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BENEFÍCIOS RURAIS Jane Lucia Wilhelm Berwanger Humberto Macedo - 17439594860 CONSTITUIÇÃO FEDERAL •A CF de 1988 trouxe uma nova realidade para o meio rural •Inseriu entre os princípios “a uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais” •Uniformidade = mesmos benefícios •Equivalência = mesmos valores 2 Humberto Macedo - 17439594860 CONSTITUIÇÃO FEDERAL •A CF constitucionalizou a inclusão e a forma de contribuição dos produtores que trabalham em regime de economia familiar •Manteve a forma anterior de contribuição – sobre a produção •Incluiu os pescadores artesanais 3Humberto Macedo - 17439594860 CONSTITUIÇÃO FEDERAL • Inseriu cônjuges (intenção de incluir as mulheres) • Garantiu a igualdade de direitos para homens e mulheres (art. 5º inc. I) • Todos os benefícios passaram a ser de salário mínimo: art. 201 § 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. • Previu expressamente aposentadoria por idade com idade reduzida para os trabalhadores rurais 4 Humberto Macedo - 17439594860 CONSTITUIÇÃO FEDERAL •Da promulgação da Constituição até a efetiva implantação de benefícios passaram-se mais de três anos. •A legislação ordinária (Leis 8.212, de custeio e 8.213, de benefícios) somente foi publicada em 24 de julho de 1991 e os decretos regulamentadores, em dezembro do mesmo ano. •O primeiro benefício foi pago a uma trabalhadora rural somente em 12 de fevereiro de 1992 •Em 1994 foi estendido o salário maternidade às trabalhadoras rurais 5 Humberto Macedo - 17439594860 História da Previdência Rural • No início da lei, as mulheres não tinham como comprovar a atividade rural, porque não tinham documentos em nome próprio. • Elas tinham que usar documentos em nome do marido • A lei previu uma série de documentos, porém a informalidade predominava e ainda é significativa no meio rural • Assim, foi fundamental a declaração do sindicato, para comprovar os períodos de atividade • Em 1997 se flexibilizou a documentação, passando a ser aceitos documentos diversos de atividade rural e a homologação da declaração passou a ser feita pelo INSS • Quem não tivesse documentos ou tivesse poucos documentos, passava por uma entrevista e era feita pesquisa na localidade 6 Humberto Macedo - 17439594860 História da Previdência Rural • Em 2008 foi publicada a lei 11.718/08 que melhorou o acesso dos trabalhadores rurais à Previdência Social, aproximando as regras previdenciárias das regras de crédito rural (Pronaf) • A Lei 11.718 é a conversão da MP 410/07, acrescentada do Projeto de Lei 6.548/02 , de iniciativa da CONTAG (através da Comissão de Legislação Participativa) • Em 2013 foi publicada a Lei 12.873/13 que novamente ampliou o enquadramento do segurado especial 7 Humberto Macedo - 17439594860 TRABALHADORES RURAIS 8 • Quem são os trabalhadores rurais: • Previsão legal: art. 48, § 1º da Lei 8.213/91 • Espécies: empregado, avulso, contribuinte individual e segurado especial Humberto Macedo - 17439594860 EMPREGADO RURAL • Art. 11, inc. I da Lei 8.213/91 • Requisitos do vínculo empregatício: art. 3º CLT: pessoalidade, subordinação, habitualidade e remuneração • Alto índice de informalidade • Estatuto do Trabalhador Rural: empregado rural quem presta serviço à empregador rural • Critério da lei previdenciária: natureza da atividade: rural x urbana 9Humberto Macedo - 17439594860 EMPREGADO RURAL • Art. 11, inc. I da Lei 8.213/91 • IN 77/15 – INSS Art. 7º Observadas às formas de filiação dispostas nos arts. 8º, 13, 17, 20 e 39 a 41, deverão ser consideradas as situações abaixo: • IV - a caracterização do trabalho como urbano ou rural, para fins previdenciários, conforme disciplina inciso V do caput do art. 8º, depende da natureza das atividades efetivamente prestadas pelo empregado ou contribuinte individual e não do meio em que se inserem. 10Humberto Macedo - 17439594860 EMPREGADO RURAL • V - o segurado, ainda que tenha trabalhado para empregador rural ou para empresa prestadora de serviço rural, no período anterior ou posterior à vigência da Lei nº 8.213, de 1991, será considerado como filiado ao regime urbano como empregado ou contribuinte individual, conforme o caso, quando enquadrado, dentre outras, nas seguintes categorias: • a) carpinteiro, pintor, datilógrafo, cozinheiro, doméstico e toda atividade que não se caracteriza como rural; • b) motorista, com habilitação profissional, e tratorista; • c) empregado do setor agrário específico de empresas industriais ou comerciais, assim entendido o trabalhador que presta serviços ao setor agrícola ou pecuário, desde que tal setor se destine, conforme o caso, à produção de matéria-prima utilizada pelas empresas agroindustriais ou à produção de bens que constituíssem objeto de comércio por parte das empresas agrocomerciais, que, pelo menos, desde 25 de maio de 1971, vigência da Lei Complementar - LC nº 11, de 25 de maio de 1971, vinha sofrendo desconto de contribuições para o ex-Instituto Nacional de Previdência Social - INPS, ainda que a empresa não as tenha recolhido; 11 Humberto Macedo - 17439594860 EMPREGADO RURAL • d) empregado de empresa agroindustrial ou agrocomercial que presta serviço, indistintamente, ao setor agrário e ao setor industrial ou comercial; • e) motosserrista; • f) veterinário e administrador e todo empregado de nível universitário; • g) empregado que presta serviço em loja ou escritório; e • h) administrador de fazenda, exceto se demonstrado que as anotações profissionais não correspondem às atividades efetivamente exercidas. 12 Humberto Macedo - 17439594860 EMPREGADO RURAL • Parecer 2.522/01 CJ MPS: • EMENTA: DIREITO PREVIDENCIÁRIO. ENQUADRAMENTO DE SEGURADOS COMO TRABALHADORES RURAIS TENDO EM VISTA A NATUREZA DA ATIVIDADE DO EMPREGADO E NÃO DAS EMPRESAS. Os empregados que exercem atividades tipicamente rurais em agroindústrias, especificamente em usinas de cana-de-açúcar, são tidos, para fins de concessão de aposentadoria por idade, como trabalhadores rurais e não urbanos. Necessidade de adequação das normas regulamentares e da rotina do Instituto Nacional do Seguro Social a este entendimento. Art. 201, § 7º, inciso II da Constituição Federal e dispositivos da Lei 8.212, de 24 de julho de 1991. 