Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Sem dúvida, a descoberta do DNA realizada pelo norte-americano James Watson e o inglês Francis Crick, em 25 de abril de 1953, foi uma das maiores no rumo cientifico, essa importância tão grande se dá por vários motivos: - A estrutura em dupla hélice indica como o material genético determina a estrutura das proteínas; - A sequência de bases nitrogenadas do DNA especifica a sequência de aminoácidos, então se uma base for substituída por uma não convencional é possível que ocorram mutações; - O pareamento específico sugere um mecanismo de cópia para o material genético. Devido a essa descoberta, várias espécies conseguiram ter seus genomas sequenciados, inclusive o ser humano. Através desses estudos, pode-se perceber que no homem existem dois tipos de genoma, o DNA nuclear (no núcleo das células) e o DNA mitocondrial (nas mitocôndrias). Esses dois tipos apresentam diferenças que serão vistas mais à frente O DNA nuclear está localizado dentro dos núcleos das células, ele é composto por 22 pares de cromossomos autossômicos e apenas um par de cromossomos sexuais, totalizando 46 cromossomos o constituindo. A molécula de DNA é constituída de duas cadeias de polinucleotídeos compostos por quatro tipos de nucleotídeos: Adenina, Guanina, Citosina e Timina. Cada cadeia é conhecida como fita de DNA e como ele é formado por duas fitas, elas ligam-se entre si por pontes de hidrogênio. Classificações do DNA nuclear DNA de cópia única ou DNA não repetitivo: É responsável pela codificação dos genes (são sequências ordenadas de nucleotídeos localizadas em posições particulares em um cromossomo) que codificam proteínas e RNAs. Os genes humanos podem ser classificados em: Gene de classe I (responsáveis pela codificação de rRNAs), Gene de classe II (responsáveis pela codificação de mRNAs e proteínas) e Gene de classe III (responsáveis por codificarem o tRNA). DNA moderadamente repetitivo: correspondente a um intervalo de 100 a 100.000 cópias por genoma. DNA altamente repetitivo: não é codificado e pode ser representado por sequências curtas ou similares. Essas sequências são encontradas de duas formas: Sequências agrupadas (em tandem): por exemplo o DNA satélite; microssatélite e minissatélite. O DNA satélite é uma porção do DNA que se diferencia do restante do genoma pela composição de bases, apresentando alto conteúdo GC. Existem vários satélites no genoma humano em diferentes cromossomos, sendo o principal denominado de alfa. O DNA satélite ainda pode ser classificado em: minissatélite (VNTRs) e microssatélites (STRs) e essa subdivisão permite a identificação humana, já que cada indivíduo tem seu próprio genoma. Sequências dispersas: por exemplo SINEs e LINEs. Esses tipos de sequências são originados de genes que perderam sua função ou de RNAs que mantiveram sua capacidade de duplicação e de movimentação pelo genoma Os STRs devido a muitas características são bastante utilizados como marcadores genéticos, dentre elas podemos citar: - Abundância no genoma humano; - Elevado poder discriminativo; - Robustez e especificidade em multiplex; - Baixa taxa de mutação; - Tamanho previsível dos fragmentos de amplificação; - Estudo fácil mediante técnicas de PCR. No mercado existem vários kits que permitem realizar alguns genótipos, por exemplo em casos de agressão sexual cometidas por homens, a presença do cromossomo Y que é encontrado somente no sexo masculino no corpo da mulher pode servir como um indicativo e prova de crime. A mitocôndria é uma organela que está presente no citoplasma das células eucarióticas, sua função é a produção de energia que acontece na forma de ATP por meio de um processo chamado de fosforilação oxidativa. Essa organela apresenta DNA próprio, sendo caracterizado por apresentar pequena dimensão e ser uma molécula circular de fita dupla A distribuição assimétrica de guaninas e citosinas faz com que haja uma cadeia leve (light chain), constituída maioritariamente por citosinas e uma cadeia pesada (heavy chain), extremamente rica em guaninas. O DNA mitocondrial é constituído por: Região codificante: é constituída por 37 genes. 13 estão envolvidos na fosforilação oxidativa, 22 são responsáveis por codificarem tRNAs e 2 são responsáveis pela codificação de rRNAs. Região controle ou D-loop: está relacionada à fase inicial de replicação, quando a nova fita recém-sintetizada se solta da fita molde formando uma “bolha” ou “loop”. Essa região é considerada hipervariável, pois acumula mutações cerca de dez vezes mais comuns que o DNA nuclear. O DNA mitocondrial possui características genéticas únicas que o tornam instrumento de grande importância no contexto das investigações forenses, podemos citar: Hereditariedade materna: Por ser haploide devido a herança exclusivamente materna o DNA mitocondrial sempre terá o mesmo genoma de descendência da mãe, essa característica permite realizar reconstruções de linhas evolutivas por meio do tempo. Ausência de recombinação: Como foi visto anteriormente, não há contribuição paterna no mtDNA, somente o materno, isso faz com que se comporte com um único locus. Elevado número de cópias Heteroplasmia: É a existência de diferentes tipos de mtDNA em um indivíduo, devido as mutações nas proliferação de células somáticas e germinativas. A heteroplasia pode ser analisada de três formas: - Um indivíduo pode ter mais de que um tipo de mtDNA no mesmo tecido; - Um indivíduo pode ser heteroplasmático em um tecido e homoplasmático em outro; - Um indivíduo pode ter um tipo de mtDNA em um tecido e outro tipo em outro. Há dois tipos de heteroplasia, de sequência (é quando as sequências apresentam diferentes nucleotídeos em uma posição determinada), e a de comprimento (é quando as sequências têm diferentes tamanhos). Taxa de mutação O DNA mitocondrial quando comparado a outros tipos de DNA, ele apresenta uma alta taxa de mutação, isso acontece por causa da ausência de proteínas protetoras (as histonas, por exemplo), à baixa atividade de reparação da mtDNA polimerase e à grande exposição do mtDNA aos radicais livres na produção de energia. Devido a esses fatores o DNA nuclear é preferencialmente usado nas investigações forenses. Devido ao polimorfismo genético, é possível identificar uma pessoa por meio do seu padrão polimórfico, essa característica da molécula de DNA permite que alguns problemas possam ser solucionados, como: - Culpar de criminosos; - Exonerar inocentes; -Identificar corpos e restos humanos em desastres; - Determinar a paternidade; - Resolver trocas de bebês; - Distinguir crimes isolados de crimes em série; http://www.portaleducacao.com.br Portal Educação P842q Química forense / Portal Educação.- Campo Grande: Portal Educação, 2015. Todos os direitos reservados para o Portal Educação http://www.portaleducacao.com.br/
Compartilhar