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Atendimento Pré-Hospitalar: Intoxicações, Lesões e Transporte

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Carolina Pretti – TXIV A 
 
 
 
 
 
 
Atendimento pré-hospitalar 
 
ATENDIMENTO ÀS INTOXICAÇÕES AGUDAS ................................................................................................................... 10 
CONDUTA NA INTOXICAÇÃO AGUDA ........................................................................................................................................... 10 
LESÕES OSTEOARTICULARES ........................................................................................................................................... 11 
ENTORSES ............................................................................................................................................................................. 11 
LUXAÇÕES ............................................................................................................................................................................. 11 
FRATURAS ............................................................................................................................................................................. 11 
BANDAGENS E IMOBILIZAÇÕES ....................................................................................................................................... 12 
BANDAGEM ........................................................................................................................................................................... 12 
ATADURAS ............................................................................................................................................................................ 12 
IMOBILIZAÇÕES ...................................................................................................................................................................... 12 
RAIOS ............................................................................................................................................................................. 14 
TRANSPORTE DE VÍTIMAS ............................................................................................................................................... 15 
UMA PESSOA ......................................................................................................................................................................... 15 
DUAS PESSOAS ....................................................................................................................................................................... 15 
TRÊS PESSOAS ........................................................................................................................................................................ 15 
QUATRO PESSOAS................................................................................................................................................................... 15 
PADIOLA ............................................................................................................................................................................... 15 
TRANSPORTE EM VEÍCULO ........................................................................................................................................................ 15 
RISCOS OCUPACIONAIS NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR E BIOSSEGURANÇA ......................................................... 16 
BIOMECÂNICA DO TRAUMA ........................................................................................................................................... 17 
TRAUMA ......................................................................................................................................................................... 19 
ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS ..................................................................................................................... 20 
ACIDENTES POR ABELHAS, VESPAS E FORMIGAS ............................................................................................................................. 20 
ACIDENTES POR ESCORPIÕES ..................................................................................................................................................... 20 
ACIDENTES POR LAGARTAS ....................................................................................................................................................... 20 
ACIDENTES POR ARANHAS ........................................................................................................................................................ 21 
ACIDENTES POR COBRAS .......................................................................................................................................................... 21 
ACIDENTES POR ANIMAIS AQUÁTICOS ......................................................................................................................................... 21 
TRAUMA TÉRMICO E QUEIMADURAS ............................................................................................................................. 22 
ATENDIMENTO AO POLITRAUMATIZADO ....................................................................................................................... 23 
ANÁLISE PRIMÁRIA (A, B, C, D E E DO TRAUMA) .......................................................................................................................... 23 
ANÁLISE SECUNDÁRIA .............................................................................................................................................................. 23 
VIAS AÉREAS E ASFIXIA ................................................................................................................................................... 24 
OBSTRUÇÃO DA VIA AÉREA POR CORPO ESTRANHO ........................................................................................................................ 24 
AFOGAMENTO ................................................................................................................................................................ 25 
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR) / RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP) ................................................... 26 
PARADA CARDÍACA ................................................................................................................................................................. 26 
DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO (DEA) .............................................................................................................. 28 
 
 
Carolina Pretti – TXIV A 
10 
 
Atendimento às intoxicações agudas
CEATOX: departamento ligado ao HC, responsável por intoxicações (0800148110) 
Definição: introdução no organismo de substâncias químicas exógenas como medica-
mentos ou outras substâncias estranhas ao metabolismo humano e produtos biológicos 
vegetais ou animais. 
A diferença entre intoxicação e envenenamento está no tipo e quantidade de pro-
duto ingerido ou absorvido pelo organismo. 
Intoxicação: é o efeito de uma determinada substância no organismo causando alte-
rações fisiológicas mais leves 
Envenenamento: as alterações fisiológicas são tão extremas que destroem células 
e/ou tecidos 
Tipos de exposição: ingestão, inalação, administração parenteral (através da via sub-
cutânea, intramuscular e endovenosa) e absorção cutânea 
A gravidade e reversibilidade da toxicidade, está intimamente relacionada com a dose 
(concentração), tipo de contato e tipo de superfície exposta, doenças coexistentes e 
resposta individual, idade, farmacodinâmica (o que a droga faz no organismo) e far-
macocinética (absorção, distribuição, metabolismo, eliminação) 
Conduta na intoxicação aguda 
1. Avaliação clínica inicial 
o É necessária avaliar: 
 Condições respiratórias: obstrução de vias aéreas, dispinéia, apnéia, edema pul-
monar e insuficiência respiratória 
 Condições circulatórias:alteração de FC, arritmia, PA, PCR e estado de choque 
 Condições neurológicas: rebaixamento do nível de consciência, crise convulsiva, 
alteração pupilar e agitação psicomotora 
o Realizar exame físico 
 Pele e mucosa: temperatura, hidratação, odor, coloração e sinais de queimadu-
ras 
 Boca: hálito, lesões corrosivas e odor 
 Olhos: conjuntiva, pupila e movimento ocular 
 SNC: Escala de com de Glasgow e estado neuromuscular 
 Cardiocirculatório: FC, PA, perfusão e ritmo 
 Respiratório: FR, ausculta e movimento respiratório 
 Abdome: atividade intestinal, cólicas e diurese (normalidade: 30 a 70 ml/h) 
2. Estabilização 
Medidas que visam corrigir os distúrbios que representam risco iminente de morte 
são idênticas as realizadas em qualquer outra situação clínica grave 
o É necessário realizar o ABCD (Suporte avançado): 
 A: Dispositivo avançado de via aérea 
 B: Checar posicionamento e fixar (boa ventilação) 
 C: Circulação – Acesso venoso/ritmo/drogas 
 D: Diagnóstico diferencial – investigar causas 
3. Reconhecimento da síndrome tóxica e identificação do agente causal 
Síndrome tóxica: definida como um conjunto de sinais e sintomas produzido por 
doses tóxicas de substâncias químicas. O reconhecimento da síndrome permite a iden-
tificação mais rápida do agente causal e consequentemente a realização do trata-
mento adequado 
Principais síndromes toxicológicas: anticolinérgica, colinérgica (estimulação excessiva 
dos receptores de acetilcolina – hiperatividade parassimpática), simpaticomimética 
(excitação do SNC), extrapiramidal (movimentos involuntários), narcótica (depressão do 
SNC) e hipnótico-sedativa 
o Alterações eletrocardiográficas 
 QT prolongado: antidepressivos e fenotiazinas 
 QRS prolongado: antidepressivos, fenotiazinas (clorpromazina, TTO doenças 
nervosas) 
 Bloqueio atrioventricular: B bloqueadores, digitálicos, bloqueadores de cálcio (ve-
rapamil, diltiazen, anlodipina) 
 Taquiarritmias ventriculares: anfetaminas, cocaína, digitálicos e teofilina 
 Padrão isquêmico (onda T invertida): monóxido de carbono 
4. Descontaminar 
Etapa em que se procura diminuir a exposição ao tóxico, quer reduzindo o tempo 
e/ou a superfície de exposições quer reduzindo a quantidade do agente químico 
Principais vias de exposição aguda: digestiva, respiratória, cutânea e percutânea 
o Lavagem gástrica 
 Indicada em agentes de alta toxicidade sistêmica e até 1 h pós-ingestão 
 Volume de soro fisiológico a cada vez: em adultos de 100 a 250 ml e em criança 
de 5 a 10 ml/kg 
 Contraindicações: SNC deprimido sem proteção da via aérea e ingestão de de-
rivado de petróleo e substâncias corrosivas (risco de hemorragia ou perfura-
ção) 
 Complicações: lesão obstrutiva de vias aéreas: laringe, epiglote, cordas vocais; 
lesões de vias aéreas por aspiração: alcança traqueia, brônquios e parênquima 
pulmonar; perfuração de esôfago e estômago 
 Manejo inicial: é necessário priorizar a liberação de vias aéreas e estabilidade 
hemodinâmica. Se houver instabilidade de via aérea: intubação endotraqueal ou 
orotraqueal por visualização direta (evitar sangramentos e injúrias adicionais), 
laringoscopia, cricotiroidotomia percutânea ou traqueostomia, endoscopia diges-
tiva alta 
o Descontaminação gastrointestinal 
 Carvão ativado: reduz 69% em 30 min e 34% em 1 h 
 Pó vegetal: substâncias por contato direto (absorvente) 
 Via de administração: via oral ou sonda gástrica 
 Indicação: até 1 h após exposição agentes de circulação entero-hepática ou 
liberação prolongada (fenobarbital e teofilina) 
 Dose: 1g/kg de peso, 25 a 100 g 
 Catárticos: sulfato de magnésio 250 mg/kg em crianças e 15 a 20g em adultos 
– carvão por mais 12h 
 Agentes não adsorvidos: ácidos e metais (lítio e ferro) 
o Descontaminação ocular e cutânea: água corrente 
5. Administração do antídoto 
o Atropina: carbamatos (bloqueia os efeitos muscarínicos de acetilcolina) 
o Oximas (contrathion): inseticidas 
o Azul de metileno: pirudium, nitratos, nitritos 
o Flumezenil (lanexat): benzodiazepínicos 
o Desferoxamina (desferal): ferro e alumínio 
o D-Penicilamina (cuprimine): chumbo, cobre e mercúrio 
o N-Acetilcisteína (fluimucil): paracetamol 
o Naloxona (narcan): opióides, opiáceos 
o Vitamina k: cumarinas e inandionas – restaurar tempo de protombina 
6. Aumento da eliminação do tóxico absorvido 
o Diurese medicamentosa: furosemida 
o Diurese iônica: alcalinização favorece a excreção de ácidos fracos e acidificação 
de bases fracas. Realizado com bicarbonato de sódio em soro glicosado ou fisio-
lógico endovenoso 
o Diálise peritoneal 
o Hemodiálise 
7. Tratamento sintomático 
o Convulsões: benzodiazepínicos – diazepan 
o Crises alérgicas: prometazina, corticóide 
o Tratamento da dor: dipirona, morfina 
o Tratamento das reações extrapiramidis: (distonias) responsável pela parte auto-
mática (SNC), ou seja, movimentos involuntários (bromoprida, difenidramina) 
Cuidados aos pacientes com intoxicação exógena: é necessário garantir a permea-
bilidade da via aérea, decúbito elevado a 30º e oferta de 02 (CPM); monitorização 
multiparâmetros: PA, FR, FC, T, ECG e sat 02; Puncionar acesso venoso calibroso; co-
letar sangue para exames complementares e screening toxicológico; realizar anamne-
ses e exame físico, identificando sinais e sintomas da síndrome tóxica; realizar, se 
necessário, medidas de prevenção da absorção e aumento de excreção dos tóxicos: 
lavagem gástrica, carvão ativado, entre outros; administrar antídotos (CPM); prevenir 
e auxiliar no manejo das complicações das intoxicações exógenas e da terapia empre-
gada 
Ao ligar nas centrais de atendimento a intoxicação, informar: idade, peso, como foi 
o contato com o produto, há quanto tempo foi a exposição, os sintomas que o paciente 
está apresentando, informações sobre o produto (verificar embalagem) e telefone 
para contato 
 
