é maior que o de entrada e tem bordas irregu- lares projetadas para fora. Como o projétil empurra os tecidos para fora, onde não há suporte, é formada uma ferida estrelada. A deformação, inclinação e fragmentação do projétil dependem da energia cinética. Se o projétil gastar toda sua energia cinética cavitando o tecido, o orifício de saída pode ter aparência inócua ou não existir. Em situações com pouca perda de energia cinética, mas com inclinação e de- formação do projétil, o orifício de saída pode ser irregular e maior que o orifício de entrada. Procedimento – avaliação da cena em uma emergência: o O que aconteceu? Procure reconstruir mentalmente como o acidente ocorreu. Que tipo de força (energia) foi aplicada? Analise as forças que atuaram no evento (desaceleração, aceleração, queda livre, projétil de arma de fogo, etc.) Em que parte do corpo e em qual direção essa(s) força(s) atuou(aram)? Cavidades corpóreas foram atingidas? Há ferimentos penetrantes? A vítima apresenta sinais de lesões de órgãos internos? Fatores preventivos de acidentes o Quedas de altura superior a 6m (em média 3x a altura da vítima). o Vítima ejetada do veículo. o Acidente automobilístico com vítima fatal. o Deformidade do veículo maior que 70%. Carolina Pretti – TXIV A 19 Trauma Epidemiologia: Trauma é a primeira causa de porte entre do 1º ano de vida até aos 44 anos e dos 45 aos 74 anos são doenças cardiovasculares e câncer. Desempenha um papel preponderante no ônus global de doenças Mata mais de 5 milhões de pessoas em todo o mundo a cada ano causando um número ainda maior de casos de incapacidade Quase 14 mil mortes diárias Na maioria dos países, independentemente do nível de desenvolvimento, os traumas aparecem entre as cinco principais causas de morte Atinge as pessoas de todos os estratos socioeconômicos, mas as taxas de mortalidade tendem a ser mais altas nos segmentos de menor renda Os mais pobres têm menor probabilidade de se recuperar plenamente de uma lesão ou traumatismo Todos os membros da sociedade sentem esse custo financeiro, uma vez que são arcados por instituições governamentais e outros órgãos, programas de seguros parti- culares que transferem os custos para os outros dependentes e empregadores, assim como para os pacientes Mortes na infância = 60% e nos adolescentes 80% Sétima causa de morte aos idosos Para os doentes que morrem, 5,3 milhões de anos são perdidos (36 anos perdi- dos/pessoas) Comparativamente, o custo em anos de vida perdidos para câncer e doenças cardio- vasculares é muito inferior Faixas etárias mais acometidas: 20 a 29 anos, 10 a 19 anos e 30 a 39 anos Definição: Evento nocivo que advém da liberação de formas específicas de energia ou de barreiras físicas ao fluxo normal de energia o Química: é a resultante da interação de uma substância química com o tecido hu- mano exposto. Exemplo: ingestão acidental ou proposital de soda cáustica ou amônia o Térmica: energia associada a altas temperaturas e ao calor. Exemplo: queimaduras por escaldadura, sólidos quentes ou fogo direto o Elétrica: movimentação de elétrons entre dois pontos está associada à lesão direta e à lesão térmica. o Irradiação: transmissão de energia por ondas eletromagnéticas que trafegam em raios. Exemplo: queimaduras solares e acidentes radiológicos o Mecânica: a mais comum. Energia que um objeto contém quando está em movi- mento. Exemplo: acidente de trânsito, colisões no esporte, armas de fogo, quedas etc. Qualquer forma de energia física em quantidade suficiente pode causar danos ao tecido O dano ocorre quando o limiar de transferência de energia que o corpo pode tolerar é ultrapassado Estamos expostos às 5 formas de energia sob controle em diversas situações coti- dianas, de laser e trabalho