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AULA 01 - ECA

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Queridas estrelas! Estudar para o Exame de Ordem
exige muita preparação! Contudo, essa preparação
precisa ser adequada, isto é, bem orientada para que
você tenha o melhor aproveitamento possível de cada
tempo dedicado ao estudo. Você também precisa
acreditar que é capaz. 
Acredite na estrela que brilha dentro de você.
Quando falamos em prova da ordem, a primeira coisa que o(a)
candidato(a) precisa fazer é se programar, a organização do estudo é
fundamental para que você tenha sucesso. Feito isso, você deve conhecer
a banca. Conhecer o inimigo é saber quais armas ele utiliza e, assim, criar
uma preparação estratégica para dominá-lo!
Por isso que estamos aqui, para lhe auxiliar nessa preparação estratégica.
Comece lendo o edital, conhecer as regras do jogo é fundamental! Então
não deixe de fazer isso. 
Prepare-se com um cronograma de estudos, separe o tempo que você
terá para dedicar-se a esse objetivo e deixe a gente acompanhar você
nessa jornada de estudo!
 
 
1 
 
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
01. Direitos Fundamentais 
01. Direitos fundamentais: Disposições preliminares; Direito à Vida e à Saúde; 
Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade .......................................................... 1 
02. Direitos fundamentais: Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao 
Lazer; Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho .............................. 19 
 
01. Direitos fundamentais: Disposições preliminares; Direito à 
Vida e à Saúde; Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade 
 
1.1. HISTÓRICO 
Juridicamente falando a história do direito da criança e adolescente é 
antiga, vamos passar por uma linha do tempo agora de forma bem breve e 
objetiva contendo os principais acontecimentos jurídicos1: 
• Inicia pela “Roda dos Rejeitados” ou “Roda dos Expostos”, em 1726, 
um compartimento cilíndrico instalado na parede para que a criança 
abandonada fosse colocada ali, preservando a identidade de quem 
abandonava. Essa prática era regulamentada por lei e foi a principal 
forma de assistência infantil na época. 
• Penalização de crianças e adolescente entre 9 e 14 anos: O Código 
Criminal da República de 1890 considerava a teoria do 
discernimento, assim, crianças e adolescentes entre 9 e 14 anos eram 
psicologicamente avaliadas e penalizadas de acordo com o 
discernimento. 
• Em 1921: a lei n. 4.242, tratou da assistência e proteção dos “menores 
abandonados ou delinquentes”. 
 
1 A linha do tempo completa pode ser encontrada no site da EBC (PEDROSA, 2015). 
 
 
2 
 
• Em 1927 o primeiro Código de Menores: extinguiu a roda dos 
expostos. Crianças e adolescentes até 14 anos “delinquentes” eram 
encaminhados para a escola da preservação (uma versão abrandada 
do reformatório), já os adolescentes entre 14 e 17 anos eram 
encaminhados ao reformatório. 
• Reforma penal de 1932: A maioridade penal passa de 9 para 14 anos 
de idade no Código Penal Brasileiro. 
• Criação da FUNABEM e FEBEMS em 1964: após o golpe militar, o 
SAM foi extinto e criado a Fundação Nacional do Bem-estar do Menor 
(FUNABEM) e a Política Nacional do Bem-Estar do Menor (PNBEM), 
o que deu origem às FEBEMS em nível estadual. A questão dos 
“menores” é tratada como questão de segurança nacional. 
• Em 1979 é criado o segundo Código de Menores: ele traz a doutrina 
da proteção integral, porém baseia-se nas mesmas concepções da 
doutrina da situação irregular. 
• Em 1984 a maioridade no Código Penal passa a ser de 18 anos. 
• Em 1988 a nova Constituição Federal: traz o mais importante artigo 
constitucional sobre direitos da criança e do adolescente, o artigo 
227, um avanço nos direitos e na doutrina da proteção integral. 
• Em 13 de julho de 1990 nasce o Estatuto da Criança e do 
Adolescente: o marco legal da proteção integral. 
• Em 1990 o Brasil assina a Convenção Internacional sobre Direitos 
da Criança: trata-se de um tratado aprovado pela ONU para 
assegurar os direitos da criança mundialmente. 
 
A Constituição Federal de 1988 foi o marco interruptivo entre a teoria da 
Situação Irregular – tratada pelo Código de Menores, de 1927 e no Código de 1979 
– e a teoria da Proteção Integral, que veio a ser posteriormente regulada pela Lei 
n. 8.069, de 13 de Julho de 1990, denominado Estatuto da Criança e do 
Adolescente (ECA). 
 
 
3 
 
A teoria da Proteção Integral encontra amparo jurídico na Constituição 
Federal, no Estatuto da Criança e do Adolescente e nas Convenções 
Internacionais sobre os Direitos da Criança e dos Direito Humanos. Assentando-
se basicamente em três princípios pilares: o princípio da prioridade absoluta, 
princípio do melhor interesse e princípio da proteção integral. 
* Para todos verem: esquema demonstrando que os responsáveis pela 
proteção integral são: estado, sociedade e família. 
 
 
 
 
 
 
 
Desta forma, todos os atos relacionados ao atendimento das necessidades 
da criança e do adolescente devem atender o seu melhor interesse e essa 
perspectiva deve ser seguida pelas famílias, pela sociedade e pelo Estado, que 
nas suas decisões e nos seus procedimentos cotidianos devem tomar uma série 
precauções e cuidados com a finalidade de proteger a criança e ao adolescente, 
levando em conta, principalmente, a sua condição de pessoa em 
desenvolvimento. 
 
1.2. INSERÇÃO CONSTITUCIONAL 
 
A Proteção Integral está amparada na Constituição Federal, o próprio 
artigo 227 assevera que à toda criança e adolescente deve ser assegurado com 
absoluta prioridade: 
 
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à 
criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o 
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e 
à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de 
RESPONSÁVEIS 
PELA PROTEÇÃO 
INTEGRAL:
ESTADO SOCIEDADE FAMÍLIA
 
 
4 
 
toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, 
crueldade e opressão. 
 