 
 
 
 
Carolina Pretti – TXIV A 
11 
 
Lesões osteoarticulares 
São lesões que ocorrem em ossos, músculos e ligamentos 
Entorses 
Lesões dos ligamentos das articulações, onde ocorre estiramento além de sua ampli-
tude normal podendo ocorrer ruptura ligamentar, em que as superfícies articulares 
mantêm-se em contato. Quando ocorre entorse há uma distensão dos ligamentos, mas 
não há o deslocamento completo dos ossos da articulação 
São usualmente denominados “torcedura” ou “mau jeito” 
Causas mais frequentes: hiperextensão violenta, contrações violentas e rotações que 
forçam as articulações 
Sintomas: dor intensa ao redor da articulação atingida, dificuldade de movimentação, 
que poderá ser maior ou menor conforme a contração muscular e dor à movimentação 
na articulação afetada 
Procedimento: 
1. Aplicar gelo (para que ocorra vasoconstrição) ou compressas frias durante as 
primeiras 24 h (diminuição de edema e dor) 
2. Manter o membro elevado se possível 
3. Imobilizar o membro com talas, procurando colocá-lo na posição que for menos 
dolorosa para o acidentado, o mais naturalmente possível 
4. Caso haja ferida no local da entorse, cobrir com curativo seco e limpo, antes de 
imobilizar e enfaixar 
5. Preparar o acidentado para o transporte 
6. Atendimento médico especializado 
Ao enfaixar qualquer membro ou região afetada, deve ser deixada uma parte 
ou extremidade à mostra para observação da normalidade circulatória 
Luxações 
Lesões com estiramento ou ruptura dos ligamentos das articulações em que as ex-
tremidades de um dos ossos que compõe uma articulação são deslocadas de seu lugar 
com perda de contato total ou parcial dos ossos que compõe a articulação afetada, em 
que as extremidades de um dos ossos que compõe uma articulação são deslocadas de 
seu lugar com perda de contato ou parcial dos ossos que compõe a articulação afetada. 
Os danos a tecidos moles podem ser graves, afetando vasos sanguíneos, nervos e 
cápsula articular 
São usualmente denominados “deslocamento dos ossos” 
Causas: traumatismos por golpes indiretos, movimentos articulares violentos e às ve-
zes uma contração muscularé suficiente para causar uma luxação 
Articulações mais atingidas: ombro, cotovelo, dedos e mandíbula 
Sinais e sintomas: dor intensa no local afetado (a dor é muito maior que no entorse), 
geralmente afetando todo o membro cuja articulação foi atingida, edema, impotência 
funcional e deformidade visível na articulação, podendo apresentar um encurtamento 
ou alongamento do membro afetado 
A manipulação das articulações deve ser feita com extremo cuidado e delicadeza, 
levando-se em consideração, inclusive, a dor intensa que o acidentado sentirá. 
O tratamento de uma luxação (redução) é atividade exclusiva de pessoal especializado 
em atendimento a emergências traumato-ortopédicas 
Procedimento: 
1. Aplicar gelo (para que ocorra vasoconstrição) ou compressas frias durante as 
primeiras 24 h (diminuição de edema e dor) 
2. Manter o membro elevado se possível 
3. Imobilizar o membro com talas, procurando colocá-lo na posição que for menos 
dolorosa para o acidentado, o mais naturalmente possível 
4. Caso haja ferida no local da entorse, cobrir com curativo seco e limpo, antes de 
imobilizar e enfaixar 
5. Preparar o acidentado para o transporte 
6. Atendimento médico especializado 
Ao enfaixar qualquer membro ou região afetada, deve ser deixada uma parte 
ou extremidade à mostra para observação da normalidade circulatória 
Fraturas 
Lesão caracterizada pela interrupção na continuidade do osso. Pode apresentar 
grande grau de deformação na região afetada. É uma emergência traumato-ortopédica 
que requer boa orientação de atendimento, calma e tranquilidade por parte de quem 
for socorrer e transporte adequado. 
Causas: queda, impacto ou movimento violento e esforço maior que o osso pode su-
portar 
Mecanismos: ação direta no osso, ação indireta no osso (transmissão) e ação muscular 
Sinais e sintomas: dor intensa no local e que aumente ao menor movimento, edema 
local, crepitação ao movimentar, hematoma (rompimento de vasos, com acúmulo de 
sangue no local) ou equimose (mancha de coloração azulada na pele e que parece horas 
após a fratura) e paralisia (lesão de nervos) 
o Classificação 
 Fechada ou interna: os ossos quebrados permanecem no interior do membro 
sem perfurar a pele 
 Aberta ou exposta 
 Os ossos entram em contato com o meio externo por perfurar a pele ou uma 
perfuração na pele atinge o osso 
 Procedimento: 
1. Ficar atento para o controle de hemorragia arterial 
2. Não tentar recolocar o osso exposto de volta para o seu lugar 
3. Limpar o ferimento provocado pela exposição do osso 
4. Colocar um curativo seco e fixá-lo com bandagens 
5. Não tocar no osso exposto 
6. Manter o acidentado em repouso, tranquilizando-o, enquanto se procede 
a mobilização da mesma maneira que se realiza em fraturas fechadas 
7. Preparar o acidentado para o transporte 
8. Atendimento especializado 
Procedimento: 
1. Observar o estado geral do acidentado, procurando lesões mais graves com fe-
rimento e hemorragia 
2. Acalmar o acidentado, pois ele pode ficar apreensivo e em pânico 
3. Ficar atento para prevenir choque hipovolêmico 
4. Controlar eventual hemorragia e cuidar de qualquer ferimento, com curativo, 
antes de proceder a imobilização do membro afetado 
5. Imobilizar o membro com talas, procurando colocá-lo na posição que for menos 
dolorosa para o acidentado, o mais naturalmente possível 
6. Trabalhar com delicadeza e cuidado 
7. Preparar o acidentado para o transporte 
8. Atendimento médico especializado 
Toda atenção é pouca, os menores erros podem gerar sequelas irreversíveis. 
Os acidentes que causam fraturas são de grande energia devendo haver preocupa-
ção com o comprometimento de outros órgãos 
Monitorar permanentemente o estado geral e as condições das vias aéreas superi-
ores do acidentado 
Nos casos de alteração da consciência o acidentado tende a aspirar secreções, san-
gue e vômito. Precisamos ficar atentos para a necessidade de limpar rapidamente a 
boca do acidentado, apoiar a cabeça lateralizada e, às vezes, fazer uma suave tração 
na língua 
Para a profilaxia do estado de choque é importante a contenção da hemorragia 
O acidentado deve ser protegido contra frio, coberto com peças de roupa, mobilizado 
o menos possível e mantido em decúbito 
Na maioria dos casos a conduta final mais importante é a imobilização da parte afe-
tada, muitas vezes, suficiente para aliviar a dor e estabelecer condições favoráveis à 
cura da lesão 
A maioria das lesões osteoarticulares não apresenta muita gravidade, mas podem 
assumir proporções desastrosas não atendidas com o primeiro socorro adequado 
Manobras desorientadas e descontroladas provocam a laceração de partes moles e 
até mesmo, perfurações da pele, o que transforma uma fratura fechada em aberta 
de prognóstico muito pior 
Lembrar que o trajeto dos vasos sanguíneos acompanha o arcabouço ósseo 
Lesões vasculares: desvio importante do eixo, pontas ósseas e fragmentos ósseos
 
