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Elementos da Linguagem Visual

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FUNDAMENTOS DAS ARTES VISUAIS
UNIDADE 3 - LINGUAGEM E PERCEPÇÃO 
VISUAL
Luciara Bruno Garcia
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Introdução
Você conhece as leis da Gestalt? Sabia que elas são gerais e foram criadas a partir do estudo do funcionamento da
percepção humana e de como ela interpreta dados da realidade? Aliás, esses conceitos são fundamentais para a
leitura de imagens e a criação de composições visuais, sejam bidimensionais, sejam tridimensionais, mas por
quê? Além disso, você já pensou qual é a relação entre a Teoria da Gestalt e os elementos da linguagem visual?
Será que a Gestalt influencia no uso dos elementos na composição ou é o contrário?
Vamos, nesta unidade, aprofundar nossos estudos a respeito dos conceitos da composição visual, conhecendo
mais alguns elementos essenciais para a estruturação das mensagens visuais: luz, sombra, tons, cores e
contraste. Inclusive, iremos entender a relação entre eles e os elementos estudados anteriormente.
Também estudaremos as leis da Gestalt, as quais nos orientam a respeito da percepção humana. Com essa teoria,
somos capazes de compreender os mecanismos de comunicação da mensagem visual, a fim de usá-los de modo
criativo para a produção de obras que buscam simplicidade da forma, clareza e harmonia, que é o que a nossa
percepção procura quando lemos uma composição.
Esperamos que, ao final, você seja capaz de identificar os elementos da linguagem visual estudados aqui, entenda
a importância deles para a comunicação visual e aprenda a utilizá-los de forma criativa e expressiva em suas
criações.
Bons estudos!
3.1 Elementos da linguagem visual
A luz, a sombra, os tons, as cores e o contraste são muito importantes para estruturar as composições. Inclusive,
estão intimamente ligados.
Sem a luz
Não temos a cor e a sombra.
Sem a sombra
Não criamos o volume nos objetos tridimensionais.
Outro exemplo dessas ligações está no contraste, o qual pode ser criado de várias formas, conforme a escolha
dos elementos e suas relações na composição. Isso porque existem diferentes tipos de contrastes, não só o mais
conhecido, que é aquele criado pelo claro e escuro.
Nesse sentido, entender as características e funções desses elementos visuais é imprescindível para a criação da
comunicação visual. Por isso, ao longo deste tópico, iremos conhecê-los mais a fundo. Acompanhe!
3.1.1 Luz e sombra
A luz ilumina tudo a nossa volta. Ela atinge um objeto, sendo, na maioria dos casos, parte absorvida e parte
refletida. A parte que é refletida chega aos nossos olhos e, por isso, somos capazes de enxergar o que nos rodeia.
Ao mesmo tempo que é onda e partícula, essa energia luminosa faz com que possamos discernir as cores e seus
tons, as formas e os volumes de todas as coisas. Além disso, não existe sombra se não existir luz, pois ambas
estão diretamente ligadas e coexistem.
Conforme Arnheim (1997), quando um objeto — denso e opaco — tem um dos seus lados iluminado, ele
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Conforme Arnheim (1997), quando um objeto — denso e opaco — tem um dos seus lados iluminado, ele
bloqueia os raios de luz que estão chegando até ele, criando uma área de sombra, ou seja, uma área em que a luz
não consegue chegar ou que chega parcialmente e com menor intensidade (casos de objetos translúcidos).
Assim, a sombra é formada quando a luz é bloqueada, total ou parcialmente, por um objeto.
A direção em que a sombra é projetada sempre indica aquela de onde se origina a luz, o que nos permite
entender o lugar em que está a fonte de luz, a disposição dos objetos no espaço e a relação entre os elementos na
composição.
Ainda segundo Arnheim (1997, p. 302), uma vez que a
[…] claridade da iluminação significa que uma dada superfície está voltada para a fonte de luz,
enquanto a obscuridade significa que está afastada, a distribuição de claridade ajuda a definir a
orientação dos objetos no espaço. Ao mesmo tempo mostra como as várias partes de um objeto
complexo se relacionam entre si. As áreas de orientação espacial similar correlacionam-se
visualmente por sua claridade similar. Quanto mais próximo da perpendicularidade incidente da luz
elas se encontrarem, mais claras parecem. Sabemos que unidades de claridade similar são agrupadas
na percepção. Assim um agrupamento por semelhança de claridade indiretamente produz um
agrupamento de similaridade de orientação espacial. Os olhos ligam as superfícies paralelas em
qualquer lugar no relevo em que podem ocorrer, e esta rede de relações é um meio poderoso de criar
ordem e unidades espaciais.
As áreas iluminadas e as sombras em uma imagem podem agrupar elementos e criar espaços de atração visual,
fazendo os itens dentro da composição se tornarem conjuntos e, dessa maneira, destacar as partes importantes.
Com isso, podemos dizer que a iluminação, na composição visual, tem um papel indispensável para a expressão
da mensagem e do sentimento que se pretende transmitir.
Veja, por exemplo a figura a seguir, uma pintura de Caravaggio, em que o artista utilizou a técnica do chiaroscuro
para criar a luz dramática e os altos contrastes.
