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Ciências Humanas - Filosofia Ensino Médio - 1ª. Série CORRENTES PRÉ-SÓCRÁTICAS ESCOLA JÔNICA A Jónia, no século VII a. C., é o local onde nasceram as primeiras tentativas, plenamente racionais, de descrição e explicação da natureza do mundo. Talvez por se encontrar num local central, em que as comunicações com diversos povos e suas respetivas culturas são privilégio e privilegiadas. Foi em Mileto, na Jónia, que esta escola se desenvolveu. Os filósofos desta escola procuravam investigar os primeiros princípios, partindo da observação da natureza. O que lhes interessava era essencialmente o problema cosmológico, aparecendo aí o homem apenas como um ser entre os outros que constituem a natureza. O homem só aparece como objeto da filosofia, de facto, com Sócrates e, de algum modo com a sofística, mesmo se se considerar que nos fragmentos de Heraclito já está presente o homem, algumas vezes mesmo como centro da problemática. O que caracteriza a Escola Jónica, dentro da temática, já referida, da cosmologia e da cosmogonia é a sua conceção a um tempo unitária e pluralista do universo, visto que admite uma substância única como substância original de onde o cosmos, na sua diversidade, descende; mas defende a pluralidade dos elementos e dos seres como consequência desse momento primeiro https://www.infopedia.pt/$socrates?intlink=true https://www.infopedia.pt/$heraclito?intlink=true Por outro lado afirma ainda um hilozoísmo, quer dizer, uma união e indistinção entre matéria e espírito ou, dito de outro modo, a matéria animada por um espírito formando uma unidade indestrinçável. ESCOLA PITAGÓRICA A escola pitagórica tem seu nome derivado do nome de seu fundador e principal representante: Pitágoras de Samos. Ele defendia que todas as coisas são números e o princípio fundamental de tudo seria a estrutura numérica. Ou seja, o mundo surgiu quando precisou haver uma limitação para o ápeiron e essa limitação eram formas numéricas sobre o espaço. Os pitagóricos faziam um amálgama de concepções, como era comum na época. Desse modo, embora racionais e matemáticos, os pitagóricos também baseavam suas doutrinas em concepções místicas. A tradição pitagórica estendeu-se por aproximadamente dez séculos, com muitas ramificações e desdobramentos, como os neopitagóricos. A maior contribuição dos pitagóricos foi a tese de que todas as coisas são números que se relaciona à teoria da harmonia. O número é o elemento básico da realidade, pois há uma proporção em todo o cosmo. O mundo teria surgido a partir da imposição de formas numéricas sobre o espaço que conferiram limites ao princípio fundamental (a arché). O universo era um conjunto de dez corpos celestes que orbitavam ao redor de um fogo no centro. E o número de corpos celestes era “dez” por conta da tetractys: os quatro primeiros algarismos totalizam dez quando dispostos em forma triangular. A harmonia musical, por corresponder aos acordes desenvolvidos com base em proporções aritméticas, fez com que Pitágoras supusesse que essa mesma harmonia era encontrada na natureza. Associada à astronomia, essa teoria fez com que Pitágoras pensasse que o universo também era organizado por relações matemáticas. Essa sua teoria ficou conhecida como teoria da harmonia das esferas. A escola dos Atomistas foi iniciada por Leucipo (meados do século V a.C.), e supunha que a matéria seria constituída por átomos e vácuo. Tais átomos seriam indestrutíveis e imutáveis, enquanto as variações da matéria dependeriam de modos de agrupamento dos átomos (algo como nossas moléculas). Existiam também variações na forma, tamanho dos átomos, embora fossem todos constituídos por uma mesma substância. Continuador da obra atomista de Leucipo, Demócrito de Abdera acreditava estarem os átomos em constante e violenta agitação, chocando-se constantemente uns com os outros, e transmitindo o movimento nestes choques (!). Os átomos maiores tenderiam a ficar em regiões mais baixas, constituindo a terra, enquanto os menores e mais leves constituiriam o ar. Do ponto de vista da cosmologia, os atomistas acreditavam que o espaço seria infinito, com um infinito número de mundos, ESCOLA ATOMISTA Produzidos por uma aglomeração de átomos que giram em vórtices ou redemoinhos, tendo esta idéia certa semelhança, portanto, com as galáxias que hoje conhecemos. Também fazia parte da doutrina de Demócrito uma crença profunda no determinismo da natureza, afirmando que ``Por necessidade estão determinadas todas as coisas que foram, são e serão''. O atomismo foi posteriormente sistematizado e continuado em Roma por Lucrécio (98-55 a.C.), em sua obra ``De Natura Rerum'' (``A Natureza das Coisas''), onde a idéia de atomismo é também aplicada para a luz e o som. Do ponto de vista filosófico, o atomismo formulado na Antigüidade deixa pouca ou nenhuma margem para a intervenção divina, sendo posteriormente considerado heresia pela Igreja Católica durante a Idade Média. Devemos ter em mente que as bases de nosso atomismo, na estrutura da matéria e da luz, foram fundadas, portanto, durante a Antigüidade Clássica. Embora não tenham existido na Antigüidade elementos experimentais para comprovar ou desmentir esta peculiar teoria sobre a estrutura da matéria, ela serviu para lançar as bases de um atomismo que voltaria a surgir na Renascença, em particular a teoria cinética dos gases de Boyle e a teoria atomista da luz proposta por Descartes e por Newton. ESCOLA ELEÁTICA A escola eleática tem o seu nome derivado da cidade de Eleia, ao sul da Itália, lugar de origem de seus principais pensadores: Parmênides de Eleia, Zenão de Eleia e Xenófanes de Cólofon. Essa escola que é um pouco diferente da Jônica caracterizou-se por não procurar uma explicação da realidade baseada na natureza, mas sim na base da razão. Suas preocupações eram mais abstratas e apresentaram o primeiro sopro de uma lógica e de uma metafísica. Seus pensadores defendiam a existência de uma realidade única, por isso ficaram conhecidos também como monistas, em oposição ao mobilismo. A realidade para eles era única, imóvel, eterna, imutável, sem princípio ou fim, contínua e indivisível. Teremos exercício e aula ao vivo na próxima semana. Atenciosamente, Profª Elisa.
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