Esses direitos são trabalhados dentro do Estatuto da Criança e do 
Adolescente que estabelece de forma especificada o sistema de garantia de 
direitos. Lembrando que todos os direitos de crianças e adolescentes devem ser 
garantidos tanto para filhos havidos ou não da relação do casamento e os 
adotados, todos os filhos possuem os mesmos direitos e qualificações, sendo 
proibida designações discriminatórias relativas à filiação (art. 227, §6º, da CF). 
Três artigos constitucionais são essenciais para o estudo do direito da 
criança e do adolescente: 
 Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à 
criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o 
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e 
à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de 
toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, 
crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional 
nº 65, de 2010) 
§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde 
da criança, do adolescente e do jovem, admitida a participação de 
entidades não governamentais, mediante políticas específicas e 
obedecendo aos seguintes preceitos: (Redação dada Pela Emenda 
Constitucional nº 65, de 2010) 
I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à 
saúde na assistência materno-infantil; 
II - criação de programas de prevenção e atendimento 
especializado para as pessoas portadoras de deficiência física, 
sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente 
e do jovem portador de deficiência, mediante o treinamento para o 
trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e 
serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e 
de todas as formas de discriminação. (Redação dada Pela Emenda 
Constitucional nº 65, de 2010) 
§ 2º A lei disporá sobre normasde construção dos logradouros e dos 
edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte 
coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras 
de deficiência. 
§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos: 
I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, 
observado o disposto no art. 7º, XXXIII; 
II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas; 
III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à 
escola; (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc65.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc65.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc65.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc65.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc65.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc65.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc65.htm#art2
 
 
5 
 
IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato 
infracional, igualdade na relação processual e defesa técnica por 
profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar 
específica; 
V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e 
respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, 
quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade; 
VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, 
incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob 
a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou 
abandonado; 
VII - programas de prevenção e atendimento especializado à 
criança, ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes 
e drogas afins. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 
2010) 
§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração 
sexual da criança e do adolescente. 
§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que 
estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte de 
estrangeiros. 
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por 
adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas 
quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. 
§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar-
se- á em consideração o disposto no art. 204. 
§ 8º A lei estabelecerá: (Incluído Pela Emenda Constitucional nº 65, 
de 2010) 
I - o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos 
jovens; (Incluído Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) 
II - o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à 
articulação das várias esferas do poder público para a execução de 
políticas públicas. (Incluído Pela Emenda Constitucional nº 65, de 
2010) 
 
Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, 
sujeitos às normas da legislação especial. 
 
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos 
menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os 
pais na velhice, carência ou enfermidade. 
 
Os artigos 227, 228 e 229 são cláusulas pétreas? 
 Devido a sua localização, por estarem fora do rol de direitos 
individuais fundamentais do Título II da Constituição Federal, há quem 
questionem se seriam eles abrangidos pelas cláusulas pétreas, a resposta é SIM! 
A resposta justifica-se pela primazia dos Direitos Humanos, pois não há limitação 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc65.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc65.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc65.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc65.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc65.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc65.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc65.htm#art2
 
 
6 
 
à previsão de outros direitos fundamentais de forma esparsa no texto 
constitucional, assim, é possível aplicar o disposto no artigo 60, §4º, IV, da CF, que 
veda a emenda constitucional tendente a ABOLIR direitos e garantias 
individuais. Garantia de impossibilidade de retrocesso em matéria de direitos 
humanos também previstas no artigo 5º do Pacto dos Direitos Civis e Políticos 
(1966) e no artigo 5º, §2º, do Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais 
e Culturais (1966), ambos ratificados pelo país (ZAPATER, 2017). 
Nada impede alterações no texto ou a criação de leis que sejam para 
ampliar esses direitos, como é o caso das seguintes Leis: 
a) Lei n. 133.812/2019: Que institui a Política Nacional de Busca de Pessoas 
Desaparecidas e alterou as regras de viagem do estatuto. 
b) Lei n. 13.845/2019: Deu nova redação ao artigo 53, inciso V, para garantir 
vagas no mesmo estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma 
etapa o ciclo de ensino na educação básica. 
c) Lei n. 13.715/2018: Dispõe sobre hipóteses de perda do poder familiar pelo 
autor de determinados crimes contra outrem igualmente titular do 
mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou outro descendente, 
alterando o artigo 23, §2º, do ECA. 
d) Lei n. 13.715/2018: Dispõe sobre a racionalização de atos e procedimentos 
administrativos dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios e institui o Selo de desburocratização e Simplificação, 
trazendo importante alteração quanto as regras de viagem de crianças e 
adolescentes. 
e) Lei n. 13.509/2017: Dispõe sobre adoção e altera a Lei no 8.069, de 13 de julho 
de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), a Consolidação das Leis do 
Trabalho (CLT). 
f) Lei n. 13.257/2016: Dispõe sobre as políticas públicas para a primeira 
infância, que dispõe sobre as políticas públicas para crianças até 6 anos de 
idade. 
 
 
7 
 
g) Lei n. 13.306/2016: Altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da 
Criança e do Adolescente, a fim de fixar em cinco anos a idade máxima para 
o atendimento na educação infantil. 
h) Lei n. 13.185/2015: Institui o Programa de Combate à Intimidação 
Sistemática (Bullying). 
i) Lei n. 13.010/2014: Altera a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da 
Criança e do Adolescente), para estabelecer o direito da criança e do 
adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigos físicos 
ou de tratamento cruel ou degradante, e altera a Lei no 9.394, de 20 de 
dezembro de 1996. 
j) Lei n. 12.962/2014: Altera a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da 
Criança e do Adolescente, para assegurar a convivência da criança e do 
adolescente com os pais privados de liberdade. 
k) Lei n. 12.594/2012: Institui o Sistema Nacional de Atendimento 
Socioeducativo (SINASE), regulamenta a execução das medidas 
socioeducativas destinadas a adolescente que pratique ato infracional; 
 
