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Disciplina Estágio Básico Supervisionado I Turma: 3014 Alunos: Ediollainy Serafim da Cruz / Kamila Augusto Pinto Data: 06/06 Prof.ª: Renata Villela Siguad Curso: Psicologia Resenha Crítica: Caso Glória - Carl Rogers A psicologia de Carl Rogers tem sua Abordagem Centrada na Pessoa. Fala sobre a liberdade do ser humano, mostrando sua capacidade e seus avanços em devidas responsabilidades, seja por aspectos culturais, sociais, como também explicações causais humanas. Esse movimento, também é entendido como psicologia humanista, a qual a intervenção terapêutica é feita com o foco na percepção dos desejos de autorrealização das pessoas, cujo objetivo concreto de facilitar ajuda, por uma possibilidade de tomar decisões e ser responsável por elas, superando suas dificuldades, desempenhando esse papel na terapia. No vídeo do Caso Glória, ao se apresentar, Rogers ressaltou que um fator importante é a relação de confiança entre o paciente e o terapeuta, pois é a partir dessa confiança que será trilhado o rumo da sessão, baseando quanto confortável se sente o paciente para compartilhar seus questionamentos. Glória é a paciente em questão que conta sobre suas atuais situações de vida. Mesmo sentindo-se um pouco nervosa, ela afirma, logo no início da sessão, que a voz de Carl a traz uma sensação de calmaria e tranquilidade, o que acabou por contribuir para que ela contasse sobre seu recente divórcio com seu ex- marido, e sobre sua atual vida de solteira, as relações que têm com outros homens e o quanto isso a preocupa de afetar sua filha, pois quando a mesma a indagou sobre já ter dormido com outro homem depois de seu pai, Glória mentiu, dizendo que não havia ocorrido. Incomodada por ter mentido para sua filha, a quem ela afirma sempre ser muito verdadeira e franca, Glória questiona Carl Rogers sobre o que ela deveria fazer e qual posição ela deveria tomar. Até esse atual momento uma técnica já pode ser observada pelo psicólogo Carl, que é a forma de demonstrar a todo momento a sua atenção voltando para a fala do paciente, pois além de manter sua postura levemente inclinada em direção a Glória, Carl Rogers responde todas as suas falas com um singelo “ahm, uhm”, mostrando estar realmente ciente de cada frase dita pela mulher. Ainda assim, ao ser indagado, Carl Rogers utiliza-se de outra técnica que conhecemos como “Situação Invertida” na qual ele não responde de forma direta a pergunta feita por Glória, mas é sincera ao elucidar em sua resposta que não está ali para dar uma resposta definitiva as decisões que ela deve tomar, mas sim em auxiliá-la a tomar a decisão que ela lhe sentir melhor confortável. A maneira em que o assunto vai fluindo, Glória vai se sentindo mais a vontade para compartilhar seus pensamentos com Carl, até que em um determinado momento tanto ela quanto Carl percebem que seu incômodo não está apenas no como a sua filha se sentiria caso descobrisse a verdade sobre ela, mas sim na real maneira de como ela, a própria Glória, se vê, quando tem determinados comportamentos que em parte julga serem errados ou repulsivos. Glória confessa a Rogers que apesar de ser uma mulher solteira e independente que tenha desejos carnais para com outros homens, ela não considera essa atitude correta, em sua visão, é errado se deitar com homens diferentes sem haver amor ou algum tipo de relacionamento e que esse comportamento de certa forma “mancharia” a imagem dela como mãe e como mulher para seus filhos, o que ela teme muito, pois seu maior desejo é ser sempre a mãe ideal para seus filhos, a mãe “perfeita.” Com esse novo impasse em sua mente, Glória volta a questionar Carl Rogers, dizendo que queria muito que ele lhe desse uma direção, porque decidir por si mesma é algo muito difícil e faz ela se sentir imatura e insegura. Carl Rogers então lhe responde de uma maneira que, eu particularmente, achei brilhante... ele lhe indaga a seguinte pergunta: O que você gostaria que eu lhe dissesse? É nesse momento que Glória começa a descrever exatamente todas as respostas que ela já tinha dentro de si, mas tinha medo de assumir ou que sentia necessidade de que alguém falasse por ela. Ao concluir sua fala, Rogers a enfatiza dizendo que ela já tinha uma resposta desde que chegou, e que o papel dele ali foi para auxiliá-la a chegar nessa resposta que ela já tinha guardado consigo. Uns minutos antes do fim da sessão, descobre-se um ponto mais profundo de Glória. Quando ela diz a Rogers que queria que o pai dela a escutasse como ele a escutou e se emociona ao lembrar do pai, Rogers a interrompe dizendo que ela deveria ter sido uma ótima filha, tal ponto foi (a meu ver) uma falha do psicólogo, pois demonstrou um envolvimento muito empático e pessoal dele com a paciente, acredito que era essencial que nesse momento ele apenas pedisse para que ela falasse um pouco mais sobre o assunto caso se sentisse à vontade. Apesar desse ponto de discordância da minha parte, ainda posso afirmar que Glória explica a Rogers o que aconteceu em seu período de infância, onde muito emocionada ela conta que tinha um relacionamento conflituoso com seu pai: para o pai de Glória, ela nunca era boa o bastante e nunca tinha um trabalho bom o bastante, além de que ele nunca fez questão de ouvi-la, ouvir seus sentimentos sobre essa relação. Acredita-se ter chegado então na parte mais profunda dos pensamentos disfuncionais de Glória, onde todo o repúdio e incômodo dela com seus comportamentos sexuais, toda essa busca carnal de estar com outros homens sem se permitir apaixonar-se e todo o seu medo de não ser bem-vista pela sua filha é fruto dessa experiência negativa que teve em seu passado com seu pai e que ainda não foi superado. Com isso, pôde-se concluir que a psicoterapia que Carl Rogers defendia via o homem como pessoa e não como objeto de estudo e técnicas. Aprendemos, assistindo essa entrevista, muito além da técnica de Carl, aprendemos a necessidade de se manter uma relação empática com o cliente, dando-lhe toda atenção e compreensão possível, lhe transmitindo calma e segurança necessárias para que o paciente se sinta à vontade com o terapeuta, mas principalmente que se sinta a vontade consigo mesmo.
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