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Figura 1 - Pintura de Caravaggio, intitulada “David e Golias”
Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, [s. d.].
#PraCegoVer: na figura, temos uma pintura retratando a figura masculina (Davi) curvada sobre o corpo do seu
oponente (Golias), que está deitado no chão com a cabeça decepada. Davi está ajoelhado e com uma mão apoiada
sobre as costas de Golias. Seu outro pé está apoiado no chão, alinhado com a cabeça do gigante, que está
levemente suspensa pelos cabelos que Davi segura com a outra mão. A iluminação da pintura se concentra no
corpo de Davi e na cabeça de Golias. O rosto e o corpo de ambos estão pouco iluminados.
Na obra, podemos observar que a nossa atenção é levada para as áreas mais iluminadas da imagem, como o
corpo de Davi e o rosto e uma pequena área do corpo de Golias, no momento em que aquele amarra a cabeça
decepada do gigante. Tratam-se dos elementos da composição que o artista quis destacar para falar sobre o tema
da pintura, que seria a vitória de Davi sobre Golias.
Já as partes que estão nas áreas de sombras (cabeça de Davi e maior parte do corpo de Golias, juntamente com o
fundo da cena) passam quase despercebidas, como se o artista quisesse esconder o que não é importante de se
observar.
VOCÊ SABIA?
O chiaroscuro (do italiano “ ”, que significa“claro”; e “ ”, que significa“escuro”) é umachiaro scuro
técnica empregada nas artes visuais para representar luz e sombra, criando volumes nos
objetos tridimensionais. Durante o século XV, no período do Renascimento, o chiaroscuro foi
plenamente desenvolvido por artistas como Leonardo da Vinci. A técnica se popularizou ao
longo do século XVII e ganhou formas mais dramáticas nas obras de Caravaggio. Outros
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Arnheim (1997, p. 303) complementa a ideia de luz nos explicando que uma distribuição
[…] criteriosa serve para dar unidade e ordem não apenas à configuração de objetos isolados, mas
igualmente à de um conjunto inteiro. A totalidade dos objetos que aparecem dentro da moldura de
uma pintura ou num palco pode ser tratada como um ou vários objetos grandes, dos quais todos os
elementos menores são partes. A luz lateral intensa usada por pintores como Caravaggio simplifica e
coordena a organização espacial do quadro.
Dessa forma, com a luz, podemos obter um clima para a cena, como sentimentos de calma e tranquilidade ou
dramaticidade e tensão.
O cinema, por exemplo, para contar uma história, trabalha a luz para criar a atmosfera das cenas em função da
emoção que se quer passar nos diferentes momentos do longa. A direção de fotografia é toda planejada para
retratar na tela os diferentes climas da narrativa.
3.1.2 Tom
Outro elemento de relevância é o tom, que diz respeito à variação de luminosidade de uma cor.
Podemos construir uma escala de tons para qualquer cor, sendo que ela se inicia no branco absoluto, passa pelas
diferentes variedades de luminosidade e termina no preto absoluto.
Na figura a seguir, observamos uma escala de tons de cinza, com o branco e o preto enquantoextremos.
Figura 2 - Escala de tons de cinza
Fonte: Elaborada pela autora, 2020.
#PraCegoVer: na figura, temos uma escala de tons de cinza. No extremo esquerdo, observamos o branco
absoluto, bem como suas variações; até chegar ao preto absoluto, no extremo direito.
O claro e o escuro, ou seja, a variação tonal, são elementos capazes de produzir volumes e criar a ilusão de
tridimensionalidade dos objetos. Eles também podem dar noção de espaço à uma composição ou revelar o lugar
que os demais elementos visuais ocupam.
Conforme Arnheim (1997, p. 300), todos
[…] os gradientes têm a capacidade de criar profundidade e os gradientes de claridade se encontram
entre os mais eficientes. Isto é válido para os conjuntos espaciais, tais como interiores e paisagens,
mas também para objetos isolados.
Vale destacar que não apenas o cinza tem variações tonais, mas todas a cores têm suas próprias escalas de tons.
longo do século XVII e ganhou formas mais dramáticas nas obras de Caravaggio. Outros
grandes mestres que utilizaram a modalidade com maestria foram Rembrandt, Peter Paul
Rubens e Diego Velázquez.
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Vale destacar que não apenas o cinza tem variações tonais, mas todas a cores têm suas próprias escalas de tons.
Fica fácil entender isso se pensarmos que o tom ou valor de uma cor representa a luminosidade, sendo que,
quanto maior o tom, maior é a quantidade de luz. Isso significa que a cor está mais próxima do branco. Ao
contrário, quanto mais baixo o tom, menor é a quantidade de luz. Assim, a cor estará mais próxima do preto.
Figura 3 - Círculo das cores com variação tonal
Fonte: Plateresca, iStock, 2020.
#PraCegoVer: na figura, temos um círculo com as cores amarelo, laranja, vermelho, roxo, azul e verde e suas
variações tonais. Elas começam mais escuras na borda do círculo e vão clareando até chegar ao centro.
O círculo das cores com variações tonais nos mostra as diferenças de valores, variando dos tons mais altos e
luminosos (centro do círculo) para mais baixos e menos luminosos, conforme se aproximam da borda externa do
círculo.