13 Humberto Macedo - 17439594860 • TRF4 - 2005.71.00.044110-9 – STJ 1148040: • AÇÃO CIVIL PÚBLICA. APELAÇÃO DO INSS E RECURSO ADESIVO DA PARTE AUTORA. NÃO-CONHECIMENTO. SINDICATO. LEGITIMIDADE ATIVA. UNIÃO FEDERAL. ILEGITIMIDADE PASSIVA. ATIVIDADES URBANAS/RURAIS. CARACTERIZAÇÃO. 1. Não conhecido o apelo interposto pelo INSS, porquanto dissociado das razões de decidir. 2. Não conhecido o recurso adesivo da parte autora, pois se trata de inovação recursal, formulando pedido não veiculado na inicial. 3. O Sindicato, in casu, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul - FETAG, tem legitimidade ativa para propor ação civil pública em defesa de direitos e interesses coletivos ou individuais dos integrantes da categoria que representam. 4. A União Federal é parte ilegítima para figurar no pólo passivo da presente ação civil pública, pois o ato impugnado provém de norma administrativa expedida pela presidência do INSS. 5. A comprovação do exercício da atividade urbana ou rural é questão de valoração da prova material produzida pelo interessado, não decorrendo de prévia definição ou categorização legal. Via de conseqüência, diante da valoração da prova quanto ao exercício da atividade desenvolvida, pode-se ter trabalho rural na cidade, bem como trabalho urbano no meio rural. (TRF4, APELREEX 2005.71.00.044110-9, QUINTA TURMA, Relator ARTUR CÉSAR DE SOUZA, D.E. 16/02/2009) 14 Humberto Macedo - 17439594860 EMPREGADO RURAL • Tema 115 TNU: Não é ramo de exploração de atividade econômica do empregadorque define a natureza do trabalho desempenhado pelo empregado, se rural ou urbano, para fins de concessão do benefício previdenciário de aposentadoria. 15 Humberto Macedo - 17439594860 EMPREGADO RURAL • Contribuição do empregado rural: • Art. 28 da Lei 8.212/91: • Sobre a remuneração • Alíquotas: 16 Remuneração (R$) Alíquota Até 1 salário mínimo: 7,50% De 1 Salário mínimo Até R$ 1.830,29 9% Entre R$ 1.830,30 e R$ 3.050,52 12% Entre R$ 3.050,53 a R$ 6.101,06 14% Humberto Macedo - 17439594860 EMPREGADO RURAL • Lei 8.212/91 • Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas: • I - a empresa é obrigada a: • a) arrecadar as contribuições dos segurados empregados e trabalhadores avulsos a seu serviço, descontando-as da respectiva remuneração; • Enunciados CRPS: • ENUNCIADO 2 Não se indefere benefício sob fundamento de falta de recolhimento de contribuição previdenciária quando a responsabilidade tributária não competir ao segurado. I - Considera-se presumido o recolhimento das contribuições do segurado empregado, inclusive o doméstico, do trabalhador avulso e, a partir da competência abril de 2003, do contribuinte individual prestador de serviço. II - Não é absoluto o valor probatório da Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), mas é possível formar prova suficiente para fins previdenciários se esta não tiver defeito formal que lhe comprometa a fidedignidade, salvo existência de dúvida devidamente fundamentada. 17 Humberto Macedo - 17439594860 AS CONTRIBUIÇÕES NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL EC 103/19 Art. 29. Até que entre em vigor lei que disponha sobre o § 14 do art. 195 da Constituição Federal, o segurado que, no somatório de remunerações auferidas no período de 1 (um) mês, receber remuneração inferior ao limite mínimo mensal do salário de contribuição poderá: I – complementar a sua contribuição, de forma a alcançar o limite mínimo exigido; II – utilizar o valor da contribuição que exceder o limite mínimo de contribuição de uma competência em outra; ou III – agrupar contribuições inferiores ao limite mínimo de diferentes competências, para aproveitamento em contribuições mínimas mensais. Parágrafo único. Os ajustes de complementação ou agrupamento de contribuições previstos nos incisos I, II e III do caput somente poderão ser feitos ao longo do mesmo ano civil. 18 Humberto Macedo - 17439594860 SEGURADO ESPECIAL ▫ CF Art. 195, § 8º: O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. 19Humberto Macedo - 17439594860 SEGURADO ESPECIAL 2 0 • Art. 11, inc. VII da Lei 8.213/91: • Residência no imóvel rural ou aglomerado urbano ou rural próximo (art. 9º, § 20 D. 3.048/99) • Que explore a atividade: • Individualmente • Em regime de economia familiar Humberto Macedo - 17439594860 SEGURADO ESPECIAL • Agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais; • Art. 50 da Lei 4.504/64 • Comprovação área explorada através do CAR, ITR ou laudo técnico • Consulta de Jurisprudência: tamanho/área/ extensão da propriedade 21 Humberto Macedo - 17439594860 SEGURADO ESPECIAL 22 Humberto Macedo - 17439594860 SEGURADO ESPECIAL • na condição de produtor, proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário arrendatário rurais • IN 77/15: • Condômino • Acampado (não mais devido ACP/RESP 1.482.598) • Quilombola 23 Humberto Macedo - 17439594860 SEGURADO ESPECIAL • Seringueiro ou extrativista vegetal • exerça suas atividades nos termos da Lei 9.985/00 • Exploração sustentável dos recursos naturais renováveis • Garimpeiro: somente até 1998 (EC 20/98) 24 Humberto Macedo - 17439594860 SEGURADO ESPECIAL • Pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de vida • Art. 9º § 14 do Decreto 3.048/99: • Desembarcado • Embarcação de pequeno porte (arqueação bruta até 20 – conforme certificado de embarcação) • 14-A – quem beneficia produtos, fabricação e conserto de petrechos e conserto de embarcações 25 Humberto Macedo - 17439594860 SEGURADO ESPECIAL • cônjuge ou companheiro, • Enunciado 8 inc. IV CRPS • IV - Quem exerce atividade rural em regime de economia familiar, além das tarefas domésticas em seu domicílio, é considerado segurado especial, aproveitando-se-lhe as provas em nome de seu cônjuge ou companheiro (a), corroboradas por outros meios de prova 26 Humberto Macedo - 17439594860 SEGURADO ESPECIAL • Filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado, • CF – art. 7º: XXXIII • Indígenas: RESP 1709883 (ACP) • TRF - AC 5017267- 34.2013.4.04.7100 (menores de 12 anos) • que, comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo 27 Humberto Macedo - 17439594860 IDADE MÍNIMA • Ofício-Circular Conjunto nº 25 /DIRBEN/PFE/INSS - Em 13 de maio de 2019. • Em face da decisão judicial proferida na Ação Civil Pública-ACP nº 5017267- 34.2013.4.04.7100, determinou-se ao INSS que passe a aceitar, como tempo de contribuição, o trabalho comprovadamente exercido na categoria de segurado obrigatório de qualquer idade, exceto o segurado facultativo, bem como, devem ser aceitos os mesmos meios de prova exigidos para o trabalho exercido com a idade permitida. • 2. A determinação judicial produz efeitos para benefícios com Data de Entrada de Requerimento-DER a partir de 19/10/2018 e alcança todo o território nacional. • [...] 