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ESTRADAS Aula 12 – Pavimentação Curitiba, 17 de maio de 2021. Prof.ª MSc. Larissa Vieira Bibliografias sobre Pavimentação Manual de Pavimentação DNIT http://www1.dnit.gov.br/arquivos _internet/ipr/ipr_new/manuais/ Manual%20de%20Pavimenta%E7 %E3o_05.12.06.pdf Pavimentação Asfáltica: Formação Básica para Engenheiros http://www.abeda.org.br/livro-pavimentacao/ http://www1.dnit.gov.br/arquivos_internet/ipr/ipr_new/manuais/Manual%20de%20Pavimenta%E7%E3o_05.12.06.pdf http://www.abeda.org.br/livro-pavimentacao/ Pavimento • Definição: “Pavimento é uma estrutura de múltiplas camadas de espessuras finitas, construída sobre a superfície final de terraplenagem, destinada técnica e economicamente a resistir aos esforços oriundos do tráfego de veículos e do clima, e a propiciar aos usuários melhoria nas condições de rolamento, com conforto, economia e segurança.” • O pavimento rodoviário pode ser classificado em dois tipos básicos: RÍGIDOS FLEXÍVEIS Pavimento rígido • Também chamados de pavimento de concreto de cimento Portland; • O revestimento é uma placa de concreto, que pode ser armada ou não; • A espessura é fixada em função da resistência à flexão das placas e da resistência das camadas adjacentes. Pavimento flexível: • O revestimento é constituído por umamistura de agregados e ligantes asfálticos • É formado por 4 camadas principais: revestimento asfáltico, base, sub-base e reforço do subleito; • As camadas da estrutura são assentadas sobre o subleito (plataforma da estrada terminada após a terraplenagem). Pavimento flexível • Nos pavimentos asfálticos, as camadas de base, sub-base e reforço do subleito são de grande importância estrutural; • Limitar as tensões e deformações na estrutura do pavimento por meio da combinação de materiais e espessuras as camadas constituintes, é o objetivo da mecânica dos pavimentos. Pavimentos rígidos x flexíveis • A sub-base pode ser de material granular ou material estabilizado com cimento; • O reforço do subleito pode ser de material granular, solos ou misturas de solos, sem adição de agentes cimentantes. Pavimentos rígidos x flexíveis • A base e sub-base podem ser de material granular ou material estabilizado com cimento (pavimento semirrígido); • O reforço do subleito pode ser de material granular, solos ou misturas de solos, sem adição de agentes cimentantes. Pavimentos rígidos x flexíveis • Os revestimentos das estruturas de pavimento em geral são submetidos a esforços de compressão e de tração devidos à flexão, ficando as demais camadas submetidas principalmente à compressão; Pavimentos rígidos x flexíveis • Pavimentos rígidos: elevada rigidez do revestimento em relação às demais camadas → as cargas de superfície são distribuídas por uma grande área em relação à área de contato pneu-pavimento → alívio das tensões transmitidas às camadas subjacentes; • Pavimentos asfálticos: rigidez do revestimento em relação às demais camadas granulares não é tão elevada → tensões compartilhadas entre as diversas camadas, proporcionalmente à rigidez (material e espessura) → as cargas de superfície são distribuídas numa área mais restrita. A estrutura do pavimento • O pavimento deve ser dimensionado para o tráfego previsto no período de projeto e para as condições climáticas a que estará sujeito; • As diferentes camadas devem resistir aos esforços solicitantes e transferi-los, por sua vez, às camadas subjacentes; • As tensões e deformações as quais a estrutura está sujeita dependem principalmente da espessura das camadas e da rigidez dos materiais. Agregados utilizados em revestimentos asfálticos • Agregado é um termo genérico para areias, pedregulhos e rochas minerais em seu estado natural ou britadas em seu estado processado; • Deve apresentar propriedades de modo a suportar tensões impostas na superfície do pavimento e também em seu interior; • O desempenho das partículas depende da maneira como são produzidas, mantidas unidas e das condições sob as quais vão atuar; • A escolha é feita em laboratório onde uma série de ensaios é utilizada para a predição do seu comportamento. Classificação dos agregados • Quanto à natureza: – Natural: são aqueles provenientes de fontes de