3.1.3 Contraste
Quando pensamos em contraste, logo nos vem à mente a ideia de polaridade, oposição. Na linguagem visual, o
contraste pode reforçar a mensagem, pois ele consegue dinamismo, dramaticidade e aguçamento para enfatizar
o significado da mensagem na composição.
De acordo com Dondis (2007, p. 108), no
[…] processo de articulação visual, o contraste é uma força vital para a criação de um todo coerente.
Em todas as artes, o contraste é um poderoso instrumento de expressão, o meio para intensificar o
significado, e, portanto, simplificar a comunicação.
Existem diferentes tipos de contrastes para além do de tons (variação de luminosidade), como o contraste de
cor, forma e escala.
Para Gomes Filho (2015), existem outras possibilidades para se criar contraste em uma composição, como o de
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Para Gomes Filho (2015), existem outras possibilidades para se criar contraste em uma composição, como o de
movimento, passividade, dinamismo, ritmo, agudeza, proporção e o vertical e horizontal.
O é criado pelo uso do claro e escuro ou luz e sombra, tanto para as composições coloridascontraste de tom
quanto para as monocromáticas.
Figura 4 - Obra intitulada “As Três Cruzes”, de 1653
Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, [s. d.].
#PraCegoVer: na figura, temos uma gravura da crucificação de Cristo, o qual aparece no centro, pregado na cruz.
À esquerda, à direita e atrás, há homens que também estão sendo crucificados. Em volta da cruz, há pessoas que
presenciam o momento, entre elas aquelas que lamentam pelos mortos, soldados (alguns em seus cavalos) ou
meros observadores.
A gravura anterior, de Rembrandt, é um exemplo de composição monocromática. Nela, podemos observar os
contrastes intensos criados por uma grande variação de luminosidade entre as partes claras e escuras.
A construção do espaço e a dramaticidade do tema são feitos pelo alto contraste da cena e, mais uma vez, as
áreas de altas luzes são usadas para destacar o assunto central da mensagem (posicionado no centro da
composição), que retrata a crucificação de Cristo.
Já as bordas, localizadas na esquerda e na direita da imagem, são as áreas de baixas luzes, ou seja, áreas de
sombra, onde estão as figuras que não são tão importantes para a história retratada.
As variações de matizes ou croma transformam os contrastes de cores. Este se dá pela oposição de cor quente e
cor fria ou pelo contraste do uso de cores complementares na composição.
Contra a tendência da nossa percepção de buscar equilíbrio, nivelamento e fechamento visual, o contraste de
 desenvolve dinamismo e dramaticidade por meio do antagonismo das formas. Dondis (2007, p. 126) nosforma
diz que, se "[…] o objetivo for atrair a atenção do observador, a forma regular, simples e resolvida, é dominada
pela forma irregular, imprevisível”. Um exemplo é o uso de formas geométricas e orgânicas se alternando na
composição.
Finalmente, o é uma distorção da escala real das formas, fazendo com que os objetos saiamcontraste de escala
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Finalmente, o é uma distorção da escala real das formas, fazendo com que os objetos saiamcontraste de escala
de suas proporções conhecidas e ganhem dimensões irreais. “A distorção da escala […] pode chocar o olho ao
manipular à força a proporção dos objetos e contradizer tudo aquilo que, em função de nossa experiência,
esperamos ver” (DONDIS, 2007, p. 127). Ele causa, portanto, um estranhamento à nossa percepção da proporção.
3.1.4 Cor
A luz solar é uma radiação eletromagnética com propriedades de onda e partícula. Ela é constituída por um
espectro eletromagnético composto por diversas frequências, das quais a visão humana é capaz de enxergar
apenas uma pequena faixa, conhecida como , que corresponde à luz branca (PEDROSA, 2003).luz visível
Decompondo essa luz, temos as sete cores do arco-íris (vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta).
Assim, temos que a cor existe graças à luz.
• Sistema aditivo ou RGB
Nossos olhos percebem as cores a partir de duas células capazes de interpretarem as informações
luminosas. Daí, as cores são formadas pela combinação de três cores primárias: vermelho, verde e azul. A
soma dessas cores primárias em quantidades iguais forma a luz branca, por isso, o sistema é chamado de
sistema aditivo ou RGB (red, green, blue). Ele é usado para os televisores, os monitores, a fotografia
digital etc. O sistema trabalha com a cor-luz.
• Sistema subtrativo ou CMYK
Quando usamos a cor na forma de pigmento, as cores primárias são o ciano, o magenta e o amarelo, ou
CMY (cyan, magenta, yellow). Aqui, a mistura das três cores primárias em partes iguais gera a cor preta,
enquanto que a subtração das três gera a cor branca. Por conta disso, o sistema é chamado de sistema
subtrativo ou CMYK (letra “K” da sigla equivale ao preto e vem da palavra “key”, que é a cor acrescentada
nos processos de impressão).
Esse último sistema é usado em todos os processos que usam pigmentos, como a pintura, a fotografia analógica,
as impressoras (tanto as caseiras como os equipamentos profissionais da indústria gráfica), entre outros. Ele
trabalha, portanto, com a cor-pigmento.