28 Humberto Macedo - 17439594860 IDADE MÍNIMA • b) para a comprovação do tempo de contribuição devem ser aceitos os mesmos meios de prova exigidos para o trabalho exercido com a idade legalmente permitida, vigentes na data da comprovação; • b.1) Os documentos comprobatórios do exercício de atividade em idade inferior à legalmente permitida deverão atender aos mesmos requisitos necessários para a comprovação da atividade em idade permitida, inclusive, devem conter dados de identificação do menor que exerce a atividade, à exceção daquele enquadrado como membro de família que labora na condição de segurado especial em regime de economia familiar, cujo documento é em nome de um dos titulares. • 4. Os períodos comprovados na forma da ACP serão válidos para todos os fins de reconhecimento de direitos de benefícios e serviços previdenciários de acordo com cada categoria de segurado obrigatório. 29 Humberto Macedo - 17439594860 IDADE MÍNIMA• 5. Para os requerimentos indeferidos com base nesta ACP e que tenham DER a partir de 19/10/2018, caberá reanálise mediante requerimento de revisão dos interessados. • 6. A comprovação do tempo de contribuição em idade inferior à legalmente permitida, conforme determinado na ACP, será realizada diretamente nos sistemas de benefícios, por ocasião do requerimento, até a adequação do Portal CNIS. • 7. O Sistema Prisma será adequado para permitir a concessão dos benefícios alcançados pela determinação judicial proferida na ACP nº 5017267-34.2013.4.04.7100. • O STJ negou seguimento ao recurso por tratar-se de matéria constitucional. • Em 19 de agosto o STF, por decisão monocrática do Ministro Relator Ricardo Levandowski negou seguimento ao recurso, porque contraria o entendimento daquela Corte. RE 1225475 • Tema 219 TNU – EM TRAMITAÇÃO 30 Humberto Macedo - 17439594860 SEGURADO ESPECIAL • In 77/15: Art. 39 § 4º Enquadra-se como segurado especial o indígena: • reconhecido pela Fundação Nacional do Índio - FUNAI, inclusive o artesão que utilize matéria-prima proveniente de extrativismo vegetal, • independentemente do local onderesida ou exerça suas atividades, sendo irrelevante a definição de indígena aldeado, não- aldeado, em vias de integração, isolado ou integrado, •desde que exerça a atividade rural individualmente ou em regime de economia familiar e • faça dessas atividades o principal meio de vida e de sustento. 31 Humberto Macedo - 17439594860 SEGURADO ESPECIAL • REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR: • atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e • ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar e • é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, • sem a utilização de empregados permanentes. • Art. 39 da IN 77/15 32 Humberto Macedo - 17439594860 SEGURADO ESPECIAL • NÃO DESCARACTERIZA: • Contratação de empregados/trabalhadores temporários (120 dias no ano civil) • Cedência de até 50% da terra em parceria, meação ou comodato (não permite arrendamento) • Atividade turística – inclusive hospedagem – por até 120 dias no ano civil • Previdência Complementar de entidade classista • Ser beneficiário ou fazer parte de grupo familiar de programa assistencial oficial do governo • LOAS só descaracteriza o que recebe o benefício (IN77/15 – art. 42 §4º) 33 Humberto Macedo - 17439594860 SEGURADO ESPECIAL • NÃO DESCARACTERIZA: • Utilização de processo de beneficiamento ou industrialização artesanal/rudimentar, sem incidência de IPI no produto agrícola (salvo via empresa) • Associação em cooperativa agropecuária ou de crédito rural • Participação em sociedade empresária ou titular de empresa individual de responsabilidade limitada de âmbito agrícola, agroturístico ou agroindustrial – nos limites da microempresa – desde que continuem exercendo a atividade rural, a empresa seja só de segurados especiais e esteja sediada no mesmo município ou vizinho. • Atividades exercidas na condição de MEI (lista própria) 34Humberto Macedo - 17439594860 SEGURADO ESPECIAL • NÃO É SEGURADO ESPECIAL QUEM TEM OUTRA FONTE DE RENDIMENTO, SALVO: • JURISPRUDÊNCIA: • SÚMULA 41 TNU • Temas 532 e 533 - REsp 1304479 35 x Humberto Macedo - 17439594860 SEGURADO ESPECIAL • NÃO É SEGURADO ESPECIAL QUEM TEM OUTRA FONTE DE RENDIMENTO, SALVO: • Benefício previdenciário de até um salário-mínimo • Benefício de previdência complementar • Atividade remunerada de até 120 dias • Atividade de dirigente sindical • Mandato de vereador ou cooperativa rural • Parceria ou meação • Atividade artesanal rural ou não (neste caso até um salário minimo) • Atividade artística (até um salário minimo) 36 Humberto Macedo - 17439594860 TRABALHADOR AVULSO • Art. 11, inc. VI da Lei 8.213/91: quem presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviço de natureza urbana ou rural definidos no Regulamento; • Decreto 3.048/99: • a) sindicalizado ou não, preste serviço de natureza urbana ou rural a diversas empresas, ou equiparados, sem vínculo empregatício, com intermediação obrigatória do órgão gestor de mão de obra, nos termos do disposto na Lei nº 12.815, de 5 de junho de 2013, ou do sindicato da categoria, assim considerados: • b) exerça atividade de movimentação de mercadorias em geral, nos termos do disposto na Lei nº 12.023, de 27 de agosto de 2009, em áreas urbanas ou rurais, sem vínculo empregatício, com intermediação obrigatória do sindicato da categoria, por meio de acordo ou convenção coletiva de trabalho, nas atividades de: 37 