1.3. SISTEMA GARANTIA DE DIREITOS 
Antes de falarmos sobre questões mais específicas de direitos infanto-
juvenil, é necessário estabelecermos a classificação de crianças e adolescentes, 
que será de acordo com a sua idade, conforme o artigo 2º do ECA. 
O critério estabelecido pelo legislador é objetivo, CRIANÇAS são aquelas 
de até 12 anos INCOMPLETOS, já os ADOLESCENTES, são aqueles de 12 anos 
até 18 anos, em outras palavras, criança é o ser humano até 11 anos completos e 
o adolescente é o ser humano de 12 anos completos até 18 anos. Já o jovem, 
segundo o Estatuto da Juventude, é a pessoa com idade entre 15 e 29 anos de 
idade. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente será aplicado, via de regra, para 
crianças e adolescentes mesmo que ocorra a emancipação de adolescente, nos 
 
 
8 
 
termos do Código Civil. A maioridade civil e penal ocorre aos 18 anos de idade, 
ocasião em que não seria mais aplicado o Estatuto. 
Todavia, há exceções que levam a aplicação do ECAem idades superiores, 
por exemplo: são penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, os quais 
estão sujeitos às normas da legislação especial (o Estatuto da Criança e do 
Adolescente), assim enquanto não completarem 18 anos, maioridade penal, aos 
atos infracionais cometidos por crianças e adolescentes podem ser aplicadas as 
medidas previstas no ECA e não as sanções do Código Penal. Essa possibilidade 
de aplicação do ECA pode ultrapassar a idade de adolescente, ou seja, em 
determinados casos será possível a aplicação do estatuto mesmo que já tenha 
completado a maioridade idade: 
 
ATENÇÃO! 
O ECA pode ter aplicação EXCEPCIONAL para pessoas até 21 anos de idade 
nos casos de ato infracional com medida socioeducativa de internação, se o 
adolescente atingir maioridade durante o seu cumprimento. Ocorrerá a 
liberação compulsória quando completar 21 anos (Art. 2º, parágrafo único, art. 120, 
§2º e artigo 121, §5º, do ECA. 
 
De acordo com o artigo 3º, a criança e o adolescente gozam de todos os 
direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção 
integral de que trata o estatuto, assegurando-lhes por lei ou por outros meios 
todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento 
físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de 
dignidade. 
A Lei 13.257/2016 (Marco legal da 1ª Infância), inseriu o parágrafo único, no 
artigo 3º, reforçando que os direitos enunciados no Estatuto da Criança e do 
Adolescente aplicam-se à todas crianças e adolescentes, sem discriminação de 
nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, 
deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição 
 
 
9 
 
econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que 
diferencie às pessoas, às famílias ou à comunidade em que vivem. 
No mesmo sentido, o artigo 5º reforça que é dever de todos prevenir que 
qualquer criança ou adolescente seja vítima de alguma forma de negligência, 
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, devendo ser punido 
na forma da lei qualquer atentado aos direitos fundamentais, seja por ação ou 
omissão. 
O princípio da prioridade absoluta, visto já na Constituição Federal, está 
legalmente previsto no artigo 4º do estatuto. Crianças e adolescentes precisam 
ser o foco principal, tanto do Poder Executivo, na destinação de verbas para 
amparo à família e à criança ou adolescente em situação de risco, assim como, o 
Poder Legislativo precisa priorizar a elaboração e votação de leis com prioridade 
total, já o Poder Judiciário deve garantir que os processos que envolvam crianças 
e adolescentes sejam céleres e que tenham juízes comprometidos (NUCCI, 2017, 
p.8). 
De acordo com o parágrafo único, do artigo 4º, a garantia de prioridade 
compreende: 
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer 
circunstâncias; 
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de 
relevância pública; 
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais 
públicas; 
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas 
relacionadas com a proteção à infância e à juventude. 
 
E quando houver necessidade de interpretação da Lei deverá ser levado 
em conta os fins sociais que ela tem, a exigência do bem comum, os direitos e 
deveres individuais e coletivos, como a condição peculiar de pessoa em 
desenvolvimento, segundo o artigo 6º, do ECA. 
 
 
 
 
 
10 
 
1.4. DIREITO À VIDA E À SAÚDE 
Em consonância com os princípios gerais de Direitos Humanos, adotados 
pelos pactos internacionais, os direitos fundamentais e sociais à vida e à saúde, 
estão contemplados expressamente a partir do artigo 7º: 
 
Art. 7º: A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à 
saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que 
permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, 
em condições dignas de existência. 
 
Direito à vida é um direito fundamental previsto no artigo 5º da 
Constituição Federal, já o direito à saúde trata-se de um direito social, segundo o 
artigo 6º, da Constituição Federal. A saúde é direito de todos e dever do Estado, 
essa competência é solidária entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios 
(art. 196, CF). Também está previsto no artigo 227, caput, reforçado o dever do 
Estado de assegurá-lo no §1º, do mesmo artigo: 
 
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à 
criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o 
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e 
à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de 
toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, 
crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional 
nº 65, de 2010) 
§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde 
da criança, do adolescente e do jovem, admitida a participação de 
entidades não governamentais, mediante políticas específicas e 
obedecendo aos seguintes preceitos: (Redação dada Pela Emenda 
Constitucional nº 65, de 2010) 
I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à 
saúde na assistência materno-infantil; 
II - criação de programas de prevenção e atendimento 
especializado para as pessoas portadoras de deficiência física, 
sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente 
e do jovem portador de deficiência, mediante o treinamento para o 
trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e 
serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e 
de todas as formas de discriminação. (Redação dada Pela Emenda 
Constitucional nº 65, de 2010) 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc65.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc65.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc65.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc65.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc65.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc65.htm#art2
 