Carolina Pretti – TXIV A 
12 
 
Bandagens e imobilizações
Bandagem 
Bandagens são peças de tecido aplicadas em áreas de ferimentos, que possuem a 
finalidade de exercer pressão para controlar o sangramento sobre uma parte do corpo 
(curativo), fixar curativos (curativo), proteger feridas (curativo), fornecer apoio a uma 
parte lesionada do corpo (imobilização) e fixar uma tala em uma parte lesionada do corpo 
(imobilização) 
Os materiais mais utilizadas são: gazes, crepom e tecidos elásticos 
Devem ser adaptados de modo confortável a uma região do corpo devendo, portanto, 
ser utilizada técnica de aplicação adequada a cada região anatômica 
Bandagem triangular: possui fácil aplicação, pode ser utilizada aberta ou dobrada e 
pode ser improvisada com qualquer tecido e com técnica apropriada se aderir a qualquer 
região anatômica. É usada para apoiar fraturas, fixar talas, formar tipoias e fazer 
torniquetes improvisados. 
Dobrada (em gravata): deve ter aproximadamente 10 cm de largura e é utilizada para 
fixar talas, bandagens de pressão, torniquetes, bandagens combinadas (bandagens tri-
angulares, abertas e dobradas) 
Estendida: útil para curativos em ferimentos na cabeça, braço, mão, joelho, pé e tórax 
Combinadas triangulares, estendidas e dobradas: necessário nas bandagens de feri-
mentos nos ombros, quadris e coxas 
Para proteger ferimentos a bandagem pode ser improvisada com um pano limpo, 
aberto, dobrado ou combinado 
Dimensões apropriadas: 120 cm x 120 cm x 170 cm (mínimo: 100 cm base e 60 cm 
de altura) 
o Considerações na utilização: 
 As ataduras ou bandagens devem ter bom aspecto, proporcionando conforto e 
bem-estar à vítima 
 Ao aplicar uma bandagem, observar o local, a extensão da lesão e as condições 
da circulação 
 As bandagens não devem ser muito apertadas para não impedir o afluxo e re-
fluxo do sangue, pois pode provocar edema e dores intensas. Porém, devem ficar 
firmes e não se deslocar, adaptando-se às formas corporais 
 Na aplicação da bandagem, coloque o membro em posição funcional e evite con-
tato entre duas superfícies cutâneas, para que não haja aderências e fricções 
Procedimento 
1. Proteger o ferimento com a compressa de pano limpo, e de tamanho suficiente 
para cobri-lo além dos limites da lesão 
2. Sempre que possível, deixar a extremidade de um membro ferido descoberta, 
para observar, pela coloração, se a circulação está se processando normalmente 
3. Evitar apertar demasiadamente a compressa para não ocorrer dificuldade na 
circulação ou deixar a compressa demasiadamente frouxa para que não se des-
prenda com facilidade 
4. Fixar a compressa com material garantindo firmeza e a integridade do curativo 
5. Evitar o contato de duas superfícies de pele para evitar irritação 
6. Colocar o acidentado na posição correta para o tipo de lesão 
7. Manter sempre apoiada a parte do corpo onde está aplicando a bandagem para 
que possa manter a posição correta 
8. Proteger as saliências ou ferimentos com curativos da gaze 
9. A bandagem deve cobrir todas as bordas do curativo 
10. Cobrirapenas um terço da bandagem em cada volta 
11. Correr a bandagem sempre da esquerda para a direita 
12. Não deixar extremidades soltas, elas podem enroscar em algum objeto 
13. Se o sengue ensopar o curativo e a bandagem originais, elas não devem ser 
removidas, deve-se aplicar outro curativo sobre o local 
14. Imobilizar o local do ferimento 
Cabeça 
o Bandagem triangular dobrada 
1. Cobrir o ferimento com pedaço de pano limpo 
2. Dobrar a bandagem até formar uma faixa de espessura adequada 
3. Passar em torno da testa comprimindo o ferimento 
4. Cruzar o tecido e voltar com o envolvimento ao lado inicial 
5. Amarrar as duas pontas mantendo pressão adequada à bandagem 
o Bandagem triangular estendida: 
1. Cobrir o ferimento com pedaço de pano limpo 
2. Colocar a bandagem triangular na cabeça do acidentado, de modo que o vértice 
do triangulo fique do lado oposto ao ferimento (nuca e testa) 
3. Trazer as pontas laterais do triângulo por cima do vértice, amarrando-as ao 
redor da cabeça com um nó, e cuidando para que este não fique sobre o feri-
mento 
4. Prender cuidadosamente as pontas sob a bandagem, onde for possível 
Tórax – Bandagem triangular estendida: 
1. Cobrir o ferimento com pedaço de pano limpo 
2. Colocar o vértice da bandagem sobre o ombro 
3. Cruzar as pontas nas costas e amarrá-las com um nó, diretamente abaixo da 
ponta do vértice deixando uma das pontas mais compridas (antes: dobrar exce-
dente até a altura do tórax se necessário) 
4. Trazer a ponta mais comprida para cima, à altura do ombro e, amarrá-la com 
vértice, arrematando com um nó 
Braço – Bandagem triangular estendida: 
1. Cobrir o ferimento com pedaço de pano limpo 
2. Colocar a bandagem triangular paralela ao braço, segurando o vértice no pulso e 
colocando uma das pontas no ombro 
3. Tomar a ponta livre da bandagem e ir envolvendo o braço até o ombro, termi-
nando por fazer um nó com a outra ponta 
Mão – Bandagem triangular estendida: 
1. Cobrir o ferimento com pedaço de pano bem limpo 
2. Colocar a mão sobre a bandagem, com o ferimento voltado para cima e as pontas 
dos dedos voltadas para o vértice 
3. Puxar o vértice para o pulso 
4. Cruzar as outras duas pontas sobre a mão enrolando-as no pulso e dando-lhes 
um nó 
Quadris e coxas – Bandagem combinadas triangulares, estendidas e dobradas: 
1. Aplicação da bandagem sobre o quadril e a coxa segue a mesma técnica e o 
mesmo tipo de material utilizado na aplicação de bandagens no braço e ombro 
2. O vértice duplo na cintura deve firmar-se à tira com um nó para que a bandagem 
fique firme 
Joelho – Bandagem triangular estendida 
1. Cobrir o ferimento com pedaço de pano bem limpo 
2. Colocar a bandagem sobre o joelho, com o vértice voltado para cima 
3. Enrolar as pontas, cruzando-as atrás do joelho 
4. Trazer as pontas para frente 
5. Amarra-las com um nó, acima do joelho 
Pé – Bandagem triangular estendida 
1. Cobrir o ferimento com pedaço de pano bem limpo 
2. Colocar o pé sobre a bandagem, fazendo com que as pontas dos dedos apontem 
para o vértice do triângulo, se o ferimento for na parte superior do pé (se 
estiver na parte posterior, o vértice deverá estar voltado para o calcanhar) 
3. Puxar o vértice até a perna 
4. Cruzar as duas pontas da bandagem sobre o pé e ao redor do tornozelo 
5. Amarrar as duas pontas e dar um nó completo 
Ataduras 
Utilizar faixa ou gaze própria para curativos 
Procedimento: 
1. O socorrista deve aplicar a atadura após limpar o ferimento e cobri-lo com um 
pedaço de pano bem limpo 
2. Firmar a parte a ser amarrada, colocando-se o socorrista de frente para a 
vítima que deverá estar sentada ou deitada 
3. Aplicar uma atadura de largura adequada, que ofereça segurança 
4. Suspender a extremidade da atadura o mais alto possível em relação ao feri-
mento e aplicá-lo desenrolando-a pouco a pouco 
5. Iniciar a aplicação de atadura, pela sua extremidade, colocando-a na parte supe-
rior do curativo, dando duas voltas bem firmes, para que fiquem ajustadas 
6. Envolver o membro, passando a atadura alternadamente, por cima e por baixo 
do ferimento, de tal maneira que cada volta cubra 2/3 da volta anterior man-
tendo a pressão, até que a atadura fique bem ajustada 
7. Prender a extremidade da atadura, para que a bandagem fique firme 
Imobilizações 
Possui a finalidade de tirar os movimentos das articulações acima e abaixo da lesão. É 
utilizada nas lesões osteoarticulares evidentes ou suspeitas quando se necessita trans-
portar uma vítima de acidente. 
o Talas: 
 
Carolina Pretti – TXIV A 
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 Qualquer dispositivo usado para imobilizar uma fratura ou lesão articular. Podem 
ser flexíveis ou rígidas, industrializadas ou improvisadas com qualquer objeto que 
ofereça estabilidade 
 São usadas para: apoiar e imobilizar possíveis fraturas, luxações e entorses gra-
ves, controlar o sangramento e a dor, reduzir o edema e evitar maiores danos 
ao tecido pelo movimento das extremidades ósseas 
Não deslocar, remover ou transportar o acidentado de fratura, antes de ter a parte 
afetada imobilizada corretamente. A única exceção a ser feita é para os casos em que 
o acidentado e/ou socorrista corre perigo iminente de vida. Mesmo nestes casos, é 
necessário manter a calma, promover uma análise rápida e precisa da situação e realizar 
a remoção provisória com o máximo de cuidado possível 
 Regras para aplicação: 
 Em dúvida da presença de lesão, mas com dor, imobilize a lesão 
 Cobrir todos os ferimentos 
 Remover ou cortar roupas e as joias ao redor do local da lesão para que as 
extremidades ósseas fraturadas não sejam movidas acidentalmente, compli-
cando o quadro e para que não ocorra garroteamento com o edema 
 O membro atingido deve ser acolchoado com panos limpos, camadas de algodão 
ou gaze, procurando sempre localizar os pontos de pressão e desconforto 
 Forrar a tala para prevenir pressão e desconforto da vítima 
 Aplicar a tala antes de tentar mover a vítima 
 Ao imobilizar um membro que não pode voltar ao seu lugar natural, não forçar 
seu retorno 
 Imobilizar a área lesionada na posição em que foi encontrada 
 A imobilização deve ser feita dentro dos limites doo conforto e da dor do 
acidentado 
Não imobilizar a vítima caso provoque mais dor 
 Antes e depois da imobilização, avaliar o pulso e a sensibilidade distalmente à 
lesão 
 Prender as talas com atadura de pano 
 Imobilizar as articulações imediatamente acima e abaixo da lesão 
 Fixar pelo menos 4 pontos: acima e abaixo das articulações e acima e abaixo 
da fratura 
 Apertar o suficiente para imobilizar a área, com o devido cuidado para não 
provocar insuficiência circulatória 
Avaliar a cada 15 minutos para garantir que a tala não impeça a circulação 
 Exceções: 
 Se houver deformidade profunda, ausência de pulso ou se a extremidade distal 
estiver cianótica, alinhe o membro lesionado com a tração antes de fazer a 
imobilização (há maior risco de perder o membro) 
 Se a vítima apresentar sinais de choque (circulatório), alinhar a lesão na posição 
anatômica normal e providenciar transporte imediato, sem perder tempo com 
a aplicação de talas 
 