Humberto Macedo - 17439594860 CONTRIBUINTE INDIVIDUAL – TRABALHADOR RURAL • Art. 11, inc. V, alínea “g”: Quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; • Art. 35 da IN 77/15 – contribuinte individual pode apenas comprovar atividade rural até 31 de dezembro de 2010 • Possibilidade de enquadramento como segurado de baixa renda (códigos próprios: http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/tributar ia/pagamentos-e-parcelamentos/codigos-de- receita/codigos-de-receita-de-contribuicao- previdenciaria ) • Jurisprudência – STJ: REsp 1321493 – Tema 554 38 Humberto Macedo - 17439594860 • RECURSO ESPECIAL. MATÉRIA REPETITIVA. ART. 543-C DO CPC E RESOLUÇÃO STJ 8/2008. RECURSO REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. SEGURADO ESPECIAL. TRABALHO RURAL. INFORMALIDADE. BOIAS-FRIAS. PROVA EXCLUSIVAMENTE TESTEMUNHAL. ART. 55, § 3º, DA LEI 8.213/1991. SÚMULA 149/STJ. IMPOSSIBILIDADE. PROVA MATERIAL QUE NÃO ABRANGE TODO O PERÍODO PRETENDIDO. IDÔNEA E ROBUSTA PROVA TESTEMUNHAL. EXTENSÃO DA EFICÁCIA PROBATÓRIA. NÃO VIOLAÇÃO DA PRECITADA SÚMULA. • 4. Por outro lado, considerando a inerente dificuldade probatória da condição de trabalhador campesino, o STJ sedimentou o entendimento de que a apresentação de prova material somente sobre parte do lapso temporal pretendido não implica violação da Súmula 149/STJ, cuja aplicação é mitigada se a reduzida prova material for complementada por idônea e robusta prova testemunhal. • 5. No caso concreto, o Tribunal a quo, não obstante tenha pressuposto o afastamento da Súmula 149/STJ para os "boias-frias", apontou diminuta prova material e assentou a produção de robusta prova testemunhal para configurar a recorrida como segurada especial, o que está em consonância com os parâmetros aqui fixados. 6. Recurso Especial do INSS não provido. [...] (REsp 1321493/PR, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 10/10/2012, DJe 19/12/2012) 39 Humberto Macedo - 17439594860 CONTRIBUINTE INDIVIDUAL – NÃO TRABALHADOR RURAL • Art. 11, inc. V, alínea “a EMPRESÁRIO/EMPREGADOR RURAL • a pessoa física, proprietária ou não, • que explora atividade agropecuária, a qualquer título, • em caráter permanente ou temporário, • em área superior a 4 (quatro) módulos fiscais; ou, • quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividade pesqueira, • com auxílio de empregados ou • por intermédio de prepostos; • Extensivo ao cônjuge • Art. 20 da IN 77/15 – vigência da Lei 11718 (módulos) 40 Humberto Macedo - 17439594860 COMO SE DÁ A COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE RURAL Humberto Macedo - 17439594860 COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE DO EMPREGADO RURAL 42 • Art. 106 – A comprovação do exercício de atividade rural será feita, complementarmente à declaração de que trata o art. 38-B, por meio de: • I – contrato individual de trabalho ou Carteira de Trabalho e Previdência Social; Humberto Macedo - 17439594860 COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE RURAL • COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE RURAL DO EMPREGADO: • Carteira de Trabalho • Contrato de trabalho • Perfil Profissiográfico • Declaração do empregador (?) • Prova testemunhal (JA) 43Humberto Macedo - 17439594860 COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE RURAL 44 Humberto Macedo - 17439594860 COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE DO SEGURADO ESPECIAL - ANTES DAS MUDANÇAS •Procedimentos antigos (até 2017): entrevista, pesquisa in loco, oitiva de testemunhas •Procedimentos recentes (de 2017 a 2019): Declaração de trabalhador rural, cruzamento de dados, Justificação Administrativa (Declaração do Sindicato) 45 Humberto Macedo - 17439594860 COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE RURAL 46 • Art. 106 da Lei 8.213/91 - Declaração do Sindicato: • Devia conter as principais informações sobre o segurado, o grupo familiar e o trabalho rural • Não era prova plena desde 1995 • Seu valor era relativo tanto no âmbito administrativo como judicial • Podia substituir a Justificação Administrativa • Conforme 3.136/03 CJ/MPS não substituía início de prova material Humberto Macedo - 17439594860 COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE RURAL •EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS DA MP 871/19 (Lei 13.846/19) •O reconhecimento de tempo de serviço, bem como outros direitos dos trabalhadores, por meio do sistema sindical, remonta um período no qual o Estado não tinha capacidade e capilaridade para atender a totalidade da população. •Ademais, a falta de instrumentos de controle na emissão deste documento facilita a ocorrência de irregularidadese fraudes. •Com vistas a superar essa situação, propõe-se a criação de um cadastro dos segurados especiais pelo Ministério da Economia, a ser utilizado pelo INSS para a concessão dos benefícios rurais a essa categoria de segurado a partir de 1° de janeiro de 2020. 47 Humberto Macedo - 17439594860 COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE RURAL • EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS DA MP 871/19 Lei 13.846/19) • Para o período anterior, propõe-se a extinção da declaração de tempo rural fornecida pelos sindicatos rurais e homologada pelo INSS como meio de prova, substituindo-a pela autodeclaração homologada por entidades públicas credenciadas pelo Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária (PRONATER) e outros órgãos públicos. 48Humberto Macedo - 17439594860 Ofício-Circular nº 46 /DIRBEN • Desde 09/08/17, não é mais realizada a comprovação da atividade de SE por meio de entrevista rural, assim como não devem ser tomados depoimentos com parceiros, confrontantes, colaboradores, vizinhos ou outros. • Havendo reafirmação da DER, aplica-se a regra vigente na nova data. 49Humberto Macedo - 17439594860 COMO PREENCHER A AUTODECLARAÇÃO Humberto Macedo - 17439594860 51 Humberto Macedo - 17439594860 52 Humberto Macedo - 17439594860 53 Humberto Macedo - 17439594860 54 Humberto Macedo - 17439594860 55 Humberto Macedo - 17439594860 56 Humberto Macedo - 17439594860 Ofício-Circular nº 46 /DIRBEN • AUTODECLARAÇÃO • Anexos I a III deste Ofício-Circular. • A autodeclaração deve ser assinada: • I - pelo segurado; • II - pelo procurador legalmente constituído; • III - pelo representante legal; • IV - pelo dependente, no caso de requerimento de pensão por morte ou auxílio- reclusão; ou • V - pelo familiar, no caso de benefícios por incapacidade, havendo impossibilidade de comunicação do titular, comprovada mediante atestado médico. 