Figura 5 - Esquema de cores primarias dos sistemas cor-luz e cor-pigmento
•
•
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Figura 5 - Esquema de cores primarias dos sistemas cor-luz e cor-pigmento
Fonte: oleksii arseniuk, iStock, 2020.
#PraCegoVer: na figura, temos, à esquerda, três círculos sobrepostos com as cores ciano, magenta e amarela. Na
intersecção do ciano com o magenta, há o azul; do magenta com o amarelo, há o vermelho; e do amarelo com o
ciano, há o verde. No centro há a intersecção das três cores formando o preto. Já à direita, temos três círculos
sobrepostos com as cores vermelha, verde e azul. Na intersecção do vermelho com o verde, há o amarelo; do
verde com o azul, há o ciano; e do azul com o vermelho, há o magenta. No centro há a intersecção das três cores
formando o branco. 
Vamos, então, conhecer a classificação das cores, segundo a Teoria das Cores?Pedrosa (2003, p. 32) nos traz que a cor “[…] geratriz ou primária é cada uma das três cores indecomponíveis
que, misturadas em proporções variáveis produzem todas as cores do espectro solar, que dão cor a toda
natureza”. Assim, a cor primária é a cor que não pode ser criada pela mistura de cores, pois se trata da cor pura.
Quando misturamos duas cores primárias em quantidades iguais, a cor resultante é chamada de .cor secundária
Já com a mistura de uma cor secundária com uma primária que não esteja na combinação da cor secundária que
se pretende utilizar, obtemos uma .cor terciária
Temos, ainda, a , que é a secundária que complementa uma cor primária e que não faz partecor complementar
da sua composição. Dessa forma, a junção dessas duas cores (primária e sua complementar correspondente)
resulta nas três cores primárias somadas.
VOCÊ O CONHECE?
Israel Pedrosa foi artista, escritor, professor, crítico sócio honorário da Associação Brasileira
de Críticos de Arte (ABCA) e incansável pesquisador sobre o universo da cor. Ele foi autor de
importantes obras na área das Artes, sendo o seu livro mais conhecido o “Da cor à cor
inexistente”. Vale conhecer melhor essa personalidade do mundo artístico!
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Figura 6 - Triângulo das cores formado pelas cores primárias e suas respectivas cores complementares
Fonte: Elaborada pela autora, 2020.
#PraCegoVer: na figura, temos uma estrela com 13 pontas. Cada uma delas está pintada de uma cor, começando
pelas cores primárias (vermelho, azul e verde), depois as secundárias e, por fim, as terciárias.
As cores análogas são as próximas no círculo cromático, ou seja, vizinhas, que compartilham uma mesma cor
primária.
Além dessas classificações, a cor pode ser classificada como quente ou fria. Assim, “[…] cor quente é a designação
genérica empregada para definir as cores em que predominam o vermelho e o amarelo. Cor fria, por oposição às
denominadas quentes, designa as cores em cuja composição predomina o azul” (PEDROSA, 2003, p. 32).
As cores quentes e frias são conceitos ligadas à percepção da cor ou psicologia das cores, não correspondendo à
sua temperatura. Na figura a seguir, podemos observar o círculo das cores e as cores análogas. Logo abaixo, em
destaque, temos exemplos de cores quentes e cores frias.
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Figura 7 - Círculo das cores com cores quentes e frias
Fonte: Irina Kuznetsova, iStock, 2020.
#PraCegoVer: na figura, temos o círculo das cores com 12 cores representadas. Logo abaixo, há pequenos
círculos pintados com as cores quentes (vermelho, laranja e amarelo). Um nível a menos, temos uma nova
sequência de círculos pintados com as cores frias (azul, violeta e verde).
Também é importante conhecermos algumas características das cores, começando com o conceito de matiz, que,
nas palavras de Pedrosa (2003, p. 32, grifo do autor), significa uma “[…] variedade do comprimento de onda da
luz direta ou refletida, percebida como vermelho, amarelo, azul e demais resultante das misturas dessas cores.
Em linguagem corrente, a palavra é empregada como sinônimo de matriz”.cor
VOCÊ QUER VER?
O filme “No Portal da Eternidade”, dirigido por Julian Schnabel, é uma cinebiografia de Vincent
van Gogh. Trata de um período da vida do artista em que ele se muda de Paris para Arles, no
sul da França. Os anos em que vive lá são muito produtivos e conturbados. Mais do que estar
baseado em fatos reais, o longa retrata momentos de criação e, sobretudo, mostra a profusão
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Valor, luminosidade ou brilho se referem à luminosidade da cor. Um objeto é brilhante quando é capaz de refletir
luz, mais do que um objeto com pouco brilho. Assim, a cor terá mais brilho ou será mais luminosa se mais luz
refletir. Por outro lado, terá menos brilho ou será menos luminosa se menos luz refletir.
Por fim, o croma ou a saturação dizem respeito à pureza relativa da cor, sendo mais pura a cor que não tem
branco ou preto em sua composição. A saturação vai da matiz da cor (quando dizemos que está saturado) até o
cinza (quando dizemos que está dessaturado).
3.2 Lei da Gestalt
“Gestalt” é uma palavra alemã, um substantivo que, em português, traduz-se comumente por “forma” ou
“configuração”.
O Gestalt foi mencionado pela primeira vez em 1890, por Christian von Ehrenfels, filósofo austríaco precursor da
Psicologia da Gestalt.