 
11 
 
O legislador preocupou-se com o direito desde a sua concepção, assim, 
está assegurado as mulheres o acesso a programas e às políticas de saúde e de 
planejamento reprodutivo. À gestante o estatuto possui preocupação específica 
com a nutrição, a qual deve ser adequada, atenção humanizada à gravidez, ao 
parto e ao puerpério, atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no 
âmbito do SUS. Inclusive, a partir da lei da 1ª infância, a gestante tem direito a ter 
garantida sua vinculação, no último trimestre da gestão, ao estabelecimento em 
que será realizado o parto, garantido o direito de opção da mulher (art. 8, §2º). Os 
hospitais e demais estabelecimentos de saúde, devem manter o registro das 
atividades desenvolvidas, através de prontuários individualizados pelo prazo de 
18 anos (art. 10, inciso I). 
Em que pese o Estatuto da Criança e do Adolescente traga somente a 
partir de 2016 que a gestante e a parturiente (art. 8º, §6º) tem direito a um 
acompanhante de sua preferência (que não precisa ser o pai da criança, poderá 
ser qualquer pessoa escolhida pela mulher) esse direito de ter um 
acompanhante no parto existe desde 2005, com a Lei n. 11.108/2005. 
Também é um direito das mães ter assegurado pelo poder público 
assistência psicológica, para prevenir o estado puerperal, assistência para 
aquelas que tem interesse em entregar seus filhos para adoção e para auxiliar 
mães que estejam em situação de privação de liberdade. 
ATENÇÃO! 
Em relação às mulheres que desejam entregar seus filhos para adoção, 
estas serão obrigatoriamente encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da 
Infância e da Juventude, de acordo com o artigo 13, §1º, e art.19-A do ECA. Incorre 
em sanção administrativa, o médico, enfermeiro, dirigente de estabelecimento 
de saúde ou funcionário de programa oficial ou comunitário, destinado à 
garantia do direito à convivência familiar, que deixar de encaminhar (art. 258-B, 
ECA). 
 
 
 
 
12 
 
O poder público, a partir da Lei n. 13.257/2016, deverá garantir à mulher com 
filho na primeira infância que se encontrem sob custódia em unidade de 
privação de liberdade ambiência que atenda às normas sanitárias e assistenciais 
do Sistema Único de Saúde para o acolhimento do filho, em articulação com o 
sistema de ensino competente, visando ao desenvolvimento integral da criança 
(Art. 8º, §§ 2, 4, 5 e 10, ECA). 
Quanto as garantias de aleitamento materno, o artigo 9º, do ECA, traz que 
o poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições 
adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a 
medida privativa de liberdade. Ainda, os serviços e unidades de terapia intensiva 
neonatal deverão dispor de banco de leite humano ou unidade de coleta de leite 
humano (Art. 9º, §2º, ECA). 
Neste ponto interessante destacar que adolescente gestante ou com o 
filho em amamentação deve ter assegurada atenção integral à sua saúde, bem 
como condições necessárias para que permaneça junto à criança durante o 
período de amamentação. No julgamento do HC 543.279-SP o Superior Tribunal 
de Justiça afirmou que não há impeditivo para a aplicação de internação (medida 
socioeducativa) à adolescente lactante ou gestante, desde que seja garantida 
atenção integração e condições necessária para que a adolescente permaneça 
com o seu filho durante o período de amamentação (arts. 60 e 63 da Lei n. 
12.594/2012 - SINASE). 
Dentre outras ampliações às garantias de direitos fundamentais, como o 
direito à saúde, trazidas pela Lei da 1ª Infância, cabe destacar os §§1º e 2º, do artigo 
11, os quais reforçam a garantia de atendimento sem discriminação ou 
segregação de crianças e adolescentes com deficiência e o dever de oferecer 
gratuitamente: medicamentos, órteses, próteses e outras tecnologias assistivas 
relativas ao tratamento, habilitação ou reabilitação para crianças e adolescentes. 
A vacinação de crianças, nos casos recomendados pelas autoridades 
sanitárias é obrigatória (art. 14, §1º). Nesse sentido também, a obrigação de 
 
 
13 
 
promover assistência médica, odontológica e vacinação, de acordo com o artigo 
14, §§2º e 3º, ECA. 
 
Dos crimes previstos: 
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de 
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de manter registro 
das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 desta 
Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por 
ocasião da alta médica, declaração de nascimento, onde constem as 
intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
Parágrafo único. Se o crime é culposo: 
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. 
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento 
de atenção à saúde de gestante de identificar corretamente o neonato 
e a parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos 
exames referidos no art. 10 desta Lei: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
Parágrafo único. Se o crime é culposo: 
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. 
 
1.5. DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE 
O capítulo II do Estatuto da Criança e do Adolescente traz em sua redação 
que as crianças e os adolescentes têm direito à liberdade, ao respeito e à 
dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como 
sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição Federal e 
nas leis esparsas, assim como nos tratados internacionais. 
Possuem, portanto, direito de ir, vir, ter opinião, crença, brincar, praticar 
esportes, divertir-se, participar da vida familiar e comunitária sem discriminação, 
participar da vida política, buscar refúgio, auxílio e orientação. Sendo dever de 
todos (não só da família), de zelar pela dignidade da criança ou do adolescente, 
 
 
14 
 
sem colocá-lo em situação de tratamento desumano, violento, aterrorizante, 
vexatório ou constrangedor (art. 18). 
De suma importância, os artigos 18-A e 18-B, do ECA, que foram 
introduzidos pela Lei n. 13.010/2014, inovação legislativa para estabelecer o direito 
da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de 
castigos físicos ou de tratamento cruel ou degradante. 
* Para todos verem: esquema demonstrando a diferença entre castigo físico 
(que se caracteriza por sofrimento físico ou lesão) e tratamento cruel ou 
degradante (que se caracteriza por situações de humilhação, ameaça ou 
ridicularização). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 É dever dos pais, integrantes da família ampliada, responsáveis, agentes 
públicos ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e adolescentes, 
de tratá-los, educá-los ou protegê-los de castigo físico ou tratamento cruel ou 
degradante, como forma de correção, disciplina, estando sujeitos às seguintes 
medidas (art. 18-B): 
a) encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à 
família. 
b) encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico. 
c) encaminhamento a cursos ou programas de orientação. 
d) obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado. 
e) advertência. 
 
 
 
 
• Sofrimento físico
• LesãoCastigo Físico
• Humilhe
• Ameaçe
• Ridicularize
Tratamento cruel 
ou degradante
 
 
15 
 
 
ATENÇÃO! 
Compete ao Conselho Tutelar a aplicação das sanções previstas acima 
(art. 18-B). Nos casos que houver suspeita ou confirmação de castigo físico, 
tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos o Conselho Tutelar deve ser 
comunicado obrigatoriamente, sem prejuízo das outras providências legais (art. 
13). 
 