A energia fica fora de controle ao se perder esse equilíbrio quando: o Desempenho do indivíduo: o nível de desempenho de um indivíduo cai abaixo da exi- gência da tarefa o Exigência da tarefa: a dificuldade da tarefa excede a habilidade do indivíduo o Ambos os fatores se alteram simultaneamente Classificação: o Traumas intencionais: associados a um ato de violência interpessoal ou auto direci- onado o Traumas não intencionais: Podem ser um evento ocorrido ao acaso ou oriundo de causas desconhecidas ou um acontecimento desastroso por falta de cuidado, aten- ção ou ignorância Principais causas de mortalidade relacionadas ao trauma o Trauma em estradas: Problema de saúde pública e desenvolvimento (socioeconômico) 9ª causa de morte no mundo, corresponde a 2,2% das fatalidades em todo o mundo → morrem 1,3 milhões de pessoas todos os anos (3242/dia) Principal causa de morte em crianças e jovens de 10 a 24 anos de idade. 20 a 50 milhões de pessoas com lesões temporárias ou permanentes ao ano. Os homens morrem quase 3x mais que as mulheres nas estradas. Países ricos gastam mais com acidentes automobilísticos (2%) do que países de renda média (1,5%) e de baixa renda (1%) o Violência interpessoal: Maiores taxas: encontradas nas Américas entre homens com idade de 15 a 29 anos. Estima-se que cerca de 520 mil pessoas morram em todo o mundo em conse- quência da violência interpessoal 95% dos homicídios ocorrem em países de renda baixa e média o Violência auto-infligida → suicídio Mais de 50% dos suicídios ocorrem em pessoas com 15 a 44 anos de idade Cerca de 815 mil pessoas em todo mundo cometem suicídio 86% ocorrem em países de renda baixa e média o Quedas: 2ª principal causa de mortes acidental ou intencional no mundo todo (alta morbi- mortalidade.) 37,3 milhões de quedas que ocorrem a cada ano são suficientemente graves para exigir atenção médica Cerca de424000 pessoas morrem devido a quedas no mundo por ano Adultos com mais de 65 anos sofrem o maior número de quedas fatais 80% das mortes ocorrem em países de baixa e média renda o Guerras: população jovem, com o passar dos anos aumentam as mortes o Afogamento 3ª causa de morte por trauma não intencional no mundo 7% de todas as mortes relacionadas ao trauma 50% das mortes ocorrem entre crianças abaixo de 5 anos de idade Cerca de 388 mil pessoas se afogam em média no mundo 0,7% de todos os óbitos no mundo ocorrem por afogamento não intencional 97% das mortes por afogamento ocorrem em países de renda baixa e média o Incêndios Entre as 15 principais caudas de morte entre crianças e adultos jovens de 5-29 anos Ocorrem principalmente em casa e no local de trabalho Mais de 1 milhão de pessoas na índia e quase 173 mil crianças de Bangladesh com queimaduras moderadas ou graves a casa ano Em Bangladesh, Colômbia, Egito e Paquistão, 17% das crianças com queimaduras têm uma incapacidade temporária e 18% tem uma incapacidade permanente 410 mil queimaduras ocorreram nos EUA, com cerca de 40 mil com necessidade de hospitalização Mais de 95% de acidentes fatais relacionados com fogo, queimaduras, ocorrem em países de baixa e média renda O trauma não é uma doença, mas se comporta epidemiologicamente como uma. Uma vez que possui um agente causa, um hospedeiro e um ambiente apropriado para inte- ração entre agente e hospedeiro o Fases do trauma Pré-evento:envolve as circunstâncias que provocam uma lesão traumática. São os fatores que contribuem para a probabilidade de um trauma. Ações aqui con- centram-se na prevenção do trauma Evento: “a fase do trauma real”. É o momento em que a energia nociva é liberada. Fatores diversos influenciam a gravidade do trauma. Em geral, é muito rápido Pós-evento: quando aparecem as consequências do trauma. Dependendo do