ocorrência natural e obtidos por processos convencionais de desmonte, escavação ou dragagem; – Exemplos: pedregulhos, britas, seixos, areias etc.; – Podem ser empregados em pavimentação na forma e tamanho como se encontram na natureza, ou podem ainda passar por processamentos como a britagem. Classificação dos agregados • Quanto à natureza: – Artificial: são resíduos de processos industriais, tais como a escória de alto-forno e de aciaria, ou fabricados especificamente com o objetivo de alto desempenho, como a argila calcinada e a argila expandida; – Reciclado: são provenientes de reuso de materiais diversos, tais como reciclagem de revestimentos asfálticos ou resíduos de construção civil. Classificação dos agregados • Quanto ao tamanho: – Graúdo: é o material com dimensões maiores do que 2,0 mm, ou seja, retido na peneira nº 10. Exemplos: britas, cascalhos, seixos etc.; – Miúdo: é o material com dimensões maiores que 0,075mm e menores que 2,0mm. É o material que é retido na peneira de nº 200, mas que passa na de abertura nº 10. Exemplos: areias, o pó de pedra etc.; – Material de enchimento (fíler): é o material onde pelo menos 65% das partículas é menor que 0,075mm, correspondente à peneira de nº 200, e.g., cal hidratada, cimento Portland etc. Classificação dos agregados • Quanto à distribuição dos grãos: Classificação dos agregados • Quanto à distribuição dos grãos: – // Classificação dos agregados • Quanto à distribuição dos grãos: – Graduação densa ou bem graduada: apresenta distribuição granulométrica contínua, próxima à de densidade máxima; – Graduação aberta: apresenta distribuição granulométrica contínua, mas com insuficiência de material fino (menor que 0,075mm) para preencher os vazios entre as partículas maiores, resultando em maior volume de vazios; – Graduação uniforme: apresenta a maioria de suas partículas com tamanhos em uma faixa bastante estreita; – Graduação com degrau ou descontínua: apresenta pequena porcentagem de agregados com tamanhos intermediários, formando um patamar na curva granulométrica correspondente às frações intermediárias. Características dos agregados • Tamanho e graduação – O tamanho máximo do agregado e sua graduação são controlados por especificações que prescrevem a distribuição granulométrica a ser usada para uma determinada aplicação; – Por exemplo, a espessura mínima de execução de uma camada de concreto asfáltico determina diretamente o tamanho máximo do agregado usado nessa mistura asfáltica; – A distribuição granulométrica assegura a estabilidade da camada de revestimento asfáltico, por estar relacionada ao entrosamento entre as partículas e o consequente atrito entre elas. Características dos agregados • Tamanho e graduação Características dos agregados • Limpeza – Alguns agregados contêm certos materiais que os tornam impróprios para utilização em revestimentos asfálticos: vegetação, conchas, grumos de argila etc.; – As especificações de serviço apresentam limites aceitáveis para a presença desses materiais; – A limpeza dos agregados pode ser verificada visualmente, mas uma análise granulométrica com lavagem é mais eficiente; – Ensaio de equivalente de areia (DNER-ME 054/97): determina a proporção relativa de materiais do tipo argila ou pó em amostras de agregados miúdos. Para que o agregado possa ser utilizado em concreto asfáltico, o equivalente de areia deve ser de pelo menos 55%. Características dos agregados • Resistência à abrasão: – Durante o processo de manuseio e execução de revestimentos asfálticos, os agregados estão sujeitos a quebras e abrasão; – A abrasão ocorre também durante a ação do tráfego; – Eles devem apresentar habilidade para resistir a quebras, degradaçãoe desintegração; – Ensaio comumente utilizado para medir a resistência à abrasão: Los Angeles. Valores limite são apontados nas especificações (geralmente entre 40 e 55%) Características dos agregados • Textura superficial: – Influi na trabalhabilidade, na adesividade, e na resistência ao atrito e ao cisalhamento das misturas asfálticas para pavimentação; – À medida que aumenta a rugosidade do agregado, há uma tendência de perda de trabalhabilidade da mistura asfáltica e de crescimento da resistência ao cisalhamento dessa