57Humberto Macedo - 17439594860 COMO SE VALIDA A AUTO- DECLARAÇÃO Humberto Macedo - 17439594860 AUTO DECLARAÇÃO DESPACHO CONCLUSIVO 1. Dados do Segurado (EXTRAÍDOS DO SISTEMA) 2. Análise da Autodeclaração, confrontada com as bases governamentais: A) Pela análise da autodeclaração, o segurado atende os requisitos para caracterização como segurado especial? ( ) SIM ( ) NÃO. Justifique, indicando o(s) motivo(s), dentre os listados no anexo V. B) A análise das bases governamentais é suficiente para ratificar a autodeclaração? ( ) SIM (Ir para “D”) ( ) NÃO. Justifique, especificando o(s) motivo(s), dentre os listados no anexo V, e a(s) base(s) consultada(s) 59 Humberto Macedo - 17439594860 AUTO DECLARAÇÃO DESPACHO CONCLUSIVO C) Caso a resposta anterior (B) seja negativa, o(s) documento(s) apresentado(s), dentro dos critérios previstos, ratificam a autodeclaração? ( ) SIM ( ) NÃO. Justifique, indicando o(s) motivo(s), dentre os listados no anexo V. D) Há elementos que descaracterizam a condição de segurado especial? ( ) SIM. Justifique, especificando o(s) motivo(s), dentre os listados no anexo V, e a(s) base(s) consultada(s) ( ) NÃO. 60 Humberto Macedo - 17439594860 Ofício-Circular nº 46 /DIRBEN • A ratificação será realizada de forma automática por meio de integração da base de dados do INSS, do MAPA e outras bases. • Até que seja disponibilizada a ferramenta de ratificação automática, o servidor deve consultar os sistemas disponíveis. • O acesso à base de dados SAF será por intermédio da “InfoDAP”, disponível no Painel Cidadão do Portal Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS. 61Humberto Macedo - 17439594860 Ofício-Circular nº 46 /DIRBEN • Não havendo êxito na consulta ao InfoDAP, as demais bases, relacionadas abaixo, deverão ser consultadas, conforme Anexo VI: • I - do Cadastro de Imóveis Rurais – CAFIR; • II - do Registro Geral da Pesca – RGP; • III - do Seguro-desemprego do Pescador Artesanal – SDPA; • IV - da Divisão de Negócios de Controle Financeiro – DICFN; • V - do Sistema Nacional de Cadastro Rural – SNCR; • VI - do Sistema de Informações de Projetos de Reforma Agrária – SIPRA; e • VII - do Micro Empreendedor Individual – MEI. • Quando as informações obtidas por meio de consultas às bases governamentais forem suficientes para a análise conclusiva do processo, não será necessária a solicitação de documentos complementares. 62Humberto Macedo - 17439594860 Ofício-Circular nº 46 /DIRBEN/INSS • Período de abrangência da prova apresentada: • na análise de benefícios de aposentadoria por idade, para fins de cômputo de carência, deverá ser apresentado, no mínimo, um instrumento ratificador (base governamental ou documento) contemporâneo para cada metade da carência exigida no benefício. • Caso o segurado declare período superior à carência, o mesmo poderá ser reconhecido, desde que haja instrumento ratificador para o período; 63 Humberto Macedo - 17439594860 Ofício-Circular nº 46 /DIRBEN/INSS • para os demais benefícios, deverá ser apresentado pelo menos um instrumento ratificador (base governamental ou documento) anterior ao fato de gerador, observado o limite temporal constante no inciso I (metade da carência do B41 - aposentadoria por idade), sendo que: • independentemente do tempo autodeclarado, a inclusão, no portal CNIS, deve se limitar ao período compreendido entre o documento mais antigo e a DER; • para o salário maternidade, é necessário apresentar ao menos um documento anterior à data presumida do início da gravidez, guarda para fins de adoção ou ao documento que comprove a adoção. • Nos casos de aposentadoria por tempo de contribuição ou emissão de CTC, deverão ser observadas as regras de indenização previstas na legislação previdenciária. 64Humberto Macedo - 17439594860 Ofício-Circular nº 46 /DIRBEN/INSS • quanto à contemporaneidade da prova: • a) a contemporaneidade é verificada considerando a data de emissão/registro/homologação do cadastro ou documento: • b) no caso de aposentadoria por idade rural, o documento anterior ao período de carência será considerado se for contemporâneo ao fato nele declarado, devendo ser complementado por documento contemporâneo ao período de carência, caso não haja elemento posterior que descaracterize a continuidade da atividade rural; • c) os documentos de caráter permanente, como documentos de propriedade, posse, ou um dos tipos de outorga, são válidos até sua desconstituição, até mesmo para caracterizar todo o período de carência; 65Humberto Macedo - 17439594860 Ofício-Circular nº 46 /DIRBEN/INSS • III - quanto à extensão do instrumento de ratificação em relação ao grupo familiar: • a) toda e qualquer prova material vale para qualquer membro do grupo familiar, devendo o titular do documento possuir condição de SE no período pretendido, caso contrário a pessoa interessada deverá apresentar documento em nome próprio; • b) se o titular do documento for SE na data de emissão/registro/homologação do cadastro ou documento e posteriormente perder a condição de SE, poderá ser realizada a ratificação parcial do período em que o titular do documento manteve a qualidade de SE – devendo ser observado o limite de metade da carência; • c) a situação de estar o cônjuge ou companheiro(a) em lugar incerto e não sabido, decorrente de abandono do lar, não prejudica a condição do cônjuge ou companheiro(a) remanescente; 66Humberto Macedo - 17439594860 Ofício-Circular nº 46 /DIRBEN/INSS • IV - quanto à validade do documento: • a) caso o titular do documento não possua condição de SE na data do documento, este não terá validade, sem prejuízo da análise de outros elementos constantes do processo; • b) na hipótese de períodos intercalados de exercício de atividade rural e urbana superior a 120 (cento e vinte) dias no ano civil, deverá ser apresentado instrumento ratificador (base governamental ou documento) a cada retorno à atividade rural. 