A Gestalt é uma escola de psicologia experimental. Considera-se que Christian von Ehrenfels, filósofo
austríaco do fim do século XIX, foi o precursor da psicologia da Gestalt. Mais tarde, por volta de 1910,
teve seu início mais efetivo por meio de três nomes principais: Max Wertheimer (1880/1943),
Wolfgang Kohler (1887- 1967) e Kurt Koffka (1886-1941), da Escola de Frankfurt. (GOMES FILHO,
2015, p. 18)
A Teoria da Gestalt vem de uma série de experimentos e pesquisas sobre a percepção humana, com atenção
particular para a percepção visual. Por isso, seus autores e pesquisadores usaram obras de arte em
investigações.
Arnheim (1997, p. XVII) nos traz que os textos da Teoria da Gestalt mostraram como resultando de suas
observações que, longe
[…] de ser um registro mecânico de elementos sensórios, a visão prova ser uma apreensão
baseado em fatos reais, o longa retrata momentos de criação e, sobretudo, mostra a profusão
da cor que salta das pinturas e invade a fotografia das cenas, transportando-nos para as obras
de van Gogh que nos inspiram até hoje.
VAMOS PRATICAR?
Agora que terminamos de estudar os elementos visuais que faltavam, vamos usar o que
aprendemos em uma nova prática com um pequeno desafio: crie uma composição visual
monocromática (pode ser bi ou tridimensional) utilizando o controle de luz, sombra, tons
(escala de tons) e contraste, a fim de desenvolver uma mensagem visual.
Como já estudamos todos os elementos visuais, você deve elaborar seu trabalho pensando na
relação desses elementos com os demais, considerando como podem ser combinados para
transformar sua composição.
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[…] de ser um registro mecânico de elementos sensórios, a visão prova ser uma apreensão
verdadeiramente criadora da realidade — imaginativa, inventiva, perspicaz e bela. Tornou-se
evidente que as qualidades que dignificam o pensador e o artista caracterizam todas as
manifestações da mente. Os psicólogos começaram também a ver que este fato não era coincidência:
os mesmos princípios atuam em todas as várias capacidades mentais porque a mente sempre
funciona como um todo. Toda a percepção é também pensamento, todo o raciocínio é também
intuição, toda a observação é também invenção.
Eles concluíram que o todo é mais do que a soma das suas partes, e que não se pode conhecer o todo observando
suas partes separadamente apenas, visto que ele é mais do que a simples junção das suas partes.
Para a nossa percepção, existe uma relação entre as partes quando juntas em um todo, que é diferente daquela
de suas partes se estiverem separadas. Assim, a percepção tende a organizar as formas em todos coerentes e
unificados. Esse é um princípio fundamental para a Gestalt.
A Gestalt, após sistemáticas pesquisas, apresenta uma teoria nova sobre o fenômeno da percepção.
Segundo esta teoria, o que acontece no cérebro não é idêntico ao que acontece na retina. A excitação
cerebral não se dá em pontos isolados, mas por extensão. Não existe, na percepção da forma, um
processo posterior de associação das várias sensações. A primeira sensação já é de forma, já é global
e unificada. (GOMES FILHO, 2015, p. 19)
Os teóricos gestaltistas organizaram os seus resultados sobre o fenômeno da percepção em forma de leis
fundamentais, as quais têm sido aplicadas em várias áreas para além da Psicologia, como na Estética, na Arte
Visual, no Design, entre diversas outras.
Vamos, então, conhecer essas leis a partir de agora!
3.2.1 Unidade
A lei da unidade diz que um elemento pode ser constituído por uma só parte ou por muitas partes juntas. Esse
elemento — que não se agrupa e não tem relação com outros elementos próximos — é considerado único em sua
composição, sua forma e suas cores. Assim, a unidade pode sercriada por um único elemento ou por vários que
são percebidos como um todo.
De acordo com Gomes Filho (2015, p. 29), as
[…] unidades são percebidas por meio da verificação de relações (formais, dimensionais, cromáticas
VOCÊ QUER LER?
“Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma” é um livro de João Gomes Filho, em que
o autor trata da Teoria da Gestalt, trazendo exemplos visuais analisados para explicar
conceitos fundamentais da comunicação visual. Vale a pena tirar um tempo para essa leitura, a
fim de aprofundar seus conhecimentos sobre a temática!
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[…] unidades são percebidas por meio da verificação de relações (formais, dimensionais, cromáticas
etc.) que se estabelecem entre si na configuração do objeto como um todo ou em partes desse objeto.
Uma ou mais unidades formais são percebidas dentro de um todo por meio de pontos, linhas planos,
volumes, cores, sombras, brilhos, texturas e outros atributos — isolados ou combinados entre si.
Observe a lei de unidade na figura a seguir.
Figura 8 - Exemplo de unidade no logo da Wikipédia
Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, [s. d.].
#PraCegoVer: na figura, temos o logo do Wikipédia, que é o desenho de uma esfera aberta no topo, formada por
peças de um quebra-cabeça branco com símbolos pretos colocados no centro de cada peça.
Como pode ser observado na figura, a percepção de unidade se dá em cada símbolo dentro das peças do quebra-
cabeça, as quais formam a esfera; bem como pela própria esfera que forma o todo.