 Tipos de talas: 
 Rígidas: encontradas no mercado e feitas de madeira, alumínio, arame, plástico, 
papelão ou fibras prensadas de madeira. Algumas apresentam formatos es-
pecíficos para os braços e são equipadas com fechos de velcro, outras são 
flexíveis e suficiente para serem moldadas sobre qualquer superfície anatô-
mica ou acessório. Podem ser moldáveis (papelão, aramada com espuma, alu-
mínio com espuma, aramada com espuma e velcro) ou não-moldáveis (lona, PVC 
e madeira) 
 De tração: somente pessoas especializadas 
 Pneumáticas (infláveis): moles e flexíveis antes de infladas e rígidas quando 
cheias de ar, são usadas principalmente no antebraço e parte inferior da 
perna, não se ajustam aos membros, podem impedir circulação, dificultam mo-
nitoramento das extremidades e pulso e podem perder pressão 
 Improvisadas: em um acidente é muito mais provável que necessitede impro-
viso no local. Pode se usar caixas de papelão, bambus, tábuas de passar roupa, 
revistas enroladas, guarda-chuvas, cabos de vassoura, caneleiras ou qualquer 
outro objeto semelhante. Também é possível realizar a autoimobilização (tala 
anatômica), amarrando e fixando a parte lesionada a uma parte adjacente não 
lesionada como um dedo com o outro, uma perna com a outra ou um braço 
com o peito. Devem ser leves, firmes, rígidas, longas (o suficiente para se 
estender sobre as articulações e prevenir movimentos dos dois lados da fra-
tura), largas (o suficiente para o membro afetado) e forradas (de forma que 
as superfícies internas não entrem em contato com a pele) 
Imobilização com poucos recursos: 
o Braço e antebraço: 
1. Colocar algodão ou pedaços de pano para acolchoar debaixo da axila 
2. Colocar talas dos lados externos e internos do braço, com comprimento sufi-
ciente para ir até o cotovelo 
3. Fixar com tiras de pano ou atadura 
4. Fazer uma tipoia para imobilizar o braço com o antebraço flexionado em ângulo 
reto e fixá-la junto ao tórax 
5. Modos: imobilização do braço adaptando as roupas da vítima de modo a servi-
rem de apoio ao membro lesado; imobilização com braço na posição encontrada, 
semidobrado; imobilização do braço esticado com uma tala e quatro bandagens; 
imobilização do braço dobrado com uma tala e quatro bandagens e uma banda-
gem de apoio 
o Mão: imobilização da mão com apoio de uma tipóia 
o Dedos da mão: imobilização do dedo com um abaixador de língua de madeira ou outra 
tabuinha fina ou tira de papelão resistente, amarrado com uma atadura 
o Tornozelo: imobilização com travesseiro e atadura 
o Pé ou tornozelo: imobilização com madeira e atadura 
o Coluna: fixando o acidentado a aparelho feito com duas tábuas compridas e três 
transversais, mais curtas 
o Bacia: Ligaduras circulares, que se colocam bem juntas desde a parte alta das coxas 
até a parte superior dos ossos dos quadris. Para transportar o acidentado, não 
havendo padiola, será indispensável colocá-lo sobre uma tábua, porta ou escada 
acolchoada, fixando à mesma os membros inferiores e a pelve 
o Fêmur: a imobilização provisória de fêmur pode ser feita com alguém puxando o pé 
para baixo enquanto o socorrista coloca uma tábua acolchoada comprida sobre o 
lado externo da coxa e do tronco, e outra, mais curta, do lado interno da perna e 
da coxa fixadas com atadura, gravatas ou tiras de pano. Acima da articulação da 
coxa 
o Perna: a imobilização provisória de fraturas da perna pode ser feita com a coloca-
ção de duas tábuas forradas sobre o lado externo e interno da perna com atadu-
ras, gravatas ou tiras de pano 
o Joelho: 
1. Sentar o acidentado e apoiar o joelho com roupas 
2. Envolver o joelho com uma atadura esparadrapo para apoiar a lesão e com-
primir 
3. Usar um isolante e uma fira ou corda 
4. Dobrar o isolante até que cubra ¾ da perna a se imobilizada 
5. Posicionar a perna de forma a manter uma curvatura confortável, o isolante 
deve se posicionar acima do joelho 
6. Preencher as lacunas da tala em torno da perna do acidentado usando cami-
setas ou qualquer coisa que sirva para imobilizar 
7. Amarrar a fita sobre o ombro do acidentado colocando o né em uma posição 
confortável e fácil de imobilizar 
8. Ajudar apoiando o lado ferido, ou com um galho ou outro material 
o Tipoias: 
 Apoios feitos a partir de panos, faixas, cintos..., que visam sustentar o peso e 
manter os membros em elevação constante e com certa imobilidade
 
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Raios
Eletrocussão: é a lesão ou morte provocada pela exposição do corpo a uma dose letal 
de energia elétrica. É a principal causa de lesão ou morte relacionada a efeitos atmos-
féricos 
Raios são descargas elétricas muito intensas que ocorrem em nuvens e podem atingir 
o solo. São consequência do rápido movimento de elétrons de um lugar para outro. Os 
elétrons se movem com tamanha velocidade que fazem o ar ao seu redor iluminar-se 
(clarão - relâmpago) e aquecer-se (estrondo - trovão). Podem ser visíveis ou não. O raio 
é visível quando duas correntes se encontram 
Quando houver raios, não se deitar, apenas agachar-se e quando houver aglomerados 
de pessoas, dispersar-se 
Epidemiologia: 
→ No mundo, ocorrem de 1-3 bilhões por ano = 50/100 por segundo (90% terra e 
10% mar, pois não há altitude). 
→ No Brasil ocorrem 60 milhões por ano = 2 por segundo 
→ Em 2007 foram 45 mortes nos EUA: 98% em locais abertos, 89% homens, 30% 
com idades entre 20 e 25 anos, 25% embaixo de árvores e 25% próximo à água 
→ No verão é mais comum 
→ 70% das lesões não são fatais e 30% de mortalidade 
→ A maioria dos óbitos são decorrentes de parada cardiorrespiratória 
→ Relação com esportes praticados a céu aberto (montanhismo, treking, mountain, 
bike, golf, pesca...), campos/agricultura 
Mar: menor resposta às variações de temperatura, possui relevo menos acidentado, 
menor concentração de aerossóis, comparado à superfície dos continentes. Na praia, 
quando houver chuva procurar edificações 
o Mecanismos de lesão 
 Direto: ocorre quando um indivíduo está em ambiente aberto e não é capaz de 
encontrar um abrigo 
 Contato: ocorre quando o indivíduo está em contato direto com o objeto que é 
atingido ou com um respingo que sai desse choque 
 Contato lateral ou respingo: ocorre quando o raio atinge um objeto (por exemplo: 
terra, edifício, árvore) e respinga em uma ou mais vítimas. “Saltos de corrente” 
ocorrem de indivíduo a indivíduo, árvore a indivíduo e até mesmo em ambientes 
fechados, do fio de telefone ao indivíduo que está usando o aparelho 
 Voltagem de corrente ou corrente de terra: ocorre quando o raio atinge a terra 
ou um objeto adjacente. A disseminação da corrente é radial. O tecido humano 
tem menos resistência do que a terra, o que faz a corrente entrar no corpo do 
indivíduo. Seu trajeto, por exemplo, sobe por um membro inferior e desce pelo 
outro, segundo a via de menor resistência 
 Indireto: quando há uma onda de choque produzida pelo raio, que pode jogar o 
indivíduo a até 10 metros. Produz trauma fechado. O trauma fechado pode ocor-
rer em qualquer lançamento do corpo da vítima, provocado, por exemplo, por 
incêndios florestais, incêndios em edifício e explosões provocadas pelos raios 
Alterações cardíacas: fibrilação ventricular, assistolia por despolarização do miocárdio, 
produção intensa de catecolaminas ou estímulo autonômico (hipertensão e taquicardia), 
alterações inespecíficas no ECG (Prolongamento do intervalo QT), inversão de onda T e 
necrose do miocárdio - elevação CPK-MB 
Alterações respiratórias: espasmos da musculatura torácica e músculos acessórios 
da respiração, bloqueio do centro respiratório e edema agudo de pulmão 
Alterações do Sistema Nervoso Central: 
o Sintomas imediatos ou transitórios (sintomas podem durar horas ou até alguns 
dias): perda de consciência, amnésia, dores de cabeça e parestesia 
o Sintomas permanentes: lesões estruturais vistas em exames de imagem e avali-
ações pós-morte, encefalopatia isquêmico-hipóxica, hemorragia intracraniana e 
síndromes cerebelares 
o Desenvolvimento de síndromes neurológicas (podem persistir por meses ou anos): 
doença do neurônio motor e distúrbios do movimento 
o Relacionado à segundo trauma (relacionados a quedas): hemorragias epidural, sub-
dural ou subaracnóidea e lesões medulares 
Alterações renais: 
o Deve-se manter a vítima hidratada, fazendo o controle eletrolítico 
o Insuficiência renal aguda: danos às membranas celulares de nervos, músculos e 
vasos, rabdomiólise / hemoglobinúria e elevação dos níveis séricos de uréia e 
creatinina 
o Tratamento: hidratação vigorosa, alcalinização da urina, diuréticos, correção dos 
distúrbios hidroelétricos, diálise e terapias de suporte 
Figuras de Lichtenberg (matemático, físico e astrônomo que categorizou sinais pato-
gnomônicos de vítimas de eletrocussão por raios). A ausência de alterações 
histopatológicas torna consistente a hipótese de que se trata de um fenômenofísico e 
não de uma classe de queimadura 
Procedimento: 
1. Garantir a segurança do local, para você mesmo e para outras pessoas. 
2. Estabilizar a via aérea, a respiração e a circulação. 
3. Em caso de ausência de respiração ou circulação espontânea, iniciar RCP. 
4. Avaliar o ritmo cardíaco com um desfibrilador automático externo (DEA) após 
cinco ciclos (2 min). 
5. Encaminhar ao serviço médico especializado 
A American Heart Association recomenda a realização de vigorosas medidas de 
reanimação naqueles indivíduos que parecem mortos à avaliação inicial! 
Muitos relatos de excelente recuperação após paradas cardíacas induzidas por re-
lâmpago e no fato de que as vítimas, nessa categoria, são, em sua grande maioria, 
jovens e não cardiopatas. 
Não é incomum observar uma parada cardíaca com recuperação espontânea da ati-
vidade elétrica após o indivíduo ter sido atingido por um raio, mas qualquer parada res-
piratória contínua pode causar parada cardíaca secundária por hipóxia. 
o Prevenção: 
 Ambientes fechados: 
 Procure um edifício e fique longe de janelas e portas abertas, lareiras, banhei-
ras e chuveiros e objetos metálicos, como pias e utensílios. 
 Desligue o rádio e o computador e evite telefones com fio. Use o telefone 
apenas para emergências. 
 Desligue todos os aparelhos e equipamentos elétricos antes da chegada da 
tempestade 
 Ao ar livre: 
 Evite objetos metálicos, como bicicletas, tratores e cercas. 
 Evite objetos altos, como árvores, e abaixe-se (dois pontos de apoio são mais 
seguros que quatro, quando deitado) 
 Evite áreas próximas a oleodutos, fios de alta tensão e outros. 
 Evite campos abertos. 
 Evite abrigos abertos (ex.: abrigos para carros ou ônibus), dependendo de seu 
tamanho total, já que relâmpagos laterais ou terrestres podem ocorrer. 
 Livre-se de objetos metálicos, pois podem atrair relâmpagos. 
 Em grandes eventos públicos ao ar livre, procure ônibus ou minivans nas adja-
cências. 
 Fique no interior de um veículo com capota, evitando conversíveis. Mantenha 
as janelas fechadas e evite a presença de itens metálicos no veículo. 
 Barracas oferecem pouca ou nenhuma proteção. Evite estacas metálicas e 
objetos úmidos. 
 Na ausência de abrigos, todos os indivíduos devem ficar 10 a 15 metros dis-
tantes uns dos outros, evitando contatos por respingo e correntes de terra. 
 Tente fazer o menor contato possível com a terra. 
 Agache-se, colocando os pés juntos. Recubra as orelhas com as mãos e fique 
sobre algum material isolante. 
 Uma posição alternativa é ajoelhar-se ou sentar-se de pernas cruzadas. 
 Não fique em pé, de cócoras, abraçado ou encostado a árvores altas. Procure 
uma área baixa, com árvores menores ou arbustos. 
 Procure grandes cavernas e fique longe de sua abertura e paredes laterais. 
 Caso esteja em áreas elevadas ou ao lado de uma montanha, procure um 
terreno mais baixo. 
 Procure valas, a não ser que haja contato com a água. 
 Na água, vá imediatamente para a terra e fique longe da margem. Evite nadar, 
ficar em barcos ou em objetos altos dentro d’água 
 