67HumbertoMacedo - 17439594860 Ofício-Circular nº 46 /DIRBEN/INSS • Os períodos reconhecidos pelo INSS, tanto no CNIS, quanto nos sistemas de benefícios, devem ser considerados válidos para todos os fins. Com relação aos períodos não reconhecidos, caso o segurado apresente nova documentação com base nas novas regras vigentes, esta deverá ser analisada. 68Humberto Macedo - 17439594860 OUTRAS PROVAS QUE DEVEM SER PRODUZIDAS NO PROCESSO ADMINISTRATIVO E JUDICIAL Humberto Macedo - 17439594860 COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE RURAL 70 • Art. 106 da Lei 8.213/91 - Documentos em espécie para o segurado especial: • Contrato de arrendamento, parceira, meação ou comodato rural • Certidão do INCRA • Notas fiscais de produtor • Notas de compra de produtos • Comprovante de pagamento de contribuição previdenciária • Cópia da declaração de imposto de renda • Licença de ocupação ou permissão outorgada pelo INCRA (para assentados) Humberto Macedo - 17439594860 COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE RURAL • Art. 106 – A comprovação do exercício de atividade rural será feita, complementarmente à declaração de que trata o art. 38- B, por meio de: • IV – Comprovante de cadastro do INCRA (revogado) • Nova redação: • Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, de que trata o inciso II do caput do art. 2º da Lei nº 12.188, de 11 de janeiro de 2010, ou por documento que a substitua; Humberto Macedo - 17439594860 COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE RURAL • Art. 54 da IN 77/15 - Documentos em espécie para o segurado especial: • Documentos que informam profissão: religiosos, de saúde, de órgãos públicos, ... • Documentos que indicam endereço: conta de água, luz, etc. • Documentos que indicam trabalho rural: assistência técnica, Pronaf, ficha do sindicato, compra de implementos, associação de produtores rurais. • Nenhuma lista é exaustiva 72 Humberto Macedo - 17439594860 COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE RURAL 73 • Art. 55, § 3º da Lei 8.213/91 – exigência de início de prova material • contemporânea • Súmula 149 STJ • REsp 1321493 (Tema 554) • Súmula 577 STJ Humberto Macedo - 17439594860 IRDR 21 Número do Tema: 21 Situação:Admitido Ramo Direito: Averbação/Cômputo de tempo de serviço de segurado especial (regime de economia familiar), Tempo de serviço, DIREITO PREVIDENCIÁRIO Controvérsia: Discute-se a viabilidade de consideração, como início de prova material, dos documentos em nome de terceiros, integrantes do núcleo familiar, após o retorno do segurado ao meio rural, quando corroborada por prova testemunhal idônea. Tese Fixada: Viável a consideração, como início de prova material, dos documentos emitidos em nome de terceiros integrantes do núcleo familiar, após o retorno do segurado ao meio rural, quando corroborada por prova testemunhal idônea. Humberto Macedo - 17439594860 EXTINÇÃO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO • DIREITO PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO CPC. RESOLUÇÃO No. 8/STJ. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. AUSÊNCIA DE PROVA MATERIAL APTA A COMPROVAR O EXERCÍCIO DA ATIVIDADE RURAL. CARÊNCIA DE PRESSUPOSTO DE CONSTITUIÇÃO E DESENVOLVIMENTO VÁLIDO DO PROCESSO. EXTINÇÃO DO FEITO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO, DE MODO QUE A AÇÃO PODE SER REPROPOSTA, DISPONDO A PARTE DOS ELEMENTOS NECESSÁRIOS PARA COMPROVAR O SEU DIREITO. RECURSO ESPECIAL DO INSS DESPROVIDO. [...] • 5. A ausência de conteúdo probatório eficaz a instruir a inicial, conforme determina o art. 283 do CPC, implica a carência de pressuposto de constituição e desenvolvimento válido do processo, impondo a sua extinção sem o julgamento do mérito (art. 267, IV do CPC) e a consequente possibilidade de o autor intentar novamente a ação (art. 268 do CPC), caso reúna os elementos necessários à tal iniciativa. 6. Recurso Especial do INSS desprovido. (REsp 1352721/SP, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, CORTE ESPECIAL, julgado em 16/12/2015, DJe 28/04/2016) 75 Humberto Macedo - 17439594860 IRDR 17 Número do Tema: 17 Situação: Acórdão publicado Ramo Direito: Aposentadoria por Idade (Art. 48/51), Benefícios em Espécie, DIREITO PREVIDENCIÁRIO Controvérsia: É possível dispensar a produção de prova testemunhal em juízo, para comprovação de labor rural, quando houver prova oral colhida em justificação realizada no processo administrativo e o conjunto probatório não permitir o reconhecimento do período e/ou o deferimento do benefício previdenciário? Tese Fixada: Não é possível dispensar a produção de prova testemunhal em juízo, para comprovação de labor rural, quando houver prova oral colhida em justificação realizada no processo administrativo e o conjunto probatório não permitir o reconhecimento do período e/ou o deferimento do benefício previdenciário. Humberto Macedo - 17439594860 IRDR 17 NO STJ • Ausente, portanto, o indispensável requisito do prequestionamento, o que atrai, por analogia, o óbice da Súmula 282/STF: "É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada." Já quanto a pretensão baseada na contrariedade ao art. 371 do CPC/2015, ela foi assim decidida pelo acórdão recorrido (grifo acrescentado): Nesse caminho, tendo em conta o entendimento pacífico desta Corte de que a prova testemunhal, em se tratando de benefício devido a trabalhador rural, é essencial à comprovação da atividade, uma vez que se presta a corroborar os inícios de prova material apresentados, ao se deparar com prova testemunhal administrativa insuficiente para o reconhecimento do labor rural, deve o juiz, nos termos do art. 370 do CPC, oportunizar a oitiva de testemunhas em juízo. Não há impugnação a esse ponto específico, razão por que é caso de incidência da Súmula 283/STF. Por tudo isso, não conheço do Recurso Especial. Publique-se. Intimem-se. Brasília (DF), 09 de maio de 2020. MINISTRO HERMAN BENJAMIN Relator Humberto Macedo - 17439594860 COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE RURAL - REGRA ANTERIOR • CADASTRAMENTO DOS SEGURADOS ESPECIAIS • Lei 8.213/91: Art. 38-A. O Ministério da Previdência Social desenvolverá programa de cadastramento dos segurados especiais • podendo para tanto firmar convênio com órgãos federais, estaduais ou do Distrito Federal e dos Municípios, bem como com entidades de classe, em especial as respectivas confederações ou federações • Sem ônus para o segurado • Atualização anual dos dados 78 Humberto Macedo - 17439594860 COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE RURAL 79 • CADASTRAMENTO DOS SEGURADOS ESPECIAIS - NOVA REDAÇÃO • Art. 38-A e 38-B Lei 8.213/91 • O Ministério da Economia manterá sistema de cadastro dos segurados especiais no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), • Poderá firmar acordo de cooperação com o MAPA e om outros órgãos da administração pública federal, estadual, distrital e municipal • Para a manutenção e a gestão do sistema de cadastro. • O sistema preverá a manutenção e a atualização anual do cadastro e conterá as informações necessárias à caracterização da condição de segurado especial. Humberto Macedo - 17439594860 COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE RURAL 80 • Não poderá resultar nenhum ônus para os segurados. A atualização anual será feita até 30 de junho do ano subsequente. • É vedada a atualização anual após o prazo de cinco anos, contado de 30 de junho do ano seguinte. • Decorrido o prazo de 5 (cinco) anos de que trata o § 5º deste artigo, o segurado especial só poderá computar o período de trabalho rural se efetuados em época própria a comercialização da produção e o recolhimento da contribuição prevista no art. 25 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Humberto Macedo - 17439594860 COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE RURAL • O INSS utilizará as informações constantes do cadastro de para fins de comprovação do exercício da atividade e da condição do segurado especial e do respectivo grupo familiar. • A partir de 1º de janeiro de 2023, a comprovaçãoda condição e do exercício da atividade rural do segurado especial ocorrerá, exclusivamente, pelas informações constantes do cadastro. Humberto Macedo - 17439594860 COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE RURAL 82 • Até 1º de janeiro de 2025, o cadastro poderá ser realizado, atualizado e corrigido • O cadastro e os prazos deverão ser amplamente divulgados por todos os meios de comunicação cabíveis para que todos os cidadãos tenham acesso à informação sobre a existência do referido cadastro e a obrigatoriedade de registro. • Art. 25, § 1° da Emenda Constitucional – cadastro só vai ser exigido quando metade da população rural estiver cadastrada (PNAD) Humberto Macedo - 17439594860 AMPLIAÇÃO DE COMPETÊNCIA DO CRPS • Art. 126 da Lei 8.213/91 • I – recursos das decisões do INSS nos processos de interesse dos beneficiários; • II – .... • III – recursos das decisões do INSS relacionados à comprovação de atividade rural de segurado especial 83 Humberto Macedo - 17439594860 APOSENTADORIA RURAL •Base legal: art. 143 x art 39 da Lei 8.213/91 •Parecer 39/06 da CJ/MPS 84 Humberto Macedo - 17439594860 APOSENTADORIA RURAL • Imediatamente anterior ao requerimento (ou ao preenchimento dos requisitos): •Não aplicação do art. 3º da Lei 10.666/03 (desconsideração da perda da qualidade de segurado) - PETIÇÃO 7.476/PR - STJ • Tema 145 TNU - Para a obtenção de aposentadoria por idade rural, é indispensável o exercício e a demonstração da atividade campesina correspondente à carência no período imediatamente anterior ao atingimento da idade mínima ou ao requerimento administrativo. •O que é imediatamente anterior? REsp 1354908/SP • Art. 137, 159 e 231 e 232 da IN 77/15 – preveem a manutenção da qualidade de segurado 85 Humberto Macedo - 17439594860 APOSENTADORIA RURAL •Descontinuidade da atividade rural: •Posição TNU: período máximo de afastamento 36 meses (fundamento: art. 15 da Lei 8.213/91) – Tema 37 fala em breves períodos de afastamento • Fundamento comum: perda da “vocação rural” •Posição STJ – não tem uniformidade 86 Humberto Macedo - 17439594860 APOSENTADORIA RURAL • Descontinuidade da atividade rural: • IN 77/15 – art. 158, parágrafo único: • Entendem-se como forma descontínua os períodos intercalados de exercício de atividades rurais, ou urbana e rural, com ou sem a ocorrência da perda da qualidade de segurado, • Desde que tenha um início de prova material para cada período. • IN 77/15. Art. 39. § 5º Na hipótese de períodos intercalados de exercício de atividade rural e urbana, o requerente deverá apresentar um documento, em nome próprio, de prova material do exercício de atividade rural após cada período de atividade urbana. • Essa questão é objeto de IRDR no TRF4 87Humberto Macedo - 17439594860 APOSENTADORIA HÍBRIDA • Introduzida pela Lei 11.718/08 – inclusão do § 3º no art. 48 da Lei 8.213 •Art. 48 – caput – aposentadoria urbana • § 1º e § 2º - aposentadoria rural •§ 3º - aposentadoria híbrida ou mista •§ 4º - cálculo da aposentadoria híbrida 88Humberto Macedo - 17439594860 APOSENTADORIA HÍBRIDA •Posição do INSS •A aposentadoria híbrida só é possível se a última atividade for rural •Alternativamente, não é possível computar período rural antes de 1991 – com base no art. 55 § 2º da Lei 8.213/91 89 Humberto Macedo - 17439594860 APOSENTADORIA HÍBRIDA •TRF4 - AC Nº 0014935-23.2010.404.9999/RS – última atividade pode ser urbana •No mesmo sentido: REsp 1367479/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/09/2014, DJe 10/09/2014 e REsp 1407613/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 14/10/2014, DJe 28/11/2014 •Mudança de posição da TNU: PEDILEF 50009573320124047214 •Tema 131 – •é irrelevante a natureza rural ou urbana da atividade exercida pelo segurado no período imediatamente anterior •Não há vedação para que o tempo rural anterior à Lei 8.213/91 seja considerado. 