3.2.2 Segregação
A lei da segregação mostra que nossa percepção pode identificar, destacar e separar elementos que compõem o
todo. Em uma composição, a disposição dos elementos visuais causa desigualdade de estímulos, o que gera uma
hierarquia entre eles, fazendo com que um elemento visual se diferencie e se destaque dos demais, parecendo
ser mais importante.
Podemos observar no exemplo da bola de futebol que a segregação dos elementos ocorre pela divisão do todo
em formas (pentágonos). Além disso, as cores banco e preto geram contraste, permitindo que percebamos suas
partes e o todo, que prossegue sendo uma bola de futebol.
- -15
Figura 9 - A bola de futebol é um exemplo de segregação
Fonte: irin-k, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: na figura, temos uma bola de futebol formada por pentágonos brancos e pretos.
A segregação dos elementos pode ser variada, a depender da organização dos elementos visuais na composição,
o que irá determinar a desigualdade de estímulos produzidos em função dos contrates e das forças presentes no
campo visual. Assim, os elementos da linguagem — como planos, volume, cor, textura, ponto, linha, forma, brilho,
sombra etc. — geram uma hierarquia de estímulos, provocando uma diferenciação entre eles, em que uns se
destacam mais.
3.2.3 Unificação
Sempre que ocorrem estímulos iguais ou semelhantes em nossa visão, percebemos a unificação da forma. Isso se
dá quando temos, no campo visual, equilíbrio, harmonia e, principalmente, coerência formal das partes ou do
todo em uma composição.
O símbolo yin-yang exemplifica muito bem a unificação, já que ele possui uma harmonia plena, simetria e
equilíbrio perfeito entre as formas, bem como contraste e pesos visuais contrabalançados.
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Figura 10 - Símbolo yin-yang
Fonte: gguy44, iStock, 2020.
#PraCegoVer: na figura, temos o símbolo de yin-yang representado por dois círculos pequenos, um preto na
parte de cima e um branco na parte de baixo, com um desenho equilibrado também em branco e preto,
delimitado por um círculo maior.
A unificação ainda possui graus de qualidade, em função de melhor ou pior organização formal da composição.
As leis de proximidade e semelhança também contribuem diretamente para a unificação formal quando
aparecem em partes ou no todo da composição. Veja, por exemplo, a figura a seguir.
Figura 11 - Logo da Unilever
Fonte: Poulssen, iStock, 2020.
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#PraCegoVer: na figura, temos o logo da empresa Unilever, formado pela letra “U”, sem contornos, apenas
preenchida com pequenas formas variadas em azul sobre o fundo banco, bem como o nome “Unilever” escrito
abaixo com a mesma cor azul.
Observando o exemplo da figura, percebemos, em primeiro lugar, as formas agrupadas que formam um todo
(letra U) e só depois notamos, separadamente, as formas menores que o integram. Assim, há proximidade e
semelhança, o que causa a unificação. Inclusive, o uso de uma única cor também contribui para esse processo na
composição.
3.2.4 Fechamento
O fechamento é a lei da Gestalt que mostra que a nossa percepção cria contornos e faz fechamentos em formas
interrompidas, preenchendo visualmente as lacunas de uma composição. Fazemos isso imaginando a
continuidade de uma estrutura, completando os espaços que faltam ou estão em branco para que se aproximem
de formas mais conhecidas.
Figura 12 - Exemplos de fechamento
Fonte: Elaborada pela autora, 2020.
#PraCegoVer: na figura, à esquerda, temos um conjunto de oito círculos pretos incompletos com partes em
branco, posicionados em locais que correspondem ao ponto de encontro das arestas de um cubo. Já à direita,
temos três ângulos desenhados com linhas pretas e três círculos pretos com partes bancas formando ângulos,
todos posicionados em locais que correspondem a dois triângulos.
Nos exemplos anteriores, completamos os espaços em branco de modo natural e, assim, obtemos um cubo no
centro da figura à esquerda e triângulos na figura à direita.
3.2.5 Continuidade
Quando temos elementos ordenados, de modo a parecerem contínuos, sem interrupção, nossa percepção tende a
seguir uma direção ligando esses itens. Dessa forma, a lei da continuidade se dá quando temos qualquer tipo de
organização ou sucessão coerente e visualmente contínua de um elemento visual, fazendo-nos imaginar que ele
forma uma direção ou trajetória sem interrupção.
A continuidade é o que ocorre quando vemos uma sequência ordenada de pontos. Para a nossa percepção, eles
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A continuidade é o que ocorre quando vemos uma sequência ordenada de pontos. Para a nossa percepção, eles
naturalmente formam uma linha. O mesmo se dá com uma linha tracejada ou algo quadriculado, em que
tendemos a seguir a direção sugerida pela ordenação dos elementos para ligá-los.
Figura 13 - Exemplo de continuidade
Fonte: Михаил Руденко, iStock, 2020.
#PraCegoVer: na figura, temos uma fotografia horizontal de três linhas de trens paralelas formada por trilhos e
dormentes sobre um fundo de cor neutra.