Se um médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção 
à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, deixar de comunicar à 
autoridade competente quando tiver conhecimento ou suspeita de maus-tratos 
contra criança ou adolescente será responsabilizado com sanção administrativa 
de multa (art. 245). 
 
Dos crimes previstos: 
 
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, 
guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
 
 
 
Agora vamos ao estudo dos direitos à educação, cultura, ao esporte e ao 
lazer. Na sequência do Estatuto da Criança ao Adolescente temos o capítulo III, o 
qual vai tratar sobre o direito à convivência familiar e comunitária, contudo 
trataremos desse assunto mais adiante, em razão das complexidades. 
 
 
 
 
 
16 
 
Em resumo: 
* Para todos verem: mapa mental com os principais pontos abordados na 
aula. 
 
 
1 - (XVI Exame de Ordem) O Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece 
que pessoas com até doze anos de idade incompletos são consideradas crianças 
e aquelas entre doze e dezoito anos incompletos, adolescentes. Estabelece, 
ainda, o Art. 2º, parágrafo único, que “Nos casos expressos em lei, aplica-se 
excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de 
idade”. 
Partindo da análise do caráter etário descrito no enunciado, assinale a afirmativa 
correta. 
 
 
17 
 
a) O texto foi derrogado, não tendo qualquer aplicabilidade no aspecto penal, 
que considera a maioridade penal aos dezoito anos, não podendo, 
portanto, ser aplicada qualquer medida socioeducativa a pessoas entre 
dezoito e vinte e um anos incompletos, pois o critério utilizado para a 
incidência é a idade na data do julgamento e não a idade na data do fato. 
b) A proteção integral às crianças e adolescentes, primado do ECA, estendeu 
a proteção da norma especial aos que ainda não tenham completado a 
maioridade civil, nisso havendo a proteção especialmentedestinada aos 
menores de vinte e um anos, nos âmbitos do Direito Civil e do Direito Penal. 
c) O texto destacado no parágrafo único desarmoniza-se da regra do Código 
Civil de 2002 que estabelece que a maioridade civil dá-se aos dezoito anos; 
por esse motivo, a regra indicada no enunciado não tem mais 
aplicabilidade no âmbito civil. 
d) Ao menor emancipado não se aplicam os princípios e as normas previstas 
no ECA; por isso, o estabelecido no texto transcrito, desde a entrada em 
vigor da norma especial em 1990, não era aplicada aos menores 
emancipados, exceto para fins de Direito Penal. 
 
2 - (XXXI Exame de Ordem) Maria chega à maternidade já em trabalho de parto, 
sendo atendida emergencialmente. Felizmente, o parto ocorre sem problemas e 
Maria dá à luz, Fernanda. 
No mesmo dia do parto, a enfermeira Cláudia escuta a conversa entre Maria e 
uma amiga que a visitava, na qual Maria oferecia Fernanda a essa amiga em 
adoção, por não se sentir preparada para a maternidade. 
Preocupada com a conversa, Cláudia a relata ao médico obstetra de plantão, 
Paulo, o qual, por sua vez, noticia o ocorrido a Carlos, diretor-geral do hospital. 
Naquela noite, já recuperada, Maria e a mesma amiga vão embora da 
maternidade, sem que nada tenha ocorrido e nenhuma providência tenha sido 
tomada por qualquer dos personagens envolvidos – Cláudia, Paulo ou Carlos. 
Diante dos fatos acima, assinale a afirmativa correta. 
 
 
18 
 
a) Não foi cometida qualquer infração, porque a adoção irregular não se 
consumou no âmbito da maternidade. 
b) Carlos cometeu infração administrativa, consubstanciada no não 
encaminhamento do caso à autoridade judiciária, porque somente o 
diretor do hospital pode fazê-lo. 
c) Carlos e Paulo não cometeram infração administrativa ao não 
encaminharem o caso à autoridade judiciária, porque não cabe ao corpo 
médico tal atribuição. 
d) Carlos, Paulo e Cláudia cometeram infração administrativa por não 
encaminharem o caso de que tinham conhecimento para a autoridade 
judiciária. 
e) 
 
 
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GABARITO DAS QUESTÕES 
01 02 
C D 
 
 
 
 
https://youtu.be/Y504uftTRnM
 
 
19 
 
02. Direitos fundamentais: Direito à Educação, à Cultura, ao 
Esporte e ao Lazer; Direito à Profissionalização e à Proteção no 
Trabalho 
 
2.1. DIREITO À EDUCAÇÃO, CULTURA, AO ESPORTE E AO LAZER 
A criança e o adolescente têm direito à educação, visando o pleno 
desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e 
qualificação para o trabalho. Na Constituição Federal o direito à educação está 
previsto no artigo 227, caput, no artigo 6º, como direito social, e a partir do artigo 
205: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida 
e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho”. O artigo 208, da Constituição Federal merece uma 
atenção especial, pois ele trata do dever constitucional do Estado quanto à 
educação: 
 
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado 
mediante a garantia de: 
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 
(dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita 
para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) (Vide 
Emenda Constitucional nº 59, de 2009) 
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) 
III - atendimento educacional especializado aos portadores de 
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; 
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 
(cinco) anos de idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 53, de 2006) 
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da 
criação artística, segundo a capacidade de cada um; 
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do 
educando; 
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação 
básica, por meio de programas suplementares de material didático 
escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) 
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público 
subjetivo. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc59.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc59.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc59.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc14.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc14.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc53.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc53.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc59.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc59.htm#art1
 
 
20 
 
§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, 
ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade 
competente. 
§ 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino 
fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou 
responsáveis, pela frequência à escola. 
 
A educação não é competência exclusiva da iniciativa pública, pelo 
contrário, é livre o ensino pela iniciativa privada, desde que atendidas as 
condições estabelecidas nas leis. 
O artigo 211, da Constituição Federal traz as competências dos entes 
federativos, conforme o nível de ensino: 
*Para todos verem: fluxograma diferenciando a competência de cada ente, 
segundo o artigo 211, da Constituição Federal. 
 