mistura, bem como do teor de ligante asfáltico de projeto. Características dos agregados • Forma das partículas – Influi na trabalhabilidade e resistência ao cisalhamento das misturas asfálticas e muda a energia de compactação necessária para se alcançar certa densidade; – Partículas irregulares ou de forma angular tais como pedra britada, cascalhos e algumas areias de brita tendem a apresentar melhor intertravamento entre os grãos compactados; – A forma das partículas é caracterizada pela determinação do índice de forma (f) pelo método DNER-ME 086/94. Esse índice varia de 0,0 a 1,0, sendo o agregado considerado de ótima cubicidade quando f = 1,0 e lamelar quando f = 0,0. Características dos agregados • Absorção: – A porosidade de um agregado é normalmente indicada pela quantidade de água que ele absorve quando imerso; – Um agregado poroso irá também absorver ligante asfáltico, consumindo parte do ligante necessário para dar coesão a uma mistura asfáltica; – É dada pela relação entre a massa de água absorvida pelo agregado graúdo após 24 horas de imersão e a massa inicial de material seco (DNER-ME 081/98). A Características dos agregados • Adesividade ao ligante asfáltico: – O efeito da água em separar ou descolar a película de ligante asfáltico da superfície do agregado pode torná-lo inaceitável para uso em misturas asfálticas (agregado hidrófilo); – Agregados com alta adesividade em presença de água são denominados de hidrofóbicos e são desejáveis para utilização em misturas asfálticas. Características dos agregados • Sanidade: – Alguns agregados que inicialmente apresentam boas características de resistência podem sofrer processos de desintegração química quando expostos às condições ambientais no pavimento; – A característica de resistência à desintegração química é quantificada através de ensaio que consiste em atacar o agregado com solução saturada de sulfato de sódio ou de magnésio, em cinco ciclos de imersão com duração de 16 a 18 horas, à temperatura de 21° C, seguidos de secagem em estufa (método DNER-ME 089/94); – A perda de massa resultante desse ataque químico ao agregado deve ser de no máximo 12%. Ligantes asfálticos • Na maioria dos países do mundo, a pavimentação asfáltica é a principal forma de revestimento; • No Brasil, cerca de 95% das estradas pavimentadas são de revestimento asfáltico, além de ser também utilizado em grande parte das ruas; • Há várias razões para o uso intensivo do asfalto em pavimentação, sendo as principais: proporciona forte união dos agregados, agindo como um ligante que permite flexibilidade controlável; é impermeabilizante, durável e resistente, podendo ser utilizado aquecido ou emulsionado, em amplas combinações de esqueleto mineral, com ou sem aditivos. Ligantes asfálticos • O asfalto utilizado em pavimentação é um ligante betuminoso que provém da destilação do petróleo e que tem a propriedade de ser um adesivo termoviscoplástico, impermeável à água e pouco reativo. • A baixa reatividade química a muitos agentes não evita que esse material possa sofrer, no entanto, um processo de envelhecimento por oxidação lenta pelo contato com o ar e a água; • No Brasil utiliza-se a denominação CAP (cimento asfáltico de petróleo) para designar esse produto semissólido a temperaturas baixas, viscoelástico à temperatura ambiente e líquido a altas temperaturas Ligantes asfálticos • Quase todo o asfalto em uso hoje em dia é obtido do processamento de petróleo bruto (ou cru) em plantas especiais denominadas refinarias; • O refino é o conjunto de processos de separação e/ou transformação dos constituintes do petróleo; • Existem diferentes processos de refino de petróleo que produzem os ligantes asfálticos; • O mais antigo é o da destilação direta, que pode ser realizada em um ou dois estágios. Ligantes asfálticos • Os tipos de ligantes asfálticos existentes no mercado brasileiro são denominados: a) cimentos asfálticos de petróleo (CAP); b) asfaltos diluídos (ADP); c) emulsões asfálticas (EAP); d) asfaltos oxidados ou soprados de uso industrial; e) asfaltos modificados por polímero (AMP) ou por borracha de pneus (AMB); f) agentes rejuvenescedores (AR e ARE). Ligantes asfálticos • Cimento asfáltico de petróleo (CAP): denominação