No exemplo anterior, temos que a continuidade é dada pela sequência ordenada dos dormentes que aparecem
na imagem como pequenos traços claros, criando um movimento visual sem interrupção que é reforçado pelas
linhas dos trilhos.
Desse exemplo, podemos concluir que o movimento estabelecido pela continuidade na composição é dado pela
direção criada pela disposição dos elementos visuais que, além das linhas, podem ser pontos, planos, texturas,
volumes, cores etc.
Temos, ainda, que a lei da continuidade traz o conceito de “boa continuidade”, que ocorre quando temos na
forma a melhor continuidade para o percurso do olhar.
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Figura 14 - Obra de Robert Delaunay, intitulada “Composição”
Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, [s. d.].
#PraCegoVer: na figura, temos uma pintura abstrata composta por círculos e semicírculos coloridos de
tamanhos variados.
Na figura anterior, o círculo, a esfera e suas variantes são mais fluídas e sem interrupção do movimento visual.
Assim, as formas orgânicas trazem continuidade visual para a obra.
3.2.6 Proximidade
A lei de proximidade estabelece que elementos ou formas que se aproximam parecem formar grupos, um todo
ou unidades dentro do todo. Mesmo que as formas, os tamanhos e os objetos sejam diferentes, eles vão parecer
como um grupo se estiverem próximos e tiverem uma qualidade em comum. Esses grupos podem ser criados a
partir de elementos visuais, como formas, direção, tom, cor, tamanho, peso, brilho etc.
Gomes Filho (2015) cita que os elementos se agrupam visualmente conforme a distância que estão uns dos
outros. Assim, quanto mais próximosestiverem os objetos no espaço, mais rapidamente os veremos como um
conjunto ou uma unidade. Isso porque os elementos agrupados criam a ilusão de formas ou planos no espaço,
mesmo que não estejam se tocando.
Temos como exemplo a figura a seguir. À esquerda, há um conjunto único de pontos que, quando agrupados,
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Temos como exemplo a figura a seguir. À esquerda, há um conjunto único de pontos que, quando agrupados,
parecem formar um quadrado. Já à direita, temos que a mudança da distância entre os pontos altera a forma do
agrupamento, em que passamos a perceber três conjuntos de pares de colunas paralelas.
Figura 15 - Exemplo de proximidade
Fonte: Elaborada pela autora, 2020.
#PraCegoVer: na figura à esquerda, temos pequenos círculos cinza alinhados formando seis linhas e seis
colunas, as quais parecem formar um quadrado. Na segunda figura, à direita, temos os mesmos círculos cinza
alinhados dois a dois em seis linhas, formando duas colunas, um espaço em branco relativo a uma coluna e mais
duas colunas como as anteriores, além de um novo espaço e mais duas colunas.
Gomes Filho (2015, p. 34) ainda nos traz que é interessante “[…] observar que a proximidade e a semelhança são
dois fatores que muitas vezes agem em comum e reforçam-se mutuamente, tanto para formar unidades como
para unificar a forma”. Em nosso exemplo, nos dois casos presentes na figura, temos o agrupamento por
proximidade e semelhança de cor e forma. Contudo, a mudança apenas na organização dos mesmos elementos
faz com que a nossa percepção mude o modo como os agrupamos, formando um quadrado na primeira figura e
três conjuntos de duas colunas na segunda figura.
3.2.7 Semelhança
A semelhança mostra que elementos parecidos ou idênticos são agrupados, passando a formar uma unidade.
Esse fenômeno é facilmente percebido pela nossa percepção ao fazer a leitura visual. Já os elementos que têm
características diferentes, geralmente não são percebidos como parte do objeto ou da unidade.
Os exemplos que seguem trazem conjuntos de mesma cor ou forma, agrupando-se visualmente e formando
figuras geométricas dentro dos elementos que compõem o todo.
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Figura 16 - Exemplos de semelhança
Fonte: Elaborada pela autora, 2020.
#PraCegoVer: na figura à esquerda, temos ilustrações esquemáticas de pessoas lado a lado, alinhadas em 10
linhas. Todas estão preenchidas com a cor preta, mas, no centro, algumas ilustrações estão na cor laranja,
formando um triângulo. A figura à direita traz círculos cinzas alinhados, formando um quadrado. No centro,
alguns retângulos pretos quebram a sequência de círculos, formando um losango.
Nas palavras de Gomes Filho (2015, p. 35), “Semelhança e proximidade são dois fatores que, além de
concorrerem para a formação de unidades, concorrem também para promover a unificação do todo, daquilo que
é visto, no sentido da harmonia e equilíbrio visual”.
Fica evidente, portanto, que diferentes elementos visuais podem ser usados para criar agrupamentos por
semelhança e unidades, principalmente os de cor e forma.
3.2.8 Pregnância da forma
A pregnância da forma é a base de toda a Teoria da Gestalt, concentrando-se na ideia de concisão. Ela sugere que,
quando percebemos o mundo, eliminamos a complexidade e o desconhecido para que possamos observar a
realidade em sua forma mais simples, o que ajuda a mente a criar significados.
Para a percepção visual, essa lei propõe que tendemos à harmonia e ao equilíbrio visual, ou seja, buscamos a
“boa Gestalt” simétrica, simples e estável, mesmo que ela esteja apenas sugerida. Segundo Gomes Filho (2015, p.