Carolina Pretti – TXIV A 
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Transporte de vítimas
Atendimento pré-hospitalar é o atendimento prestado a uma vítima no local do aci-
dente visando a manutenção da vida dela e sua estabilização para transporte para um 
centro hospitalar. No modelo americano, é executado pelo paramédico e no europeu, 
pelo médico. 
Motivos que dificultam a chegada do socorro especializado: local de difícil acesso e 
falta de comunicação. Nesses casos, movimentar a vítima o mínimo possível para não 
agravar supostas lesões pré-existentes. 
Uma pessoa 
Apoio no ombro: 
1. Passar o braço em torno da cintura da vítima 
2. Passar o braço da vítima ao redor do seu pescoço 
3. Dar a mão para a mão da vítima do braço que está envolvido no seu ombro 
Nas costas: 
1. Abaixar e dar as costas para a vítima 
2. Colocar os braços dela ao redor do seu pescoço 
3. Inclinar para frente 
4. Levantá-la 
Duas pessoas 
Cadeirinha (só fazer com pessoas que vocês aguentem o peso) 
1. Abaixar atrás da vítima, estender um braço e dobrar o outro a 90 graus do 
primeiro, segurando o antebraço do primeiro com a mão do braço dobrado. 
2. O segundo socorrista deve fazer os mesmos procedimentos. Os dois socorris-
tas devem segurar de suas mãos dos braços estendidos os antebraços fletidos 
do outro socorrista, formando uma “cadeirinha” 
3. Os dois devem então encostar a cadeirinha na parte posterior da perna da 
vítima, pedir que ela se sente e passe os seus braços ao redor do pescoço 
dos dois socorristas 
4. Levantar simultaneamente 
Segurando pelas extremidades (não carregar assim se a vítima estiver traumatizada) 
1. Um socorrista segura a vítima pelas axilas 
2. O outro segura a vítima pelas pernas abertas 
3. Levantar simultaneamente 
Transporte na cadeira 
1. Sentar a vítima 
2. Amarrar a vítima à cadeira 
3. Um socorrista deve segurar na frente e o outro atrás da cadeira ou de um 
lado e do outro. Sempre em pontos e fixação fortes da cadeira 
4. Levantar em blocos, com cuidados com a cabeça e o pescoço da vítima 
Três pessoas 
O ideal seria 4 pessoas, pois a quarta iria imobilizar a cabeça da vítima 
1. Um socorrista segura a cabeça e as costas da vítima 
2. Outro socorrista segura a cintura e a parte superior da coxa da vítima 
3. O terceiro segura a parte inferior da coxa e as pernas 
4. Mover a vítima em blocos, movimentando o mínimo possível 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quatro pessoas 
1. Um socorrista segura a cabeça 
2. O segundo segura as costas 
3. O terceiro segura a cintura e a coxa superior 
4. O quarto segura a coxa inferior e a perna 
5. Os movimentos devem ser em bloco (sincronizados) 
Padiola 
É o mais adequado meio de transportar doentes e feridos na falta de uma maca 
hospitalar. Não é indicado para vítimas politraumatizadas. 
1. Pegar dois cabos (de madeira, de vassoura, de metal, de árvore...). 
2. Ou enrolar um cobertor várias vezes neles, ou colocar as duas varas dentro 
as mangas de 2 camisas e abotoá-las ou colocar dois sacos de tecido fortes e 
fazer um furo neles. 
3. Se não tiver como fazer uma padiola: usar uma porta, tábua de passar roupa, 
tábuas amarradas entre si, poltronas, camas, escadas… 
4. Amarrar o doente ao meio de transporte com lençóis e cintos. Movimentar o 
mínimo possível. 
Transporte de vítimas com suspeita de lesão na coluna 
1. Improvisar padiola não flexível e lisa (como uma porta, uma tábua de passar 
roupa…) 
2. Colocar almofadas (feitas de toalhas, por exemplo) na padiola na região da nuca, 
na região lombar, na dobra da perna e no tornozelo 
3. Colocar o acidentado sobre a padiola (apenas quando tiverem 4 socorristas): 
4. Com a padiola no chão e ao lado do acidentado pronta com as almofadas, rolar 
o acidentado sob seu próprio corpo e em seguida rolar o corpo sobre a padiola 
5. O primeiro socorrista segura a cabeça, o segundo as costas, o terceiro as 
nádegas e coxas e o quarto as pernas e pés. Levantar ao mesmo tempo a 
vítima, colocando-a na padiola com cuidado para não dobrar sua coluna. 
6. Imobilizar a vítima para transporte: colocar almofadas ao redor da cabeça e 
amarrar a testa. Depois amarrar o corpo à tábua nas alturas do peito, quadril 
e pé. 
Transporte em veículo 
o Carroça: depois de imobilizar a vítima na tala, colocá-la dentro da carroça sobre um 
colchão ou palha para não a deixar se mover muito. 
o Caminhão: escolher o mais leve, pois há menos solavancos. 
o Automóvel: 
 Lesão de membros superiores ou ferida: vítima pode viajar sentada no banco de 
trás se o motorista dirigir com calma. 
 Lesão na cabeça: vítima deitada no banco de trás com as pernas encolhidas. 
 Necessidade de viajar na posição reta: deitar o banco do passageiro da frente 
para trás e colocar a maca com a parte da cabeça da vítima apoiada no banco 
de trás e da perna no banco da frente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Carolina Pretti – TXIV A 
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Riscos ocupacionaisno atendimento pré-hospitalar e biossegurança
Risco é um valor estimado que leva em consideração a probabilidade de ocorrência de 
um dano e a gravidade de tal dano 
o Risco ocupacional 
 Galafasi afirma que são todas as condições que podem ocasionar danos à saúde 
do trabalhador em seu ambiente de trabalho 
 Ministério de saúde → a possibilidade de perda ou dano e a probabilidade de que 
tal perda ou dano ocorra durante a realização de uma atividade. Implica, pois, a 
probabilidade da ocorrência de um efeito adverso 
O APH é o atendimento que procura chegar precocemente a vítima, após ter ocorrido 
um agravo a saúde, após ter ocorrido um agravo a saúde. A equipe de saúde atua em 
diversos locais, com espaço restrito e limite de tempo, há exposição diária à riscos 
ocupacionais 
A 1ª preocupação é a segurança da equipe → ninguém deve tentar um salvamento, 
se não estiver treinado para fazê-lo 
Socorrista que se torna uma vítima: não está mais apto a atender outras pessoas, 
aumentará o número de vítimas, diminuirá o número de socorristas 
O atendimento do doente deve ser adiado até que a cena seja segura. Tem que ser 
seguro para o socorrista e para a vítima 
o O Ministério do Trabalho e Emprego classifica os riscos ocupacionais em 5 grupos: 
 Físico: exposição a agentes explosivos, altas temperaturas, radiações, ruídos 
 Químico: contato com produtos tóxicos, manipulação de medicamentos, desinfe-
tantes 
 Biológico: contato com microrganismos patogênicos. 
No início dos anos 80 – HIV: preocupação com contato com sangue e fluidos corporais 
Hepatites virais: Pode ser transmitida aos profissionais de saúde por agulhas e expo-
sições mucocutâneas na pele não intacta. Causa inflamação aguda do fígado. período de 
incubação da exposição à manifestação dos sintomas é geralmente de 60 a 90 dias. 
Uma vacina derivada do antígeno de superfície da hepatite B (AgHBs) pode imunizar os 
indivíduos contra HBV. Caso um profissional de saúde seja exposto a sangue de um 
doente potencialmente infectado por HBV antes de desenvolver imunidade (antes de 
completar a série de doses da vacina), pode-se conferir proteção passiva contra HBV 
através da administração de imunoglobulina da hepatite B (HBiG). Como na infecção pelo 
HBV, a infecção pelo HCV pode variar de progressão lenta e assintomática à insuficiência 
hepática e morte 
Vírus B e C 
HBV: Assintomático em até 30%. Possui vacina, imunoglobulina. Mais facilmente con-
traída do que a infecção pelo HIV, taxa de mortalidade alta e não há tratamento espe-
cífico 
HCV: pode evoluir lentamente assintomático até a insuficiência hepática e a morte. ⅔ 
dos doentes são usuários de drogas endovenosas. Não existe imunoglobulinas. 
HIV: Vírus se instala no sistema imune, diminuindo as defesas → infecções raras e 
câncer. É menos possível contrair HIV do que HBV ou HCV. Após a infecção, o HIV dirige-
se ao sistema imune do seu novo hospedeiro. Com o tempo, o número de certos tipos 
de leucócitos cai dramaticamente e deixa o doente vulnerável ao desenvolvimento de 
infecções raras ou cânceres. Há probabilidade de adquirir infecção por picada de agulha 
infectada, exposição a uma quantidade maior de sangue, exposição ao sangue de um 
doente com um estágio mais avançado da doença, uma lesão percutânea profunda e 
uma lesão com uma agulha cheia de sangue O HIV é transmitido essencialmente através 
de sangue ou sêmen infectado, mas secreções vaginais e fluidos pericárdicos, perito-
neais, pleurais, amnióticos e cefalorraquidianos podem ser considerados potencialmente 
infectados. A menos que haja a presença evidente de sangue, as lágrimas, a urina, o 
suor, as fezes e a saliva são geralmente considerados não infecciosos. 
Ergonômico: envolve posições não ergonômicas representadas por movimentos brus-
cos, repetitivos; posições incomodasse prolongadas; peso excessivo e estresse 
Acidente: espaço limitado e arranjo físico da ambulância; assistência a vítima com 
ambulância em movimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
o A exposição ao sangue pode ser: 
 Percutânea: quando um indivíduo se pica ou se corta com um objeto perfurocor-
tante contaminado. 
 Mucocutânea: exposição de sangue à pele não íntegra, como uma lesão de partes 
moles (por exemplo: abrasão, laceração superficial) ou uma patologia cutânea (por 
exemplo: acne) ou a exposição de sangue a mucosas (por exemplo: conjuntiva 
ocular). Menor probabilidade de causar lesão. 
Biossegurança: é o conjunto de ações voltadas para a prevenção e proteção do tra-
balhador, minimização de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, 
desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos 
animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados 
o Precauções padrão: 
 Consistem em barreiras físicas ao sangue, aos fluidos corporais e à exposição, 
além de práticas de manipulação segura para agulhas e outros objetos perfuro-
cortantes. 
 Uma vez que os doentes traumatizados com frequência têm hemorragia externa 
e o sangue é um fluido corporal de risco elevadíssimo, devem ser utilizados dis-
positivos de proteção no atendimento aos doentes 
 Constituem-se basicamente: barreiras físicas, lavagem de mãos, prevenção de 
lesões perfurocortantes e gerenciamento da exposição ocupacional 
 Barreiras físicas: 
 Luvas: devem ser utilizadas para tocar a pele não íntegra, as mucosas ou as 
áreas contaminadas por sangue ou outros fluidos corporais. No atendimento 
ao doente, é comum a ocorrência de perfurações nas luvas, portanto, elas 
devem ser examinadas regularmente em busca de defeitos e devem ser tro-
cadas imediatamente caso seja observado qualquer problema. 
 Máscaras e protetores faciais: servem para proteger as mucosas oral e nasal 
do profissional de saúde da exposição a agentes infecciosos, especialmente em 
situações em que há conhecimento ou suspeita da presença de patógenos de 
transmissão aérea. Caso as máscaras ou os protetores faciais fiquem úmidos 
ou sujos, eles devem ser trocados imediatamente. 
 Proteção ocular: Deve ser utilizada sempre que houver a possibilidade de res-
pingos de gotículas de fluido infectado, como ocorre ao entubar um doente que 
tenha sangue na orofaringe. Os óculos não são considerados adequados, pois 
não fornecem proteção lateral. 
 Aventais: aventais descartáveis com forros plásticos impermeáveis oferecem 
a melhor proteção, mas podem ser extremamente desconfortáveis e pouco 
práticos no ambiente pré-hospitalar. Aventais ou outras roupas devem ser 
trocados imediatamente caso estejam sujos. 
Quando e como usar luvas: usar luvas de procedimento, não estéril, quando houver 
possibilidade de tocar em sangue, fluídos corporais, membranas mucosas, pele não ín-
tegra e qualquer item contaminado, de todos os clientes. Lavas as mãos imediatamente 
após a retirada das luvas. Trocar as luvas entre um procedimento e outro. Calçar as 
luvas imediatamente antes do cuidado a ser executado, evitando contaminação prévia 
das mesmas. Estando de luvas, não manipule objetos fora do campo de trabalho. Retirar 
as luvas imediatamente após o término da atividade. Removê-las sem tocar na parte 
externa das mesmas. Usar luvas adequadas para cada procedimento (luvas cirúrgicas 
estéreis ou luvas de procedimento não estéreis) 
Quando lavar as mãos: após tocar fluidos, secreções e itens contaminados, após a 
retirada das luvas, antes de procedimentos no paciente, entre contatos com pacientes, 
entre procedimentos num mesmo paciente, antes e depois de atos fisiológicos e antes 
do preparo de soros e medicações 
Nunca se deve reencapar agulhas após o uso. 
Não remover com as mãos agulhas usadas das seringas descartáveis e não as que-
brar ou entortar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Carolina Pretti – TXIV A 
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Biomecânica do trauma
Estudo das ações de forças e seus efeitos sobre estruturas biológicas: fundamental 
para diagnosticar possíveis lesões não visíveis, que podem levar a vítima à morte ou 
condená-la a uma vida com sequelaspermanentes → suspeitadas e presumidas 
Se o socorrista não compreender os princípios da biomecânica, as lesões podem pas-
sar despercebidas 
A compreensão desses princípios aumenta o nível de suspeita, com base no padrão 
das lesões provavelmente associadas ao exame do local da ocorrência, antes até de 
examinar o doente. 
A compreensão do processo de troca de energia leva à suspeita de 95% das possí-
veis lesões. 
Socorrista: observa e transmite dados relevantes ao médico do pronto socorro. 
Médico: questiona e recebe as informações. 
o Leis de Newton 
 1ª Lei – Princípio da inércia: todo corpo continua em seu estado de repouso ou 
de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar 
aquele estado por forças aplicadas sobre ele 
 2ª Lei – Princípio fundamental da dinâmica a mudança de movimento é propor-
cional à força motora imprimida, e é produzida na direção de linha reta na qual 
aquela força é imprimida 
As lesões podem ser descritas como interações entre o hospedeiro e o agente em 
um ambiente 
o Energia mecânica ou cinética: permanece como o agente de lesão, mais comum e é 
o agente dos acidentes automobilísticos, quedas, traumatismos penetrantes e ex-
plosão. 
 Colisões: se há danos no veículo, certamente há lesão da vítima
 Atropelamentos: a colisão do corpo com o carro ocorre em etapas e cada etapa 
possui seu padrão de lesão 
 Adultos: 
1. Impacto inicial nas pernas e às vezes nos quadris. 
2. O tronco rola sobre o capô do carro e pode bater no para-brisa. 
3. A vítima cai do carro no asfalto, geralmente de cabeça, com possível trauma 
da coluna cervical 
 Crianças: 
1. O para-choque atinge as pernas (acima dos joelhos) ou a pelve da criança e 
lesa o fêmur ou a cintura pélvica. 
2. Quase imediatamente depois: a frente o capô do veículo continua a se mover 
para sempre, atingindo o tórax, parte superior da perna, os quadris e o 
abdome. Isso faz com que os quadris e o abdome sejam afastados do ponto 
de impacto. 
3. A vítima é arremessada do veículo e bate no asfalto. 
4. Ou, para crianças muito pequenas, o carro continua a trajetória e a criança 
vai para baixo do carro, que passa por cima dela 
 Capotamentos 
 O carro pode sofrer muitos impactos, em vários ângulos diferentes. Então o 
corpo vai ser politraumatizado. Podem haver danos ao corpo e aos órgãos. Sem 
cinto → LESÕES MAIS GRAVES 
 Na maioria dos casos: os ocupantes são ejetados do veículo enquanto ele ca-
pota e/ou são esmagados à medida que o veículo capota em cima deles, ou 
sofrem lesões pelo impacto com o chão. 
 Vítima potencialmente grave: sofreu ação de muitos sentidos de energia. 
 Vítimas ejetadas: probabilidade de morrer aumenta em 300%! 
 Lesões são potencialmente mais graves que as de dentro do veículo devido ao 
impacto com o solo 
 Agressões 
 Explosões 
 Podem lesar 70% das pessoas na vizinhança, enquanto que uma arma auto-
mática usada contra o mesmo grupo pode lesar 30%. 
 Minas, estaleiros, fábricas químicas, refinarias, empresas de fogo de artifício, 
fábrica e elevadores de grãos são áreas propensas à explosão. 
 A energia contida pode ser convertida em luz, calor e pressão 
 Mecanismos: 
1. Luz: 1º agente, dano ocular (retina) 
2. Calor: combustão do explosivo, distância e barreiras – roupas e paredes 
3. Ondas de choque: arremessam objetos contra a vítima, arremessam a pró-
pria vítima e afetam diretamente o organismo (ouvidos: rompimento da 
membrana timpânica e pulmões: pneumotórax) 
o Energias térmica, química, elétrica e radiação 
o Acidentes motociclísticos: o mecanismo de trauma é diferente das colisões auto-
mobilísticas e as variações ocorrem nos impactos frontal, angular ou com ejeção. 
Fator determinante é a ausência de estrutura ao redor do motociclista → equipa-
mentos de segurança: botas, roupas de couro e capacete 
 Frontal: a motocicleta tomba para a frente e o motociclista colide com o guidão. 
Se os pés permanecerem nos pedais, as coxas colidem com o guidão e o movi-
mento para a frente é absorvido pela diáfise do fêmur. Pode haver lesão no 
crâneo, tórax, abdome, pelve (depende da parte do corpo que colidiu com o gui-
dão). A pelve também pode colidir com o guidão → fraturas pélvicas em “livro 
aberto”, sangra muito pois afeta as aa. Ilíacas 
 Angular: a motocicleta cai sobre o motociclista ou ele é prensado entre o veículo 
e o objeto em que colidiu. Pode haver lesões nos membros superiores e/ou infe-
riores (fraturas), lesão extensa em partes moles e lesões de órgãos da cavidade 
abdominal, em decorrência da transferência de energia 
 Com ejeção: por não estar contido, o motorista pode ser ejetado. Ele continua 
voando até que sua cabeça, braços, tórax, abdome ou pernas atinjam outro ob-
jeto, como um veículo motorizado, um poste ou asfalto. A lesão ocorre no ponto 
de impacto e se irradia para o resto do corpo à medida que a energia é absorvida 
Quedas: primeira causa de traumatismo não fatal (EUA). Segunda causa de lesões de 
medula e cérebro. A gravidade da lesão depende da desaceleração vertical (concreto ≠ 
cama elástica), e elasticidade / viscosidade do corpo (concreto ≠ cama elástica) e su-
perfície de impacto (sentado ≠ em pé). Crianças lesionam a cabeça e adultos aterrissam 
sobre os pés., caem para trás, atingem o solo com as nádegas e as mãos estendidas 
o Lesões ao cair em pé: calcâneo, joelho, cabeça do fêmur e coluna vertebral 
o Fatores que influenciam: 
 Altura: quanto maior a altura, maior o potencial da lesão. A relação entre sobre-
vida e altura da queda não é absoluta. Há casos de óbito em quedas da própria 
altura e de sobrevida em quedas de grandes alturas. 
 Superfície de impacto: a densidade da superfície e irregularidade também influ-
enciam o potencial de severidade da lesão. Superfícies que se deformam permi-
tem dissipação da energia cinética. 
Ferimentos por arma branca: são armas de baixa energia, são usadas com a mão, 
como uma faca ou um picador de gelo. Essas armas produzem lesão somente com as 
pontas afiadas ou com as bordas cortantes. A lesão nas vítimas pode ser prevista 
analisando a trajetória da arma no corpo. O dano produzido por uma faca depende do 
Colisão Local da lesão Lesão 
Frontal 
Corpo para cima: cabeça no para-brisa, tórax (lesões cervicais e de 
coluna) no painel, pernas (fêmur) no volante 
Corpo para cima: cranioencefálica, coluna cervical, tórax (coração, pulmão e aorta), 
ruptura e esgarçamento de órgãos abdominais 
Corpo para baixo: cabeça no volante, tórax no volante, joelhos (danos 
à art. coxofemoral) no painel abaixo do volante 
Corpo para baixo: face em colisão com o volante, joelho ou tíbia em colisão com o painel, 
fratura ou luxação de quadril, luxação ou fratura nos pés e/ou tornozelos (se apoiados 
no chão) 
Lateral Cabeça no vidro ou muro, ombro + tórax + abdome + pelve na porta Cranioencefálica, coluna cervical, clavícula, tórax, abdome e pelve 
Traseira Cabeça no encosto de cabeça 
Hiperextensão da coluna cervical com dano medular (desaceleração rápida associada à 
frenagem súbita ou colisão 
Rotacional 
(angular) 
Vítima primeira se move para a frente, depois para a lateral, conforme 
o veículo rodopia ao redor do ponto de impacto 
Lesões das resultantes variáveis frontal, lateral ou posterior 
 