genérica do asfalto, acompanhada da especificação do ensaio de penetração; • A penetração é a profundidade, em décimos de milímetro, que uma agulha de massa padronizada (100g) penetra numa amostra de volume padronizado de cimento asfáltico, por 5 segundos, à temperatura de 25ºC. Ligantes asfálticos • Asfaltos diluídos (ADP): são produzidos pela adição de um diluente volátil, obtido do próprio petróleo, que varia conforme o tempo necessário para a perda desse componente adicionado, restando o asfalto residual após a aplicação. • O diluente serve apenas para baixar a viscosidade e permitir o uso à temperatura ambiente; • A denominação dos tipos é dada segundo a velocidade de evaporação do solvente: – Cura rápida (CR), cujo solvente é a gasolina ou a nafta; – Cura média (CM), cujo solvente é o querosene. Ligantes asfálticos • Asfaltos diluídos (ADP): – O principal uso do asfalto diluído na pavimentação é no serviço de imprimação de base de pavimentos; – Há uma tendência cada vez mais acentuada de redução de seu emprego devido a problemas de segurança e meio ambiente. Ligantes asfálticos • Emulsões Asfálticas (EAP): uma emulsão é definida como uma dispersão estável de dois ou mais líquidos imiscíveis → no caso da emulsão asfáltica (EAP) os dois líquidos são o asfalto e a água; • As designações das classes das emulsões brasileiras são feitas em função: (i) do tempo necessário para que ocorra a ruptura, dividida em lenta, média ou rápida; (ii) do teor de asfalto contido na mesma; e (iii) da carga iônica. Ligantes asfálticos • Exemplos de aplicações das emulsões asfálticas: – Pintura de ligação; – Imprimação; – Tratamentos antipó; – Macadame betuminoso; – Pré misturado a frio; – Lama asfáltica; – Microrrevestimento asfáltico a frio. Ligantes asfálticos • Asfaltos modificados por polímeros (AMP): – Para condições de volume de veículos comerciais e peso por eixo crescente, ano a ano, em rodovias especiais ou nos aeroportos, em corredores de tráfego pesado canalizado e para condições adversas de clima, com grandes diferenças térmicas entre inverno e verão, tem sido cada vez mais necessário o uso de modificadores das propriedades dos asfaltos; – Entre esses, citam-se polímeros de vários tipos que melhoram o desempenho do ligante. Ligantes asfálticos • Asfaltos modificados por borracha (AMB): – Uma forma alternativa de se incorporar os benefícios de um polímero ao ligante asfáltico, e ao mesmo tempo reduzir problemas ambientais, é utilizar a borracha de pneus inservíveis em misturas asfálticas. Ligantes asfálticos Ligantes asfálticos Ligantes asfálticos • Agentes rejuvenescedores: – Com o passar do tempo, o ligante asfáltico vai perdendo alguns de seus componentes e sofre certo enrijecimento; – Uma das técnicas atuais de recuperação da flexibilidade do ligante é a reciclagem a quente ou a frio; – Para isso, é utilizado um produto especialmente preparado para funcionar como um repositor de frações maltênicas do ligante envelhecido, chamado agente rejuvenescedor. Materiais de base, sub-base e reforço do subleito • São classificados segundo seu comportamentofrente aos esforços em: – Materiais granulares e solos; – Materiais estabilizados quimicamente ou cimentados; e – Materiais asfálticos. Materiais de base, sub-base e reforço do subleito • Os materiais mais empregados em pavimentação da classe dos granulares e solos são: – Brita graduada simples (BGS); – Bica ou brita corrida; – Macadame hidráulico; – Macadame a seco; – Misturas estabilizadas granulometricamente (estabilizadas por combinação de materiais para atender certos requisitos ou mecanicamente); – Solo-agregado; – Solo natural; – Solo melhorado com cimento ou cal. Brita graduada simples Bica corrida Macadame Solo brita Saibro Rachão Materiais de base, sub-base e reforço do subleito • Os materiais cimentados mais frequentes são: – Brita graduada tratada com cimento (BGTC); – Solo-cimento; – Solo-cal; – Solo-cal-cimento; – Concreto rolado (CCR – concreto compactado a rolo). Materiais de base, sub-base e reforço do subleito • As misturas asfálticas são: – Solo-asfalto; – Solo-emulsão; – Macadame betuminoso; e – Base asfáltica de módulo elevado.
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