36-37),
[...] pode-se afirmar que um objeto com alta pregnância é um objeto que tende espontaneamente
para uma estrutura mais simples, mais equilibrada, mais homogênea e mais regular. Apresenta um
máximo de harmonia, unificação, clareza formal e um mínimo de complicação visual na organização
de suas partes ou unidades compositivas.
[...] quanto melhor ou mais clara for a organização visual da forma do objeto, em termos de facilidade
de compreensão e rapidez de leitura ou interpretação, maior será o seu grau de pregnância; [...]
quanto pior ou mais complicada e confusa for a organização visual da forma do objeto menor será o
seu grau de pregnância.
O autor ressalta, ainda, que é possível julgar a pregnância estabelecendo um grau baixo, médio ou alto, bem
como uma pontuação para qualificação.
CASO
A pregnância da forma é o resultado da aplicação das leis da Gestalt na forma e estabilidade de
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Contudo, a criação de uma comunicação visual pode demandar o uso de maior complexidade na composição,
mas, ainda assim, devemos buscar trazer o maior nível de clareza e simplicidade possível para conseguir o maior
grau de pregnância. Assim, obtemos mais compreensão da mensagem e há redução de ruídos, fazendo com que a
comunicação seja simples e eficiente.
Conclusão
Chegamos ao final de mais uma unidade, em que estudamos mais alguns elementos da linguagem visual e
entendemos a importância destes para a composição. Também observamos em detalhes as leis da Gestalt,
entendendo como elas nos ajudam a compreender nossa percepção e na criação da comunicação visual.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• aprofundar seu conhecimento sobre o conceito de composição visual;
• aprender sobre novos elementos da linguagem visual, como luz, sombra, tom, contraste e cor;
• entender a importância desses elementos visuais para a composição e comunicação visual;
A pregnância da forma é o resultado da aplicação das leis da Gestalt na forma e estabilidade de
uma percepção visual. Um objeto que apresenta o grau máximo de equilíbrio, clareza e
unificação visual é o que tem uma alta pregnância, sendo de fácil compreensão e
proporcionando rapidez de leitura.
Vejamos o caso do logo da Apple, que passou por modificações de layout ao longa da história
da marca.
O primeiro logo, um protótipo de 1976, é um exemplo de baixa pregnância, já que a imagem,
contrariando a ideia de simplicidade, embora seja harmônica, não é simétrica, nem de fácil
leitura por ser complexa, com muitos elementos. Também necessita de mais tempo para a sua
compreensão.
O segundo logo, o primeiro oficial da marca, foi utilizado entre os anos de 1976 até 1998. Ele
apresenta uma pregnância média pela evidente simplificação da forma, harmonia e equilíbrio
com a eliminação de vários elementos e a introdução do colorido.
No terceiro logo, criado em 2003 é tido como o atual da marca, observamos uma alta
pregnância pela simplicidade da forma e da cor, voltando ao monocromático do primeiro logo,
sem a variação tonal deste. Desse modo, há maior tendência à harmonia, ao equilíbrio visual, à
simetria e à estabilidade, simplificação da leitura e de compreensão. Buscamos, então, a “boa
Gestalt” no seu layout.
VAMOS PRATICAR?
Vamos colocar os conhecimentos aprendidos até aqui em prática e incrementar o seu
portfólio? Após estudar os conceitos da Teoria da Gestalt, crie uma ou mais composições
visuais utilizando as leis estudadas nesta unidade. Depois, selecione a melhor para integrar ao
seu portfólio.
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• entender a importância desses elementos visuais para a composição e comunicação visual;
• estudar as leis da Gestalt e como elas se relacionam e influenciam nossa percepção da realidade;
• compreender que a comunicação visual não pode ser construída sem conhecimento do funcionamento 
da percepção visual que a Gestalt nos ensina.
Bibliografia
ARNHEIM, R. : uma psicologia da visão criadora. 11. ed. São Paulo: Pioneira; Editora daArte e percepção visual
Universidade de São Paulo, 1997.
DONDIS, D. A. . 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.Sintaxe da linguagem visual
GOMES FILHO, J. : sistema de leitura visual da forma. 9. ed. São Paulo: Escrituras Editora, 2015.Gestalt do objeto
NO PORTAL da Eternidade. Direção: Julian Schnabel. França: Diamond Films, 2018. 111 min., son., color.
PEDROSA, I. . Rio de Janeiro: Editoria Senac Nacional, 2003.O universo da cor
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https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Rembrandt_The_Three_Crosses_1653.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Rembrandt_The_Three_Crosses_1653.jpg
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https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Wikipedia-logo-v2.svg?uselang=pt-br
	Introdução
	3.1 Elementos da linguagem visual
	3.1.1 Luz e sombra
	3.1.2 Tom
	3.1.3 Contraste
	3.1.4 Cor
	Sistema aditivo ou RGB
	Sistema subtrativo ou CMYK
	3.2 Lei da Gestalt
	3.2.1 Unidade
	3.2.2 Segregação
	3.2.3 Unificação
	3.2.4 Fechamento
	3.2.5 Continuidade
	3.2.6 Proximidade
	3.2.7 Semelhança
	3.2.8 Pregnância da forma
	Conclusão
	Bibliografia

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