tipo de evento, o pós-evento pode durar de alguns segundos, até o resto da vida da vítima (sequelas) o Prevenção Primária: evitar a lesão antes que ela ocorra. Secundária: ações tomadas para impedir a progressão de uma lesão. Terciária: minimização da ocorrência de mortes e sequelas relacionadas à lesão (ou doença) após o evento. O atendimento pré-hospitalar → pode melhorar a sobrevida da vítima o Óbitos após traumas 1ª fase: de poucos minutos, até uma hora após o evento. Ocorreria independen- temente do pronto atendimento médico. Combatidos com prevenção do trauma e estratégias de segurança 2ª fase: primeiras horas após o incidente. O atendimento pré-hospitalar pode prevenir! 3ª fase: de alguns dias até várias semanas após o trauma. Geralmente acontece por falência de múltiplos órgãos. Abordagem precoce e agressiva do choque na fase pré-hospitalar pode prevenir alguns desses óbitos Carolina Pretti – TXIV A 20 Acidentes com animais peçonhentos Animais peçonhentos: são aqueles que possuem, glândulas de veneno que se comuni- cam com dentes ocos ou ferrões, agulhões, por onde o veneno é injetado Animais venenosos: aqueles que produzem veneno, mas não possuem aparelho inocu- lador, provocando envenenamento passivo (ingestão ou contato) A presteza e a capacidade de tratamento são fatores importantes para que se evitem sequelas graves capazes de incapacitar e evitar a morte de muitos acidentados Venenos ou toxinas: são substâncias que quando introduzidas no organismo em dose suficiente, ou nele formada por suas propriedades químicas, provocando alterações funcionais e/ou anatômicas, mais ou menos graves. As alterações dependem da natu- reza e concentração da substância e sensibilidade do próprio indivíduo Acidentes por abelhas, vespas e formigas Insetos que possuem ferrões verdadeiros, com três famílias de importância médica: Apidae (abelhas e mamangavas), Vespidae (vespa amarela, vespão e marimbondo) e Formicidae (formigas) Reações alérgicas ocorrem mais em adultos e nos profissionais expostos. Acidentes graves e mortes pela picada de abelhas africanizadas deve-se não pela diferença de composição de veneno, mas pela maior agressividade dessa espécie (ataques maciços) Dentre as espécies que utilizam o aparelho de ferroar, há as que apresentam auto- tomia (auto amputação) ou seja, quando ferroam perdem o ferrão e espécies que não apresentam autotomia, estas utilizam o aparelho de ferroar várias vezes As que fazem autotomia geralmente injetam maior quantidade de veneno e morrem após a ferroada pela perda do aparelho e parte das estruturas do abdome Ações do veneno: é composto por uma mistura complexa de substâncias químicas, que apresentam atividades farmacológicas e alérgicas Os fatores alergênicos são enzimas que inoculadas durante a ferroada, iniciam res- postas imunes responsáveis pela hipersensibilidade de alguns indivíduos e pelo início da reação alérgica São agentes bloqueadores neuromusculares e possuem poderosa ação hemolítica (destruição dos globos vermelhos), além de propriedades antiarrítmicas o Quadro clínico: as manifestações são variadas Alérgicas: desencadeadas até por uma picada Tóxicas: quando centenas de picadas levam a uma Síndrome de Envenenamento pacientes devem ser mantidos em UTI Manifestações locais: dor aguda local, que tende a desaparecer espontaneamente, vermelhidão, prurido e edema por várias horas ou dias Manifestações regionais: eritema, prurido, edema flogístico evolui para enduração local que aumenta em 24-48 horas, diminuindo nos dias subsequentes Manifestações sistêmicas: anafilaxia com início rápido (2-3 minutos após a picada) → cefaleia, vertigem e calafrios, agitação psicomotora, sensação de opressão torácica e outros sinais e sintomas