 
O artigo 53, inciso V, do ECA assegura o acesso à escola pública e gratuita 
próxima de sua residência, garantindo-se vagas no mesmo estabelecimento a 
irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da educação básica 
(segundo alteração advinda em junto de 2019), e o artigo 54, do ECA, elenca rol 
de deveres do Estado, dentre os quais: 
 
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente: 
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que 
a ele não tiveram acesso na idade própria; 
C
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m
p
et
ên
ci
a
União
Organizará o sistema federal de ensino e o dos 
Territórios, financiará as instituições de ensino 
públicas federais e exercerá, em matéria 
educacional, função redistributiva e supletiva, de 
forma a garantir equalização de oportunidades 
educacionais e padrão mínimo de qualidade do 
ensino mediante assistência técnica e financeira aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios;
Estados e DF: Atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio.
Municpipios: Atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil.
 
 
21 
 
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino 
médio; 
III - atendimento educacional especializado aos portadores de 
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; 
IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco 
anos de idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, de 2016) 
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da 
criação artística, segundo a capacidade de cada 
um; 
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do 
adolescente trabalhador; 
VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas 
suplementares de material didático-escolar, transporte, 
alimentação e assistência à saúde. 
 
O acesso gratuito ao ensino público é direito subjetivo, o não oferecimento 
pelo poder público ou, ainda, o oferecimento irregular, importa da 
responsabilização da autoridade competente. 
No ensino fundamental o poder públicopossuí o dever de recensear os 
educandos, significa listar, enumerá-los, fazer a chamada e zelar, junto com os 
pais ou responsáveis, pela frequência deles. 
Os pais ou responsáveis são obrigados a matricular seus filhos ou pupilos 
na rede regular de ensino, não havendo autorização para o ensino regular em 
casa, por exemplo. No ano de 2019 o Supremo Tribunal Federal discutiu a 
possibilidade ou não do denominado homeschooling, em Recurso Extraordinário 
de n. 888815, com tese de repercussão geral, contudo seu posicionamento final 
foi de que não há norma que vede ou autorize essa modalidade de ensino, 
contudo, até que se tenha lei com regulamentação apropriada não será 
permitida esta forma de ensino. 
Aos educadores e dirigentes de estabelecimento de ensino, cabe o dever 
de comunicar maus-tratos, reiteração de faltas injustificadas, evasão escolar, 
elevados níveis de repetência, segundo o artigo 56, do ECA, essa comunicação 
deve ocorrer ao Conselho Tutelar. 
Além disso, conforme Art. 58, no processo educacional respeitar-se-ão os 
valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da criança e do 
adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de 
 
 
22 
 
cultura. E os municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão e 
facilitarão a destinação de recursos e espaços para programações culturais, 
esportivas e de lazer voltadas para a infância e a juventude, conforme artigo 59, 
do ECA. 
A lei 13.840/2019 acrescentou ao estatuto o artigo 53-A, o qual trata sobre o 
dever das instituições de ensino, clubes e agremiações recreativas e de 
estabelecimentos congêneres assegurar medidas de conscientização, prevenção 
e enfrentamento ao uso ou dependência de drogas ilícitas, como medida de 
enfrentamento a um problema de saúde pública. 
 
2.2. DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTEÇÃO AO TRABALHO 
O direito à profissionalização e ao trabalho protegido estão assegurados 
somente para os adolescentes. Isto porque, o trabalho infantil é proibido, mas 
o trabalho do adolescente é permitido, desde que atenda alguns critérios. 
O artigo 60, do ECA, possui uma redação INCOSTITUCIONAL, traz em sua 
redação que “é proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, 
salvo na condição de aprendiz”, essa redação nos faz pensar que é possível o 
trabalho antes dos quatorze anos, se for na condição de aprendiz, mas esse NÃO 
é o entendimento correto! A partir da leitura dos artigos 7º, inciso XXXIII e 227, 
§3º, inciso I, ambos da Constituição Federal, bem como do artigo 403, da 
Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT, podemos perceber que a idade mínima 
é de 16 anos, salvo trabalho na condição de aprendiz a partir dos 14 anos de idade, 
sendo que crianças e adolescentes até 14 anos incompletos NÃO PODEM 
TRABALHAR nem ter um contrato de aprendizagem. 
Isso ocorre porque o legislador perdeu a oportunidade de atualizar a 
redação do artigo 60 quando alterou o artigo 7º, inciso XXXIII, com a Emenda 
Constitucional n. 20/1998. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente traz em seu artigo 62 que a 
aprendizagem é a formação técnico-profissional do adolescente e segundo o 
 
 
23 
 
artigo 428, da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), contrato de 
aprendizagem é: 
 
Art. 428: Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho 
especial, ajustado por escrito e por prazo determinado, em que o 
empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 (quatorze) 
e menor de 24 (vinte e quatro) anos inscrito em programa de 
aprendizagem formação técnico-profissional metódica, compatível 
com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, 
a executar com zelo e diligência as tarefas necessárias a essa 
formação. (Redação dada pela Lei nº 11.180, de 2005) 
 
§ 1º A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação 
na Carteira de Trabalho e Previdência Social, matrícula e frequência 
do aprendiz na escola, caso não haja concluído o ensino médio, e 
inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob 
orientação de entidade qualificada em formação técnico-
profissional metódica. (Redação dada pela Lei nº 11.788, de 2008) 
 
§ 2º Ao aprendiz, salvo condição mais favorável, será garantido o 
salário mínimo hora. (Redação dada pela Lei nº 13.420, de 2017) 
 
§ 3º O contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por 
mais de 2 (dois) anos, exceto quando se tratar de aprendiz portador 
de deficiência. (Redação dada pela Lei nº 11.788, de 2008) 
 
§ 4º A formação técnico-profissional a que se refere o caput deste 
artigo caracteriza-se por atividades teóricas e práticas, 
metodicamente organizadas em tarefas de complexidade 
progressiva desenvolvidas no ambiente de trabalho. (Incluído pela 
Lei nº 10.097, de 2000) 
 
§ 5º A idade máxima prevista no caput deste artigo não se aplica a 
aprendizes portadores de deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.180, de 
2005) 
 