Carolina Pretti – TXIV A 
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movimento da lâmina no interior da vítima. Se for homem, faz movimentos ascendentes 
e se for mulher, faz movimentos descendentes. 
Ferimentos por arma de fogo 
o Balística: ciência que estuda o movimento de um projétil através do cano de uma 
arma de fogo, sua trajetória no ar e após atingir o alvo. 
o Quando o projétil atinge o corpo humano, sua energia cinética se transforma na 
força que afasta os tecidos de sua trajetória. As armas de média e alta energia 
danificam não apenas o tecido diretamente na trajetória do projétil, mas também 
o tecido acometido na cavidade temporária, de cada lado da trajetória. A variáveis 
do perfil do projétil, do rolamento e da fragmentação influenciama rápida troca de 
energia e, portanto, a extensão e a direção da lesão. A cavidade temporária criada 
por esta arma é três a cinco vezes o calibre da bala. 
o Orifício de entrada: 
 A pólvora pode formar uma tatuagem ao redor do orifício, área de queimadura 
e abrasão da pele. 
 Como o projétil empurra os tecidos para dentro, onde estes têm suporte, trata-
se de uma ferida oval. 
o Orifício de saída: 
 Nem todos os orifícios de entrada têm um orifício de saída correspondente. 
 Algumas vezes pode haver múltiplos orifícios de saída devido à fragmentação 
óssea e do projétil. 
 Geralmente, o orifício de saída é maior que o de entrada e tem bordas irregu-
lares projetadas para fora. 
 Como o projétil empurra os tecidos para fora, onde não há suporte, é formada 
uma ferida estrelada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A deformação, inclinação e fragmentação do projétil dependem da energia 
cinética. 
 Se o projétil gastar toda sua energia cinética cavitando o tecido, o orifício de 
saída pode ter aparência inócua ou não existir. 
 Em situações com pouca perda de energia cinética, mas com inclinação e de-
formação do projétil, o orifício de saída pode ser irregular e maior que o orifício 
de entrada. 
Procedimento – avaliação da cena em uma emergência: 
o O que aconteceu? 
 Procure reconstruir mentalmente como o acidente ocorreu. 
 Que tipo de força (energia) foi aplicada? 
 Analise as forças que atuaram no evento (desaceleração, aceleração, queda livre, 
projétil de arma de fogo, etc.) 
 Em que parte do corpo e em qual direção essa(s) força(s) atuou(aram)? 
 Cavidades corpóreas foram atingidas? 
 Há ferimentos penetrantes? 
 A vítima apresenta sinais de lesões de órgãos internos? 
Fatores preventivos de acidentes 
o Quedas de altura superior a 6m (em média 3x a altura da vítima). 
o Vítima ejetada do veículo. 
o Acidente automobilístico com vítima fatal. 
o Deformidade do veículo maior que 70%. 
 