tegumentares, respiratórios, digestivos, cardiocirculatórios. Há relatos de manifestações alérgicas tardias Tratamento: remoção dos ferrões → nos acidentes causados por enxame, a retirada dos ferrões da pele deverá ser feita por raspagem com lâmina e não pelo pinçamentoo de cada um deles, pois a compreensão poderá espremer a glândula ligada ao ferrão e inocular no paciente o veneno ainda existente Dor: quando necessária, a analgesia poderá ser feita pelo dipirona, via parenteral Reações alérgicas: o tratamento de escolha para as reações anafiláticas é a adminis- tração subcutânea de solução aquosa de adrenalina (1:1000), iniciando-se com a dose de 0,5 ml, repetida duas vezes em intervalos de 10 minutos para adultos, se necessário. Os glicocorticoides e ani-histamínicos não controlam as reações graves (urticária gi- gante, edema de glote, broncoespasmos e choque), mas podem reduzir a duração e intensidade dessas manifestações Manifestações respiratórias asmatiformes, devido à broncoespasmos, podem ser controladas com oxigênio nasal, inalações e broncodilatadores Acidentes por escorpiões Os acidentes escorpiônicos (escorpionismo) ocorrem com frequência e são potencial- mente graves em extremos de faixa etária 50 % dos acidentes notificados provem na maioria em meses quentes e chuvosos Os escorpiões de importância médica pertencem ao gênero Tityus e são T. serrulatus, T. trivittatus, T. bahiensis e T. stigmurus A maioria dos casos tem curso benigno. Letalidade de 0,58%, os óbitos têm sido associados, com maior frequência, a acidentes causados por T. serrulatus Os escorpiões inoculam o veneno pelo ferrão, localizado no último segmento da cauda. São animais carnívoros, alimentam-se principalmente de insetos (baratas e grilos). Com hábitos noturnos, durante o dia estão sob pedras, troncos, entulhos, telhas e tijolos Ações do veneno: o veneno bruto ou frações purificadas ocasiona dor local, com liberação de catecolaminas e acetilcolina. Estes mediadores determinam o aparecimento de manifestações orgânicas decorrentes da predominância dos efeitos simpáticos ou parassimpáticos o Quadro clínico: Acidentes por T. serrulatus (amarelo) são os mais graves. A dor local (ardor, queimação ou agulhada) pode ser acompanhada por parestesias, aumentar de intensidade ou irradiar-se para a raiz do membro acometido. Pontos de inoculação nem sempre são visíveis, na maioria das vezes, há discreto eritema e edema, podendo-se observar também sudorese e piloereção local Nos acidentes moderados e graves, principalmente em crianças, após minutos até poucas horas (2-3h), podem surgir manifestações sistêmicas o Manifestações sistêmicas: Gerais: hipotermia ou hipertermia e sudorese profusa Digestivas: náuseas, vômitos sialorreia e, mais raramente, dor abdominal e diar- reia Cardiovasculares: arritmias cardíacas, hipertensão ou hipotensão arterial, insufi- ciência cardíaca congestiva e choque Respiratórias: taquipneia, dispinéia e edema pulmonar agudo Neurológicas: agitação sonolência, confusão mental, hipertonia (aumento da rigi- dez) e tremores A gravidade do quadro clínico depende de vários fatores como espécie e tamanho do animal agressor, quantidade de veneno inoculado, número de picadas, massa corporal da vítima e sensibilidade ao veneno, tempo decorrido entre o acidente e o tempo de atendimento médico Tratamento e exames complementares: o tratamento é sintomático com analgésicos, anti-histamínicos e soro antiescorpiônico e aracnídeo. Exames: ECG, laboratorial Acidentes por lagartas Acidentes causados pelo contato com cerdas, levando a um quadro de dermatite pápulo-pruriginosa. Desenvolvem dermatite e, dependendo da espécie desenvolve sín- drome hemorrágica As
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