§ 6ºPara os fins do contrato de aprendizagem, a comprovação da 
escolaridade de aprendiz com deficiência deve considerar, 
sobretudo, as habilidades e competências relacionadas com a 
profissionalização. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
 
§ 7º Nas localidades onde não houver oferta de ensino médio para 
o cumprimento do disposto no § 1o deste artigo, a contratação do 
aprendiz poderá ocorrer sem a frequência à escola, desde que ele 
já tenha concluído o ensino fundamental. (Incluído pela Lei nº 
11.788, de 2008) 
 
 
 
24 
 
§ 8º Para o aprendiz com deficiência com 18 (dezoito) anos ou mais, 
a validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na 
CTPS e matrícula e frequência em programa de aprendizagem 
desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação 
técnico-profissional metódica. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) 
 
Essa formação técnico-profissional do adolescente deve seguir os 
seguintes princípios (art. 63): 
* Para todos verem: esquema tratando sobre os três princípios da 
aprendizagem. 
 
O artigo 64 assegura bolsa aprendizagem ao adolescente até quatorze 
anos de idade, mas como é inconstitucional o trabalho antes dos 16 anos de 
idade, salvo na condição de aprendiz a partir dos 14 anos, a referida norma acaba 
perdendo aplicação prática. Já o artigo 65 tem aplicação, pois ele assegura 
direitos trabalhistas e previdenciários ao aprendiz. 
Adolescente com deficiência: tem assegurado o trabalho protegido (Art. 
66), sendo que, o limite de idade e tempo de contrato para o contrato de 
aprendizagem não são aplicados para ele, isto é, se no artigo 428, caput e §3º, da 
CLT, diz que o contrato de aprendizado não pode ser realizado por prazo superior 
à 2 anos e a idade limite é de 24 anos, todavia esse prazo e essa idade não se 
aplica ao contrato de aprendizagem com a pessoa com deficiente. 
A proteção ao trabalho está regulada em lei própria, não só no Estatuto da 
Criança e do Adolescente. Atente-se ao fato de que, ainda que seja 
inconstitucional o trabalho antes dos 16 anos de idade (salvo na condição de 
P
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p
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ag
em
I - garantia de acesso e frequência 
obrigatória ao ensino regular;
II - atividade compatível com o 
desenvolvimento do adolescente;
III - horário especial para o exercício das 
atividades.
 
 
25 
 
aprendiz a partir dos 14 anos), não significa que uma criança ou adolescente que 
foi submetido ao trabalho irregularmente e ilegalmente não tenha direitos 
trabalhistas, a violação de um direito não impede acesso a outros direitos! 
A partir do estudo da Constituição Federal, do Estatuto da Criança e do 
Adolescente e da CLT, podemos concluir que: 
*Para todos verem: esquema para separar as regras de trabalho segundo as 
normas de cada idade. 
 
O conceito de trabalho que prejudica a moralidade do adolescente está na 
CLT, no artigo 405, §3º: 
 
§ 3º Considera-se prejudicial à moralidade do menor o trabalho: 
(Redação dada pelo Decreto-leinº 229, de 28.2.1967) 
a) prestado de qualquer modo, em teatros de revista, cinemas, 
boates, cassinos, cabarés, dancings e estabelecimentos análogos; 
(Incluída pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) 
b) em empresas circenses, em funções de acróbata, saltimbanco, 
ginasta e outras semelhantes; (Incluída pelo Decreto-lei nº 229, de 
28.2.1967) 
c) de produção, composição, entrega ou venda de escritos, 
impressos, cartazes, desenhos, gravuras, pinturas, emblemas, 
imagens e quaisquer outros objetos que possam, a juízo da 
• Proíbida qualquer forma de trabalho ou contrato de aprendizagem.
Criança ou adolescente até 14 anos de idade
• Permitida o contrato de aprendizagem 
• No caso de pessoa com deficiência: não se aplica o limite de idade.
Adolescente/jovem entre 14 até 24 anos de idade
• Proibição do trabalho:
• Noturno (Entre 22h e 5h)
• Perigoso
• Insalubre
• Penoso
• Realizado em locais que não permitam a frequência escolar.
• Realizados em locais que prejudiquem o seu desenvolvimento físico, psíquico, 
moral e social.
• Essas regras de proibição também se aplicam aos contratos de aprendizagem 
com adolescentes.
Adolescente entre 16 e 17 anos de idade
 
 
26 
 
autoridade competente, prejudicar sua formação moral; (Incluída 
pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) 
d) consistente na venda, a varejo, de bebidas alcoólicas. 
Neste momento você deve estar se perguntando, mas e o trabalho 
artístico mirim e infanto-juvenil? Bom, a própria CLT, no artigo 406, traz a 
possibilidade do Juiz da Infância e Juventude autorizar se a apresentação tenha 
fim educativo ou a peça em que participe não seja prejudicial à sua formação 
moral e que se a ocupação for indispensável para sua subsistência ou de sua 
família, bem como, a Convenção n. 138 da OIT, que foi recepcionada com status 
constitucional, também trata sobre a possibilidade desde que autorizado. Em 
2018, o STF firmou entendimento, na ADI 5326/2015, de que as autorizações para 
trabalho artístico são de competência da justiça estadual, ou seja, não cabe a 
justiça do trabalho. 
O trabalho que o adolescente for exercer nas ruas, praças e outros 
logradouros dependerá de prévia autorização da Justiça da Infância e Juventude, 
que irá verificar se a ocupação é indispensável à sua própria subsistência ou à de 
seus pais, avós ou irmãos e se dessa ocupação não poderá afetar sua formação 
moral (art. 405, §2º, da CLT). 
 
 
 
 
 
 
 
Escute quais são as principais 
dúvidas referente ao trabalho 
infantil. 
 
 
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Em resumo 
* Para todos verem: mapa mental com os principais pontos abordados na 
aula. 
 