Carolina Pretti – TXIV A 
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Trauma
Epidemiologia: 
Trauma é a primeira causa de porte entre do 1º ano de vida até aos 44 anos e dos 
45 aos 74 anos são doenças cardiovasculares e câncer. 
Desempenha um papel preponderante no ônus global de doenças 
Mata mais de 5 milhões de pessoas em todo o mundo a cada ano causando um número 
ainda maior de casos de incapacidade 
Quase 14 mil mortes diárias 
Na maioria dos países, independentemente do nível de desenvolvimento, os traumas 
aparecem entre as cinco principais causas de morte 
Atinge as pessoas de todos os estratos socioeconômicos, mas as taxas de mortalidade 
tendem a ser mais altas nos segmentos de menor renda 
Os mais pobres têm menor probabilidade de se recuperar plenamente de uma lesão 
ou traumatismo 
Todos os membros da sociedade sentem esse custo financeiro, uma vez que são 
arcados por instituições governamentais e outros órgãos, programas de seguros parti-
culares que transferem os custos para os outros dependentes e empregadores, assim 
como para os pacientes 
Mortes na infância = 60% e nos adolescentes 80% 
Sétima causa de morte aos idosos 
Para os doentes que morrem, 5,3 milhões de anos são perdidos (36 anos perdi-
dos/pessoas) 
Comparativamente, o custo em anos de vida perdidos para câncer e doenças cardio-
vasculares é muito inferior 
Faixas etárias mais acometidas: 20 a 29 anos, 10 a 19 anos e 30 a 39 anos 
Definição: Evento nocivo que advém da liberação de formas específicas de energia ou 
de barreiras físicas ao fluxo normal de energia 
o Química: é a resultante da interação de uma substância química com o tecido hu-
mano exposto. Exemplo: ingestão acidental ou proposital de soda cáustica ou amônia 
o Térmica: energia associada a altas temperaturas e ao calor. Exemplo: queimaduras 
por escaldadura, sólidos quentes ou fogo direto 
o Elétrica: movimentação de elétrons entre dois pontos está associada à lesão direta 
e à lesão térmica. 
o Irradiação: transmissão de energia por ondas eletromagnéticas que trafegam em 
raios. Exemplo: queimaduras solares e acidentes radiológicos 
o Mecânica: a mais comum. Energia que um objeto contém quando está em movi-
mento. Exemplo: acidente de trânsito, colisões no esporte, armas de fogo, quedas 
etc. 
Qualquer forma de energia física em quantidade suficiente pode causar danos ao 
tecido 
O dano ocorre quando o limiar de transferência de energia que o corpo pode tolerar 
é ultrapassado 
Estamos expostos às 5 formas de energia sob controle em diversas situações coti-
dianas, de laser e trabalho 
A energia fica fora de controle ao se perder esse equilíbrio quando: 
o Desempenho do indivíduo: o nível de desempenho de um indivíduo cai abaixo da exi-
gência da tarefa 
o Exigência da tarefa: a dificuldade da tarefa excede a habilidade do indivíduo 
o Ambos os fatores se alteram simultaneamente 
Classificação: 
o Traumas intencionais: associados a um ato de violência interpessoal ou auto direci-
onado 
o Traumas não intencionais: Podem ser um evento ocorrido ao acaso ou oriundo de 
causas desconhecidas ou um acontecimento desastroso por falta de cuidado, aten-
ção ou ignorância 
Principais causas de mortalidade relacionadas ao trauma 
o Trauma em estradas: 
 Problema de saúde pública e desenvolvimento (socioeconômico) 
 9ª causa de morte no mundo, corresponde a 2,2% das fatalidades em todo o 
mundo → morrem 1,3 milhões de pessoas todos os anos (3242/dia) 
 Principal causa de morte em crianças e jovens de 10 a 24 anos de idade. 
 20 a 50 milhões de pessoas com lesões temporárias ou permanentes ao ano. 
 Os homens morrem quase 3x mais que as mulheres nas estradas. 
 Países ricos gastam mais com acidentes automobilísticos (2%) do que países de 
renda média (1,5%) e de baixa renda (1%) 
o Violência interpessoal: 
 Maiores taxas: encontradas nas Américas entre homens com idade de 15 a 29 
anos. 
 Estima-se que cerca de 520 mil pessoas morram em todo o mundo em conse-
quência da violência interpessoal 
 95% dos homicídios ocorrem em países de renda baixa e média 
o Violência auto-infligida → suicídio 
 Mais de 50% dos suicídios ocorrem em pessoas com 15 a 44 anos de idade 
 Cerca de 815 mil pessoas em todo mundo cometem suicídio 
 86% ocorrem em países de renda baixa e média 
o Quedas: 
 2ª principal causa de mortes acidental ou intencional no mundo todo (alta morbi-
mortalidade.) 
 37,3 milhões de quedas que ocorrem a cada ano são suficientemente graves 
para exigir atenção médica 
 Cerca de424000 pessoas morrem devido a quedas no mundo por ano 
 Adultos com mais de 65 anos sofrem o maior número de quedas fatais 
 80% das mortes ocorrem em países de baixa e média renda 
o Guerras: população jovem, com o passar dos anos aumentam as mortes 
o Afogamento 
 3ª causa de morte por trauma não intencional no mundo 
 7% de todas as mortes relacionadas ao trauma 
 50% das mortes ocorrem entre crianças abaixo de 5 anos de idade 
 Cerca de 388 mil pessoas se afogam em média no mundo 
 0,7% de todos os óbitos no mundo ocorrem por afogamento não intencional 
 97% das mortes por afogamento ocorrem em países de renda baixa e média 
o Incêndios 
 Entre as 15 principais caudas de morte entre crianças e adultos jovens de 5-29 
anos 
 Ocorrem principalmente em casa e no local de trabalho 
 Mais de 1 milhão de pessoas na índia e quase 173 mil crianças de Bangladesh com 
queimaduras moderadas ou graves a casa ano 
 Em Bangladesh, Colômbia, Egito e Paquistão, 17% das crianças com queimaduras 
têm uma incapacidade temporária e 18% tem uma incapacidade permanente 
 410 mil queimaduras ocorreram nos EUA, com cerca de 40 mil com necessidade 
de hospitalização 
 Mais de 95% de acidentes fatais relacionados com fogo, queimaduras, ocorrem 
em países de baixa e média renda 
O trauma não é uma doença, mas se comporta epidemiologicamente como uma. Uma 
vez que possui um agente causa, um hospedeiro e um ambiente apropriado para inte-
ração entre agente e hospedeiro 
o Fases do trauma 
 Pré-evento:envolve as circunstâncias que provocam uma lesão traumática. São 
os fatores que contribuem para a probabilidade de um trauma. Ações aqui con-
centram-se na prevenção do trauma 
 Evento: “a fase do trauma real”. É o momento em que a energia nociva é liberada. 
Fatores diversos influenciam a gravidade do trauma. Em geral, é muito rápido 
 Pós-evento: quando aparecem as consequências do trauma. Dependendo do tipo 
de evento, o pós-evento pode durar de alguns segundos, até o resto da vida da 
vítima (sequelas) 
o Prevenção 
 Primária: evitar a lesão antes que ela ocorra. 
 Secundária: ações tomadas para impedir a progressão de uma lesão. 
 Terciária: minimização da ocorrência de mortes e sequelas relacionadas à lesão 
(ou doença) após o evento. 
O atendimento pré-hospitalar → pode melhorar a sobrevida da vítima 
o Óbitos após traumas 
 1ª fase: de poucos minutos, até uma hora após o evento. Ocorreria independen-
temente do pronto atendimento médico. Combatidos com prevenção do trauma 
e estratégias de segurança 
 2ª fase: primeiras horas após o incidente. O atendimento pré-hospitalar pode 
prevenir! 
 3ª fase: de alguns dias até várias semanas após o trauma. Geralmente acontece 
por falência de múltiplos órgãos. 
Abordagem precoce e agressiva do choque na fase pré-hospitalar pode prevenir 
alguns desses óbitos
 