90 Humberto Macedo - 17439594860 APOSENTADORIA HÍBRIDA • TNU – Tema 168 - Saber se é possível o cômputo de período rural, remoto e descontínuo, laborado em regime de economia familiar, para fins de concessão de benefício de aposentadoria por idade híbrida. • Tese firmada: "Para a concessão do benefício de aposentadoria por idade híbrida, não é possível somar ao período de carência, urbano ou rural, o tempo de serviço prestado remotamente na qualidade de trabalhador rural sem contribuição. Para fins dessa tese, entende-se por tempo remoto aquele que não se enquadra na descontinuidade admitida pela legislação, para fins de aposentadoria rural por idade, a ser avaliada no caso concreto.“ 91 Humberto Macedo - 17439594860 APOSENTADORIA HÍBRIDA • Memorando-Circular Conjunto nº 1/2018 /DIRBEN/PFE/INSS • Decisão judicial com deferimento de execução provisória na Ação Civil Pública - ACP nº 5038261-15.2015.4.04.7100/RS para fins de assegurar o direito à aposentadoria por idade na modalidade híbrida, independentemente de qual tenha sido a última atividade profissional desenvolvida – rural ou urbana. • ACP está no STJ: 2018/0080381-9 - REsp nº 1734204 92 Humberto Macedo - 17439594860 APOSENTADORIA HÍBRIDA TEMA 1007 STJ 93 Questão submetida a julgamento 1007 Possibilidade de concessão de aposentadoria híbrida, prevista no art. 48, § 3º, da Lei 8.213/1991, mediante o cômputo de período de trabalho rural remoto, exercido antes de 1991, sem necessidade de recolhimentos, ainda que não haja comprovação de atividade rural no período imediatamente anterior ao requerimento administrativo. Tese Firmada O tempo de serviço rural, ainda que remoto e descontínuo, anterior ao advento da Lei 8.213/1991, pode ser computado para fins da carência necessária à obtenção da aposentadoria híbrida por idade, ainda que não tenha sido efetivado o recolhimento das contribuições, nos termos do art. 48, § 3o. da Lei 8.213/1991, seja qual for a predominância do labor misto exercido no período de carência ou o tipo de trabalho exercido no momento do implemento do requisito etário ou do requerimento administrativo. Humberto Macedo - 17439594860 APOSENTADORIA HÍBRIDA STF • Decisão pela inexistência de repercussão geral por se tratar de matéria infraconstitucionalDecisão: O Tribunal, por maioria, reconheceu a inexistência de repercussão geral da questão, por não se tratar de matéria constitucional, vencido o Ministro Ricardo Lewandowski. Não se manifestou o Ministro Celso de Mello. 94 Humberto Macedo - 17439594860 APOSENTADORIA HÍBRIDA NA PEC 6/19 • RELATÓRIO DEP. SAMUEL MOREIRA • Na redação original da PEC, vedava-se, por exemplo, a contagem desse tempo para concessão do que a doutrina chama aposentadoria híbrida, que combina tempo de atividade rural com atividade urbana, o que representaria enorme prejuízo para os que trabalharam muito tempo no campo e acabaram migrando para a cidade. Note-se que, na aposentadoria híbrida, o trabalhador não se aposenta com a idade prevista para o trabalhador rural, mas na idade do trabalhador urbano. Contudo, precisa ter assegurado o direito à contagem do seu tempo de atividade rural. Humberto Macedo - 17439594860 VALOR DO BENEFÍCIO • Geralmente salário-mínimo • Exceções: • Segurado especial que contribui facultativamente • Contribuinte individual que recolheu contribuições • Empregado rural • Aposentadoria híbrida 96 Humberto Macedo - 17439594860 PRÁTICA DO PROCESSO ADMINISTRATIVO • INSS DIGITAL – oportunidade • Preencher corretamente a autodeclaração • Fazer um bom requerimento – usar IN • Descrever a história de vida do segurado • Informar se já houve benefício concedido ou indeferido anteriormente • Relacionar as provas juntadas • Solicitar sejam anexadas provas já existentes em outros processos 97 Humberto Macedo - 17439594860 PRÁTICA DO RECURSO ADMINISTRATIVO • VANTAGENS: • Real possibilidade de reconhecimento do direito • Possibilidade de produção de provas • Possibilidade dedeterminação de realização de JA ou pesquisa • Sustentação oral (ver regimento) • DESVANTAGENS: • Eventual demora • Dificuldade de acompanhamento pelo segurado • Pagamento/destaque de honorários 98 Humberto Macedo - 17439594860 PETIÇÃO INICIAL • Quais foram os problemas do processo administrativo? Porque o benefício foi negado? • Qual a tese de direito? Por que, de acordo com a Lei, o INSS está errado? • Vinculação com as provas dos autos • Fundamentação: usar a IN • Pesquisa específica (problema do processo) de Jurisprudência • Produção de provas: testemunhal, JA, inspeção, documentos • Pedido de averbação, se for o caso. • Pedido de reafirmação da DER • Pedido alternativo de reabilitação profissional em benefícios por incapacidade • Cuidado com o problema do efeito surpresa nos benefícios rurais 99 Humberto Macedo - 17439594860 SEGUNDA INSTÂNCIA • Lembre-se: TR/TRF/TJ constituem a última instância em matéria de fato • Todavia, a tese de direito é fundamental • Juntada de novas provas em segundo grau: fato superveniente. Não se deve incluir novos períodos/fatos não discutidos • Deve-se “responder” o efeito surpresa e o pronunciamento de ofício • Importância da sustentação oral e da apresentação de memoriais • Cuidado com o acórdão – verificar se não é necessário embargar 100Humberto Macedo - 17439594860 UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA • No Juizado • Turma Regional de Uniformização • Turma Nacional de Uniformização • Superior Tribunal de Justiça • No rito ordinário: • Superior Tribunal de Justiça • Há muitos casos em que o incidente não é conhecimento por ausência de similitude fático-jurídica • IRDR 101 Humberto Macedo - 17439594860 SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL • Ofensa à Constituição por via direta ou reflexa? • Dignidade da pessoa humana (?) • Ex1: Benefício de salário mínimo • Ex2: Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais 102 Humberto Macedo - 17439594860 ALGUMAS OBRAS 103Humberto Macedo - 17439594860 CONTATOS • Instagram: @profjaneberwanger • Site:profjaneberwanger.com.br • Email: jane@janeberwanger.adv.br • Site: www.janeberwanger.adv.br • Facebook: Jane Lucia Berwanger • Facebook: https://www.facebook.com/janeberwanger.adv.br/ • https://www.facebook.com/janelucia.berwanger • Instagram: @janeberwangeradvogados Humberto Macedo - 17439594860
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