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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS – CCT GEOGRAFIA – LICENCIATURA DISCIPLINA: GEOMORFOLOGIA LITORÂNEA DISCENTE: GRAZIELA FERREIRA DE SOUZA RESENHA: GEOMORFOLOGIA COSTEIRA – FUNÇÕES AMBIENTAIS E SOCIAIS (CAPÍTULO 2: PRAIAS) MEIRELES, Antônio Jeovah Andrade. Praias. In: Geomorfologia costeira: funções ambientais e sociais. Edições UFC. Imprensa Universitária. Fortaleza, 2014. No capítulo 2 (Praias) da obra de Antônio Jeovah Andrade Meireles (Geomorfologia costeira: funções ambientais e sociais), é salientado sobre alguns tópicos referentes a morfologia e a dinâmica do sistema praial, tais como: os aspectos morfológicos de praias submetidas a processos erosivos contínuos, fluxos de matéria e energia, e por fim, a faixa de praia e as relações com a dinâmica morfológica regional. O sistema praial tem início quando a onda “encosta” no fundo marinho e vai até onde a máxima ressaca do mar alcançar. A praia tem um setor submerso e outro emerso, e pode ser dividida em três “segmentos”, a face praial, a antepraia e a pós-praia. No que concerne aos aspectos morfológicos relacionados aos processos erosivos, destaca-se o recuo da linha de costa, em virtude de causas naturais e por meio das ações antrópicas. O sistema praial nos sugere que toda a dinâmica das praias ocorrem de forma integrada, ou seja, ao interferir nesse sistema, seja diretamente ou indiretamente, há influências em todo o conjunto, tais influências podem ocorrer em diferentes escalas temporais. Para exemplificar tais impactos, o autor cita a comunidade da Caponga, localizada no município de Cascavel, no litoral leste do Ceará. A partir de 1985, iniciou-se o processo de instalação de residências, a princípio na faixa de praia, depois a expansão urbana se estendeu para os setores do promontórios, e os sistemas ambientais responsáveis pela dinâmica de aporte de sedimentos para a faixa de praia, começaram a ser artificializados. (MEIRELES, 2014). Ocasionou-se um déficit de areia ao longo da faixa de praia, onde tal dinâmica é essencial para todo o dinamismo costeiro. Além da ocupação inadequada da faixa de praia e dos setores de promontório, também houve a ocupação do canal fluviomarinho (em Caponga), resultando em alguns impactos ambientais que têm afetado os fluxos de matéria e energia na planície costeira. Ao longo de uma faixa de praia com promontório, foram identificados quatro tipos de fluxos de energia e transporte de sedimentos, são eles: fluxo das ondas e marés, que está associado ao transporte de sedimentos na faixa de praia; hidrodinâmica do canal fluviomarinho, que se refere ao aporte de água doce proveniente do sistema fluviomarinho e lagunar; fluxo eólico, concerne ao transporte de areia por meio da ação dos ventos; e por fim, o fluxo de água subterrânea, referindo-se a contribuição do aquífero no surgimento das lagoas interdunares e do sistema fluviomarinho. (MEIRELES, 2014). O autor ressalta que a margem direita do canal estuarino (Caponga) foi ocupada por residências, e a margem esquerda pelo Caponga Beach Hotel. A área ocupada pelas residências era utilizada como planície de inundação, e o Caponga Beach Hotel também ocupou parte do canal do riacho Caponga. Tais edificações provocaram o barramento do fluxo estuarino. Em resumo, ao analisar uma determinada praia, de um determinado município, percebe-se a presença de um conjunto de “elementos” que formam um sistema integrado. Acredito que tal sistema, compõe um sistema “maior”, que representa o todo, o sistema praial. Dessa forma, ao interferir na morfologia e nos fluxos de matéria e energia de uma determinada praia, há influências em outras praias por meio da deriva litorânea. A exemplo de tal apontamento, o autor salienta que as intervenções na praia da Caponga tem fomentado um déficit de areia em direção as praias de Fortaleza. Além dos impactos relacionados a alteração da hidrodinâmica da faixa de praia, também há indícios de contaminação das lagoas e do lençol freático, em virtude do lançamento de efluentes domiciliares (Caponga). Destaca-se os impactos relacionados ao sistema estuarino, ao fluviomarinho, as lagoas costeiras, a hidrodinâmica da faixa de praia, relacionando-se ao déficit de areia e a erosão progressiva. Referência bibliográfica MEIRELES, Antônio Jeovah Andrade. Praias. In: Geomorfologia costeira: funções ambientais e sociais. Edições UFC. Imprensa Universitária. Fortaleza, 2014. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS – CCT GEOGRAFIA – LICENCIATURA RESENHA: Referência bibliográfica
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