Carolina Pretti – TXIV A 
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Acidentes com animais peçonhentos
Animais peçonhentos: são aqueles que possuem, glândulas de veneno que se comuni-
cam com dentes ocos ou ferrões, agulhões, por onde o veneno é injetado 
Animais venenosos: aqueles que produzem veneno, mas não possuem aparelho inocu-
lador, provocando envenenamento passivo (ingestão ou contato) 
A presteza e a capacidade de tratamento são fatores importantes para que se 
evitem sequelas graves capazes de incapacitar e evitar a morte de muitos acidentados 
Venenos ou toxinas: são substâncias que quando introduzidas no organismo em dose 
suficiente, ou nele formada por suas propriedades químicas, provocando alterações 
funcionais e/ou anatômicas, mais ou menos graves. As alterações dependem da natu-
reza e concentração da substância e sensibilidade do próprio indivíduo 
Acidentes por abelhas, vespas e formigas 
Insetos que possuem ferrões verdadeiros, com três famílias de importância médica: 
Apidae (abelhas e mamangavas), Vespidae (vespa amarela, vespão e marimbondo) e 
Formicidae (formigas) 
Reações alérgicas ocorrem mais em adultos e nos profissionais expostos. Acidentes 
graves e mortes pela picada de abelhas africanizadas deve-se não pela diferença de 
composição de veneno, mas pela maior agressividade dessa espécie (ataques maciços) 
Dentre as espécies que utilizam o aparelho de ferroar, há as que apresentam auto-
tomia (auto amputação) ou seja, quando ferroam perdem o ferrão e espécies que não 
apresentam autotomia, estas utilizam o aparelho de ferroar várias vezes 
As que fazem autotomia geralmente injetam maior quantidade de veneno e morrem 
após a ferroada pela perda do aparelho e parte das estruturas do abdome 
Ações do veneno: é composto por uma mistura complexa de substâncias químicas, 
que apresentam atividades farmacológicas e alérgicas 
Os fatores alergênicos são enzimas que inoculadas durante a ferroada, iniciam res-
postas imunes responsáveis pela hipersensibilidade de alguns indivíduos e pelo início da 
reação alérgica 
São agentes bloqueadores neuromusculares e possuem poderosa ação hemolítica 
(destruição dos globos vermelhos), além de propriedades antiarrítmicas 
o Quadro clínico: as manifestações são variadas 
 Alérgicas: desencadeadas até por uma picada 
 Tóxicas: quando centenas de picadas levam a uma Síndrome de Envenenamento 
pacientes devem ser mantidos em UTI 
Manifestações locais: dor aguda local, que tende a desaparecer espontaneamente, 
vermelhidão, prurido e edema por várias horas ou dias 
Manifestações regionais: eritema, prurido, edema flogístico evolui para enduração 
local que aumenta em 24-48 horas, diminuindo nos dias subsequentes 
Manifestações sistêmicas: anafilaxia com início rápido (2-3 minutos após a picada) → 
cefaleia, vertigem e calafrios, agitação psicomotora, sensação de opressão torácica e 
outros sinais e sintomas tegumentares, respiratórios, digestivos, cardiocirculatórios. Há 
relatos de manifestações alérgicas tardias 
Tratamento: remoção dos ferrões → nos acidentes causados por enxame, a retirada 
dos ferrões da pele deverá ser feita por raspagem com lâmina e não pelo pinçamentoo 
de cada um deles, pois a compreensão poderá espremer a glândula ligada ao ferrão e 
inocular no paciente o veneno ainda existente 
Dor: quando necessária, a analgesia poderá ser feita pelo dipirona, via parenteral 
Reações alérgicas: o tratamento de escolha para as reações anafiláticas é a adminis-
tração subcutânea de solução aquosa de adrenalina (1:1000), iniciando-se com a dose de 
0,5 ml, repetida duas vezes em intervalos de 10 minutos para adultos, se necessário. 
Os glicocorticoides e ani-histamínicos não controlam as reações graves (urticária gi-
gante, edema de glote, broncoespasmos e choque), mas podem reduzir a duração e 
intensidade dessas manifestações 
Manifestações respiratórias asmatiformes, devido à broncoespasmos, podem ser 
controladas com oxigênio nasal, inalações e broncodilatadores 
Acidentes por escorpiões 
Os acidentes escorpiônicos (escorpionismo) ocorrem com frequência e são potencial-
mente graves em extremos de faixa etária 
50 % dos acidentes notificados provem na maioria em meses quentes e chuvosos 
Os escorpiões de importância médica pertencem ao gênero Tityus e são T. serrulatus, 
T. trivittatus, T. bahiensis e T. stigmurus 
A maioria dos casos tem curso benigno. Letalidade de 0,58%, os óbitos têm sido 
associados, com maior frequência, a acidentes causados por T. serrulatus 
Os escorpiões inoculam o veneno pelo ferrão, localizado no último segmento da cauda. 
São animais carnívoros, alimentam-se principalmente de insetos (baratas e grilos). Com 
hábitos noturnos, durante o dia estão sob pedras, troncos, entulhos, telhas e tijolos 
Ações do veneno: o veneno bruto ou frações purificadas ocasiona dor local, com 
liberação de catecolaminas e acetilcolina. Estes mediadores determinam o aparecimento 
de manifestações orgânicas decorrentes da predominância dos efeitos simpáticos ou 
parassimpáticos 
o Quadro clínico: 
 Acidentes por T. serrulatus (amarelo) são os mais graves. A dor local (ardor, 
queimação ou agulhada) pode ser acompanhada por parestesias, aumentar de 
intensidade ou irradiar-se para a raiz do membro acometido. 
 Pontos de inoculação nem sempre são visíveis, na maioria das vezes, há discreto 
eritema e edema, podendo-se observar também sudorese e piloereção local 
 Nos acidentes moderados e graves, principalmente em crianças, após minutos 
até poucas horas (2-3h), podem surgir manifestações sistêmicas 
o Manifestações sistêmicas: 
 Gerais: hipotermia ou hipertermia e sudorese profusa 
 Digestivas: náuseas, vômitos sialorreia e, mais raramente, dor abdominal e diar-
reia 
 Cardiovasculares: arritmias cardíacas, hipertensão ou hipotensão arterial, insufi-
ciência cardíaca congestiva e choque 
 Respiratórias: taquipneia, dispinéia e edema pulmonar agudo 
 Neurológicas: agitação sonolência, confusão mental, hipertonia (aumento da rigi-
dez) e tremores 
 A gravidade do quadro clínico depende de vários fatores como espécie e tamanho 
do animal agressor, quantidade de veneno inoculado, número de picadas, massa 
corporal da vítima e sensibilidade ao veneno, tempo decorrido entre o acidente e 
o tempo de atendimento médico 
Tratamento e exames complementares: o tratamento é sintomático com analgésicos, 
anti-histamínicos e soro antiescorpiônico e aracnídeo. Exames: ECG, laboratorial 
Acidentes por lagartas 
Acidentes causados pelo contato com cerdas, levando a um quadro de dermatite 
pápulo-pruriginosa. Desenvolvem dermatite e, dependendo da espécie desenvolve sín-
drome hemorrágica 
As

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