 
1 - (XXIV Exame de Ordem) Maria, aluna do 9º ano do Ensino Fundamental de 
uma escola que não adota a obrigatoriedade do uso de uniforme, frequenta 
regularmente culto religioso afro-brasileiro com seus pais. 
Após retornar das férias escolares, a aluna passou a ir às aulas com um lenço 
branco enrolado na cabeça, afirmando que necessitava permanecer coberta por 
30 dias. As alunas Fernanda e Patrícia, incomodadas com a situação, procuraram 
a direção da escola para reclamar da vestimenta da aluna. O diretor da escola 
 
 
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entrou em contato com o advogado do estabelecimento de ensino, a fim de 
obter subsídios para a sua decisão. 
A partir do caso narrado, assinale a opção que apresenta a orientação que você, 
como advogado da escola, daria ao diretor. 
a) Proibir o acesso da aluna à escola. 
b) Marcar uma reunião com os pais da aluna Maria, a fim de compeli-los a 
descobrir a cabeça da filha. 
c) Permitir o acesso regular da aluna. 
d) Proibir o acesso das três alunas. 
 
2 - (XXVII Exame de Ordem) Os irmãos João, 12 anos, Jair, 14 anos, e José, 16 anos, 
chegam do interior com os pais, em busca de melhores condições de vida para a 
família. Os três estão matriculados regularmente em estabelecimento de ensino 
e gostariam de trabalhar para ajudar na renda da casa. 
Sobre as condições em que os três irmãos conseguirão trabalhar formalmente, 
considerando os Direitos da Criança e do Adolescente, assinale a afirmativa 
correta. 
a) João: não; Jair: contrato de aprendizagem; José: contrato de trabalho 
especial, salvo atividades noturnas, perigosas ou insalubres. 
b) João: contrato de aprendizagem; Jair: contrato de trabalho especial, salvo 
atividades noturnas, perigosas ou insalubres; José: contrato de trabalho. 
c) João: não; Jair e José: contrato especial de trabalho, salvo atividades 
noturnas, perigosas ou insalubres 
d) João: contrato de aprendizagem; Jair: contrato de aprendizagem; José: 
contrato de aprendizagem. 
 
3 - (VII Exame de Ordem) Com forte inspiração constitucional, a Lei nº. 8.069, de 
13 de julho de 1990, consagra a doutrina da proteção integral da criança e do 
adolescente, assegurando-lhes direitos fundamentais, entre os quais o direito à 
educação. Igualmente, é-lhes franqueado o acesso à cultura, ao esporte e ao 
 
 
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lazer, preparando-os para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, 
fornecendo-lhes elementos para seu pleno desenvolvimento e realização como 
pessoa humana. De acordo com as disposições expressas no Estatuto da Criança 
e do Adolescente, é correto afirmar que 
a) toda criança e todo adolescente têm direito a serem respeitados por seus 
educadores, mas não poderão contestar os critérios avaliativos, uma vez 
que estes são estabelecidos pelas instâncias educacionais superiores, 
norteados por diretrizes fiscalizadas pelo MEC. 
b) é dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente o ensino 
fundamental, obrigatório e gratuito, mas sem a progressiva extensão da 
obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio. 
c) não existe obrigatoriedade de matrícula na rede regular de ensino àqueles 
genitores ou responsáveis pela criança ou adolescente que, por convicções 
ideológicas, políticas ou religiosas, discordem dos métodos de educação 
escolástica tradicional para seus filhos ou pupilos. 
d) os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao 
Conselho Tutelar os casos de maus-tratos envolvendo seus alunos, a 
reiteração de faltas injustificadas e a evasão escolar, esgotados os recursos 
escolares, assim como os elevados níveis de repetência. 
 
4 - (IV Exame de Ordem) Washington, adolescente com 14 (quatorze) anos, 
movido pelo desejo de ajudar seus genitores no sustento do núcleo familiar 
pobre, pretende iniciar atividade laborativa como ensacador de compras na 
pequena mercearia Tudo Tem, que funciona 24h, localizada em sua comunidade. 
Recentemente, esta foi pacificada pelas Forças de Segurança Nacional. Tendo 
como substrato a tutela do Estatuto da Criança e do Adolescente no tocante ao 
Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho, assinale a alternativa 
correta. 
a) Washington poderá ser contratado como ensacador de compras, mesmo 
não sendo tal atividade de aprendizagem, pois, como já possui 14 
 
 
30 
 
(quatorze) anos, tem discernimento suficiente para firmar o contrato de 
trabalho e, assim, prestar auxílio material aos seus pais, adotando a louvável 
atitude de preferir o trabalho às ruas. 
b) Como a comunidade onde reside Washington foi pacificada pelas forças 
de paz, não há falar em local perigoso ou insalubre para o menor; assim, 
poderá o adolescente exercer a carga horária laborativa no período das 22h 
às 24h, sem qualquer restrição legal, desde que procure outra atividade 
laborativa que seja de formação técnico-profissional. 
c) Washington não poderá trabalhar na mercearia como ensacador de 
compras, pois tal atividade não é enquadrada como de formação técnico-
profissional; portanto, não se pode afirmar que o menor exercerá atividade 
laborativa na condição de aprendiz. 
d) Na condição de aprendiz, não é necessárioque o adolescente goze de 
horário especial compatível com a garantia de acesso e frequência 
obrigatória ao ensino regular. 
 
GABARITO DAS QUESTÕES 
01 02 03 04 
C A D C 
 
 
 
 
1 
 
REFERÊNCIAS 
 
ARAUJO JÚNIOR, Gediel Claudino de. Prática no Estatuto da Criança e do 
Adolescente. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2019. 
 
NUCCI, Guilherme de Souza. Estatuto da Criança e do Adolescente 
Comentado: em busca da Constituição Federal das Crianças e Adolescentes. 3.ed. 
rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2017. 
 
NUCCI, Guilherme de Souza. Estatuto da Criança e do Adolescente 
Comentado: em busca da Constituição Federal das Crianças e Adolescentes. 4.ed. 
rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2019. 
 
SARAIVA, João Batista Costa. Direito Penal Juvenil – Adolescente e Ato 
Infracional. Garantias Processuais e Medidas Socioeducativas. Porto Alegre: 
Livraria do Advogado, 2002. 
 
ZAPATER, Maíra. Estatuto da Criança e do Adolescente. In: LENZA, Pedro. 
OAB Primeira Fase: volume único. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2017. 
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